PDL propõe a suspensão do decreto que abre alternativas para privatização

Publicado em: 27/07/2020

Um dia após o governo federal publicar o Decreto nº 10.432, que determina a inclusão e a exclusão de participações societárias minoritárias no Programa Nacional de Desestatização, o deputado André Figueiredo (PDT/CE) apresentou o Projeto de Decreto Legislativo nº 340/2020, que propõe sustar os efeitos da determinação.

No PDL, o parlamentar argumenta que o ato do Poder Executivo regulamenta a alienação das participações societárias, viabilizando uma política ampla, geral e irrestrita de desinvestimento da União.

Para o deputado cearense, “não se mostra conveniente a opção pelo desinvestimento estatal generalizado e irrestrito à luz dessa premissa de necessidade de avaliação caso a caso, em atenção aos interesses coletivos, tampouco oportuna num momento de crise econômica global e necessidade de fortalecimento das economias em desenvolvimento, razão pela qual se impõe sua sustação como se propõe no presente Projeto de Decreto Legislativo”.

O deputado enfatiza ainda que é necessário um exame pormenorizado da relevância e pertinência das operações de desinvestimento e que cabe ao poder legislativo analisar essas decisões por se tratar de interesse público.

Posicionamento da ANABB

A ANABB vai acompanhar a tramitação do PDL 340/2020 e, diante da relevância do tema, vai manter seus associados sempre informados. E, mais uma vez, reforça seu posicionamento de que temas como a privatização são muito complexos, precisam ser debatidos no Legislativo e discutidos amplamente com a sociedade. No caso do Banco do Brasil, empresa bi centenária e estratégica para o desenvolvimento nacional, a Associação entende que a venda de subsidiárias pode comprometer os resultados sustentáveis do Banco, já que essas empresas são elementos importantes para consolidação dos resultados e para competitividade da instituição financeira.

A Associação já articula, desde o início de 2019, com parlamentares na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para que aprovem mudanças na legislação, determinando a proibição da venda das subsidiárias sem o aval do Legislativo.

Fonte: Agência ANABB

Decreto reabre crédito de R$ 162 mi em favor do BB para manutenção de imóveis

Publicado em: 27/04/2018

Um decreto presidencial publicado na edição desta terça-feira, 24, do Diário Oficial da União (DOU) reabre crédito especial de R$ 162 milhões em favor do Banco do Brasil (BB). O recurso será reaberto ao Orçamento de Investimento até o limite do saldo apurado em 31 de dezembro de 2017. Segundo o ato, o valor será aplicado em projetos de gestão e manutenção de imóveis do BB no Distrito Federal.

Fonte: Jornal do Brasil

Oposição e técnicos reagem a decreto de Temer para facilitar privatizações

Publicado em: 09/11/2017

Parlamentares da oposição prometeram reagir ao Decreto nº 9188, publicado na última quarta-feira (1º) e que regulamenta a Lei das Estatais (13.303/16). Além de tornar ainda mais evidente “o regime especial de desinvestimento de ativos das sociedades de economia mista”, como descrito no documento, o decreto ainda propõe a dispensa de licitação na privatização de empresas de capital público e privado, como a Eletrobras, a Petrobras e o Banco do Brasil.

Nesta segunda-feira (6), durante debate sobre a privatização da Eletrobras e de outras empresas públicas, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o decreto é inconstitucional, já que a criação e a venda de empresas estatais precisam passar pelo Congresso Nacional. O senador destacou que as bancadas petistas no Congresso já estão tomando as medidas legislativas e jurídicas para derrubar o decreto.

“Estão tentando legalizar ilegalidades que já foram cometidas, em especial na Petrobras. A Petrobras vendeu 66% do campo de Carcará, do pré-sal, sem licitação, para a estatal norueguesa, com o preço do barril de petróleo saindo a US$ 2. Isso é um presente”, observou o parlamentar petista.

Ainda no debate, o diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconomicos), Clemente Ganz Lúcio chamou a atenção para a gravidade da medida e acrescentou que o decreto ameaça a soberania do país, ao facilitar a venda de ativos de empresas

“Não há caso de um país gigante como o Brasil que entrega seus ativos para o controle internacional. Não há experiência histórica. A gravidade dessa transferência dos ativos estatais está integrada a uma entrega mais dramática. O que estamos fazendo é uma entrega do maior volume de ativos reais disponíveis no planeta para uma riqueza patrimonial”, criticou o diretor do Dieese.

Ex-ministro interino de Minas e Energia do governo Lula, o engenheiro e professor da Uerj, Nelson José Hubner Moreira, garantiu que em cinco anos o país estará discutindo racionamento e explosão de preços de energia em decorrência da venda da Eletrobras, anunciada pelo governo Temer nesta segunda-feira (6).

Hubner ressaltou que mesmo países liberais como a Noruega e Estados Unidos mantém suas usinas hídricas e produção energética nas mãos do Estado. Para ele, a Eletrobras garante a competição em um mercado oligopolizado, e, por isso deve ser mantida como estatal. “Nosso modelo aqui hoje leva a competição tanto na expansão da nossa capacidade instalada quanto em sistema de transmissão”, explicou.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que o domínio das fontes de energia é imprescindível para o desenvolvimento econômico do país. Segundo ele, as privatizações do governo Temer levarão a uma precarização absoluta do Brasil. O senador ainda lamentou o que chamou de “Parlamento do capital”. Para Requião, através do financiamento privado de campanhas, o Parlamento brasileiro está precarizado e subordinado aos interesses do grande capital.

Bancos Públicos

Ao defender os bancos públicos, Jair Pedro Ferreira, diretor presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), ressaltou que esses bancos são indutores do desenvolvimento econômico nacional, estadual e municipal; regulam o mercado financeiro; geram empregos diretos e indiretos, além de operarem políticas públicas de forma mais eficiente e clara.

“Ao ameaçar os bancos públicos, se ameaça também a renda, a possibilidade de financiamento de longo prazo em todos os estados”, disse.

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) ressaltou a importância de uma luta articulada para resistência às privatizações de Temer. O deputado destacou que é preciso que os parlamentares e líderes sindicais se qualifiquem para mostrar à população que as privatizações são um crime contra o país.

Fonte: Jornal do Brasil