Defensoria e BB iniciam tratativas para parcerias na área de sociobioeconomia

Publicado em: 02/10/2025

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) e o Banco do Brasil (BB) deram início às tratativas para realização de futuras parcerias nas áreas de sociobioeconomia e sustentabilidade. Representantes do banco reuniram, no dia 29 de setembro, com o Defensor Público Geral, Rafael Barbosa, e com o defensor Carlos Almeida Filho, titular da Defensoria Especializada em Interesses Coletivos, na sede administrativa da instituição, em Manaus.

“Recebemos com muita satisfação a presença dos representantes do Banco do Brasil e o interesse em colaborar com iniciativas que terão impacto social e ambiental muito importante. A população do Amazonas tem muito a ganhar com essas parcerias”, destacou Rafael Barbosa.

A pauta que motivou a reunião foi o Cinturão Verde. O interesse do banco em participar do projeto foi manifestado ainda no início do mês, após a realização de uma audiência pública sobre o tema.

“Durante a reunião, os representantes do banco deixaram muito claro que têm uma preocupação com o desenvolvimento de projetos voltados para a preservação do meio ambiente e desenvolvimento na Amazônia, que é justamente o que o projeto Cinturão Verde está fazendo”, destacou o defensor Carlos Almeida Filho, que é coordenador do Cinturão Verde.

“Os representantes do banco mostraram interesse em conhecer o projeto na íntegra e debater com a direção da instituição a respeito de qual é o tipo de aporte para o investimento no projeto”, observou.

O gerente-geral de Governo do Banco do Brasil no Amazonas, Gilberto Figueiredo, contou que acompanhou a audiência pública do Cinturão Verde realizada no dia 2 de setembro.

“Naquela ocasião, pudemos observar que aquilo que a Defensoria está construindo no âmbito do projeto tem muita aderência a todo o trabalho que fazemos dentro do Hub de Bioeconomia do Banco do Brasil”, disse.

“Então, aproveitamos aquela oportunidade e provocamos o defensor Carlos Almeida para que tivéssemos uma segunda conversa, para que pudéssemos conhecer um pouco mais detalhadamente sobre o cinturão e apresentar detalhadamente todas as frentes de atuação que temos”, acrescentou.

“Nós temos um Hub de Bioeconomia e vamos verificar de que forma as duas equipes da Defensoria Pública e do Banco do Brasil podem se associar para que se ajudem mutuamente dentro daquilo que são objetivos comuns”, concluiu Figueiredo.

A analista do Hub de bioeconomia do Banco do Brasil, Sheila Litaiff, apresentou o trabalho do novo setor da instituição bancária e algumas das possibilidades de parcerias com a Defensoria Pública no Amazonas.

“Temos muito a contribuir nessa parte do fomento dos agricultores familiares e toda essa cadeia produtiva com os fornecedores, conectando o produtor a um fornecedor, uma prefeitura, ou que algum cliente nosso que possa comprar essa produção e somar com o Cinturão Verde”, disse.

Primeiro passo

Esse contato inicial entre as instituições abrirá uma série de novas tratativas para alinhar e oficializar as parcerias. Várias possibilidades de cooperação foram discutidas.

“Eles querem estar com a Defensoria, querem investir no desenvolvimento da região. Já existem linhas dentro do banco, como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), cuja implementação com melhor escoamento do investimento precisa do suporte da Defensoria Pública para chegar a quem realmente precisa e que muitas vezes não tem condicionantes para receber o crédito, como os documentos da terra em que produzem”, ressalta Carlos Almeida.

Sobre o Cinturão Verde

O “Cinturão Verde” é uma iniciativa da Defensoria Pública do Estado do Amazonas que busca consolidar uma política pública estruturante para a zona rural de Manaus. O projeto foi concebido como resposta à ausência de continuidade administrativa em programas de preservação e desenvolvimento, propondo um modelo que una proteção ambiental, segurança alimentar e geração de renda em comunidades amazônicas.

A proposta se organiza em três eixos principais:

Identificação de áreas estratégicas – mapeamento das áreas estratégicas, com diagnóstico socioambiental das regiões rurais que apresentam potencial de conservação e produção sustentável;

Apoio às comunidades locais – fortalecimento das comunidades locais, com incentivo à agricultura familiar, à economia solidária e ao cultivo de alimentos saudáveis em pequena escala, reduzindo a dependência de cadeias externas de abastecimento;

Proteção socioambiental – proteção socioambiental, buscando evitar pressões de desmatamento, prevenir conflitos fundiários e promover condições dignas de vida para as famílias.

Além da preservação ambiental, o “Cinturão Verde” também pretende atuar como um mecanismo de justiça social, garantindo alternativas econômicas e maior autonomia para comunidades que historicamente sofrem com a falta de políticas públicas. A meta da Defensoria é que o projeto esteja consolidado até 2026 como referência estadual em sustentabilidade e inclusão social, servindo de modelo para outras regiões da Amazônia.

Fonte: Defensoria de Manaus

Defensoria pede retorno de agências desativadas pelo BB no Acre

Publicado em: 09/03/2017


A Defensoria Pública do Acre ingressou com uma ação civil pública na 1ª Vara Cível de Rio Branco na segunda-feira (6) pedindo que as agências do Banco do Brasil que foram desativadas voltem a funcionar no estado. O órgão afirma que a mudança é unilateral e prejudica os clientes, moradores e o comércio desses locais. Por isso, o órgão também pedei à Justiça o pagamento de dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão.

O superintendente do Banco do Brasil no Acre, Paulo Amaral, disse que o banco ainda não foi notificado, mas que a partir do momento que tomarem conhecimento do processo quem deve responder é a diretoria do banco em Brasília. Ele explica que a decisão de desativação das agências foi uma decisão nacional amparada por um estudo de grau de utilização das agências.

“Os clientes das agências desativadas já foram transferidos para outras agências sem a necessidade de mudar cartões, senhas ou contas. Apesar das desativações, os bancos apresentam um fluxo normal de clientes e mantém o atendimento normal, inclusive em dias de grande fluxo, como os dias de pagamento de aposentados e de servidores públicos”, afirma.

Apesar do posicionamento do banco, o defensor público Celso Araújo diz que a justificativa não é válida e que em Assis Brasil, por exemplo, os moradores vão ter de buscar atendimento em uma agência de Brasileia ou Epitaciolândia. O Banco do Brasil nega que a agência do município tenha sido transformada em um posto de atendimento e diz que o local não entrou no cronograma de desativações e segue funcionando normalmente.

“Considerando que os clientes seriam prejudicados, a gente interpôs a ação civil pública cujo objetivo é que o banco seja obrigado a permanecer com o funcionamento dessas agências. O banco alega que está passando por uma certa reestruturação, é esse o fundamento, mas entendemos que além dos prejuízos aos moradores também haverá prejuízos aos comerciantes, especialmente na Estação Experimental [Rio Branco] e Assis Brasil”, afirma.

A defensora pública geral, Roberta de Paula Caminha Melo, diz que a Defensoria aguarda a decisão da juíza sobre a liminar. “Estamos aguardando a decisão e vamos dar continuidade ao procedimento. O objetivo é exatamente o restabelecimento desse serviço, há todo um prejuízo para todos os consumidores”, finaliza.

Desativação de agências
Em novembro de 2016, o BB divulgou que ao menos três agências no Acre iriam sofrer o impacto do plano de reestruturação da entidade. O BB anunciou que, em 2017, 402 agências seriam fechadas, 379 transformadas em postos de atendimento e 31 superintendências em diversos municípios encerradas.

No estado, houve o fechamento de duas agências na capital, a do Parque da Maternidade, que funciona no Centro, e a da Estação Experimental, que funciona no bairro de mesmo nome. A terceira agência atingida pelas mudanças seria no município de Assis Brasil que seria transformada em um posto de atendimento. Porém, a superintendência no Acre afirmou que a agência segue funcionando normalmente.

Colaborou Evely Dias, da Rede Amazônica Acre.

 

Fonte: G1