Lucro das estatais federais aumentou 147% em 2018

Publicado em: 02/05/2019

Enfrentando processos de reestruturação e com possibilidade de serem privatizadas, as estatais federais não dependentes do Tesouro Nacional mais do que duplicaram os lucros em 2018. Segundo relatório divulgado hoje (30) pelo Ministério da Economia, os ganhos dessas empresas passaram de R$ 28,334 bilhões em 2017 para R$ 69,974 bilhões em 2018, alta de 147%.

Cinco conglomerados –Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Eletrobras e Petrobras– concentram 96% dos ativos totais e 93% do patrimônio líquido das estatais federais. Entre os grupos analisados, o maior crescimento foi verificado no Grupo Petrobras, que saiu de um lucro de R$ 377 milhões em 2017 para lucro de R$ 26,7 bilhões em 2018, com aumento de 6.981,7%.

No caso da Petrobras, o aumento ocorreu porque, em 2017, a companhia fechou acordo para encerrar processos judiciais movidos por investidores nos Estados Unidos. O acerto custou R$ 11,2 bilhões e impactou o resultado da petroleira no ano retrasado.

Outro destaque foi o grupo Eletrobras, que passou de prejuízo de R$ 1,726 bilhão em 2017 para lucro de R$ 13,348 bilhões no ano passado. Entre os cinco grupos pesquisados, somente a Caixa Econômica teve redução no lucro, de R$ 12,488 bilhões em 2017 para R$ 10,355 em 2018.

Enxugamento

Em relação à política de pessoal das estatais, o enxugamento do quatro continua sendo o principal destaque. Em 2018, as estatais federais reduziram o efetivo em 13.434 empregados. As principais reduções ocorreram na Caixa Econômica Federal (2.728 empregados), nos Correios (2.648) e no Banco do Brasil (2.195 empregados).

Desde dezembro de 2015, as estatais federais dispensaram 57 mil empregados, com redução de 10,38% do quadro total. A maior parte do enxugamento (44 mil) provém de programas de desligamento voluntário, que concentraram 77,79% das dispensas. Segundo o Ministério da Economia, os planos de desligamento resultaram na economia de R$ 6,93 bilhões na folha de pagamento.

A economia nas despesas totais de pessoal, que incluem outros gastos além da folha, caiu R$ 2,46 bilhões de 2015 a 2018, com retração de 2,56% nas empresas não dependentes do Tesouro. Ao ajustar os valores pela inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a redução foi ainda mais significativa, chegando a 14,67%.

Fonte: UOL

Investimento das estatais fecha 2016 em R$ 56,5 bilhões

Publicado em: 06/04/2017

Depois de anos de crescimento, os investimentos das estatais federais caíram em 2016 e atingiram o menor valor em oito anos. Segundo números divulgados ontem pelo Ministério do Planejamento, os investimentos dessas empresas somaram R$ 56,5 bilhões no ano passado, o montante mais baixo desde 2008 (R$ 53,5 bilhões).

Em relação a 2015, quando as estatais controladas pela União tinham investido R$ 80,2 bilhões, a queda chegou a 29,6%. De acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a redução dos investimentos faz parte de um esforço para diminuir o endividamento das empresas e deixá-las mais rentáveis.

“As empresas estão fazendo também um enxugamento operacional. Estão deixando de fazer negócios que não são os negócios principais. Reduziram investimento, endividamento e estão aumentando a rentabilidade. As coisas estão indo de maneira organizada”, afirmou o ministro. De acordo com Oliveira, a redução de gastos nas estatais foi necessária para conter o endividamento, que passou de R$ 397 bilhões em 2014 para R$ 544 bilhões em 2015, alta de 37%. Em setembro do ano passado, número mais recente disponível, o endividamento havia recuado 17,6%, para R$ 448 bilhões.

Em relação aos empregos, o ministro do Planejamento informou que o número total de trabalhadores nas estatais federais caiu de 552 mil, em 2015, para 530 mil no ano passado, menor nível desde 2011. Segundo Oliveira, os programas de demissão voluntária (PDV) incentivada em diversas empresas – como Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal e Correios – e a não reposição de empregados que se aposentam estão contribuindo para a queda.

O governo espera uma adesão de 2,6 mil funcionários do Grupo Eletrobras no PDV da gigante de energia elétrica, que será lançado em breve. “Todas as empresas que necessitam nós temos autorizado e incentivado que adotem”, disse Oliveira. De 2015 para 2016, informou o ministro, 22 mil funcionários de empresas estatais aderiram aos PDVs. Só no Banco do Brasil, foram 9 mil funcionários. O total de empregados das empresas estatais federais caiu de 552 mil para 530 mil.

A Eletrobras tem hoje 23 mil funcionários em todas as empresas do grupo. O PDV, porém, não vai atingir as empresas de distribuição de energia, que contam com cerca de 6 mil funcionários. As demais empresas do grupo possuem cerca de 17 mil servidores. Com o PDV, o número de servidores deve cair para cerca de 15 mil.

Segundo Oliveira, não é intenção fazer PDV no Bndes. “O banco não tem nenhuma proposta de PDV. O banco tem tido uma redução de seus desembolsos, mas isso não significa proporcionalidade com as pessoas. Ele não tem agências, pessoas distribuídas no País”, justificou.

Fonte: Jornal do Comércio