Fraudes contra clientes de bancos crescem 165% em 2021

Publicado em: 05/11/2021

Os golpes contra clientes de bancos cresceram 165% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2020, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Os golpes que mais aumentaram foram aqueles chamados de “engenharia social”, em que a vítima é manipulada e levada a fazer ações em benefício dos criminosos.

O crescimento ocorre, entretanto, em um contexto em que o celular já responde por mais da metade das transações bancárias. Segundo a Febraban, os aplicativos para telefone móvel foram usados em 51% das transações em 2020. Em 2016, o percentual era de 28%. De acordo com a federação, a pandemia aumentou a importância desses aparelhos, que passaram a ser usados por pessoas que antes sequer tinham conta em banco.

Esse público, com pouca intimidade com o funcionamento do sistema bancário e com a segurança digital, é o alvo preferencial dos grupos de criminosos, diz a entidade. Os golpistas tendem a se aproveitar da falta das informação das vítimas para induzi-las a fazer depósitos e transferências, o que é mais fácil do que burlar os sistemas de segurança dos aplicativos e sistemas dos bancos.

Golpes

O chamado golpe do falso funcionário cresceu 62% no primeiro semestre deste ano. Nessa modalidade, o criminoso liga para a vítima e se faz passar por funcionário de uma instituição com a qual a pessoa tem relação. O golpista informa a vítima sobre supostos problemas de segurança, como a conta invadida ou clonada, para conseguir dados pessoais e financeiros. Durante a ligação, o criminoso pede ainda que a vítima digite a senha do cartão. Com essas informações, ele pode fazer retiradas de contas da vítima.

O golpe do falso motoboy funciona de forma semelhante. O golpista liga para a vítima passando-se por funcionário do banco e diz que o cartão foi fraudado, pede a senha e instrui a pessoa a cortar o cartão. No entanto, o chip fica preservado. Um suposto funcionário do banco vai à residência da pessoa sob o pretexto de retirar o cartão para que um novo seja emitido. Com a senha e o chip, os golpistas podem sacar dinheiro e fazer transações em nome da vítima.

Nesse tipo de situação, alerta a Febraban, os golpistas tentam provocar medo na vítima para que ela aja por impulso e siga as instruções dos criminosos. Por isso, é importante lembrar que, em nenhum contato real de bancos, serão solicitados senhas, números de cartão ou será pedido para fazer transferências. Em caso de dúvida, o cliente deve desligar e telefonar por conta própria para os canais de atendimento informados no verso do cartão bancário.

As tentativas de golpe do tipo phishing cresceram 26%. Nessa modalidade de fraude, são enviados e-mails ou mensagens por WhatsApp na tentativa de obter dados ou induzir as pessoas a clicar em páginas falsas de bancos. Por isso, os clientes devem sempre desconfiar de ofertas não solicitadas ou descontos muito acima do esperado, além de verificar com cuidado os endereços de e-mail e das páginas nesse tipo de mensagem que, muitas vezes, tentam simular com troca de letras ou domínios do exterior as páginas oficiais dos bancos.

Há ainda as fraudes com empréstimos e venda de produtos com condições aparentemente muito vantajosas. Os criminosos, então, induzem o senso de urgência nas vítimas para que façam depósitos sob o pretexto de não perderem a oportunidade das ofertas. A Febraban alerta que nenhuma modalidade de empréstimo solicita pagamentos antecipados. No caso de compras, é importante fazer em páginas seguras e certificadas.

A Febraban afirma que os bancos investem R$ 2,5 bilhões por ano em segurança digital. Porém, em casos em que as vítimas fazem os depósitos ou entregam informações para os criminosos, o entendimento dos bancos é que a fraude não envolveu o sistema, por isso, não há chance de ressarcimento.

Fonte: Agência Brasil

Prefeitos questionam BB sobre golpes em contas e pedem ressarcimento

Publicado em: 06/02/2020

Em busca de uma solução para prefeituras que sofreram golpes bancários e enfrentam dificuldades sem o dinheiro para honrar pagamentos, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) acompanhou prefeitos de Santa Catarina em reunião com representantes do Banco do Brasil na tarde desta terça-feira, 4 de fevereiro. Os gestores municipais solicitam o ressarcimento de valores indevidamente retirados das contas municipais.

No total, segundo a instituição financeira, 32 prefeituras registram esse tipo de problema e todos os casos foram averiguados. Parte do dinheiro foi resgatado e devolvido aos Entes locais – isso ocorre quando é possível rastrear o recurso e recuperá-lo antes que os criminosos saquem ou paguem títulos, por exemplo. No entanto, um montante significativo não foi recuperado nem ressarcido. Por isso, os gestores municipais cobram um posicionamento do banco.

Prefeito de Planalto Alegre (SC), Juares Bet afirmou que as informações apresentadas até agora foram insuficientes e que os valores levados são de cerca de R$ 700 mil. “Nem mesmo transferências entre contas do Bancos do Brasil foram estornadas. A gerente informou que estornaria em 15 dias. Levaram o investimento que teria para o ano. Estamos com muitas dificuldades nas contas”, relatou.

Em Guatambu (SC), a prefeitura recuperou R$ 132 mil de mais de R$ 600 mil que foram roubados, segundo o prefeito, Luiz Clóvis Dal Piva. “Dispararam mais de dez pagamentos em questões de segundos, todos para pessoas físicas. E, na prefeitura, não tem o procedimento de fazer pagamento para CPF. Poderia ter no sistema algo que impedisse isso”, opinou.

No Município de Ipuaçu, o prefeito em exercício, Nelson Brisola, disse que cerca de R$ 600 mil foram devolvidos às contas, mas que a quantia retirada era de R$ 1 milhão.

Os representantes do Banco do Brasil afirmaram que vão averiguar as situações relatadas pelos prefeitos e se disponibilizaram a explicar individualmente a avaliação de cada caso – ou seja, o que foi identificado na apuração interna. Eles ponderaram, porém, que, em muitos casos, há o uso de engenharia social nos golpes. Os criminosos, geralmente por telefone ou links falsos, conseguem pegar informações e, com isso, ter acesso às contas. Nesses casos, a instituição alega que não pode ressarcir valores. Isto só corre, ainda segundo o banco, se encontram alguma falha ou fragilidade no sistema.

Por se tratar de conduta criminosa, os prefeitos registraram boletins de ocorrência assim que o golpe ocorreu. O banco também os incentivou a buscar o apoio dos governos estaduais e do Legislativo do Estado em busca de investigação.

Fonte: Confederação Nacional dos Municípios