Fundos de pensão têm melhor resultado em 10 anos e superam 1% ao mês

Publicado em: 11/04/2024

Os fundos de pensão tiveram um superávit líquido de R$ 14 bilhões em 2023, o melhor resultado em 10 anos, e entregaram rentabilidade de 13,15% – muito acima dos 8,45% da TJP, taxa de parâmetro da categoria, e dos 13,03% do CDI no mesmo período. No acumulado do ano, o desempenho é equivalente a um rendimento de quase 1,1% ao mês.

As informações são do Consolidado Estatístico da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), divulgado nesta segunda-feira (08).

Em um período de 20 anos, esses fundos previdenciários acumularam um retorno de 964,66%, também acima da taxa de referência, que registrou 829,67% de rentabilidade na mesma janela, segundo a Abrapp.

Os ativos totais dos fundos de pensão (denominados Entidades Fechadas de Previdência Complementar, ou EFPCs) somaram R$ 1,27 trilhão no ano passado, equivalentes a 11,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O resultado dos Planos Família, em que o participante pode incluir parentes até o terceiro grau, foi destaque ao superar R$ 1,8 bilhão em ativos.

Na avaliação do presidente da Abrapp, Jarbas de Biagi, os resultados foram muito positivos em 2023 e os primeiros meses deste ano também apresentam dados favoráveis. Ele ressalta que, além dos números positivos, o sistema tem recebido em 2024 notícias animadoras, como a possibilidade de inscrição automática para novos participantes.

Segundo estudo da Mercer com 40 fundos de pensão, os gestores alocaram mais de 25% dos patrimônios em renda fixa no ano passado. Entre os fundos com o plano de benefício definido – que regulamentam previamente o valor da previdência paga ao beneficiário –, cerca de 80% disseram que vão manter a proporção alocada em renda fixa em 2024, enquanto o restante declarou que pretende aumentar a participação da classe na carteira.

Fonte: Infomoney

Fundos de pensão podem ter nova regra para cobrir déficit

Publicado em: 05/10/2023


Os fundos de pensão poderão passar a ter mais tempo para cobrir eventuais déficits em seus resultados anuais. O assunto vem sendo discutido em um grupo de trabalho no CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar) e a primeira versão de uma nova resolução já foi escrita.

Desde 2018, as entidades de previdência complementar são obrigadas a criar planos de equacionamento no ano seguinte ao exercício em que houve déficit.

Os representantes dos fundos de pensão no grupo de trabalho defendem a possibilidade de adiar a cobertura do resultado negativo por até dois anos, e também a revisão de planos já em andamento.

A proposta seria discutida em uma reunião do CNPC marcada para o dia 14 de setembro, mas o encontro foi cancelado. O setor espera retomar o debate em até duas semanas.

Jarbas de Biagi, diretor-presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), diz que o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos não ficou confortável em seguir com discussão.

“Tenha em mente que é grande a quantidade de entidades [de previdência complementar] que são públicas”, afirma. Os representantes da pasta teriam pedido mais tempo para analisar a proposta de alteração.

O Ministério da Gestão diz que o assunto segue em deliberação. No grupo de trabalho, é a Secretaria de Coordenação das Empresas Estatais quem participa das discussões. Casa Civil, Fazenda e Previdência Social também têm assento.

A proposta de permitir o adiamento do plano de equacionamento prevê que a decisão seja amplamente divulgada e aprovada, passe por um conselho deliberativo e tenha a supervisão da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), conhecido como a xerife dos planos.

Biagi, da Abrapp, diz todos os planos estão trabalhando com premissas sólidas e com governança. A autorização para adiar os equacionamentos e rever os que estão em andamento tenta atender também uma demanda de assistidos que chegam a ter 30% de desconto em seus benefícios para bancar rombos passados.

Em 2022, as entidades de previdência fechada tentaram adiar a compensação do déficit, mas o CNPC aprovou que fossem postergados apenas os prejuízos gerados por investimento em títulos públicos.

Fonte: Folha de S.Paulo

Banco do Brasil é um dos “protagonistas” dos fundos, diz gestor da Suno

Publicado em: 03/02/2023


O CIO da Suno Asset, Vitor Duarte, destaca que dentro da seleção de ativos da casa, o Banco do Brasil (BBAS3) segue dentro das carteiras de ações como um dos protagonistas, sendo um ativo resiliente para o momento atual e com exposição a setores mais seguros – como o agronegócio.

Conforme apurado pelo Suno Notícias, as ações do Banco do Brasil são, de fato, praticamente uma unanimidade dentre analistas, na toada do último resultado trimestral com um lucro bilionário acima do previsto e uma revisão de guidance que animou o mercado.

Segundo o gestor da Suno, a análise ‘bottom-up’ da gestora prevê que a casa não compre uma cesta de ações de bancos, mas escolha um player só e, nesse sentido, o BBAS3 foi o ‘cavalo escolhido’.

“O Banco do Brasil tem uma presença muito forte no agro. Além disso, o banco tem uma gestora que já é a maior da América Latina e ainda cresceu muito. Lá tem muita renda fixa, e renda fixa está sendo muito demandada com os juros altos. Ou seja, BB DTVM que já era gigante, cresceu ainda mais. É o tipo de negócio que gostamos”, comenta.

Sobre o agronegócio, a tese também contempla um otimismo com commodities agrícolas dado o cenário de reabertura na China.

“Falando do agro, temos um cenário na China em que o governo influencia muito e, agora, deve ter um estímulo na reabertura pós-covid, ocasionando um cenário não só benéfico para commodities como minério, mas também soja, carne e outras vinculadas à comida e alimento – e o Brasil é justamente o player mais competitivo do planeta nesse setor”, explica.

Ao ser questionado sobre o impacto da inadimplência no setor – que fez ações do Bradesco (BBDC4) afundarem na última temporada de balanços – o especialista da Suno Asset destaca que o Banco do Brasil deve ser menos afetado.

“O BB tem esse ‘grande cliente’ que é o agro. A inadimplência deve aumentar na margem, mas dentre os bancos ele segue sendo o mais bem posicionado.

Banco do Brasil é tech

Além das vantagens competitivas no agronegócio, o gestor também destaca que a parte de digitalização do banco melhorou e o coloca patamar igual ou superior do que o de fintechs.

“A área de investimentos e o nicho digital eram pontos que os investidores mais olhavam, e o Banco do Brasil tem um aplicativo muito utilizado e que é mais bem avaliado do que o Nubank, por exemplo, que é um queridinho de muitos usuários; apesar de a nota [nas lojas de apps] do Nubank ser um pouco maior, o número de avaliações ainda é mais restrito”

Dividendos de BBAS3

Além da exposição ao crédito mais ‘seguro’, outros analistas consultados pelo Suno Notícias destacaram as altas projeções de dividend yield (DY) para os ativos.

Nas projeções da XP, o BB deve ser o maior pagador de dividendos do seu setor neste ano e no próximo.

Segundo dados do Status Invest, os dividendos do Banco do Brasil representam um DY de cerca de 10,2%.

Isso porque foram R$ 4,17 pagos por ação ordinária do Banco do Brasil no acumulado dos últimos 12 meses.

Fonte: Terra

Governo quer fim de exclusividade para fundos de pensão das estatais

Publicado em: 13/03/2022


O governo prepara um projeto de lei quebrando a exclusividade dos fundos de pensão estatais sobre os empregados de suas respectivas companhias públicas e permitindo a portabilidade dos atuais detentores de planos de previdência complementar para qualquer instituição financeira – inclusive bancos privados, se for a vontade dos participantes.

A proposta está em fase adiantada de elaboração no Ministério da Economia. Por enquanto, trabalha-se com a perspectiva de propor essas mudanças ao Congresso Nacional por um projeto de lei, e não medida provisória.

Os fundos de pensão estatais têm uma carteira ativa de mais de R$ 550 bilhões, segundo dados do próprio ministério. Isso significa que, se apenas 10% das poupanças para aposentadoria forem transferidas para outras instituições, significa uma movimentação de R$ 55 bilhões no mercado de previdência complementar.

Apenas os três maiores fundos do setor público – Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa) – detêm R$ 442 bilhões. Eles reúnem 498 mil participantes, dos quais 243 mil ainda são ativos (fazem contribuições).

Caso o projeto seja aprovado, um funcionário do BB não precisará necessariamente manter um plano na Previ e um engenheiro da Petrobras terá outras possibilidades além da Petros, por exemplo.

O aval para a migração dos participantes seria faseado, obedecendo faixas etárias, a fim de evitar o esvaziamento súbito do caixa de algum fundo de pensão.

Oficialmente, a equipe econômica deverá “vender” o projeto argumentando que ele dará mais liberdade aos beneficiários dos planos e estimulará a busca por fundos com maior rentabilidade, tirando recursos daqueles que têm tido histórico desfavorável.

Auxiliares do ministro Paulo Guedes citam casos como o da Fapes, fundo dos empregados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tinha meta atuarial de 9,6% em 2020. A rentabilidade apurada no ano foi de só 5,9%.

Outro exemplo negativo, muito mencionado no Ministério da Economia, é o do Postalis. Diante dos seguidos rombos do fundo de pensão dos Correios, cerca de 30 mil aposentados estão tendo desconto de 17,92% de seus benefícios por 23 anos – até 2039.

Uma preocupação entre as autoridades é que déficits atuariais sem a possibilidade de reversão são equacionados não apenas com contribuições extras dos participantes, mas também com recursos das próprias estatais. Se elas não tiverem caixa suficiente, requerem um aporte do Tesouro.

O governo sustenta que a portabilidade servirá de incentivo para a busca de maior rentabilidade e menores taxas de administração pelos fundos estatais, aumentando a responsabilidade de seus gestores com as carteiras.

Para além dos argumentos oficiais, contudo, integrantes da equipe econômica afirmam nos bastidores que o projeto também busca “travar” um eventual uso político dos fundos por futuras administrações. Reservadamente, os auxiliares de Guedes falam no risco de “captura” dos fundos em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas eleitorais contra Jair Bolsonaro.

Na prática, segundo pessoas que lidam diretamente com a elaboração do projeto de lei, a mera possibilidade legal de migração dos participantes representaria um “seguro” contra interferência política e direcionamento dos fundos para financiar obras consideradas polêmicas.

Um caso emblemático foi a atuação dos fundos estatais para investir na usina hidrelétrica de Belo Monte (PA). Petros e Funcef ainda têm 10%, cada uma, na Norte Energia – concessionária responsável pela usina no rio Xingu.

No governo Dilma Rousseff, os fundos também foram aventados como alternativas para viabilizar concessões de rodovias e até do trem-bala que seria construído entre o Rio de Janeiro e São Paulo.

Com a Eletrobras privatizada e o BNDES encolhido, apostando especialmente no crédito para pequenas e médias empresas, Guedes e seus auxiliares afirmam que os fundos de pensão das estatais poderiam ser usados com a finalidade de apoiar projetos de infraestrutura sem o devido retorno. Para eles, o fim da exclusividade funcionaria como solução de mercado contra esse tipo de “interferência”.

Fonte: Valor Econômico

MPF denuncia gestores dos fundos Petros, Funcef e Previ e pede reparação em triplo

Publicado em: 03/07/2020


O Ministério Público Federal informou que a Força-Tarefa Greenfield protocolou na Justiça, nos dias 24 e 25 de junho, três denúncias relacionadas a fraudes com recursos do Funcef, do Petros e da Previ, fundos de pensão mantidos por funcionários da Caixa, Petrobras e Banco do Brasil, respectivamente.

A investigação envolve a suspeita de fraude na aquisição de cotas do Fundo de Investimento em Participações Brasil Petróleo 1 (FIP BP1). Ao todo, 13 ex-gestores dos fundos são acusados de gestão temerária.

Nas denúncias, os procuradores pedem a condenação dos envolvidos e ainda a “reparação econômica e moral” das vítimas. Eles cobram a devolução em triplo dos prejuízos causados.

Em nota, o MPF informou que, no caso envolvendo a Funcef, são pedidos mais de R$ 307 milhões. Em relação aos danos à Petros e à Previ, os procuradores pedem R$ 278 milhões e R$ 209 milhões, respectivamente, a serem atualizados pela taxa Selic de 2018 até a data do pagamento.

Ainda de acordo com o MPF, as investigações revelaram que, entre 2011 e 2016, os fundos de pensão decidiram adquirir participação acionária em empresas da indústria de petróleo e gás no Brasil por meio da adesão ao FIP Brasil Petróleo 1. As denúncias indicam que os investimentos do FIP foram direcionados para três companhias: Brasil Petróleo Participações, Deepflex e Poseidon.

A Procuradoria da República no Distrito Federal ressaltou, em nota, que os gestores dos fundos de pensão não respeitaram princípios de segurança e rentabilidade, nem normas internas. Para os integrantes da força-tarefa Greenfield, os riscos envolvidos nas aplicações foram marcados por “análises deficientes”, embora os investigados detivessem “qualificação e conhecimentos técnicos e práticos que permitiam observar, com clareza, a temeridade do investimento que realizaram”.

A investigação coloca em suspeita o que motivou a constituição da Brasil Petróleo Participações e da Deepflex do Brasil, que teriam servido ao “único objetivo de propiciar um veículo para o investimento na companhia americana Deepflex Inc”. Isso porque o regulamento do próprio FIP veda aportes em empresas estrangeiras e, portanto, as duas companhias brasileiras tinham a função de “legalizar” a manobra em benefício da indústria americana.

“Havia, portanto, a intenção prévia de se remeter dinheiro irregularmente ao exterior, quer a título de investimento – não comprovado – ou por outro motivo escuso, uma vez que referidos valores desapareceram. Até prova em contrário, não houve efetivo investimento na empresa Deepflex Inc, que acabou incidindo em falência, praticamente, em situação de abandono, em razão de os sócios americanos terem cessado de nela investir, deixando enormes dívidas em aberto”, explicam os procuradores, em texto das denúncias enviadas à 10ª Vara de Justiça Federal. (Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico).

Banco do Brasil vai vender fundos fora das suas agências

Publicado em: 22/05/2019


Maior gestora de recursos brasileira, com quase R$ 970 bilhões sob seu guarda-chuva, a BB DTVM pretende defender seu quinhão e não ceder fatias de mercado à concorrência das assets independentes que ganharam o mundo com o avanço das plataformas de investimentos.

Segundo Carlos André, o novo executivo-chefe, o plano é aumentar a capacidade de gestão com fundos de maior valor agregado. Em outra frente, a casa planeja se projetar para fora da sua rede bancária e ofertar alguns de seus fundos por meio de distribuidores externos.

As estimativas para o crescimento da divisão de gestão de recursos de terceiros neste ano estão entre 7% e 12%. Isso significa que em algum momento neste ano, a BB DTVM vai ultrapassar a simbólica marca do R$ 1 trilhão, uma cifra e tanto. Pelos números apresentados na semana passada junto com as demonstrações financeiras da instituição, no primeiro trimestre a gestora teve um incremento de 4,4% no seu patrimônio.

Independentemente dos estudos dentro do governo para dar um novo destino para a BB DTVM — que cogita a venda da gestora ou a listagem da empresa na bolsa, a exemplo da BB Seguridade —, André diz que seu mandato é tocar o negócio da melhor maneira possível e continuar gerando valor para o BB.

“Essas eventuais discussões relacionadas a qualquer movimento mais estratégico envolvem o conselho diretor do BB e da BB DTVM. Se necessário, vamos ser chamados para contribuir, mas não tem nada definido até agora”, diz. “Para a indústria de fundos como um todo, receitas de prestação de serviços são um componente importante do resultado. Essa é uma receita que não consome capital.”

Aos 55 anos, André é o tipo de executivo que pode ser chamado de “prata da casa”. Ingressou no Banco do Brasil há mais de três décadas na agência Cinelândia, no centro do Rio. Antes de chegar à BB Securities em 2000, trabalhou em diversas áreas do BB, incluindo a diretoria de finanças, mercado de capitais, negócios Internacionais e a própria BB DTVM (entre 1992 e 2000).

Essa segunda passagem começou em 2009, como diretor de gestão de fundos. Passou a acumular o cargo de executivo-chefe em dezembro, com a aposentadoria de Paulo Ricci, sendo confirmado no posto, já na gestão do novo presidente do BB, Rubem Novaes, em fevereiro.

Junto com André, uma nova diretoria assumiu em fevereiro. Marcelo Marques Pacheco, que era gerente executivo de fundos multimercados e offshore, passou a ser o novo diretor de gestão de ativos; Aroldo Salgado de Medeiros Filho, o novo diretor comercial de produtos, enquanto João Vagnes de Moura Silva permaneceu como diretor de administração de fundos e gestão da empresa.

Linha de defesa

No comando da gestora, uma das linhas de defesa de André, num mercado em que vê em rápida transformação, é rechear a grade com estratégias ativas, com potencial de trazer retornos acima dos referenciais de mercado, como o CDI (que acompanha o desempenho da taxa Selic) ou o Ibovespa (principal indicador da bolsa brasileira) — e com mais risco também.

Multimercados de crédito privado, fundos que combinam a gestão de ativos locais com a alocação no exterior e a estratégia “long-biased” — que calibra a exposição em ações conforme o cenário — são exemplos que começaram a ser testados ao longo do ano passado. Com volatilidade média de 6% (a estimativa de quanto a carteira pode ganhar ou perder num único dia), os novos fundos atraíram cerca R$ 300 milhões, nos últimos dez meses, calcula o executivo.

Na área de renda variável, a BB DTVM tem pensado em fundos setoriais e temáticos. Um deles, lançado em setembro, para os clientes afortunados do private banking e da segmentação de alta renda, tem como foco empresas que valorizam a equidade de gênero em posições de comando. A carteira faz um mix entre ações de companhias brasileiras e estrangeiras que sejam signatárias dos princípios de empoderamento feminino da Organização das Nações Unidas (ONU). De lá para cá, o portfólio atraiu cerca de R$ 170 milhões.

Comparativamente ao gigantismo da BB DTVM, os multimercados, com R$ 18,6 bilhões, ainda representam uma pequena fração da gestora. Os fundos de ações, por sua vez, reuniam R$ 51,7 bilhões ao fim de março.
“O mercado, de fato, passou por uma revolução e o ponto fundamental, talvez o principal catalisador da indústria de fundos, tenha sido a mudança da taxa básica de juros. Caminhamos para mais de dois anos de juros no menor patamar histórico. Isso vem contribuindo para a mudança de mix da indústria de investimentos, e em especial para a de fundos”, resume André.

As carteiras de renda fixa representam a maior parte do bolo da BB DTTVM, com mais de R$ 600 bilhões. Questionado se a ideia é dar um maior equilíbrio à composição do mix sob gestão, o executivo diz que o importante é estar preparado para essa transição que o investidor brasileiro, de todos os portes, tem feito, em busca de maior diversificação.

Com a Selic em dois dígitos, não havia razão para sair da zona de conforto das aplicações atreladas a juros de mercado. Agora, com a taxa básica da economia em 6,5% ao ano, e com chances de se manter nesse patamar, a história muda de figura.

Concorrência dentro de casa

Paralelamente, o BB, num trabalho conjunto com a BB DTVM, vem abrindo a sua plataforma para fundos de terceiros para a segmentação Estilo, com renda mensal a partir de R$ 10 mil.

Começou em julho do ano passado com gestoras especializadas em multimercados, como Bahia Asset, Gávea e SPX Capital, ampliando a lista em maio último com Truxt Investimentos e Adam Capital. André diz que esse é um movimento natural do banco, que há anos tinha o chamado modelo de arquitetura aberta restrito ao private banking.

A intenção, agora, é fazer a mão contrária e oferecer fundos de gestão da BB DTVM em plataformas de investimentos externas, caminho que já começou a ser testados por concorrentes como Itaú e Bradesco. O executivo diz que a casa ainda não bateu o martelo de que fundos podem ser oferecidos da porta para fora, mas que tem uma lista de candidatos em avaliação.

“A ideia é ter produtos que, na prática, representem soluções diferenciadas numa relação risco/retorno em relação à média do que as plataformas oferecem”, resume. “É um exercício interessante identificar onde nos diferenciamos de casas independentes, talvez duas a quatro estratégias dentro de uma gama enorme e avaliar quais têm chances de se destacar”, afirma André.

A pré-seleção inclui de multimercados a fundos de ações e de renda fixa, “produtos com algum valor agregado e boa consistência de retornos”.

Na avaliação do executivo da BB DTVM, olhando anos à frente, a diferença entre as diversas plataformas acessadas pelo investidor não vai estar na grade e sim na experiência que o setor vai entregar para o aplicador. Para ele, o casamento da abordagem digital com a assessoria financeira, para, de fato, dar o melhor aconselhamento para o investidor, é que vão pesar nas escolhas.

Questionado se haveria alguma mobilização na instituição para baratear fundos com altas taxas de administração, ele diz que à medida que percebe perda de competitividade, a gestora cria produtos com custos melhores.

“A tendência é que estratégias tradicionais tenham alguma compressão de taxas. Não vai ser do dia para noite, vai ser um movimento gradativo”, afirma André. “A gente procura lançar soluções que sejam boas alternativas para produtos menos competitivos na grade.”

Fonte: Valor Investe

Banco do Brasil lança dois novos fundos multimercados espelho

Publicado em: 08/05/2019


O Banco do Brasil ampliou o seu portfólio de investimentos em abril, com mais dois fundos: o BB Espelho Multimercado Truxt I Macro Estilo e o BB Espelho Adam Macro Estilo. Desta forma, o BB mantém o seu compromisso de disponibilizar soluções completas, isentas e personalizadas, como mais uma alternativa de diversificação para os clientes, oferecendo estratégias de gestores renomados do mercado e selecionados pela BB DTVM.

Este movimento foi iniciado em julho do ano passado, com o lançamento dos primeiros fundos espelho para o segmento Estilo. A gerente geral de investimentos e captação do BB, Luciane Effting, reforça a importância da diversificação no cenário econômico atual, de juros baixos, na busca por melhores rentabilidades.

“Estes fundos vêm em linha com nosso objetivo de oferecer um amplo portfólio de soluções de investimento para que o investidor, de acordo com o seu perfil, possa diversificar a sua carteira de forma eficiente”. O Adam Macro está disponível apenas aos clientes do Banco do Brasil.

Fonte: Jornal DCI