BB e Citi realizam primeiro empréstimo vinculado a metas ESG

Publicado em: 27/09/2024

O Banco do Brasil e o Citi realizaram uma operação inédita entre as duas instituições com a temática sustentável nesta semana. Este é o primeiro financiamento comercial fechado entre as duas instituições que prevê redução de juros de acordo com o atingimento de metas de sustentabilidade. Os chamados Sustainability Linked Loans, como são conhecidas no mercado as operações que têm uma variação da taxa dede juros em seu contrato, de acordo com o cumprimento ou não de metas de sustentabilidade, é comum em emissões privadas, porém ainda pouco utilizado no mercado financeiro para captação de recursos e empréstimos internacionais entre instituições financeiras.

Em 2024, o Banco do Brasil se tornou uma das primeiras instituições financeiras da América Latina a publicar e utilizar um framework baseado em metas de sustentabilidade. Nesta operação com o Citi, foram consideradas as metas de expansão da carteira de agronegócios sustentável e de baixo carbono e a meta para ampliar a liderança de mulheres, pretos e pardos na instituição financeira.

O Banco do Brasil realizou nos últimos quatro anos captações no montante de R$ 33 bilhões de reais ou aproximadamente US$ 7 bilhões (câmbio ajustado considerando a data das captações) com um framework de finanças sustentáveis desenvolvido em parceria com instituições internacionais e certificado por terceira parte independente, em operações com uso de recursos destinado a projetos sustentáveis. Já com o novo framework de metas são cerca R$ 2,5 bilhões de reais (ou US$ 400 milhões) em operações.

Francisco Lassalvia, vice-presidente de Negócios de Atacado do Banco do Brasil, reforça que ao longo dos anos, o relacionamento com o Citi se traduziu em diversos negócios entre nossas instituições, incluindo operações creditícias bilaterais e a prestação de serviços internacionais, sempre baseados em uma parceria estratégica de longo prazo. “Mais uma vez, confirmamos nosso compromisso mútuo em promover práticas financeiras sustentáveis e responsáveis”.

Ele destaca que esta operação está na vanguarda das finanças sustentáveis, integrando metas inovadoras que visam fortalecer a carteira de investimentos responsável do BB, e se distingue por atrelar suas condições comerciais ao atingimento de objetivos como o incremento da diversidade racial e de gênero na alta liderança do banco, reforçando o compromisso com a inclusão e equidade. Por fim, ele complementa que “ao avançarmos nessa direção, o Banco do Brasil reafirma o propósito de liderar com responsabilidade, proporcionando um impacto positivo e duradouro não apenas para nossos clientes e parceiros, mas também para a sociedade como um todo”.

Para Mario Fujii, gerente geral do Banco do Brasil em Nova Iorque e responsável pela atuação da instituição na América do Norte, “a captação com o Citi mostra que o mercado norte americano vem se desenvolvendo cada vez mais no tema ASG, com um crescente engajamento das instituições americanas. Esta operação demonstra que ambas as instituições exercem protagonismo na preservação do meio ambiente, no desenvolvimento socioeconômico das pessoas e nas mudanças climáticas, com recursos que farão a diferença na vida de milhares de brasileiros”, considera.

Jose Ricardo Sasseron, vice-Presidente de Governo e Sustentabilidade do Banco do Brasil, diz que a operação mostra que o mercado internacional acredita e confia no Banco do Brasil. “Nossas metas sustentáveis são um claro compromisso do Banco com a sustentabilidade. Estamos muito felizes em concretizar esta operação inédita com o Citi, que vai ajudar em nosso apoio aos clientes, parceiros e sociedade na transição para uma economia mais verde e inclusiva”, afirma. Sasseron ainda pontua que o BB é uma instituição capaz de dialogar amplamente com o mercado para a realização de negócios internacionais como este, além de, sobretudo, aplicar estes recursos diretamente para aos clientes. “Somos considerados o Banco mais sustentável do mundo porque realmente nos importamos com relações mais justas e inclusivas, com direcionamento claro à valorização das nossas riquezas naturais, que cada vez mais precisam do apoio de toda a sociedade para preservá-las”, finaliza.

Segundo Marcelo Marangon, presidente do Citi no Brasil, a operação é um marco para o Citi, por se tratar do primeiro financiamento comercial associado a objetivos sociais e ambientais concedido pelo Citi a um banco na América Latina. “Para o Citi Brasil, o desenvolvimento econômico e social são prioridades. Por isso, estamos orgulhosos de nossa capacidade de prover soluções financeiras que apoiam nossos clientes em suas estratégias de crescimento sustentável, atuando como catalisadores desta agenda no país”, afirmou.

A operação está em linha com a estratégia de Finanças Sociais do Citi de financiar atividades que ampliem o acesso a serviços básicos e oportunidades econômicas para pessoas em situação vulnerável, com o objetivo de alcançar 15 milhões de famílias, incluindo 10 milhões de mulheres. em mercados emergentes. A transação também está alinhada com a meta do Citi de alcançar US$ 1 trilhão em finanças sustentáveis até 2030, afirmou o executivo.

Fonte: Banco do Brasil

BB acredita que pode elevar seu lucro a um ‘dígito alto’ em 2024, diz Citi

Publicado em: 23/11/2023

O Banco do Brasil (BBAS3) acredita que está em uma posição de mercado favorável para que seu lucro cresça um dígito alto no ano que vem, afirma o Citi. Ainda de acordo com o banco, alguns sinais sobre o desempenho do BB em 2024 começam a surgir, mesmo que as projeções oficiais ainda não tenham sido publicadas.

O Citi teve uma conversa com Geovanne Tobias, vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores do banco, Janaína Storti, gerente geral de RI, e Marcelo Oliveira, gerente de RI, em que repassou a eles perguntas de investidores.

De acordo com o relato, o BB espera um índice de eficiência de cerca de 28% no ano que vem, próximo ao visto no terceiro trimestre. Além disso, acredita que “faria sentido” esperar um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) próximo a 20%, graças ao aumento das margens vindo do crédito ao varejo à medida que os juros caírem.

O crédito consignado, que responde por cerca de 40% da carteira do varejo, deve continuar crescendo a dois dígitos porcentuais em 2024. “O BB destacou que, a despeito da portabilidade e da entrada de nomes digitais no segmento, a base de clientes do banco se mostrou resiliente, com pouco sinal de deterioração”, relata o analista Rafael Frade.

No agronegócio, o BB relatou ter uma exposição baixa a regiões afetadas pelo fenômeno climático El Niño. O banco também monitora os preços de commodities e seus impactos para os clientes. “Por exemplo, alguns podem postergar a venda das sagras, atrasando seus empréstimos. Graças às capacidades de mapeamento, o banco já está trabalhando em uma solução para casos particulares”, escreve o Citi.

O BB também informou, de acordo com o relatório, que houve uma redução de margem no segmento agro, mas que consegue ampliar as margens com a oferta de serviços e produtos que complementam o crédito.

Outro ponto discutido foi o impacto da adoção da norma contábil IFRS 9 sobre o balanço. O BB não tem uma estimativa oficial de qual será o impacto da adoção da metodologia de perda esperada sobre o volume de provisões contra a inadimplência.

Ao tratar do Patagonia, banco que controla na Argentina, o BB afirmou que monitora de perto os resultados das eleições no país vizinho, mas que acredita que, de todo modo, a contribuição da operação às margens vai cair à frente. “Não há planos de vender o ativo, que tem bons indicadores e uma rede de cerca de 300 agências”, diz Frade no relato.

Fonte: Estadão