Bancos fecham mais de 3,2 mil agências desde 2019 e deixam a população na mão

Publicado em: 09/08/2024

Em meio a Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2024 – mobilização da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho – o Sindicato tem dialogado com muitos clientes dos bancos durante suas atividades de mobilização. Nestas conversas é recorrente a queixa sobre o fechamento de agências e o número insuficiente de bancários para realizar o atendimento.

Desde 2019, os bancos fecharam 3.216 agências bancárias. A redução do número de agências é acompanhada também da eliminação de postos de trabalho. Em 12 meses, o setor bancário eliminou 3.325 postos de trabalho.

“O fim do fechamento de agências e o aumento do número de postos de trabalho bancários são duas reivindicações importantes da nossa Campanha Nacional Unificada 2024. Ao reduzir o número de unidades físicas de atendimento, os bancos excluem parcela significativa da população e prejudicam o comércio local”, disse Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.

“Essa precarização do atendimento bancário prejudica sobretudo as regiões periféricas, que muitas vezes dependem de uma única agência ou mesmo não possuem nenhuma, obrigando as pessoas se desloquem e gastem tempo e dinheiro para serem atendidas. Precarização esta que longe dos grandes centros, como é a região metropolitana de São Paulo, é ainda mais danosa para a população”, acrescenta.
18 milhões de brasileiros sem atendimento bancário

Apenas 55,5% dos 5.565 municípios brasileiros possuem cobertura de agências bancárias. Com isto, 2.476 municípios, ou 44,5% do total, não contam com este serviço. Esta realidade deixa 18 milhões de brasileiros sem atendimento bancário em suas cidades. Os dados são do Banco Central do Brasil e foram compilados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“Os bancos, que somente em 2023 lucraram R$ 108,6 bilhões, considerando apenas os cinco maiores, devem prestar um bom atendimento para a população. Afinal, operam como concessões públicas. Para isso, é preciso que parem de fechar agências e contratem mais bancários, melhorando assim o atendimento e reduzindo a sobrecarga de trabalho, um dos fatores que leva ao adoecimento da categoria”, conclui Neiva.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos reduzem milhares vagas de trabalho em 2023; resultado é a precarização

Publicado em: 19/12/2023

O emprego formal no setor bancário apresentou leve recuperação em outubro, com saldo de 257 postos de trabalho. Resultado de 3.681 admissões e 3.424 demissões. No entanto, apesar desse pequeno avanço, os números acumulados do ano revelam um cenário de descaso com os trabalhadores. São 5,3 mil vagas fechadas de janeiro a outubro, embora os lucros das instituições sigam batendo recordes. Foram R$ 25 bilhões em lucros apenas no terceiro trimestre.

Entre todas as atividades econômicas, somente o comércio e o teleatendimento fecharam mais vagas do que o setor bancário no período mencionado. Os dados revelam tendência mais ampla de redução nos postos de trabalho. Especialmente no acumulado de 12 meses, indo de novembro de 2022 a outubro de 2023, quando os bancos fecharam 5.712 vagas. Considerando apenas os “bancos múltiplos com carteira comercial”, que englobam os principais bancos privados e o Banco do Brasil, o saldo negativo atingiu 5.848 vagas.

“Os bancos tentam justificar a redução de postos de trabalho apresentando dados que mostram o aumento do uso de transações pela internet e nos caixas de autoatendimento. Mas, durante a pandemia, pudemos ver que, apesar de estes tipos de transações terem aumentado, muita gente tem necessidade ou prefere o atendimento presencial humanizado”, afirma o o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale.
Menos empregos, mais lucro para os bancos

No último mês, os fechamentos concentraram-se em cinco estados, com São Paulo liderando com 82% do saldo negativo (-196 vagas). Em contrapartida, o Rio Grande do Sul se destacou positivamente, registrando um aumento de 192 postos de trabalho. “Quando fazemos o recorte de gênero, vemos que, no mês de outubro, o aumento de vagas privilegiou os homens. Entre eles, houve aumento de 396 vagas. Entre as mulheres, houve redução de 140 vagas”, informa em nota a Contraf-CUT.

A análise por faixa etária revela um cenário misto, com um saldo positivo entre as faixas de até 29 anos (1.054 vagas a mais). Além disso, um movimento oposto para as faixas etárias mais elevadas, com o fechamento de 798 vagas.

Quanto à remuneração, os dados indicam redução significativa no salário médio dos bancários admitidos, chegando a R$ 5.564,98, correspondendo a apenas 73,38% do valor recebido pelo demitido, que era de R$ 7.583,32. Este cenário levanta preocupações sobre a estabilidade e a qualidade dos empregos oferecidos no setor bancário.

O resultado destes cortes, explica Previtale, é a precarização do trabalho. “O resultado é que, com a redução de postos de trabalho, somada ao fechamento de agências, os bancários que permanecem empregados ficam sobrecarregados e adoecem, porque têm que cumprir diversas tarefas do dia a dia e, ao mesmo tempo, atingir as metas de vendas de produtos bancários”.

Fonte: Rede Brasil Atual

Bancos brasileiros aumentam lucros e reduzem vagas de trabalho

Publicado em: 03/03/2023


Apesar dos lucros recordes nos últimos anos, os bancos fecharam 270 postos de trabalho no Rio Grande do Sul em 2022, segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O cenário, antes do escândalo de fraude das Americanas, que tem alegado impacto no sistema, era de que o setor vinha acumulando índices de crescimento na lucratividade. Só até junho de 2022 foram 138 bilhões, 4 bi a mais do que em 2021. As informações são do Banco Central.

O estado do Rio Grande do Sul só ficou atrás do Rio de Janeiro, que registrou o corte de 1.021 vagas no ano passado. Também extinguiram empregos o Paraná (-244 vagas), Santa Catarina (-152 vagas), Pernambuco (-95 vagas) e Rio Grande do Norte (-30 vagas).

Os demais estados tiveram saldos positivos. Os melhores resultados foram verificados em São Paulo (+2.452 vagas), Distrito Federal (+287 vagas) e Mato Grosso (+206vagas).

O Dieese destaca que as vagas criadas em São Paulo estão concentradas na capital, com a abertura de 2.946 postos de trabalho, sendo 40% deles em cargos relacionados à tecnologia da informação.
Bancos terceirizam serviços

O diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Gilnei Nunes, disse que há tempos o setor bancário tem reduzido a oferta de emprego para a categoria.

Os bancos privados, como o Santander, estão remodelando e terceirizando serviços bancários, contratando trabalhadores e trabalhadoras sem amparo da convenção coletiva dos bancários. Criam novas empresas, que atuam no sistema financeiro, mas os contratados não pertencem à categoria bancária.

“Do ponto de vista sindical, os bancos encontraram guarida na legislação trabalhista atual para contratar trabalhadores fora do escopo bancário. Esta prática tem facilitado a exploração e a redução de salários e benefícios trabalhistas. Diferente dos bancos públicos, cujas contratações são feitas por concurso, o que tem garantido a média e até o crescimento de vagas do setor bancário no ano passado”, salienta o dirigente sindical.

Saldo de 4.716 empregos em nível nacional

Conforme análise do Dieese, a trajetória do emprego formal no setor bancário apresentou oscilação durante todo o ano de 2022.

Apenas nos meses de janeiro, fevereiro, agosto e setembro a soma das contratações foi maior do que a das demissões. Nos demais meses, o saldo foi negativo. Mas, no cômputo geral do ano, houve mais contratações do que demissões, gerando um saldo positivo de 4.716 postos de trabalho em nível nacional

“A ampliação de vagas no setor bancário, no entanto, deve ser observada com cautela. Analisando os dados, nota-se que, em grande medida, o saldo favorável pode ser atribuído às contratações realizadas pela Caixa Econômica Federal”, diz o documento do Dieese.

O instituto lembra que a Caixa promoveu contratações graças à atuação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) para que fossem convocados os aprovados em concurso realizado pelo banco em 2014 e também no concurso específico para pessoas com deficiência (PCDs), o que resultou, desde 2021, em ganhos na justiça determinando as convocações pela Caixa.

Segundo o levantamento, os postos de trabalho criados pela Caixa (1.022 vagas) representam 35,1% de todo o saldo positivo de emprego no setor bancário.

Sinal amarelo para TI

Na esteira do aumento de investimento realizado pelos principais bancos do país na área de tecnologia, 2022 repetiu o que já havia sido constatado em anos anteriores, com criação de 1.424 vagas diretamente ligadas às áreas de tecnologia da informação.

Mas o sinal está amarelo até para as vagas de TI. Conforme o levantamento do Dieese, houve uma expressiva queda das contrações nesta área, na comparação com as realizadas em 2021, quando foram geradas 3,7 mil vagas específicas.

“Tal fato pode representar, no curto prazo, o esgotamento na capacidade de geração de postos de trabalho de ocupações nestas posições”, afirma o texto do Dieese.

Perfil dos trabalhadores

Gênero – O levantamento também traz dados com relação aos perfis dos trabalhadores. Com relação ao gênero, as admissões de mulheres foram 19,1% menores que a dos homens e os desligamentos, 5,4% superiores.

A consequência foi a abertura de 3.933 vagas para homens e a eliminação de 1.106 postos de trabalho para mulheres.

O Dieese observa que em 2022 houve intenso debate sobre assédio moral e assédio sexual na categoria, e que as duas temáticas foram pactuadas na negociação coletiva.

“O resultado da movimentação do emprego não reflete o compromisso patronal em ambientes de trabalho mais homogêneos e igualitários”, diz o texto.

Faixa etária – Com relação à idade, a geração de vagas se concentrou nas primeiras faixas etárias, até 29 anos, com aumento de 10.351. Para trabalhadores com 30 anos ou mais, houve movimento contrário, com o fechamento de 7.529 vagas.

Raça e escolaridade – A maior proporção entre os admitidos foi da raça branca (60,8%) e com superior completo (55,3%). As admissões de trabalhadores pretos e pardos foram de 33,9% da totalidade, enquanto os desligamentos foram de 25,6%.

Ao considerar o saldo, verifica-se resultado positivo no que toca a diversidade racial, uma vez que a movimentação foi positiva em 3.881 postos de trabalho para trabalhadores pretos e pardos.
Motivação das demissões

O Dieese ainda destaca o elevado número de desligamentos por pedido de bancários e bancárias. Tal iniciativa partiu de mais de 15 mil trabalhadores. Em janeiro, atingiu a proporção mais alta com 51,9% da totalidade das demissões. Apenas nos meses de maio, novembro e dezembro, a proporção ficou abaixo de 40% do total dos desligamentos.

Para o Dieese, compreender a motivação do desligamento, no entanto, não é uma tarefa fácil. As principais hipóteses são: o aumento na oferta de vagas em outros segmentos do setor financeiro com migração de trabalhadores para finetechse corretoras de valores; a facilidade de mudanças promovidas pelo teletrabalho e o esgotamento de trabalhadores por conta de pressões com metas abusivas.

Os dados completos estão na Pesquisa do Emprego Bancário – Número 19 – Fevereiro/2023, elaborada pelo Dieese.

Com informações da CUT, Dieese, Sindibancários e Banco Central.

Fonte: Extra Classe

 

Grandes bancos fecham mil agências, causam desemprego e filas

Publicado em: 16/06/2022


Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, os três maiores bancos privados do país, lucraram R$ 18,1 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Somados aos R$ 6,6 bilhões do Banco do Brasil – que é público, mas de capital aberto –, vai a R$ 24,7 bilhões o lucro dos principais bancos do país no período. No entanto, as quatro instituições financeiras, juntas, fecharam 1.007 agências entre março de 2021 e março deste ano. Os bancos apostam no atendimento virtual, principalmente pelo celular. Mas o resultado é a piora do atendimento aos clientes nas agências.

“Só durante a pandemia, foram 353 agências. São muitas agências fechadas, principalmente onde mais precisa. Ou seja, nas periferias. Hoje tem bairros de São Paulo em que as pessoas têm que andar às vezes 10 quilômetros, pegar uma condução, para achar uma agência bancária”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva.

Em entrevista a Heródoto Barbeiro, no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM, Ivone ressaltou que os mais pobres e os idosos são os que mais sofrem com o fechamento das agências. Os primeiros, porque às vezes falta dinheiro para pagar a internet do celular, ou não têm um aparelho compatível com o aplicativo do banco. Já os aposentados, seja pela dificuldade com a tecnologia ou por hábito, querem acompanhar de perto, nas agências, a sua vida financeira.

“E muitas vezes eles chegam lá, e não tem ninguém para atendê-los. Antes não tinha mais o caixa físico. Hoje estão sumindo das agências até os caixas eletrônicos. Você chega na agência e a fila dos caixas eletrônicos é enorme. Um total desrespeito à população”, disse ela.

Reclamações

Reportagem de Giuliana Saringer, no portal UOL, mostra que, somente neste, ano o Procon-SP registrou 69 reclamações pela demora nas filas nas agências. Para efeito de comparação, em 2020, foram 24 reclamações, ainda que a ida aos bancos estivesse mais restrita, em função da gravidade da pandemia naquele momento. A publicação também traz depoimentos de clientes do Bradesco que relatam que passaram horas nas filas das agências, cheias por conta do fechamento de outras unidades próximas.

Demissões

Além da piora no atendimento, outra consequência do fechamento das agências é o aumento das demissões. Na última sexta-feira (27) o Sindicato dos Bancários realizou um protesto no Radar, concentração bancária do Santander localizada em Santo Amaro, contra o processo de terceirização e demissões promovidas pelo banco espanhol. Desde o início do ano, já são cerca de 200 demissões, sem reposição do quadro de funcionários.

Roberto Paulino, dirigente do sindicato e bancário do Santander, destacou que a terceirização é uma forma do banco reduzir despesas às custas dos direitos e da remuneração dos seus funcionários. Ele lembrou que o banco espanhol retira do Brasil quase 30% do seu lucro global, e cobrou responsabilidade social com o país.

“Isso significa gerar empregos decentes, e não precarizar relações de trabalho e demitir trabalhadores, contribuindo para aumentar o já enorme índice de desemprego. Cobramos do banco o fim das demissões, a realocação dos trabalhadores impactados e que interrompa o processo de terceirização”.

No mesmo dia, o sindicato também se reuniu com a direção do Itaú para tratar do fechamentos das agências e da demissão indevida dos trabalhadores. Estão sendo demitidos principalmente trabalhadores com histórico de adoecimento e idade próxima aos 50 anos. O banco alega que a maior parte não teria cumprido as metas de desemprenho nos últimos anos, apesar dos lucros bilionários.

“Não basta o Itaú pregar que ‘muda o mundo’ em suas propagandas e, por outro lado, demitir trabalhadores adoecidos ou com mais tempo de banco. Isso é desumano, e com certeza muda o mundo pra pior”, critica Sérgio Francisco, dirigente do sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú. (Com informações do SP Bancários)

Fonte: Rede Brasil Atual

Caged 2021: bancos criaram 6.934 vagas, mas número ainda é insuficiente

Publicado em: 11/02/2022


O Novo Caged de 2021, divulgado recentemente, aponta que o setor bancário teve saldo positivo de emprego, com a criação de 6.934 vagas no ano passado. Porém, boa parte dessas vagas deve-se às contratações da Caixa Econômica Federal em 2021, que foi obrigada pela Justiça Trabalhista a convocar os concursados de 2014, uma vitória do movimento sindical bancário (foram a Contraf-CUT e a Fenae que entraram com ação na Justiça requerendo a convocação).

Assim, a Caixa foi responsável pela abertura de 4.346 vagas no ano passado, o que equivale a 62,7% do saldo positivo do setor bancário. Já os bancos múltiplos com carteira comercial – categoria na qual se enquadram os outros quatro grandes bancos no país: BB, Itaú, Bradesco e Santander – foram responsáveis por apenas 29,5% da abertura de vagas.

Mais de 5 mil vagas eliminadas na pandemia

Outro dado importante é que, durante a pandemia, desde março de 2020 (até dezembro 2021), o setor bancário já eliminou mais de 5 mil empregos. Só no ano de 2020, houve a eliminação de 11.804 vagas.

Nota-se que apesar do saldo positivo de empregos no setor, os bancos em geral continuam contratando bem menos do que deveriam e do que poderiam. Já foram mais de 5 mil vagas de emprego extintas na pandemia. O resultado é que os bancários estão mais sobrecarregados e adoecidos; o que mostra também que os bancos não priorizam a qualidade do serviço prestado à população”, destaca a secretária de Estudos Sócio-econômicos do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Rita Berlofa.

Maioria das novas vagas são de TI

Os dados do Caged 2021 mostram ainda que a maioria das vagas criadas pelos bancos são para as áreas de tecnologia da informação. Em 2021, houve a ampliação de 3.722 empregos nestas ocupações.

Levantamento feito pelo Dieese, com base no Caged, mostra que em todos os meses do ano houve crescimento das vagas de TI e, por outro lado, em vários meses há fechamento de postos nas demais ocupações.

“Os bancos têm aumentado seus investimentos em tecnologia bancária e em atendimento digital. O resultado disso é cada vez menos bancários nas agências e cada vez menos atendimento presencial de qualidade. Não somos contra o uso da tecnologia, mas uma grande parcela da população brasileira não tem acesso a essas ferramentas digitais, e não pode ser marginalizada dos serviços bancários”, observa Rita Berlofa.

O Dieese levantou também as vagas por ocupação bancária, e constatou que em grande medida os postos de trabalho estão sendo criados fora das agências bancárias (com exceção de escriturário de banco, cargo de admissão do concurso da Caixa).

Remuneração Média

Os dados do Caged mostram que a rotatividade no setor bancário continua sendo lucrativa para os bancos. O salário mensal médio de um bancário admitido em dezembro de 2021 foi de R$ 5.293,59 enquanto o do desligado foi de R$ 7.009,76. Ou seja, o salário médio do admitido correspondeu a 75% do desligado.

Além disso, o valor do salário médio de admissão em dezembro foi 13,5% inferior ao salário de admissão de janeiro, já descontada a inflação (INPC).

Emprego bancário por estado

Houve fechamento de emprego em 6 dos 27 estados da federação: Paraná (-172 vagas), Rio de Janeiro (-367 vagas), Rio Grande do Sul (-238 vagas), Santa Catarina (-16 vagas) e Sergipe (-119 vagas). Os melhores resultados se deram nos estados de São Paulo (+ 3.397 vagas), Minas Gerais (+1.415 vagas), Pará (+ 473 vagas), Pernambuco (+ 401 vagas) e Distrito Federal (+ 328 vagas). É importante destacas que a criação de vagas no Estado de São Paulo está concentrada na capital paulista, onde houve aumento de 4.194 postos (os números da capital são maiores do que do estado porque em 207 cidades paulistas teve fechamento de vagas), sendo que do total na capital, 2.874 postos foram em ocupações de TI.

Empregos por gênero

A maioria das novas vagas em 2021 foram ocupadas por homens. Foram 4.904 vagas para homens, enquanto houve criação de 2.030 postos de trabalho entre as mulheres. As admissões de mulheres foram 18,1% menores que a dos homens e os desligamentos foram 7,8% inferiores ao dos homens.

Empregos por faixa etária

O saldo de empregos bancários é positivo entre as primeiras faixas, até 39 anos, com aumento de 12.007 vagas. E é negativo para as faixas etárias acima dos 40 anos, onde houve fechamento de 5.073 vagas. A idade média do trabalhador bancário admitido em 2021 foi de 30 anos e a idade média do trabalhador desligado foi de 37 anos.

Por escolaridade e raça

Os número do Caged 2021, analisados pelo Dieese, mostram ainda que o setor continua contratando mais brancos do que pretos ou pardos. A maior proporção entre os admitidos foi da raça branca (63,0%) e com superior completo (55,4%), assim como o perfil da maioria dos desligados. As admissões de trabalhadores pretos e pardos foram 30,9% da totalidade, enquanto os desligamentos foram de 23,0%.

PCDs

Houve também redução no número de PCDs (pessoas com deficiência) nos bancos, apesar de existir previsão legislativa (empresas são obrigadas a cumprir a cota de PCDs no seu quadro funcional) e de a contratação de PCDs ter caráter de inclusão social.

Na categoria bancária, em 2021, o número de trabalhadores com deficiência foi reduzido em 157 postos de trabalho, ou seja, o número de desligamentos superou as admissões. Tal fato ocorreu em todas as atividades, inclusive na Caixa.

Aumento dos desligamentos a pedido do trabalhador

Durante todo o ano de 2021, ocorreram na categoria 44.168 admissões e 37.234 desligamentos. Os desligamentos apresentaram motivações mais diversas, sendo 42,6% por demissão sem justa causa, 38,5% a pedido e 12,7% por aposentadoria.

Chama atenção o elevado número de desligamentos por pedido. Em janeiro, 29,6% das demissões foram a pedido dos trabalhadores e em dezembro o percentual saltou para 46,2% do total.

O Dieese destaca que é difícil determinar a motivação dos desligamentos por pedidos, mas as principais hipóteses são: aumento na oferta de vagas em outros segmentos do setor financeiro como fintechs e corretoras de valores (houve aumento de 23,6% no número de agentes autônomos de investimento entre 2020 e 2021 segundo dados da CVM; e a PNAD aponta elevação de ocupações por conta própria no setor financeiro); facilidade de mudanças promovidas pelo home office e o esgotamento dos trabalhadores por conta de pressões com metas abusivas.

No setor financeiro

No setor financeiro, excluindo a categoria bancária, verifica-se saldo positivo em todos os meses da série apresentada, com geração de cerca de 51.533 postos de trabalho durante o ano de 2021.

Considerando a totalidade do ramo financeiro, incluída a atividade bancária, foram gerados 58,5 mil novas vagas formais em 2021, o que corresponde a praticamente 5% do emprego criado no setor de serviços.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Bancos extinguem mais de 13 mil empregos durante a pandemia

Publicado em: 07/05/2021


Os bancos extinguiram mais de 13 mil empregos entre março de 2020 e fevereiro de 2021, portanto, durante a pandemia do novo coronavírus. Os dados, do Novo Caged – o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que mudou sua metodologia a partir de janeiro de 2020 – mostram ainda que de janeiro de 2020 a fevereiro de 2021, o saldo de empregos nos bancos foi de menos 12.662 postos de trabalho. O saldo foi positivo apenas nos meses de janeiro, fevereiro, março e maio de 2020; nos demais meses, manteve-se negativo.

Assim, o setor bancário foi na contramão do setor financeiro de modo geral. O setor financeiro, excetuando-se os bancos, gerou 14.431 empregos nos últimos 12 meses (entre março de 2020 e fevereiro de 2021), com destaque para o crédito cooperativo (gerou 3.749 postos), administração de cartão de crédito (3.112 postos), Holdings de Instituições não Financeiras (2.490 vagas) e Planos de Saúde (2.198). Os bancos foram também na contramão dos demais setores da economia: o saldo de empregos no Brasil foi positivo com a geração de 411.956 vagas nos últimos 12 meses.

“Isso mostra que os bancos, apesar de terem se comprometido com o movimento sindical logo no início da pandemia, em 2020, a não demitir, descumpriram o acordo e desligaram milhares de trabalhadores e trabalhadores, em plena crise sanitária e econômica. O Sindicato vem cobrando, nas mesas de negociação com a Fenaban (federação dos bancos), que o setor bancário pare de demitir nesse momento tão grave pelo qual estamos passando, mas ainda não tivemos uma resposta positiva. Vamos continuar cobrando e nos mobilizando contra as demissões, até porque, apesar da crise financeira pela qual passa o país, os bancos continuam lucrando”, destaca a secretária de Comunicação do Sindicato, Marta Soares.

O saldo dos últimos 12 meses no setor bancário é resultado de 17.952 admissões contra 31.023 desligamentos. Dentre as admissões, 85,9% trata-se de reemprego, ou seja, um novo emprego para um trabalhador já integrante do mercado de trabalho formal. No que tange às demissões, 53,3% foram desligamentos sem justa causa.

Os “bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foram responsáveis pelo fechamento de 11.400 postos de trabalho nos últimos 12 meses. A Caixa Econômica registrou fechamento de 1.819 postos no mesmo período.

O saldo para o início do ano de 2021, segue negativo em 738 empregos, e no mês de fevereiro, última informação disponível, negativo em 544 vagas.

Saldo de empregos bancários por estados

Os piores saldos do setor bancário, entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021, foram registrados nos estados de São Paulo (-3.285), no Rio Grande do Sul (-1.807) e no Rio de Janeiro (-1.594). Apenas os estados do Acre e Pará apresentaram resultados positivos.

Desligamentos por morte

Os desligamentos por morte aumentaram durante a pandemia. Para a categoria bancária, em janeiro e fevereiro de 2020, antes portanto da pandemia, o número de desligamentos por morte foi de 28 trabalhadores, Já nos dois primeiros meses deste ano, os desligamentos por morte chegaram a 70, ou seja, 42 vidas a mais perdidas.

Para o conjunto do mercado de trabalho brasileiro, os desligamentos por morte também aumentaram quando comparados com período anterior ao da pandemia. Comparando primeiro bimestre de 2021 com o de 2020, cresceu 33%. Embora não exista o registro da causa da morte, pondera-se o considerável aumento em relação à média de janeiro a março de 2020, que era de 17 desligamentos por morte/mês.

Faixa Etária e Sexo

O saldo negativo de empregos no setor bancário foi maior entre as mulheres. No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo negativo entre os homens foi de 5.464 postos, enquanto que entre as mulheres foi de 7.607 postos de emprego.

A abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 17 e 24 anos, com criação de 2.765 vagas. Acima de 25 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 6.234 postos.

Salário médio

Em fevereiro de 2021, o salário mensal médio de um bancário admitido foi de R$ 4.880,38, enquanto que o do desligado foi de R$ 5.617,97, ou seja, o correspondente a 86,9% do salário médio do desligado.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Maiores bancos do país fecham mil agências e cortam 11 mil vagas em 2020

Publicado em: 20/11/2020


Com a pandemia acelerando a digitalização em diversos setores, uma tendência ganhou impulso entre os bancos privados brasileiros: o encerramento de agências. Só em 2020, cerca de mil pontos de Itaú, Bradesco e Santander fecharam as portas, resultando na demissão de 11 mil funcionários. Trata-se de uma forte aceleração grande em relação ao ano passado, quando esses mesmos bancos encerraram 430 agências e cortaram 7 mil vagas.

Além de reduzir a quantidade de espaços ociosos, à medida que eles se tornam cada vez menos necessários, os bancos também têm feito um esforço para usar essa presença física para prestar um serviço ao cliente. O Santander, por exemplo, já tem espaços com coworkings e café, enquanto o Bradesco agora vê as antigas agências de outra maneira, passando a classificá-las como unidades de negócio.

No segundo maior banco privado do País, essa é uma tendência que deve ganhar força. Segundo o diretor executivo e de relações com investidores do Bradesco, Leandro Miranda, 500 das 700 conversões previstas para 2020 já foram realizadas. A grande diferença desse modelo é a inexistência do caixas, o que reduz, segundo o Bradesco, os custos em 30% a 40% em relação a uma agência convencional, especialmente no quesito segurança.

O Santander anunciou recentemente que vai criar um ambiente de convivência nos estacionamentos de suas agências, em parceria com seu portal automotivo Webmotors. Além de pontos de encontro para venda de carros, os estacionamentos poderão receber opções de lazer e alimentação, como food trucks. O desenho permite até academias de pequeno porte.

O banco Itaú também vem fechando agências, mas, em nota, disse que ainda vê a relevância da relação presencial. “É evidente a transformação tecnológica recente e a procura cada vez maior pelos canais digitais, mas nossa rede física de agências segue cumprindo um papel muito relevante (…) como um espaço mais humanizado de relacionamento e consultoria”, afirmou a instituição financeira.

Coordenador do curso de economia da Fundação Getúlio Vargas, Joelson Sampaio lembra que os bancos já vinham trabalhando na otimização das agências físicas mesmo antes da recente onda de digitalização. Ele lembra que, anos atrás, uma onda de consolidação de bancos no País fez com que o mesmo banco ficasse com um número excessivo de pontos. Ele ressalta, porém, que as pessoas mais velhas, que muitas vezes têm dificuldade com o mundo digital, ainda contam com a existência das agências.

Pesquisa de 2019 do Instituto QualiBest mostrou que 81% das pessoas considera importante a existência de agências físicas, mesmo que a frequência das visitas seja baixa. Cerca de 70% dos entrevistados disseram que vão cerca de uma vez por mês a uma agência física.

Bancos públicos

Entre as instituições estatais, o Banco do Brasil tem seguido de perto a tendência de Itaú, Santander e Bradesco. Nos 12 meses encerrados em setembro, o BB fechou 227 agências, enquanto abriu 56 pontos que classifica como unidades especializadas.

Já a Caixa Econômica Federal vê necessidade de uma rede presencial mais robusta. Ainda que o Caixa Tem, aplicativo de celular usado para distribuição do auxílio emergencial, seja um passo em direção à digitalização, o banco não tem seguido a tendência de encerramentos. Ao fim do primeiro semestre, a Caixa tinha 53,7 mil pontos de atendimento, número praticamente estável em relação ao mesmo período de 2019.

“Por sua função de repassadora de benefícios do governo à população, a atuação da Caixa exige a manutenção de agencias, especialmente para pessoas de regiões onde o acesso à tecnologia é menor”, diz o professor de finanças da FGV-Eaesp, Rafael Schiozer. Entretanto, ele acredita que, à medida que o acesso ao digital entre a população aumente, a Caixa também acelere a revisão de espaços físicos. “A médio e longo prazo isso deve acontecer, haja vista a capacidade que o banco teve de distribuir o auxílio emergencial por meio de aplicativo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Infomoney

 

 

Bancos retomam demissões e cortes já superam 60 mil em 2020


O número de demissões em bancos em 2020 deve ser o maior em cinco anos. Após uma pausa durante as quarentenas, bancos como Citigroup e HSBC reiniciaram os cortes, levando o número bruto de demissões anunciadas para um total de 63.785 desde janeiro, de acordo com análise da Bloomberg de documentos regulatórios. Isso coloca o setor no caminho para ultrapassar as quase 80 mil demissões divulgadas no ano passado, a maior retração desde 2015.

Mais de 30 bancos – da Europa, América do Norte, Ásia e África – estão por trás das reduções planejadas. O total real deve ser maior porque muitos bancos demitem funcionários sem divulgar os planos.

Bancos citam a necessidade de reduzir despesas para compensar o custo do aumento da inadimplência durante a pandemia, bem como despesas para cumprir regulamentações mais rígidas e investir em tecnologia digital.

O total de cortes de empregos divulgados desde o início de 2014 agora é de cerca de meio milhão. Para efeito de comparação, o JPMorgan Chase, maior banco dos Estados Unidos, empregava 256.710 pessoas no fim de junho.

O Citigroup disse nesta semana que vai retomar as demissões, seguindo os passos de rivais como Deutsche Bank e HSBC, que reiniciaram os cortes em maio e junho. As demissões no Citi afetarão menos de 1% da força de trabalho global, que era de cerca de 204 mil no fim do segundo trimestre.

Bancos com sede na Europa, que não se recuperaram da crise financeira de 2008 tão rapidamente quanto os dos Estados Unidos, respondem pela maior parte dos cortes de empregos anunciados. O movimento é impulsionado em grande parte pelo HSBC, que em fevereiro anunciou que reduzirá a força de trabalho em 35 mil pessoas como parte de um plano para cortar US$ 4,5 bilhões em custos em unidades de baixo desempenho nos EUA e na Europa.

Com a pandemia semeando incerteza econômica, é um mercado difícil para profissionais do setor bancário desempregados. As vagas de emprego em serviços financeiros caíram 55% em Londres em julho, com queda de 39% em agosto na comparação com o ano anterior, de acordo com dados compilados pela empresa de recrutamento Morgan McKinley.

Fonte: Infomoney

Bancos fecham 1.928 postos de trabalho só em setembro, aponta Caged

Publicado em: 23/10/2019


De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), somente em setembro os bancos cortaram 1.928 postos de trabalho. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o saldo negativo de contratações já alcança 3.328 empregos bancários. Desde 2013, a categoria perdeu 63.934 postos de trabalho.

“O saldo negativo de postos de trabalho em setembro, superior ao acumulado de todos os meses anteriores de 2019, é inadmissível e foi fortemente impactado pelos planos de demissões voluntárias do Itaú, Caixa e BB. Esses números escancaram a falta de responsabilidade social dos bancos, que apenas no primeiro semestre lucraram R$ 50,5 bilhões [Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil], crescimento de 20,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo enquanto concessões públicas, que faturam alto com tarifas e juros extorsivos cobrados da população, os bancos oferecem muito pouco retorno para a sociedade”, critica a diretora de Comunicação do Sindicato, Marta Soares.

As demissões sem justa causa representaram 52,8% do total de desligamentos no setor nos nove primeiros meses de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 38,1%. Entre janeiro e setembro foram, ainda, registrados 158 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017.

“Como concessões públicas, os bancos deveriam oferecer retorno à sociedade na forma de crédito a juros civilizados, tarifas não abusivas e criação de vagas de empregos. Porém, em um cenário de crise, com mais de 12 milhões de desempregados, no qual ainda assim o setor financeiro segue batendo recordes de lucratividade, os bancos vão na direção contrária. Mesmo cobrindo com folga todos os gastos com pessoal apenas com a receita de tarifas cobradas dos clientes, seguem cortando postos de trabalho”, enfatiza Marta

Para a diretora do Sindicato, os cortes de postos de trabalho prejudicam não somente bancários, mas também o país como um todo. “Os bancários que permanecem no setor enfrentam uma sobrecarga de trabalho e níveis de adoecimento cada vez maiores. A população, por sua vez, tem o atendimento cada vez mais prejudicado. Além disso, os cortes nos bancos contribuem para a já elevada taxa de desemprego no país”

Rotatividade

Além de maximizar seus lucros por meio dos cortes de postos de trabalho, os bancos também lucram com a rotatividade no setor. Segundo o Caged, em setembro, o salário médio dos bancários que ingressaram no setor (R$ 4.458) corresponde a apenas 57% do que recebiam em média os trabalhadores desligados (R$ 7.811).

Desigualdade de gênero

Os dados do Caged também escancaram a desigualdade de gênero no setor bancário. As 11.965 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e setembro de 2019 receberam, em média, R$ 3.938,85. Esse valor corresponde a 75,6% da remuneração média dos 14.151 homens contratados no período. Constata-se uma diferença de remuneração ainda maior entre homens e mulheres nos desligamentos. As 14.319 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.920,32, o que representa 72,8% da remuneração média dos 15.125 homens desligados no período.

“O Caged revela a permanência da desigualdade de gênero no setor bancário, que aumenta ainda mais com o avanço na carreira, ainda que dados levantados pelo Censo da Diversidade 2014 demonstrem que as mulheres bancárias são mais escolarizadas que os homens. Para combater essa realidade, é fundamental a conheçamos em detalhes. Para isso, é de extrema importância que todos os bancários e bancárias respondam ao Censo da Diversidade 2019, uma conquista da Campanha Nacional 2018. Com os dados, o Sindicato e demais entidades representativas terão mais argumentos para cobrar dos bancos, nas negociações, medidas que promovam maior igualdade de oportunidades e remuneração no setor”, conclui Marta.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos eliminaram 2.245 vagas nos oito primeiros meses de 2018

Publicado em: 27/09/2018


Os bancos eliminaram 2.245 postos de trabalho em todo o país de janeiro a agosto de 2018, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Ao todo, foram 19.715 admissões e 21.960 demissões nos oito primeiros meses deste ano.

Os bancos múltiplos com carteira comercial (entre eles Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) foram responsáveis pelo fechamento de 1.363 postos no período. A Caixa eliminou 1.020 vagas de janeiro a agosto. Juntos, estes cinco bancos empregam cerca de 90% dos bancários no país e lucraram, somente no primeiro semestre de 2018, R$ 41,9 bilhões, um crescimento de 17,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Salários mais baixos

De janeiro a agosto, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.261, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.467. Ou seja, os admitidos entram ganhando 66% do que recebiam os demitidos. “Os bancos não lucram alto, como mostram os números dos seis primeiros meses deste ano, apenas com o fechamento de postos de trabalho. A alta rotatividade com redução salarial é outra maneira encontrada para maximizar ganhos”, enfatiza Erica de Oliveira, secretária de Formação do Sindicato.

Desigualdade entre homens e mulheres

As 9.466 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e agosto de 2018 receberam, em média, R$ 3.551. Esse valor corresponde a 72% da remuneração média recebida pelos 10.249 homens (R$ 4.917) contratados no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres também é verificada nas demissões. As 10.953 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.529, o que representou 75% da remuneração média dos 11.007 homens (R$ 7.400) desligados dos bancos.

“Se fizermos o recorte de gênero, as mulheres são ainda mais prejudicadas. Tanto as recém-admitidas quanto as que tiveram seu posto de trabalho fechado. Os bancários estão ganhando menos, e as mulheres menos ainda”, acrecenta Erica.

Faixa Etária

Os bancos continuam concentrando suas contratações nas faixas etárias até 29 anos, em especial entre 18 e 24 anos. Foram criadas, de janeiro a junho, 7.337 vagas para trabalhadores até 29 anos. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo (ao todo, menos 9.582 postos), com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 4.660 postos no período.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Diante da alta no desemprego, bancos públicos emprestam menos dinheiro

Publicado em: 25/07/2018


A crise econômica, o desemprego e a queda da renda afetam os bancos de maneira distinta. Enquanto as instituições financeiras privadas nacionais e estrangeiras registraram, nos últimos 12 meses encerrados em maio, crescimento no estoque de crédito de 6,4% e 10,2%, respectivamente, as públicas amargam uma retração de 3,6% na mesma base de comparação, apontam dados do Banco Central (BC). Especialistas destacam que a demanda por empréstimos ainda está baixa, mas explicam que os banqueiros estão mais cautelosos na hora de liberar recursos.

Conforme a autoridade monetária, a maior parte dessa retração se concentra nos empréstimos às empresas. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, o estoque de crédito para a pessoa jurídica encolheu 4% e os financiamentos para os consumidores cresceram 6,3%. No Banco do Brasil, a carteira de crédito total chegou a R$ 625,2 bilhões no primeiro trimestre, uma retração de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, o montante destinado a pessoa física cresceu 2,9% e atingiu R$ 177,3 bilhões no período analisado. E para as companhias encolheu 7,3% e chegou a R$ 285 bilhões.

Na Caixa Econômica Federal, a carteira de crédito encolheu 2,1% nos três primeiro meses do ano em relação ao mesmo período de 2017 e atingiu R$ 700 bilhões. Os financiamentos para as famílias despencaram 11,5% e para as empresas 25,2%. As linhas para habitação tiveram alta de 4,9% e para infraestrutura expansão de 4,7%.

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi ainda mais afetado diante da crise. A carteira de crédito e de repasses interfinanceiros da instituição encolheu nos últimos nove trimestres e totalizou R$ 539,8 bilhões em março de 2018. Desse total, R$ 449,1 bilhões financiam projetos de longo prazo e R$ 90,6 bilhões de curto prazo. O diretor de Finanças do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, explicou que, nos últimos três anos, a recessão econômica e as incertezas política e jurídicas afetaram a demanda por crédito, que diminuiu, sobretudo, para investimentos.

Na opinião dele, o banco tem vocação para atender essa demanda, com prazo médio dos financiamentos em nove anos. “Com a crise, a procura por empréstimos longos diminui e aumenta a por curtos e médios. Apesar isso, este ano, percebemos um aumento da demanda por projetos de infraestrutura. Temos percebido que a demanda por consultas cresceu”, ressaltou. Segundo o economista-chefe do BNDES, Fabio Giambiagi, as consultas cresceram 4% de janeiro a junho, totalizando R$ 49,7 bilhões, e os desembolsos, no mesmo período, encolheram 17% em relação ao primeiro semestre de 2017 e chegaram a R$ 27,7 bilhões.

Giambiagi ressaltou que parte da queda dos desembolsos ocorreu pela necessidade de adequação de sistemas com a introdução da Taxa de Longo Prazo (TLP). “Durante 23 anos, operamos dentro de um modelo de operação que levava em conta a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Isso trouxe uma nova forma de operar, em particular, quando tratamos com pequenas e médias empresas”, detalhou. Apesar disso, o economista ressalta que mesmo com a redução da carteira de crédito e nas concessões, o banco tem mudado de perfil.

Ele afirmou que em 2015, 27,5% dos desembolsos do banco foram destinados a micro, pequenas e médias empresas e, em 2017, esse percentual chegou 42%. No mesmo período, os repasses para grandes empresas diminuíram de 72,5% para 58%. “Estamos nos transformando em um banco para micros, pequenas e médias empresas. Não ignoramos o fato de que isso está associado a crise dos investimentos. Esperamos que quando os investimentos deslancharem isso vale a mudar”, disse.

Fonte: Correio Braziliense

Bancos eliminaram 2.846 vagas no primeiro semestre, diz Caged

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Os bancos eliminaram 2.846 postos de trabalho em todo o país no primeiro semestre de 2018. Foram 13.948 admissões e 16.794 desligamentos no período. Apenas em junho, 171 empregos foram eliminados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Emprego é o assunto a ser discutido na próxima mesa de negociação com a Fenaban da Campanha Nacional Unificada 2018.

Os bancos múltiplos com carteira comercial – categoria que engloba Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil – foram responsáveis pelo fechamento de 1.804 postos nos seis primeiros meses do ano. A Caixa eliminou 1.101 postos no período, em grande parte devido ao Programa de Desligamento de Empregados, lançado em 22 de fevereiro. Juntos, esses cinco bancos empregam cerca de 90% dos bancários no país.

Campanha 2018 reivindica defesa dos empregos

A Campanha Nacional Unificada 2018 da categoria bancária começou em maio, com a entrega da pauta de reivindicações à Fenaban no dia 11, e um dos principais eixos é justamente a defesa dos empregos, tema da próxima rodada de negociação com os bancos, na quarta-feira 25.

O lucro dos cinco maiores bancos que atuam no país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander) passou de R$ 58 bilhões, em 2016, para R$ 77,4 bilhões em 2017, crescimento de 33,5%.

No 1º trimestre de 2018, foram R$ 20,6 bilhões de lucro, 20,4% de aumento em relação a igual período de 2017, quando essas instituições lucraram R$ 17,1 bilhões.

“Os números demonstram que, apesar do setor da economia que mais lucra, independentemente de qualquer crise, os bancos não contribuem com a sociedade na manutenção e oferta de postos de trabalho. Pelo contrário, eliminam cada vez mais vagas, ao mesmo tempo que aumentam as tarifas e elevam os juros”, salienta Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato.

Desde 2012 bancos lucraram R$ 426,4 bilhões

A partir de 2012, assiste-se a nova inflexão no emprego bancário, com o saldo de empregos no setor sistematicamente negativo, acumulando 57.045 postos de trabalho a menos entre janeiro de 2012 e junho de 2018. De 2012 a 2017, houve uma redução de 11,5% na categoria. No mesmo período (2012 a 2017), os cinco maiores bancos lucraram R$ 426,4 bilhões em termos reais. Somente em 2017, estas mesmas instituições financeiras eliminaram 17,9 mil postos de trabalho.

São Paulo registrou 57,8% das admissões e 53,7% do total de desligamentos, apresentando o maior saldo negativo no emprego bancário no período analisado, com 955 postos fechados no ano.

Desigualdade entre homens e mulheres

As 6.729 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e junho de 2018 receberam, em média, R$ 3.452. Esse valor corresponde a 71% da remuneração média recebida pelos 7.219 homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres também é verificada nas demissões. As 8.338 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.571, o que representou 74% da remuneração média dos 8.456 homens desligados dos bancos.

Faixa Etária

Os bancos continuam concentrando suas contratações nas faixas etárias até 29 anos, em especial entre 18 e 24 anos. Foram criadas, de janeiro a junho, 5.142 vagas para trabalhadores até 29 anos. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo (ao todo, menos 7.988 postos), com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 3.958 postos no período.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região