Bancos terão de fechar 30% das agências em até 3 anos para manter rentabilidade

Publicado em: 18/03/2021

Os cinco maiores bancos brasileiros, com quase R$ 8 trilhões de ativos em mãos, precisam enxugar 30% de sua rede de agências físicas em no máximo três anos, aponta estudo exclusivo feito pela consultoria alemã Roland Berger e obtido pelo Estadão/Broadcast. Isso significa fechar as portas de cerca de 5 mil unidades de alvenaria, de um total de 16.704, somados Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil e Caixa Econômica Federal, conforme dados do Banco Central do fim de fevereiro.

O fechamento de agências resulta da pressão por corte de custos e eficiência diante do ‘novo normal’ do sistema financeiro, de acordo com a Roland Berger. Se antes essa já era uma realidade com a multiplicação de fintechs, com a pandemia, que acelerou o processo de digitalização dos brasileiros, só fez crescer.

“Os bancos brasileiros vão precisar encerrar pelo menos 30% de suas agências no curto prazo, no máximo, em dois anos. Estamos falando de 5 mil agências dos 5 maiores bancos”, afirma o presidente da consultoria alemã Roland Berger, Antônio Bernardo, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

De acordo com ele, a mudança de comportamento dos clientes a reboque da covid-19 coloca a rentabilidade dos bancos brasileiros, ainda elevada frente aos pares internacionais, na berlinda. O retorno sob o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) já foi afetado com o aumento das provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, reforçadas para fazer frente à inadimplência.

Berger destaca que apesar do cenário a rentabilidade dos bancos nacionais ainda é alta mas se esta transformação não ocorrer o lucro vai diminuir e eles vão ficar menos atrativos. “Se os bancos brasileiros não se transformarem – e as agências são só uma das mudanças -, a rentabilidade vai baixar mais, ficando menos atrativos para investidores”, disse.

Digitalização do dinheiro

Para aumentar sua competitividade os bancos vem investindo na digitalização da economia e somente em tecnologia para ‘digitalização do dinheiro’ os bancos investem anualmente cerca de R$ 19,6 bilhões, segundo a Febraban que também destaca que cada vez mais, os clientes também pagam suas contas e fazem transferências de valores pelos canais digitais.

Segundo o diretor de Canais Digitais e Experiência do Cliente do Bradesco, Marcelo Frontini, 97% das transações no banco já são realizadas em canais digitais.

Além disso, a digitalização do dinheiro pelos bancos no Brasil também pode envolver Bitcoin e criptomoedas já que Eduardo Abreu, vice-presidente de Novos Negócios da Visa do Brasil, revelou que a empresa já está trabalhando na integração de criptoativos e instituições financeiras no Basil.

A primeira solução a ser disponibilizada, segundo ele, será um conjunto de APIs voltados a bancos para que estes possam oferecer criptomoedas aos seus clientes.

Abreu também revelou que a empresa já está conversando com grandes bancos digitais no Brasil que podem aderir ao serviço e oferecer Bitcoin a seus clientes e embora não tenha revelado o nome das instituições, um levantamento do Cointelegraph revelou que no radar da empresa estão Nubank, Inter e C6.

“Primeiro, estamos conversando com os bancos mais digitais. Isso porque são os que têm mais perfil para esses clientes (de criptos)”, revelou.

Fonte: Estadão com Cointelegraph

BC prorroga até novembro redução para 17% do depósito compulsório dos bancos

Publicado em: 11/03/2021

Em março de 2020, a redução da alíquota permitiu a liberação de R$ 68 bilhões para os bancos. Esse recurso reforçou o caixa das instituições e permitiu elevar a quantidade de empréstimos ofertados.

“A atual decisão pela continuidade da vigência da alíquota temporária levou em conta a persistência conjuntural nas restrições de liquidez para a captação bancária que, neste momento, recomendam a manutenção dos atuais níveis de liquidez no Sistema Financeiro Nacional”, afirmou a instituição.

O governo tem renovado uma série de medidas para combater os efeitos da pandemia da Covid-19. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já anunciou que vai retomar o programa de redução de salários e suspensão de contratos e disse que outras medidas serão adotadas.

O Senado, nesta quarta, aprovou o projeto que torna permanente o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), outro mecanismo criado pelo governo durante a pandemia.

Fonte: G1

Sindicato cobra dos bancos que não aumentem metas na pandemia

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Na mesa de negociação de sexta-feira 5 de março com a Fenaban (federação dos bancos), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região também cobrou que os bancos parem de aumentar as metas durante a pandemia de coronavírus.

“Mesmo numa crise sanitária e econômica como a que estamos vivendo, os bancos têm aumentado as metas, o que é absurdo! Com o índice de desemprego altíssimo, com a crise financeira, é muito mais difícil vender produtos bancários, mas vários bancos têm pressionado ainda mais os bancários com metas dobradas, cobranças por celular e outras formas de pressão que adoecem os traballhadores”, denuncia a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do dos Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.

A Fenaban ficou de levar a reivindicação aos bancos e dar uma resposta ao Sindicato na próxima reunião, que deve ocorrer ainda nesta semana.

Na reunião de sexta-feira 5, o Sindicato fez outras reivindicações, como reduzir o horário de atendimento das agências, aumentar o home office e adotar medidas mais rígidas de proteção contra o coronavírus, diante do agravamento da pandemia no país. Leia aqui.
Aumento de metas na pandemia

Bancários do Itaú, Santander, Caixa e BB têm reclamado ao Sindicato sobre o aumento de metas em um momento muito difícil para a economia.

No Itaú, com a substituição do Agir pelo GERA, as metas aumentaram muito. Soma-se a isso as demissões que têm ocorrido no banco, e o resultado são trabalhadores cada vez mais adoecidos. Além disso, na Central de Atendimento do banco, no CAT, onde também ocorrem demissões, as metas têm subido assustadoramente.

No Santander, as metas também aumentaram durante a pandemia, e o pior problema é que elas mudam ao longo do mês, o que impossibilita a organização do bancário no período. Alem disso, o celular usado pelo bancário é muitas vezes o pessoal, que fica disponível fora da jornada, possibilitando que o próprio cliente cobre atendimento a qualquer hora do dia, da noite e em fins de semana. Outro grande problema é que no Santander permanecem ocorrendo convocações para visitas presenciais a fim de bater metas. Embora o RH atue em algumas situações, o banco não proíbe a prática, apenas recomenda que não ocorra, o que não tem sido suficiente para frear alguns gestores regionais.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

65% dos investidores ainda preferem bancos do que plataformas, mostra estudo

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A maior parte dos investidores brasileiros (65%) escolheu os bancos como primeira opção na hora de fazer suas aplicações e 35% indicaram as plataformas como preferência em fevereiro, segundo o Índice de Atendimento de Bancos e Plataformas, em levantamento feito pela empresa Toluna, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Entre os bancos, o Bradesco foi o melhor avaliado pelos clientes em fevereiro, seguido pelo Itaú, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Entre as plataformas a melhor avaliada foi a Easynvest, seguida pelo BTG Pactual e XP Investimentos.

Segundo o levantamento, que ouviu 628 investidores entre os dias 23 e 26 de fevereiro, apenas Banco do Brasil e Easynvest foram melhor avaliados pelos clientes em fevereiro em relação à janeiro. Todas as demais organizações sofreram redução na nota geral de avaliação pelos clientes.

Na avaliação geral, o índice caiu 2,19% em relação a janeiro, e os critérios de privacidade (-5,08%) e responsabilidade (-3,62%) foram os que mais contribuíram para esse resultado negativo.

Privacidade mostrou ser uma grande preocupação dos investidores no geral, principalmente pelas recentes notícias sobre vazamento de dados de brasileiros. Segundo o estudo, conduzido pelos professores Claudia Yoshinaga, Ricardo Rochman e William Eid, os bancos e plataformas precisam comunicar melhor suas medidas para proteger os dados dos seus clientes, caso contrário, a percepção de privacidade continuará caindo.

Quando analisados separadamente, o índice dos bancos caiu 0,27% em fevereiro enquanto nas plataformas a queda foi de 3,57%. O ponto positivo dos bancos, que ajudou a minimizar o recuo, foi o critério de aconselhamento, que subiu 2,78%.

As plataformas viram o critério de privacidade e aconselhamento tombarem 7,05% e 6,66%, respectivamente. Segundo o estudo, as turbulências no mercado de ações, que levaram à queda do Ibovespa pelo segundo mês consecutivo, podem ter influenciado os investidores a avaliarem negativamente o aconselhamento oferecido pelas plataformas.

De acordo com o professor William Eid, em geral, a solidez de grandes bancos costuma passar a impressão de maior confiabilidade aos clientes. “Assessoria de massa dos bancos é melhor do que das plataformas”, opina Eid, que vê os bancos lançando mão da digitalização como estratégia para fidelizar clientes ante a concorrência com plataformas e fintechs.

Fonte: Valor Investe

Lucros dos bancos somam R$ 61,6 bi em 2020, mas têm maior queda em 21 anos

Publicado em: 18/02/2021

Em meio ao impacto da pandemia nos números das instituições, os lucros dos quatro maiores bancos somados registraram queda de 24,4% em 2020 em relação ao ano de 2019, na maior baixa desde 2000, segundo levantamento divulgado pela Economatica nesta quarta-feira (17). O lucro total foi de R$ 61,6 bilhões. Não foram utilizadas informações de lucros recorrentes ou outros e sim os lucros contábeis, informou a consultoria.

Os bancos haviam registrado em 2019 o melhor resultado agregado em toda a série histórica, medida desde a introdução do real, em 1994. Naquele ano, o lucro conjunto foi de R$ 81,5 bilhões em valores nominais e, com correção monetária, o valor sobe para R$ 85,1 bilhões, ampliando a queda de 2020 para 26,6%.

O Itaú registrou o menor lucro anual desde 2014, apesar de ter registrado o maior lucro em 2020 entre os grandes bancos, totalizando R$ 18,5 bilhões. Na sequência, está o Bradesco, com um lucro total de R$ 16,5 bilhões, enquanto Santander lucrou R$ 13,4 bilhões e o Banco do Brasil teve lucro de R$ 12,6 bilhões no período.

Na comparação de 2020 com 2019, o Santander registrou a menor queda de lucratividade, com baixa de 5,02%. Já a maior baixa foi do Banco do Brasil, de 30,09%.

De 1996 até 2000, os bancos tiveram queda de lucratividade em sete oportunidades no agregado. A maior queda foi em 1995 e reflete o reconhecimento de perdas que o Banco do Brasil fez nos anos de 1994 e 1995. Em 1995, a queda foi de R$ 3,3 bilhões em relação ao ano de1994. O segundo maior registro de queda aconteceu em 1996, com baixa de 42,9%, representando o prejuízo neste ano de R$ 4,8 bilhões.

Retorno sobre o patrimônio líquido: menor desde 1995

A Economatica também destaca que a mediana do retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) dos quatro maiores bancos brasileiros em 2020 foi de 12,06%, que é o menor valor já registrado desde 1995, quando a mediana do ROE foi de 10,56%.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Santander Brasil teve o melhor desempenho, com ROE de 17,9%, que é o segundo maior registrado pelo banco historicamente. Banco do Brasil, Bradesco e Itaú, por sua vez, estão tecnicamente empatados com 12,1%, 12,0% e 11,5%, respectivamente.

O Banco do Brasil e o Itaú registraram as maiores quedas de ROE entre 2019 e 2020, com baixas respectivas de 7,5 e 7,2 pontos percentuais. O Bradesco registrou queda de 5,7 pontos percentuais e o Santander teve queda de 3,1 pontos percentuais.

Já o ativo total consolidado dos bancos em 2020 foi de R$ 6,43 trilhões, 18,56% maior frente 2019. Este é o maior crescimento percentual desde o ano de 2008, quando os ativos cresceram 75,6%.

O maior crescimento percentual em 2020 com relação a 2019 é do Itaú, com 21,5%, seguido pelo Banco do Brasil (+17,45%),, Bradesco (+17,06%) e Santander (+16,89%). De 2006 até 2015, o Banco do Brasil foi o maior banco por ativos sendo que, em 2016, o Itaú passou a ocupar a liderança, mantendo-a até o momento.

Dividendos mais modestos

O volume de dividendos e de juros sobre capital próprio distribuídos no ano de 2020 dos quatro bancos é de R$ 29,7 bilhões, 48,69% inferior ao do ano de 2019.

O Bradesco teve a maior queda, de 91,93% com relação ao ano de 2019, seguido pelo Itaú (com baixa de 53,88%) e pelo BB (queda de 14,75%). O Santander foi o único banco que registrou crescimento de 45,66% de distribuição de proventos na passagem entre 2019 e 2020.

Nominalmente, o Itaí pagou o maior valor (R$ 12,0 bilhões), seguido pelo Santander (R$ 10,2 bilhões), Banco do Brasil (R$ 6,07 bilhões) e Bradesco (R$ 1,43 bilhão).

PDD e valor de mercado

Em meio à situação da pandemia, a provisão para devedores duvidosos consolidada no ano de 2020 foi de R$ 94,4 bilhões, valor 22,57% superior ao do ano de 2019.

O Itaú teve o maior crescimento de PDD, de 34,97% (R$ 26,7 bilhões), deixando para trás o Banco do Brasil, que era o banco com maior PDD entre 2013 e 2019. O Bradesco viu sua provisão aumentar 34,42% e somar R$ 25,164 bilhões, enquanto a do BB subiu 16,06% e totalizou R$ 26.077 bilhões. O Santander teve a menor alta nas provisões, de 2,55%, a R$ 16,4 bilhões, ainda que tenha sido a maior PDD da história da instituição financeira, assim como a do Bradesco e do Itaú.

Somente o Banco do Brasil não atingiu o maior valor de PDD no período analisado. O seu PDD de 2020 foi o segundo maior, ficando atrás do valor de 2016, quando o banco registrou R$ 28,65 bilhões em provisões.

O valor de mercado dos bancos brasileiros até o fechamento de 12 de fevereiro de 2021 totalizou R$ 716 bilhões, demonstrando queda de 24,78% com relação a dezembro de 2019. No ano de 2020, a queda foi de 16,37% e em 2021 até 12 de fevereiro foi de 10,06%.

O Banco do Brasil, com baixa de 36,05%, teve a maior queda percentual de valor de mercado entre dezembro de 2019 e 12 de fevereiro de 2021. O Bradesco teve queda de 25,46% e o Itaú teve desvalorização de 23,32%, sendo seguido pelo Santander, com baixa de 17,15%.

Fonte: Infomoney

Projeto aumenta alíquotas de CSLL e Cofins para bancos

Publicado em: 11/02/2021

O Projeto de Lei 5376/20 aumenta, de 20% para 23% e de 4,65% para 10%, respectivamente, as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre instituições financeiras. O texto tramita na Câmara dos Deputados.

“Os bancos auferem lucros extraordinários no Brasil, no entanto, o que entregam à sociedade por meio da tributação não parece condizente com o que dela retiram”, justifica a autora do projeto, deputada Rejane Dias (PT-PI).

“Não podemos deixar de registrar que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu em diversos julgados a constitucionalidade de alíquotas diferenciadas para instituições financeiras”, conclui.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Proposta prevê agendamento para serviços presenciais em bancos

Publicado em: 04/02/2021

O Projeto de Lei 5559/20 exige que os bancos ofereçam agendamento, por meio de contato telefônico ou da internet, para a marcação de atendimento presencial nas agências. O texto está em tramitação na Câmara dos Deputados.

A proposta determina que o tempo de espera entre o pedido de agendamento e a marcação do atendimento presencial não seja superior a três dias úteis. Os bancos poderão ampliar o horário de funcionamento com essa finalidade.

“As instituições financeiras, embora prestem um serviço público, não têm priorizado a melhoria nas condições que oferecem para o atendimento aos seus clientes”, diz o autor do projeto, deputado Nicoletti (PSL-RR), ao justificar o texto.

Fonte: Money Times

Itaú, Bradesco, Santander ou BB: qual deles mandou bem no quarto trimestre?

Publicado em: 28/01/2021

A temporada de divulgação dos balanços do quarto trimestre de 2020 se aproxima, e os analistas começam a publicar suas estimativas. O Banco Safra, por exemplo, acaba de enviar aos clientes o relatório de projeções para o setor financeiro, assinado por Luis Azevedo e Silvio Dória.

No geral, a dupla aguarda “resultados encorajadores” dos bancos, que indicariam que “2021 seria o ano da recuperação”. Os analistas esperam a continuidade da redução das perdas com inadimplência, aceleração na concessão de crédito, puxada pelos empréstimos pessoais e para pequenas e médias empresas, e uma leve melhora nas receitas de serviços.

O Safra analisou sete bancos: Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), Santander (SANB11), BTG Pactual (BPAC11), Banco Pan (BPAN4) e Banrisul (BRSR6).

Destaques

Destes, a grande aposta é o Santander. “Destacamos o Santander com os ganhos mais fortes do 4T20 (com um ROE perto de 20% para o trimestre”, afirmam os analistas. Bradesco, Itaú e Banco do Brasil também devem divulgar “bons resultados”.

Veja, a seguir, o que o Safra espera encontrar nos balanços do quarto trimestre dos quatro maiores bancos do país.

Itaú Unibanco
Preço-alvo: R$ 37
Recomendação: outperform

O Itaú deve prosseguir sua trajetória de melhora dos resultados, na comparação com o trimestre imediatamente anterior. O lucro líquido projetado é de R$ 5,6 bilhões, com um ROAE (retorno sobre o patrimônio líquido médio) de 16,8%. A crise, contudo, deve pesar na comparação com um ano atrás.

Bradesco
Preço-alvo: R$ 35
Recomendação: outperform

O Bradesco deve apresentar uma “sólida recuperação dos ganhos”, com crescimento de 13,5% sobre o terceiro trimestre. O resultado refletiria as menores perdas com inadimplência, embora, na comparação com 12 meses atrás, as provisões ainda sejam maiores. O Safra estima um lucro líquido ajustado de R$ 5,7 bilhões e ROAE de 16%.

Santander
Preço-alvo: R$ 51
Recomendação: outperform

A subsidiária do banco espanhol será o destaque da temporada, segundo o Safra, com um ROAE projetado de 20,3%, e um lucro líquido de R$ 3,93 bilhões. A cifra é 5,4% maior que a do mesmo período de 2019.

Banco do Brasil
Preço-alvo: R$ 56
Recomendação: outperform

Dos quatro grandes bancos do país, o BB é o que deve apresentar os resultados mais modestos. O Safra prevê uma ligeira melhora em relação ao terceiro trimestre, na esteira de pequenos avanços da carteira de crédito, das receitas de serviços e das perdas com inadimplência. O lucro líquido calculado é de R$ 3,84 bilhões, com ROAE de 12,4%.

Fonte: Money Times

 

Bancos brasileiros preveem expansão de 7% no crédito em 2021

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Diante da pandemia do novo coronavírus, diversos incentivos financeiros foram concedidos a empresas, para que a economia continuasse em movimento, na tentativa de evitar efeitos ainda mais intensos de uma crise econômica no país. Em 2020, o crédito para as empresas registrou crescimento em quase todos os setores da economia.

De acordo com números do Banco Central (BC), até o mês de novembro, a busca por empréstimos cresceu em 38 segmentos.

No mesmo período de 2019, houve procura em apenas 14 segmentos. Ao olhar para o acumulado de janeiro a novembro de 2020, o saldo de crédito para pessoas jurídicas teve alta de 19,9%, para R$ 1,75 trilhão.

Essa injeção de liquidez promovida pelo BC no começo da crise levou as companhias ao mercado de crédito.

Contudo, a maior parte dos empréstimos ficou com grandes empresas, e, em março, as maiores companhias já tinham absorvido 88% dos R$ 93 bilhões de expansão do crédito para pessoas jurídicas no mês.

Dessa forma, esse cenário deixou as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) com apenas R$ 11 bilhões em recursos.

Mudanças e expectativas para 2021

Apesar da chegada da vacina contra a Covid-19, a crise ainda não passou, e a economia continua precisando de estímulos para continuar se movendo.

Portanto, para este ano, os bancos preveem uma expansão de 7% no crédito, conforme a Pesquisa Febraban de Economia Bancária, realizada entre os dias 17 e 21 de dezembro de 2020.

Essa é uma projeção mais otimista que a feita em novembro, quando a perspectiva era de um crescimento de 6,8% para 2021.

“Em 2020, o crédito foi o grande muro de contenção para evitar o colapso da economia, e a pesquisa confirma que em 2021 as concessões tendem a continuar estimulando a atividade”, declara o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

Em relação ao desempenho da economia nacional em geral, profissionais de ciências contábeis, analistas e especialistas do cenário econômico demonstram incertezas, devido ao quadro fiscal, redução de estímulos e possibilidade da adoção de novas medidas de distanciamento social.

Ao mesmo tempo, ainda há uma parcela otimista que aguarda um cenário de retomada, motivado especialmente pela vacina, melhoria na questão fiscal e juros baixos.

Fonte: Money Times

Para melhor relacionamento, bancos apostam em novo modelo para agências

Publicado em: 18/12/2020

Nem parece banco. A porta giratória sumiu. O caixa, também. O cafezinho com o gerente continua existindo, mas em alguns casos ele é servido por um barista. Em busca de um melhor relacionamento com os clientes e de reduções de custos de até 40%, os bancos têm adotado um novo modelo de agências. Nele, saem de cena as transações e as filas e entram os serviços de assessoria.

Esse processo já vinha em curso, mas a pandemia deu força a ele. O movimento nas agências caiu mais de 70% nesse período, e não há nenhuma indicação de que voltará ao que era. Durante a crise do coronavírus, os canais digitais chegaram a representar 74% das transações de pessoas físicas, segundo a Febraban. Porém, há instituições financeiras em que internet banking e mobile banking já somam 98% das operações, caso do Bradesco.

Na pandemia, movimento nas agências caiu mais de 70%, e não há nenhuma indicação de que ele voltará ao que era. “Há uma necessidade de renovação sem perder o conceito de presença. Entendemos isso como a integração do físico com o digital”, afirma João Carlos Gomes, diretor-executivo do Bradesco.

O banco da Cidade de Deus (SP) anunciou em outubro um amplo programa de reestruturação da rede física, que contempla o fechamento de 400 agências e a conversão de outras 700 em unidades de negócios neste ano e um número ainda não revelado em 2021. Estas são estruturas mais enxutas, sem boca de caixa, voltadas a negócios e relacionamento com clientes. Na prática, serão postos de atendimento que ficarão ligados a uma agência maior na mesma região – onde, aí sim, continuarão sendo realizadas transações financeiras.

Quando apresentou o desenho, em outubro, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., afirmou que a estrutura permite diminuir de 30% a 40% os custos dessas agências. A maior economia vem do fato de que o manejo de numerário deixa de existir, o que diminui gastos com logística, tesouraria e segurança.

As unidades de negócios ainda devem passar por uma mudança de visual e, em algumas localidades, a ideia é que também promovam palestras sobre educação financeira, economia e outros temas relacionados. Com isso, afirma Gomes, o objetivo é estreitar o relacionamento com clientes.

Há mais tempo nesse processo, o Santander passou a chamar suas agências de lojas. “São mais um ambiente de convivência do que um lugar que se pareça com uma agência clássica”, afirma Ede Viani, vice-presidente de tecnologia e operações do banco.

Das 2.168 agências que o Santander tinha no fim do terceiro trimestre, cerca de metade estava equipada com redes WiFi, com o objetivo de permitir que os gerentes ajudem os clientes a fechar suas transações por meio do aplicativo do banco. Em algumas unidades, há também uma cafeteria dentro das lojas, com a intenção de que sejam usadas como espaços de convivência. No Work/Café, com seis unidades em São Paulo e no Rio, os clientes podem reservar salas de reuniões para usar num esquema de coworking.

No ano passado, o Banco do Brasil (BB) também anunciou a conversão de 333 agências em postos de atendimento, enquanto outras 634 tiveram o status reduzido. Esses locais se organizam em torno do que a instituição chama de agências “hub”, que funcionam como estruturas mais completas. As operações de backoffice também foram retiradas da rede física e passaram a se concentrar nas áreas administrativas, de forma que as equipes das agências se dediquem apenas a fazer negócios.

As mudanças também vislumbram uma melhoria de imagem. Ir a uma agência bancária no Brasil costuma ser uma experiência ruim, com a chateação de passar pelas portas giratórias e, muitas vezes, filas demoradas.

Por isso, o processo de conversão de agências tem sido muitas vezes acompanhado da adoção das chamadas caixas recicladoras – terminais de autoatendimento em que o dinheiro depositado é o mesmo usado para saque. O custo desses equipamentos é maior que o de um ATM convencional, mas a logística do numerário fica com o prestador de serviços e não com o banco, que dessa forma não precisa manter uma tesouraria no local. Sem cofre do lado de dentro, as agências podem abrir mão das portas giratórias.

Com a disseminação dos recicladores, cenas como as tentativas de assalto vistas há duas semanas em Criciúma (SC) e Cametá (PA) também tendem a se tornar mais raras, já que passa a haver bem menos dinheiro nas agências bancárias.

De acordo com Viani, o Santander já usa recicladores em cerca de 400 unidades e tem a expectativa de adotá-los em mais 200 no próximo ano. O Bradesco também está encampando esse modelo, que ajuda a melhorar a experiência, afirma Gomes.

O novo modelo tem levado à redução dos espaços físicos e, em muitos casos, do pessoal alocado nas agências. E a despeito do que defendem os entusiastas das fintechs e dos bancos digitais, a rede física parece longe de ser extinta. No fim de outubro, o país contava com 19.553 agências e 18.489 postos de atendimento, de acordo com dados do Banco Central (BC).

“Os clientes ainda buscam aconselhamento nas agências e muitas vezes querem tratar de forma presencial operações mais complexas, como o crédito consignado, mesmo elas estando disponíveis nos canais digitais”, afirma Gomes, do Bradesco.

“Acreditamos em distribuição física, especialização e conveniência”, diz Viani, do Santander. “Não achamos que tudo é digital.”

Embora haja fechamento de agências nos grandes centros urbanos, em alguns casos ainda há expansão da rede física. O Santander, cuja estrutura de atendimento é menor que a dos concorrentes, ainda vê espaço para ampliar sua presença física no Centro-Oeste, no Norte e no Nordeste. Nesse processo de interiorização, a aposta é nas chamadas lojas especializadas. O banco já tem 50 lojas voltadas ao agronegócio e planeja chegar a cem. Também há planos de ampliar os locais focados no microcrédito e na clientela de alta renda.

A Caixa também ampliou sua rede, com o objetivo de cobrir todo o território brasileiro. O número de agências se manteve praticamente estável neste ano em 3.372 unidades, mas o banco reforçou a presença por meio de correspondentes bancários, que são 8.591, e postos de atendimento (784 no total). O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirma que a presença física é essencial para a instituição financeira, tanto por ser a distribuidora de benefícios sociais do governo quanto pelo perfil dos clientes que atende.

Segundo Guimarães, as agências são em geral rentáveis por causa da estratégia do banco de financiar prefeituras, da receita oriunda dos programas de habitação popular e da clientela atraída por meio dos programas benefícios sociais. Por isso, a instituição vem buscando racionalizar a rede em localidades em que existe mais de uma agência e abrir unidades especializadas no atendimento a pequenas e médias empresas, mas não há urgência para reduzir a rede física.

A instituição também está incrementando as operações disponíveis na rede de lotéricas, que soma quase 13 mil unidades com potencial para a venda de produtos do banco. A estratégia é aliar o uso do Caixa Tem a essa estrutura, principalmente em municípios onde não há agência. “Com o aplicativo, dá para fazer várias coisas na lotérica sem que os lotéricos tenham acesso aos sistemas do banco”, diz Guimarães.

O Bradesco, por sua vez, também pretende ampliar o uso de sua rede de correspondentes, a Bradesco Expresso, que soma cerca de 40 mil pontos. São, em geral, pequenos lojistas que oferecem serviços bancários dentro de seus estabelecimentos. O banco tem atraído cerca de 6 mil novos participantes a cada ano. De acordo com Gomes, esse canal já é responsável por mais de 30% das aberturas de contas e ofertas de cartões de crédito e consignado. “Agora estamos levando isso para o mundo digital. O correspondente vai ter um QR Code para vender produtos aos clientes”, afirma.

Maior banco do país, o Itaú Unibanco não detalhou os planos para sua rede de agências. Por meio da assessoria de imprensa, informou que está “avaliando mais de um movimento relevante nesse contexto, novamente com foco no cliente e nas transformações digitais pelas quais já temos passado”. De acordo com o banco, o modelo também beneficiará os funcionários, “com foco em modernização e no futuro do trabalho”.

Fonte: Sincafsp

Projeto facilita acesso a crédito em bancos públicos durante a pandemia

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O Projeto de Lei 4528/20 dispensa bancos públicos de uma série de exigências legais relacionadas à concessão de crédito a empresas e pessoas físicas enquanto durar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia de Covid-19.

Conforme a proposta, as medidas não se aplicam a operações de crédito baseadas em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O texto, que já foi aprovado pelo Senado tramita agora em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

O projeto original, de autoria do senador Paulo Rocha (PT-PA), foi aprovado naquela Casa na forma de um substitutivo do relator, senador Plínio Valério (PSDB-AM), que incorporou ao texto dispositivos de outro projeto (PL 4558/20), de autoria do líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que, por sua vez, aproveitou trechos da Medida Provisória 958/20, que perdeu a validade em agosto sem ter sido votada no Congresso.

“As medidas sanitárias trouxeram, e ainda trazem, impactos imensuráveis, em razão da restrição ao funcionamento de empresas dos mais variados ramos e pela redução da circulação de mercadorias e pessoas, restando a adoção de iniciativas voltadas à preservação das companhias”, sustenta Rocha.

Entre os documentos que podem deixar de ser exigidos pelos bancos na hora de conceder ou renegociar empréstimos com pessoas físicas e empresas estão:

  • certidões negativas de tributos federais e de inscrição em dívida ativa da União;
  • certidão de quitação eleitoral;
  • comprovante de entrega da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS);
  • comprovante de quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);
  • certidão negativa de débitos com a Previdência Social;
  • Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); e
  • certidões negativas de débitos com operações de créditos envolvendo recursos de fundos constitucionais ou captados por meio de caderneta de poupança.

​O texto dispensa ainda os bancos públicos de consulta prévia ao Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).

Relatórios

A fiscalização de novos contratos de empréstimo e renegociações firmados com base nos termos do projeto será feita por meio de relatórios enviados trimestralmente pelas instituições financeiras à Receita Federal e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), nos quais devem constar, no mínimo, os beneficiários, os valores e os prazos envolvidos na contratação.

Por fim, a proposta suspende ainda a exigência de contratação prévia de seguro para os veículos adquiridos por meio de penhor.

Fonte: Federação Baiana de Hospedagem

 

Bancos fecham agências no Brasil no maior ritmo em três anos

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Os bancos brasileiros estão fechando agências no ritmo mais rápido em três anos, com as medidas de restrição por causa da Covid-19 forçando os clientes a usarem mais serviços pela internet ou telefone e a competição com as fintechs se intensificando. Os executivos do setor dizem que mais está por vir.

“A gente já vinha notando um aumento no uso de canais digitais, mas na pandemia mesmo quem não queria teve que usá-los, e aparentemente está gostando,” disse Renato Lulia Jacob, diretor de relações com investidores do Itaú (ITUB4) Holding SA, em entrevista. “Agora que as agências estão abertas novamente, não temos visto os clientes voltando para lá.”

Os bancos fecharam 1.444 agências no Brasil nos 12 meses até novembro, 78% a mais que nos 12 meses anteriores, no maior corte desde 2017, de acordo com dados do Banco Central compilados pela Bloomberg.

As agências, antes essenciais para o varejo bancário no Brasil, estão se tornando um fardo caro diante da competição com as fintechs.

A pandemia acelerou a tendência, pois os clientes ficam mais em casa e os bancos têm de arcar com novos custos para equipar suas instalações para cumprir protocolos de segurança contra o vírus. O Brasil tem o segundo maior índice de mortalidade de Covid-19 do mundo.

“Talvez você não precise de agências com todos os serviços que elas têm hoje,” disse Jacob. “Temos de repensar todo o processo de distribuição de produtos em um banco.”

Entre os cinco maiores bancos, o Banco Bradesco (BBDC4) foi o mais agressivo nos 12 meses até setembro, fechando 772 agências, seguido pelo Itaú com 203, segundo os balanços dos bancos.

O Bradesco já está transformando sua rede de agências, segundo Nathan Dean, analista da Bloomberg Intelligence. “Eles têm essa ideia de agências satélite – menores, com uma ou duas pessoas”, disse Dean.

Os cortes de empregos estão chegando quase tão rápido. Os bancos cortaram 26% a mais vagas nos 12 meses até setembro em comparação com a média de 2013 a 2019, segundo dados do Ministério da Economia compilados pelo sindicato dos bancários. O Banco Santander (SANB11) lidera a lista, cortando 4.335 empregos, de acordo com seu balanço.

O Itaú foi o único banco com aumento no quadro de funcionários. Mais de 2.000 pessoas se juntaram à sua equipe de tecnologia, incluindo as vindas da Zup I.T. Serviços em Tecnologia e Inovação Ltda., empresa adquirida pelo banco, disse Jacob. Após cortes em outras áreas, as vagas adicionadas no Itaú em 12 meses até setembro foram de 736, segundo seu balanço.

“Expandimos nossos investimentos em tecnologia em 40% este ano em comparação com 2019”, disse Jacob. “Neste negócio, temos licença para matar: podemos gastar o quanto quisermos.”

A ameaça das fintechs até agora tem se limitado a produtos específicos, como cartões de crédito, onde houve “uma perda importante de participação de mercado” dos maiores bancos, disse Jacob. Mas as grandes instituições financeiras ainda dominam em outras áreas, incluindo crédito, disse ele.

Ainda assim, será difícil manter margens de lucro no futuro, então cortar custos é “uma questão de sobrevivência” para os bancos, disse ele.

Antes da pandemia, o Itaú abria em média 250 mil a 270 mil novas contas por mês por meio de canais eletrônicos. No segundo trimestre, o número atingiu o recorde de 645 mil, antes de cair para 512 mil no terceiro trimestre, segundo o banco com sede em São Paulo.

O oposto acontece com o seguro, que é um produto vendido principalmente durante as visitas a uma agência tradicional, disse Jacob.

O Brasil tinha 19.352 agências bancárias em novembro, 4.115 a menos do que em quatro anos atrás.

O Banco do Brasil (BBAS3) controlado pelo governo brasileiro, aumentou em 67 o número de agências nos 12 meses até setembro. Já a Caixa Econômica Federal, outro grande banco estatal, cortou apenas duas agências, mas eliminou 3.896 empregos no período.

Os bancos brasileiros investiram R$ 24,6 bilhões em tecnologia no ano passado, mas os ganhos com esses investimentos não foram distribuídos igualmente com funcionários e clientes, segundo Juvandia Moreira, presidente do Contraf/CUT, o sindicato nacional dos trabalhadores do setor financeiro.

“Gostamos da tecnologia também, não somos contra ela, mas queremos que os lucros obtidos sejam compartilhados com a sociedade, incluindo funcionários de bancos e clientes”, disse Juvandia em entrevista. “As tarifas bancárias ainda são muito altas, enquanto os clientes são obrigados a fazer auto-atendimento em plataformas digitais ou a esperar em filas enormes, enquanto os funcionários ficam sobrecarregados.”

Os bancos eliminaram mais de 72.500 empregos de 2013 a setembro deste ano, disse o sindicato dos bancários, usando números do Ministério da Economia.

Isso se compara a mais de 40.000 pessoas que começaram a trabalhar em startups do setor financeiro no Brasil desde 2015, segundo o Relatório Distrito Fintech 2020.

Os bancos estão focados em aumentar sua tecnologia e isso não é somente uma questão de economia de custos que ela gera, disse Dean, da Bloomberg Intelligence. “Os bancos querem ter certeza de que estão abraçando a ideia da tecnologia”, disse ele. “É mais uma questão de estratégia – que tipo de banco queremos ser daqui a três ou cinco anos.”

Fonte: Money Times

 

Bancos fecharam 1.444 agências em um ano, aponta levantamento

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Levantamento realizado pela agência de notícias norte-americana Bloomberg junto ao Banco Central, divulgado hoje (16), constatou que os bancos brasileiros estão fechando agências em ritmo mais rápido em relação aos últimos três anos. Um total de 1.444 agências foram fechadas no País, de novembro de 2019 a novembro deste ano. Também tem sido grande o número de profissionais demitidos nos últimos anos.

O levantamento chamou a atenção para a situação da Caixa Econômica Federal. A entidade, na contramão da tendência de encerramento e atividades de agências, fechou apenas duas delas, mas por outro lado eliminou 3.896 empregos no mesmo período.

Para a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) o déficit de trabalhadores desse banco público coloca em risco a capacidade e qualidade da assistência à sociedade.

Conforme cálculos da Federação, feitos até 20 de novembro, esse déficit no quadro de pessoal da Caixa supera 17 mil profissionais (o banco conta atualmente com 84,2 mil empregados. Tinha 101,5 mil trabalhadores em 2014).

De acordo com o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, o desligamento de tantos trabalhadores sem uma indicação do banco para a contratação de novos empregados, “além de piorar as condições de trabalho, pode prejudicar o atendimento à população, especialmente neste momento de pandemia”.

Recentemente, a Caixa reabriu o seu Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Para Takemoto, essa reabertura, logo após o início de uma reestruturação, sem nenhum planejamento, “parece ter como único intuito pressionar os empregados a aderirem ao programa”, ressaltou.

A questão também chama a atenção por conta do atendimento social feito pela Caixa. Além de ser responsável pelas principais linhas de financiamento habitacional do país, o banco 100% público é responsável pela gestão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), bem como o pagamento do Bolsa Família e de benefícios diversos – como aconteceu mais recentemente com o auxílio emergencial.

“Com o pagamento do auxílio, a Caixa mostra mais uma vez ao país a importância de ter uma empresa pública forte e voltada para o desenvolvimento social e econômico dos brasileiros”, destacou o dirigente da Federação. “Os trabalhadores da Caixa estão na linha de frente da crise sanitária, mantendo o atendimento de um serviço essencial à população e enfrentando diariamente os riscos da exposição ao vírus. Extrapolam o horário, têm trabalhado aos sábados, numa rotina estressante”, acrescentou ele.

Pandemia e fintechs

Os dados do Banco Central divulgados pela Bloomberg também mostraram que um dos fatores apontados para o corte de agências, na opinião de vários representantes de instituições financeiras, tem sido o impacto das medidas de restrição por causa da Covid-19, que obrigam clientes a usarem mais serviços pela internet ou telefone. Contribuiu, também, a competição crescente das agências bancárias com as fintechs (nome dado às empresas de base tecnológica que atuam para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro).

Por meio desse mesmo levantamento, ficou constatado que entre os cinco maiores bancos brasileiros, o Bradesco SA foi o mais agressivo nos 12 meses até setembro, fechando 772 agências. Foi seguido pelo Itaú com 203 agências fechadas, segundo balanços das duas instituições.

Também em relação a cortes de empregos o crescimento foi grande. Os bancos cortaram 26% a mais de vagas nos 12 meses até setembro, em comparação com a média de 2013 a 2019, segundo dados do Ministério da Economia compilados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo.

O Banco Santander SA lidera a lista. Lá foram cortados 4.335 empregos, de acordo com seu balanço. Já o Itaú foi o único banco com aumento no quadro de funcionários. Mais de 2.000 pessoas se juntaram à sua equipe de tecnologia, incluindo as vindas da Zup I.T. Serviços em Tecnologia e Inovação Ltda. – empresa adquirida pela instituição financeira.

Para se ter ideia, após cortes em outras áreas, as vagas adicionadas no Itaú em 12 meses até setembro foram de 736, segundo seu balanço. Antes da pandemia, o Itaú abria em média 250 mil a 270 mil novas contas por mês, por meio de canais eletrônicos. No segundo trimestre, o número atingiu o recorde de 645 mil, antes de cair para 512 mil no terceiro trimestre.

Em sentido contrário a esse movimento de fechamento de agências, além da Caixa, destacou-se também o Banco do Brasil, que aumentou em 67 o número de agências nos 12 meses até setembro.

Desempregos em alta

No quesito desemprego, os dados divulgados pela Bloomberg mostram que, no período entre 2013 até novembro passado, os bancos eliminaram mais de 72.500 empregos, segundo estudos realizados a partir de números oficiais do Ministério da Economia.

Isso se compara a mais de 40.000 pessoas que começaram a trabalhar em startups do setor financeiro no Brasil desde 2015. Somente a Caixa Econômica, eliminou 3.896 empregos nos últimos 12 meses.

A avaliação do presidente da entidade, Sergio Takemoto, é de que no caso dos bancos públicos, as demissões acontecem porque o Executivo não tem compromisso com os trabalhadores. “Em outros países, o Governo Federal não deixaria empresas lucrativas demitirem”, frisou ele.

Cumprindo a missão

Em relação aos empregados da Caixa propriamente, Takemoto contou que 70% deles estão trabalhando em sistema de home office neste período de pandemia e se empenhado para levar um bom trabalho para a população.

Ele também parabenizou os empregados da Caixa, que segundo destacou, “estão cumprindo corretamente com a missão do banco público que é atender a população mais carente”.

Já a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira Leite, criticou o fato de os bancos brasileiros terem investido R $24,6 bilhões em tecnologia no ano passado e não terem distribuído igualmente esses investimentos com funcionários e clientes.

“Gostamos da tecnologia também, não somos contra, mas queremos que os lucros obtidos sejam compartilhados com a sociedade, incluindo funcionários de bancos e clientes”, disse Juvandia.

De acordo com a representante da Contraf, as tarifas bancárias ainda são muito altas, enquanto os clientes “são obrigados a fazer autoatendimento em plataformas digitais ou a esperar em filas enormes, deixando os funcionários sobrecarregados”.

Fonte: Portal Recontaaí

BB e Nubank são os melhores bancos digitais do país segundo o iBest

Publicado em: 10/12/2020

Após um hiato de mais de uma década, o Prêmio iBest, considerado uma das principais premiações da internet brasileira, voltou em 2020 para eleger as melhores empresas em mais de 50 categorias.

A iniciativa leva em conta duas votações paralelas: uma popular e outra feita por um júri de especialistas da Academia iBest. Como critério de qualificação para ambas, os dez finalistas (os iBest Top 10) são definidos com base em um algoritmo proprietário, que calcula a presença e o engajamento nas principais redes sociais. Foi a partir dessa lista que o público e o júri de especialistas escolheram as iniciativas digitais que considera as melhores de cada categoria.

O BB Digital, do Banco do Brasil, foi apontado como o melhor Banco Digital do Brasil segundo a votação popular. A disputa foi com o Banco Inter e o Nubank na votação popular. Já na eleição da Academia, o vencedor foi o Nubank, que concorreu com Banco Inter e Itaú.

“O Banco do Brasil mostrou que um grande banco tradicional pode competir e ter a melhor percepção de qualidade, mesmo em um setor com grande inovação e renovação como o bancário. Ao mesmo tempo, o Nubank, com o prêmio do júri especializado, mostrou estar preparado para o protagonismo que caminha para ter no setor”, diz Marcos Wettreich, CEO do iBest. “Este é um mercado que há décadas é concentrado em poucos players, mas que agora se encontra em um momento de transição, onde novos líderes estão sendo moldados.”

A edição deste ano registrou mais de 2 milhões de votos certificados. Para 2021, a organização diz que pretende aumentar o número de categorias e incluir uma fase de pré-votação, que começará em março e que permitirá que todas as iniciativas digitais se candidatem a ser um Top 10 Brasil.

Fonte: Forbes

Sob pressão das techs, grandes bancos remanejam estrutura para focar no cliente

Publicado em: 04/12/2020

Os grandes bancos estão repaginando suas estruturas para dar um maior foco na satisfação do cliente, o que pode – se a promessa for cumprida – representar o início do fim da era da venda somente pela geração de resultados. A mudança de postura vem em meio à pressão da concorrência com empresas que têm a tecnologia na veia, como fintechs e bigtechs. A chegada das rivais e as novas gerações colocaram os lucros crescentes e os gordos retornos em xeque, acendendo um alerta: o que trouxe os bancos tradicionais até aqui não os garantirá no futuro.

Na semana passada, o Itaú Unibanco anunciou, em evento fechado para funcionários, uma série de ajustes futuros que fará em sua rede de varejo, considerando a satisfação do cliente em várias frentes, apurou o Broadcast. As mudanças estão em estudo há cerca de dois anos e começam a ser implementadas em 2021, de forma gradual. A defesa do Itaú é de que não se move um banco de mais de R$ 2 trilhões em ativos, o maior da América Latina, do dia para a noite.

São várias ações que formam o que o banco chamou de ‘Visão Cliente’, diz um executivo, na condição de anonimato. Algumas já estão em curso como, por exemplo, a reestruturação das agências físicas. Além de menos numerosas – o banco reduziu sua rede em mais de 500 pontos de 2019 para cá -, elas estão, aos poucos, ganhando uma outra cara. O novo desenho tem como foco melhorar a experiência do cliente nesses ambientes, seja ele acostumado com a estrutura ‘de tijolos’ ou virtual.

“Os bancos começam a repensar seus modelos de negócio sob a ótica de ganhar eficiência. Os bancos de varejo tem uma rede bastante ampla. Isso precisa ser revisto para que o banco continue rentável e eficiente”, diz o diretor sênior de instituições financeiras da Fitch Ratings para América Latina, Claudio Gallina.

Dentre as mudanças previstas no Itaú, o programa de remuneração dos gerentes das agências deve ser revisto. O cálculo hoje é feito por pontos acumulados ao longo do mês conforme a venda de produtos financeiros – e as metas estabelecidas. A ideia do Itaú é, conforme duas fontes, incluir na conta também a satisfação dos clientes – hoje, elogio não rende nada para os gerentes. O programa também será rebatizado. O famoso ‘Agir’ dará lugar ao ‘Gera’.

Outro avanço tem relação com um atendimento mais omnichannel, ou multicanal, unindo os mundos físico e digital. Antes, os clientes eram divididos entre um e outro. A saída aqui foi criar o cliente ‘figital’, garantindo-lhe um melhor atendimento, independente de onde esteja, seja na agência física ou no aplicativo, por exemplo.

Para o analista da Genial Investimentos, Eduardo Nishio, a mudança com um olhar mais atento ao cliente é urgente para os grandes bancos. “Do ponto de vista do cliente, precisam melhorar a experiência. Tem muita competição vindo. As novas gerações não estão aderentes aos bancos antigos”, avalia.

Nesse sentido, o novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, decidiu criar uma nova unidade voltada à satisfação do cliente. A instituição já tinha áreas com esse foco, mas o executivo, que assumiu o comando do BB em setembro, viu a necessidade de um reforço.

“Não é só falar da experiência do cliente com uma forma simples… Eu particularmente acredito nisso. Não é a única, mas uma das boas formas de competirmos com a indústria, e com a indústria nova, que tem chegado, as fintechs, é melhorar a experiência do cliente”, enfatizou Brandão, a investidores e analistas, durante a divulgação de resultados do BB do terceiro trimestre.

Para ele, a melhora da experiência do cliente passa pela atitude dos funcionários do banco, que são quem interage com os clientes, e ainda o digital. Para tocar a nova unidade, Brandão nomeou uma mulher, a gerente executiva Emanuelle Oliveira, da diretoria de tecnologia, que se reportará diretamente a ele. Além de independente, ela relatará quais são as reais dores dos clientes dentro do conglomerado. Será uma espécie de ‘cão de guarda’ do bom atendimento.

O foco do BB não é olhar apenas de dentro para fora. O banco também quer mapear boas práticas que estão sendo adotadas no mercado para fazer uma lição de casa quando o assunto é satisfação do cliente. Segundo Brandão, estão previstas ainda mudanças na área de produtos com essa mesma visão, e também com o objetivo de ganhar sinergias entre o banco de atacado e de varejo, que devem começar a aparecer a partir do ano que vem.

“A intenção aqui é muito simples, é essa proximidade com a diretoria, o vice-presidente, a gente poder dissecar qualquer problema que tenha que ser dissecado e trabalhar com ele de uma forma com muita celeridade”, disse Brandão, na divulgação de resultados.

Além da unidade de satisfação do cliente, o novo presidente do BB também fez mudanças na ouvidoria externa, que passou a se reportar diretamente a ele. Aqui, o desafio é melhorar como se monitora a satisfação e a fidelidade dos clientes do banco, atacando diretamente na fonte. A área funcionaria como um porta-voz dos correntistas.

O mesmo movimento já foi feito pelo atual presidente do Itaú, Candido Bracher. Criada em 2005, a ouvidoria do banco está sob sua alçada desde o início do ano passado. O movimento foi um marco gestão de Bracher. No comando do Itaú desde maio de 2017, o executivo considera mais importante manter os insatisfeitos por perto, ainda que seja um trabalho mais árduo, e sempre pregou o mantra de “centralidade no cliente”.

Ele completa 62 anos nesta semana, idade limite para o presidir o banco. Será substituído pelo vice-presidente de finanças do Itaú, Milton Maluhy, em fevereiro de 2021.

Procurados, Itaú e BB não comentaram.

Fonte: Estadão

Cinco maiores bancos do país lucraram mais de R$ 53 bi em nove meses

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Os lucros somados dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander) nos nove primeiros meses de 2020 foram de R$ 53,383 bilhões. O resultado poderia ser ainda maior se não fosse o crescimento do provisionamento para o risco de créditos de liquidação duvidosa (as PDDs). Na média dos cinco bancos, o crescimento das despesas com PDD foi de 44,7%.

“Mesmo com a taxa de inadimplência muito baixa e em queda, os bancos aumentaram absurdamente o volume das provisões para cobrir os possíveis calotes. Estes valores são subtraídos do montante de lucro e prejudicam os resultados dos bancos”, explicou a economista Vivian Machado, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Mesmo após a subtração dos valores de PDD, o lucro somados dos cinco maiores bancos do país nos nove primeiros meses 2020 é próximo a tudo o que foi investido (R$ 68,7 bilhões) pelo governo federal em educação até setembro. Com a alta da PDD, a queda média de lucro dos cinco maiores bancos do país no terceiro trimestre foi de 33,7%, na comparação com o mesmo período de 2019. Mesmo assim, o lucro obtido pelos bancos, em pleno período de pandemia representa quase a metade (43%) de todo o orçamento federal de recursos para a Saúde. Se comparado aos R$ 60,1 bilhões previstos no orçamento para pagamento do Benefício de Prestação Continuada durante todo o ano, os R$ 53,383 bilhões obtidos de lucro pelos bancos em nove meses já representa 89% do valor previsto para BPC.

“Com certeza, os bancos não têm do que reclamar. Mesmo após o aumento das PDDs, eles tiveram o lucro estrondoso de mais de R$ 53 bilhões”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Em nove meses eles já lucraram mais do que todo o montante de R$ 40,6 bilhões, previsto para o pagamento do seguro-desemprego. E, repito, sem contar os bilhões de provisões para os calotes. É muito dinheiro para pouca gente”, criticou a presidenta da Contraf-CUT.

Lucros dos bancos

A Caixa Econômica obteve um lucro de R$ 7,5 bilhões, com uma rentabilidade de 12,7%. No Itaú, o lucro foi de R$ 13,1 bilhões, com rentabilidade de 14%. No Bradesco, o lucro totalizou, aproximadamente, R$ 12,7 bilhões, com rentabilidade de 12,9%. O Banco do Brasil, por sua vez, obteve um lucro de R$ 10,2 bilhões no período, com rentabilidade de 10,3%; e, por fim, o Santander alcançou um lucro de R$ 9,9 bilhões, com uma rentabilidade que alcançou os 18,5%. Cabe destacar, no Santander, o crescimento do lucro do banco no 3º trimestre em relação ao trimestre anterior, de mais de 82%. Desconsiderando a provisão extraordinária por conta do cenário futuro previsto em função da pandemia, o lucro líquido chegaria a R$ 11.651 bilhões, representando uma alta de 7,6% em doze meses.

Os cinco ativos somados totalizaram R$ 7,93 trilhões, com alta média de 17,9% em relação a setembro de 2019. Grande parte desse crescimento se deve às carteiras de crédito desses bancos. A carteira de crédito total dos cinco bancos juntos atingiu, aproximadamente, R$ 3,5 trilhões, com alta de 13,4% no período. No segmento de Pessoa Física, os itens com as maiores altas são empréstimos consignados / crédito pessoal e veículos. Para Pessoa Jurídica, o segmento das grandes empresas voltou a apresentar variações positivas significativas.
A maquiagem

Estes cinco bancos divulgaram queda nos resultados na comparação com o terceiro trimestre de 2019. O resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento médio de 44.7% do provisionamento para o risco de créditos de liquidação duvidosa (as PDDs).

“O crescimento das carteiras de crédito já apontava para um crescimento do provisionamento, mas, a perspectiva de deterioração no cenário econômico do país, com a paralização abrupta de grande parte das atividades, ao final do 1º trimestre do ano, propiciou elevações mais significativas”, afirmou a economista do Dieese.

A exceção foi a Caixa, que reduziu seu provisionamento em 7,2% em relação a setembro de 2019, totalizando R$ 8,5 bilhões. No Bradesco, as PDDs cresceram 68,9%, totalizando R$ 20,7 bilhões; no Itaú, 74,8%, chegando a R$ 24,4 bilhões; no Santander 39,2%, totalizando R$ 13,5 bilhões; e, no Banco do Brasil as despesas com PDD cresceram 31,9%, somando R$ 19,4 bilhões.

Os bancos argumentam que há uma forte expectativa, diante do cenário, de alta significativa das taxas de inadimplências para os próximos meses. No entanto, no período, ainda não se observa essa alta esperada. As taxas de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias, apresentaram queda em relação a setembro de 2019 e seguem baixas: 1,9% na Caixa; 2,1% no Santander; 2,3% no Bradesco; 2,4% no Banco do Brasil e 2,6% no Itaú.

O cliente paga a conta

As receitas com prestação de serviços e tarifas dos cinco bancos somadas, nos nove primeiros meses do ano de 2020, totalizaram R$ 100,4 bilhões. Estas receitas secundárias, que representam um valor irrisório frente ao que os bancos arrecadam com as demais transações, cobriram, com folga (exceto a Caixa), as despesas de pessoal dessas instituições, incluindo-se nessa conta o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A cobertura das despesas de pessoal, mais PLR por essa receita secundária dos bancos ficou em: 99,8% na Caixa; 130,5% no Banco do Brasil; 135,4%, no Bradesco; 163%, no Itaú; e 194,9%, no Santander.

Os cinco bancos juntos fecharam 9.499 postos de trabalho, em doze meses. O saldo foi positivo somente no Itaú, com 736 novos postos abertos, em relação a setembro de 2019, contudo, com saldo negativo em relação ao trimestre anterior (71 postos fechados). Parte disso em função da aquisição da empresa de tecnologia Zup, que contava com 1.448 trabalhadores em seu quadro no momento da aquisição e estes foram agregados ao banco. No Bradesco foram fechados 3.338 postos de trabalho, no período; no Banco do Brasil, foram fechados 1.766 postos; na Caixa, foram fechados 796 postos e o Banco Santander, por sua vez, fechou 4.335 postos de trabalho bancário em doze meses.

“Cabe ressaltar que os cinco bancos firmaram um acordo com o Comando Nacional dos Bancários de não demissão enquanto durar a pandemia e o Estado de Calamidade pública que se instaurou no país, o que parece não estar valendo mais para eles”, observou Vivian. Os dados da pandemia mostram que o país voltou a ter aumento de casos de mortes e contaminação pelo novo coronavírus e o Estado de Calamidade só se encerra, de acordo com o decreto, em 31 de dezembro de 2020.

Quanto à rede de agências, o único banco com saldo positivo foi o Banco do Brasil, com 67 agências abertas em doze meses. O Bradesco, por sua vez, fechou 772 unidades, entre setembro de 2019 e setembro de 2020, enquanto o Santander fechou 149 agências no período. No Itaú, foram fechadas 203 agências físicas no período. A Caixa fechou duas unidades. Juntos, os cinco bancos fecharam 1.059 agências no país em doze meses.

“Com as demissões e fechamentos de agências, os clientes sofrem para serem atendidos. Primeiro para encontrar uma agência, depois, precisa enfrentar filas intermináveis e os funcionários sofrem com as demissões em plena pandemia e aqueles que permanecem ficam sobrecarregados”, concluiu a presidenta da Contraf-CUT.

Fonte: Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia

 

Lucro dos bancos só volta ao normal em 2021, prevê Ágora Investimentos

Publicado em: 20/11/2020

A lucratividade dos bancos deve voltar ao níveis normais só em 2021, de acordo com a avaliação da Ágora Investimentos. “Mesmo considerando as muitas incertezas relacionadas a 2021, principalmente quanto ao risco de uma segunda onda e às perspectivas para as contas fiscais, os principais bancos do país estão otimistas com a recuperação da economia. A expectativa é que a inadimplência aumente um pouco em relação às mínimas históricas, enquanto o crédito deve continuar crescendo”, afirmou a corretora.

De acordo com eles, o crescimento acontecerá principalmente por uma expectativa de crescimento do crédito no segmento de varejo, que deverá se balancear com uma acomodação da carteira de pessoas jurídicas. A inadimplência deve ficar em patamares próximos a 4% ante os atuais 2,6%.

O bom momento deve se traduzir em pagamentos de dividendos mais altos, na visão da Ágora. Com isso, a visão é muito positiva para o futuro dos bancos.

Fonte: Money Times

 

Maiores bancos do país fecham mil agências e cortam 11 mil vagas em 2020

Publicado em:

Com a pandemia acelerando a digitalização em diversos setores, uma tendência ganhou impulso entre os bancos privados brasileiros: o encerramento de agências. Só em 2020, cerca de mil pontos de Itaú, Bradesco e Santander fecharam as portas, resultando na demissão de 11 mil funcionários. Trata-se de uma forte aceleração grande em relação ao ano passado, quando esses mesmos bancos encerraram 430 agências e cortaram 7 mil vagas.

Além de reduzir a quantidade de espaços ociosos, à medida que eles se tornam cada vez menos necessários, os bancos também têm feito um esforço para usar essa presença física para prestar um serviço ao cliente. O Santander, por exemplo, já tem espaços com coworkings e café, enquanto o Bradesco agora vê as antigas agências de outra maneira, passando a classificá-las como unidades de negócio.

No segundo maior banco privado do País, essa é uma tendência que deve ganhar força. Segundo o diretor executivo e de relações com investidores do Bradesco, Leandro Miranda, 500 das 700 conversões previstas para 2020 já foram realizadas. A grande diferença desse modelo é a inexistência do caixas, o que reduz, segundo o Bradesco, os custos em 30% a 40% em relação a uma agência convencional, especialmente no quesito segurança.

O Santander anunciou recentemente que vai criar um ambiente de convivência nos estacionamentos de suas agências, em parceria com seu portal automotivo Webmotors. Além de pontos de encontro para venda de carros, os estacionamentos poderão receber opções de lazer e alimentação, como food trucks. O desenho permite até academias de pequeno porte.

O banco Itaú também vem fechando agências, mas, em nota, disse que ainda vê a relevância da relação presencial. “É evidente a transformação tecnológica recente e a procura cada vez maior pelos canais digitais, mas nossa rede física de agências segue cumprindo um papel muito relevante (…) como um espaço mais humanizado de relacionamento e consultoria”, afirmou a instituição financeira.

Coordenador do curso de economia da Fundação Getúlio Vargas, Joelson Sampaio lembra que os bancos já vinham trabalhando na otimização das agências físicas mesmo antes da recente onda de digitalização. Ele lembra que, anos atrás, uma onda de consolidação de bancos no País fez com que o mesmo banco ficasse com um número excessivo de pontos. Ele ressalta, porém, que as pessoas mais velhas, que muitas vezes têm dificuldade com o mundo digital, ainda contam com a existência das agências.

Pesquisa de 2019 do Instituto QualiBest mostrou que 81% das pessoas considera importante a existência de agências físicas, mesmo que a frequência das visitas seja baixa. Cerca de 70% dos entrevistados disseram que vão cerca de uma vez por mês a uma agência física.

Bancos públicos

Entre as instituições estatais, o Banco do Brasil tem seguido de perto a tendência de Itaú, Santander e Bradesco. Nos 12 meses encerrados em setembro, o BB fechou 227 agências, enquanto abriu 56 pontos que classifica como unidades especializadas.

Já a Caixa Econômica Federal vê necessidade de uma rede presencial mais robusta. Ainda que o Caixa Tem, aplicativo de celular usado para distribuição do auxílio emergencial, seja um passo em direção à digitalização, o banco não tem seguido a tendência de encerramentos. Ao fim do primeiro semestre, a Caixa tinha 53,7 mil pontos de atendimento, número praticamente estável em relação ao mesmo período de 2019.

“Por sua função de repassadora de benefícios do governo à população, a atuação da Caixa exige a manutenção de agencias, especialmente para pessoas de regiões onde o acesso à tecnologia é menor”, diz o professor de finanças da FGV-Eaesp, Rafael Schiozer. Entretanto, ele acredita que, à medida que o acesso ao digital entre a população aumente, a Caixa também acelere a revisão de espaços físicos. “A médio e longo prazo isso deve acontecer, haja vista a capacidade que o banco teve de distribuir o auxílio emergencial por meio de aplicativo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Infomoney

 

 

Metade dos consumidores diz não precisar mais de bancos para pagar contas

Publicado em: 05/11/2020

Quase metade (48%) dos consumidores afirma que não precisa de um banco para pagar seus boletos. Os dados são de um levantamento feito pela consultoria Consumoteca, com 2.000 pessoas de todo o país e de diferentes classes sociais.

Ainda segundo o estudo, considerando as diferentes faixas etárias, a percepção de independência de um banco para o pagamento de contas está mais presente entre os consumidores de 40 a 54 anos (conhecidos como geração X), com 50% das afirmações. Entre os millenials (de 25 a 39 anos) e os consumidores da geração Z (entre 18 e 24 anos), essa percepção cai para 47%.

A pesquisa foi feita às vésperas do lançamento do Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central que possibilitará mandar dinheiro para outra pessoa ou empresa de maneira instantânea e independente de qual for a instituição de recebimento.

As transações poderão ser feitas 24 horas por dia, sete dias por semana, e acontecerão de maneira gratuita para pessoas físicas e microempreendedores individuais.

Segundo o antropólogo e sócio da Consumoteca, Michel Alcoforado, os dados da pesquisa apontam que o consumidor brasileiro não está necessariamente preocupado com o fato de estar ou não usando um banco para fazer transações ou pagamentos.

“O cliente quer transacionar o dinheiro, fazer pagamentos e resolver os seus problemas, independente de estar ou não usando um banco para isso. E esse é um movimento que tende a se intensificar ainda mais com a chegada do Pix, uma vez que o novo sistema vai desmaterializar a fronteira do que é ou não uma instituição financeira”, afirmou à reportagem.

“O Pix é o primeiro passo para consolidar outros participantes do mercado, as grandes varejistas por exemplo, como marketplaces de produtos financeiros e até mesmo para impulsionar um movimento muito forte de carteiras digitais.”

Os consumidores, no entanto, ainda sentem receio quando o assunto é transferência de dinheiro. Segundo o levantamento, apenas 38% dos entrevistados afirmam que não precisam de um banco para fazer esse tipo de transação.

“O grande desafio ainda é nas transferências, principalmente porque são necessárias diversas informações, como CPF, banco, agência, nome e conta corrente. Isso sem contar o custo em torno de R$ 10 para quem não paga o pacote de serviços que a instituição oferece”, afirmou Alcoforado.

Outro estudo da Consumoteca, feito a pedido do Carrefour Brasil, aponta que entre aqueles que se declaram desbancarizados -ou seja, que não possuem conta corrente ou poupança em nenhuma instituição financeira-, 26% afirmam que as cobranças de taxas e de juros são os principais motivos que os mantêm fora do sistema financeiro.

O medo de se endividar aparece em segundo lugar, com 18% das respostas, seguido por problemas com serviços bancários no passado, ausência de renda para movimentação e a preferência pela utilização do dinheiro em espécie, todos com 16%.

O presidente do Banco Carrefour, Carlos Mauad, também afirma que o Pix tende a encurtar o caminho dos desbancarizados rumo ao sistema financeiro.

“Um dos principais benefícios do novo modelo é a diminuição de intermediários dentro de uma mesma transação e, consequentemente, a redução de custos para realizá-la, o que atende diretamente às necessidades desse consumidor”, afirmou.

Ainda segundo a pesquisa feita a pedido da varejista, quase metade (48%) dos entrevistados também afirmou que topariam ter conta em alguma instituição financeira caso tivessem a possibilidade de obter crédito pré-aprovado ou caso não precisassem pagar nenhuma taxa.

Para Mauad, do Carrefour, a chegada do Pix e do open banking -previsto para estar completamente implementado ao final de 2021- são oportunidades para todo o varejo, seja no crédito ou no consumo.

“Exatamente pelo aumento da oferta e pela redução de custos e taxas, a tendência é que o crédito também se torne mais acessível com a chegada no novo modelo de pagamentos. Os dados mostram que há uma fatia dos brasileiros disposta a retornar ao sistema financeiro e cabe ao mercado compreender e criar soluções que verdadeiramente ajudem esse público”, afirmou.

“O Pix gera uma transformação maior da sociedade porque tudo vira transação cotidiana. Não é mais apenas a bancarização das pessoas, mas é a bancarização de tudo. Da vendinha da esquina, da loja de roupa e até do meu vizinho. Isso com certeza facilita a aproximação ao sistema financeiro dos 45 milhões de desbancarizados do país”, disse Alcoforado, da Consumoteca.

Fonte: Federação dos Bancários do Paraná

 

Demora no atendimento e falta de álcool geram multas a 16 agências bancárias

Publicado em: 30/10/2020

Fiscalização do Procon-MS encontrou irregularidades em 16 das 19 agências de 5 bancos vistoriadas em Campo Grande. As equipes constataram tempo excedente de 15 minutos para atendimento, ausência de senha com registro eletrônico e da placa indicativa para atendimento preferencial.

A fiscalização foi realizada durante toda a semana passada e o balanço divulgado nesta segunda-feira (24). Caso a multa seja mantida, o valor previsto é de R$ 50 mil, podendo chegar a R$ 100 mil em caso de reincidência.
Os fiscais também identificaram que várias agências não adotaram medidas sanitárias contra a covid-19, como a ausência de álcool gel 70% para higienização e falta de distanciamento entre os clientes.

As agências fiscalizadas foram da Caixa Econômica Federal, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Itaú. A ação culminou na autuação de 16 agências e expedição de Relatórios de Visita (quando não são constatadas irregularidades) a outras três. Da Caixa foram visitadas cinco agências das ruas Coronel Antonino, Gunter Hans, Bandeirantes, Valdês e Eduardo Elias Zahran, do Bradesco foram as da Calógeras, Bandeirantes, Eduardo Elias Zahran e Afonso Pena, enquanto do Banco do Brasil as agências da Mascarenhas de Moraes, Júlio de Castilho e Afonso Pena.

Outras duas instituições que foram alvo da fiscalização foram o Santander nas agências da rua Barão do Rio Branco e avenida Bandeirantes e Itaú na Bandeirantes e Júlio de Castilho. Com exceção do Bradesco da Calógeras, Itaú da Bandeirantes e Banco do Brasil da Coronel Antonino, todas as demais receberam autos de infração e terão prazo para defesa que, se não aceita, acarretará em multa devido às infrações encontradas.

Fonte: Campo Grande News

Justiça do Trabalho determina reintegração de bancários demitidos na pandemia

Publicado em: 22/10/2020

A Justiça trabalhista tem concedido liminares para que os bancários demitidos durante a pandemia sejam reintegrados aos seus postos de trabalho sob o argumento de que os três maiores bancos privados do país assumiram compromissos públicos de evitar demissões durante o período. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, neste ano foram distribuídos 11.087 processos trabalhistas contendo os termos pandemia e reintegração. Deste total, 417 foram contra o Santander, 283 contra o Bradesco e outras 177 contra o Itaú Unibanco.

De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), somente o Santander teria demitido 1,1 mil funcionários desde o mês de junho. Já o Itaú Unibanco teria demitido outros 130 trabalhadores desde o início de setembro. O Bradesco teria desligado outros 566 bancários somente em outubro. Segundo a presidente da Contraf, Juvândia Moreira, o volume de demissões pode ser ainda maior, uma vez que nem todas são homologadas pelos sindicatos desde que a reforma trabalhista entrou em vigor.

Ouvida pela reportagem, a advogada Cristina Stamato, do Stamato, do Saboya & Rocha Advogados Associados, ressalta que os processos pela reintegração dos trabalhadores estão lastreados no compromisso assumido pelos três maiores bancos privados do país, em reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), de que não seriam realizados cortes de pessoal durante a pandemia. “Apesar de não estar em acordo coletivo, foi assumido não só nos meios de comunicação, como nos informes aos acionistas, o que gera uma obrigação com os funcionários”, disse.

Cristina, que atua junto ao Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Nova Friburgo e o de Niterói e Região, diz ter ajuizado 32 ações de reintegração de trabalhadores, tendo obtido liminares favoráveis em seis e negativas em sete. Ela afirma que vai recorrer. Uma outra alegação é que os bancos registraram lucros mesmo durante a crise.

“De acordo com levantamento do Valor Data, com base nas demonstrações financeiras das instituições, o Itaú Unibanco teve lucro líquido de R$ 8,1 bilhões no 1º semestre de 2020. Uma queda de 41,6% do lucro obtido no mesmo período de 2019 (R$ 13,9 bilhões). O Bradesco registrou R$ 7,6 bilhões, uma queda de 40%, em relação ao 1º semestre do ano passado (R$ 12,7 bilhões), e o Santander teve R$ 6 bilhões de lucro, ante os R$ 7,1 bilhões no primeiro semestre de 2019, queda de 15,9 %”, diz a reportagem.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), porém, diz que o volume de ações entre janeiro e setembro é 47,42% inferior ao apontado no mesmo período de 2019 e que a judicialização trabalhista do setor é a menor já registrada. Ainda segundo a entidade, as ações de reintegração estão dentro da normalidade.

Fonte: Portal Brasil 247

Bancos vão perder até 8% da receita com tarifas após Pix, diz agência

Publicado em: 08/10/2020

Os bancos podem perder até 8% das receitas com tarifas por causa do Pix, novo meio de pagamento criado pelo Banco Central que entra em operação no próximo dia 16 de novembro. A estimativa é da agência americana de classificação de risco Moody’s.

Segundo a Moody’s, os bancos atualmente ganham uma taxa fixa pelo serviço de transferências de dinheiro entre contas bancárias individuais, mas o Pix não vai cobrar essas taxas de pessoas físicas.

A Moody’s destaca que as transferências por TED cresceram 31%, em média, desde 2017 no Brasil. “Com base nos dados de 12 meses até junho de 2020, estimamos que os bancos podem perder até 8% de sua receita de taxas devido à isenção da taxa de transferência do TED”, diz a agência.

A Moody’s pondera que vários bancos já desenvolveram tecnologias de pagamento instantâneo, mas contam com os participantes como seus clientes e cobram taxas de cerca de 1% sobre essas transferências. “O sistema Pix permitirá a liquidação de banco a banco, que tem um potencial de uso mais amplo do que o existente em aplicativos de pagamento instantâneo”, diz a agência.

“As instituições financeiras que oferecem o produto Pix continuarão a poder cobrar taxas de empresas que receberem ou fizerem pagamentos via Pix, mas não esperamos que isso compense taxas perdidas de transações individuais”, diz a Moody’s.

Ano passado, a receita com tarifas dos quatro maiores bancos do país com ações em Bolsa ficou na casa de R$ 35 bilhões.

Pressão sobre a margem de lucro

A Moody’s destaca ainda que o novo sistema surge em um momento em que taxas de juros baixas no Brasil e os riscos relacionados à pandemia estão pressionando as margens de lucro dos bancos. Em junho de 2020, o índice de lucro líquido dos bancos brasileiros avaliados pela Moody’s em relação aos ativos tangíveis era de 0,9%, abaixo de uma média de 1,4% durante 2017-19.

As despesas com provisionamento (reserva para eventuais calotes), que aumentaram 42% no primeiro semestre de 2020 em relação ao ano anterior, também irão pressionar a lucratividade, diz a Moody’s.

Fonte: UOL

Promessa de mais competição entre os bancos a partir de novembro

Publicado em: 01/10/2020

Novembro será um mês de muitas novidades no Sistema Financeiro Nacional. No dia 16 entra em operação o Pix, um novo meio de pagamento e transferência sem custo, que irá concorrer com os tradicionais Ted e Doc, mas com a vantagem de operar 24 horas por dia, 7 dias na semana. Já no dia 30 tem início a primeira fase do Open Banking, um sistema aberto para compartilhamento de informações de clientes com outras instituições financeiras. Espera-se com isso maior competitividade no setor. “O Open Banking é um sistema aberto para compartilhamento de informações relacionadas aos negócios financeiros, às transações dos clientes, seus dados e produtos. Tem como principal mote uma democratização do acesso às informações de uma forma rápida e segura, mas regulada pelo BC, para que ele tenha um controle do sistema”, afirma Carlos Kazuo Missao, executivo responsável pela área de Desenvolvimento de Negócios da GFT.

Segundo ele, este modelo já foi e está sendo implementado em vários países no mundo, inclusive em mercado bem mais maduros que o do Brasil. O objetivo é aumentar a concorrência e fomentar a inovação, pois a tecnologia permite que o ecossistema trabalhe de forma mais aberta, integrada, e isso abre muitas oportunidades de novos modelos de negócios.

No Brasil, o Open Banking foi dividido em quatro etapas. A primeira, prevista para 16 de novembro, aborda apenas informações que são públicas, como os canais de atendimento e os produtos e serviços dos bancos. Essas informações poderão ser trocadas pelos participantes. Já a segunda etapa, prevista para maio de 2021, haverá o compartilhamento das informações cadastrais dos clientes e as suas transações financeiras em conta corrente, poupança, cartões e outros. “Aqui sim começa a ter discussões de como fazer esse compartilhamento, como explorar modelos de negócios mais inteligentes com uso de dados dos clientes, preocupações com a segurança e com a privacidade dos dados”, afirma Missao.

“A terceira fase, para o final de 2021, será possível iniciar pagamentos através desse sistema aberto, com possibilidade de iniciar o pagamento de uma instituição através da sua plataforma, não necessariamente da plataforma da instituição alvo. Isso abre uma série de possibilidades”, diz o executivo. Já a quarta etapa versa sobre outros produtos e serviços que não estão muito claro, mas o BC tem se mostrado bastante arrojado no que tange o alcance do Open Banking no Brasil.

O Brasil tem uma população jovem, com propensão de ser um cliente digital. Inicialmente, o sistema deve mirar classes mais altas, pois as classes C, D e E têm dificuldades em explorar esse modelo. “São mais de 45 milhões de pessoas que não são bancarizadas e o Open Banking vai atender essas pessoas por meio de Fintechs que ofereçam uma conta de pagamento ou emissor de moeda digital, como eles estão se chamando. Além disso, há problema de infraestrutura, temos 70 milhões de pessoas com conexão de dados muito ruim ou sem conexão e o sistema se dará basicamente por uso de mobile. Será interessante observar como os bancos e as Fintechs vão se posicionar, que tipos de produtos serão oferecidos primeiro”, diz Missao.

Funcionamento

Estão obrigadas a participar do Open Banking instituições financeiras classificadas como S1 (porte igual ou superior a 10% do PIB ou que sejam ativas internacionalmente) e S2 (porte entre 1% e 10% do PIB). Para os demais é opcional, mas esta é uma grande oportunidade para as Fintechs, startups financeiras que usam a tecnologia como base em seus serviços.

De acordo com Missao, o cliente não pode ser tarifado por operações que estão em seu ecossistema. “Tem gente falando em monetizar por acesso ou volume de acesso, que é possível e provavelmente acontecerá, mas nós na GFT não acreditamos que os bancos vão ganhar dinheiro por cobrarem pelas informações”, diz o executivo. “A monetização será explorar novos negócios, ganhar eficiência ou gerar novas receitas de derivados dos produtos atuais. Assim haverá novas receitas e retenção dos clientes”, afirma.

Uma boa notícia é que, com maior concorrência, poderá haver queda nas taxas de juros cobradas pelos bancos, principalmente no cheque especial e cartão de crédito. “Haverá outros participantes além dos bancos tradicionais, que têm interesse em capturar essa demanda, oferecendo juros menores”, comenta Missao. “No Open Banking ele poderá puxar informações do cliente, coloca tudo isso em uma arquitetura de dados e descobrir o comportamento desse cliente, quanto paga de juros no cheque especial ou cartão. Usando sistemas de score de crédito e risco, ele poderá oferecer juros menores”, afirma.

Fonte: InforChannel

Bancos têm até 2021 para se adaptar ao modelo de operação das fintechs

Publicado em: 24/09/2020

Os bancos tradicionais brasileiros (classificados como “instituições incumbentes”) têm até novembro de 2021 para dar um salto de transformação digital que vai equiparar suas operações ao nível de abertura, flexibilidade e agilidade da nova leva de “desafiantes”, como as cerca de 800 Fintechs, insurtechs e outros negócios disruptivos na área financeira.

O prazo (considerado apertado) é definido pela Comunicação 33455/19 do Banco Central para início de pleno funcionamento do modelo compartilhado de abordagem ao cliente, o Open Banking.

Na avaliação da Flexdoc, uma empresa especializada em transformação digital e automação de fluxo de documentos bancários e não bancários, esta nova onda de mudanças representa um desafio para este setor, que tradicionalmente se caracteriza por uma infraestrutura pautada pela regulamentação e pelo fechamento dos dados.

Em um recente encontro setorial online (o Congresso CIAB Febraban), ocorrido em junho último, diretores das maiores instituições financeiras do País consideraram ousado o calendário do Bacen, mas admitiram não ter retorno a instauração no país de um modelo operacional voltado para a experiência do cliente.

A caraterística central do Open Banking está em ampliar a liberdade de escolha de serviços e a agilidade no atendimento ao cliente. Para tanto, os bancos precisam oferecer interfaces de programação abertas (APIs) para que programadores externos – sejam eles de fintechs, de empresas de varejo, telcos etc – possam criar aplicativos financeiros compatíveis com a estrutura operacional de qualquer banco.

Desta maneira, os agentes envolvidos podem compartilhar dados (autorizados) de clientes para desenvolver seu marketing analítico na venda de produtos financeiros próprios, híbridos ou de terceiros.

“Através do emprego de APIs, diversas Fintechs e bancos já oferecem produtos como a integração do fluxo de caixa com o sistema de notas fiscais eletrônicas (NF-e) para a antecipação online de recebíveis. Há também interfaces “gamificadas” para a captação de consignados ou para a compra de débitos de longo prazo, bem como calculadoras online para a venda de seguros multibandeiras”, exemplifica Eduardo Borém, diretor comercial da Flexdoc.

Corrida pelo onboarding digital

Com sua plataforma de automação de operações baseada em processamento óptico, a própria Flexdoc vem apoiando os bancos a maximizar a experiência do cliente através da automação de cadastros e registros de transações. Tudo isto realizado via captura de imagens pelo celular, dispensando a digitação de dados, o tráfego de papeis ou o comparecimento às agências.

Na ponta desse processo, a empresa disponibiliza um kit de programação para aplicações (SDK) que permite a qualquer empresa introduzir a captura de dados por câmera ou scanner em seus processos de cadastro ou preenchimento de apólices, e a interagir com tecnologias de reconhecimento inteligente nas camadas de validação, autorização e consolidação do acesso.

Uma parte expressiva dos bancos já digitalizou processos críticos, como o de compensação e custódia de cheques e boletos, abolindo o tráfego de documentos físicos e entregando a gerência para o próprio usuário remoto. Este mesmo contingente também já sincronizou as operações de retaguarda com os múltiplos canais, como agências, ATMs e internet banking.

“Mas a maioria das instituições ainda precisa correr para digitalizar suas plataformas de embarque (onboarding), de modo a eliminar procedimentos de digitação ou conferências manuais que geram atrito na operação e causam a fuga de clientes”, afirma Borém.

A tecnologia da Flexdoc torna instantâneo o onboarding dos clientes através de cadastros por imagem e com a autenticação por fatores múltiplos. Entre estes, a checagem de documentos por padrão, a conferência digital de assinatura e a comparação de registros de foto com a biometria de face obtida a partir de “selfies” tiradas pelo cliente durante o cadastro inicial.

Recentemente, a empresa disponibilizou um aplicativo denominado FlexExtractor, contendo as funcionalidades dessa jornada de registro, para ser baixado gratuitamente na AppleStore e no GooglePlay.

Segundo o Borém, com a tecnologia hoje disponível na maioria dos bancos é possível realizar atualizações rápidas, nos modelos de workflow, que possibilitam criar o ambiente de integração por APIs sem precisar abrir mão do legado, mas compatibilizando esta estrutura com o modo de processamento em nuvem.

Além de aprofundar a digitalização e a capacidade analítica para ler e cruzar dados por imagem, os bancos precisam absorver mecanismos de governança que acompanhem cada operação segundo preceitos normativos. Este é o caso das disposições da nova lei de privacidade de dados (LGPD) e a regulação KYC (Conheça o seu Cliente), que responsabiliza a instituição pela autenticidade dos cadastros.

Entre os clientes da Flexdoc estão alguns dos maiores bancos instalados no Brasil, além de empresas de seguros, telecomunicações, setor de saúde, varejo e centros de pesquisa.

Fonte: Negócios em Movimento

Bancos retomam demissões e cortes já superam 60 mil em 2020

O número de demissões em bancos em 2020 deve ser o maior em cinco anos. Após uma pausa durante as quarentenas, bancos como Citigroup e HSBC reiniciaram os cortes, levando o número bruto de demissões anunciadas para um total de 63.785 desde janeiro, de acordo com análise da Bloomberg de documentos regulatórios. Isso coloca o setor no caminho para ultrapassar as quase 80 mil demissões divulgadas no ano passado, a maior retração desde 2015.

Mais de 30 bancos – da Europa, América do Norte, Ásia e África – estão por trás das reduções planejadas. O total real deve ser maior porque muitos bancos demitem funcionários sem divulgar os planos.

Bancos citam a necessidade de reduzir despesas para compensar o custo do aumento da inadimplência durante a pandemia, bem como despesas para cumprir regulamentações mais rígidas e investir em tecnologia digital.

O total de cortes de empregos divulgados desde o início de 2014 agora é de cerca de meio milhão. Para efeito de comparação, o JPMorgan Chase, maior banco dos Estados Unidos, empregava 256.710 pessoas no fim de junho.

O Citigroup disse nesta semana que vai retomar as demissões, seguindo os passos de rivais como Deutsche Bank e HSBC, que reiniciaram os cortes em maio e junho. As demissões no Citi afetarão menos de 1% da força de trabalho global, que era de cerca de 204 mil no fim do segundo trimestre.

Bancos com sede na Europa, que não se recuperaram da crise financeira de 2008 tão rapidamente quanto os dos Estados Unidos, respondem pela maior parte dos cortes de empregos anunciados. O movimento é impulsionado em grande parte pelo HSBC, que em fevereiro anunciou que reduzirá a força de trabalho em 35 mil pessoas como parte de um plano para cortar US$ 4,5 bilhões em custos em unidades de baixo desempenho nos EUA e na Europa.

Com a pandemia semeando incerteza econômica, é um mercado difícil para profissionais do setor bancário desempregados. As vagas de emprego em serviços financeiros caíram 55% em Londres em julho, com queda de 39% em agosto na comparação com o ano anterior, de acordo com dados compilados pela empresa de recrutamento Morgan McKinley.

Fonte: Infomoney

Uso de canais digitais de bancos por brasileiros aumentou 59%, diz Ernst & Young

Publicado em: 06/08/2020

Durante a pandemia do novo coronavírus, brasileiros aumentaram o uso de canais digitais dos bancos em 59% durante os meses de maio e junho, segundo estudo da Future Consumer Index, realizado pela Ernst & Young Global Limited (EY). O levantamento aponta que mudanças também são impulsionadas por novas regulações como Open Banking e PIX, sistema instantâneo de pagamentos e transferências do Banco Central.

A aceleração da digitalização parte principalmente do público mais jovem e de maior renda, como aponta o levantamento, ralizado durante os meses de maio e junho deste ano com 1.112 consumidores. A EY levantou que 46% dos entrevistados aumentaram o uso de meios digitais para pagamento, contra apenas 7% que mantiveram o uso de dinheiro. Além disso, 59% passaram a usar mais o banco online enquanto 5% permaneceram somente no ambiente físico.

Os novos padrões de consumo com relação ao dinheiro e às reservas financeiras também mudaram nos últimos meses. Segundo análise da EY, consumidores que sentiram mais os efeitos da pandemia e desejam, assim que possível, retomar os padrões de consumo pré-pandemia, terão a maior propensão ao comportamento digital, usando menos dinheiro e mais serviços financeiros online que os demais. Já a pequena parcela dos brasileiros que foram menos impactados pela crise e não irão mudar o padrão de compras atual diz ter menor disposição a abandonar o uso do dinheiro e a utilizar tecnologia no relacionamento com o sistema financeiro, afirma a multinacional.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

Reforma tributária: os impactos para bancos se a proposta de Guedes for aprovada

Publicado em: 27/07/2020

A proposta de reforma tributária, apresentada pelo ministro da Economia Paulo Guedes na última terça-feira (21), segue gerando repercussão no mercado, inclusive com críticas de diversos setores, principalmente sobre aumento de carga de impostos.

Ainda que tenha que pagar uma menor alíquota em relação a outros setores, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirmou na tarde de quarta-feira (22) que a carga tributária sobre o setor financeira será ainda maior caso seja aprovada a proposta encaminhada pelo governo que unifica PIS/Cofins em um único tributo.

Pelo texto apresentado ao Congresso, a chamada Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) das instituições financeiras terá alíquota de 5,8%, ante os 4,65% pagos atualmente pelo setor nos dois tributos – ou uma alta de 24,4%. A alíquota de outros setores ficou em 12%.

Segundo a Febraban, o Brasil é um dos poucos países que tributam a intermediação financeira. “Ainda serão mantidos a mesma base de cálculo e o regime cumulativo, enquanto os demais setores poderão se creditar amplamente no novo modelo não cumulativo”, diz a nota. Isso porque, diferentemente da indústria, o setor de serviços não tem muitas etapas de produção e é formado basicamente por mão de obra. Por isso, não tem espaço para abater os impostos em fases anteriores da produção.

De acordo com a Febraban, o aumento na alíquota levará a um aumento da carga de tributos no spread bancário de 19,3% para 20,3%.

Além disso, outra crítica é sobre a alíquota de 45% incidente sobre a renda bancária. “A alíquota sobre a renda dos bancos é a maior do mundo (45%), considerando os chamados tributos corporativos, quando se soma a alíquota de 20% da CSLL aos 25% de Imposto de Renda (IRPJ), o que afeta diretamente a competitividade do setor e leva a concentração, pois afasta possíveis entrantes no setor”, destacou a entidade.

Em relatório, o banco suíço UBS estima um pagamento de R$ 6 bilhões a mais de impostos pelas instituições financeiras tendo como base os números de 2019, quando elas pagaram R$ 24 bilhões em PIS/Cofins – R$ 20 bilhões pagos pelos cinco maiores bancos do país.

A projeção é de um impacto de R$ 1,3 bilhão para o Bradesco (BBDC3;BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) – ou de 3,2% no lucro- além de R$ 800 mil para o Santander Brasil (SANB11) – ou de 3,8%.

O Credit Suisse, por sua vez, avalia que o impacto médio no lucro dos bancos será de 3,9% em 2021 e, no longo prazo, de até 2,8%. Eles ponderam que este seria o pior cenário possível, pois não se assumiria nenhum mecanismo de compensação, sendo um cenário bastante conservador.

Os analistas do UBS ainda apontam que os próximos passos da reforma tributária podem causar ainda mais aumento de impostos para os bancos, incluindo a implantação de impostos sobre dividendos e aumento adicional da alíquota estatutária.

Contudo, de acordo com a perspectiva do banco, grande parte do risco já está precificado. Cabe destacar que, mesmo após a aprovação do texto, a nova carga de imposto demorará seis meses para entrar em vigor.

Os analistas do UBS destacam preferência pela ação da Bradesco, que possui recomendação de compra junto com o Itaú. Para o Santander, o UBS segue com a recomendação neutra.

Eles avaliam que há uma série de fatores que pode impactar o desempenho das companhias financeiras da América Latina, como o cenário econômico local, mudanças nas taxas de juros, cenário de concorrência e mudanças regulatórias.

Fonte: Info Money

Itaú, Santander, Bradesco ou BB: qual resistiu mais à Covid no trimestre?

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Em momentos de grave crise econômica, nenhum banco é uma ilha, e os balanços do segundo trimestre mostrarão quanto a pandemia de coronavírus pesou sobre o setor. Os analistas não têm dúvidas de que as instituições foram impactadas, mas a questão é ver quais bancos são mais resistentes à Covid-19.

Luis Azevedo e Silvio Doria, do Banco Safra, estão entre os analistas que aguardam uma deterioração generalizada de resultados. “Espera-se que todos os bancos em nosso universo de cobertura reportem uma queda no lucro na comparação anual, principalmente devido ao reforço da linha de provisões para perdas com empréstimos”, afirmam em relatório.

Isso não significa, necessariamente, que os balanços trarão uma piora expressiva da inadimplência. A dupla lembra que, para contê-la, os bancos adotaram medidas como o adiamento da amortização dos empréstimos concedidos a clientes.

A concessão de crédito, aliás, pode até ter crescido nos últimos meses, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Banco Safra. Em relação ao primeiro trimestre, contudo, os analistas não esperam crescimento significativo, o que refletiria a desaceleração da economia devido ao coronavírus.

Destaques

Entre os bancos cobertos pelo Safra, o Banrisul (BRSR6) é o que deve apresentar o pior desempenho. Os analistas estimam uma queda de 50,5% no lucro líquido, comparado ao mesmo período de 2019, e de 41,3%, na comparação com o primeiro trimestre.

Na ponta “positiva”, espera-se que o Bradesco (BBDC4) seja o mais resiliente, com uma queda de 34,7% sobre o segundo trimestre de 2019, e um incremento de 12,4% em relação ao primeiro trimestre.

Veja o resumo das estimativas do Safra para os balanços do segundo trimestre dos banco que acompanha.

Fonte: Money Times

Bancos devem apresentar algumas tendências de melhoria no 2º trimestre

Publicado em: 16/07/2020

Os resultados dos bancos brasileiros sairão no fim de julho, com Santander Brasil (SANB11) estreando a temporada para o setor no dia 29. Apesar do segundo trimestre se mostrar como o período mais fraco do ano em termos de PIB, analistas do BTG Pactual (BPAC11) esperam ver algumas tendências de melhoria por parte das grandes instituições financeiras.

“Devido a grandes renegociações e períodos de carência, além de um processo operacional melhor dos bancos, os NPLs (Non-Performing Loans, em inglês) provavelmente permanecerão sob controle, permitindo que as taxas de cobertura se expandam”, comentam Eduardo Rosman e Thomas Peredo. “Tesouraria e seguro também devem surpreender positivamente”.

Apesar do cenário nebuloso envolvendo os quatro maiores bancos do país, o BTG destaca que pode existir um potencial de valorização para as teses de investimento das empresas se o segundo trimestre se revelar melhor.

“Acreditamos agora que o Itaú Unibanco (ITUB4) e o Bradesco (BBDC4) reportaram um pequeno aumento do lucro por ação (LPA) no segundo trimestre. Para o Itaú, o principal fator deve ser uma perda menor de provisões de empréstimo. Temos ganhos de R$ 3,7 bilhões no nosso modelo, mas algo perto de R$ 4,1 bilhões faria mais sentido. No caso do Bradesco, as provisões provavelmente subirão, permitindo um bom salto dos índices de cobertura”, afirmam Rosman e Peredo.

Os analistas também levantam a possibilidade de que o lucro líquido do Santander e do Banco do Brasil (BBAS3) supere as projeções – R$ 2,5 bilhões para o primeiro banco e R$ 3,4 bilhões para o segundo.

A preferência do BTG, no entanto, ainda é por nomes como B3 (B3SA3), XP Inc. (XP), Stone (STNE), PagSeguro (PAGS) e Banco Inter (BIDI11), que não estão tão expostos ao cenário macroeconômico quanto as companhias financeiras tradicionais.

Novos preços-alvos

O BTG elevou os preço-alvos de todos os bancos sob sua cobertura. Itaú e Bradesco têm recomendação de compra e novos preços-alvos de, respectivamente, R$ 34 e R$ 28. Já Banco do Brasil e Santander permanecem com recomendação neutra (preço-alvo de R$ 44 para a primeira ação e de R$ 37 para a segunda).

O Banco ABC (ABCB4) está com recomendação de compra, bem como o Banco Inter. Os preços-alvos foram atualizados para R$ 20 e R$ 57, respectivamente.

Para o Banrisul (BRSR6), os analistas reforçaram a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 18.

Fonte: Money Times

Bancos: aumento de imposto sobre lucro cortaria até 27% do valor das ações

Publicado em: 17/06/2020

Um eventual aumento da alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro pode reduzir o preço-alvo das ações em cerca de 27%, segundo os cálculos da XP Investimentos.

A possibilidade voltou a ser discutida no Senado, onde tramitam três projetos neste sentido, com o objetivo de obter recursos para compensar a queda da arrecadação decorrente da pandemia de coronavírus.

Erich Decat, que assina o relatório da gestora, ressalta que a XP não acredita que as propostas sejam aprovadas e, portanto, não as incorporam em seu cenário básico. Mas, apenas como exercício, o analista estimou o impacto de uma alta de até 20 pontos percentuais na alíquota da CSLL sobre o preço-alvo das ações do setor. Foram, também, analisados aumentos intermediários de 5, 10 e 15 pontos percentuais.

O Banco do Brasil (BBAS3) seria o mais prejudicado, com uma queda de 28,1% do preço-alvo, que passaria dos atuais R$ 43 para R$ 30,90. Já o Bradesco (BBDC4) seria o mais resistente, com uma queda de 24%, dos atuais R$ 28 para R$ 21,12.

O Banco do Brasil também sentiria o maior impacto sobre a distribuição de dividendos. A XP Investimentos estima que o dividend yield (o rendimento proporcionado pelos dividendos, sobre o preço do papel) do banco federal caia 2,7 pontos percentuais, para 4,6%, se a alíquota da CSLL subir 20 pontos.

Os investidores do Santander (SANB11) também não teriam motivos para festejar. O dividend yield do banco recuaria os mesmo 2,7 pontos, mas o retorno seria ligeiramente maior que o do Banco do Brasil: 4,7%.

“Mantemos recomendação de compra no Banco do Brasil, Bradesco, e neutro em Itaú e Santander Brasil”, afirma a XP. A gestora lembra que o aumento da CSLL não integra seu cenário básico. Caso isso ocorra, as recomendações e preços-alvos serão revisados.

Fonte: Money Times