Maiores bancos fecharam mais de 2,5 mil agências nos últimas 3 anos

Publicado em: 19/10/2023

Ao longo da última década, as grandes filas nos balcões e caixas eletrônicos dos bancos para realizar os mais diversos serviços – de saques a pagamento de contas – foram substituídas pelo atendimento on-line. Atividades como abrir uma conta e pegar empréstimos até investir podem ser feitos através dos aplicativos das instituições financeiras.

A digitalização dos bancos e o avanço dos smartphones fizeram com que as agências bancárias físicas se tornaram obsoletas. Para cortar custos e focar na concorrência com os bancos digitais, as instituições financeiras estão fechando suas operações físicas.

De acordo com um levantamento feito pela Ável Investimentos, usando dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal fecharam juntos 2.563 agências bancárias físicas entre 2020 e 2022. Apenas no primeiro trimestre deste ano, outras 256 unidades fecharam as portas. O movimento, segundo uma pesquisa da Dieese, acabou levando 14 mil bancários ao desemprego.

Apesar de alguns perfis de clientes, como idosos e pessoas em vulnerabilidade, não estejam tão habituados a utilizar as ferramentas digitais, o Banco Central não estabelece um critério para definir o número mínimo de agências bancárias que as instituições financeiras tradicionais precisam manter.

Até o Banco do Brasil, que em 2022 abriu mais agências que fechou, conta com 93,1% das operações dos clientes feitas através dos canais digitais.

Já o Bradesco, que tem 98% das transações digitais, vem buscando transformar parte das agências em unidades de negócios. As mudanças vão desde o tamanho do espaço físico ocupado até unificação de unidades que ficam próximas.

O Santander vem investindo na transformação de algumas agências em estabelecimentos multiuso, diferente das agências convencionais. No novo modelo, que já está em 12 cidades do país, balcões, mesas e estofados foram substituídos por uma cafeteria e um espaço de coworking aberto ao público, o WorkCafé.

O Itaú, por sua vez, pretende adaptar e modernizar toda a rede de atendimento até 2025. De acordo com o jornal O Globo, o objetivo é transformar as agências tenham um novo formato, “numa configuração mais moderna e acolhedora”.

A Caixa é o único banco convencional que ainda mão tem planos de reconfigurar suas agências. O banco continua abrindo unidades de atendimento. Atualmente, a instituição financeira conta com 4,3 mil agências e postos de atendimento, 22,6 mil lotéricos e correspondentes CAIXA Aqui.

Fonte: BNews

Setor bancário eliminou 70 mil empregos e fechou mais de 5 mil agências em 10 anos

Publicado em: 12/06/2023


A digitalização do setor bancário está levando as instituições financeiras a enxugarem suas estruturas, eliminando postos de trabalho e fechando agências. O assunto foi tema de reportagem do Estadão, publicada na última segunda-feira 5. O jornal usou dados fornecidos pelo Dieese e pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região: de janeiro de 2014 a abril deste ano, os bancos fecharam 5.716 agências e extinguiram cerca de 70 mil postos de trabalho.

A reportagem ouviu a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, que lembrou que o avanço da digitalização e o aumento do número de clientes que usam aplicativos bancários acelerou ainda mais com a pandemia.

“Os bancos têm feito uma movimentação que se intensificou após a pandemia. As pessoas aprenderam a usar o celular, especialmente as mais idosas. Com isso, muitas agências têm sido fechadas. Hoje, na agência, o número de trabalhadores é cada vez menor, e isso tem a ver com o uso da tecnologia no setor”, disse Ivone, ao Estadão.

Ela destacou ainda que os bancários que ficam, acabam acumulando uma carga de trabalho enorme nas agências e em outras áreas, porque são cada vez menos pessoas trabalhando.

Dados do Caged

O Estadão cita ainda dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho): o volume de demissões no setor bancário em março foi 39% maior que a média mensal de 2022, quando o número de desligamentos chegou a 1.474. Já o número de contratações foi 16,5% abaixo da média mensal registrada no setor em março do ano passado. Março de 2023 foi o sexto mês consecutivo de cortes de postos de trabalho no setor bancário.

A reportagem destaca também que foram eliminadas 2.662 vagas no setor bancário, no primeiro trimestre deste ano, enquanto que, no mesmo período de 2022, haviam sido abertas 3.160 vagas. E que nos grandes bancos, o corte de pessoal chegou a 2.394, comparando os dados do primeiro trimestre de 2023 com igual período no ano passado.

Ainda citando o Novo Caged, a reportagem ressalta que a eliminação de empregos tem impactado mais a categoria bancária do que as demais categorias do setor financeiro: “Considerando o ramo financeiro como um todo, que inclui gestoras, corretoras e assessores, houve crescimento de vagas.” Em março foram criadas 925 vagas no setor financeiro como um todo; e nos últimos 12 meses, foram criados 28,5 mil postos de trabalho no ramo. A média é a criação de 2,3 mil vagas por mês. O Estadão lembra ainda que a digitalização dos bancos resulta em novo perfil de contratações: “(…) os novos postos de trabalho, na maioria dos casos, foram para profissionais de tecnologia da informação, como programadores, analistas e gerentes de produto.”

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Bancos brasileiros aumentam lucros e reduzem vagas de trabalho

Publicado em: 03/03/2023


Apesar dos lucros recordes nos últimos anos, os bancos fecharam 270 postos de trabalho no Rio Grande do Sul em 2022, segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O cenário, antes do escândalo de fraude das Americanas, que tem alegado impacto no sistema, era de que o setor vinha acumulando índices de crescimento na lucratividade. Só até junho de 2022 foram 138 bilhões, 4 bi a mais do que em 2021. As informações são do Banco Central.

O estado do Rio Grande do Sul só ficou atrás do Rio de Janeiro, que registrou o corte de 1.021 vagas no ano passado. Também extinguiram empregos o Paraná (-244 vagas), Santa Catarina (-152 vagas), Pernambuco (-95 vagas) e Rio Grande do Norte (-30 vagas).

Os demais estados tiveram saldos positivos. Os melhores resultados foram verificados em São Paulo (+2.452 vagas), Distrito Federal (+287 vagas) e Mato Grosso (+206vagas).

O Dieese destaca que as vagas criadas em São Paulo estão concentradas na capital, com a abertura de 2.946 postos de trabalho, sendo 40% deles em cargos relacionados à tecnologia da informação.
Bancos terceirizam serviços

O diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Gilnei Nunes, disse que há tempos o setor bancário tem reduzido a oferta de emprego para a categoria.

Os bancos privados, como o Santander, estão remodelando e terceirizando serviços bancários, contratando trabalhadores e trabalhadoras sem amparo da convenção coletiva dos bancários. Criam novas empresas, que atuam no sistema financeiro, mas os contratados não pertencem à categoria bancária.

“Do ponto de vista sindical, os bancos encontraram guarida na legislação trabalhista atual para contratar trabalhadores fora do escopo bancário. Esta prática tem facilitado a exploração e a redução de salários e benefícios trabalhistas. Diferente dos bancos públicos, cujas contratações são feitas por concurso, o que tem garantido a média e até o crescimento de vagas do setor bancário no ano passado”, salienta o dirigente sindical.

Saldo de 4.716 empregos em nível nacional

Conforme análise do Dieese, a trajetória do emprego formal no setor bancário apresentou oscilação durante todo o ano de 2022.

Apenas nos meses de janeiro, fevereiro, agosto e setembro a soma das contratações foi maior do que a das demissões. Nos demais meses, o saldo foi negativo. Mas, no cômputo geral do ano, houve mais contratações do que demissões, gerando um saldo positivo de 4.716 postos de trabalho em nível nacional

“A ampliação de vagas no setor bancário, no entanto, deve ser observada com cautela. Analisando os dados, nota-se que, em grande medida, o saldo favorável pode ser atribuído às contratações realizadas pela Caixa Econômica Federal”, diz o documento do Dieese.

O instituto lembra que a Caixa promoveu contratações graças à atuação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) para que fossem convocados os aprovados em concurso realizado pelo banco em 2014 e também no concurso específico para pessoas com deficiência (PCDs), o que resultou, desde 2021, em ganhos na justiça determinando as convocações pela Caixa.

Segundo o levantamento, os postos de trabalho criados pela Caixa (1.022 vagas) representam 35,1% de todo o saldo positivo de emprego no setor bancário.

Sinal amarelo para TI

Na esteira do aumento de investimento realizado pelos principais bancos do país na área de tecnologia, 2022 repetiu o que já havia sido constatado em anos anteriores, com criação de 1.424 vagas diretamente ligadas às áreas de tecnologia da informação.

Mas o sinal está amarelo até para as vagas de TI. Conforme o levantamento do Dieese, houve uma expressiva queda das contrações nesta área, na comparação com as realizadas em 2021, quando foram geradas 3,7 mil vagas específicas.

“Tal fato pode representar, no curto prazo, o esgotamento na capacidade de geração de postos de trabalho de ocupações nestas posições”, afirma o texto do Dieese.

Perfil dos trabalhadores

Gênero – O levantamento também traz dados com relação aos perfis dos trabalhadores. Com relação ao gênero, as admissões de mulheres foram 19,1% menores que a dos homens e os desligamentos, 5,4% superiores.

A consequência foi a abertura de 3.933 vagas para homens e a eliminação de 1.106 postos de trabalho para mulheres.

O Dieese observa que em 2022 houve intenso debate sobre assédio moral e assédio sexual na categoria, e que as duas temáticas foram pactuadas na negociação coletiva.

“O resultado da movimentação do emprego não reflete o compromisso patronal em ambientes de trabalho mais homogêneos e igualitários”, diz o texto.

Faixa etária – Com relação à idade, a geração de vagas se concentrou nas primeiras faixas etárias, até 29 anos, com aumento de 10.351. Para trabalhadores com 30 anos ou mais, houve movimento contrário, com o fechamento de 7.529 vagas.

Raça e escolaridade – A maior proporção entre os admitidos foi da raça branca (60,8%) e com superior completo (55,3%). As admissões de trabalhadores pretos e pardos foram de 33,9% da totalidade, enquanto os desligamentos foram de 25,6%.

Ao considerar o saldo, verifica-se resultado positivo no que toca a diversidade racial, uma vez que a movimentação foi positiva em 3.881 postos de trabalho para trabalhadores pretos e pardos.
Motivação das demissões

O Dieese ainda destaca o elevado número de desligamentos por pedido de bancários e bancárias. Tal iniciativa partiu de mais de 15 mil trabalhadores. Em janeiro, atingiu a proporção mais alta com 51,9% da totalidade das demissões. Apenas nos meses de maio, novembro e dezembro, a proporção ficou abaixo de 40% do total dos desligamentos.

Para o Dieese, compreender a motivação do desligamento, no entanto, não é uma tarefa fácil. As principais hipóteses são: o aumento na oferta de vagas em outros segmentos do setor financeiro com migração de trabalhadores para finetechse corretoras de valores; a facilidade de mudanças promovidas pelo teletrabalho e o esgotamento de trabalhadores por conta de pressões com metas abusivas.

Os dados completos estão na Pesquisa do Emprego Bancário – Número 19 – Fevereiro/2023, elaborada pelo Dieese.

Com informações da CUT, Dieese, Sindibancários e Banco Central.

Fonte: Extra Classe

 

Agências fechando, Pix e menos dinheiro na rua: este é o fim dos bancos?

Publicado em: 24/10/2022


A soma dos ativos dos cinco maiores bancos brasileiros chega a superar todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país e, durante a crise econômica que se instalou na pandemia e quebrou centenas de milhares de empresas, as instituições financeiras bateram um recorde de lucro. Com toda essa pujança, o futuro dos bancos não parece ser de ruína tão cedo, mas o mercado financeiro passa por uma revolução que está mudando profundamente a atuação deles e altera de vez a relação dos clientes com essas instituições, avaliam especialistas. O caminho adiante, apontam eles, é de cada vez mais pessoas com contas bancárias, menos agências nas ruas e uma transformação do que significa ser bancário.

Ano a ano, o número de brasileiros “bancarizados”, pessoas que têm acesso ao sistema financeiro de alguma forma, só aumenta. Desde o final de 2016 até julho de 2022, 37,8 milhões de brasileiros abriram uma conta ou tiveram alguma relação com uma instituição financeira, um aumento de 25,7%. Na pandemia, o movimento ganhou tração, impulsionado pela distribuição do Auxílio Emergencial, e, desde o final de 2019, foram 20,1 milhões novos “bancarizados”, crescimento de 12,2%.

Mas, como quem anda pelas ruas de Belo Horizonte percebeu nos últimos anos, isso não quer dizer que tenha havido um “boom” de abertura de agências bancárias na cidade. Pelo contrário: o Sindicato dos Bancários de BH e Região registrou o fechamento de pelo menos 24 agências desde o começo da pandemia. Desde 2016 até julho de 2022, o Brasil perdeu 5.199 agências — só em Minas Gerais, foram 516.

O economista e professor da Fundação Dom Cabral Paulo Bretas enfatiza que isso não quer dizer que os bancos estejam em decadência. “Os bancos fecharam milhares de agências porque têm que ser cada vez mais lucrativos. A cada vez que surge uma crise, eles têm que continuar pensando em formas de lucrar. Hoje caminham para não precisar de toda essa estrutura. Em um futuro bem próximo, os bancos físicos se tornarão apenas uma boutique de aplicação e dinheiro e de crédito”, pondera. O Banco do Brasil, por exemplo, perdeu 373 agências no país desde o final de 2019.

Na contramão do fechamento de agências, o Sicoob aposta em pontos físicos e abriu 181 pontos de atendimento em Minas Gerais desde 2019. “As cooperativas são empreendimentos de proximidade, e não de distância. Elas são territorialmente engajadas e utilizam a tecnologia como ferramenta de apoio. Só é possível levar impactos positivos relevantes para as comunidades se houver atuação presencial; diálogo com lideranças locais; percepção clara das necessidades dos cidadãos e empreendedores, bem como envolvimento efetivo de suas lideranças e de seus executivos em eventos da localidade”, pontua o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais, Ênio Meinen.

Especializado no nicho de clientes com mais de 50 anos, o Mercantil do Brasil também continua a privilegiar as agências bancárias. “Esse público está digitalizado, mas não quer usar o app como todo mundo. Quer, sim, nos termos dele. Ele gosta de operar no WhatsApp, então por que não ser o banco que trabalha com ele nesse canal? Em vez de ensiná-lo a operar no meu canal, opero no dele. O cliente está mais exigente e não está fazendo comparações só entre bancos, mas compara a experiência de ver um filme na Netflix a contratar um crédito, ver a quantidade de músicas que ouviu no ano no aplicativo a conferir o extrato bancário”, elabora o diretor de Clientes e Crescimento do Mercantil do Brasil, Bruno Simões.

O Santander também afirma que, em 2021, abriu 120 lojas e que, em 2022, pretende abrir outras 70. “De 2019 a 2022, o banco registrou um crescimento de 56% no número de clientes que acessam algum canal digital. Isso trouxe mais eficiência e comodidade aos consumidores, permitindo a readequação da rede de agências, abrindo espaço para a ampliação do atendimento remoto e da presença física do Banco no interior do Brasil”, justifica.

Bancos que se tornam lojas e lojas que se tornam “bancos”

A digitalização dos bancos também leva as instituições a irem além da conta corrente e estar mais presente na vida dos clientes. Hoje, um dos principais investimentos do Inter, por exemplo, é o Inter Shop, uma plataforma de compras online do banco. Mesmo quem não é correntista pode acessar o site para ganhar cashback (quando parte do valor gasto em uma compra volta para a conta do consumidor) em lojas como Magazine Luiza e iPlace. “Outras instituições estão caminhando nessa direção”, pontua o superintendente de Conta Digital do Inter, Eduardo Cotta.

Paralelamente, outras empresas se movimentam em um sentido similar. O grupo das Lojas Americanas, por exemplo, trabalha com o Ame Digital, uma carteira digital que permite carregar dinheiro para comprar diretamente na plataforma, também com cashback.

Educação financeira é responsabilidade dos bancos, avalia professor

O aumento de pessoas “bancarizadas” só se traduzirá efetivamente em uma democratização do acesso aos bancos se houver educação financeira, pontua o economista e professor da Fundação Dom Cabral Paulo Bretas. “Os bancos precisam entender que existe um papel educativo para a população que é uma preocupação muito grande do Banco Central. É uma função social de qualquer banco, especialmente o brasileiro, que ganha muito com a aplicação de títulos públicos. Eles deveriam cumprir essa função com muito mais força responsabilidade”, diz.

Além de blogs e distribuição de conteúdo, que já se tornaram um padrão para os bancos, Bretas sugere investimentos e parceria com o setor público para reforçar a educação financeira nas escolas. “É preciso educar a população financeiramente para o mundo novo de sistemas financeiros, que já chegou”, finaliza.

Fonte: O Tempo

 

BB aumenta lucro mas encolhe número de funcionários e agências

Publicado em: 22/05/2022


Acompanhando os resultados estratosféricos do Itaú e Bradesco no primeiro trimestre de 2022, que ficaram acima dos R$ 7 bilhões, o Banco do Brasil fechou os três primeiros meses do ano com lucro de R$ 6,66 bilhões. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o resultado é 57,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Em 2021, no ano em que a covid mais matou no Brasil, o banco já havia obtido lucro de R$ 21 bilhões, superando em 51% o resultado de 2020. Apesar do lucro expressivo de 2021, que se repete nos primeiros três meses do ano, o BB desligou 1.410 funcionários e fechou 108 agências tradicionais nos últimos 12 meses. Com os cortes, o banco fechou o trimestre com 86.466 funcionários e 3.176 agências.

“Esse lucro é uma afronta à sociedade e aos funcionários pela contradição que representa. Ele não traz benefícios à população brasileira e tampouco aos bancários e bancárias do BB. O fechamento de agências só dificulta a vida da população, que perde mais tempo com deslocamentos e nas filas, além de receber um serviço de pior qualidade. O fechamento de postos de trabalho e agências sobrecarrega ainda mais os funcionários, que ficam sujeitos a esse ambiente de precarização. O resultado são funcionários cada vez mais pressionados e adoecidos”, critica a diretora do Sindicato dos Bancários/ES Goretti Barone.

BB mais distante do seu compromisso social

Segundo a dirigente, os resultados mostram que o BB está cada vez mais distante do seu compromisso social, fugindo da sua vocação de interesse público, e mais próximo do perfil de banco privado tradicional, onde a única preocupação é o lucro.

“Não podemos esquecer que o BB é uma empresa pública de economia mista cuja União é ainda a maior acionista. Por isso, o banco não pode simplesmente virar as costas para os seus compromissos sociais. Por exemplo, quando o banco desliga mais de 1.400 funcionários em 12 meses, em plena pandemia, está contribuindo para aumentar a taxa de desemprego. Qual a responsabilidade social de uma empresa pública que corta postos de trabalho num país que tem taxa de desemprego acima de 11%, inflação galopando à taxa de 12%, economia patinando e mais de 20 milhões de miseráveis que não têm o que comer?”, questiona Goretti.

Quando se põe uma lupa sobre os resultados do primeiro trimestre, adverte a dirigente, fica mais fácil de entender quais têm sido as prioridades da direção do banco, que estão longe da sua vocação social. De acordo com o Dieese, que analisou os resultados do banco, houve crescimento nas carteiras de crédito voltadas às grandes empresas (+18,6%) e ao agronegócio (28,2%). Ao mesmo tempo em que encolheram os investimentos em linhas de crédito destinadas ao social, como o Pronamp (-6,5%), que atende a médios agricultores.

Outros resultados

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias no primeiro trimestre de 2022, segundo o Dieese, aumentaram 9,4% em um ano, alcançando R$ 7,52 bilhões. As despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, totalizaram R$ 6,04 bilhões, redução de 4,2% na mesma comparação, a despeito das despesas com os programas de desligamentos (PDE –Programa de Desligamento Extraordinário e PAQ –Programa de Adequação de Quadros).

Diante desse cenário, ressalta Goretti, fica evidente que a direção do BB está trabalhando abertamente para facilitar o processo de entrega do banco ao mercado. “É urgente que os trabalhadores bancários e a sociedade em geral resgatem o debate sobre a real função do Banco do Brasil como banco público”, reforça a dirigente.

Ela acrescenta que o BB deve cumprir seu papel de agente fomentador de políticas públicas para atender aos interesses da sociedade brasileira. “Especialmente do segmento que constrói a riqueza deste país, que é a classe trabalhadora”.

Fonte: Sindicato dos Bancários do Espírito Santo

Bancos fecham quase 4 agências por dia em cidades pequenas

Publicado em: 18/03/2022


O advento da tecnologia trouxe consigo diversas facilidades para o cotidiano que antes a sociedade não pensava em experienciar. Todavia, essa dinâmica sempre é dialética, de um lado a ganhos e do outro a perdas, inevitavelmente isso ocorre, de forma natural. Dessa forma, avanço da digitalização bancária e a invenção do Pix, o sistema de pagamentos criado pelo Banco Central, impulsionaram o fechamento de agências bancárias.

De acordo com os dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), hodiernamente, apenas 3% das 100 bilhões de operações bancárias são realizadas em agências. Só no ano passado, 1.017 agências bancárias fecharam as portas no Brasil, ou quase quatro (3,85%) por dia. Segundo os dados do Banco Central, Damolândia, no interior de Goiás, é uma das 438 cidades que ficaram sem agência bancária desde 2016.

Um morador da cidade, Augusto, disse que o “pessoal mais idoso já ia para a agência e recebia, subia a rua e ia pagando, comprando de novo. Hoje em dia o pessoal vai para Inhumas receber e em Inhumas já gasta também”, relatando acerca da cidade próxima de Damolândia — a cerca de 30 quilômetros onde ainda há agência bancária. O morador também comenta que quando as agências fecham, de fato, a população da cidade não sabia utilizar/não havia se adaptado ao uso do cartão de crédito ou débito.

Com o passar do tempo, as maquininhas de cartão foram sendo adotadas pelos comércios e, com a chegada do Pix, as vendas ganharam impulso, “muita gente tem cartão hoje ou às vezes paga no Pix, mas são pessoas mais novas. As mais de idade não têm costume de usar cartão. Pagar no Pix, nem se fala”.

Não obstante, em Damolândia, existe uma lotérica que permite fazer depósitos, pagamentos, saques e empréstimos, mas segundo a secretária de Finanças da cidade, Lucélia Joventina Alvarenga, o local não consegue atender toda a demanda da população. Porém, ressalta, também, que os bancos digitais estão começando a ser utilizados pela maioria das pessoas depois que uma operadora de internet móvel passou a funcionar na cidade.

É fundamental destacar, também, que a prefeitura tem procurado instituições financeiras que se interessam em se instalar na cidade. O prefeito está otimista com as conversas atuais com o Sicoob e argumenta que a abertura de uma agência seria urgente, relatando que “o maior desafio que temos na cidade é a geração de emprego, mas acho que é a questão da agência é fundamental, porque qual empresário vem para a cidade se não tem um banco”?

O banco Daycoval, especializado em crédito para empresas e pessoas físicas, produtos de câmbio, gestão de recursos e investimentos aposta em uma abertura de uma agência na cidade. (O Globo)

Fonte: Escola Educação

BB diz que agências fechadas foram convertidas em postos

Publicado em: 04/02/2022


O BB (Banco do Brasil) chegou ao fim de 2021 com 3.980 agências –388 a menos do que o registrado em 2021, segundo dados do BC (Banco Central). O banco diz, no entanto, que a redução não se deve exclusivamente ao fechamento de unidades, mas também à transformação de agências em postos de atendimento.

O plano de reestruturação lançado pelo Banco do Brasil em janeiro de 2021 estipulava o encerramento de 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento. Além disso, estabelecia a transformação de mais 243 agências em postos de atendimento.

Segundo nota enviada pela instituição ao Poder360, “as duas situações (encerramento e transformação em postos) resultam na diminuição do número de agências atribuídas ao BB no site do Banco Central”. Isso se dá porque os postos de atendimento não contam com toda a estrutura de uma agência e, por isso, não constam na lista de agências bancárias do Banco Central.

O Banco do Brasil disse também que, por causa dessa diferença entre agências e postos de atendimento, o plano de reestruturação lançado no início de 2021 resultou na “extinção de 355 agências, sendo 112 definitivamente encerradas e outras 243 que seriam convertidas em postos de atendimento”.

Entretanto, dados do Banco Central indicam que a redução da rede de agências do Banco do Brasil foi um pouco maior, de 388. Segundo o BC, “o levantamento inclui todas as agências em funcionamento, mesmo sem atendimento ao público, registradas no Unicad pelas instituições financeiras na data do levantamento”.

Este foi o dado utilizado pelo Poder360 na série de reportagens que mostrou que os bancos brasileiros fecharam 2.351 agências bancárias na pandemia de covid-19. Apesar disso, o Banco do Brasil tem hoje a maior rede de atendimento bancário do país, como mostrou o Poder360.

AGÊNCIAS X POSTOS

Postos de atendimento são menores e contam com menos funcionários que uma agência bancária. Os postos não têm a figura do gerente geral e, algumas vezes, nem com caixas humanos. Sem caixa, os postos também passam a não precisar de tesoureiro, cofre e porta giratória.

Nesta situação, os postos normalmente oferecem terminais eletrônicos de autoatendimento e uma mesa de atendimento com funcionários que ajudam na resolução de alguns problemas e fazem a contratação de alguns produtos. O cliente, no entanto, pode ter que ir a uma agência se quiser fazer um saque de valor maior do que o disponível nos terminais de autoatendimento ou se precisar falar com o gerente, por exemplo.

Por conta disso, os postos de atendimento não constam na lista de agências do Banco Central. A estrutura, no entanto, tem sido cada vez mais usada pelos bancos, já que é menos custosa do que uma agência. Segundo os bancos, o aumento dos pagamentos digitais permite esta transformação.

ÍNTEGRA DA NOTA DO BB

“Em relação à notícia publicada pelo Poder 360 nesta data, com o título ‘Banco do Brasil fecha mais agências do que o anunciadoi, o Banco do Brasil esclarece que está incorreta a comparação feita pela reportagem sobre o número de encerramento de agências anunciado pelo BB em janeiro de 2021.

Conforme Fato Relevante divulgado ao mercado, o Banco do Brasil anunciou em janeiro do ano passado a extinção de 355 agências, sendo 112 definitivamente encerradas e outras 243 que seriam convertidas em postos de atendimento.

As duas situações (encerramento e transformação em postos) resultam na diminuição do número de agências atribuídas ao BB no site do Banco Central.

A reportagem utilizou em sua comparação apenas o número de agências definitivamente encerradas, o que resultou em comparação incorreta que se refletiu em erro no subtítulo e no corpo do texto.

Diante da necessidade de melhor esclarecer ao público do Poder 360 e tendo em vista ser o Banco do Brasil uma empresa com ações negociada em Bolsa, pedimos a retificação da informação incorretamente divulgada”.

Fonte: Poder 360

 

Banco do Brasil fecha mais agências do que o anunciado em plano de reestruturação

Publicado em: 28/01/2022


O BB (Banco do Brasil) foi alvo de uma série de críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) quando anunciou um plano de reestruturação que previa o fechamento de agências e o enxugamento do quadro de pessoal. Passado 1 ano, no entanto, não figura mais nas queixas do chefe do Executivo e fechou mais agências do que o previsto inicialmente.

O plano de reestruturação do BB lançado em janeiro de 2021 previa o fechamento de 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, além do desligamento voluntário de até 5 mil funcionários. Deflagrou um atrito entre o Palácio do Planalto e o Banco do Brasil, que levou à renúncia do recém-empossado presidente do banco, André Brandão.

Passado 1 ano da crise, no entanto, o fechamento de agências superou as expectativas do Banco do Brasil. Segundo dados do Banco Central, o BB terminou o ano de 2021 com 3.980 agências. Isto é, 388 agências a menos do que o registrado em 2020.

Com isso, o BB registrou o 2º maior número de fechamentos de agências da pandemia de covid-19. Perdeu apenas para o Bradesco, que fechou 1.527 agências de março de 2020 a dezembro de 2021.

Ao todo, os 5 maiores bancos do país fecharam 2.351 agências na pandemia. A exceção foi a Caixa, que manteve e agora pretende ampliar a rede de atendimento.

Em nota, o Banco do Brasil disse que o plano de reestruturação tinha como objetivo dar “ganhos de eficiência” à rede de atendimento. Por isso, passou pelo encerramento de agências, mas também abertura, mudanças de tipologia e relocalização das unidades de atendimento.

Segundo o banco, algumas agências foram transformadas em tipologias consideradas mais “adequadas à demanda nas regiões onde estão localizadas”. Isso passa pelo rebaixamento de agências a postos de atendimento, que não oferecem todos os serviços bancários e, por isso, não constam na lista de agências bancárias do Banco Central.

Além disso, o banco disse ter trabalhado na criação de “unidades especializadas para atendimento a públicos diversos, tais como Empresa, Escritórios Digitais, Agro, Investidores, dentre outros”.

“A distribuição da rede do banco é avaliada de forma permanente, de modo a acompanhar as mudanças de hábitos dos seus clientes, considerando o avanço da tecnologia para a realização de transações através de meios digitais”, afirmou.

O Banco do Brasil ainda disse que, apesar das mudanças, continua seguindo a premissa de manter presença física nos municípios em que atua, seja por meio de unidade própria de atendimento, seja por meio de seus correspondentes. Segundo o BB, a marca está presente em mais de 96% dos municípios brasileiros. O banco tem a maior rede de atendimento do país, mesmo depois do fechamento de 388 agências.

Novo presidente

Apesar dos fechamentos, o Banco do Brasil saiu do alvo das críticas de Bolsonaro. Recentemente, o chefe do Executivo até posou ao lado do novo presidente do BB, Fausto Ribeiro, em evento do agronegócio. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também já compareceu a eventos sociais da Fundação Banco do Brasil, ao lado de Ribeiro.

Escolhido por Bolsonaro para o lugar deixado por André Brandão, Fausto Ribeiro é funcionário de carreira do Banco do Brasil. Discreto, reforçou as relações do banco com o agronegócio e tem bom trânsito com os bancários. No último dia 18 de janeiro, filiou-se à Anabb (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil).

Em carta enviada aos funcionários pouco depois de tomar posse como presidente do BB, Fausto Ribeiro Neto disse que o Banco do Brasil é de mercado, mas também é do Brasil. Por isso, precisa ser lucrativo, competitivo e eficiente, mas também compromissado com o desenvolvimento econômico e social do País.

Fonte: Portal Poder 360

 

De olho nos custos, grandes bancos fecham 1,8 mil agências em 12 meses

Publicado em: 19/11/2021


Milhares de brasileiros ao longo do último ano receberam um mesmo comunicado de seus bancos: a carta ou e-mail geralmente explicava que a conta seria transferida para uma nova unidade, em virtude do fechamento da agência original. O movimento, cada vez mais comum, é um reflexo do aumento da digitalização, que ganhou força na pandemia, e também do aumento da pressão das fintechs. Neste cenário, os grandes bancos listados desativaram quase 1,8 mil agências nos 12 meses fechados em setembro.

Nesse período, o Banco do Brasil e o Bradesco lideraram os fechamentos de agências, com 765 e 762 pontos fechados, respectivamente. As duas instituições demitiram, ao longo desses 12 meses, um total de 14,7 mil trabalhadores. O movimento de encerramentos também se deu no Santander e no Itaú, mas de forma bem mais branda: os dois bancos encerraram 139 e 112 agências no período. Diferentemente do que ocorreu com os dois rivais, as instituições contrataram funcionários no período.

A tendência de fechar as portas das unidades físicas ainda vai continuar. Estudo da consultoria alemã Roland Berger apontou que os cinco grandes bancos do País poderiam reduzir em nada menos do que 30% o número de suas agências. Em alguns grandes bancos, as transações feitas em agências caíram 70% este ano, enquanto as feitas no celular saltaram mais de 90%.

Burocracia

Foi em uma dessas agências que o colombiano David Vélez, fundador do Nubank, entrou quando chegou ao Brasil, em 2012, para tentar abrir uma conta corrente. As portas giratórias com detector de metais e os seguranças armados mostraram que o processo de abrir uma conta seria difícil e lento.

E assim foi. Quatro meses depois e uma série de documentos entregues, Vélez abriu sua conta e ficou convencido de que havia espaço para esse processo ser mais fácil, conforme ele conta nos documentos de abertura de capital do Nubank, que deve estrear na Bolsa valendo mais do que Itaú, Bradesco e Santander – e sem nenhuma agência física.

O estudo da Roland Berger que foi elaborado no início do ano considera duas forças motrizes que levariam os bancos a fechar agências. Uma foi a maior concorrência com fintechs, já totalmente integradas com o atendimento 100% digital, e a outra foi um cenário de juros baixos, que vinha afetando o spread bancário (diferença entre o custo de captação e de concessão de crédito), algo que afeta sua rentabilidade.

Perfis

O diretor sênior de instituições financeiras da agência de classificação de riscos Fitch, Claudio Gallina, afirma que esse processo de fechamento de agências reflete também a mudança do perfil do cliente, com a chegada dos mais jovens – e digitalizados – à economia ativa. Gallina aponta que, além do primeiro movimento feito pelos bancos, de fechar agências muito próximas a outras, agora os pontos que restaram deverão ter menos funcionários, já que o fluxo de clientes será menor.

Os bancos reconhecem que o processo está em curso. O presidente do Bradesco, Octávio de Lazari, disse, em teleconferência recente, que o banco fechará neste ano 179 agências e transformará 377 em unidades de negócios, que não têm mais o profissional de caixa e são mais baratas.

Antes da pandemia, os caixas do Bradesco nas agências faziam 1 milhão de autenticações por dia, seja de um boleto, seja de uma conta. Hoje, esse número caiu para 112 mil.

No novo modelo de agência do Bradesco, a economia se dá principalmente com segurança. “O Bradesco chegou a ter 10 mil vigilantes armados dentro das agências. Os gastos com carros fortes eram uma enormidade de caros”, disse. Em dois anos, mil agências foram reformuladas.

Apesar disso, os bancos têm afirmado que a presença física tem um papel importante para o negócio. “Sempre digo que a gente tem a rede de agências por convicção. Fizemos um ajuste na rede nos últimos cinco anos, uma redução de mil pontos de venda. Reduzimos muito a sobreposição”, comentou o presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, em teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre. “A gente ainda vê boa demanda nos pontos físicos”, frisa.

No Santander, a decisão tem sido de ter mais unidades físicas nas regiões centrais do País, exatamente onde a instituição financeira acredita que o potencial de crescimento é maior. “Estamos abrindo agências no centro do Brasil, onde há crescimento”, disse o diretor financeiro do banco, Angel Santodomingo.

Por isso, a instituição tomou a decisão de abrir pontos de atendimento no Centro-Oeste, onde o agronegócio está aquecido. Mesmo assim, o banco espanhol fechou 139 agências nos 12 meses encerrados em setembro.

Ganha-ganha

Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Joelson Sampaio afirma que esse movimento é fruto da digitalização da sociedade – fenômeno que, no caso da relação com os bancos, trouxe benefícios tanto para as empresas, quanto para os clientes.

“Mais pessoas passaram a utilizar os serviços digitais, e os bancos querem fazer frente às fintechs e reduzir seus custos”, comenta. Segundo ele, as agências também caminharão para ter uma nova proposta, como as unidades de negócio, que podem ser focadas em outros serviços da prateleira dos bancos, como investimentos, por exemplo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Exame.com

 

Maiores bancos fecham mais de 790 agências em um ano; BB lidera enxugamento

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A divulgação dos resultados do terceiro trimestre dos quatro maiores bancos brasileiros trouxe novamente números que mostram o fechamento de agências físicas em detrimento da estratégia de digitalização das operações bancárias. Ao mesmo tempo, Bradesco, Santander, Itaú e Banco do Brasil apresentaram crescimento no número de empregados.

Com 3.977 agências em operação, o Banco do Brasil foi a instituição bancária que mais fechou portas de seus espaços físicos na comparação dos últimos 12 meses. Em relação ao fim do terceiro trimestre do ano passado, o banco estatal perdeu 393 agências físicas.

O número alcançado pelo Banco do Brasil é superior à soma do fechamento de agências dos três principais bancos privados que operam em território nacional. O Santander fechou as portas de 139 agências nos últimos 12 meses, enquanto o Bradesco encerrou as operações em 138 pontos. O Itaú teve 112 lojas fechadas.

“O Banco do Brasil vem executando um planejamento estratégico desde a gestão de André Brandão (ex-presidente do BB) para remodelar a operação e deixá-la mais enxuta, se aproximando do nível de eficiência das instituições privadas”, diz Guilherme Tiglia, sócio da Nord Research.

Por este motivo, o Banco do Brasil é o único que não aumentou sua base de funcionários entre os quatro grandes. Pelo contrário. O número de empregados diminuiu em quase 8% em relação aos últimos 12 meses com a extinção de mais de 7.000 postos de trabalho no período.

Ainda que os executivos das grandes redes bancárias não admitam, o fechamento das agências está ligado ao fato de que seus negócios estão cada vez mais digitais e acessíveis aos clientes onde quer que eles estejam, tornando a ida para as agências cada vez mais rara.

O Bradesco talvez seja o grande exemplo desta migração para as telinhas. De acordo com o banco, 98% das transações realizadas por seus clientes são realizadas pelos canais digitais disponibilizados pela instituição. No caso do Banco do Brasil, o percentual é um pouco menor: 90,7%.

No Itaú, os canais digitais já representam 61% das contratações de produtos ofertados pelo banco por pessoas físicas. O percentual registrado há um ano era de apenas 38%. Para continuar crescendo a aposta está no Iti. No último trimestre, o banco digital ganhou 2,2 milhões de clientes e ultrapassou a marca de 10 milhões. A previsão é encerrar o ano com 15 milhões de correntistas.

“Os bancos estão correndo para aumentar a eficiência ao eliminar pontos que não agregam tanto valor e já não funcionam da mesma forma como em outros tempos. As agências não vão sumir, mas o modelo está sendo adaptado para que exista uma integralização entre o canal físico e digital”, diz Tiglia.

O discurso oficial do Santander, que não revela o percentual de dependência dos canais digitais, é de relocalização. “Estamos eliminando lojas que se sobrepõem em grandes centros urbanos, quando há uma loja perto da outra”, disse Sergio Rial na divulgação dos resultados do banco. “Os centros das grandes cidades se movem e as pessoas não precisam de tantas agências no mesmo lugar.”

Menos agências, mais contratações

O fechamento de agências nos últimos meses e principalmente durante 2020, em que a pandemia tornou os espaços físicos quase inabitados contribuiu para que o setor bancário registrasse a extinção de 6.763 postos de trabalho nos últimos 12 meses encerrados em setembro deste ano e ancorados pelo último trimestre do ano passado, como mostram dados do Caged.

Os números ainda são preocupantes mesmo com uma melhora considerável do setor em relação a entradas e saídas de funcionários em 2021. Nos dados recortados apenas pelo acumulado do ano até setembro, o setor ficou no azul com 2.751 funcionários contratados.

Em uma rápida pesquisa no site do Santander, foi possível encontrar 352 vagas abertas no Brasil em 24 Estados brasileiros, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Entre as vagas, há posições que vão desde gerentes de relacionamento e de negócios e serviços até contadores, profissionais e tecnologia da informação e especialistas no mercado financeiro.

Ainda que as vagas no Santander pareçam mais diversificadas, de acordo com Juliana França, gerente de bancário e serviços da Michael Page, a tendência é de que os bancos recorram cada vez mais à contratação de profissionais de tecnologia para apoiar seus negócios digitais.

“O Brasil é um dos países com o maior número de desbancarizados no mundo e, ao mesmo tempo, há cada vez mais pessoas com acesso a crédito graças a políticas como o open banking. É preciso ter quem atenda essas pessoas”, diz França.

Somente considerando os bancos digitais controlados pelas grandes instituições bancárias, o Digio, por exemplo, já conta com 49 posições em aberto em seu site. O next tem 15 anúncios para a contratação de profissionais de TI. No Iti, do Itaú, são 17 posições em aberto segundo o site do banco.

Fonte: Portal 6 Minutos

Grandes bancos fecham 642 agências no 1º semestre de 2021

Publicado em: 29/08/2021


Quatro entre os cinco maiores bancos do país fecharam juntos 642 agências e postos de atendimento no primeiro semestre de 2021, segundo os balanços a investidores publicados nas últimas semanas pelo Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander.

O fechamento de agências atingiu 3,7% de espaços físicos que os quatro bancos disponibilizavam no final de 2020, reduzindo o número de unidades a pouco mais de 17 mil em todo o país.

O saldo é de 597 agências fechadas se considerados os 5 grandes bancos do país, já que a Caixa anunciou que abriu 45 agências nos primeiros seis meses do ano, seguindo caminho inverso em relação aos concorrentes.

A tendência de redução de espaços físicos já havia sido verificada ao longo de 2020 e em anos anteriores, mostrando um movimento de substituição do atendimento presencial pelo uso de canais digitais. A transformação foi acelerada pela pandemia e pelo lançamento de novos serviços como o Pix.

O banco com maior número de fechamentos foi o Banco do Brasil, com 305 espaços, que atribuiu a mudança a um movimento de “reorganização institucional” anunciado em janeiro e que prevê a desativação de 361 unidades.

Depois aparecem Bradesco, com 227 fechamentos, Santander, com 100, e Itaú Unibanco, com 10.

O presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, já afirmou em balanço da entidade que o movimento de clientes em direção aos serviços digitais permite essa transformação e a “racionalização da rede”. No primeiro semestre, por exemplo, 98% das transações do banco foram feitas pelos canais digitais. O crescimento do uso de serviços digitais é uma realidade também dos demais bancos.

Parte dos bancos também reduziu o quadro de funcionários na mesma estratégia de redução do atendimento presencial e foco em serviços digitais.

O caso mais emblemático é novamente o Banco do Brasil, que terminou o semestre com 6.155 colaboradores a menos do que no final de 2020 – uma redução de 6,7% no quadro de 91 mil empregados.

A restruturação anunciada pelo banco em janeiro incluía um programa de demissão voluntária, que teve a adesão de 5.533 funcionários, conforme divulgação do Banco do Brasil. A instituição não detalhou por que o número de demissões registrado nos balanços foi maior que o anunciado como resultado do PDV.

O Bradesco ficou em segundo lugar nesse quesito, com redução de 2.213 funcionários.

Já o Santander teve mais admissões do que demissões e terminou o semestre com novos 1.827 profissionais. O Itaú Unibanco também teve mais admissões e ficou com saldo positivo de 1.750 novos trabalhadores. O banco atribui o crescimento ao investimento em tecnologias e na incorporação de trabalhadores dessa área.

A Caixa é o único grande banco que tem plano de expansão de agências. A empresa anunciou em julho que serão inauguradas 268 novas unidades, sendo 100 especializadas no agronegócio. “O banco estará presente em todos os municípios brasileiros com mais de 40 mil habitantes”, afirma a instituição.

O balanço da Caixa não detalha o número total de colaboradores, impedindo a análise sobre possível ampliação ou redução do quadro.

Fonte: R7

Banco do Brasil supera meta e fecha 391 agências em todo o país

Publicado em: 13/08/2021


Depois de manter o plano de demissão voluntária e o de fechamento de agências que deu início à saída de seu antecessor, o atual presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, afirmou que a expectativa é de continuidade da revisão de sua rede de pontos de atendimento no segundo semestre deste ano.

Só o número de agências fechadas no banco no primeiro semestre alcançou 391 unidades – mais que o triplo das 112 agências previstas pelo plano do agora ex-presidente do BB André Brandão anunciado no início deste ano.

No total, o BB reduziu sua rede própria para 11.768 pontos de atendimento, uma redução de 10,8% em relação a igual período de 2020. O quadro de funcionários do banco também diminuiu no período para 85.518 trabalhadores – uma redução de 7,5%.

Os números superam o plano de reestruturação anunciado pelo ex-presidente da instituição André Brandão em janeiro deste ano – e que foi o impulsionador da saída de Brandão da gestão do banco, em março.

O enxugamento inicial previa uma otimização de 870 pontos de atendimento. Essa otimização incluía o fechamento de unidades, a transformação de agências tradicionais em modelos mais enxutos e a criação de estruturas especializadas.

Desse total, 361 unidades deveriam ser desativadas no primeiro semestre – entre agências, postos de atendimento e escritórios.

Segundo o atual presidente do BB, Fausto Ribeiro, a continuidade à reorganização proposta por Brandão aconteceu porque o plano já havia sido aprovado pelo conselho administrativo e passado por todo o processo de governança corporativa do banco.

“No caso das agências a decisão já tinha sido tomada e a maior parte delas estava em fase final de desmonte e de desativação. O que fizemos basicamente foi dar continuidade às decisões que estavam sendo tomadas”, disse.

A estratégia de remodelagem da rede de pontos de atendimento do Banco do Brasil surgiu como uma tentativa de reduzir custos.

O movimento, segundo Ribeiro, continua para o segundo semestre. “A nossa rede de agências é dinâmica e requer acompanhamento e remodelagem periódicos. É o cliente que determina seus terminais de atendimento e a frequência em que os usa”, disse. “A revisão é constante e o trabalho, permanente. Estamos sempre atentos para manter nossos pontos economicamente viáveis”.

Os executivos do banco afirmam, ainda, que apesar do fechamento de agências, essa reorganização estrutural também prevê investimentos para os próximos meses.

Segundo o vice-presidente de negócios de varejo, Carlos Motta dos Santos, a instituição já abriu mais de 70 agências especializadas e mais de 120 Lojas BB+ (unidades sem guichê de caixa, voltadas para assessoria e relacionamento com clientes).

“Também fizemos um investimento significativo em escritórios. Isso é representativo. Essa reorganização vem como um cumprimento de uma decisão tomada na gestão anterior, mas ela é viva e dinâmica e também prevê que alguns pontos tenham estrutura menor e outros (pontos) tenham mais eficiência”, afirmou.

O conjunto de medidas anunciado em janeiro por André Brandão foi motivo de desavenças entre o executivo e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo auxiliares do Palácio do Planalto afirmaram à reportagem na época, Bolsonaro teria se irritado com o plano de enxugamento e chegou a cogitar a demissão de Brandão -o que não aconteceu por conta de uma intervenção que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria feito.

Em fevereiro, na divulgação de resultados do quarto trimestre de 2020 do banco, Brandão chegou a afirmar que as desavenças teriam sido apenas um problema de comunicação dos planos ao presidente e que, diante do anúncio, era natural que Bolsonaro se preocupasse em como o banco concretizaria esse plano de eficiência.

O clima de desânimo continuou e, em março, Brandão renunciou ao cargo de presidente do BB. Fausto Ribeiro, então presidente da BB Consórcios, foi indicado em seu lugar.

No segundo trimestre deste ano o banco reportou lucro de R$ 5,039 bilhões – aumento de 52,2% em relação a igual período de 2020. O resultado foi puxado pela redução de 49,8% nas reservas contra calotes e pelo aumento da carteira de crédito no período.

Fonte: Folha Press

Câmara dos Deputados debate fechamento de agências do Banco do Brasil

Publicado em: 15/07/2021


A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados realizou, na última semana, audiência pública para debater o fechamento de agências do Banco do Brasil em diversos municípios.

Na sexta-feira (9) o presidente da ANABB, Augusto Carvalho, realizou contato com o presidente da Comissão, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), para alinhar a questão. Nos próximos dias está previsto um encontro para fortalecer o apoio da entidade nesse importante debate.

O deputado lamentou o impacto do fechamento das agências do Banco do Brasil. “É certo que as instituições financeiras estão se adaptando e implementando mais instrumentos de tecnologia em seus atendimentos, inclusive com contas inteiramente digitais. Com o Banco do Brasil não deve ser diferente. Porém, não podemos ignorar as peculiaridades de cada localidade do Brasil, de como é a realidade do cidadão que mora no interior”, disse Ribeiro.

A ANABB vem acompanhando o fechamento de agências do Banco do Brasil desde o anúncio do Programa de Reestruturação. A questão foi inclusive um dos temas de recente reunião entre o presidente da entidade e o presidente do BB, Fausto Ribeiro.

“Esse é um assunto que muito nos preocupa. Solicitamos ao Fausto o ‘estancamento’ desse processo de fechamento de agências. Essa quebra de capilaridade do BB compromete a solidez e o papel social de banco público do BB. O que é ruim para o país e para toda a população, em especial aqueles residentes nos pequenos municípios”, enfatizou Augusto.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Durante a audiência pública o prefeito de Manaquiri (AM) e vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Jair Aguiar Souto, destacou que o fechamento das agências do BB em diversos municípios irá levar a precarização dos cidadãos nos lugares mais distantes e nos municípios mais isolados. “O BB opera a folha de pagamento de grande parte dos municípios, por exemplo. Imaginem o transtorno que as cidades enfrentariam sem as agências funcionando”.

Já o diretor de Atendimento e Canais do Banco do Brasil, Thompson Soares, lembrou a importância e da capilaridade do BB. “Atualmente é o banco que tem maior presença nacional, chegando em 95,3% dos municípios com algum tipo de canal de atendimento”, detalhou.

Os deputados Valtenir Pereira (MDB/MT) e Leo de Brito (PT/AC) lembraram das realidades diferentes das regiões Sul e Sudeste do país em comparação ao cenário das regiões Norte e Nordeste, que encontram mais dificuldade de acesso à rede bancária e ao ambiente virtual.

Fonte: ANABB

Câmara Federal quer explicação do Banco do Brasil sobre fechamento de agências

Publicado em: 24/06/2021


Após ampla divulgação sobre os prejuízos que o fechamento de várias agências do Banco do Brasil vão provocar, o presidente da comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado federal Hildo Rocha virá pessoalmente a Alagoas nesta segunda-feira, dia 28. Acompanhado do presidente da AMA, Hugo Wanderley, prefeitos e representantes da bancada federal alagoana, CNM , entidades de classe e sindicato dos Bancários, o parlamentar fará visita técnica as agências do Banco do Brasil que foram fechadas em Alagoas.

A Comissão, com subscrição dos Deputados Jorge Solla, Elias Vaz e Leo de Brito também aprovou a realização de Audiência Pública para debater o fechamento de agências do Banco, que acontecerá, logo após a visita a cidade de Maribondo, dia 28, às 12 horas, na cidade de Dois Riachos, Sertão.

Esse debate importante começou após reivindicação do presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) à Confederação Nacional a ao Congresso, através da bancada federal do Estado, levando em consideração o prejuízo para as comunidades afetadas.

Além da AMA, o presidente da comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado federal Hildo Rocha convidou a Superintendência do Banco do Brasil em Alagoas, Associação Comercial, Federação do Comércio, Câmara de Lojistas locais, Sistema S e sindicato dos Bancários.

O presidente da AMA, Hugo Wanderley diz que o fechamento “é um retrocesso. O banco deve cumprir o seu papel social. O fechamento das agências e postos é ruim para economia local e durante pandemia estimula ainda mais a aglomeração e a circulação de pessoas entre os municípios, quando no momento o isolamento social é peça fundamental para evitar o contágio. Diz o gestor que também se preocupa também com a segurança do cidadão.

Segundo mapeamento preliminar feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), serão pelo menos 160 unidades em todo país, sendo o Nordeste a região mais afetada.

Fonte: Correio Notícia

Banco do Brasil fechou 29 agências na Bahia em 2021

Publicado em: 20/05/2021


O plano de fechamento de agências e postos de atendimento anunciado no início do ano pelo Banco do Brasil foi colocado em prática nos últimos meses. Somente na Bahia, 29 agências foram fechadas ou transformadas em postos sem movimentação de dinheiro. Os dados foram confirmados à Agência Sertão pelo Sindicato dos Bancários da Bahia.

Em Salvador, foram fechadas três agências, localizadas na sede da Petrobras, no Aeroporto e no Campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Já no interior, 27 municípios perderam agências – Aratu, Abaíra, Aporá, Aramari, Feira de Santana (agência da Av. Getúlio Vargas), Barrocas, Biritinga, Brejões, Canápolis, Central, Costa do Sauipe, Encruzilhada, Ibirapitanga, Itagi, Itaquara, Lagoa Real, Lajedo do Tabocal, Pau Brasil, Piatã, Retirolândia, Barreiras (Rio de Ondas), Sebastião Laranjeiras, Teodoro Sampaio, Tremedal, Tanquinho e Uruçuca.

Segundo o sindicato, também estava previsto o fechamento da agência da cidade de Filadélfia, no entanto, a medida acabou sendo cancelada pelo banco. Em nota, o sindicato afirmou que o novo plano de reestruturação implementado pelo banco contribui para o desmonte da empresa. “A direção do Banco do Brasil fecha centenas de agências e demite 5 mil funcionários, com o novo plano de reestruturação, que, na prática, desmonta a empresa. Diante da ofensiva, o movimento sindical amplia as ações em defesa das estatais”, disse.

O sindicato ressalta ainda que são realizadas diversas manifestações e protestos presenciais e virtuais, para chamar atenção da sociedade sobre os prejuízos do sucateamento ao país. e que a justificativa usada pela empresa de aumento da digitalização é falsa.

“Na pandemia, as aglomerações na porta das agências deixaram evidente que a maioria da população não tem acesso às ferramentas digitais. Para se ter ideia da importância dos bancos públicos para o Brasil, dos 5.570 municípios do país, somente 3.256 possuem agências bancárias, sendo que em 990 só tem unidade do BB ou de outro banco público”.

O fechamento das agências do BB foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco dentro do plano estratégico para o quinquênio 2021-2025. Além do fechamento de 361 unidades de atendimento, para reduzir despesas, foi adotado também um plano de demissão voluntária, que teve 5,5 mil adesões.

A meta é fechar todas as agências deficitárias em pequenos municípios. Os clientes atingidos estão sendo direcionados para outras agências em outras cidades, com distância média de 25 quilômetros, segundo o BB. No momento, não previsão para fechamento de novas agências na Bahia.

Fonte: Agência Sertão

Fechamento de agências bancárias traz prejuízos para municípios baianos

Publicado em: 29/04/2021


Intensificado pela pandemia, o fechamento de agências bancárias tem mobilizado prefeituras, sobretudo de pequenos municípios, preocupadas com os efeitos sociais do encerramento das atividades. Entre as possíveis consequências do fechamento das agências, os gestores municipais citam prejuízos a aposentados e servidores públicos, além do desaquecimento da economia local.

Recentemente, o maior temor é em relação ao Banco do Brasil, instituição financeira com maior capilaridade no interior. Em janeiro, o banco anunciou um plano de fechamento de 361 agências em todo o país. A União dos Municípios da Bahia (UPB) tem acionado deputados e senadores para tentar evitar a desinstalação de 26 agências no estado. O esforço da entidade faz parte de um movimento nacional, liderado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).

Em Itagi, a agência do BB só conta atualmente com um funcionário, mas todas as operações principais já foram transferidas para uma unidade física em Jequié, cidade localizada a 50 km, informa o prefeito Olival Andrade. O gestor ameaça transferir a folha de pagamento da prefeitura para outro banco caso não seja revisto fechamento da agência. Acompanhado do deputado federal Arthur Maia, ele já foi duas vezes na presidência do Banco do Brasil, em Brasília. “Como é que eles não priorizam uma agência que dá lucro, com sede própria? Se dá lucro, tem que pensar na parte social”, defende.

Já em Lajedo do Tabocal, a agência está funcionando de forma precária, mas com data de fechamento prevista para 17 de maio, segundo o prefeito Marquinhos Sena. “É a única agência de banco no município, onde temos a folha salarial dos servidores da prefeitura, onde a grande maioria dos aposentados recebe seus vencimentos, o comércio saca e faz seus depósitos. Nossa cidade tem 9 mil habitantes, e tem a cultura de ir à feira no sábado depois do saque. Com o fechamento dessa agência, o comércio tende a cair ainda mais”, afirma. O maior temor, acrescenta o prefeito, é de que a maioria dos habitantes comece a realizar os seus gastos no município onde passará a sacar dinheiro.

O prefeito de Lagoa Real, Pedro Cardoso, relata que, além da agência do BB, a cidade só conta com um posto de atendimento do Bradesco, insuficiente para grande parte dos serviços. “São aposentados, pessoal da agricultura que toma empréstimo, funcionários da prefeitura, comércio. A agência mais próxima fica a 60 km, em Caetité”, afirma. Para tentar evitar o fechamento da agência – atualmente em reparo depois de um assalto – Cardoso já chegou a enviar um ofício para a Presidência da República. Ele diz confiar na possibilidade de novas diretrizes no banco sob o comando de Fausto Ribeiro. André Brandão deixou a presidência do Banco do Brasil em março – o plano de fechar agências e o programa de demissão anunciados por Brandão no começo do ano teriam desagradado o presidente Jair Bolsonaro.

Procurado, o BB informou que “entrou em período de silêncio, por conta da divulgação do balanço trimestral no início de maio e não comenta o assunto”. Segundo a instituição, as mudanças anunciadas em janeiro “envolvem adaptações na rede de atendimento em 361 municípios, com o encerramento das suas unidades em alguns municípios do país”. “O BB ressalta que manterá sua presença em todos eles, seja com outras unidades próprias já existentes, em 221 municípios, seja com correspondentes bancários ‘Mais BB’, nos demais”, completou. O banco não forneceu informações regionalizadas.

Por meio de nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que “a decisão de abrir ou fechar um posto de atendimento é tomada pelos bancos individualmente com base na respectiva estratégia de negócio”.

No dia 15 de abril, a CNM e entidades municipalistas participaram de uma reunião virtual com o Banco do Brasil. Representante da UPB na ocasião, o advogado Isaac Newton alega que, sem posto bancário, se frustra a natureza ou a condição de cidade. “A gente está orientando os prefeitos a fazer um documento que mostre a importância da agência, e a UPB está fazendo uma luta imensa com as lideranças políticas do estado”, diz o consultor jurídico.

O presidente da UPB, Zé Cocá, afirma que solicitou um levantamento do custo-benefício das agências “para provar que elas não dão prejuízo”. “No interior muita gente ainda faz muitos saques. É preciso primeiro quebrar essa cultura. O ideal é reduzir a circulação de dinheiro em espécie, mas isso não vai acabar hoje ou amanhã. É importante ter uma transição”, argumenta.

Bancos

Em busca de diminuir custos e pressionadas pela concorrência dos bancos digitais, as instituições financeiras tradicionais tem ampliado o fechamento de agências, em meio ao avanço na digitalização durante a pandemia.

O Bradesco fechou em todo o país 1.083 agências entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020 – dessas, 400 deixaram de funcionar entre setembro e dezembro do ano passado. No mesmo intervalo de um ano, o Itaú Unibanco fechou 167 agências físicas e postos de atendimento. Ambos os bancos informaram que não divulgam recortes regionais. A Caixa Econômica Federal não se manifestou. A Febraban também disse não possuir dados regionais. “De acordo com a última edição da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, o número de agências em operação no Brasil tem se mantido estável ao longo dos últimos anos. Na comparação entre 2018 e 2019, último dado disponível, houve crescimento no total de postos de atendimento: de 37,8 milhões para 38,2 milhões”, afirmou a entidade.

“Temos verificado nos últimos anos uma redução muito grande do número de trabalhadores bancários e também o fechamento de centenas de agências. Uma boa parte desse movimento tem sido por conta do desmonte dos bancos públicos e a outra pela ganância dos bancos, especialmente os privados, que tem buscado potencializar seus lucros reduzindo seus custos fixos com a manutenção de agências, o que é inaceitável para o setor mais lucrativo da economia nacional”, critica o vereador Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia.

Sobre o fechamento das agências do Banco do Brasil na Bahia, o dirigente sindical afirma que o processo causa “mais sobrecarga de trabalho, mais dificuldades para o atendimento à população e também prejuízos para a economia”. “As cidades que têm agências fechadas ou os bairros onde essas unidades têm o funcionamento encerrado sofrem muito. O comércio é prejudicado, a circulação de riqueza, há diminuição da oferta de crédito. Tudo isso traz grandes impactos para toda a sociedade”, aponta.

Fonte: A Tarde

 

Senadora lamenta fechamento de agências do Banco do Brasil na PB

Publicado em: 15/04/2021


A senadora Daniella Ribeiro (Progressistas) lamentou nesta segunda-feira (12) o fechamento de quatro agências do Banco do Brasil na Paraíba, sendo duas em João Pessoa, uma em Campina Grande e outra em Alagoa Grande, apesar dos esforços feitos através de reuniões com a presidência do BB em Brasília, no início deste ano.

O fechamento de agências, na prática, representa acúmulo de trabalho para os funcionários do banco e filas ainda mais longas para a população. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários na Paraíba, Lindonjohnson Almeida, o que está acontecendo é um plano de desmonte do Banco do Brasil no país.

Diante disso, a senadora lamentou o fechamento das agências e destacou que a população como um todo acaba sendo prejudicada, além dos próprios servidores. “A situação que já não era favorável, fica ainda pior. Infelizmente temos muitos municípios onde já não há agência, e as pessoas precisam se deslocar para outra localidade para sacar dinheiro. Isso causa um prejuízo para a economia local, além de causar transtornos para o cidadão que acaba pagando a mais ao ter que se deslocar para ter acesso ao serviço bancário”, declarou.

A senadora teve reunião em fevereiro com o então presidente do BB, André Brandão, que falou da necessidade de reestruturação do banco em todo o país. Na ocasião, Daniella pediu que as agências do Nordeste fossem as últimas a serem atingidas pelo tal plano, considerando o já insuficiente número de agências. Na mesma reunião, o presidente falou ainda sobre a abertura de postos de atendimento e do programa de demissão voluntária.

“Vamos continuar lutando pela categoria dos bancários, que também será duramente penalizada em tudo isso. Se as agências fecham, as filas aumentam. E se as filas aumentam, o bancário trabalha mais, o que acarreta danos à sua saúde devido à carga que muitas vezes é excessiva”, afirmou a senadora.

Daniella disse ainda que o fechamento das agências e o consequente aumento das filas acontece em um momento arriscado, devido à pandemia do novo coronavírus, uma vez que a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta o distanciamento social como uma das medidas de prevenção ao vírus.

Fonte: Blog Anderson Soares

 

AMA reage ao fechamento de agências do BB e alega prejuízos aos municípios

Publicado em: 08/04/2021


O fechamento de 11 agências do Banco do Brasil em Alagoas está causando preocupação aos gestores e à população. Nesta quarta-feira, 7, o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley, disse que vai pedir apoio à bancada alagoana na Câmara Federal para tentar reverter a situação.

Ele defende que o encerramento das atividades vai gerar impacto econômico nestes municípios e classificou a medida como retrocesso. “O fechamento das agências e postos é ruim para economia local e durante pandemia estimula ainda mais a aglomeração e a circulação de pessoas entre os municípios, quando no momento o isolamento social é peça fundamental para evitar o contágio”, destacou o presidente Hugo, ao falar que se preocupa também com a segurança do cidadão.

Segundo a AMA, a diretoria nacional ainda não comunicou oficialmente quais serão agências e postos fechados, mas a associação realizou um levantamento com 11 municípios onde serviço será extinto e também cidades onde as agências foram transformadas em Postos de Atendimento.

Segundo o prefeito de Dois Riachos, Ramon Camilo, um dos municípios que ficará sem serviço do Banco do Brasil, a ação vai prejudicar o comercio afastando quem mais precisa do banco.

Em nota, o Banco do Brasil explicou que o anúncio sobre a reestruturação da sua rede de atendimento foi feito em janeiro deste ano e que a decisão foi tomada a partir de uma avaliação das suas unidades de negócios em relação ao desempenho financeiro de cada ponto, o potencial de negócios em cada praça, o volume de utilização do ponto pelos clientes, a proximidade com outros pontos de atendimento do Banco e as características dos imóveis.

Agência transformada em PAA:

  • Batalha
  • Campo Alegre
  • Marechal Deodoro
  • Olivença
  • Pilar

Agências ou PAA com atividades encerradas:

  • Anadia
  • Barra de São Miguel
  • Coité de Noia
  • Dois Riachos
  • Estrela de Alagoas
  • Passo do Camaragibe
  • Pão de Açúcar
  • Paulo Jacinto
  • Porto Calvo
  • Porto de Real do Colégio
  • Maribondo

Essas mudanças vão ocorrer em 361 municípios e vão afetar sobretudo o Nordeste. Apesar disso, o Banco do Brasil garante que manterá sua presença em todos eles, seja com outras unidades próprias, seja com correspondentes bancários chamados “Mais BB”.

“A migração entre agências teve início em 22 de fevereiro e foi precedida de comunicação aos clientes dessas agências em canais diversificados, como SMS, aplicativo para celular, Internet Banking, terminais de autoatendimento, além de correspondências, e-mail marketing e cartazes nas agências”, diz a nota enviada à imprensa.

O BB salienta que os clientes podem manter seus cartões e senhas para transações na nova agência, mesmo que haja alteração no número da conta.

Fonte: Alagoas 24 Horas

Banco do Brasil fechou 90 agências das 361 previstas em plano de reestruturação

Publicado em: 25/03/2021


Dois meses depois de anunciar um plano de reestruturação do Banco do Brasil, o presidente demissionário da instituição, André Brandão, conseguiu fechar cerca de 90 agências das 361 incluídas no projeto, segundo fontes. O balanço equivale a cerca de um quarto do total. Brandão deve seguir no cargo até o fim deste mês.

Caberá ao substituto do executivo, Fausto Andrade Ribeiro, dar continuidade ou não ao projeto. A depender do presidente Jair Bolsonaro, a medida poderá ser suspensa, diante da pressão de prefeitos dos municípios atingidos. O plano de reestruturação está na origem da crise entre Brandão e o presidente.

A orientação do presidente é para que os bancos públicos abram novas agências, apesar dos avanços da tecnologia que permitem aos clientes realizar operações por aplicativos de celular e internet, sem precisar ir a uma agência.

Um milhão de clientes

Somente no ano passado, os três maiores bancos privados fecharam 1.500 agências e pontos de atendimento, um processo que já vinha em curso, mas que ganhou velocidade com a mudança de hábitos causada pela pandemia.

O plano anunciado por Brandão precisa ser tocado em etapas, porque envolve um número expressivo de clientes, cerca de um milhão. Antes de encerrar esses pontos de atendimento, é necessário remanejar esses usuários.

Na contramão do previsto para o BB por Brandão, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou na quinta-feira que pretende abrir até 400 agências. Outras 76 já estão em processo de abertura.

O fechamento das agências do BB foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco dentro do plano estratégico para o quinquênio 2021-2025. Para reduzir despesas, foi adotado também um plano de demissão voluntária, que teve 5,5 mil adesões.

A meta é fechar todas as agências deficitárias em pequenos municípios. Os clientes atingidos estão sendo direcionados para outras agências em outras cidades, com distância média de 25 quilômetros, segundo o BB.

Para evitar deixar cidades desassistidas, o BB pretende ampliar a rede de correspondentes bancários tradicionais (supermercados, padarias e farmácias), investir na abertura de franquias e postos “inteligentes”, sem caixas e vigilantes, apenas com terminais de autoatendimento, onde as mesmas cédulas depositadas pelos clientes podem ser sacadas instantaneamente, dispensando abastecimento frequente por carros-fortes.

Receio de fim do home office

O plano foi o principal motivo da queda de Brandão. O sucessor, Fausto Ribeiro, já passou por várias áreas do BB, inclusive pela Unidade de Canais, responsável por abertura e fechamento de agências. Além dessa questão, Ribeiro terá liberdade para criar novas vice-presidências.

A vice-presidência de Governo e Agronegócio deverá ser desmembrada. O secretário executivo do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto, deverá ocupar a área de Governo.

Embora a indicação de Ribeiro tenha sido defendida pela equipe econômica como um sinal de prestígio aos funcionários, ela causou estranheza na cúpula do banco, porque significou quebra de hierarquia. Tradicionalmente, para alçar ao topo é preciso ocupar outros postos, como vice-presidência.

Em agosto do ano passado, Ribeiro era gerente executivo da Diretoria de Contadoria, responsável pela contabilidade das subsidiárias. Em setembro, foi promovido a presidente do BB Consórcios.

No banco, ele é conhecido pelo perfil bolsonarista. Na crise, durante a pandemia, o andar que comanda manteve trabalho presencial. Há receio por parte dos funcionários de que ele resolva acabar com o home office. A indicação, que ainda precisa passar por instâncias no BB, teria também o respaldo do centrão. (Colaborou João Sorima Neto)

Fonte: O Globo

Deputada apela por permanência das agências do BB em Sergipe

Publicado em:


O Banco do Brasil (BB) informou que, até o final do primeiro semestre de 2021, desativará 361 unidades, sendo: 112 agências bancárias, 7 escritórios e 242 Postos de Atendimento. Diante desse cenário, a deputada Maria Mendonça apresentou à Mesa da Casa Legislativa na manhã de hoje (24) uma Moção de Apelo pela permanência das agências bancárias do BB em todo o território sergipano.

A Moção de Apelo de nº 13/2021 será enviada para a bancada de Sergipe no Congresso Nacional, em Brasília, por meio do seu coordenador, o deputado Federal, Bosco Costa. Na matéria a deputada apela para que os deputados dialoguem com o presidente do Banco do Brasil pela manutenção das agências bancárias em Sergipe. Em especial, a agência do município de Itabaiana, localizada na avenida Dr. Luiz Magalhaes.

Fonte: Assembleia Legislativa de Sergipe

Banco do Brasil tem 160 agências e postos com aviso de encerramento

Publicado em: 18/03/2021


O Banco do Brasil já pregou avisos de fechamento nas portas de pelo menos 160 unidades de sua rede, considerando agências tradicionais e postos de atendimento, segundo mapeamento preliminar feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Finaceiro (Contraf) e obtido pelo Estadão/Broadcast. Apesar da crise gerada no Palácio do Planalto, o plano de reestruturação, anunciado em janeiro, não só foi mantido como já começa a ser implementado.

A lista oficial das agências que serão fechadas – em um total de 112 -, porém, ainda não foi divulgada pelo BB. Segundo o secretário-geral da Contraf, Gustavo Tabatinga, funcionário do banco, o conglomerado se nega a passar aos funcionários as unidades que serão encerradas, postura que ele afirma ser inédita. “O banco alega questões de mercado, mas, em todas as reestruturações feitas no passado, o banco nos passava essas informações, até para que possamos orientar os trabalhadores”, disse o sindicalista, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Diante da negativa do BB, os bancários se mobilizaram e começaram a mapear, por conta própria, as agências e os postos de atendimento que já estavam em processo de encerramento. Para isso, foram de unidade em unidade para verificar quais delas já contavam com o cartaz que avisa do fechamento aos clientes, uma obrigação que o banco tem de cumprir 30 dias antes do encerramento de fato.

O levantamento é considerado preliminar porque a Contraf não tem presença em todos os municípios onde o BB tem alguma unidade. O número, portanto, pode ser maior.

O plano do BB envolve a desativação de 361 unidades ao longo do primeiro semestre, sendo 112 agências tradicionais, sete escritórios e 242 postos de atendimento. Além disso, haverá a conversão de 243 agências em postos de atendimento e oito postos de atendimento em agências, transformação de 145 unidades de negócios em Lojas BB, sem guichês de caixa, relocalização compartilhada de 85 unidades de negócios e criação de 28 unidades de negócios (14 agências especializadas agro e 14 “escritórios digitais leves”).

Nordeste

Pelo mapeamento do Contraf, a região mais afetada será a Nordeste, com 60 unidades com cartazes já colados. O Estado com maior número de encerramentos em andamento, por enquanto, é São Paulo, com 17, seguido do Rio de Janeiro, com 14, e o Pará, com 13.

“Fechar agências numa pandemia é jogar as pessoas para a aglomeração e exclusão bancária. Há agências que estão em cidades que só têm aquela agência e vão ficar sem banco”, afirma Juvandia Moreira, presidente da Contraf.
Segundo levantamento da Contraf, 23 municípios ficarão sem agências bancárias, a maioria no Nordeste: seis na Bahia (Caem, Gentil do Ouro, Itaquera, Lajedo do Tabocal, Pau Brasil e Uibai), quatro em Sergipe (Nossa Senhora de Lourdes, Monte Alegre, Pacatuba e Tomar de Geru), duas no Ceará (Santo Antônio do Jaguaribe e Itaiçaba), uma em Alagoas (Passo do Camaragibe) e uma na Paraíba (Alagoa Grande).

Também ficarão órfãos cinco municípios do Pará (Água Azul do Norte, Curuca, Monte Dourado, Ourem e Ourilândia do Norte), um no Acre (Mâncio Lima), um no Mato Grosso (Ribeirão Cascalheira), um no Paraná (Laranjal) e um em Rondônia (Alto Alegre dos Parecis).

Fonte: Estadão

Liminar impede transferência de funcionários e fechamento de agências em SP

Publicado em: 04/03/2021


Decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região impede que o Banco do Brasil feche agências, unidades e postos de atendimento, bem como transfira funcionários de postos de trabalho de forma compulsória na cidade de São Paulo. O parecer favorável a ação impetrada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região foi dada pelo juiz substituto Jerônimo Azambuja Franco Neto e estabelece uma multa diária de R$ 10 mil reais em caso de descumprimento da decisão.

Nas últimas três semanas, o BB tem promovido uma reestruturação que ameaça os trabalhadores, criando um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que teve a adesão de mais de 5 mil funcionários. A reestruturação também prevê o fechamento mais de 300 agências e a transformação de outras em postos de atendimento.

Na decisão, o juiz do trabalho diz que o texto constitucional garante a imprescindibilidade da negociação coletiva em casos de demissão coletiva ou transferência coletiva, precedendo “a fraternidade e o diálogo pacífico”, na medida em que fundam a negociação coletiva como fenômeno democrático e transparente.

“O perigo de dano e o risco ao resultado útil do processo, por corolário da probabilidade do direito ora demonstrada, são explicitados na iminente possibilidade de efetivação das medidas de extinção de agências, unidades e postos de atendimento e transferência coletiva compulsória de seres humanos que trabalham. Extintas as agências, unidades e postos de atendimento e transferida compulsoriamente a coletividade de seres humanos que trabalham, o dano estará perpetrado e não haverá mais resultado útil ao processo no reconhecimento efetivo do direito envolvido”, escreveu o juiz na decisão.

Por conta disso, o magistrado diz que, em tempos de sofrimento pandêmico e carência de fraternidade, “nada mais salutar que conceder tutela de urgência para o reconhecimento efetivo da negociação coletiva democrática, pacífica, dialógica e transparente, como obrigação de fazer resultante do dever institucional das entidades sindicais na defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria”.

“Essa decisão liminar vem de encontro às decisões arbirtrarias e desrespeitosas com as quais a atual direção do Banco do Brasil vem conduzindo sua política de gestão de pessoas e a má condução da empresa no (des)governo Bolsonaro. É uma dura e assertiva resposta no sentido de se retomar a devida consideração e valorização da população e dos funcionários do BB. Continuaremos acompanhando e defendendo os trabalhadores nesse momento terrível de pandemia!” afirma Getúlio Maciel, dirigente sindical da Fetec-Cut-SP e representante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Banco do Brasil deve fechar 11 agências no Ceará; veja lista

Publicado em: 25/02/2021


Subiu para 11 o número de agências do Banco do Brasil (BB) que devem ser fechadas no Ceará desde o início da reestruturação da instituição, em janeiro deste ano. O quantitativo foi confirmado pelo Sindicato dos Bancários do Estado (Seeb). Na Capital, serão três unidades: da Parquelândia, Aerolândia e avenida Barão de Studart.

No último dia 10, a informação da entidade é de que seriam oito as unidades encerradas.

Além das agências que terão as atividades encerradas, outras nove serão reduzidas a postos de atendimento. De acordo com o presidente do sindicato, Carlos Eduardo Bezerra, o número pode ser ainda maior.

“O Banco não está tendo transparência com os dados, mas o movimento deve seguir sendo esse. Acreditamos que eles querem reduzir para facilitar a privatização”, avalia.

Na sexta-feira (19) o Sindicato realizou uma manifestação na agência Empresa Parquelândia, em frente ao North Shopping, que já foi anunciada como uma das que terão as atividades encerradas em breve.

Nesta segunda-feira (22), a partir das 14h, o Seeb participa de uma reunião por videoconferência com o Comando Nacional dos Bancários.

O Diário do Nordeste questionou o Banco do Brasil sobre novos fechamentos e aguarda resposta.

Veja quais as agências serão fechadas:

  1. Empresa Parquelândia (Fortaleza)
  2. Aerolândia (Fortaleza)
  3. Barão de Studart (Fortaleza)
  4. Santana do Cariri
  5. Juaci Sampaio (Caucaia)
  6. Alto Santo
  7. São João do Jaguaribe
  8. Itaiçaba
  9. Posto de Atendimento de Ibiapina
  10. Dois Postos de Atendimento vinculados a Tabuleiro do Norte

Agências que virarão postos de atendimento (9 unidades)

  1. Orós
  2. Cambeba (Fortaleza)
  3. Aiuaba
  4. Catarina
  5. Irauçuba
  6. Morrinhos
  7. Ipueiras
  8. Frecheirinha
  9. Iracema (posto sem atendimento de caixas)

Brasil

Em todo o País, o plano de reorganização do banco prevê a desativação de 361 unidades (112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento), a conversão de 243 agências em postos de atendimento e oito postos de atendimento em agências.

Fonte: Diário do Nordeste

 

Fechamento de agências do BB empobrece cidades menores, diz sindicalista

Publicado em: 18/02/2021


Trabalhadores bancários de todo o Brasil realizaram, no dia 10 de fevereiro, o Dia Nacional de Paralisação dos funcionários do Banco do Brasil, aprovado em assembleia pela categoria. Para explicar os motivos da paralisação e o impacto das mudanças propostas pelo BB na vida da população, o Brasil de Fato conversou com Sandra Trajano, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.

Confira a entrevista a seguir:

Brasil de Fato: Quais são as motivações das paralisações que os bancários vêm realizando?

Sandra Trajano: O movimento sindical não tem viés apenas corporativo. Não é só pela perda de emprego ou diminuição de salário que a gente faz as mobilizações. Dessa vez não é diferente, nós defendemos os empregados do Banco do Brasil, mas principalmente a permanência de uma empresa com mais de mais de 200 anos prestando esse serviço à população, que já vem sendo descaracterizado com essa abertura de capital, o que deixou o banco mais próximo de um banco privado. Mas ele ainda oferece serviços à população, assim como a Caixa Econômica Federal, que são voltados ao desenvolvimento da região.

Isso é importante porque o BB tem por sua característica social trabalhar o desenvolvimento da região, a CEF é voltada para a população e o BB tem linhas de crédito para plantação, para diversas formas de financiamento e desenvolvimento onde ele está. Sem o BB, a região perde muito, é um empobrecimento para cidade, para o município, para o estado onde o banco diminuiu sua atuação, é sofrimento para população porque é menos crédito oferecido e e mais tempo perdido para resolver seus problemas.

Quais foram as pautas da paralisação do dia 10?

Primeiro a suspensão do encerramento das agências e postos de atendimento que o banco está fechando no país inteiro. Aqui em Pernambuco são 26 agências, algumas fechando e outras se transformando em posto de atendimento e outros postos fechando. Rio Formoso, por exemplo, fecha; A agência da Av. Norte, na metropolitana, fecha; Olinda se torna posto de atendimento. São agências grandes, muitas vezes a cidade só tem aquele posto do BB, então a população fica desassistida. Nossa primeira exigência é a suspensão desse encerramento.

A outra é que o banco abriu um Plano de Demissão Voluntária e, com isso, muitas pessoas saem do banco. Se hoje está difícil chegar numa agência e ser atendido, vai ser muito pior. As pessoas estão saindo porque não veem mais perspectiva de trabalho no BB. A outra questão é que o banco, para se adaptar a essa nova onda, cortou todos os cargos de caixa, então hoje o banco não tem caixa para atender as pessoas e, dependendo da demanda, uma pessoa que é do setor de atendimento é direcionada para o caixa. Você imagina o transtorno. A pauta é voltada para o não encerramento dos postos de atendimento, a não continuidade das demissões e o não encerramento dos caixas, porque isso descaracteriza completamente o banco.

De que forma a desvalorização desses trabalhadores impacta os serviços?

Veja, uma pessoa que não está feliz não trabalha bem, não vive bem, não se relaciona bem. Uma pessoa que não acredita no seu ambiente de trabalho, mesmo tendo se preparado pra isso vê a empresa descaracterizada, longe do seu objetivo que é ser um banco social, ela também entra em choque de identidade. O serviço prestado a população, e tenho impressão que isso é feito de forma pensada pela diretoria do banco, é feito de forma a colocar a população contra o funcionalismo público, haja vista a reforma administrativa, que vai impactar o serviço público e outras empresas públicas.

Aí acontece o que aconteceu com Bandepe aqui em Pernambuco, que destruíram por dentro a empresa e chegou num ponto que todo mundo era a favor da privatização. Mal sabe a população que nós sofremos diversas perdas na área do desenvolvimento na nossa região pela falta de um banco nosso.

Por que é tão importante para a população lutar para garantir que existam os bancos que têm essa parte voltada ao social?

O que é público é de todos. A gente precisa aprender, internalizar isso. O que é público é para todos. Então todas as pessoas, seja a mais simples ou a mais elaborada, ela precisa ter esse serviço para lhe atender. Seja só uma poupança ou num grande financiamento; seja no fornecimento da bancarização, de inserir essa pessoa no sistema econômico ou simplesmente para o financiamento de um veículo. O banco público e as empresas públicas, como a Petrobras, os Correios, são para todos os brasileiros, são empresas que têm o dinheiro dos nossos impostos do nosso trabalho aplicado, então elas estão resistindo para prestar serviço à população.

Fonte: BdF Pernambuco

Presidente do Banco do Brasil manda acelerar fechamento de agências

Publicado em: 11/02/2021


Depois do sucesso nos planos de demissão voluntária — 5.533 funcionários aderiram aos programas, que pagarão até R$ 450 mil de indenização —, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, vai acelerar o processo de fechamento de 361 pontos de atendimento, sendo 112 agências.

A meta é encerrar todo o processo de reestruturação até junho, para que os resultados já apareçam no balanço do Banco do Brasil no segundo semestre. Por sinal, o BB apresenta, nesta quinta-feira (11/02), as demonstrações financeiras de 2020. Bradesco, Itaú Unibanco e Santander registraram lucros menores do que em 2019.

Pelos planejamentos do Banco do Brasil, a economia com as demissões voluntárias — o custo do programa será apresentado com o balanço de 2020 — e com o fechamento de postos de atendimento será superior a R$ 300 milhões neste ano e de R$ 2,7 bilhões até 2025.

Brandão não quer fazer muito barulho em cima do programa de reestruturação, pois quase perdeu o cargo porque políticos foram pedir ao presidente Jair Bolsonaro que o BB suspendesse o fechamento de agências. O presidente da República ameaçou o subordinado de demissão.

Poder ficou na língua

O chefe do Executivo, no entanto, jogou para a plateia. Todo o processo de ajuste do Banco do Brasil foi acertado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e passou pelo crivo do Palácio do Planalto. O poder de Bolsonaro ficou só na língua.

O Banco do Brasil justifica que a reestruturação é urgente, para se tornar mais competitivo e enfrentar novos concorrentes, como as fintechs e os bancos digitais, que vêm apresentando crescimento espetacular.

A estrutura atual do BB é considerada inchada e incompatível com as de seus principais concorrentes, que, por terem controle privado, têm mais agilidade na tomada de decisões. O Banco do Brasil enfrenta uma série de burocracia da máquina estatal.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

 

Bancos fecham agências no Brasil no maior ritmo em três anos

Publicado em: 18/12/2020


Os bancos brasileiros estão fechando agências no ritmo mais rápido em três anos, com as medidas de restrição por causa da Covid-19 forçando os clientes a usarem mais serviços pela internet ou telefone e a competição com as fintechs se intensificando. Os executivos do setor dizem que mais está por vir.

“A gente já vinha notando um aumento no uso de canais digitais, mas na pandemia mesmo quem não queria teve que usá-los, e aparentemente está gostando,” disse Renato Lulia Jacob, diretor de relações com investidores do Itaú (ITUB4) Holding SA, em entrevista. “Agora que as agências estão abertas novamente, não temos visto os clientes voltando para lá.”

Os bancos fecharam 1.444 agências no Brasil nos 12 meses até novembro, 78% a mais que nos 12 meses anteriores, no maior corte desde 2017, de acordo com dados do Banco Central compilados pela Bloomberg.

As agências, antes essenciais para o varejo bancário no Brasil, estão se tornando um fardo caro diante da competição com as fintechs.

A pandemia acelerou a tendência, pois os clientes ficam mais em casa e os bancos têm de arcar com novos custos para equipar suas instalações para cumprir protocolos de segurança contra o vírus. O Brasil tem o segundo maior índice de mortalidade de Covid-19 do mundo.

“Talvez você não precise de agências com todos os serviços que elas têm hoje,” disse Jacob. “Temos de repensar todo o processo de distribuição de produtos em um banco.”

Entre os cinco maiores bancos, o Banco Bradesco (BBDC4) foi o mais agressivo nos 12 meses até setembro, fechando 772 agências, seguido pelo Itaú com 203, segundo os balanços dos bancos.

O Bradesco já está transformando sua rede de agências, segundo Nathan Dean, analista da Bloomberg Intelligence. “Eles têm essa ideia de agências satélite – menores, com uma ou duas pessoas”, disse Dean.

Os cortes de empregos estão chegando quase tão rápido. Os bancos cortaram 26% a mais vagas nos 12 meses até setembro em comparação com a média de 2013 a 2019, segundo dados do Ministério da Economia compilados pelo sindicato dos bancários. O Banco Santander (SANB11) lidera a lista, cortando 4.335 empregos, de acordo com seu balanço.

O Itaú foi o único banco com aumento no quadro de funcionários. Mais de 2.000 pessoas se juntaram à sua equipe de tecnologia, incluindo as vindas da Zup I.T. Serviços em Tecnologia e Inovação Ltda., empresa adquirida pelo banco, disse Jacob. Após cortes em outras áreas, as vagas adicionadas no Itaú em 12 meses até setembro foram de 736, segundo seu balanço.

“Expandimos nossos investimentos em tecnologia em 40% este ano em comparação com 2019”, disse Jacob. “Neste negócio, temos licença para matar: podemos gastar o quanto quisermos.”

A ameaça das fintechs até agora tem se limitado a produtos específicos, como cartões de crédito, onde houve “uma perda importante de participação de mercado” dos maiores bancos, disse Jacob. Mas as grandes instituições financeiras ainda dominam em outras áreas, incluindo crédito, disse ele.

Ainda assim, será difícil manter margens de lucro no futuro, então cortar custos é “uma questão de sobrevivência” para os bancos, disse ele.

Antes da pandemia, o Itaú abria em média 250 mil a 270 mil novas contas por mês por meio de canais eletrônicos. No segundo trimestre, o número atingiu o recorde de 645 mil, antes de cair para 512 mil no terceiro trimestre, segundo o banco com sede em São Paulo.

O oposto acontece com o seguro, que é um produto vendido principalmente durante as visitas a uma agência tradicional, disse Jacob.

O Brasil tinha 19.352 agências bancárias em novembro, 4.115 a menos do que em quatro anos atrás.

O Banco do Brasil (BBAS3) controlado pelo governo brasileiro, aumentou em 67 o número de agências nos 12 meses até setembro. Já a Caixa Econômica Federal, outro grande banco estatal, cortou apenas duas agências, mas eliminou 3.896 empregos no período.

Os bancos brasileiros investiram R$ 24,6 bilhões em tecnologia no ano passado, mas os ganhos com esses investimentos não foram distribuídos igualmente com funcionários e clientes, segundo Juvandia Moreira, presidente do Contraf/CUT, o sindicato nacional dos trabalhadores do setor financeiro.

“Gostamos da tecnologia também, não somos contra ela, mas queremos que os lucros obtidos sejam compartilhados com a sociedade, incluindo funcionários de bancos e clientes”, disse Juvandia em entrevista. “As tarifas bancárias ainda são muito altas, enquanto os clientes são obrigados a fazer auto-atendimento em plataformas digitais ou a esperar em filas enormes, enquanto os funcionários ficam sobrecarregados.”

Os bancos eliminaram mais de 72.500 empregos de 2013 a setembro deste ano, disse o sindicato dos bancários, usando números do Ministério da Economia.

Isso se compara a mais de 40.000 pessoas que começaram a trabalhar em startups do setor financeiro no Brasil desde 2015, segundo o Relatório Distrito Fintech 2020.

Os bancos estão focados em aumentar sua tecnologia e isso não é somente uma questão de economia de custos que ela gera, disse Dean, da Bloomberg Intelligence. “Os bancos querem ter certeza de que estão abraçando a ideia da tecnologia”, disse ele. “É mais uma questão de estratégia – que tipo de banco queremos ser daqui a três ou cinco anos.”

Fonte: Money Times

 

Grandes bancos vão fechar mais de 1,2 mil agências até o final de 2020

Publicado em: 12/11/2019


Bradesco, Itaú e Banco do Brasil vão fechar cerca de 1.200 agências até o final de 2020, em um esforço que atribuem à transformação da demanda dos clientes. A medida, acompanhada de PDVs (programas de demissão voluntária), serve para reduzir custos em um período em que as receitas dos bancos podem ser afetadas pela queda dos juros às taxas mínimas históricas.

Os grandes bancos começam a manifestar, também, preocupação com a concorrência das fintechs (empresas que usam tecnologia para oferecer serviços financeiros) e começam a ajustar suas gigantescas estruturas e custos a essa nova realidade. Assim, a diminuição da presença física dos três maiores bancos do país vem acompanhada de volumes mais altos de despesas e investimentos mais fortes em tecnologia da informação e nos canais digitais.

O fechamento de agências é puxado pelos dois maiores bancos privados do país, que deixarão de atender em 800 pontos entre este e o próximo ano. O Banco do Brasil, que não tem uma projeção específica sobre o fechamento de agências, já encerrou 417 instalações apenas neste ano.

Até o terceiro trimestre deste ano, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil já fecharam 749 agências em comparação a um ano atrás.
Essa redução foi mais visível no BB, que diminuiu em 11% suas estruturas tradicionais no período, para 3.684 agências. Já o número de instalações que considera digitais e especializadas ficou praticamente estável.

Bradesco e Itaú, por sua vez, diminuíram em 1,8% e 5,7%, respectivamente, o número de agências físicas disponíveis aos seus clientes no período. Entre os grandes que têm ações negociadas em Bolsa, apenas o Santander seguiu na contramão e teve uma alta de 1,8% no número de instalações.

Em termos gerais, agências especializadas são voltadas para o atendimento de segmentos específicos, como o corporativo de pequeno ou grande porte. Já as digitais são agências físicas com horário de atendimento ampliado, mais atendimento pessoal, mas também com ferramentas e serviços automatizados. Também têm permitem o contato com o gerente da conta ou com especialistas de investimentos por videoconferência, por exemplo.

Para Vitor França, economista do SCPC Boa Vista (Serviço Central de Proteção ao Crédito), não são todas as regiões do país que conseguem receber bem essas mudanças. Ele diz que, ao cruzar informações de renda e acesso à internet com o fechamento de instalações, é possível notar que esse movimento acontece de forma intensa em áreas mais ricas.

“Muita gente de regiões com menor acesso à internet ou renda mais baixa ainda são extremamente dependentes de agências físicas. O limite para o encerramento de agências é exatamente o fato de que essas instituições são grandes e chegam a lugares que essas novas concorrentes não chegam”, acrescenta.

De acordo com o diretor sênior de instituições financeiras da Fitch Ratings, Claudio Gallina, mesmo que o ambiente das fintechs ainda seja algo relativamente novo no sistema financeiro, já é possível ver impactos em alguns segmentos –como o de maquininhas de cartões e meios de pagamentos–, bem como um esforço significativo dos grandes bancos em não ficar para trás.

“Apesar de vermos reduções de agências e de pessoal, também observamos altos investimentos em TI [tecnologia da informação] e gastos decorrentes de toda essa movimentação. Há aquisições de novas companhias tecnológicas, aportes de dinheiro para modernização de sistemas e os custos recorrentes da decisão de enxugamento das estruturas”, afirma Gallina.

No Itaú, as despesas com pessoal cresceram 4,2%, em parte por causa do PDV avberto no meio do ano. No Bradesco, que iniciou o PDV em agosto, a alta foi de 12,9%.

Fonte: Folha

Presidente do BB nega reduzir crédito ou fechar agências de imediato

Publicado em: 10/01/2019


O recém-empossado presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse hoje (7) que o banco público não tem “nenhuma intenção” de reduzir sua oferta de crédito no mercado e declarou que qualquer eventual fechamento de agências ainda será objeto de estudos.

Novaes deu as declarações após a cerimônia de transmissão de cargo na sede do banco, em Brasília, ao ser questionado sobre uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse hoje ser preciso promover uma “desestatização do crédito”.

“Ele [Guedes] não falou do Banco do Brasil, ele falou de uma maneira geral, aumentar a competição. Não tem nenhum recado direto ao Banco do Brasil”, disse Novaes. “Não está em cogitação [reduzir crédito]”.

Sobre reestruturações de pessoal ou um eventual fechamento de agências, Novaes disse que examinará estudos feitos por consultorias a respeito desses assuntos, mas acrescentou que “o banco tem que ter cuidado quando fala em fechar agências”, devido ao papel que desempenha na interiorização de serviços bancários.

“Enxugamento de despesa é objetivo de qualquer gestor, mas desde que isso não prejudique o funcionamento do banco. Reduzir despesa por reduzir despesa é um mau princípio”, disse.

Em relação a uma eventual redução dos juros no Brasil, Novaes disse se tratar de uma questão macroeconômica, e que “o Banco do Brasil não vai resolver essa questão do juro”.
Desinvestimentos

Na entrevista, Novaes detalhou um pouco sobre desinvestimentos a serem promovidos pelo banco, que antes foram mencionados em seu discurso na cerimônia de transmissão de cargo.

O presidente do banco disse que o BB não perderá controle sobre suas “joias”, que não serão alvo de desinvestimento, sendo somente passíveis de abertura de capital ou de captação de parceiros.

“A parte de administração de fundos, a parte de meios de pagamento, a parte de seguridade, crédito para pessoa física e pequenas e médias empresas”, respondeu ao ser indagado sobre quais seriam tais joias.

Fonte: Agência Brasil

Bancos fecham recorde de 1,5 mil agências no Brasil em 2017

Publicado em: 16/02/2018


Segundo o BC, os bancos encerraram o ano passado com 21.062 agências em funcionamento, a maior redução da série.

Após o sistema financeiro do país ter fechado um recorde de quase 1,5 mil agências em 2017, os maiores bancos de varejo no Brasil planejam suavizar o ciclo de redução do número de agências neste ano, enquanto avaliam qual o melhor uso da rede física para gerar mais receitas.

Segundo dados do Banco Central, os bancos encerraram o ano passado com 21.062 agências em funcionamento, 1.485 a menos do que em 2016, a maior redução da série.

O movimento foi liderado pelo próprio BB, que sozinho fechou 670 agências, dentro de um processo de redução de custos que também envolveu um programa de demissão de voluntária (PDV) para cerca de 10 mil empregados.

O Bradesco encerrou 564 agências, em meio ao forte esforço de ajuste após a compra do HSBC, em 2016, operação que acrescentou cerca de 850 postos físicos ao grupo. A rede do Itaú Unibanco diminuiu em 125 postos e a Caixa Econômica Federal encerrou 18 agências. O Santander Brasil foi o único entre os cinco maiores do país a ampliar a rede, com 3 agências a mais.

Redução de custos
Embora o pano de fundo desse movimento, o foco no ganho de eficiência e redução de custos, deve seguir uma ênfase dos bancos para este ano, com previsão de que os custos administrativos cresçam no máximo a inflação do período, o ritmo de redução de agências vai diminuir, ou até parar.

“Há uma vantagem competitiva em ter uma rede de agências ampla como a que temos”, disse nesta semana Octavio de Lazari, no dia em que foi nomeado futuro presidente-executivo do Bradesco, cargo que deve assumir em março.

O Itaú Unibanco, que nos últimos anos têm feito investimentos relevantes para multiplicar sua base de agências digitais, que atendem os clientes remotamente, também vai moderar no ajuste da rede física, após ter fechado 380 unidades nos últimos três anos, entre agências e postos de atendimento, mesmo com a incorporação de uma rede de cerca de 70 postos com a compra do Citi, também em 2017.

“Não vamos fechar grande número de agências num futuro próximo”, disse o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Candido Bracher, durante apresentação na terça-feira sobre os resultados do quarto trimestre.

Ajustes na estrutura
O BB, após a forte contração da rede física em 2017, passou a fazer ajustes linha fina na sua estrutura, definindo fechamento ou abertura de agências por questões pontuais, como segurança. A exemplo do que já fizera no ano anterior, o BB fechou algumas unidades em cidades do Nordeste que foram várias vezes alvos de explosões.

“Nestas cidades, continuamos atendendo clientes por meio de unidades do Banco Postal”, disse um alto executivo do banco sob condição de anonimato, referindo-se à parceria que o BB tem com os Correios para serviço de correspondente bancário.

A desaceleração dos bancos no ritmo de redução da estrutura de agência ocorre no momento em que as instituições financeiras têm preferido esperar para decidir qual o melhor uso dessas estruturas. Segundo executivos dos próprios bancos, há limites para negócios financeiros que operam apenas com canais digitais, já que oportunidades de interação com os clientes são perdidas.

“Temos que pensar como usar melhor esses espaços de forma mais integrada com os canais digitais e que gerem mais negócios”, disse na véspera Maurício Minas, vice-presidente responsável por TI no Bradesco.

Fonte: G1

BB fecha agências no exterior, mantém Miami e Japão

Publicado em: 05/10/2017


Banco do Brasil está fechando agências de varejo na maior parte dos mercados fora do país, dentro da estratégia de preservar apenas operações rentáveis, disseram executivos do banco nesta quarta-feira.

Após ter desativado nos últimos meses agências físicas em mercados como Venezuela, Uruguai, Seul e Hong Kong, o BB acaba de fazer o mesmo em Portugal, maior operação de varejo na Europa, onde as unidades de Lisboa e do Porto atendiam somadas cerca de 8 mil correntistas.
A maioria das 19 regiões onde o banco tem agências para clientes pessoa física devem ser desativadas nos próximos meses, com a exceção de Miami, nos Estados Unidos, e do Japão. Mas mesmo no país asiático, o número de unidades do banco foi reduzida de sete para três.

“Só vamos manter agências onde pudermos ter alguma escala e sermos rentáveis”, disse à Reuters o vice-presidente de negócios de atacado do BB, Maurício Maurano.

Os clientes de regiões onde as agências estão sendo fechadas serão encaminhados pelo BB a outros bancos parceiros, disse o executivo.

Em alguns mercados, o BB manterá escritórios de negócios com foco no atendimento a grandes empresas, especialmente filiais de brasileiras no exterior. Além disso, o banco manterá parte da equipe atendendo clientes private, disse o diretor de Corporate Bank, Márcio Moral. Na Europa, por exemplo, esse atendimento será feito a partir de Lisboa.

Unidades de varejo fora da estrutura orgânica do banco, como o BB Americas, em Miami, e o argentino Banco Patagonia, manterão suas operações normalmente, disse Maurano.

O movimento marca uma virada de 180 graus na campanha de internacionalização implementada pelo BB em 2010, quando comprou o Patagonia e uma operação nos Estados Unidos. O BB chegou a negociar parceria com Bradesco e o Banco Espírito Santo (BES) para montar uma operação na África.

Mais recentemente, precisando melhorar a rentabilidade para organicamente fortalecer seus níveis de capital, o banco tem tomado medidas agudas para reduzir de tamanho e cortar custos.

Sob comando do presidente-executivo, Paulo Caffarelli, o banco anunciou no final de 2016 um plano de fechar ou reduzir cerca de 800 agências no país e um programa de demissão voluntária de aproximadamente 10 mil funcionários, o que já foi concluído.

Segundo Maurano, o redimensionamento das operações no exterior obedece a mesma diretriz de aumento da eficiência. Além disso, ele afirmou que o custo regulatório da atividade bancária cresceu muito nos últimos anos de forma global.

“Para nós, o custo de manter 200 ou 10 mil contas é o mesmo; então só vamos ficar onde tivermos condições de sermos minimamente competitivos”, disse Maurano.

Fonte: Portal Terra