BB, Itaú, Bradesco, Santander e Caixa aderem ao acordo sobre planos

Publicado em: 14/12/2017

A Advocacia-Geral da União (AGU) divulgou nota à imprensa confirmando o acordo de pagamento das perdas decorrentes dos planos econômicos realizados nos anos 1987, 1989 e 1991. As instituições financeiras que aderiram são: Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco do Brasil (BB). “Outras poderão aderir em até 90 dias”, diz a nota.

O acerto é que o pagamento da dívida, alvo de disputa judicial há três décadas, será feito em até três anos, conforme as faixas de valor a receber. A adesão será dividida em 11 lotes, separados de acordo com o ano de nascimento dos poupadores e dando preferência aos mais idosos. “Antes de começarem a ser feitos os pagamentos, é preciso que o STF homologue o acordo e os poupadores se inscrevam em plataforma digital que ainda será criada. O acesso a esse sistema será feito pelos advogados dos beneficiados”, esclarece o texto.

O acordo define que quem tem até R$ 5 mil a receber terá o recurso à vista. “Entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, uma parcela à vista e duas semestrais. A partir de R$ 10 mil, uma à vista e quatro semestrais. A correção para os pagamentos semestrais será feita pelo IPCA”, diz o texto da AGU. “Não haverá qualquer desconto para poupadores que tenham a receber até R$ 5 mil. Para valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, haverá 8% de abatimento. Na faixa de R$ 10 mil a R$ 20 mil, o desconto será de 14%. Já aqueles que tenham direito a receber mais de R$ 20 mil, terão 19% do valor descontado”, completa o texto.

A AGU informa que terão direito a reparação todos que haviam ingressado com ações coletivas e individuais para cobrar das instituições financeiras valores referentes às correções. “No caso das individuais, poupadores ou herdeiros que acionaram a Justiça dentro do prazo prescricional (20 anos da edição de cada plano) também poderão receber os valores”, informa a nota, acrescentando que também poderão aderir os poupadores que, com base em ações civis públicas, entraram com execução de sentença coletiva até 31 de dezembro de 2016, dentro do prazo de cinco anos de prescrição.

Os pagamentos serão feitos de acordo com as faixas de valor a receber. Antes de começarem a ser feitos os pagamentos, é preciso que o STF homologue o acordo e os poupadores se inscrevam em plataforma digital que ainda será criada. O acesso a esse sistema será feito pelos advogados dos beneficiados.

A nota informa ainda que, após as adesões ao acordo, que serão submetidas a auditoria e procedimentos anti-fraudes, as ações serão extintas. “Não será necessário se dirigir ao banco para receber os valores. O pagamento será feito em conta corrente do poupador ou por meio de depósito judicial”, completa o texto.

Fonte: Valor Econômico

Com período de silêncio, Caixa treina para ser S.A.

Publicado em: 16/11/2017

A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, presidente do conselho de administração da Caixa Econômica Federal, comentou em entrevistas recentes sobre estudos para tornar o banco uma S.A. (sociedade por ações).

O objetivo seria melhorar a governança, já que, mesmo que não deseje atrair sócios privados para o capital, a Caixa se submeteria à Lei das S.A..

Antes disso, o banco já adota uma prática das companhias abertas, mas que não tem previsão legal: o “período de silêncio” anterior à divulgação do balanço.

Não há uma linha na Lei 6.404 nem na regulamentação da CVM que proíba executivos de empresas de dar entrevistas à imprensa nos dias que antecedem a divulgação dos resultados trimestrais ou anual. Mas muitas empresas têm essa prática, que atribuem à restrição do regulador, mas é voluntária.

A Caixa, que sequer está sob o guarda-chuva da CVM, agora diz que segue o mesmo caminho. No entanto, não tem data agendada para divulgar o balanço que motiva o silêncio.

Se fosse S.A., teria pago multa pelo atraso de 20 dias na divulgação dos números do segundo trimestre.

As empresas com registro na CVM têm até o dia 14 de novembro para apresentar os informes referentes ao terceiro trimestre.

Fonte: Valor Econômico

TCU quer que BB, Caixa e outros bancos devolvam R$ 38,6 bi à União

Publicado em: 09/11/2017

Em busca de alternativas para reforçar seu capital e evitar o descumprimento de regras internacionais de proteção a crises, a Caixa Econômica Federal poderá se vir obrigada a devolver R$ 27 bilhões ao Tesouro Nacional.

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) quer que a instituição monte um calendário de restituição do dinheiro recebido da União entre 2009 e 2013. Banco do Brasil, Banco do Nordeste (BNB) e Banco da Amazônia (Basa) também são cobrados por um cronograma de devolução de outros R$ 11,6 bi aportados pela União entre 2010 e 2015.

Assim como as emissões diretas de R$ 426 bilhões (em valores históricos, não atualizados) feitas pelo Tesouro para turbinar a capacidade de concessão de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as emissões diretas de títulos para os demais bancos públicos também foram consideradas irregulares pelos técnicos da corte de contas, uma vez que não passaram pelo Orçamento.

Além dos R$ 27 bilhões para a Caixa, foram emitidos R$ 9,6 bilhões para o Banco do Brasil, R$ 1 bilhão para o BNB e R$ 1 bilhão para o Basa.

Os técnicos recomendaram que o BNDES entregue um calendário 30 dias após apreciação do processo em plenário, levando em conta o cronograma de retorno dos empréstimos feitos com esse dinheiro. Agora, o entendimento da área técnica do TCU é que a mesma determinação deve ser aplicada às demais instituições financeiras.

A decisão, se ratificada pelo plenário do TCU, pode ampliar os embates entre o governo e os bancos públicos. Hoje, a equipe econômica trava uma batalha para que o BNDES devolva R$ 130 bilhões no ano que vem, além dos R$ 50 bilhões restituídos este ano. A sugestão dos técnicos da corte de contas tem um efeito ainda maior sobre as instituições financeiras oficiais.

Complexa

A operacionalização da devolução do dinheiro pelos demais bancos, no entanto, deve ser mais complexa do que no caso do BNDES, segundo avaliação dos técnicos. Isso porque o Tesouro optou por fazer aportes com títulos públicos (e não dinheiro em espécie) por meio de instrumento híbrido de capital e dívida (IHCD). Neste caso, o tomador paga juros variáveis, mas não tem prazo para quitar o valor principal da dívida – por isso, o valor pode ser contabilizado no capital da instituição financeira.

Como o IHCD tem o propósito de capitalizar as instituições, o dinheiro não está diretamente associado a empréstimos concedidos. Daí a dificuldade de estabelecer um cronograma de devolução. Segundo explicou uma fonte, o capital ampliado desses bancos permitiu um grau elevado de alavancagem para novos financiamentos, que em regra são de longo prazo.

O maior impacto dessas devoluções deve ser sentido pela Caixa, que já enfrenta dificuldades de capital e tem negociado uma operação de socorro para conseguir continuar emprestando sem precisar de uma capitalização do Tesouro Nacional, como revelou o Broadcast.

Se o governo não quiser alterar a situação atual, principalmente devido à delicada situação da Caixa, uma opção é o Tesouro Nacional fazer operações combinadas: a devolução do dinheiro e um novo IHCD, no mesmo valor, desta vez seguindo o rito correto. Ou seja, o governo poderia desfazer a operação original, emitir títulos no mercado, colocar a previsão no Orçamento e então efetuar o novo instrumento híbrido de capital e dívida em favor da Caixa.

A modulação final dos efeitos da decisão e a orientação sobre os procedimentos a serem adotados cabem ao plenário do TCU, alertou a fonte. Um novo IHCD não teria impacto no resultado primário.

O governo atualmente estuda uma série de medidas para reforçar o capital da Caixa, entre elas a emissão de um bônus perpétuo pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em favor da Caixa e o repasse de parte da carteira de crédito do banco para o BNDES. As medidas buscam evitar que a Caixa descumpra as normas internacionais e fique impedida de continuar concedendo empréstimos.

Alerta

O IHCD em si não é uma operação irregular, mas sim o fato de a capitalização dos bancos ter sido feita com aporte direto de títulos públicos, em vez da integralização em espécie. O próprio TCU chegou a alertar em relatório da unidade técnica sobre a “aderência” dessas operações às regras prudenciais internacionais.

“Operações financeiras que visem à ampliação do capital sob a forma de instrumento híbrido de capital e dívida acendem o alerta para a necessidade de se avaliar, de forma abrangente, a aderência dessas operações aos pressupostos do Acordo de Basileia, sem perder de vista os potenciais efeitos artificiais no resultado fiscal”, diz o relatório.

Já existe hoje no TCU um processo aberto para investigar a regularidade da autorização concedida pelo Banco Central para o aumento de capital regulamentar do Banco da Amazônia, originada a partir de operações de crédito com o Tesouro Nacional “em desacordo com a legislação específica”.

O relatório das emissões sugere que outras apurações podem ser iniciadas para avaliar as operações realizadas com os outros bancos.

Fonte: Exame

Deputada Erika Kokay defende Caixa 100% pública

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A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) ocupou a tribuna da Câmara Federal, nesta segunda-feira (07/11) para defender a Caixa 100% pública e criticar investidas do governo Temer de privatizar o banco. “A cada dia que passa o governo Temer perde a vergonha e está “desnudando qual é o seu projeto para o Brasil, um Brasil de 1% dos brasileiros e brasileiros, afirmou Kokay, ao criticar decreto recente do governo golpista que possibilita a privatização de empresas de economia mista. “Há a intenção de eliminar a Caixa Econômica, deixando que ela seja um banco 100% público e passe a ter a variável, a estratégia de mercado dominando a sua função”, apontou.

“É preciso lembrar que temos hoje na Caixa Econômica Federal um quadro completamente diferente do que tínhamos durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando tínhamos agências superlotadas e o banco liderava a lista de reclamação do Banco Central. Tivemos a Caixa com um projeto intenso de bancarização. Em 2015 o Brasil tinha mais de 12 milhões de contas simplificadas de depósito à vista e de poupança, grande parte na Caixa, que é a maior articuladora e implementadora de políticas sociais”, disse.

Para Erika, Temer quer de volta a Caixa entesourada, que trabalhava com papéis de um Tesouro e não tinha políticas de crédito. “Foi no Governo Lula e no Governo Dilma Rousseff que ela passou a ser o primeiro banco em poupança e habitação, o segundo maior em carteira de crédito, o terceiro maior em ativos e a quinta marca mais valiosa de todo o Brasil. Mas para este Governo, que reduz o Minha Casa, Minha Vida, que já chegou ao acervo de 20 bilhões, e hoje, em 2017, é de 2.7 bilhões, não interessa a Caixa Econômica Federal”, enfatizou.

“Eu tenho a alegria de servir, de ser empregada da Caixa e de ter contribuído para a função de instrumento estratégico do desenvolvimento nacional que ela tem. Eles querem a Caixa perdendo a sua função. Eles querem a Caixa como mais um banco. Tem razão a própria Caixa quando diz: A vida exige mais do que um banco, a vida exige uma Caixa. A Caixa foi a segunda maior financiadora de projetos de longo prazo no Brasil. Em 2016, alcançou uma carteira com 79 bilhões em saldo, ficando atrás apenas do BNDES”, finalizou a parlamentar.

Fonte: Portal Brasil 247

A nova jogada da Elo, cartão do BB, Bradesco e Caixa

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Sem aviso, um cartão Elo chegou na casa do comediante Guilherme Soares, em São Paulo. Soares, que atua em stand-up comedy com o nome artístico Gui Preto, tentou incorporar o plástico à sua rotina. Sem sucesso: os comerciantes da vizinhança não trabalhavam com cartões dessa bandeira. Soares resolveu usar a dificuldade como material de trabalho. Publicado nas redes sociais, o vídeo humorístico de dois minutos que ironizava a “Elofobia, que mata as pessoas de vergonha no caixa”, foi amplamente compartilhado. O sucesso foi tanto que o departamento de comunicação da Elo convidou Soares para uma conversa, para explicar as vantagens do cartão. Ao fim do papo, ao sair do suntuoso escritório na zona sul de São Paulo, Soares decidiu fazer uma traquinagem.

Ligou seu celular e perguntou se o caixa do estacionamento do prédio aceitava Elo. A resposta negativa rendeu risadas, mas não outro vídeo. “Não quis me indispor com a empresa, que me tratou muito bem”, diz Soares. No que depender de Eduardo Chedid, CEO da Elo, episódios como esse – que, para ele e para os demais executivos, não têm graça nenhuma – serão coisa do passado. Após seis anos no mercado, a bandeira que foi lançada em conjunto por Banco do Brasil e Bradesco, e posteriormente teve a adesão da Caixa Econômica Federal, prepara-se para um novo salto. Originalmente voltada para os clientes de renda mais baixa e dedicada aos cartões de débito, a Elo agora quer tornar-se mais parecida com Visa e MasterCard, as gigantes internacionais que dominam o mercado brasileiro.

Para isso, a Elo está adotando uma estratégia baseada em dois pilares. O primeiro é diversificar a base de emissores, hoje restrita aos bancos que a controlam. A partir do dia 6 de novembro, a Elo passará a embandeirar alguns dos cartões da Lojas Pernambucanas. Segundo informações da varejista, por sua rede de 312 lojas, localizadas em sete estados brasileiros, passam 180 milhões de clientes por ano. “Pela primeira vez, vamos emitir cartões com um emissor que não é ligado aos controladores”, diz Chedid. Ele afirma que a meta é emitir 800 mil cartões com a bandeira Elo até o fim deste ano. Procurada, a varejista não falou com a DINHEIRO. O segundo pilar da nova estratégia de expansão é centrar forças em um cartão corporativo. Lançado discretamente há cerca de um ano, o cartão Grafite Corporate passou para o topo da lista de prioridades. A meta é capturar uma fatia maior das transações entre empresas.

Iniciativas como essas vão criar massa crítica para romper a barreira de entrada da Elo entre as bandeiras. O mercado brasileiro é dominado pelas gigantes internacionais, Visa e MasterCard. Juntas, elas capturam pouco mais de 82% do cerca de R$ 1,2 trilhão de transações processadas por cartões de débito e de crédito todos os anos no mercado brasileiro. O restante é dividido por bandeiras menores. Algumas internacionais, como American Express e Diner’s. Outras locais, como a Elo, que afirma ter 12% desse mercado.
No universo dos cartões, o grosso das receitas – que são calculadas como um percentual das transações capturadas – fica com dois grupos de empresas. O principal são os emissores dos cartões, em geral bancos ou redes de varejo. Em seguida vêm as empresas de adquirência. Nomes como Cielo, Rede e GetNet, que operam as maquininhas que repousam sobre os balcões do comércio Brasil afora. As bandeiras são responsáveis pela gestão da marca, por definir estratégias macro e negociar programas de aceitação e recompensa. Por ser uma função mais estratégica e de menor massa, sua parte dessa montanha de dinheiro é de apenas 0,2% do total. No entanto, no Brasil, isso representa um faturamento anual respeitável, de R$ 2 bilhões.

A Elo quer uma fatia desse bolo. Para isso, o desafio de Chedid é tornar seu cartão mais aceito. O principal obstáculo é explicado por um raciocínio circular. “Quanto mais comerciantes aceitarem o cartão, mais clientes estarão dispostos a ter um plástico com a bandeira, e quanto mais clientes tiverem o cartão, mais varejistas o aceitarão”, diz ele. A dificuldade enfrentada pelo comediante Soares decorre da participação da Elo no mercado de bandeiras ainda ser menor do que a das concorrentes internacionais. Para um varejista, integrar uma nova bandeira à sua rotina custa dinheiro, dá trabalho e toma tempo.

Todos recursos escassos. Se perceber que está perdendo uma quantidade razoável de vendas por não aceitar um cartão, o varejista ficará muito mais propenso a instalar os sistemas da Elo em seus terminais. Daí o sentido em trazer para o negócio um parceiro como a Pernambucanas, capaz de agregar uma grande quantidade de portadores de cartão de uma só vez. Pensando nisso, a companhia passou os últimos dois anos refazendo todos os seus sistemas. O investimento, não revelado, chegou às centenas de milhões de reais. “Gastamos 600 mil horas de programação para refazer tudo”, diz Chedid. Ele garante que, agora, os sistemas estão muito mais flexíveis para costurar parcerias.

Esse novo jogo garante a vitória para a Elo? Essa resposta vai depender do comportamento dos consumidores e do varejo. “A bandeira, no Brasil, é menos importante que as condições oferecidas pelo emissor”, diz o consultor Boanerges Freire, especialista no mercado de cartões. Segundo ele, uma bandeira local, como a Elo, terá dificuldade em concorrer com as gigantes internacionais, que podem não apenas mobilizar recursos, mas também costurar parcerias internacionais. “No fim do dia, o que vai definir a escolha do consumidor é se o cartão é aceito”, diz ele.

Fonte: Isto É Dinheiro

Governo admite que estuda transformar Caixa Econômica em Sociedade Anônima

Publicado em: 27/10/2017

Sem dinheiro para que o governo faça um aporte de recursos na Caixa, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, confirmou nesta quinta-feira, 26, as negociações de alternativas para que o banco reforce seu capital e não descumpra normas internacionais de proteção contra crises no sistema bancário. Ela também admitiu os estudos para transformar a Caixa em Sociedade Anônima (S.A.). As informações foram antecipadas pelo Estadão/Broadcast.

Ana Paula explicou que, para fortalecer o capital da Caixa e assegurar sua capacidade de continuar emprestando, o governo está dando prioridade à operação com o FGTS que transforma R$ 10 bilhões de dívida que o banco tem hoje com o fundo em instrumento perpétuo.

Além de pareceres jurídicos, o governo vai consultar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de enquadrar esses recursos dentro dos níveis de capital necessitados pela Caixa.

Segundo a secretária, essa operação seria suficiente para equacionar a situação do banco, inclusive com alguma folga.

Ana Paula, que preside o Conselho de Administração da Caixa, é defensora da transformação da empresa em S.A., modelo pelo qual o capital do banco é dividido em ações. Ela disse que essa opção está em estudo e seria positiva para melhorar a governança da instituição.

Hoje a Caixa ainda é dominada por indicações políticas. Segundo a secretária, a transformação do banco em S.A. não afeta sua posição como empresa pública 100% estatal. “Não há discussão sobre IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês) da Caixa”, disse.

Modelo. Se a mudança for confirmada, o modelo será o mesmo do Banco do Brasil, cujo acionista majoritário é a União. Ainda assim, o BB continua sendo um banco público. Já a Caixa é um banco com único acionista: a União.

O governo vem discutindo com a Caixa uma revisão estatuto do banco e medidas para adesão da instituição ao programa de governança das estatais da B3 (a Bolsa de Valores brasileira). Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o banco teve problemas com perdas relacionadas a decisões erradas de desembolsos. “A ideia é que a Caixa seja um banco que tenha governança sólida, que faça decisões de crédito saudáveis e que possa, portanto, ter resultados positivos para o governo e para a sociedade”, afirmou Meirelles, em entrevista recente ao Estadão/Broadcast.

Fonte: Estadão

Governo reforça orçamento em R$ 3 bi em acordo com Caixa e BB

Publicado em: 26/10/2017

Depois de uma longa e difícil negociação, o governo fechou ontem um acordo com Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BB) para aumentar em cerca de R$ 3 bilhões as receitas do governo federal.

Valores devidos pela União em ações judiciais (precatórios) que não foram sacados há, pelo menos, dois anos, e que estavam bloqueados pela Justiça, serão liberados a partir de sexta-feira.

A liberação total, segundo apurou o ‘Estadão /Broadcast’, será de R$ 4,7 bilhões, mas parte desse valor já está na conta do governo.

As administrações da Caixa e do Banco do Brasil resistiam em repassar os recursos bloqueados temendo questionamentos futuros.

Depois de uma reunião de cerca de 40 minutos na Advocacia-Geral da União (AGU), representantes dos dois bancos concordaram em repassar para o Tesouro os recursos diante da garantia da União de se responsabilizar por qualquer ação judicial a respeito.

A ministra da AGU, Grace Mendonça, vai publicar uma orientação interna para que todos os advogados da União atuem em todos os casos ligados aos precatórios.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) vai publicar um parecer reunindo avaliações jurídicas de todos os órgãos envolvidos e determinando a responsabilidade jurídica da União nos casos ligados aos precatórios.

Participaram da reunião, a ministra da AGU, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e representantes do Tesouro, dos bancos, da PGFN e da Secretaria de Orçamento.

Mesmo com o reforço no caixa, o governo ainda não deve decidir por novas liberações no orçamento contingenciado. Somente no envio ao Congresso do ultimo relatório de receitas e despesas do Orçamento de 2017, em 22 de novembro, a equipe econômica tomará uma decisão a respeito.

Um eventual desbloqueio amplia automaticamente as emendas parlamentares impositivas – parte do Orçamento que obrigatoriamente é destinada a emendas apresentadas por parlamentares.

O acordo deu alívio ao Ministério do Planejamento, que pretende fazer um novo desbloqueio das despesas até o fim do ano. A liberação permite ampliar os gastos, mas também tira pressão sobre o Orçamento de 2018.

Paralelamente a essa decisão, o governo ainda busca aumentar receitas de última hora para compensar a perda de arrecadação com a retirada de Congonhas do programa de concessões. O governo contava com cerca de R$ 6 bilhões de receita com a concessão.
Orçamento

O governo ainda não definiu a data de apresentação da nova versão do Orçamento de 2018. A equipe econômica quer entregar a mensagem na sexta-feira,27, mas há possibilidade de o envio ficar para segunda ou até mesmo terça-feira, 31.

Um dos imbróglios em torno da apresentação da nova proposta é a forma de encaminhamento das medidas econômicas que irão elevar receitas e conter despesas no ano que vem.

A equipe econômica quer que elas sejam apresentadas como medidas provisórias (MPs), que têm vigência imediata.

Mas o Planalto quer evitar novos conflitos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já reclamou da quantidade excessiva de MPs do Executivo.

Por isso, a ala política do governo defende o envio por projetos de lei, que dependerão da boa vontade do Congresso em votar as propostas para só então entrarem em vigor e serem incluídas no Orçamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Exame.com

Por que a Caixa Econômica precisa de socorro bilionário?

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Desde o ano passado circulam rumores de que a Caixa Econômica Federal precisaria de ajuda da União para se capitalizar. Se em 2016, a postura do banco foi a de negar as informações, neste ano a conversa é diferente.

Em entrevista ao “Wall Street Journal”, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, admitiu que o banco precisa vender ativos – abrir o capital da Caixa Seguridade e privatizar a Lotex, por exemplo – e cortar dividendos para evitar um pedido de socorro no ano que vem. Caso contrário, o banco vai mesmo precisar de um aporte do Tesouro.

Entre as alternativas em análise estão ajudas vindas do BNDES e até do FGTS. Tudo isso em meio aos boatos de que o banco todo pode ser privatizado e os escândalos de corrupção em que ex-dirigentes se meteram. Mas, afinal, por que a Caixa precisa de ajuda?

A resposta mais direta é que o banco precisa se adequar às regras internacionais de proteção de crises, que ficarão mais restritivas a partir de 2019, quando entra em vigor o Acordo de Basileia 3.

Atualmente, a Caixa cumpre os indicadores para bancos do seu porte, mas está no limite. Em junho de 2017, último dado disponível, o índice de Basileia da Caixa era de 14,41%. Para janeiro de 2019, o banco precisa estar na faixa de 10,5% a 13% para cumprir o indicador. As regras mais rígidas vão atingir o chamado capital de nível 1 – que é o mais robusto, formado por ações e lucros retidos do capital principal e por instrumentos híbridos do capital complementar. Atualmente, esse indicador da Caixa é de 8,97% e deverá ficar numa faixa entre 7% e 9,5% quando Basileia 3 entrar em vigor.

A parte complexa da resposta é como chegar a esse patamar. Outros bancos, de mesmo porte da Caixa, apresentam uma situação melhor, o que garante um fôlego para chegar a 2019 dentro dos novos parâmetros.

Luis Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras na agência de classificação de risco Austin Rating, observa que, enquanto outros bancos já vinham há anos adotando medidas preventivas, sabendo que o calendário iria cobrar a presença de um capital adequado, a Caixa estava em outro movimento.

“Enquanto os outros bancos estavam já acumulando reservas, mantendo uma redução da atividade de crédito por conta da crise e, portanto, ampliando a folga do capital mínimo, a Caixa estava em um movimento de crescimento de carteira, trabalhando com uma alavancagem muito mais intensa que os outros bancos”, pondera.

Essa situação é agravada pelos malabarismos fiscais do governo de Dilma Rousseff, com a capitalização de bancos públicos, a manutenção de recursos em conta corrente desses bancos, artifícios fiscais e contábeis ao mesmo tempo em que havia um crescimento forte da carteira de crédito.

“Embora o calendário de Basileia 3 seja 2019, a Caixa não usou dessa folga de anos que os outros bancos tiveram e não adotou nenhuma medida preventiva. Como o cronograma exige um aumento do capital puro, e considerando que a Caixa é uma entidade que implica em risco soberano, pelo seu tamanho e peso no sistema bancário brasileiro, essas adequações são necessárias”, explica.

De olho no capital puro

A chave do negócio é o capital de nível 1 e onde está o principal problema da Caixa, como explica Marcelo Botelho, professor de Contabilidade Financeira da FEA, da USP de Ribeirão Preto. “A Caixa distribuiu lucros nos últimos anos no intuito do governo federal atender à meta fiscal. Dessa forma, a Caixa não é capaz de gerar lucros em sua atividade normal nesses dois anos a fim de atender o mínimo do capital de nível 1 sem a realização de operações específicas, como venda de ativos”, explica.

Ele alerta ainda que esse tipo de operação de negociação de ativos precisa gerar um lucro considerável para atender às normas de Basileia 3. “A venda de carteiras de crédito realizadas normalmente para obtenção de maior liquidez não atende a esse propósito, especialmente no atual momento em que os níveis de inadimplência estão mais altos e não há grande disposição de outras instituições adquirirem esse tipo de carteira em condições favoráveis para a Caixa”, analisa.

Botelho vislumbra três cenários possíveis para a capitalização do banco: aumento de capital com injeção de recursos pelo governo ou investidores privados (num movimento de privatização, ainda que parcial); incremento do lucro com a venda de algum título ou a emissão de títulos híbridos, como títulos de dívidas sem vencimento chamados de bônus perpétuos. Entre essas opções, apenas a primeira não prejudicaria a rentabilidade futura da Caixa. A venda de bônus perpétuos também aumentaria a despesa do banco com os juros dessa dívida.

O fundo da corrupção

A solução aventada pelo próprio governo, que é de passar a gestão do fundo de investimento em infraestrutura do FGTS (FI-FGTS) para o BNDES, resolve a situação no curto prazo e não causaria grandes impactos ao governo federal, já que tanto Caixa quanto BNDES repassam seus lucros ao Tesouro Federal. “Mas isso prejudica a lucratividade da própria Caixa, uma vez que a receita gerada pela administração do FGTS é a principal fonte de receita da Caixa, representando 21,6% de suas receitas em 2016”, pondera Botelho.

O FI-FGTS, por exemplo, esteve no olho do furacão em denúncias da Lava Jato, sobre o mau uso do fundo público, sobretudo nas delações de Lúcio Funaro, que narrou como Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comandava um esquema que usava o loteamento de diretorias do banco para pagar favores políticos, com desvio de recursos e corrupção.

E privatizar a Caixa?

Capitalizar o banco também pode ser feito via privatização – se não total, parcial. Uma possibilidade levantada por Santacreu, da Austin Rating, é a venda de algumas empresas, como as loterias. “São medidas que ajudariam a melhorar o nível de capitalização da Caixa e poderiam ter sido feitas lá atrás, mas o ambiente político não era favorável”, avalia.

Mas uma privatização mais ampla não pode ser descartada. “Umas dessas alternativas sempre colocada, mas não factível no governo Dilma, era a abertura de capital da Caixa. Pelo seu tamanho, é totalmente viável um aumento de capital do banco via abertura de capital”, pondera Santacreu, que ainda lembra que o momento na Bolsa é favorável para medidas deste tipo. Ele cita como exemplos o Banrisul, banco controlado pelo governo do Rio Grande do Sul, que discute a possibilidade de venda de parte do controle, e o próprio Banco do Brasil, que é um banco público de economia mista.

Para ele, a privatização implicaria mudança no comportamento do banco em relação à população e ao mercado financeiro. E seria um desafio fazer isso com um governo que está se defendendo. Mas o acordo de Basileia é para todos. “A Caixa vai ter que tomar uma decisão. Ou ela fica desenquadrada, sem capital mínimo, tendo que parar de dar crédito e reduzir sua atividade na economia; ou ela vai para uma melhor governança e abre o capital, e tem uma mudança cultural interna muito favorável”, aponta.

Botelho, da USP, concorda. Para ele, a sinalização do governo de que pretende melhorar os mecanismos de governança é positiva e tende a melhorar a lucratividade do banco a longo prazo, mas não a tempo de atender Basileia 3. “A melhor alternativa para a Caixa e para o mercado brasileiro seria a transformação da Caixa em economia mista e a venda de ações na bolsa de valores, com uma estrutura de governança corporativa clara e que limite as interferências políticas na gestão, criando as bases para redução do seu controle acionário. Mas isso irá depender da vontade política do governo”, argumenta.

Fonte: Gazeta do Povo

Caixa: abertura de capital afeta política pública e afronta Congresso

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“Do ponto de vista da governança, a Caixa já está adequada. Esse argumento é uma falácia”, diz Rita, que também coordena o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.

Ela recorda do movimento amplo no ano passado, no Congresso, contra o Projeto de Lei 555, o chamado “estatuto das estatais”, que virou lei (13.303, sancionada em junho de 2016), mas com exclusão de alguns itens importantes, como aquele que previa transformação de todas as empresas em sociedades anônimas. A lei dava prazo de dois anos para que todas adequassem seus estatutos, e recentemente a presidenta do Conselho de Administração da Caixa, Ana Paula Vescovi, apresentou uma proposta “ressuscitando”, como observa Rita, a questão sobre abertura de capital, não prevista na lei, que por outras “discrepâncias” é objeto de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), a 5.624, a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae). O relator é o ministro Ricardo Lewandowski.

Além de a lei não exigir, observa a representante dos trabalhadores, uma mudança dessa natureza teria de passar pelo Congresso, por uma questão não só jurídica, mas política, já que o Parlamento decidiu pela exclusão desse tema que o Conselho de Administração quer discutir, provavelmente no mês que vem. “Logicamente, essa posição do Executivo contraria a do Legislativo”, diz Rita, que também refuta a argumentação repetida pelo governo sobre governança. “Os bancos são extremamente controlados.”

Ela ressalta o caráter estratégico do banco. “A Caixa só é a maior operadora de programas sociais do governo porque é pública. Obviamente, ela tem de ter lucro, mas esse resultado tem de ser revertido no desenvolvimento do país”, pondera. “O compromisso do Temer é com o capital privado. O que ele e o (Henrique) Meirelles, o ministro-candidato, fazem, é favorecer o mercado.”

A abertura de capital implicaria em mudança imediata do perfil do banco, observa Rita. “Você vai ter outros atores dentro da empresa disputando somente os resultados, o lucro. A partir do momento que você tiver uma visão pública e uma visão privada partilhadas, o contexto será outro. Já temos bancos privados suficientes. Temos de discutir também por que os bancos privados não investem no país”, argumenta.

Desmonte

A direção da Caixa já tem feito ações para reduzir o tamanho do banco. A mão de obra vem diminuindo. Fechou 2015, por exemplo, com aproximadamente 97.500 empregados, e no segundo semestre deste ano, segundo relatório do banco, estava com 90.200.

Os trabalhadores têm feito diversas manifestações e atividades para chamar a atenção do processo de “desmonte” da Caixa e dos bancos públicos. No próximo dia 7, por exemplo, haverá audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Nesta segunda-feira (23), a partir das 10h, será realizado um ato no Jardim Camargo Novo, zona leste de São Paulo. Segundo o Sindicato dos Bancários, é a única agência naquele bairro, e com previsão de fechar ainda este ano. “Faremos um ato em frente a uma das 100 agências previstas para fechar ainda este ano somente no município de São Paulo. O desmonte dos bancos públicos já é uma realidade”, diz a presidenta do sindicato, Ivone Silva.

“No país, em um ano, o Banco do Brasil fechou mais de 10 mil postos de trabalho, o que representa aumento de 269% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Caixa reduziu em 5.486 o número de postos de trabalho no mesmo período, com aumento de 145% em relação ao ano passado. O governo quer tornar a Caixa uma empresa S/A e depois abrir o capital do banco, com a consequência imediata de perda do papel de gestor dos mais importantes programas sociais do País.”

De acordo com Dionísio Reis, diretor do sindicato e funcionário da Caixa, apenas a agência do Jardim Camargo realizou neste mês R$ 30,6 milhões em operações de crédito. “No crédito habitacional foram investidos R$ 23,4 milhões e na poupança R$ 16,6 milhões, uma amostra da importância de um banco público para o desenvolvimento do país.”

Em 2016, o saldo da carteira de crédito da Caixa somou R$ 709,3 bilhões, crescimento de 4,4%. Na execução dos programas governamentais, foram pagos R$ 28,3 bilhões em benefícios sociais e R$ 242,1 bilhões em benefícios aos trabalhadores. Os dados são do relatório de administração. O principal programa de transferência de renda, o Bolsa Família, pagou R$ 27,4 bilhões.

Apenas a carteira de crédito imobiliário cresceu 5,6%, somando R$ 406,1 bilhões, sendo R$ 203,4 bilhões com recursos do FGTS. A Caixa lidera esse mercado com 67% de participação.

“A Caixa é um banco extremamente importante, centenário, e tem uma função nobre na sociedade”, diz Rita Serrano, funcionária desde 1989. Uma mudança como a pretendida pelo governo, acrescenta, não pode ser limitada a sete pessoas – número de integrantes do Conselho de Administração.

Fonte: Portal Vermelho

Governo quer transformar Caixa Econômica em empresa de sociedade anônima

Publicado em: 19/10/2017

A área econômica quer transformar a Caixa em uma empresa de sociedade anônima, modelo pelo qual o capital do banco é dividido em ações. A intenção é melhorar a governança e abrir caminho para a abertura de capital da instituição, revela o Estadão.

O modelo é o mesmo do Banco do Brasil, cujo acionista majoritário é a União. Ainda assim, o BB continua sendo um banco público. Já a Caixa é um banco com único acionista: a União.

O assunto pode ser votado hoje em reunião do conselho de administração do banco, presidido pela secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, que defende a mudança. O Estadão/Broadcast apurou, porém, que ainda faltam alguns pareceres técnicos para analisar o assunto.

Segundo uma fonte da equipe econômica, o novo modelo é visto como o mais adequado por diminuir a interferência política, pelas exigências normativas em relação à transparência da instituição e pela pressão dos acionistas minoritários (caso o banco abra o capital) por resultado melhores na comparação com os concorrentes. Dessa forma, decisões de investimentos ou desembolsos que coloquem em risco a saúde financeira do banco seriam monitorados e possivelmente evitados pela fiscalização dos minoritários.

O governo vem discutindo com a Caixa uma revisão estatuto do banco e medidas para adesão da instituição ao programa de governança das estatais da B3 (a Bolsa de Valores brasileira). Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o banco teve problemas com perdas relacionadas a decisões erradas de desembolsos. “A ideia é que a Caixa seja um banco que tenha governança sólida, que faça decisões de crédito saudáveis e que possa, portanto, ter resultados positivos para o governo e para a sociedade”, afirmou Meirelles, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

O ministro afirmou que o governo conta com a Caixa para assegurar o crescimento do País nos próximos anos. Meirelles ressaltou, no entanto, que, no momento, não há proposta de abertura de capital da Caixa como um todo, apenas da área de seguros do banco.

Programas. Com forte influência política, a Caixa encampou programas que tecnicamente colocavam em risco a saúde financeira do banco. Um dos exemplos mais gritantes foi o programa Minha Casa Melhor, de financiamento de móveis e eletrodomésticos para beneficiários do Minha Casa Minha Vida, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Embora a área jurídica do banco tivesse recomendado que o programa não entrasse em vigor no modelo que foi desenhado pela equipe da ex-presidente, o banco assumiu os riscos. Um ano e meio depois, o governo da própria Dilma teve que cancelar o Minha Casa Melhor devido à alta inadimplência do programa, que beirava 30%.

Ainda na gestão PT, o banco foi usado em manobras contábeis para melhorar as contas públicas e serviu de locomotiva do crédito para impulsionar o crescimento.

Procurada, a Caixa não quis comentar.

Fonte: Estadão

Banco público é fundamental para o país, diz economista da Unicamp

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O relógio ainda não marca 10 horas, mas já há fila do lado de fora da agência da Caixa Econômica Federal. São clientes e usuários que chegaram antes do horário, na tentativa de garantir atendimento e diminuir o tempo de espera. Eles aguardam para receber a pensão ou aposentadoria, pagar a parcela do financiamento habitacional ou utilizar outros serviços disponíveis. Mesmo assim, após a distribuição das senhas, a fila que têm que enfrentar é longa, demorada e cansativa.

Do outro lado do balcão, bancários se desdobram para conseguir atender a todos. Embora existam vários guichês, há poucos funcionários designados para o atendimento pessoal. Além da realização de saques, depósitos, manuseio de envelopes e malotes e pagamento de benefícios, o trabalho inclui a venda de produtos bancários, como seguros, capitalização, previdência e consórcios. No Banco do Brasil, por exemplo, cada funcionário de agência é responsável pelo atendimento médio de 450 contas. Tudo isso sob a pressão das metas a serem cumpridas.

“Essa é a realidade atual, vivida por usuários e funcionários dos bancos públicos brasileiros. Resultado de um processo de desmonte que vem sendo intensificado pelo Governo Temer”, explica Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. As medidas desta abordagem destrutiva incluem fechamento de agências, diminuição do número de funcionários – através dos planos de aposentadoria incentivada – e constantes reestruturações, que precarizam o atendimento à população e sobrecarregam os trabalhadores bancários.

Bancos públicos

Segundo dados no Dieese, de janeiro a agosto de 2017, foram fechados 6.845 postos de trabalho na Caixa. Já o Banco do Brasil fechou 563 agências em todo o pais, no primeiro trimestre do ano. “Trata-se de uma estratégia para diminuir o papel destes bancos, criando uma percepção na sociedade de que eles não prestam e não são eficientes. Com isso, abre-se espaço para o velho discurso de que estão operando mal ou perdendo dinheiro e, portanto, devem ser privatizados a médio prazo, eliminando-os da economia nacional”, conclui o presidente do Sindicato.

Lucro X interesse público

Nos últimos anos, a Caixa e o Banco do Brasil foram fundamentais para manter o crescimento do país, investindo do acesso da população aos serviços bancários e na expansão do crédito. Segundo o professor do Instituto de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa, os bancos públicos têm papel crucial no acesso popular, ampliando a abertura de contas para trabalhadores formais e informais, e também na capacidade de financiamento produtivo, corrigindo falhas do mercado financeiro, baixando taxas e juros e cumprindo políticas públicas de cunho social.

“Os bancos privados têm como foco a área de investimento e a busca pelo lucro, beneficiando principalmente clientes de alta renda. Já os bancos públicos têm maior fonte de captação na poupança – 38% na Caixa e 20% no Banco do Brasil –, o que beneficia a população de baixa renda, e financiam setores menos lucrativos, como a habitação e a agricultura familiar, entre outros”, resume o professor da Unicamp.

Em outras palavras, os bancos públicos são essenciais porque há atividades e setores econômicos que os bancos como Itaú, Bradesco e Santander não têm interesse em participar. Assim, o Banco do Brasil e a Caixa são necessários para viabilizar políticas econômicas e sociais em áreas como habitação, saneamento, infraestrutura, educação, esporte, cultura e agricultura. Por isso, essas instituições tornam-se imprescindíveis para o desenvolvimento do país e para aumentar o bem-estar social da população.

Cortes também para agricultura familiar

As medidas de desmonte dos bancos públicos implementadas pelo Governo Temer impactam também a população rural. Um exemplo é o corte de 39% no orçamento destinado ao Pronaf, programa de fortalecimento da agricultura familiar operado pelo Banco do Brasil.

A proposta do governo para 2018 é que o montante destinado ao Pronaf passe de R$ 7,8 bilhões para R$ 4,8 bilhões. Vale lembrar que, segundo dados do último censo agropecuário (2006), apesar da agricultura familiar ocupar apenas 24,3% da área agricultável, produz 70% dos alimentos consumidos e emprega 74,4% dos trabalhadores rurais.

Sete passos

Fonte: Brasil de Fato

Ministro Dyogo diz que BNDES não vai comprar ativos ruins da Caixa

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O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta quarta-feira, 18, que, se houver compra de ativos da Caixa Econômica Federal pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), essa transferência será de “ativos bons”. “Evidentemente que o BNDES não vai comprar ativos ruins”, disse. O ministro ponderou que essa é uma transação entre os bancos, sem interferência do governo.

“Não sei se estão entre eles discutindo esse tipo de operação, mas posso assegurar que isso será feito com ativos de boa qualidade se for o caso”, afirmou.

Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, na terça-feira, 17, o governo está negociando uma operação para socorrer a Caixa Econômica e evitar que o Tesouro Nacional seja obrigado a fazer um aporte de recursos na instituição, para que ela não descumpra regras internacionais de proteção a crises. Uma das alternativas é que a Caixa venda para o BNDES até R$ 10 bilhões em créditos de risco – dívidas que são mais difíceis de se recuperar. Em troca, o BNDES ficaria com a gestão do FI-FGTS, o fundo de investimentos que usa parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aplicar em infraestrutura.

Outra opção em estudo é repassar toda a carteira de infraestrutura da Caixa, incluindo o FI-FGTS, para o BNDES. Nessa troca de ativos, o BNDES cederia parte de seu caixa como contrapartida. Seria uma operação mais ampla de reestruturação dos dois bancos públicos. Essa saída é considerada pelo BNDES mais viável do ponto de vista econômico e jurídico, mas deve enfrentar forte resistência política.

O ministro Dyogo Oliveira reconheceu que o banco de fomento tem hoje uma “folga de caixa bastante grande”, quando questionado sobre a capacidade do BNDES de fazer essa transação. Ele lembrou inclusive ser esse o motivo pelo qual o Tesouro pediu à instituição para que devolva recursos e ajude a cumprir a “regra de ouro” do Orçamento, que impede a emissão de dívida para pagar despesas correntes.

“Não quero dizer sobre a compra de ativos plenamente, mas evidentemente nada será feito de modo a comprometer capacidade do BNDES de emprestar e fazer suas operações. Ele terá sua capacidade preservada. Havendo espaço, há a devolução do dinheiro”, disse.

Sociedade anônima

O ministro do Planejamento disse não ter informações sobre se o governo está defendendo a transformação da Caixa Econômica em uma empresa de sociedade anônima. O Broadcast mostrou na terça que a área econômica quer que a Caixa adote o modelo pelo qual o capital do banco é dividido em ações. A intenção é melhorar a governança e abrir caminho para abertura de capital da instituição.

“Não estou discutindo isso, o governo é muito grande, não posso falar sobre outras áreas. A Caixa na verdade é ligada ao Ministério da Fazenda, então não saberia dizer nada a respeito disso”, afirmou Dyogo Oliveira.

Fonte: Isto É Dinheiro

Governo estuda vender R$ 10 bi em crédito da Caixa para o BNDES

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O governo está negociando uma operação para socorrer a Caixa Econômica e evitar que o Tesouro Nacional seja obrigado a fazer um aporte de recursos na instituição, para que ela não descumpra regras internacionais de proteção a crises. Uma das alternativas é que a Caixa venda para o BNDES até R$ 10 bilhões em créditos de risco – dívidas que são mais difíceis de se recuperar. Em troca, o BNDES ficaria com a gestão do FI-FGTS, o fundo de investimentos que usa parte dos recursos do fundo de garantia para aplicar em infraestrutura.

Outra opção em estudo é repassar toda a carteira de infraestrutura da Caixa, incluindo o FI-FGTS, para o BNDES. Nessa troca de ativos, o BNDES cederia parte de seu caixa como contrapartida. Seria uma operação mais ampla de reestruturação dos dois bancos públicos. Essa saída é considerada pelo BNDES mais viável do ponto de vista econômico e jurídico, mas deve enfrentar forte resistência política.

A Caixa está pressionada porque o Tesouro já avisou que não tem como tirar dinheiro do Orçamento para capitalizar o banco por causa da delicada situação fiscal do governo. Ao mesmo tempo, o Banco Central cobra o cumprimento das novas exigências firmadas no acordo de Basileia 3.

O índice de Basileia mostra quanto de capital dos sócios o banco deve ter em relação aos recursos emprestados. No caso da Caixa, a única sócia é a União.

As normas brasileiras exigem que para cada R$ 100 emprestados os bancos tenham R$ 11 de capital dos sócios. Em agosto, o índice do banco foi de 14,85%. O BNDES fechou junho com índice de Basileia de 22,75%.

No entanto, novas regras globais, mais restritas, estão a caminho. A norma batizada de Basileia 3, criada após a crise financeira de 2008, aumenta gradativamente o porcentual de capital que os acionistas dos bancos são obrigados a ter para fazer frente aos riscos, o que se mostra uma dificuldade para a Caixa. O BNDES, por sua vez, tem indicadores bem mais confortáveis e por isso foi acionado.

De acordo com uma fonte, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, bateu à porta do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, para pedir um aporte simples de recursos, o que já foi descartado pela equipe econômica.

A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, também é presidente do Conselho de Administração da Caixa. O entendimento é que a Caixa ainda trabalha com o “chip” do governo Dilma Rousseff, esperando uma nova capitalização federal.

No momento, a equipe econômica estuda editar uma lei para dar segurança à operação de socorro à Caixa.

O BC disse que não faz comentários individuais sobre instituições financeiras. O Ministério da Fazenda não quis se manifestar. BNDES não respondeu. A Caixa afirma que trabalha com outras estratégias para cumprir as exigências de capital.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Exame

Em troca de votos, deputados pedem cargos no BB e na Caixa

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Desde que o Palácio do Planalto abriu a temporada de negociações com a Câmara para barrar a segunda denúncia contra Michel Temer, as cúpulas dos dois maiores bancos públicos perderam o sossego.

Cargos no Banco do Brasil e na Caixa estão entre os principais objetos de desejos dos deputados dispostos a mercadejar seus votos em troca de benesses.

Parte dos pedidos são enterrados na origem, mas os comandantes das duas instituições não se iludem:uma cadeira ou outra acabará sendo entregue a afilhados de congressistas.

Fonte: Veja

BB, Itaú, Bradesco e Caixa concentram 78% do mercado de crédito do país

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Os quatro maiores conglomerados bancários – Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – detinham, em junho deste ano, 78,65% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país, segundo o relatório de estabilidade financeira divulgado nesta terça-feira (17) pelo Banco Central.

No fim do ano passado, essas instituições financeiras detinham 79,16% das operações de crédito e, no fechamento de 2015, cerca de 75,76%.

Em 2007, as quatro maiores instituições financeiras possuíam 54,6% de todas operações de crédito, indicador que mostra que a concentração bancária era muito menor no país há dez anos atrás.

Os dados do BC também mostram que os quatro bancos tinham, em junho deste ano, 72,98% de todos ativos bancários do país e 76,74% dos depósitos.

Juros altos e crédito baixo

Recentemente, o BC informou que, em agosto deste ano, os juros médios das operações de crédito com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) atingiram 62,3% ao ano em agosto no caso dos empréstimos para pessoas físicas. Neste ano, houve uma queda de 10,1 pontos percentuais.

Mesmo assim, a taxa permanece alta para padrões internacionais. Algumas linhas de crédito, como o cheque especial e o cartão de crédito rotativo, seguem acima de 300% ao ano – patamares considerados proibitivos por especialistas.

No mês passado, o BC também admitiu que o crédito bancário não deverá registrar crescimento neste ano. Na ocasião, a instituição avaliou que a recuperação do crédito bancário está acontecendo, mas de forma bastante gradual. Em 2016, o crédito bancário recuou 3,5%.

Spread bancário

Nesta segunda-feira (16), em São Paulo, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que o chamado “spread” bancário (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e os juros que cobram de seus clientes) continuará caindo se a economia mantiver o cenário de queda da inflação e juros baixos.

Segundo dados do BC, a taxa média do spread bancário com recursos livres (crédito sem subsídios) caiu quase quatro pontos percentuais em um ano, passando de 40,69%, em agosto de 2016, para 36,90% em agosto deste ano.

“O spread bancário está começando a cair e vai cair mais à medida que o tempo passa, se a gente conseguir manter esse cenário de estabilidade e se a inflação estiver baixa e os juros também”, afirmou Goldfajn na ocasião.

O presidente do BC ponderou que, para ajudar nesse processo, é preciso continuar com a sequência de reformas do governo para equilibrar o quadro fiscal. “Na medida em que a economia reduzir as incertezas, as taxas bancárias vão cair”, informou ele, nesta segunda-feira (16).

Fonte: Portal G1

Governo planeja anunciar privatização da Caixa no fim do ano

Publicado em: 11/10/2017

O governo Michel Temer estuda incluir a Caixa Econômica Federal (CEF) no pacote de privatizações que já têm Eletrobras, Infraero e Casa da Moeda, entre outras. A informação é do portal especializado em economia Relatório Reservado, que publica uma newsletter diária encaminhada a agentes do mercado financeiro.

Segundo o site, o anúncio oficial deverá ser feito no final do ano, depois da privatização da Eletrobras, junto com outras medidas de reestruturação da máquina pública, além do anúncio de que o programa Bolsa Família será incluído na Constituição Federal. Procurada pela Gazeta do Povo, a assessoria da Caixa não confirmou e nem negou a informação, embora estivesse a par do assunto.

Segundo o Relatório Reservado, a responsabilidade pelo desenho da privatização está nas mãos do presidente da Caixa, Gilberto Occhi. Não fica claro, porém, se a empresa estatal seria vendida em sua totalidade ou apenas uma parte.

De acordo com a reportagem, a “venda da CEFé uma das raras operações capazes de gerar os recursos extraordinários para o equilíbrio das contas públicas, em 2018, um ano em que os calendários fiscal e eleitoral se entrechocam”. O governo vive uma fase de desajuste das contas públicas – o déficit primário deste ano deve chegar a R$ 159 bilhões, mesmo valor previsto para 2018 – e qualquer incremento de receita nesse cenário é mais do que bem vindo.

Um negócios das arábias

Se ocorrer, a privatização da Caixa envolveria número superlativos. O banco estatal tem um patrimônio líquido de R$ 63,6 bilhões e ativos totais na ordem de R$ 1,277 trilhão. No primeiro semestre deste ano, a CEF teve um lucro líquido de R$ 4,073 bilhões, segundo o Banco Central.

O resultado do primeiro semestre é bem superior ao lucro de R$ 2,4 bilhões nos seis primeiros meses do ano passado. Já no primeiro trimestre deste ano, a Caixa havia informado um lucro líquido 81,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado, de R$ 1,488 bilhão. A Caixa tem cerca de 80 milhões de clientes e 95 mil funcionários. O Grupo Caixa conta com duas subsidiárias: a Caixa Participações e a Caixa Seguridade.

Além da liderança absoluta na concessão de crédito habitacional no país, a Caixa é responsável pelo pagamento de bilhões de reais em benefícios e programas sociais aos brasileiros – só em 2016 foram pagos R$ 242,1 bilhões. Mais de 355 mil cidadãos recebem no banco o programa Minha Casa Minha Vida, num total de R$ 41,4 bilhões pagos.

A expectativa do governo, segundo o Relatório Reservado, é atrair investidores estrangeiros com a privatização da Caixa, possivelmente chineses.

“Um assunto por vez”

Indagado sobre uma possível privatização da caixa em agosto pelo jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, desconversou. “Tem que ser tratado um assunto por vez”, disse, por ocasião do lançamento da 17.ª edição do anuário Valor 1000. “A privatização da Eletrobras é histórica, e acho que não é o momento de discutir outras privatizações. No geral, a minha opinião é favorável a privatizações, mas o país tem que estar preparado para essas ações”, afirmou o ministro.

O governo já mostrou disposição publicamente de vender o braço de seguros do banco, a Caixa Seguridade, mas o processo até agora não avançou. O processo mais avançado é a venda da Lotex, a rede de loteria instantânea do banco público, prevista para ocorrer neste ano.

A informação, reproduzida na intranet do Banco do Brasil, caiu como uma bomba entre os bancários. “Isso não trará nenhum benefício para o Brasil e a população”, destaca a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva. “Não podemos aceitar essa lógica de privatização. Não podem fazer isso sem passar pelo Congresso Nacional e chamo todos os brasileiros a resistirem e defenderem a Caixa como empresa pública”, disse.

Procurada pela Gazeta do Povo, a assessoria de comunicação da Caixa informou que já estava a par da notícia e disse que encaminharia uma nota oficial sobre o assunto. Mas, depois, em um segundo contato, informou que a questão seria respondida assim que fosse possível.

Fonte: Gazeta do Povo

Socorro a bancos deve ter ajuda do Tesouro

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Depois da aprovação da Medida Provisória que permite ao Banco Central (BC) fechar acordo de leniência com instituições financeiras, o governo deve enviar ao Congresso a nova lei de resolução bancária, que permitirá, em último caso, injetar dinheiro do Tesouro Nacional para socorrer bancos em dificuldade.

A medida se aplicaria a instituições financeiras sistematicamente importantes, como os grandes bancos públicos – Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil – e ainda Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e BTG Pactual. Hoje, o socorro a bancos com recursos do Tesouro não é permitido, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

De maio de 2000, a legislação traz em seu artigo 28 a proibição de uso de recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer as instituições, “salvo mediante lei específica”.

A questão é polêmica justamente porque, na década de 1990, o governo foi acusado de injetar bilhões nas instituições financeiras em risco por meio do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fornecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). O Proer foi sepultado pela LRF e a possibilidade de chamamento do Tesouro – ou seja, de dinheiro público – poderá voltar somente a partir de critérios e formas que serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Proer

O Proer, lançado em novembro de 1995, autorizou o repasse de dinheiro público (mais de R$ 16 bilhões) a bancos privados que estavam quebrados. O argumento do governo de Fernando Henrique Cardoso era de que, sem a medida, haveria um colapso bancário e financeiro no País. Além de atualizar o marco, que tem mais de 40 anos, as mudanças visam a aperfeiçoar a liquidação e a intervenção de bancos em dificuldade com a criação de determinados instrumentos.

Com cerca de 150 artigos, a nova legislação traz avanços como a possibilidade do uso do bail-in, que estabelece de forma compulsória a utilização de recursos de acionistas para a absorção de prejuízos e recapitalização de instituições financeiras.

Em discussão há mais de cinco anos, a nova lei de resolução bancária deve tocar em outros assuntos sensíveis, de acordo com uma fonte que ajudou na formatação do marco. Entre eles estão a sucessão fiscal para novos administradores e a inexistência de ganho de capital quando concedido desconto a credores (haircut do passivo). Esse último assunto chegou a criar questionamentos por parte da Receita Federal, que desejava tributar o desconto, conforme a mesma fonte, mas o BC teria contornado a questão.

Procurado, o Banco Central não comentou o assunto.

Fonte: Época Negócios

Estatais alcançam só metade da meta de 34,5 mil demissões voluntárias

Publicado em: 29/09/2017

Com dificuldades para fechar o orçamento, o governo federal planejava desligar 34.453 funcionários de empresas estatais, por meio de programas de demissão voluntária (PDVs) e de aposentadoria incentivada anunciados desde o ano passado. Mas, até agora, apenas metade dessa meta foi alcançada: 17.254 empregados serão desligados, sendo 10.625 em 2016 e o restante em 2017.

Os dados são do Ministério do Planejamento e os números consideram as adesões efetivas aos PDVs da Petrobras, Correios, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, entre outras. O Planejamento informou que a economia efetiva declarada pelas estatais para os PDVs de 2016 é de R$ 2,25 bilhões e de R$ 4,57 bilhões em 2017.

O Banco do Brasil é a que apresentou a maior redução do quadro profissional, com o desligamento de 9.309 pessoas no ano passado. Outra estatal com expressivo corte de pessoal é a Caixa: 4.481 funcionários vão sair em 2017.

Relatório sobre estatais divulgado pelo ministério revela que, a partir de 2006, as empresas tiveram aumentos sucessivos do corpo de funcionários, atingindo um pico de 552 mil pessoas em 2014. O número começou a cair em 2015 e fechou 2016 em 534.216. E a tendência de queda se manteve nesse ano, com 523.087 empregados no primeiro trimestre de 2017.

Na comparação entre o primeiro trimestre desse ano com do ano anterior, a Caixa lidera o enxugamento com a redução de 4% da sua folha – a média de cortes das estatais ficou em 2%, com o desligamento de 11.278 empregados.

Atualmente, o Brasil tem 151 empresas estatais, sendo 48 com controle direto da União e 18 dependentes do reforço orçamentário do Tesouro Nacional.

O governo não está focando apenas nas estatais para a redução dos gastos com pessoal. Em julho, foi editada uma medida provisória que criou um PDV para todos os servidores da Esplanada dos Ministérios. O Planejamento não divulgou metas de adesão por se tratar de uma iniciativa voluntária, mas afirmou que 5 mil desligamentos gerariam um impacto de R$ 1 bilhão ao ano. A proposta também permite a redução de jornada do servidor.

Fonte: Gazeta do Povo 

“O assunto foi zerado”, diz vice-presidente do BRDE ao negar rumor de venda do banco

Publicado em: 21/09/2017

“Isso sempre existiu”, comentou Pessuti durante evento de assinatura de parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) na última quinta-feira (15), sobre os rumores da venda da instituição. “Toda vez que o governo federal fala em fazer ajustes na sua estrutura, fala-se em vender o banco”, aponta, lembrando das privatizações de instituições financeiras como o Banestado, Besc, de Santa Catarina, e Banespa, de São Paulo. “Quando o Rio Grande do Sul procurou o governo federal para fazer seus ajustes, pediu o Banrisul, o Badesul e o BRDE. Então surgiu o comentário de que o estado poderia propor a federalização do banco. De imediato, o Paraná se manifestou contra. Santa Catarina também, e o assunto foi zerado. Não há perspectiva de vender ou federalizar”, afirmou.

Pessuti, que deve assumir a presidência do banco a partir de novembro, quando se encerra a gestão do atual presidente Odacir Klein (do RS), defende a ideia de que a instituição permaneça regional, pertencente aos três estados do Sul do país — embora não seja sócio, o Mato Grosso do Sul tem assento no Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) —, e que siga buscando alternativas para ampliar recursos a serem repassados em projetos de financiamento.

“Conseguimos essa parceria com a AFD, vamos fazer com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e outros bancos do país. Temos possibilidade de parcerias que possam estruturar conosco projetos que visem o desenvolvimento econômico dos três estados do Sul”, avalia.

Em carta, o G7 — grupo que reúne as principais entidades do setor produtivo paranaense — enfatizou a importância do banco para o desenvolvimento do estado. As cooperativas agrícolas, por exemplo, costumam recorrer a empréstimos com juros mais baixos oferecidos pela instituição.
Não é tão simples

“Quem está falando isso [sobre a venda] não entende de política pública, nem da atuação do BRDE. Não existe privatização”, afirma Paulo Starke, superintendente do banco. Embora não veja a ideia de federalização como algo necessariamente negativo para o futuro, o executivo defende a tese de que a instituição, da maneira que foi constituída e como opera, não é “privatizável”.

“Bancos como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BRDE não são privatizáveis. Porque se você coloca na mão do mercado privado, o crédito imobiliário, por exemplo, que a Caixa faz, não se faz mais, simplesmente. Se abandona, porque a percepção de risco que o mercado privado tem do segmento imobiliário é muito diferente da necessidade do país. E se você deixa de ter um banco público para atender a esse segmento, você abre mão de uma política pública fundamental”, aponta.

Por questões estatutárias, o executivo lembra ainda que uma eventual venda não poderia acontecer sem a anuência dos três estados sócios mais o Mato Grosso do Sul. E que qualquer alteração no estatuto precisaria de aprovação das quatro assembleias legislativas envolvidas na formatação do banco.

“Não basta passar [um eventual projeto de venda do banco] na assembleia do Rio Grande do Sul”, destaca. “Tem que passar também nas assembleias de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Os atos constitutivos do BRDE foram aprovados também na assembleia do Mato Grosso do Sul, então é quase impossível, é muito difícil qualquer alteração.”

Starke não descarta, no futuro, a busca por outras formas de constituição do banco, mas defende que o tema, se for o caso de ser trazido à tona novamente, venha “em um momento de boa discussão”.

Fonte: Gazeta do Povo

Doria defende privatização gradual da Petrobras e fusão entre Caixa e BB

Publicado em: 14/09/2017

O prefeito de São Paulo, João Doria, defendeu nesta terça-feira, 12 de setembro, uma privatização gradual da Petrobras e uma fusão entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, estatais controladas pelo governo federal. Segundo o tucano, as medidas ajudariam a deixar o Estado menos inchado, mais eficiente e reduziriam as chances de corrupção.

“Eu acredito e defendo uma privatização gradual da Petrobras. Ela tem tantos braços e tentáculos que é até difícil de elencar a quantidade de empresas dominadas por ela”, disse Doria, na saída de um evento sobre infraestrutura na América Latina. “Defendo uma gradual desestatização para que não haja prejuízo estratégico ao Brasil ou ao seu corpo funcional, que é bom e sério, mas foi muito afetado pelo assalto ao PT nesses 13 anos.”

Sobre os bancos públicos, o prefeito paulistano afirmou que o ideal seria uma fusão para evitar “a sobreposição e o uso político também”. “Não vejo razão de o Brasil ter dois bancos. Respeitando as duas instituições, podemos avaliar a hipótese de uma fusão sem gerar desemprego, formando um banco de altíssima qualidade, capacitada a atuar desde os programas de financiamento rural e casa própria até os de empréstimo e financiamento ao empreendedorismo”, avaliou. Questionado se essa fusão também poderia acarretar uma privatização dos bancos, Doria disse que, “nesse caso, pode ser uma instituição pública. Mas, ao invés de duas, uma”.

“A declaração do prefeito de São Paulo e pretenso candidato a presidente da República é descabida. O BB é grande, eficiente e rentável, com um ´corpo funcional bom e sério´, como ele próprio reconhece. O que falta é acabar com a ingerência política e proporcionar o adequado reconhecimento ao seu maior bem, sua equipe, que motivada e valorizada vai continuar mantendo-o na posição de maior banco do país em ativos totais”, afirma o presidente da AGEBB, Francisco Vianna de Oliveira Junior, ao comentar a notícia.

Fonte: Estado de Minas

Meirelles evita falar sobre fusão de BB e Caixa: ‘um assunto por vez’

Publicado em: 30/08/2017

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, evitou comentar nesta quinta-feira se o governo tem intenção de estudar a possibilidade de privatizar o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal. “Tem que ser tratado um assunto por vez”, disse Meirelles, que participou nesta noite do lançamento da 17ª edição do anuário Valor 1000, que premia as melhores empresas em 25 setores da economia.

“A privatização da Eletrobras é histórica, e acho que não é o momento de discutir outras privatizações. No geral, a minha opinião é favorável a privatizações, mas o país tem que estar preparado para essas ações”, afirmou o ministro.

Perguntado sobre a necessidade de existir, lado a lado, uma agência da Caixa e outra do BB, Meirelles disse que o modelo bancário no Brasil é lucrativo, mas intensivo em agências. Além disso, o foco dos dois bancos públicos é diferente, explicou. “Não há comparação entre o foco e a estrutura da Caixa e do Banco do Brasil”, disse, lembrando que grande parte da atividade do BB é rural, enquanto a caixa é mais focada em depósito e poupança.

Fonte: Credisul

BNDES assina acordo com bancos para compartilhar garantias

Publicado em: 29/06/2017

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou acordo com os principais bancos públicos e privados do país para compartilhamento de garantias nos financiamentos de projetos de infraestrutura. Entre os bancos estão a Caixa Econômica Federal (Caixa), o Banco do Brasil, o Itaú, o Santander, o Safra, entre outros.Segundo o BNDES, o modelo acordado é inédito nos contratos firmados pela instituição. A expectativa é que o acordo permitirá reduzir custos nas operações de longo prazo. O acordo prevê que os bancos que oferecerem fianças equivalentes a, pelo menos, 40% do total do financiamento, terão direito a compartilhar garantias com o BNDES.

O novo modelo já vai vigorar para empréstimos que forem concedidos aos grupos vencedores dos leilões de aeroportos de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis, realizados em março, e os de rodovias paulistas. Valerá ainda para os chamados empréstimos sindicalizados, os concedidos por um sindicato de bancos.

O BNDES informou que a instituição financeira que tiver participação relevante no projeto, individualmente, correspondente a um mínimo de 20%, também terá acesso às garantias.

Na avaliação do diretor das áreas de Crédito, Financeira e Internacional do BNDES, Claudio Coutinho, “o compartilhamento de garantias proporcionará a melhor alocação de riscos dos projetos de infraestrutura, aumentando a previsibilidade para os fiadores, potencialmente reduzindo custos”. Segundo ele, as regras valerão, em especial, para a etapa de maior risco, que antecede a conclusão das obras de um projeto.

Fonte: Jornal do Brasil

Fusão entre BB e Caixa entra na lista de Temer

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Nesta semana, sites de notícias nacionais divulgaram que o governo de Michel Temer (PMDB) estuda a possibilidade de fusão entre a Caixa e o Banco do Brasil. As informações são de que estão sendo retomados estudos iniciados nos anos 90 para tornar a Caixa uma instituição menor, com foco no crédito imobiliário. Todas as demais operações seriam transferidas para o BB.

Apesar do silêncio do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do atual presidente da Caixa, Gilberto Ochi, sobre o assunto, a notícia não pode ser descartada uma vez que Michel Temer tem anunciado diversas medidas que ameaçam as estatais, como a privatização da Caixa.

“Cada banco cumpre um papel diferenciado e temos que manter os dois bancos, que são necessários e vitais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A Caixa é uma empresa forte, altamente rentável, com 155 anos de história e consolidada no mercado. Hoje, a Caixa é o segundo maior banco do país e tem um importante papel na execução de políticas públicas na área de habitação, saneamento básico, entre outras. Mais do que nunca é preciso manter os trabalhadores bancários e a sociedade mobilizados para barrar essa destruição do nosso patrimônio”, enfatiza a diretora do Sindibancários/ES e bancária da Caixa, Rita Lima.

Responsável por administrar os recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), entre outros programas de estímulo ao desenvolvimento econômico do país, o Banco do Brasil possui hoje mais de 5 mil agências espalhadas pelo país. Para a diretora do Sindibancários/ES e bancária do BB, Goretti Barone, a fusão com a Caixa irá enfraquecer as duas empresas.

“Embora nos últimos anos tenha tido uma atuação voltada para o mercado, o BB tem um papel fundamental no desenvolvimento do país, por meio da concessão de empréstimos às pequenas e médias empresas e pequenos agricultores. Abrir mão desse papel é abrir mão de desenvolver os pequenos municípios, a agricultura familiar, entre outras importantes áreas. Temos que nos unir para resgatar o BB como um banco voltado para sua função de agente público financiador do desenvolvimento do país e impedir sua privatização”, destaca a diretora.

Com informações da Fenae.

Fonte: Sindibancários Espírito Santo

Governo quer criar fundos para reforma e venda de imóveis

Publicado em: 22/06/2017

Com uma carteira de cerca de 650 mil apartamentos, casas e terrenos em todo o Brasil, o governo decidiu criar dois fundos imobiliários com lastro em imóveis da União. Na semana passada, foi assinado um acordo com a Caixa Econômica e, até o fim desta semana, será firmado um segundo, com o Banco do Brasil, para a criação de um fundo em cada instituição.

A ideia é vender cotas para investidores e, com os recursos desses investimentos, reformar imóveis para aluguel, vender outros e construir em terrenos não edificados. O rendimento devolvido aos investidores viria justamente dos aluguéis ou do lucro com a venda dos imóveis. Caberá aos dois bancos administrar cada uma das carteiras, com o compromisso de torná-las rentáveis para os cotistas dos fundos.

Caixa e BB terão 90 dias para apresentar propostas de modelagem dos fundos, que o governo pretende lançar ainda neste ano. A medida é uma tentativa de aliviar o caixa do Tesouro, que tem de arcar com taxas de condomínio, manutenção e impostos de imóveis muitas vezes desocupados.
Hoje, muitos dos apartamentos funcionais de propriedade da União dão prejuízo. Só em Brasília, há 225 imóveis desocupados e um passivo de mais de R$ 12 milhões relativos a condomínio, IPTU e outras taxas.

Com o aperto fiscal, desde 2015 o governo tenta levantar recursos a partir da carteira de imóveis da União, mas vem enfrentando dificuldades. Já foram lançados editais para a venda de bens que, de acordo com o secretário do Patrimônio da União, Sidrack Correia, só venderam 15% dos imóveis listados.

Além disso, o governo cogitou colocar parte desses imóveis em um fundo garantidor para investimentos em infraestrutura, mas a ideia não foi colocada em prática. “Estamos buscando alternativas. Existem muitos imóveis que estão depreciando”, diz Correia.

A última estimativa, feita pelo valor patrimonial dos imóveis cadastrados, apontava um valor de R$ 7 bilhões desses bens, o que, pela avaliação de mercado, poderá ser maior.

Para o secretário, apesar de o mercado de compra e venda de imóveis estar em baixa, há espaço para investimentos em fundos imobiliários. Com a taxa Selic em baixa, muitos investidores estão migrando de aplicações em renda fixa para fundos com rendimento mais alto. “Há mercado para os fundos. Isso vem sendo estudado há algum tempo”, completou.

Ele criticou as tentativas de vendas de imóveis em governos anteriores e disse que os editais eram muito complexos e com muitos imóveis. O primeiro tinha 240, com perfis diferentes.

Na última rodada de vendas, nesta semana, foi oferecido um pacote menor, com 24 apartamentos e uma casa, todas em Brasília. Também foram colocadas equipes à disposição dos compradores para tirar dúvidas. “Estamos fazendo um teste para ver como o mercado vai reagir”, completou.
Mesmo com a criação dos fundos, a ideia é continuar vendendo casas e apartamentos, principalmente os que já foram colocados em edital anteriormente.

Fonte: Metropoles

BNDES e Caixa perdem R$ 3,4 bi com queda nas ações da JBS

Publicado em: 26/05/2017

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal perderam R$ 3,4 bilhões com a queda das ações da JBS neste ano até terça-feira. Segundo levantamento da empresa de informação financeira Economática, as duas instituições detêm, juntas, 26,24% de participação na companhia, que tem como sócio Joesley Batista – delator de denúncias contra o presidente Michel Temer.

No período, a JBS perdeu 42% de seu valor de mercado – ou R$ 13 bilhões, passando de R$ 31 bilhões para R$ 17,8 bilhões, segundo a Economática. Só na segunda-feira, as ações ordinárias da companhia despencaram 31%. Nos últimos dois dias, porém, a empresa conseguiu recuperar pequena parte dos prejuízos. Apesar disso, os papéis estão sob forte volatilidade por causa do conteúdo das delações.

A JBS fazia parte das empresas escolhidas pelos governos Lula e Dilma Rousseff para participar da política das “campeãs nacionais” em alguns setores da economia. Isso significava ter acesso a empréstimos e financiamentos de bancos públicos a taxas menores, o que ajudou o grupo a ocupar a posição de maior processadora de proteína animal do mundo.

Para se ter ideia, segundo informações constantes na delação de Joesley, o grupo conseguiu nos últimos anos R$ 15 bilhões de empréstimos e aportes de capital do BNDES e da Caixa. O levantamento da Economática corrobora a informação. De acordo com o trabalho feito com base nos formulários de referência encaminhado pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários, de 2007 até 2014, a participação das duas instituições públicas mais que dobrou, de 12,95% para 34,66%.

A Caixa só passou a ser acionista da companhia em janeiro de 2013, quando adquiriu 10,07% de participação na JBS. Nesse mesmo período, o BNDES reduziu sua fatia na empresa na mesma proporção, de 29,92% para 19,85%. De 2014 para cá, os dois bancos públicos reduziram suas posições no grupo, mas continuam sendo grandes acionistas na empresa. Hoje a Caixa detém 4,92% de participação e o BNDES, 21,32%.

Fonte: Estadão

BB e Caixa fazem varredura em empréstimos concedidos à JBS após delação de Joesley Batista

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Os bancos oficiais estão fazendo uma varredura interna sobre as operações com o grupo J&F (dono da JBS) e já avaliam que será preciso elevar o valor de suas provisões para créditos duvidosos (espécie de reserva para se proteger do risco de calote), diante das incertezas sobre o futuro da companhia. Ao mesmo tempo, o presidente Michel Temer vem sendo aconselhado por auxiliares diretos e líderes dos partidos da base aliada a fazer um pente-fino nas instituições federais. O objetivo é trazer a público as condições dos empréstimos concedidos à JBS, numa espécie de retaliação aos donos da empresa, que delataram esquema de corrupção envolvendo a classe política.

A ideia é envolver também a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), exigindo rapidez nos processos de investigação de eventuais irregularidades cometidas pela empresa no mercado. Os defensores da operação alegam que a sociedade deve tomar conhecimento dos benefícios concedidos ao grupo pelos bancos oficiais. Numa postura mais radical, há quem proponha, inclusive, a suspensão de operações já engatilhadas.

“Há uma percepção por parte dos empresários de falta de isonomia”, disse um auxiliar do presidente, acrescentando que a JBS teve tratamento privilegiado.

Empréstimo de R$ 2,7 bilhões

Fontes ligadas ao Banco do Brasil informaram que a instituição fez várias transações com o grupo, bem como com seus fornecedores, mas que elas são “defensáveis”, pois foram realizadas dentro dos padrões de mercado. O mesmo acontece com a Caixa Econômica Federal. Mas há receio de prejuízo, devido ao grau elevado de exposição dos bancos públicos ao grupo J&F. A situação do BNDES também é complicada, porque o banco tem participação na empresa.

A Caixa criou um grupo de trabalho para levantar todas as operações de crédito concedidas à holding J&F, inclusive por intermédio do fundo de infraestrutura do FGTS (FI-FGTS). Uma das orientações é conversar também com outros bancos, inclusive privados, para traçar uma ação conjunta.

Os parlamentares estão trazendo à tona, por exemplo, um empréstimo concedido pela Caixa à J&F entre 2015 e 2016 no valor de R$ 2,7 bilhões para aquisição da empresa Alpargatas S.A. O banco público financiou 100% da operação e ainda deu prazo de carência de dois anos. A transação está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Oficialmente, os bancos não comentam o assunto sob alegação de que os dados dos seus clientes são sigilosos. “A Caixa informa que já instaurou procedimento de apuração interna e está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com os trabalhos, atuação que continuará sendo adotada pela empresa”, disse o banco em nota.

Segundo uma fonte da equipe econômica, o governo não pode interferir diretamente nos bancos federais, seja para liberar ou segurar empréstimos. Sobre as operações já realizadas, os bancos federais estão cumprindo determinação do BC, que é reexaminar a classificação de risco de toda empresa que entra em situação de dificuldades financeira, como está acontecendo com a J&F. Com isso, o crédito ficará mais restrito, e o aumento da provisão para créditos duvidosos é uma consequência, disse a fonte, lembrando que as ações da JBS caíram mais de 30% na segunda-feira.

Em março de 2017, a JBS era a segunda maior devedora da Dívida Ativa da União, com débito de R$ 2,34 bilhões, segundo lista divulgada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Atualmente, conforme o site da PGFN, a empresa tem R$ 121,9 milhões em dívidas previdenciárias inscritas e R$ 2,8 milhões em dívidas tributárias não previdenciárias, totalizando R$ 124,8 milhões. A Receita Federal informou que os dados de débitos tributários que ainda estão sendo questionados são sigilosos.

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara deve aprovar hoje um requerimento para que os presidentes do Banco Central, Ilan Goldfajn, e da CVM, Leonardo Pereira, além do diretor-presidente da BM&F, Celso Finkelstain, prestem esclarecimentos sobre a JBS. No Senado, Ataídes Oliveira (PSDB/TO) começou ontem a recolher assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar, no prazo de 180 dias, os danos causados pelo grupo JBS ao mercado financeiro. A empresa teria se aproveitado de informações privilegiadas para lucrar com a compra de dólares, beneficiando-se das operações cambiais feitas às vésperas de o escândalo estourar.

Fonte: Época Negócios

Caixa ‘arranca’ contrato de megaprojeto imobiliário do BB

Publicado em: 19/05/2017

A Caixa Econômica Federal se saiu melhor na disputa contra Banco do Brasil e Bradesco no contrato de financiamento de um projeto imobiliário em Guarulhos, informou o jornal Estado de São Paulo.

O acordo estava com o BB, porém, a Eztec, responsável pelo empreendimento Cidade Maia, pediu em dezembro a portabilidade de empréstimo concedido à construção.

Com o pedido, o Bradesco e Caixa Econômica Federal disputaram o contrato. Por oferecer juros menores, inferior a 10%, a Caixa levou a preferência na captação de clientes. A taxa do BB para compra de imóveis está em 11,5% ao ano.

A Caixa, BB e a Eztec não quiseram comentar sobre o assunto.

Fonte: Giro Business

Bancos em 2016: concentração e lucro elevado mesmo com recessão

Publicado em: 20/04/2017

São Paulo – O setor financeiro confirmou em 2016 a tendência de concentração e manteve lucros elevados, apesar da crise, constata o Dieese em estudo de sua Rede Bancários, divulgado nesta segunda-feira (17). “Os cinco maiores bancos do país tiveram desempenho muito expressivo, seja em termos de intermediação financeira (as principais contas dos bancos) ou de resultado operacional, a despeito do adverso cenário econômico e da queda observada no resultado líquido em comparação com o ano anterior”, diz o instituto.

“Permanece a necessidade de se ampliar e se aprofundar o debate sobre o papel desempenhado pelo sistema financeiro nacional, especialmente no que se refere aos três maiores bancos privados”, acrescenta o Dieese, em referência a Bradesco, Itaú e Santander. Somados o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, os cinco concentram 87% das operações de crédito.

Em relação ao emprego, o número de trabalhadores tem queda contínua desde 2012, aponta o Dieese, mas houve pequena variação (-0,1%) de 2015 (433.015) para 2016 (432.518), uma perda de 497 vagas. Quatro dos cinco maiores bancos fecharam postos de trabalho, com destaque para o BB, que eliminou 8.569, queda de 7,8%. O banco teve um plano especial de estímulo à aposentadoria, com 9.409 adesões. Fechou o ano com 100.622 empregados.

A Caixa, que fechou 2.480 vagas (-2,5%), também fez um plano de apoio à aposentadoria. E deverá cortar mais postos de trabalho neste ano, já que abriu novo programa de estímulo ao desligamento de mão de obra. No final de 2016, estava com 94.978 funcionários.

Entre os privados, o Santander cortou 2.770 (-5,5%) e o Itaú Unibanco, 2.610 (-3,1%). A exceção foi o Bradesco, com abertura de 15.932 vagas (17,2%). Mas na conta entra a incorporação do HSBC – sem isso, o banco cortou 4.790 postos de trabalho de setembro de 2015 a setembro do ano passado. No final de 2016, o Bradesco estava com 108.793 funcionários, o Itaú tinha 80.871 e o Santander, com 47.254 empregados.

O Itaú fechou 168 agências e o Santander, oito, no ano passado. BB e Caixa têm 11 e oito a mais em relação a 2015, respectivamente, mas o Dieese lembra que os dois bancos planejam fechar centenas de agências neste ano. O saldo de 807 no caso do Bradesco leva em consideração, mais uma vez, a incorporação do HSBC.

O lucro líquido dos cinco maiores bancos brasileiros somou R$ 59,6 bilhões em 2016, queda de 12,1% em relação ao ano anterior. Segundo o Dieese, o resultado pode ser explicado, entre outros motivos, pelo fato de as empresas terem feito “forte provisionamento” e por não usarem créditos tributários. O maior lucro foi registrado pelo Itaú: R$ 22,2 bilhões, redução de 7%, enquanto o Bradesco teve R$ 17,1 bilhões, diminuição de 4,2%.

Já o BB teve queda de 44,2%, para R$ 8 bilhões, mas o Dieese observa que esse dado deve ser relativizado por causa do impacto, em 2015, de acordo do BB com a Cielo, no segmento de pagamento eletrônicos. O lucro da Caixa, de R$ 5 bilhões, caiu 3%, mas o resultado operacional cresceu 271,5%, “devido à melhora no resultado da intermediação financeira, em especial, de resultados com operações de crédito e com títulos e valores mobiliários”. A exceção de 2016 foi o Santander, cujo lucro líquido aumentou 10,8% sobre 2015 e atingiu R$ 7,3 bilhões.

A íntegra do estudo pode ser lida no site do Dieese.

Fonte: Rede Brasil Atual

BNDES, Caixa, BB: a destruição dos bancos públicos

Publicado em: 13/04/2017

O slogan de JK eram os famosos 50 anos em 5, que construiu Brasília, a SUDENE e a indústria automobilística nacional. JK tinha pressa na construção do Brasil. O slogan oculto do governo Temer são 209 em 2. Temer tem pressa em desmontar e destruir.

O primeiro banco público brasileiro, o Banco do Brasil, foi instituído por Dom João VI, antes do Brasil se tornar nação independente, no dia 12 de outubro de 1808; a Caixa Econômica é de 12 de janeiro de 1861, tempo do Império de Pedro II; o BNDES (criado sob a sigla de BNDE) é de 20 de junho de 1952, herança do segundo governo de Getúlio Vargas.

Nossos bancos públicos são alavancas decisivas de desenvolvimento. Todas as decisões fundamentais de acumulação, investimento, financiamento e políticas sociais de transferência de renda não se fizeram na economia brasileira, em tempos remotos ou recentes, sem o auxílio desses instrumentos públicos. Trata-se de uma experiência bem-sucedida, “case” de política econômica estudada lá fora, uma diferença positiva extraordinária do Brasil em relação a todos os demais países da América Latina, que se ressentem de um instrumento de desenvolvimento semelhante.

Os planos de Temer e seus burocratas, a cada dia mais escancarado, é de acelerada recolonização do Brasil. Fazer retroagir um grande país capitalista periférico, repleto de potencialidades e em desenvolvimento, com vocação de potência (tanto que compõe os BRICS), à condição de país neocolonial. Quer transformar o Estado apenas num balcão de negócios e favorecimentos ao sistema financeiro, às multinacionais e aos rentistas. Todos os instrumentos de Estado que geram empregos e bem-estar social estão sob ameaça. A Previdência Social está sendo atacada. A Consolidação das Leis do Trabalho (a CLT) também está na mira. E os bancos públicos já estão sendo desmontados.

O governo do usurpador quer desmontar os bancos públicos federais e privatizar os bancos públicos estaduais. No final do ano passado, as taxas de juros da Caixa e do Banco do Brasil foram aumentadas. O quadro de trabalhadores do Banco do Brasil foi reduzido através de programa de demissão voluntária que alcançou 10 mil empregados. O BNDES é sufocado obrigando-o a pagar R$ 100 bilhões ao Tesouro em data antecipada. Além disso, a taxa de financiamento do BNDES será uma taxa de mercado.

O governo Temer quer também intervir nos estados da federação. Resultado da recessão advinda das políticas macroeconômicas neoliberais, os Estados estão em dificuldades financeiras. Como todos os estados da federação devem à União, o governo federal está propondo uma suspensão do pagamento da dívida por três anos. Isso aliviaria momentaneamente os estados. Mas o governo Temer impõe condições draconianas: suspenção de aumentos para o funcionalismo público estadual e privatização das empresas de saneamento, energia e bancos.

Os bancos públicos são da sociedade. Não pertencem a um governo ilegítimo. Bancos públicos prestam serviços a todos e todas. Não visam apenas o lucro para dividir entre seus acionistas ou atender bem o público consumidor, com o único intuito de aumentar a sua carteira de clientes. Fazem isso também, mas vão além. Fazem inúmeras parcerias com o governo para viabilizar políticas e programas sociais e econômicos. Por isso, são públicos.

Ao atacar os bancos públicos o governo vai aumentar o desemprego e reduzir o alcance de diversos programas sociais, por exemplo, o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que é um programa de financiamento que garante a produção de alimentos. São 12 milhões de pessoas ocupadas na agricultura familiar e 70% dos alimentos que consumimos vêm do seu trabalho.

O programa Minha Casa Minha Vida depende fundamentalmente da Caixa. Mais: 70% do financiamento imobiliário do país é feito pela Caixa. O Fies, programa de crédito para o estudante poder pagar a universidade ou faculdade privada, depende do Banco do Brasil e da Caixa. O financiamento do investimento da indústria depende em grande medida do BNDES. O financiamento de obras de infraestrutura depende essencialmente dos bancos públicos federais.

Há uma passagem recente da economia brasileira que não pode ser esquecida. Em 2008/9, durante a maior crise financeira internacional, cujo epicentro foi os Estados Unidos, os bancos públicos tiveram um papel exemplar. Enquanto os bancos privados retraíram a oferta de crédito e elevaram as taxas de juros, os bancos públicos federais fizeram o contrário. Essa atitude, associada a uma série de outras medidas adotadas pelo governo, transformou aquela crise que era chamada de Tsunami em marolinha, tal como disse corretamente o ex-presidente Lula.

Foi inteiramente legítima a atuação dos bancos privados naquela crise. Afinal, o objetivo dos bancos privados é o lucro. Assim como devemos reconhecer que também é legitima a existência e a necessidade de bancos públicos. Em 2009, a atuação dos bancos públicos auxiliou a manutenção de milhões de empregos e conteve falências de empresas. Assim, reduziu a inadimplência de toda a economia, inclusive mantendo as condições para que trabalhadores saldassem as suas dívidas perante os bancos privados. Podemos dizer que, até para os bancos privados, os bancos públicos foram úteis e são necessários.

Realmente, o governo Temer tem pressa em desmontar os bancos públicos. Na sexta-feira passada (31/03), o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, convocou uma coletiva de imprensa para anunciar medidas, conforme ele, de “modernização da remuneração do BNDES”. Na verdade, são medidas para encarecer de forma significativa os empréstimos do BNDES. Haverá a extinção da TJLP (taxa de juros de longo prazo) e a criação de uma nova taxa para os financiamentos do BNDES, a TLP – que será equivalente à taxa das NTN-B (de cinco anos), que é um título da dívida do governo.

Durante a entrevista coletiva, quando indagado por um jornalista qual seria a taxa dos empréstimos do BNDES hoje se as medidas já estivessem em vigor, o presidente do BC deu uma resposta propositalmente vaga: “depende de qual seria a taxa da NTN-B”. Desconversou: hoje, a TJLP está em 7% ao ano, mas se a TLP já estivesse vigorando em sua plenitude, ela seria de 11,8%.

Na prática, é o fim do BNDES como banco de desenvolvimento, instrumento de competitividade e consolidação das empresas nacionais. Os financiamentos do BNDES ficarão bem caros e pouco atrativos.

Os argumentos dos técnicos do governo Temer na defesa do indefensável são absolutamente falsos. Alegam que haverá aumento da previsibilidade porque a TLP será definida pelo mercado. É exatamente por esse motivo que a nova taxa é mais volátil e, portanto, mais imprevisível. E, ademais, é uma taxa cíclica, que se moverá ao sabor das ondas do mercado.

O governo diz que o fim da TJLP e a criação da TLP vai fomentar o financiamento privado de longo prazo. Ora, não existe correspondência necessária entre definhamento do BNDES e do investimento e uma pseudo eclosão do sistema privado de financiamento. Em artigo recente, o professor Ernani Teixeira, da UFRJ e ex-superintendente do BNDES, mostra que os bancos privados ofertam somente 14% dos créditos de longo prazo no Brasil. Não há interesse dos bancos privados em se expor em operações arriscadas (por exemplo, a construção de uma hidroelétrica) com taxas de juros baixas e prazos de financiamento que ultrapassam décadas. O mesmo vale para o mercado de debentures (ou seja, títulos de dívidas das empresas) que tem tamanho e prazos menores que a carteira do BNDES (4,1% do PIB é o tamanho do mercado de debentures contra 9,6% do PIB que é o tamanho da carteira de crédito do BNDES).

Na coletiva, um dos principais argumentos exibidos por Ilan Goldfajn é que a substituição da TJLP pela TLP contribuirá para a queda sustentada da taxa de juros estrutural da economia. Argumentação esquisita. Criam uma taxa que eleva o custo dos financiamentos do BNDES e aí concluem que uma taxa mais alta (a TLP) contribuirá para a queda de todas taxas de juros da economia.

Argumentam que com a TLP o BNDES vai conseguir securitizar a sua dívida. Isso significaria que o BNDES negociaria seus créditos para se capitalizar e fazer novos empréstimos. Cabe a pergunta: o “novo” BNDES objetivamente definhado – pela falta de demanda por seus financiamentos que ficarão caros e voláteis – iria ao mercado captar recursos para emprestar para quem?

Enfim, os defensores neoliberais da TLP sacam o argumento miraculoso – a nova taxa contribui para o equilíbrio fiscal. É verdade, serão reduzidos aquilo que chamam de subsídios implícitos (chamado oficialmente de subvenção econômica), já que o BNDES não praticará taxas abaixo das taxas de mercado. Esquecem, contudo, que taxas de juros mais baixas do BNDES estimulam o investimento, a geração de empregos e renda e, em consequência, o aumento da arrecadação.

Com taxas de juros abaixo das taxas de mercado, o BNDES podia alocar recursos em setores econômicos específicos e regiões menos desenvolvidas. E isso incomoda demais neoliberais. Para eles, o mercado deve alocar recursos sem levar em consideração condicionantes historicamente construídos, a exemplo das diferenças regionais. Assim sendo, como o mercado não vai mesmo alocar por indução natural, podem esquecer desenvolvimento no norte e nordeste.

No passado, dizia-se que ou o Brasil acabava com a saúva ou a saúva acabava com o Brasil. O governo Temer é a saúva do presente.

 

Fonte: Brasil 247

Itaú, Bradesco, BB e Caixa tinham quase 80% do mercado de crédito ao fim de 2016

Publicado em: 05/04/2017

Os quatro maiores conglomerados bancários – Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – detinham, no fim de 2016, 78,99% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país e também 78,48% dos depósitos, segundo o relatório de estabilidade financeira divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.

Um ano antes, no fim de 2015, os quatro bancos detinham, juntos, cerca de 75% dos empréstimos e depósitos de todo o sistema financeiro. Com isso, subiu a concentração bancária no ano passado, de acordo com dados do BC.

Em 2007, eles tinham 54,6% de todas operações de crédito, indicador que mostra que a concentração bancária era muito menor no país.
Recentemente, o BC informou que, em fevereiro, a taxa média dos juros bancários atingiu 53,2% ao ano. Em alguns casos, como no do cheque especial e do cartão de crédito, a taxa passa de 300% ao ano.

Com isso, o chamado “spread bancário” (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) subiu em fevereiro para 42,5 pontos percentuais – patamar elevado para padrões internacionais.

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Concorrência

Segundo o diretor de Fiscalização da autoridade monetária, Anthero Meirelles, o aumento da concorrência no sistema financeiro é muito bem-vindo. Questionado se a instituição adotaria alguma medida para estimular a entrada de novos concorrentes, ele afirmou que o grande estímulo para isso é o crescimento do mercado e a melhora do ambiente econômico.

“Eu acho que a queda do risco Brasil, endereçamento de questões estruturais, fiscais, recuperação da confiança, e uma política macroeconômica que gera confiança nos agentes, é o melhor caminho para estimular a eventual entrada de novos concorrentes”, afirmou ele.

Meirelles avaliou ainda que, com mais segurança jurídica e regulatória e “incertezas dissipadas”, haverá um estímulo não só para a entrada de novos concorrentes, mas também para que os atuais participantes do mercado de crédito “se animem mais para concorrer”.

De acordo com o diretor, a segmentação promovida pelo governo no sistema financeiro, com a classificação em cinco grupos, é muito importante para a concorrência.

“Não necessariamente para que novas entidades estrangeiras entrem no Brasil, mas isso reduz o custo de observância e o custo regulatório”, afirmou Anthero Meirelles.

Fonte: G1