Debate sobre diversidade no BB: modelo de gestão tem que ser inclusivo

Publicado em: 13/06/2024

A mesa “Igualdade de Oportunidades”, encerrou os debates específicos do 34º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, realizado nos últimos dois dias, na capital de São Paulo. A assessora jurídica da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, e consultora da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Phamela Godoy, fez uma provocação aos presentes ao perguntar: “Nossa riqueza está na diversidade, então vamos construir locais de trabalho que incluem ou excluem?”

Ela destacou que, apesar de já existir o entendimento do que é trabalho digno e as condições para tal, ainda há muitos desafios a serem superados para que mulheres, pessoas com deficiência (PcDs), negros e LGBTQIA+ não sofram mais violência no ambiente laboral. “Isso é resultado de um forte controle social que nos é imposto, que exige um único modelo que todos devem seguir, não olhando para a realidade que é a diversidade, nossa verdadeira riqueza”, completou.

Esse controle social ressaltado por Phamela Godoy se reflete dentro do Banco do Brasil nas suas formas mais variáveis de violência, lembrando que, em média, no mercado de trabalho do país, as mulheres recebem cerca de 21% menos que os homens, segundo 1º Relatório de Transparência Salarial, divulgado neste ano pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres. “Já segundo levantamento do Dieese, com dados de 2022, na categoria bancária a mulher recebe em média 22% menos que os homens colegas bancários. Se for mulher negra, então, ela recebe em média 40% menos”, pontuou.

Mecanismos de expulsão – Na avaliação de Phamela, os ataques contra a diversidade “são mecanismos de expulsão, formas de deslegitimar a ocupação de espaços por mulheres, por PcDs, que muitas vezes são esvaziados nas suas funções, e por pessoas LGBTQIA+”, ressaltou. Ainda em sua análise, esses tipos de ataques também acontecem no ambiente sindical, e a construção de medidas para combatê-los precisa ser aprofundada entre os trabalhadores organizados. “Precisamos seguir avaliando nossas próprias condutas nos sindicatos, nas nossas federações, para não refletir a sociedade que queremos mudar”, pontuou.

Sem letramento não há evolução – O papel do letramento (processo de reeducação de práticas), para alcançar uma sociedade sem discriminação e com igualdade de oportunidade para todxs, todas e todos, foi ressaltado pela Conselheira de Administração Representante dos Funcionários (Caref), no Conselho de Administração (CA) do BB, Kelly Quirino, primeira mulher negra a ocupar esse cargo no banco público.

“As pautas de diversidades, dentro do banco, não têm que ser pensadas somente na perspectiva do encarreiramento. Há pessoas com dificuldades dentro da empresa, simplesmente por não se sentirem seguras para se apresentarem como são. A vida delas está em jogo por causa disso. Um exemplo é sobre a população trans, que têm, no Brasil, expectativa de vida de 35 anos”, ressaltou.

Respeito, não violência – Como Caref, Kelly Quirino observou que os desafios contra a violência dentro do BB são grandes, em se tratando de uma estrutura nacional e com cerca de 120 mil funcionários. Mas destacou, também, evoluções importantes, sobretudo a partir da mudança na gestão do BB. “Temos hoje a primeira mulher, mulher negra e lésbica a ocupar a presidência do BB, em 215 anos de existência da instituição. E isso por indicação do presidente Lula, que não teria sido eleito não fossem as mulheres, negros e nordestinos desse país”, destacou.

Quirino pontuou ainda que, graças à atuação do movimento sindical, a categoria conseguiu alcançar avanços na questão da diversidade e igualdade de oportunidade, nas mesas de negociação com os bancos, e que já trouxeram impactos no BB. Por outro lado, reconheceu que ainda há muito a ser enfrentado, uma vez que as empresas também refletem os problemas da sociedade.

“Ainda estamos extremamente polarizados como sociedade. Não faz muito tempo, tivemos que enfrentar uma situação em que um homem, dentro do banco, falou no Dia da Consciência Negra: ‘pra que dia da consciência se negro não tem consciência?’. Conseguimos que essa pessoa fosse penalizada e demitida. Mas ainda teve gente que quis defendê-lo”, contou.

Cassi e o programa inédito LGBTQIA+

Também participou da mesa Igualdade de Oportunidades a gerente de Risco Populacional da Cassi, a Caixa de Assistência dos Funcionários do BB, Ana Lucia Gurgel, que apresentou dados sobre o “Núcleo de saúde para a população LGBTQIA+”, projeto anunciado pelo Banco do Brasil no final de maio, durante lançamento conjunto com a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Governo Federal, do “LGBTQIA+ Cidadania”.

Ela contou que o projeto começou a ser desenvolvido a partir da busca por resposta à necessidade de uma usuária da Cassi, do Paraná, que está vivendo o processo de transição de gênero. “Com isso, começamos a pensar caminhos. Montamos um Grupo de Trabalho no Paraná, ampliado para a gerência de saúde. Em janeiro deste ano, fizemos um conselho consultivo acadêmico e, em maio, um conselho consultivo social, que nos ajudou a ter um panorama geral para soluções de saúde para esses usuários e usuárias da Cassi”, contou.

Ela reconheceu que existe muito a evoluir, para desenvolver um programa integral de saúde específico à população LGBTQIA+. “A invisibilidade dessas pessoas está presente nas entidades de saúde no geral”, pontuou. “Precisamos superar protocolos atribuídos somente por gênero no sistema, para que a gente não negue o direito a procedimentos importantes e específicos a essa população”, continuou.

Atualmente, o programa na Cassi está na fase de capacitação técnica e formação de equipes pelo Brasil. “Iniciamos também um mapeamento de rede, importante nesse processo de qualificação de pessoas das CliniCassi. A ideia central é avançar nessa sensibilização entre nossos profissionais de saúde, buscar e credenciar serviços para ampliar e aprofundar o atendimento às pessoas LGBTQIA+”, concluiu.

A funcionária do BB e coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, destaca que, além de estar nos debates da mesa Igualdade de Oportunidade, conquistada pelos trabalhadores em 2000, a proposta de saúde voltada à população LGBTQIA+ faz parte da minuta específica de reivindicações dos funcionários do Banco do Brasil. “Nosso compromisso, como movimento sindical bancário, no combate às desigualdades contra a população LGBTQIA+ é histórico. E avaliamos que esse projeto dialoga diretamente com nossas pautas”, ressaltou.

Lucia Gurgel destacou ainda outras importantes ações da Cassi no campo da diversidade, especificamente para às PcDs e pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) – “Em relação às pessoas com deficiência, nossa política está sendo orientada pelo tema ‘nada sobre nós sem nós’. Desde 2023, a Cassi realizou, segundo Lucia, 27 conferências nacionais para a construção de um trabalho voltado para PcDs, além de oficinas e uma consulta aberta para os associados e associadas, que ficou aberta até o final de maio e que teve 90% de aceitação.

“O próximo passo será uma Conferência Nacional sobre o tema, entre os dias 27 e 28 desse mês. No dia 21 de setembro, dia que marca a luta da pessoa com deficiência, nosso objetivo é lançar o programa”.

Sobre a população com alguma condição do espectro autista, a gerente de Risco Populacional da Cassi, destacou que os trabalhos estão sendo direcionados com base em “uma ampla base de mais de 90 estudos científicos”, a partir da qual um protocolo foi lançado, em dezembro de 2023, para qualificar os prestadores das clínicas da Cassi. “Nesse programa, buscamos olhar para o que é essencial, que é construir um plano terapêutico singular, fundamental para acompanhar a pessoa TEA no seu cuidado e nos seus diversos espaços”, disse.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro

Funcionários do Banco do Brasil realizarão Congresso por videoconferência

Publicado em: 27/06/2020


Funcionários do Banco do Brasil realizam nos dias 11 e 12 de julho seu 31º Congresso Nacional. Será a primeira vez na história que o Congresso será realizado por videoconferência, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus.

O Comando Nacional dos Bancários debateu longamente para adequar o calendário e redimensionar o 31º CNFBB, de maneira que fosse garantida a representatividade das entidades de todo o país e de suas delegações. “Além disso, os debates e seminários serão transmitidos ao vivo, possibilitando a participação de um maior número de bancários”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga.

“Recentes declarações do ministro da Economia e do próprio presidente do banco e a timidez do BB em atuar no crédito neste momento de pandemia sinalizam que a intenção deles é privatizar esta instituição secular, que sempre esteve a serviço da sociedade brasileira, sempre atuando em momentos de crises para garantir a continuidade dos serviços bancários e da bancarização. Querem vender este patrimônio do Brasil a troco de bananas”, disse Fukunaga. “Por isso, é urgente a necessidade de organizarmos nossa Campanha Nacional e a defesa do banco que é do Brasil”, concluiu.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região

Direitos dos funcionários do BB são defendidos no Congresso Nacional

Publicado em: 13/02/2020


Funcionamento das agências ao sábados e aumento da jornada de trabalho dos bancários estão entre os temas que serão debatidos pela ANABB na audiência pública que foi realizada na quinta-feira, dia 13 de fevereiro, no Senado Federal. Esses assuntos integram a Medida Provisória (MP) nº 905/2019, que está sendo discutida no Congresso Nacional e que institui o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo, alterando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A ANABB participou do debate ocupando um assento na mesa principal, ao lado do deputado Christino Áureo (PP – RJ), que é o relator da matéria na Comissão Mista. O encontro ocorreu no Plenário nº 6, localizado na Ala Senador Nilo Coelho, Anexo II do Senado Federal, em Brasília/DF. A Comissão Mista é presidida pelo senador Sérgio Petecão (PSD/AC).

Desde a publicação da Medida Provisória, em 12/11/2019, a ANABB iniciou intensa articulação no Congresso Nacional, buscando preservar os direitos de funcionários da ativa do Banco do Brasil. As emendas buscam suprimir dois artigos da MP que prejudicam os funcionários do Banco do Brasil, ao permitirem a abertura das agências bancárias aos sábados e o aumento da carga horária dos trabalhadores para até 8 horas, exceto para os caixas.

As emendas foram acolhidas por três parlamentares: o deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS), o senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) e o senador Weverton (PDT/AM).

Fonte: ANABB

Funcionários do BB debatem sobre Cassi e Economus durante congresso em SP

Publicado em: 08/08/2019


Representantes dos trabalhadores na Cassi e dirigentes sindicais associados ao Economus debateram, na manhã desta sexta-feira 2, no 30º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil Olivan Faustino os problemas enfrentados pelos planos.

A Cassi é Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, mas não abrange os funcionários da antiga Nossa Caixa, que foram incorporados ao quadro do BB. Eles são atendidos pelo Economus.

Cassi

Ao falar sobre a Cassi, William Mendes, ex-diretor da instituição, ressaltou que, dada a situação em que se encontra, não fazer nada, não é uma opção. “Mas, fazer sem direção, também não é uma boa opção”, disse. “É importante a gente ouvir diretores, como fizemos aqui, para apontar a direção em cima da experiência que a gente tem. Este é um fórum muito qualificado, um fórum de gente que faz, gente que organiza a luta”, completou.

“Por isso, aconselho que façamos mais eventos como esse para discutir e pensar nas melhores possibilidades para salvar nossa caixa de assistência. Eu me coloco à disposição, como todos aqui estamos à disposição”, finalizou William Mendes.

O diretor eleito da Cassi, Luiz Satoro, ressaltou a importância das mesas de negociação e a necessidade de ouvir a base de associados para se encontrar uma solução. “Precisamos ouvir mais as bases e conseguir fazer chegar aos associados as informações sobre a Cassi”. Para ele, o encaminhamento tem que ser participativo.

Satoro fez uma apresentação com dados da Cassi que apontam uma projeção atuarial para 2020, com um resultado líquido de R$ 1,116 bilhões negativos. Os dados também trouxeram informações sobre o número de associados e de dependentes em cada faixa etária e expectativa de vida.

“A expectativa de vida na Cassi está em mais de 80 anos. Entre as mulheres está em mais de 90. A quantidade de dependentes está em uma relação de 1,4 por associado.”

O diretor eleito informou que a Cassi possui hoje 668 mil associados, 66 CliniCassis e 32 hospitais e laboratórios associados. “Porque não atender também o pessoal do Economus?”, questionou Satoro, lembrando que a Contraf-CUT apresentou uma proposta para a manutenção da Cassi que, se aprovada, considerava a discussão do Economus e da Cassi de maneira unificada.

O gerente da Cassi, Claudio Said, a vice-presidenta do Conselho Deliberativo da Cassi, Karen Simone D’Avila, e o conselheiro fiscal da Cassi, Ângelo Argondizzi Marcelino também se pronunciaram sobre a Cassi. Adriana Ferreira, diretora do Seeb-SP, e Elias Malouf, aposentado e ex-funcionário da Nossa Caixa, falaram sobre o Economus. As propostas sobre a Cassi e o Economus foram encaminhadas para a plenária final.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Congressos do BB e da Caixa ocorrem nos dias 1 e 2 de agosto

Publicado em: 17/07/2019


As questões específicas dos empregados da Caixa e as dos funcionários do Banco do Brasil estarão em pauta, nos dias 1 e 2 de agosto, durante os congressos nacionais das duas empresas. Os eventos acontecem em São Paulo.

Debater medidas do governo que enfraquecem a instituição, mecanismos de defesa da Cassi, manutenção da luta contra a resolução 23 da CGPAR, fechamento de agências, corte de postos de trabalho e contra as ameaças aos fundos de pensão. Estes são alguns dos itens discutidos no 30º CNFBB (Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil).

Os empregados da Caixa vão aproveitar o 35º CONECEF para intensificar a mobilização em favor da manutenção do banco 100% público e contra o desmonte orquestrado pelo governo. Também entram em debate a reestruturação, o fim da utilização da GDP como critério para promoção por mérito, a redução do equacionamento na Funcef, dentre outros pontos.

Pauta de reivindicações

O Congresso do BB é importante para discutir a pauta de reivindicações dos trabalhadores a ser negociada com a direção do banco público, lembra o dirigente sindical e funcionário do BB Getúlio Maciel. “Vivemos um momento de ataques aos bancos públicos e às demais estatais, de ameaças de privatização, de uma reforma da Previdência nefasta para os trabalhadores, que não conseguirão se aposentar”, enfatiza o dirigente.

“Há ainda, por parte da direção, ameaças de encolhimento do Banco do Brasil representadas pelos planos de demissão voluntária e venda de ativos. Os funcionários também estão temerosos com os aumentos abusivos de nas consultas e procedimentos médicos que o conselho de administração da Cassi quer impor. Nesta hora, mais do que nunca, são necessárias mobilização, organização e união dos funcionários”, enfatiza Getúlio Maciel.

Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia (Com Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região)

Assembleia no dia 11 elegerá delegados para congresso do BB

Publicado em: 04/07/2019


O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região convoca os funcionários do Banco do Brasil para assembleia na quinta-feira 11 que vai eleger delegados para o 30º Congresso do Banco do Brasil. Na ocasião também será discutida a pauta para o Congresso, que será nos dias 1º e 2 de agosto.

A assembleia terá início às 18h30 e será realizada na sede do Sindicato, no Auditório Azul, situado à Rua São Bento, nº 413, Centro (próximo à estação São Bento do Metrô). O edital informando sobre a assembleia foi publicado na edição de número 6.199 da Folha Bancária.

O Congresso do Banco do Brasil são etapas importantes da campanha dos funcionários do banco. É nele que se discute a pauta de reivindicações dos bancários, a ser negociada com a direção do banco público.

O diretor do Sindicato Getúlio Maciel destaca a importância da mobilização e organização dos funcionários no momento atual no qual o conselho de administração da Cassi quer impor aumentos abusivos nas consultas e procedimentos médicos, e também para enfrentar as ameaças de encolhimento do Banco do Brasil representadas pelos planos de demissão voluntária e venda de ativos como BBDTVM e BB cartões.

“O Banco do Brasil está retrocedendo o neoliberalismo dos anos 90 quando a instituição financeira perdeu milhares de funcionário e encolheu de tamanho e atuação visando a sua privatização. Por isso, é fundamental que todos os funcionários se mobilizem e participam da organização e da resistência para barrar os ataques ao banco e ao funcionalismo. Participem da assembleia na quinta-feira 11 e ajudem na luta pela manutenção dos seus direitos.”

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Funcionários do BB articulam no Congresso limites a privatizações

Publicado em: 03/07/2019


A Anabb (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil) está fazendo pressão no Congresso por mudanças na legislação para vetar a privatização de estatais e subsidiárias sem aval do Legislativo.

Na semana passada, após intensa articulação da Anabb, o relator do projeto de lei que trata do tema, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), apresentou parecer favorável sobre o assunto. A Anabb tem defendido que privatizações sejam debatidas no Legislativo e pela sociedade. No caso de processos que possam envolver a privatização do Banco do Brasil e suas subsidiárias, a associação tem defendido que eles podem comprometer o resultado do banco, porque são relevantes para a competitividade da instituição financeira.

Estatais

O ministério da Economia fechou um plano que definiu o destino das mais de 130 estatais brasileiras. As empresas que hoje consomem cerca de R$ 20 bilhões anuais dos cofres da União foram divididas em três grupos: as que serão mantidas, as que serão fechadas e as que serão vendidas.

Segundo envolvidos nos estudos, Correios e Eletrobras fazem parte do último grupo. A EBC (Empresa Brasil de Comunicação) deve ser mantida, mas em um tamanho muito menor que o atual.

Apesar da lista da Economia, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse em março que seu plano para a estatal de energia não era a privatização, mas a capitalização, seguindo um modelo parecido com o que ocorreu com a Embraer no passado.

A ideia da equipe de Paulo Guedes é dar início às privatizações depois que a reforma da Previdência for aprovada

Impostos

Guedes poderá dar um aval para a Camex (Câmara de Comércio Exterior) baixar uma resolução que prevê zerar alíquotas de importação de bens de informática, telecomunicações e capital que tenham produtos nacionais semelhantes. Isso significa que importar celular ou notebook poderá ficar mais barato em breve.

A medida faz parte da abertura comercial prometida pelo ministro Paulo Guedes durante a campanha ao lado do atual presidente Jair Bolsonaro, afirma a Folha de S.Paulo. Caso seja implementada, será a primeira iniciativa do tipo.

Segundo a publicação, pessoas envolvidas nas discussões sobre o imposto zero dizem que a resolução ainda não entrou em vigor porque Paulo Guedes espera a aprovação da reforma da Previdência. Por outro lado, há a possibilidade de um revés: hoje (1º) acontece uma votação capitaneada pela banca que defende a indústria local.

O que foi aprovado pela Camex: alterar o regime atual de ex-tarifário que tem um modelo que zera, temporariamente, alíquotas para importação de máquinas, equipamentos e insumos de tecnologia sem similares na indústria local. Isso significa que eletrônicos importados com equivalentes na indústria nacional deixariam de ser taxados.

Fonte: O Sul

Caixa: abertura de capital afeta política pública e afronta Congresso

Publicado em: 26/10/2017


“Do ponto de vista da governança, a Caixa já está adequada. Esse argumento é uma falácia”, diz Rita, que também coordena o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.

Ela recorda do movimento amplo no ano passado, no Congresso, contra o Projeto de Lei 555, o chamado “estatuto das estatais”, que virou lei (13.303, sancionada em junho de 2016), mas com exclusão de alguns itens importantes, como aquele que previa transformação de todas as empresas em sociedades anônimas. A lei dava prazo de dois anos para que todas adequassem seus estatutos, e recentemente a presidenta do Conselho de Administração da Caixa, Ana Paula Vescovi, apresentou uma proposta “ressuscitando”, como observa Rita, a questão sobre abertura de capital, não prevista na lei, que por outras “discrepâncias” é objeto de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), a 5.624, a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae). O relator é o ministro Ricardo Lewandowski.

Além de a lei não exigir, observa a representante dos trabalhadores, uma mudança dessa natureza teria de passar pelo Congresso, por uma questão não só jurídica, mas política, já que o Parlamento decidiu pela exclusão desse tema que o Conselho de Administração quer discutir, provavelmente no mês que vem. “Logicamente, essa posição do Executivo contraria a do Legislativo”, diz Rita, que também refuta a argumentação repetida pelo governo sobre governança. “Os bancos são extremamente controlados.”

Ela ressalta o caráter estratégico do banco. “A Caixa só é a maior operadora de programas sociais do governo porque é pública. Obviamente, ela tem de ter lucro, mas esse resultado tem de ser revertido no desenvolvimento do país”, pondera. “O compromisso do Temer é com o capital privado. O que ele e o (Henrique) Meirelles, o ministro-candidato, fazem, é favorecer o mercado.”

A abertura de capital implicaria em mudança imediata do perfil do banco, observa Rita. “Você vai ter outros atores dentro da empresa disputando somente os resultados, o lucro. A partir do momento que você tiver uma visão pública e uma visão privada partilhadas, o contexto será outro. Já temos bancos privados suficientes. Temos de discutir também por que os bancos privados não investem no país”, argumenta.

Desmonte

A direção da Caixa já tem feito ações para reduzir o tamanho do banco. A mão de obra vem diminuindo. Fechou 2015, por exemplo, com aproximadamente 97.500 empregados, e no segundo semestre deste ano, segundo relatório do banco, estava com 90.200.

Os trabalhadores têm feito diversas manifestações e atividades para chamar a atenção do processo de “desmonte” da Caixa e dos bancos públicos. No próximo dia 7, por exemplo, haverá audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Nesta segunda-feira (23), a partir das 10h, será realizado um ato no Jardim Camargo Novo, zona leste de São Paulo. Segundo o Sindicato dos Bancários, é a única agência naquele bairro, e com previsão de fechar ainda este ano. “Faremos um ato em frente a uma das 100 agências previstas para fechar ainda este ano somente no município de São Paulo. O desmonte dos bancos públicos já é uma realidade”, diz a presidenta do sindicato, Ivone Silva.

“No país, em um ano, o Banco do Brasil fechou mais de 10 mil postos de trabalho, o que representa aumento de 269% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Caixa reduziu em 5.486 o número de postos de trabalho no mesmo período, com aumento de 145% em relação ao ano passado. O governo quer tornar a Caixa uma empresa S/A e depois abrir o capital do banco, com a consequência imediata de perda do papel de gestor dos mais importantes programas sociais do País.”

De acordo com Dionísio Reis, diretor do sindicato e funcionário da Caixa, apenas a agência do Jardim Camargo realizou neste mês R$ 30,6 milhões em operações de crédito. “No crédito habitacional foram investidos R$ 23,4 milhões e na poupança R$ 16,6 milhões, uma amostra da importância de um banco público para o desenvolvimento do país.”

Em 2016, o saldo da carteira de crédito da Caixa somou R$ 709,3 bilhões, crescimento de 4,4%. Na execução dos programas governamentais, foram pagos R$ 28,3 bilhões em benefícios sociais e R$ 242,1 bilhões em benefícios aos trabalhadores. Os dados são do relatório de administração. O principal programa de transferência de renda, o Bolsa Família, pagou R$ 27,4 bilhões.

Apenas a carteira de crédito imobiliário cresceu 5,6%, somando R$ 406,1 bilhões, sendo R$ 203,4 bilhões com recursos do FGTS. A Caixa lidera esse mercado com 67% de participação.

“A Caixa é um banco extremamente importante, centenário, e tem uma função nobre na sociedade”, diz Rita Serrano, funcionária desde 1989. Uma mudança como a pretendida pelo governo, acrescenta, não pode ser limitada a sete pessoas – número de integrantes do Conselho de Administração.

Fonte: Portal Vermelho

Previ: funcionários e aposentados não terão de fazer aporte extra

Publicado em: 26/12/2016


Os funcionários e aposentados do Banco do Brasil receberam um presente de Natal antecipado nesta sexta-feira: não vão mais precisar fazer contribuições extras para cobrir o rombo da Previ, seu fundo de pensão.

O déficit da Previ em 2015 foi de R$ 13,9 bilhões, o que obrigaria o fundo a promover um equacionamento (exigência de contribuições extraordinárias) de R$ 2,9 bilhões no seu principal plano (o Previ 1, de benefício definido). Mas a Previ informou nesta sexta que, até 30 de novembro, o Plano 1 acumulou rentabilidade de 15,75% no ano, gerando um excedente de R$ 4,8 bilhões — maior do que o equacionamento exigido, o que evita a necessidade de pagamentos extras. No geral, a rentabilidade acumulada de todos os fundos da Previ foi de 11,30%.

O resultado de dezembro ainda não foi apurado.

A Previ afirmou em nota que “a ausência de contribuições extraordinárias é fruto de uma política de investimentos robusta, que tem foco no longo prazo.”

“A economia é feita de ciclos e nenhuma crise dura para sempre. Fundos de Pensão precisam mirar no longo prazo. Com uma carteira de ativos forte como a da Previ, a tendência é que a curva de crescimento das rentabilidades seja retomada, melhorando os resultados”, acrescentou a entidade em nota, citando entre os desafios enfrentados este ano a CPI no Congresso que apurou desvios nos fundos de pensão.

Em setembro, a Previ selou um negócio importante para o seu caixa, ao vender sua participação de 29,4% na CPFL , distribuidora de energia do interior de São Paulo. À época, o fundo de pensão previu que o negócio representaria ao todo uma entrada de R$ 7,5 bilhões no caixa da Previ e um ganho de R$ 2,9 bilhões em relação ao valor que a participação que havia sido registrado no balanço de 2015 da Previ, “contribuindo para redução do déficit apurado naquele período”.

Fonte: O Globo