Yours Bank, a fintech que “entrou sem pagar” e conquistou o Banco do Brasil

Publicado em: 12/03/2023

Enquanto ainda desenvolviam o modelo de negócio do Yours Bank, uma fintech que atua como um banco digital para menores de 18 anos, Willian Leandro e Felipe Diesel participaram de uma série de eventos de startups.
A esperança da dupla era conseguir alguns minutos na agenda de empresários e investidores que poderiam fornecer ajuda para a dupla – fosse com um investimento financeiro ou mesmo apenas conselhos. O problema era que o dinheiro dos empreendedores estava contado para manter a operação, sem sobrar para nada.

Mas, em um desses eventos, o South Summit Brazil (do qual o NeoFeed é parceiro de mídia), os empreendedores não precisariam arcar com os ingressos. A forma de “entrar sem pagar” era inscrevendo a startup para participar de uma competição contra centenas de outras companhias de tecnologia que também estavam buscando um lugar ao sol.
“A gente se inscreveu para ter o ingresso e quando percebemos estávamos na final”, afirma Diesel, que ainda naquele momento colocava pouca expectativa de que o negócio realmente pudesse levar algum troféu para casa. “No máximo, achamos que poderíamos ganhar apenas o prêmio de destaque em escalabilidade.”

Não foi o que aconteceu. O Yours Bank levou o prêmio de melhor startup da edição passada do South Summit Brazil, uma competição que reuniu 990 empresas de 76 países. E essa vitória não só trouxe os ingressos para participar do evento, como abriu as portas para a fintech.

Três meses depois, em agosto do ano passado, o Yours Bank, baseado no Instituto Caldeira, anunciou a captação de um aporte de R$ 5 milhões junto ao Banco do Brasil. O investimento foi feito por meio do fundo de corporate venture capital do banco, que é gerido pela MSW Capital.

“Estávamos negociando um aporte há alguns meses, mas a vitória na competição certamente acelerou esse movimento”, diz Leandro, que chegou a ser procurado por outros investidores nos meses que se passaram após o evento em Porto Alegre. “O South Summit Brazil abriu muitas portas. Fomos bastante assediado por fundos depois disso.”

O aporte do Banco do Brasil, que foi realizado em uma rodada seed, foi o segundo conquistado pelo Yours Bank. Antes disso, ainda em 2021, a companhia havia captado R$ 1,2 milhão em rodada pré-seed da Ventiur, uma aceleradora de startups com sede em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.

Fundado em 2020 e com uma equipe de 17 funcionários, o Yours Bank tenta competir em um mercado de gente grande: os bancos digitais. A diferença é que o serviço é voltado para menores de 18 anos. “A gente foca em um público que está na faixa dos 14 e 15 anos de idade”, diz Diesel. “Mas a proposta é ser um banco para a família.” Isso porque as contas são controladas pelos pais ou responsáveis desses jovens.

O Yours Bank não é o único banco digital voltado para menores de idade. Entre os concorrentes estão startups como a Z1, que captou mais de US$ 12,5 milhões junto a investidores como Kaszek e Maya Capital; NG.Cash, aposta da Stone e que captou US$ 10 milhões em agosto do ano passado junto a Andreessen Horowitz e a Monashees. Bancos como Santander, Itaú e Inter também contam com opções voltadas para jovens.

Mesmo com a competição acirrada, o Yours Bank encontrou um espaço. A fintech tem entre 110 mil e 120 mil usuários ativos em todo o Brasil e a expectativa é terminar o ano com cerca de 150 mil contas na plataforma. “Não estamos focando tanto no aumento das contas, mas no engajamento com esses clientes”, diz Diesel.

Para o futuro, o Yours Bank está estudando captar um novo aporte. Isso, no entanto, deve acontecer somente a partir de 2024. “Não estamos em conversas atualmente. Queremos desenhar a próxima rodada e estabelecer o que procuramos neste parceiro que será o investidor”, diz Diesel.

No curto prazo, a companhia pretende trazer novos recursos para a plataforma. Um deles é voltado para permitir que os usuários possam realizar investimentos. Isso será feito graças a parceria com o Banco do Brasil. Assim, a fintech vai poder intermediar a alocação de capital em um produto de renda fixa do BB. Isso deverá ser feito no segundo semestre.

Enquanto se prepara, o Yours Bank vai estar novamente no South Summit Brazil. Desta vez, porém, com um stand dentro do evento de olho em trocar contatos com investidores que estarão atentos para novos negócios. “Mas agora vamos ter que pagar o ingresso”, brinca Leandro.

Fonte: Neofeed

Fintech Pagaleve levanta R$ 10,5 mi com Banco do Brasil e Salesforce

Publicado em: 15/12/2022

A Pagaleve, startup de meios de pagamento especializada em Buy Now, Pay Later e checkout digital para o varejo, recebeu um aporte de R$ 10,5 milhões em uma rodada liderada pela Salesforce Ventures com participação do Banco do Brasil (BB). Esse é o 2º investimento do BB Ventures, fundo gerido pela gestora MSW Capital.

Fundada em 2021 por Henrique Weaver e Michael Greer, a Pagaleve busca facilitar as compras parceladas no Brasil, permitindo que consumidores realizem compras em 4x sem juros sem o uso do cartão de crédito e através do Pix. A startup atende mais de mil varejistas, incluindo gigantes como Grupo Reserva, RiHappy, Lupo, Tok&Stok, Drogaria Pague Menos, entre outros.

“Estamos muito contentes por trazer como investidor o fundo de venture capital do Banco do Brasil, isso só reforça o nosso compromisso de continuar impulsionando a inclusão financeira e o acesso a pagamentos parcelados para milhões de brasileiras e brasileiros – estimulando significativamente as vendas no setor de varejo, por meio da tecnologia”, afirma o CEO Henrique Weaver, em nota.

Para Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil, o investimento na Pagaleve representa um marco importante para o programa de Corporate Venture do Banco. “As soluções da Pagaleve trazem importantes inovações em meios de pagamento, democratizando o acesso a novas possibilidades de pagamento em compras online pelas pessoas físicas, ao mesmo tempo em que reduz custos e aumenta a eficiência operacional dos varejistas”, pontua.

Analisando o futuro deste mercado, o executivo destaca a melhoria da experiência do cliente na jornada de pagamento, além da aquisição de um perfil de consumidor antes inacessível às empresas que atuam no e-commerce.

Como diferenciais da Pagaleve, Richard Zeiger, sócio da MSW, cita o time de fundadores como pessoas de primeira linha. “[A companhia] está atuando em um mercado que vem sendo completamente transformado nos últimos anos. Ao fazerem uso de tecnologia de ponta criaram um modelo de negócio que atende uma camada da população brasileira que estava mal atendida ao mesmo tempo em que impulsiona o varejo na direção da digitalização de suas operações de forma segura e inovadora”, considera.

Em novembro, o Banco do Brasil anunciou um investimento de valor não divulgado na fintech Bitfy, startup brasileira especializada em soluções de infraestrutura e criação de aplicações utilizando a tecnologia blockchain. O aporte foi o primeiro do BB Impacto ASG, fundo de corporate venture capital do banco orientado para a geração de impacto positivo, sob gestão da VOX Capital.

No caso do BB Ventures, o primeiro investimento foi anunciado em outubro deste ano – um aporte de R$ 5 milhões no banco digital Yours Bank, startup que oferece contas bancárias para jovens de 10 a 18 anos. O BB Ventures tem o objetivo de investir e impulsionar startups de base tecnológica com foco em fintechs, agritechs, govtechs e startups com soluções que buscam melhorar a experiência digital dos clientes do banco.

Fonte: Terra

BB anuncia investimento estratégico na Bitfy, fintech de blockchain

Publicado em: 16/11/2022

O Banco do Brasil anuncia o investimento estratégico na Bitfy, startup brasileira especializada em infraestrutura para operações com blockchain e criação de aplicações utilizando a tecnologia. O aporte é o primeiro realizado através do BB Impacto ASG, fundo de Corporate Venture Capital do Banco do Brasil que, sob gestão da VOX Capital, está orientado para a geração de impacto positivo.

A chegada da Bitfy na carteira de investimentos do BB amplifica a estratégia de tornar o Banco cada vez mais reconhecido como uma empresa de tecnologia e inovação. As soluções da startup podem ser utilizadas, por exemplo, em campanhas que utilizam NFTs e tokenização de ativos, o que inclui produtos do Banco do Brasil.

Por parte do Banco, o investimento visa otimizar as aplicações e sistemas internos da instituição, desenvolvendo soluções mais eficientes para democratizar o acesso a produtos financeiros, como pagamento e crédito, e não financeiros, como ativos agrícolas e carbono. Clientes pessoas físicas e jurídicas serão beneficiadas.

Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil, enxerga a tokenização como uma excelente oportunidade para melhoria e ganho de eficiência dos negócios atuais e criação de novos negócios. “O BB acredita que a tendência de tokenização ampliará opções de investimento e adicionará fontes interessantes de financiamento para empresas. Por este motivo, buscamos o investimento estratégico na Bitfy, para acelerar o desenvolvimento de soluções neste sentido”.

Fundada em 2017 por Lucas Schoch, a Bitfy possui entre os investidores a Borderless Capital, Algorand Capital e Dash Investment Foundation, especializados no mercado blockchain. A startup facilita a relação de empresas com esse ecossistema de inovação em blockchain, permitindo o desenvolvimento de soluções para troca de valor ou informação. A proposta de valor está na criação de soluções descentralizadas, transparentes e seguras, promovendo ampliação de acesso.

O BB Impacto ASG tem como objetivo investir e impulsionar startups de base tecnológica que endereçam problemas socioambientais com foco em fintechs, agritechs, govtechs, e startups com soluções que buscam melhorar a experiência digital dos clientes do Banco.

O fundo prioriza empresas nos estágios Seed e Série A, e a previsão é ter até 15 empresas no portfólio.

“O investimento na Bitfy em parceria entre o Banco do Brasil e a VOX é muito estratégico por diversos ângulos. Ao aproximar a instituição financeira mais experiente do Brasil rumo ao desenho de um arranjo financeiro mais eficiente e democrático, é possível incluir pessoas hoje à margem do sistema financeiro tradicional devido a inúmeros gargalos que a tecnologia blockchain permite solucionar”, diz Marcos Olmos, sócio e gestor da VOX Capital.

“Agora que selamos essa parceria estratégica, Bitfy e Banco do Brasil, iremos impulsionar a adoção da nova economia DeFi [finanças descentralizadas], desenvolvendo a infraestrutura necessária para ampliar a autonomia e democratizar a utilização e acesso ao ecossistema de ativos digitais em todo o Brasil”, comenta Lucas Schoch, fundador e CEO da Bitfy.

Sobre a Bitfy: A Bitfy oferece um produto de infraestrutura como serviço desenvolvido por meio de tecnologia proprietária ao longo de dez anos por especialistas em Blockchain, oferecendo um hub one-stop-shop que abstrai a complexidade da construção de soluções via blockchains, completamente seguro devido a criptografia de ponta a ponta e as etapas de autenticação de dois fatores.

Sobre a VOX Capital: Fundada em 2009, a VOX Capital é a primeira e principal gestora de investimentos de impacto do Brasil. A empresa desenvolve soluções financeiras atrativas, em que o fluxo de dinheiro gera abundância, equidade e transformações socioambientais positivas. Além disso, ela atua para democratizar o acesso a investimentos de impacto a todo tipo de investidor – do profissional ao varejo. Desde sua fundação, a VOX Capital já investiu mais de R$ 650 milhões.

Fonte: Banco do Brasil

CBBS: conheça parceria BB com Bradesco para crescer em finanças virtuais

Publicado em: 19/06/2018

A sede do banco CBSS, em Alphaville, na Grande São Paulo, pouco lembra o ambiente sisudo do mercado financeiro. Nenhum dos 116 funcionários, incluindo o presidente, Carlos Giovane Neves (foto), usa gravata. As paredes ostentam desenhos e frases ao lado de quadros com o estágio de desenvolvimento de projetos. Neves ocupa a única sala individual, mas as paredes são de vidro e a porta fica sempre aberta. A aparência de startup não é uma coincidência.

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Controlado por Bradesco (50,01% das ações) e Banco do Brasil (os 49,99% restantes), o CBSS é um dos pilares mais importantes da estratégia dos dois gigantes para crescer no ambiente das finanças virtuais. Na primeira semana de junho, ele anunciou parcerias com duas fintechs. Uma delas foi a Lendico. Outra foi a GuiaBolso, que surgiu como administradora de contas pessoais, passou a oferecer empréstimos e vai ampliar essa atividade com a parceria. A elas juntam-se outros três nomes e mais alguns em negociação (observe o quadro abaixo ao final da reportagem).

Parcerias como essa são positivas para ambas as partes. Marcelo Ciampolini Neto, CEO da Lendico, afirma que a associação permitirá ampliar a atuação de sua companhia. Fundada na Alemanha em 2013, a Lendico surgiu como uma plataforma de concessão de empréstimos de pessoa para pessoa, o chamado peer-to-peer. A empresa está no Brasil desde 2016, mas, por aqui, opera como correspondente bancário do mineiro BMG. “Agora poderemos emprestar para mais pessoas e selecionar clientes com risco de crédito maior”, diz Ciampolini. “A parceria é fundamental para ganhar escala.”

Quem conhece o mercado concorda com essa visão. “Ao se associar a um banco, ainda que de médio porte, uma fintech ganha capital e acesso a clientes”, diz Fabio Gonsalez, principal executivo de tecnologia da Torq, consultoria de desenvolvimento de projetos ligada à Senior Solution. “Em vez de tentar capturar cada cliente, a fintech é apresentada por um banco e tem acesso a 500 clientes de uma vez.” Já os bancos ganham canais novos para distribuir seus produtos e, mais importante, acesso fácil e rápido à tecnologia. “Isso acelera o crescimento, pois as fintechs são mais inovadoras que os bancos”, diz Neves, que espera costurar novas parcerias neste ano.

À primeira vista, a decisão de Bradesco e BB de cacifar fintechs pode parecer incompreensível. No entanto, há uma dose razoável de pragmatismo. A aposta em tecnologia funciona como um seguro para os bancões. “As gerações mais jovens estão acostumadas a resolver tudo pelo celular e os empréstimos não são uma exceção”, diz Neves. “O que vai definir a preferência do cliente, além do preço e do prazo do financiamento, será a qualidade do serviço e a facilidade da contratação.” As vantagens oferecidas tradicionalmente pelos bancos, como extensas redes de agências, perderão importância diante da agilidade do ambiente mobile, afirma Neves.

Nesse cenário, as fintechs têm uma capacidade de adaptação maior. “Elas têm um foco no cliente e uma rapidez no desenvolvimento de produtos muito maiores”, diz Gonsalez. “Bons desenvolvedores de aplicativos são caros e muito disputados no mercado”, diz Gonsalez. “É mais vantajoso obter seus serviços por meio das fintechs do que contratá-los diretamente.”

Neves sabe bem disso. Formado em Direito e com uma longa trajetória em empresas de financiamento ao consumo, ele não tem o perfil típico dos empreendedores digitais. No entanto, o ex-militar nascido em Petrópolis entende a importância de adaptar rapidamente a estratégia às mudanças no ambiente. A inovação, diz ele, é demorada nos bancos. Antes de tentar algo novo, a instituição financeira vai avaliar se a mudança não contraria as dezenas de regulamentos do sistema. “O profissional de uma fintech faz o caminho inverso”, diz Neves. “Ele primeiro desenvolve o produto e só depois marca uma reunião no Banco Central para perguntar se pode fazer ou não.”

O CBSS serve a BB e Bradesco para fazer essa ponte entre o antigo e o moderno. Aprovado pelo BC em 2015, o banco surgiu da promotora de vendas Ibi Financeira, ligada à rede de varejo C&A, adquirida pelo Bradesco em 2009. É pequeno perto dos gigantes que a controlam, com R$ 1,5 bilhão em ativos e R$ 805 milhões em empréstimos. Seu principal produto é o Digio, um cartão de crédito sem anuidade. O banco não revela o número de cartões emitidos.

Oferecer crédito é a primeira etapa da estratégia. Com margens maiores do que a distribuição de investimentos e de seguros, os empréstimos permitirão um crescimento sustentado da instituição. No entanto, a diversificação é questão de tempo. Segundo Neves, em algum momento no futuro as fintechs poderão se tornar uma ameaça concreta aos bancos. “Se isso ocorrer, já estaremos lá.”

Fonte: IstoÉ Dinheiro

BB lança fintech para venda de previdência privada

Publicado em: 07/12/2017

Comercializar produtos de previdência complementar digitalmente e de forma rápida. Essa é a ideia da Ciclic, startup formada a partir de uma joint venture entre BB Seguridade e Principal Financial Group.

A startup quer incentivar as pessoas a investir a partir da definição de planos de vida, como comprar a casa própria ou abrir o próprio negócio. Ao selecionar uma meta, uma tela de simulação deve ser preenchida pelo usuário com o montante que quer juntar e em quanto tempo, desde períodos curtos, como um ano, até mais de vinte anos.

As opções de investimento são voltadas principalmente aos perfis de investidores mais moderados, mas que buscam algo mais vantajoso do que a poupança. Segundo as instituições, os investimentos aliam baixa volatilidade a uma boa lucratividade.

Os planos de investimento não cobram taxa nos saques, mas o investidor precisa pagar uma taxa de 2% ao ano pela administração. Como a fintech surgiu digital, é possível realizar o investimento em previdência pelo celular ou pelo site da Ciclic.

Fonte: Jornal DCI

Batalha financeira: como bancos e fintechs se relacionam?

Publicado em: 19/05/2017

As fintechs são startups focadas em inovação de serviços financeiros. Atualmente existem fintechs que oferecem os mesmos serviços que os bancos tradicionais, como empréstimos, transações e investimentos. O grande diferencial é que elas se baseiam em alta tecnologia e baixo custo – itens que têm conquistado milhares de adeptos por todo o mundo.

Para Cantarino Brasileiro, organizador do prêmio Fintech Awards Latam, as fintechs são importantes porque despertam a educação e inclusão financeira no país, especialmente de uma parcela significativa de pessoas que não possuem contas em bancos. Mas elas jamais substituem os instituições tradicionais. “Elas são complementares aos serviços dos bancos e cobrem um espaço que eles não ocupam.”

Gustavo Fosse, Diretor Setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN, explica que não há “roubo” de mercado, já que muitas fintechs precisam, legalmente, vincular-se a uma instituição financeira para prestarem seus serviços. Os bancos desenvolveram estratégias próprias para lidar com as startups e hoje já podem apresentar exemplos bem-sucedidos de parcerias.

Apesar das colaborações entre bancos e fintechs, as startups ainda enfrentam problemas na adequação à legislação e normas brasileiras. Segundo Marcelo Ciampolini, CEO da Lendico Brasil, plataforma de empréstimo de dinheiro, existe uma vontade dos reguladores de criar legislações específicas para as fintechs, mas as mudanças ainda devem demorar a acontecer.

Ele conta que, no ínicio, o Banco Central ficou bastante surpreso com o modelo de negócio das fintech de crédito, mas após uma série de conversaspassaram a ver as startups com bons olhos. “Afinal de contas, o que estamos trazendo para o consumidor final são mais ofertas de crédito e melhores taxas. Isso gira a economia”, comenta em entrevista ao Canaltech.

Fosse reforça a ideia de Marcelo ao declarar que “a federação acompanha com interesse o desenvolvimento das startups do setor financeiro, pois inovações tecnológicas podem trazer benefícios ao consumidor e contribuem para a expansão e aumento da qualidade do setor.”

Contas digitais: ideia de fintech, legado para os bancos

Cerca de 940 mil clientes já fazem transações bancárias no Brasil por meio de contas 100% digitais e a estimativa é que o total de contas correntes digitais chegue a 3,3 milhões até o final deste ano, segundo informações do Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Banco Original e Intermedium.

O serviço de abertura de contas totalmente digital, sem a necessidade de ir a uma agência física, é diferente das primeiras versões de serviços digitais oferecidos pelos bancos. A viabilização desta nova modalidade só foi possível a partir das regras estabelecidas na resolução 4.480 do Banco Central, em abril de 2016, regulamentada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

Banco do Brasil e Itaú Unibanco foram os dois primeiros grandes bancos a possibilitar a criação de um conta corrente 100% digital. No BB já são 610 mil clientes fazendo transações nessa modalidade e no Itaú foram 100 mil contas abertas de forma digital até fevereiro deste ano. No Original, lançado há um ano com a proposta de ser 100% digital, são 100 mil correntistas digitais e no Intermedium, 130 mil.

O Santander, por sua vez, concluiu a compra da fintech ContaSuper no ano passado, hoje chamada de SuperDigital, e hoje oferece meios de pagamentos e recebimentos 100% digitais, além de transferências, saques, compras e acesso a cartão pré-pago. A previsão era que até o final de 2016 o banco atingiria 1 milhão de contas digitais.

Já a Caixa está em fase final de teste e deve permitir até o final de junho a abertura de contas digitais para pessoas físicas. O banco espera que nos primeiros meses do serviço, 10% das novas contas sejam digitais. Por fim, o Bradesco informou que a Digiconta não é mais oferecida em função da criação de novos produtos em desenvolvimento.

Fonte: Canaltech