O Banco do Brasil voltou atrás da decisão de retirar anúncios do site de fake news Jornal da Cidade Online após reclamação do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) nas redes sociais.
Alertado pelo movimento Sleeping Giants Brasil, na quarta-feira (20) o Banco do Brasil anunciou via redes sociais que “repudiamos qualquer disseminação de fake news” e anunciou a retirada e o bloqueio de anúncios no site. No mesmo dia, o filho de Jair Bolsonaro compartilhou o tuíte reclamando que “o marketing do Banco do Brasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas”.
Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo desta sexta-feira (22), o Banco do Brasil informou que restabeleceu a verba no mesmo dia da reclamação de Carlos Bolsonaro.
A área técnica, da qual faz parte o filho do general Mourão, Antônio Mourão, considerou excessivo o veto ao site por produção de conteúdo falso. O presidente do banco, Rubem Novaes, defendeu o desbloqueio.
Site bolsonarista
Na Justiça, o Jornal da Cidade Online e seu dono, o jornalista e advogado José Pinheiro Tolentino Filho, são alvo de processos e condenações pela publicação de notícias distorcidas e falsas, com ataques a desembargadores do Rio de Janeiro, em 2018.
Dois magistrados processaram o site, e as indenizações por danos morais foram fixadas em R$ 150 mil e R$ 120 mil.
Mais recentemente, no início de maio, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, ganhou uma ação por danos morais contra o site com indenização no valor de outros R$ 150 mil, também por conta da publicação de uma notícia falsa.
Na CPMI das Fake News, o site é classificado como parte de uma espécie de milícia digital montada para apoiar o presidente e seu governo e espalhar fake news e ataques a adversários.
“Como resultado do processo investigativo, verificamos indícios da prática de condutas ilegais do sr. José Pinheiro Tolentino Filho por meio de seu projeto de comunicação Jornal da Cidade Online. Razão pela qual se faz necessário o aprofundamento das investigações sobre a prática desse agende, bem como identificação de possíveis cumplices e coautores de atos ora investigados”, afirma o requerimento apresentado na CPMI que ainda não foi aprovado.