Em mesa com Fenaban, bancários cobram igualdade de oportunidades nos bancos

Publicado em: 18/07/2024

A terceira rodada de negociação da Campanha dos Bancários 2024, nesta quinta-feira 11, discutiu o tema Igualdade de Oportunidades. O Comando Nacional dos Bancários apresentou à Fenaban (federação dos bancos) algumas das reivindicações da categoria para avançar em igualdade de oportunidade no setor financeiro.

A mesa temática de Igualdade de Oportunidades já tem 23 anos e foi pioneira em discutir o tema da igualdade salarial, em direitos dos homoafetivos, inclusão de PCDs, e maior contratação de negros e negras. Ainda assim, as desigualdades no setor bancário persistem, e é preciso fortalecer políticas de inclusão, contratação, capacitação e promoção da diversidade.

“No Brasil, as mulheres em geral ganham menos, estão menos empregadas, são as menos promovidas e as primeiras a serem demitidas, além de serem vítimas de assédio sexual e violência doméstica, e as principais responsáveis pelos cuidados com a família. Em relação às mulheres negras, essa desigualdade é maior ainda. No setor bancário, um dos mais rentáveis da economia, as mulheres ainda ganham 20% menos que os homens, e as mulheres negras menos 36% que os homens brancos. Além disso, as mulheres bancárias ocupam menos cargos de liderança; e os negros (pardos e pretos) são 26,2%”, destacou a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro, uma das coordenadoras do Comando.

“Cobramos ações e políticas que mudem esse quadro e promovam mais respeito, justiça e oportunidades iguais no ambiente de trabalho. Lembramos à Fenaban que nossa CCT já é pioneira em vários pontos do tema, como licença-maternidade estendida, direitos iguais para casais homoafetivos, canal de combate ao assédio sexual, entre outros. Temos que avançar ainda mais e, assim, contribuir para um mundo mais justo, com respeito a todos e sem discriminações”, acrescentou.

“Quando olhamos o quadro geral, de todo o mercado de trabalho no país, as mulheres recebem cerca de 22% menos de remuneração que os homens. Então, o retrato da nossa categoria não é muito diferente do cenário nacional. Isso é preocupante, porque mostra que, nos bancos, há um reflexo de desigualdades que precisa e deve ser combatido”, destacou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e também coordenadora do Comando.

Os representantes da Fenaban afirmaram ter sensibilidade em relação ao tema, e ficaram de apresentar respostas a algumas das reivindicações nas próximas mesas.

Lei de Igualdade Salarial

O Comando cobrou maior clareza e transparência dos bancos nos relatórios da Lei de Igualdade Salarial. A Lei 14.611/2023, sancionada pelo presidente Lula em julho do ano passado, determina que as empresas pratiquem salários iguais entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções, sob pena de multa. Para isso, entre outros pontos, obriga empresas com 100 ou mais empregados a divulgarem relatórios informando os salários pagos aos trabalhadores.

O problema é que a maioria dos bancos não divulgou um relatório unificado para a empresa como um todo, mas sim dezenas de relatórios fragmentados por estabelecimento ou CNPJ, o que dificulta uma análise conclusiva dos dados. O Comando reivindica que os relatórios sejam divulgados pela empresa como um todo.

“A Lei de Igualdade Salarial representa um avanço para as mulheres trabalhadoras no Brasil que, em pleno século 21, continuam ganhando menos do que os homens no desempenho das mesmas funções. Os bancos têm de dar exemplo e respeitar a legislação”, destaca Neiva.

Segundo dados da Pnad Contínua (4º trimestre de 2023), as trabalhadoras brasileiras ganham em média 22,3% menos do que os homens. Entre pessoas com ensino superior completo, as mulheres ganham, em média, 35,5% a menos do que os homens. Na categoria bancária (RAIS 2022), a remuneração média das mulheres é 20% inferior à remuneração média dos homens bancários, e quando se faz o recorte racial, essa diferença é maior ainda: as mulheres negras (pretas e pardas) ganham em média 36% menos do que os bancários brancos.

Outro dado importante é que as mulheres estão em minoria nos cargos de liderança: 45% desses cargos são ocupados por mulheres, e apenas 10% por mulheres negras. Nas direções executivas dos cinco maiores bancos só 22,8% são mulheres.

“Não foi a toa que na nossa Consulta Nacional, a maioria das mulheres (65%) apontou a Igualdade de Oportunidades como a principal prioridade dentre as cláusulas sociais. Isso mostra que salários iguais e oportunidades iguais de ascensão na carreira são extremamente importantes para as mulheres bancárias”, destaca Neiva.

Mais mulheres na TI

O Comando destacou ainda que as mulheres são minoria na TI, área que representa o maior número de contratações hoje nos bancos. Em 2022, 75,4% dos trabalhadores de TI nos bancos eram homens e apenas 24,6% mulheres. Sendo que em 2012, a proporção de mulheres na área era maior: 31,9%. Importante destacar que de 2012 a 2022, o percentual de trabalhadores de TI nos bancos passou de 5,1% para 11,2%.

Os representantes dos trabalhadores ressaltaram que, se continuar nesse ritmo, as mulheres serão minoria na categoria e cobraram da Fenaban uma política de contratação de mulheres para a área. A Fenaban ficou de trazer respostas.

Licença-maternidade

Outro ponto destacado pela representação dos bancários na mesa foi a questão da licença-maternidade estendida, de 180 dias, uma conquista já clausulada na CCT da categoria. O Comando reivindicou que todos os bancos façam a adesão ao programa Empresa Cidadã para que possam conceder a licença ampliada.

A Fenaban ficou de fazer um levantamento sobre o número de bancos que não assinaram o programa Empresa Cidadã.

Também foi citado um problema que muitas bancárias mães estão enfrentando: ao retornarem da licença-maternidade de 180 dias, elas têm dificuldade de recolocação em seus cargos e funções anteriores.

“Cobramos dos bancos que garantam às bancárias a posição que ocupavam na empresa ao retornarem da licença. É inadmissível que as mulheres tenham prejuízos na carreira por usufruírem de um direito fundamental não só para elas como para toda a sociedade, que é o direito de cuidar dos filhos”, disse Neiva.

Balanço dos programas

Os trabalhadores cobraram ainda que fosse realizado um balanço dos programas já assinados com a Fenaban em relação à igualdade de gênero, como os canais de atendimento à bancária vítima de violência e de assédio sexual.

Assédio sexual

A questão do assédio sexual no local de trabalho também foi ressaltada pelos trabalhadores na mesa. O Comando informou que na Consulta Nacional à categoria, 33,4% (1/3 dos participantes) disseram já ter sofrido ou presenciado algum caso de assédio sexual em seu local de trabalho. E destacou que isso aponta a importância de se combater o problema.

Os representantes dos bancários cobraram cláusulas mais efetivas contra o assédio moral.

Negros nos bancos

Outra reivindicação da categoria é que os bancos aumentem a contratação de negros e negras, chegando a um percentual de pelo menos 30% no setor. Em 2022, 26,2% dos trabalhadores e trabalhadoras bancárias se declararam negros (pretos e pardos), ou seja 113,8 mil bancários, dos quais 50,8 mil são mulheres negras (12%). Sendo que pretos são apenas 3,1% (2,3% de homens e 1,8% de mulheres) e pardos são 22% (12,1% de homens e 9,9% de mulheres).

LGBTQIA+

O Comando dos Bancários também cobrou dos bancos que fosse pensada uma política de inclusão para pessoas LGBTQIA+, em especial para pessoas trans, hoje marginalizadas na sociedade, em situação de vulnerabilidade e risco social. O Comando destacou na mesa que algumas instituições já prevêem cotas para pessoas trans em seus concursos, a exemplo do Banrisul, em 2022.

“É importante que essa política inclua maior contratação de transgêneros, com programas de capacitação, por exemplo, e atuação direcionada a combater a exclusão a que essas pessoas são relegadas na sociedade, correndo inclusive risco de vida”, ressaltou a presidenta do Sindicato.

O Brasil figura no primeiro lugar do ranking de países que mais matam pessoas trans no mundo, pelo 15° ano consecutivo em 2024. Outro dado alarmante é que pessoas trans no país tem uma expectativa de vida de apenas 35 anos, segundo a Associação de Travestis e Transexuais (ANTRA).

Novo Censo da Diversidade

Outra reivindicação feita à Fenaban foi a realização de um novo Censo da Diversidade entre a categoria bancária. Os Censos são realizados a cada cinco anos: o primeiro foi feito em 2009, e os demais em 2014 e 2019. Fazem, portanto, cinco anos desde o último levantamento.

O Censo da Diversidade faz o recorte de gênero, raça, orientação sexual e PCDs (pessoas com deficiência) nos bancos, e é fundamental para pautar políticas de inclusão no setor.

A Fenaban sinalizou positivamente sobre a realização de um novo Censo.

PCDs e neurodivergentes

Ficou acertado que as reivindicações voltadas para PCDs (pessoas com deficiência) e neurodivergentes seriam discutidas na próxima mesa de Saúde, na quinta-feira 18.

Confira o calendário das próximas mesas

Julho

18 e 25/07 – Saúde e condições de trabalho

Agosto

6 e 13/08 – Cláusulas econômicas

20/08 – Em definição 27/08 – Em definição

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

No Senado, Fenaban nega ligação entre pressão por metas e adoecimento

Publicado em: 09/11/2023

Durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, quinta-feira (26/10), o diretor de Relações Institucionais Trabalhistas e Sindicais da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Adauto Duarte, causou indignação de dirigentes sindicais bancários ao tentar negar a ligação entre o aumento da cobrança das metas e a disparada do número de bancários e bancárias com doenças psíquicas.

No término da longa exposição feita pelo representante dos bancos – que alegou faltarem informações para sustentar a existência do nexo entre a pressão sistemática e o adoecimento –, representantes de federações e sindicatos de bancários de vários estados fizeram um coro de ‘menos metas, mais saúde’, deixando evidente a contrariedade com o negacionismo da fala do representante da Fenaban.

‘Falta diagnóstico’

Logo no início de sua exposição, Duarte disse que o bem mais importante é a saúde, mas acrescentou ser necessário fazer um diagnóstico preciso e investigar se os sintomas estão realmente relacionados ao trabalho. “O Conselho Federal de Medicina diz que tem que haver uma investigação, um estudo detalhado no local de trabalho para um diagnóstico exato, com dados epidemiológicos, um quadro clínico e levantamento dos riscos existente no ambiente. Mas isto não é seguido (pelos órgãos públicos responsáveis)”, disse.

Mais adiante, acrescentou que a covid-19 causou um aumento dos casos de problemas psíquicos, o que pode ter gerado uma distorção. “Não fica claro o que foi causado pela pandemia e o que foi causado pelo ambiente de trabalho”, argumentou. Repetiu que falta uma investigação mais apurada para que se conheça de fato as causas do problema e, a partir daí, sejam apontadas soluções.

Provas de sobra

A audiência foi requerida pela senadora Augusta Brito (PT-CE), a pedido do movimento sindical para debater as condições de trabalho da categoria e encontrar saídas. Além de dar visibilidade ao problema, o objetivo é fazer com que os bancos negociem mudanças na gestão com o fim da pressão das metas. Outra finalidade é que o Senado aprove leis relacionadas a esta questão.

A presidenta da Contraf, Juvandia Moreira, fez uma exposição anterior à da Fenaban. Disse que um dos grandes problemas é que os bancos não reconhecem o adoecimento mental. “Na categoria bancária tem aumentado o número de pessoas com depressão, síndrome do pânico, síndrome de burnout. Há vários casos de internação por crise nervosa. São pessoas que estão sofrendo com a cobrança do cumprimento de metas e sobrecarga de trabalho”, afirmou.

Lembrou que até 2012 o maior causador de adoecimento eram as lesões por esforço repetitivo. “Hoje foi ultrapassado pelo adoecimento mental e comportamental. Nós bancários somos 0,9% dos trabalhadores formais, mas 3,7% no número de afastados por doença. Pesquisa feita pela Contraf mostrou que em 2012, 35% da categoria tomava medicamento de tarja preta. Este número foi para 43,9% em 2023. Há sem dúvida um grande problema. É preciso que acabe a pressão pelo cumprimento de metas abusivas”, defendeu.

Disse ser preciso que a sociedade seja informada sobre esta realidade preocupante. Lembrou que os bancos têm lucros altíssimos e que isto é atingido em parte devido à pressão sistemática e desumana por metas.

Bancos adoecem a categoria

Em sua explanação, o secretário de Relações do Trabalho da Contraf, Mauro Sales, sustentou que o problema está diretamente relacionado ao modo de gestão do sistema financeiro. “A gestão dos bancos é um verdadeiro mecanismo de adoecimento. Os programas de resultado são elaborados na alta direção por consultorias caríssimas que impõe a exigência de resultados, que são as metas, e é preciso que se diga, são abusivas, mudam a toda a hora, têm pressão para que sejam alcançadas e o assédio moral é consequência deste modelo”, afirmou.

Mauro sustentou que a categoria é avaliada, vivendo pressionada e sob a ameaça de ser demitida, ou ter sua remuneração reduzida e, nos bancos públicos, sofrer o descomissionamento. “É um mecanismo que enlouquece, adoece, impondo um terrível sofrimento às pessoas”, criticou. “Temos inúmeras pesquisas de institutos especializados, de diversas universidades, além de condenações dos bancos na Justiça, individuais e coletivas que comprovam o que estamos denunciando. São fatos que não podem ser contestados”, afirmou.

Subnotificação

Sirlene Luiza, procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), disse que a situação dos bancários é preocupante. “A atividade dos bancos é de risco 1, um risco elevado, mas, ainda assim, pelos novos dados precisa de uma atualização. É necessário, além disto, ter políticas públicas voltadas para resolver esta questão. Houve realmente um crescimento substancial no número de afastamentos em função de saúde mental, o que é inegável”, constatou.

Confirmou que um dos problemas verificado é que os bancos não reconhecem este aumento do adoecimento. “Uma prova disto é que há uma subnotificação das CATs. A maioria dos benefícios é concedida com base em CATS emitidas pelos sindicatos”, adiantou.

Rachel de Araújo, diretora da Fenae, lembrou que uma pesquisa feita pela entidade mostrou que 6% dos empregados da Caixa foram afastados por algum tipo de doença e que destes, 83% por adoecimento psíquico. “Os motivos são depressão, síndrome de bournout, ansiedade e tem a ver com a forma como são cobradas as metas, através do assédio”, constatou.

Maria Maeno, da Fundacentro, frisou que está comprovada a existência de um assédio institucional nos bancos. “Estudos mostram que o adoecimento está ligado à forma da cobrança de resultados”, disse.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos

Bancos querem retirar direitos e reduzir percentual de PLR

Publicado em: 25/08/2022


Na reunião de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, nesta quarta-feira (24), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) trouxe uma proposta para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que gera redução do percentual distribuído pelos bancos para a categoria, e os bancos ainda querem compensar o valor pago em programas próprios na parcela adicional. O Comando recusou a proposta em mesa.

Os bancos começaram a reunião propondo manter o texto da cláusula sobre PLR da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) atual, com correção de apenas 6,22% sobre o valor do teto. Com essa proposta, nos três maiores bancos privados do país (Bradesco, Itaú e Santander), o percentual de distribuição na regra básica cairia de 4,97% do lucro distribuído em 2021 para 4,89% neste ano. Na parcela adicional, a redução seria de 1,69% para 1,63%.

Nova proposta com perdas

Após recusa do Comando e pausa na reunião, os bancos voltaram e apresentaram uma correção no teto de 6,73%. Com a nova proposta apresentada pelos bancos, o percentual distribuído nos três maiores bancos privados do país cairia de 4,97% do lucro distribuído em 2021 para 4,85% neste ano na regra básica. Na parcela adicional a redução seria de 1,69% para 1,64%.

“Em 1995, os bancos já chegaram a distribuir, em média, 14% dos lucros a título de PLR. No ano passado caiu para 6,6% e agora querem reduzir ainda mais! É um absurdo!”, criticou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, ao observar que, no ano passado, foram distribuídos, em média, 45% dos lucros em dividendos aos acionistas e que, para 2022, a média de remuneração anual da diretoria executiva dos maiores bancos está prevista para cerca de R$ 9 milhões por diretor, valor 11,1% maior do que o de 2021.

“Mais um dia inteiro de negociação, com os bancos apresentando propostas rebaixadas, fazendo longas pausas na mesa para depois apresentar índices de reajuste que vão aumentando a conta gotas. Passaram de 6,22% para 6,73%. Já chegamos à décima quinta mesa de negociação e eles ainda não apresentaram uma proposta de índice para reajuste dos salários. É desrespeito com a categoria que constrói seus lucros bilionários”, criticou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Ivone Silva.

“Com estes limitadores, o percentual distribuído é cada vez menor, porque os lucros crescem, mas os tetos e as parcelas fixas limitam a distribuição aos trabalhadores”, explicou a presidenta da Contraf-CUT.

Ferramenta de assédio

Com relação ao interesse dos bancos de querer compensar os valores pagos pelos programas próprios na parcela adicional da PLR da categoria, o Comando ressalta que será utilizada como mais uma ferramenta de assédio moral.

“Os bancos, por meio de seus gestores, vão utilizar como argumento para aumentar ainda mais as cobranças abusivas pelo cumprimento de metas”, disse a presidenta da Contraf-CUT.

“Compensar programas próprios na parcela adicional da PLR deixa os trabalhadores ainda mais vulneráveis às cobranças de metas abusivas. Não vamos aceitar”, acrescentou a presidenta da Seeb/SP.

Fonte: Contraf-CUT

 

 

Bancários definiram temas das negociações com os bancos

Publicado em: 24/06/2022


O Comando Nacional dos Bancários definiu nesta quarta-feira (22), os temas das reuniões de negociações com a Federação Nacional do Bancos (Fenaban). “São temas centrais que englobam uma série de reivindicações da categoria. Isso contribui para organizarmos e agilizarmos as negociações”, ponderou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “É hora de nos mobilizarmos! E bora ganhar este jogo!”, completou.

Emprego e terceirização será o tema tratado na próxima reunião; na sequência, cláusulas sociais e segurança bancária; cláusulas sociais e teletrabalho; igualdade de oportunidades; saúde e condições de trabalho; e duas reuniões sobre as cláusulas econômicas (veja o calendário detalhado ao final do texto).

Banco de horas negativas

Antes de entrar na pauta definida para o dia, o Comando Nacional dos Bancários reivindicou o abono das horas negativas das pessoas com comorbidade para as quais o banco não conseguiu viabilizar o trabalho remoto durante a pandemia.

“As pessoas foram afastadas por uma questão de saúde pública. Foram dois anos de pandemia e para algumas delas os bancos não conseguiram viabilizar o trabalho remoto. Isso gerou um número muito grande de horas a serem compensadas. Por mais que tenham tentado, algumas pessoas não conseguiram compensar todas estas horas. Queremos que estas horas sejam abonadas”, explicou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também coordena o Comando Nacional dos Bancários.

A Fenaban disse que, como as negociações sobre banco de horas foram realizados diretamente com os bancos, fará um levantamento sobre quais são os casos e discutirá a proposta com cada um deles.

Demissões em massa

O Comando também lembrou sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação à necessidade de negociações com os sindicatos antes de empresas promoverem demissões em massa. “O Banco Mercantil do Brasil está encerrando as atividades no Rio de Janeiro e vai fechar todas as agências no estado. Pedimos que a Fenaban intermedeie negociação com o BMB para que seja respeitada a decisão do Supremo e esta mesa de negociações”, reivindicou a presidenta da Contraf-CUT.

A Fenaban disse que recebeu ofício da Contraf-CUT com a solicitação, já está tentando agendar reunião com o banco para tratar do assunto e dará resposta à representação da categoria até a manhã desta quinta-feira (23).

PL 1043/2019

O Comando Nacional dos Bancários também solicitou que os bancos trabalhem no sentido de retirar o Projeto de Lei 1043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências bancárias aos finais de semana, da pauta de votação.

“Os bancos alegam que em alguns eventos, como feiras de negócios, que ocorrem aos finais de semana, são prejudicados devido a não abertura dos bancos nesses dias. Isso não justifica o desrespeito à nossa mesa de negociações. Nunca nos negamos a negociar estes casos específicos. Inclusive existem acordos que permitem este trabalho”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT. “Tanta coisa mais importante para ser discutida no Congresso Nacional e querem criar uma lei para um tema que é tratado em nossa mesa de negociações. Isso deve ser pauta aqui na nossa mesa, não no Congresso. Por isso, pedimos o esforço para que o mesmo seja retirado da pauta”, ressaltou.

No dia 28 de junho (terça-feira), será realizada uma audiência pública na Câmara dos Deputados para tratar do assunto, com a participação de representantes do movimento sindical bancário e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Calendário de negociações:

Segunda-feira, 27 de junho:
Emprego e Terceirização

Quarta-feira, 6 de julho:
Cláusulas sociais e segurança bancária

Sexta-feira, 22 de julho
Cláusulas sociais e teletrabalho

Quinta-feira, 28 de julho
Igualdade de oportunidades

Segunda-feira, 1 de agosto
Saúde e condições de trabalho

Quarta-feira, 3 de agosto
Cláusulas econômicas

Quinta-feira, 11 de agosto
Continuação das cláusulas econômicas

Fonte: Contraf_CUT

Pandemia piora e Fenaban continua negando suspender demissões e reduzir metas

Publicado em: 18/03/2021


Em mais uma mesa de negociação para discutir medidas diante do avanço da pandemia de coronavírus no país, na tarde desta terça-feira 16, a Fenaban (federação dos bancos) novamente deixou sem respostas as principais reivindicações do Sindicato no sentido de proteger a categoria bancária. A Fenaban não se comprometeu em suspender as demissões, por exemplo, medida que aceitou tomar em 2020, logo no início da pandemia. O movimento sindical bancário organizará atividades em todo o país em defesa da vida e da saúde no dia 24.

“Reforçamos que queremos a suspensão das demissões e diminuição das metas. Mas os bancos não se comprometeram com essas reivindicações que são importantíssimas para garantir a tranquilidade da categoria bancária nesse momento de crise sanitária sem precedentes e de crise financeira”, relata a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas mesas de negociação com a Fenaban. Ela acrescenta que a Fenaban chegou a afirmar que as demissões nos bancos eram pequenas, mas dados dos próprios balanços dos bancos mostram que eles extinguiram 82 mil postos de trabalho desde 2013.

Na última mesa com a Fenaban, na quinta-feira 11, o Sindicato também cobrou a diminuição do horário de atendimento ao público nas agências e a suspensão das visitas a clientes. Mas essas reivindicações ficaram novamente sem respostas na reunião desta terça. “Alguns bancos, como o Itaú, se comprometeram em suspender as visitas, mas a Fenaban não sinalizou isso. Vamos insistir nesse ponto. É inadmissível que as visitas externas ocorram neste momento gravíssimo da pandemia”, critica Ivone.

Vacina para bancários

O pedido de inclusão da categoria bancária como prioridade no Plano Nacional de Imunização contra a covid-19 também foi reforçado. A Fenaban novamente se disse favorável. “O serviço bancário é considerado essencial. Os bancários estão nas agências atendendo a população, portanto, defendemos que a categoria, assim como outros trabalhadores que estão na linha de frente, tenham prioridade no plano de vacinação”, destaca Ivone.

A dirigente lembra que o Sindicato enviou ofício à Prefeitura de São Paulo solicitando prioridade para a categoria. E o movimento sindical, por meio da Contraf-CUT, enviou ofício requerendo o mesmo ao Ministério da Saúde, ainda sem resposta.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Sindicato cobra Fenaban sobre ampliação do horário de atendimento das agências

Publicado em: 05/11/2020


Cobrada pelo Sindicato sobre a ampliação do horário de atendimento das agências em meio à pandemia do coronavírus, a Fenaban (federação dos bancos) respondeu que está acatando ação judicial movida pelo Ministério Público e pelo Procon. Em março, por causa da pandemia e a pedido do movimento sindical, os bancos tinham reduzido o horário para até as 14h. Antes o atendimento ocorria até as 16h.

No início de novembro, o Banco do Brasil se juntou ao Itaú e ao Santander e passou a ampliar o horário de atendimento das agências até as 15h. O banco enviou, na semana passada, um comunicado às unidades que realizam atendimento presencial aos clientes (agências e postos de atendimento – PAAs) informando a ampliação do horário, a partir desta terça-feira 3, para até às 15h.

O BB informou em seu comunicado que as agências e PAAs ficarão abertas ao público das 9h às 15h (horário de Brasília – DF), sendo das 9h às 10h para atendimento exclusivo para idosos, gestantes, pessoas portadoras de deficiência e pagamento de benefícios do INSS. Nas agências do Distrito Federal, o atendimento será das 11h às 16h (horário de Brasília – DF).

Os novos horários não se aplicam aos “Escritórios de Negócios” do BB, uma vez que estes não realizam atendimento presencial. Também não afetam as unidades localizadas em shoppings, órgãos públicos, aeroportos ou universidades, que deverão obedecer ao horário do estabelecimento, com o atendimento mínimo de cinco horas.

O Santander foi o primeiro a ampliar o atendimento. Desde 27 de julho, o atendimento no banco espanhol em algumas agências passou a ser das 9h às 10h, para grupos de risco à covid-19, e das 10h às 15h para o público em geral.

Em reunião com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, em 28 de outubro, o banco informou que por causa de ações do Ministério Público, as agências que fazem atendimento até as 14h vão estender o horário até as 15h.

“Por meio da Contraf-CUT, o movimento sindical vai convocar mesa bipartite para discutir a questão, já que o horário reduzido está dentro das medidas de prevenção e contenção à covid-19, negociada com a federação dos bancos, para diminuir o contato e a exposição de funcionários e clientes ao contágio”, ressalta Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Bancários do BB defendem mesa única de negociação com a Fenaban

Publicado em: 31/07/2020


Os bancários do Banco do Brasil defendem a participação do Banco do Brasil na mesa única de negociação da Fenaban na Campanha Nacional dos Bancários 2020. Nesta sexta-feira 1º seria realizada negociação com a Fenaban, às 11h. A proposta do Comando Nacional dos Bancários era apresentar um calendário, e a possibilidade de separar as negociações por temas. E na sequência terá negociação com a direção do Banco do Brasil.

Os representantes dos trabalhadores querem cobrar a defesa do Banco do Brasil como banco público; a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho; a ultratividade, e a ampliação de direitos contidos nas propostas da pauta de reivindicações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, incluindo a regulamentação da jornada de home office.

Também reivindicam reajuste de 5% acima da inflação do período compreendido entre primeiro de setembro de 2019 e 31 de agosto de 2020; vale-refeição de R$1.045 (correspondente a 23 tíquetes de R$45,43), e vale-alimentação no mesmo valor.

Os bancários do BB também estão reivindicando dos bancos, na Campanha Nacional 2020, PLR no valor de três salários-base, mais verbas fixas de natureza salarial, e parcela adicional no valor fixo de R$ 10.742,91.

“Ao invés de discutirmos separadamente, queremos debater a renovação da Convenção Coletiva enquanto categoria. Pois isso nos fortalece e preserva nossos direitos. Segundo dados do Dieese, 69% das empresas públicas que fizeram greve ano passado acabaram suas campanhas salariais no Tribunal Superior do Trabalho. Um aumento expressivo”, enfatiza João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região