“Fiquei por fora desse episódio”, diz Guedes sobre crise entre BB e Febraban

Publicado em: 10/09/2021

O ministro da Economia, Paulo Guedes, alegou nesta sexta-feira, 3, que não se envolveu na crise entre os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil – e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Após a entidade apoiar manifesto da Fiesp pela democracia, os dois bancos controlados pelo governo ameaçaram de desfiliar da instituição da qual são membros fundadores. “Fiquei muito fora desse episódio, só fiquei sabendo sexta-feira passada”, afirmou o ministro.

“Fui comunicado por alguém do governo que me disse que estavam tentando fazer um movimento do qual um banco público não deveria participar. Um presidente de banco público disse que não poderia assinar documento que atacava o governo federal, que é dono do banco”, completou, em participação no “Scoop Day”, organizado pelo TradersClub (TC).

“Outro empresário me ligou e disse que abria mão do movimento, porque ele estava sendo desvirtuado. O documento pedia moderação a todos os Poderes”.

O ministro relatou que a Febraban entrou em contato com ele para dizer que não queria atacar ninguém, mas sim pacificar. “Então aparentemente, saiu o documento para pacificar e os bancos públicos parece que disseram que não vão sair da Febraban, então parece ter amansado tudo, é o que eu espero”, avaliou.

Recentemente, Paulo Guedes foi criticado em análise realizada pelo economista Eduardo Giannetti, professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), diante da política fiscal e dos impulsos populistas do governo frente às eleições presidenciais de 2022.

A opinião de Giannetti causou polêmica no Instagram do Seu Dinheiro. No perfil da rede social, nossa equipe leva ao público análises macroeconômicas, análises de investimentos, oportunidades da bolsa de valores, insights do mercado financeiro e notícias relevantes para o seu patrimônio (aproveite para nos seguir neste link). Confira abaixo as falas de Giannetti sobre Paulo Guedes:

Entenda o conflito com a Febraban

Voltando ao assunto, a indisposição dos bancos com a Febraban começou após um manifesto que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com o pedido de harmonia entre os três Poderes. A Febraban é signatária do documento.

A princípio, o entendimento do Banco do Brasil era de que a instituição que representa o setor no País, é privada e está se posicionando de forma política, o que ambos, controlados pelo governo, discordam.

O Banco do Brasil disse acreditar que “o episódio poderá, ao final, contribuir para reforçar mecanismos internos na Federação que favoreçam o diálogo e reforcem o papel da Febraban como importante agente de desenvolvimento do País”. Embora o Banco do Brasil seja de controle estatal, a instituição tem ações listadas na bolsa de valores (BBAS3).

Protestos de 7 de setembro

Ainda no evento do TradersClub, Paulo Guedes disse acreditar que não haverá confusões nas ruas na próxima terça-feira (7). “Tenho certeza que presidente Jair Bolsonaro está fazendo celebração ao 7 de setembro e ponto, pacífica. Com o passado militar dele, o amor à bandeira e à nação. Até hoje, todas as celebrações que eu vi foram de muita gente de verde e amarelo, sem confusão, imagino isso”, acrescentou.

“Reafirmo minha confiança de que são movimentações pacíficas, a celebração de independência. Um dia depois da celebração, todas as instituições estarão trabalhando de novo”, concluiu.

Fonte: Seu Dinheiro

 

Operação com o BB pode dar lucro de R$ 1,7 bi a banco fundado por Guedes

Publicado em: 10/09/2020

A operação que em julho cedeu uma carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões do Banco do Brasil ao BTG Pactual, instituição fundada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pode dar um lucro ao comprador de R$ 1,7 bilhão. A informação foi revelada em reportagem desta quarta-feira 8 pela Revista Fórum (confira aqui). Segundo uma fonte do mercado ouvida pela publicação que avaliou o histórico da carteira, vendida ao BTG por parcos R$ 371 milhões, esta última tem potencial de recuperação de 70%. “Além disso, a maior parte dela é composta por financiamentos imobiliários, ou seja, em caso de inadimplência, imóveis podem ser tomados para quitar os empréstimos”, diz a matéria.

Ainda de acordo com a fonte, “esses créditos imobiliários foram tomados por ex-funcionários do próprio BB, que deixaram o banco em PDVs nos anos 1990 e 2000”. “Se a avaliação de 70% de recuperação feita por essa fonte se concretizar, o BTG vai receber R$ 2,03 bilhões ao final, ou R$ 1,659 bilhão a mais do que pagou pela carteira”, explica a publicação.

João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), lembra que a entidade tem feito uma série de matérias desde o anúncio da operação pelo Banco do Brasil, e que a transação contestada também na Câmara por deputados da oposição, entre eles Glauber Braga (PSOL-RJ), que, entre outras medidas cabíveis, irá solicitar o cancelamento da operação.

O dirigente insiste que a operação carece de transparência e esclarecimentos por parte do BB e do governo Bolsonaro. “A denúncia da Revista Fórum deixa o negócio, que já era suspeito, ainda mais questionável. Temos denunciado nos nossos canais essa operação que teve um deságio de 90% e beneficiou justamente o banco fundado pelo Paulo Guedes, em mais uma investida privatista e de ataque ao Banco do Brasil deste governo”, enfatiza Fukunaga.

A pergunta que fica: por que o próprio BB, por meio da Ativos S.A., empresa do seu próprio conglomerado, não fez a recuperação desses créditos? Cadê a transparência da operação, que, em nota, o próprio BB diz ter sido ‘piloto de um modelo de negócios’ do banco?”, indaga Getúlio Maciel, dirigente sindical e representante da CEBB pela Fetec-CUT/SP.

A mesma fonte do mercado financeiro revelou à Revista Fórum que o BTG está de olho em outras duas carteiras de crédito do BB, de cerca de R$ 1,6 bilhão cada, que atualmente estão sob os ativos da Previ, o fundo de previdência dos funcionários da instituição.

À Revista Fórum, o Banco do Brasil, em nota, informou que “os créditos cedidos referem-se a operações que estavam inadimplentes, em média, há mais de seis anos. Do total, 98% já estava lançado em prejuízo e os 2% restantes contavam com provisões”.

O BTG Pactual, à mesma publicação, enviou a seguinte resposta: “Conforme já esclarecido pelo próprio Banco do Brasil em comunicado do dia 1º/7/2020, o BTG Pactual reforça que a aquisição da carteira de créditos inadimplentes mencionada pela reportagem se deu regularmente via processo de concorrência, no qual o BTG Pactual disputou com outras empresas especializadas neste mercado”. O banco destacou, ainda, que a operação contou com o acompanhamento de consultoria externa.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Governo vai anunciar 3 ou 4 ‘grandes privatizações’ em até dois meses, diz Guedes

Publicado em: 06/08/2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (6) que o governo irá propor, em até 60 dias, a privatização de três ou quatro grandes empresas públicas. “Eu acho que o congresso estará ao nosso lado. O presidente estará nos ajudando com a coordenação politica”, declarou. Porém, Guedes não citou o nome das empresas a ser vendidas. As declarações foram dadas em um evento online promovido pela “Fundación Internacional para la Libertad” (FIL).

Segundo o ministro, as privatizações são uma estratégia para melhorar as contas públicas e o perfil da dívida pública. Esses dois indicadores pioraram por conta dos gastos extraordinários com a pandemia do novo coronavírus. “Temos menos tempo, perdemos um ano em termos de espaço fiscal, mas ganhamos milhões de vidas, a economia continuou com os sinais vitais preservados. Então, estou dizendo que o Brasil vai surpreender o mundo de novo. No ano passado, passamos uma reforma difícil [Previdência] e vamos surpreender neste ano, porque estávamos votando as propostas”, declarou o ministro.

Questionado sobre a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) prevista para 2021, Guedes estimou uma alta de 3% a 3,5% no período. O mercado financeiro estima uma expansão de 3,5% para a economia brasileira no próximo ano.

“Mas não gosto de previsões. O que podemos fazer é atuar como um bom jardineiro. Só podemos cuidar do jardim e esperar que as borboletas venham. Acho que o Brasil vai voltar logo, talvez mais cedo o que muitos países avançados”, afirmou.

O ministro da Economia disse que o Brasil vai “surpreender o mundo de novo” e lembrou que, no ano passado, foi aprovada a reforma da Previdência Social. “O Congresso é pré-reformas e nos dará apoio. Estou otimista com o que acontecerá neste ano”, declarou.

Guedes informou que o governo buscará aprovar no Congresso, em até duas semanas, o marco legal do gás natural. De acordo com o ministro, as novas regras promoverão “choque de energia barata” na economia brasileira.

Ele voltou a dizer que não haverá um aumento do nível geral de impostos com a reforma tributária, mas que podem haver substituições. “Se uma taxa aparece, é para substituir outra”, declarou. O ministro acrescento que, se a reforma provocar um aumento da arrecadação acima do previsto, as alíquotas serão posteriormente reduzidas.

Segundo o ministro da Economia, impostos sobre a folha de salários são uma “arma de destruição de empregos” e são a “taxa mais estúpida que pode haver no mundo”. A área econômica tem defendido um imposto sobre pagamentos eletrônicos para conseguir reduzir a tributação sobre a folha de pagamentos.

Fonte: G1

Conjuntura e salário ‘baixo’ fazem executivos recusarem presidência do BB

Publicado em: 31/07/2020

Para além do “baixo salário” de R$ 68,8 mil, que pode até dobrar com parte da renda variável, as recusas de altos executivos do setor privado ao convite do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente Jair Bolsonaro, para o cargo de presidente do Banco do Brasil, têm causas “mais profundas”, segundo fontes sondadas pelo Correio.

“Ninguém quer, obviamente, baixar tremendamente o que ganha. Mas, às vezes, vale à pena assumir um cargo desse. Melhora o currículo de qualquer um, sem dúvida. No entanto, dá para fazer pouco em uma conjuntura que se tem que lidar com brigas de egos e quedas de braço constantes entre Executivo, Legislativo e Judiciário”, apontou um executivo.

Sem citar nomes, outra fonte lembrou que “abrir mão de milhões” tem um preço que nem sempre é o próprio dinheiro. “Nem sempre o que pesa é a grana. Enfim, por mais que se odeie minorias, isso não pode ser divulgado, assim, dessa forma. Não se fala isso publicamente. Não se ofende ou despreza pessoas que sustentam o dia a dia do setor público. Além das questões técnicas, as próprias famílias pedem aos sondados que tenham cuidado e não aceitem o convite”, destacou.

Os milhões que os muitos bem remunerados citaram são significativos. Funcionário de um dos maiores bancos do país lembrou a última pesquisa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), divulgada em 2019. Segundo os dados, citou, em 2018, entre os presidentes das principais companhias que mais embolsavam salários e bônus, o diretor-presidente do Itaú-Unibanco encabeçava a lista, com ganhos anuais de R$ 46,880 milhões, o equivalente a R$ 4 milhões por mês.

Em seguida vinham os diretores-presidentes do Santander (R$ 43,068 milhões anuais), da Bolsa de Valores (B3, R$ 37,849 milhões), da Suzano Papel e Celulose (R$ 28,221 milhões), o presidente do Conselho da Administração do Bradesco (R$ 27,684 milhões). Na relação da CVM, segundo a fonte, não aparecem os nomes dos donos dessas pequenas fortunas, somente os valores. “Mas quem ganha mais, obviamente, são os presidentes”, reiterou.

Mais cotados

De ontem para hoje, o nome de Conrado Engel, ex-presidente do HSBC e ex-vice-presidente do conselho de administração do Santander, ganhou força nas apostas. Mateus Bandeira, ex-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo partido Novo e alinhado a Bolsonaro, também teria sido contatado pela equipe de Guedes. Outros candidatos que não aceitaram teriam sido o diretor de estratégia digital do BV, antigo banco Votorantim, Guilherme Horn, e o CEO e fundador da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo. E, por fim, surgiu com grande força o nome de André Brandão, ex-presidente do HSBC Brasil.

Mas, segundo as principais notícias, continuam no páreo como possível solução doméstica caso Guedes não consiga convencer os homens de mercado Hélio Magalhães, presidente do conselho de administração do BB, Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, e Walter Malieni, vice-presidente de negócios de atacado do BB. Além de Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores, ou Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente corporativo do BB.

A despedida

Rubens Novaes sai da presidência do Banco do Brasil com mais críticas aos supostos hábitos de corrupção e compadrio na capital federal. Ele já tinha tocado no assunto, mas ao colunista Mervall Pereira disse que “tem muita gente de rabo preso trocando proteção”. Essa política condenável, afirmou, teria começado com Fernando Henrique Cardoso e piorado durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT).

Ele critica, ainda, a decisão do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de conta da União (TCU), por ter proibido propaganda do BB – para impedir repasse de verba pública para sites conhecidos por divulgar notícias falsas. “Um dos maiores absurdos na administração federal”, afirmou. Cita o presidente do PTB, Roberto Jefferson, como “o melhor cronista dos bastidores planaltinos”.

Fonte: Correio Braziliense

Guedes busca nome ligado ao mercado para presidir Banco do Brasil

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A despeito de não descartar uma solução caseira para a presidência do Banco do Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende buscar alguém de mercado para substituir Rubem Novaes, que deixará o cargo em agosto, e, com isso, mostrar que continua com prestígio no setor privado. Guedes está incomodado com a debandada de integrantes de sua equipe e quer resolver o imbróglio do BB o mais rapidamente possível. O ministro tem o aval do presidente Jair Bolsonaro.

No mercado, as reações à saída de Novaes foram divergentes. A unanimidade é que, seja qual for o escolhido, será um nome com conhecimento técnico — o que não descarta, totalmente, uma indicação política para o cargo.

O economista Cesar Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do DF, disse que a ideia do governo é “acomodar a questão política de cargos com o centrão”. “Deve ser alguém com condições de intermediar os desejos de privatização de Guedes e a resistência a se desfazer de tudo, de Bolsonaro”, afirmou.

Novaes não tinha perfil político, mas era perfeitamente capaz de levar a cabo os projetos de desinvestimento e as operações do banco digital, assinala Bergo. “Prova disso é a expectativa de resultados bastante positivos do BB nessa temporada de balanços do segundo trimestre. Como é amigo do ministro e do presidente, Novaes — fritado em banha quente pelos chegados do Planalto — preferiu sair antes que fosse tarde. Mas com a consciência de que o BB sempre foi uma boa moeda de troca”, reforça Bergo.

Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, tem opinião diferente. Rubem Novaes é que era, na análise de Vieira, de certa forma, uma indicação política. Tinha ligação com a ala olavista (dos seguidores do guru Olavo de Carvalho) do governo. “Por isso, não creio que a saída dele abra espaço para o centrão, o qual não tem nenhum interesse em profissionais de alto nível que não sentem na cadeira para beneficiar A, B ou C.”

O que o mercado não deseja, diz Vieira, “é o retorno à velha política de presidencialismo de coalizão”. “Nesse quadro, acho que Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração do BB, é o mais indicado para sentar sem traumas na cadeira de Novaes. Os outros que vêm sendo citados pela mídia também são bons”, reitera Jason Vieira.

Guedes, no entanto, já descartou Hélio Magalhães, porque o considera estratégico na função em que está hoje. Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, de tudo o que vem sendo ventilado, pouca coisa é consistente. “A única conversa que faz sentido é de que a mudança não significa enfraquecimento de Paulo Guedes. Pelo contrário”, afirma.

Quem assumir o comando do Banco do Brasil terá as demandas do governo. Novaes sai em meio a críticas do Planalto de que não teria entendido a missão do BB diante da mais grave recessão da história do país, mesmo diversas vezes cobrado para incentivar a liberação de empréstimos e financiamentos.

Se Guedes lançar mão da saída caseira, entre os principais cotados estão os vices-presidentes Carlos Hamilton (Gestão Financeira e Relações com Investidores), Walter Malieni (Negócios de Atacado), Carlos Motta (Varejo) e Mauro Ribeiro Neto (Corporativo).

Banqueiros estranham a demora

O zunzunzum está grande entre os principais banqueiros do país diante da demora do governo em nomear o novo presidente do Banco do Brasil. A percepção que começa a ganhar força entre eles é a de que está havendo um embate entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Palácio do Planalto na definição do sucessor de Rubem Novaes.

As leituras são muitas entre os banqueiros. Para eles, como a saída de Novaes da presidência do BB vinha sendo negociada desde junho, conforme o próprio executivo anunciou, era mais do que natural que Guedes já tivesse um nome para o comando da maior instituição financeira pública. Ou seja, não houve surpresa para o ministro na renúncia de Novaes anunciada há uma semana (24 de julho).

Como referência, citam o caso de Mansueto Almeida, que deixou, de forma negociada, a Secretaria do Tesouro Nacional e, no mesmo dia, foi anunciado o nome de seu sucessor justamente para sinalizar a continuidade no manejo das contas públicas. Segundo os banqueiros, seria importante que, no caso de Novaes, também com a saída já aventada, Guedes já tivesse um sucessor nas mangas.

Embates políticos pelo comando

Para os banqueiros, ante a demora para a escolha do presidente do Banco do Brasil, deve-se questionar: cadê a força de Guedes no mercado? Esperava-se que, diante de um convite do ministro, muitos se colocassem à disposição para ajudá-lo. Mas a impressão que se tem é a de que está havendo negativas. E isso está abrindo embates políticos pelo comando do BB no Planalto sem que o presidente Jair Bolsonaro faça uma intervenção.

Os mesmos banqueiros reconhecem que, se tivesse optado logo por uma solução caseira, puxando para a presidência um dos vice-presidentes do BB, além de ter excelentes nomes, Guedes não estaria passando por questionamentos sobre a dificuldade em encontrar o substituto de Rubem Novaes.

Um dos banqueiros ressalta que, num governo que tem um ministro interino no meio da mais grave pandemia em 100 anos, muitos podem achar natural a demora para a nomeação do novo presidente do Banco do Brasil. Mas quem acompanha esse tema de perto acredita que há algo muito estranho no ar.

Fonte: Correio Braziliense

Reforma tributária: os impactos para bancos se a proposta de Guedes for aprovada

Publicado em: 27/07/2020

A proposta de reforma tributária, apresentada pelo ministro da Economia Paulo Guedes na última terça-feira (21), segue gerando repercussão no mercado, inclusive com críticas de diversos setores, principalmente sobre aumento de carga de impostos.

Ainda que tenha que pagar uma menor alíquota em relação a outros setores, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirmou na tarde de quarta-feira (22) que a carga tributária sobre o setor financeira será ainda maior caso seja aprovada a proposta encaminhada pelo governo que unifica PIS/Cofins em um único tributo.

Pelo texto apresentado ao Congresso, a chamada Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) das instituições financeiras terá alíquota de 5,8%, ante os 4,65% pagos atualmente pelo setor nos dois tributos – ou uma alta de 24,4%. A alíquota de outros setores ficou em 12%.

Segundo a Febraban, o Brasil é um dos poucos países que tributam a intermediação financeira. “Ainda serão mantidos a mesma base de cálculo e o regime cumulativo, enquanto os demais setores poderão se creditar amplamente no novo modelo não cumulativo”, diz a nota. Isso porque, diferentemente da indústria, o setor de serviços não tem muitas etapas de produção e é formado basicamente por mão de obra. Por isso, não tem espaço para abater os impostos em fases anteriores da produção.

De acordo com a Febraban, o aumento na alíquota levará a um aumento da carga de tributos no spread bancário de 19,3% para 20,3%.

Além disso, outra crítica é sobre a alíquota de 45% incidente sobre a renda bancária. “A alíquota sobre a renda dos bancos é a maior do mundo (45%), considerando os chamados tributos corporativos, quando se soma a alíquota de 20% da CSLL aos 25% de Imposto de Renda (IRPJ), o que afeta diretamente a competitividade do setor e leva a concentração, pois afasta possíveis entrantes no setor”, destacou a entidade.

Em relatório, o banco suíço UBS estima um pagamento de R$ 6 bilhões a mais de impostos pelas instituições financeiras tendo como base os números de 2019, quando elas pagaram R$ 24 bilhões em PIS/Cofins – R$ 20 bilhões pagos pelos cinco maiores bancos do país.

A projeção é de um impacto de R$ 1,3 bilhão para o Bradesco (BBDC3;BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) – ou de 3,2% no lucro- além de R$ 800 mil para o Santander Brasil (SANB11) – ou de 3,8%.

O Credit Suisse, por sua vez, avalia que o impacto médio no lucro dos bancos será de 3,9% em 2021 e, no longo prazo, de até 2,8%. Eles ponderam que este seria o pior cenário possível, pois não se assumiria nenhum mecanismo de compensação, sendo um cenário bastante conservador.

Os analistas do UBS ainda apontam que os próximos passos da reforma tributária podem causar ainda mais aumento de impostos para os bancos, incluindo a implantação de impostos sobre dividendos e aumento adicional da alíquota estatutária.

Contudo, de acordo com a perspectiva do banco, grande parte do risco já está precificado. Cabe destacar que, mesmo após a aprovação do texto, a nova carga de imposto demorará seis meses para entrar em vigor.

Os analistas do UBS destacam preferência pela ação da Bradesco, que possui recomendação de compra junto com o Itaú. Para o Santander, o UBS segue com a recomendação neutra.

Eles avaliam que há uma série de fatores que pode impactar o desempenho das companhias financeiras da América Latina, como o cenário econômico local, mudanças nas taxas de juros, cenário de concorrência e mudanças regulatórias.

Fonte: Info Money

A guerra entre os presidentes do BB e Caixa por protagonismo no governo

Publicado em: 16/07/2020

Integrantes do Ministério da Economia estão acompanhando, com lupa, a guerra aberta entre os presidentes da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e do Banco do Brasil, Rubem Novaes, por protagonismo no governo.

Para agradar aos chefes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e presidente Jair Bolsonaro, eles entraram numa disputa para ver quem consegue liberar mais dinheiro por meio do Pronampe, linha de crédito voltada às micro e pequenas empresas. Se o BB anuncia que emprestou mais do que a Caixa, o banco comandado por Guimarães trata de apresentar números melhores. E vice-versa.

A disputa, ressalte-se, começou com Rubem Novaes, cuja lentidão para emprestar recursos a empresas nesses tempos de pandemia da covid-19 foi motivo de crítica dentro do governo. Para mostrar serviço, o presidente do BB assumiu como missão pessoal superar a Caixa em empréstimos por meio do Pronampe, justamente a linha de crédito do governo que mais recebe queixas por parte de empresários.

Novaes ressente-se de sucesso de Guimarães

Novaes ressente-se do espaço ocupado por Guimarães. A Caixa ganhou enorme visibilidade ao criar um sistema em tempo recorde para pagar o auxílio emergencial de R$ 600. Se Guedes e Bolsonaro já elogiavam o presidente da Caixa, as demonstrações de satisfação dos chefes aumentaram.

O presidente do Banco do Brasil passou, então, a obrigar sua assessoria a mostrar que ele também está trabalhando. E que, particularmente, no caso do Pronampe, está mais ativo do que a Caixa.

Na quinta-feira (09/07), o BB informou que havia esgotado seu limite na linha de crédito dentro do Pronampe, de quase R$ 5 bilhões. Até aquele momento, a Caixa havia liberado R$ 3,7 bilhões. Nesta segunda (13/09), a Caixa disse que havia atingindo o saldo de R$ 4,24 bilhões.

“Sabemos que tem muita vaidade nessa disputa. Mas, por outro lado, a guerra para ver quem empresta mais faz com que o dinheiro disponibilizado pelo governo — R$ 15,9 bilhões — chegue mais rápido a quem precisa. É a vaidade superando a burocracia”, diz um integrante do Ministério da Economia.

Fonte: Blog Correio Braziliense

Oposição cobra Guedes sobre venda de carteira de créditos do BB a BTG Pactual

Publicado em:

O líder do PT na Câmara, Enio Verri, enviou um pedido de informações a Paulo Guedes para que o ministro explique a venda de carteira de créditos do Banco do Brasil a um fundo administrado pelo BTG Pactual. O valor da carteira é de R$ 2,9 bilhões e o impacto financeiro será de R$ 371 milhões. Foi a primeira vez que o Branco do Brasil fez a transação com uma empresa fora de seu conglomerado.

No requerimento, Verri pede “dados, análises e maiores detalhamentos pertinentes à cessão realizada a fim de que se possa aferir a regularidade de sua ocorrência, a observância de requisitos de boa governança e, principalmente, o atendimento ao interesse coletivo”.

O deputado questiona se a carteira foi oferecida a outros bancos, como o valor foi definido e quais as motivações para a cessão.

Fonte: Época 

Presidente do BB diz que possibilidade de privatização é ‘assunto encerrado’

Publicado em: 12/12/2019

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou nesta terça-feira (10) que é a favor da privatização da instituição financeira, mas acrescentou que o presidente Jair Bolsonaro já se manifestou contrariamente a essa possibilidade e que, por isso, o “assunto está encerrado”.

“Sobre a privatização, o que há, na verdade, é que é uma decisão política. Todos sabem do meu posicionamento. Do posicionamento do ministro Paulo Guedes [da Economia]. Mas o fato é que o presidente [Bolsonaro] já disse que não vai privatizar, e o assunto está encerrado”, disse Novaes, durante audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

Segundo o presidente do BB, mesmo que houvesse uma uma decisão do governo de privatizar o Banco do Brasil, o processo teria de passar, necessariamente, pelo Congresso Nacional, onde há resistências por parte dos parlamentares. “Teria de ser [por meio] de lei”, explicou.

“Se me perguntassem se sou a favor [da privatização], digo que sou. Vai ter privatização? Não, porque o presidente [Bolsonaro] disse que não vai ter e tem de passar pelo Congresso”, concluiu.

Privatizações

Integrantes da equipe econômica do governo Bolsonaro têm dito desde o início do mandato, em janeiro, que privatizações de estatais fazem parte da estratégia para retomada da economia e saneamento das contas públicas.

Algumas empresas devem ficar de fora, como Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras.

Fonte: G1

Caixa devolverá R$ 3 bi ao Tesouro e Guedes fala em ‘despedalada’

Publicado em: 13/06/2019

A Caixa Econômica Federal oficializou nesta quarta-feira, 12, o pagamento de R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional. O montante, que corresponde a uma primeira parcela de uma dívida total de R$ 40,2 bilhões do banco, será usado pelo governo para abater a dívida pública brasileira.

Essa dívida da Caixa com o Tesouro foi feita por meio dos chamados Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD), usados pelo governo da presidente Dilma Rousseff para elevar o volume de recursos em instituições públicas. Hoje, o Tesouro tem a receber de todos os bancos públicos R$ 86,5 bilhões relacionados aos IHCD.

Desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vinha indicando a intenção de acelerar os pagamentos dos bancos ao Tesouro, como forma de “despedalar” a relação com as instituições financeiras. “Vamos resgatar a dívida pública, que aumentou na contabilidade criativa. As pedaladas acabaram levando a impeachment de presidente”, lembrou na quarta-feira Guedes, ao confirmar o pagamento de R$ 3 bilhões da Caixa ao Tesouro. A operação foi antecipada pelo Estadão/Broadcast em maio.

Guedes destacou que, com os recursos da Caixa, o Brasil reduzirá sua dívida – hoje na casa dos R$ 5,48 trilhões pelo critério de dívida bruta (78,8% do PIB). Quanto maior a dívida pública, pior a percepção dos investidores quanto à capacidade de solvência do País.

De acordo com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a instituição devolverá ao Tesouro “o dinheiro que se deve”. “O plano é devolver R$ 20 bilhões este ano”, acrescentou o executivo, em entrevista à imprensa. Os R$ 3 bilhões foram a primeira parcela. Para os R$ 17 bilhões restantes, a Caixa ainda precisa do aval do Banco Central.

Guedes afirmou ainda que, além da Caixa, os demais bancos públicos estão trabalhando para devolver recursos ao Tesouro o quanto antes. Segundo o Ministério da Economia, o BNDES deve ao Tesouro R$ 36,1 bilhões, o Banco do Brasil, R$ 8,1 bilhões; o Banco do Nordeste, R$ 1,0 bilhão; e o Banco da Amazônia, R$ 1,06 bilhão.

“Está todo mundo trabalhando com o mesmo objetivo (de devolver recursos de bancos à União). Todos os bancos que têm instrumento de dívida estão fazendo o dever de casa”, disse Guedes. Na manhã de quarta, antes do anúncio sobre a Caixa, Guedes esteve com Guimarães e com os presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e do BNDES, Joaquim Levy. “Estamos colocando pressão nos bancos de regiões mais ricas, não nos do Nordeste.”

Fonte: Estadão

Ministro Paulo Guedes diz por que os lucros dos bancos são tão altos

Publicado em: 06/06/2019

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 4, que o lucro dos bancos brasileiros é alto porque são só “cinco ou seis” instituições. “Precisamos de competição. Tudo no Brasil é cartelizado, precisamos de competição”, afirmou.

Guedes se exaltou ao responder perguntas do deputado Rui Falcão (PT-SP) sobre investigações contra o ministro relacionadas a fundo de pensão. “Minha experiência foi levantar fundos de investimentos. Sem ofensa, sua experiência é com quem derrubou fundos?”, questionou o ministro.

Guedes respondeu ainda a questionamentos sobre que tipo de privilégios estão sendo cortados com a reforma da Previdência.

“Privilégio é o salário de funcionário do Legislativo ser 20 vezes maior do que a média do INSS. Os senhores políticos vão se aposentar por teto do INSS, o privilégio vai embora”, alfinetou.

Fonte: Infomoney

Bancos não vão gerir regime de capitalização se for aprovado, diz Guedes

Publicado em: 03/04/2019

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que os bancos não serão responsáveis por gerir o regime de capitalização da Previdência, se ele for aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo ele, os fundos de pensão, ou instituições semelhantes, serão os gestores desses recursos.

“Falou-se muito em bancos. O princípio inicial é que não são os bancos que vão gerir esse sistema. Não foram os bancos no Chile, e não serão aqui. Serão os fundos de pensão. Lá fora, houve a desculpa de não deixar banco quebrar, garantir os pagamentos de depositantes menores, porque geria recurso público. E usaram dinheiro de imposto para salvar esses bancos”, disse.

Guedes afirmou que os bancos brasileiros não se esconderão atrás dessa desculpa. Ele afirmou que as indústrias de capitalização e financeira são separadas. “Quem joga em uma liga não joga em outra. Se houver um sistema de capitalização, ele não estará nos bancos”, afirmou.

Fonte: UOL

Para presidente do BB, instituição estaria melhor no setor privado

Publicado em: 21/03/2019

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu nesta sexta-feira, 15, a privatização das principais empresas estatais, incluindo o próprio BB, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras, mas ressaltou que “não se cogita” no governo a desestatização dessas companhias atualmente. Novaes disse que é papel dos economistas liberais do governo Jair Bolsonaro defenderem a privatização dessas estatais.

“O governo, ao longo da história, atrapalhou mais do que ajudou o BB. Minha conclusão é que se o BB fosse privado, ele seria muito mais eficiente, teria melhor retorno e poderia alcançar todos os objetivos que hoje alcança”, afirmou Novaes, em palestra durante o seminário “A Nova Economia Liberal”, na Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio.

Segundo Novaes, nenhum dos objetivos do BB definidos pelo governo, como a atuação no crédito rural, deixaria de ser alcançado caso o banco fosse privatizado. “Estou convencido de que o BB estaria bem melhor e deveria se privatizado. Defendo a privatização da Caixa e o ‘phasing out’ do BNDES”, completou o presidente do BB.

Processo de privatização em andamento

A liberdade para demitir e contratar foi um dos principais pontos explorados por integrantes da equipe econômica do governo ao defender a privatização de grandes empresas estatais, como Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa e BNDES. Os presidentes dos bancos deixaram claro que a estratégia é enxugar quadros e privatizar.

“No BB, por exemplo, me sinto com as mãos atadas e como se tivesse bolas de chumbo na perna. Não tenho a mesma liberdade de contratação e de demissão”, afirmou Novaes. O processo de privatização dos bancos públicos está em pleno andamento, com o desmantelamento da empresa pública e a diminuição do seu papel.

A Caixa, por exemplo, já perdeu 15 mil trabalhadores de 2014 para cá. E, em três anos, o BB demitiu mais de 12.380 funcionários e fechou cerca de 700 agências em todo o país.

“A privatização das estatais beneficia apenas o mercado, que compra as empresas a preços mais baixos que seu real valor. Esse ataque ao patrimônio público resulta em piora da qualidade e redução de cobertura dos serviços, prejudicando clientes e usuários. Em 55 países, constata-se uma reversão das privatizações devido à precarização e encarecimento dos serviços”, explica o diretor do Sindicato Kleytton Morais.

Adoecimento do trabalhador

A facilidade de demissão e de contratação apontada pelos presidentes dos bancos públicos, ao defenderem a privatização das estatais, é rechaçada pelos dirigentes sindicais. “Isso só vai favorecer a sobrecarga de trabalho, o assédio moral e, consequentemente, o adoecimento do bancário e da bancária”, avalia Antonio Abdan, diretor do Sindicato.

“Não tem sentido a redução de empregados, assim como a intenção de privatizar a Caixa. O banco não dá prejuízo aos cofres públicos. Ao contrário, exerce um importante papel para o desenvolvimento socioeconômico do país e é lucrativo”, enfatiza Abdan.

Fim dos concursos públicos

Além de reforçar a intenção de privatizar as empresas públicas, o governo anuncia que vai travar os concursos públicos, decisão que já era prevista. Por ocasião da liberação da terceirização irrestrita de trabalhadores para atividades-fim nas empresas, proposta por Temer, especialistas alertaram que essa medida poderia acabar com os certames e a substituição por terceirizados vai inviabilizar a aposentadoria dos atuais servidores.

“Os concursos serão realizados quando for estritamente necessário. A ideia, por ora, é não ter concurso, e sim trabalhar para a melhoria operacional”, informou à imprensa o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel. Segundo ele, antes de conseguir autorização para abrir novas vagas, os órgãos terão de cumprir 12 etapas de exigências. Entre os requisitos, estará a digitalização de serviços.

Desligamentos

Em 2018, foram fechados 2.929 postos de emprego bancário em todo o país. O saldo é resultado da contratação de 29.392 novos bancários e o desligamento de 32.321. Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal apresentaram os maiores saldos negativos. Apenas em dezembro, os bancos fecharam 1.540 postos de trabalho no país, sendo 1.435 pela Caixa, em função do reeditado Plano de Desligamento Voluntário (PDV).

A análise por Setor de Atividade Econômica (CNAE) revela que a Caixa foi responsável pelo fechamento de 2.493 postos em 2018, enquanto os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, fecharam 607 postos no ano passado. No caso da Caixa, esse saldo é reflexo do PDV de 2017.

Fonte: Infomoney“>Fonte: Infomoney (com Sindicato dos Bancários de Brasília)

Ministro Paulo Guedes defende privatização do BB e Petrobras

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Em evento sobre liberalismo econômico nesta sexta-feira, 15, integrantes da equipe econômica do governo voltaram a defender a privatização de grandes empresas estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, apesar de determinação contrária do governo Jair Bolsonaro.

Em sua palestra, na qual disse que privatizações e venda de ativos são uma das prioridades da gestão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dizer que “no final, vai a (privatização da) Petrobras também, vai o Banco do Brasil”. “Tem que ir tudo”, defendeu.

“Como liberais, somos contrários a empresas estatais. Com exceção do Banco Central, bancos públicos deveriam ser privatizados e o BNDES extinto. A Petrobras também deveria ser privatizada”, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para depois citar refrão dos Rolling Stones que diz “nem sempre se pode ter tudo”.

Também presente, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes defendeu a privatização dos dois maiores bancos estatais, o BB e a Caixa, argumentando que as instituições seriam mais eficientes com gestão privada. “Ao longo da história, o governo mais atrapalhou do que ajudou o Banco do Brasil”, afirmou. “Não vejo nada que não pudesse ser alcançado como prioridade do governo por todo o sistema bancário”, completou o executivo.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que participou da mesma mesa em que estava Novaes, não citou privatização, mas falou em saída de segmentos não prioritários e abertura de capital de subsidiárias. O banco pretende lançar em setembro operação para atrair investidores para a Caixa Seguridade.

O seminário, chamado ‘Nova Economia Liberal’ foi realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio e discutiu a reforma da Previdência, o papel dos bancos públicos e do setor de óleo e gás na nova política econômica brasileira.

Ao convidar Guedes para comandar a área econômica de seu governo, Bolsonaro prometeu carta branca ao economista, mas determinou a manutenção de Petrobras, Banco do Brasil e Caixa como estatais. A decisão tem apoio da ala militar do governo, principalmente em relação à Petrobras.

Ainda assim, as gestões das grandes estatais vêm sinalizando uma postura mais agressiva com relação a vendas de ativos. Na Petrobras, por exemplo, Castello Branco já anunciou que vai rever o plano de desinvestimentos, acelerando a saída de segmentos e reduzindo ao menos à metade sua participação no refino brasileiro.

Guedes convidou o empresario Salim Mattar, dono da Localiza, para assumir a secretaria de Privatizações do ministério e estabeleceu a meta de vender US$ 20 bilhões (cerca de R$ 76 bilhões) ainda em 2019. “Eu trouxe o Salim Mattar, com apetite enorme, doido para privatizar o máximo possível, doido para passar a faca”, afirmou o ministro da Economia, no evento desta sexta. Ele calcula que a venda a venda de todas as empresas e imóveis do governo poderiam render R$ 1,2 trilhão.

Com a restrição à venda das três maiores estatais, porém, a principal operação na mira do governo atualmente é a venda de ações da Eletrobras, proposta pelo governo Temer, que reduziria a fatia do governo na companhia. O negócio deve render R$ 12 bilhões, segundo projeção feita ainda pelo governo anterior.

Outro foco é a venda de imóveis. No evento desta sexta, Guedes brincou que preferiu deixar Mattar morando em um hotel para vender a residência em Brasília para a qual ele poderia se mudar.

Fonte: Amazonas Atual

Programa de privatização do governo terá pouco efeito para diminuir dívida

Publicado em: 31/10/2018

Um eventual programa de privatizações de estatais federais pelo próximo governo – sem incluir “joias da coroa” como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal – teria pouco efeito para reduzir a crescente dívida pública.

Ao todo, são 138 empresas estatais federais, sendo 47 de controle direto e 91 de controle indireto (subsidiárias). Segundo declarações anteriores do economista liberal Paulo Guedes, principal assessor do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), a venda de todas as estatais e imóveis da União poderiam contribuir com cerca de R$ 1 trilhão para abater algo como 20% da dívida do governo, atualmente em 77% do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas, segundo especialistas em fusões e aquisições consultados pelo DCI, um processo ambicioso como esse levaria pelo menos entre um a dois anos para sair do papel e, se cumprido, não alcançaria o objetivo proposto inicialmente por Paulo Guedes (de redução da dívida pública), quando considerado a resistência do presidente eleito por manter setores considerados estratégicos. “Um programa de privatização e de concessões será muito importante para a competividade e para reativar a economia, mas, mesmo que todas as estatais fossem vendidas, não se resolveria o problema fiscal. A reforma da Previdência é mais importante para a sustentabilidade das contas”, diz o diretor de M&A da Duff and Phelps no Brasil, Alexandre Pierantoni.

Ele diz que um processo de avaliação inicial das estatais selecionadas para venda leva pelo menos dois ou três meses, seguindo ao um processo de cinco a seis meses de road-shows para ter uma noção dos potenciais interessados, investidores estratégicos e financeiros (fundos). “Sem pensar na articulação política e no ambiente regulatório, as questões jurídicas pensam mais na parte final, quando os leilões estão marcados”, disse.

A sócia do escritório L. O Baptista Advogados, Cássia Monteiro, lembrou que eventuais subsidiárias de estatais de capital aberto – como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil – obrigatoriamente terão que realizar assembleias de acionistas. “Subsidiárias também carregam passivos da empresa-mãe. Tudo tem que passar por assembleia, e os acionistas minoritários sempre vão arguir [alegar, questionar], o que pode provocar mais atrasos na venda”, avisa Cássia.

Nos cálculos do sócio do escritório Miguel Neto Advogados, Bruno Guarnieri, um processo de venda completa de uma estatal “com muita vontade” leva de um ano e meio a dois anos. “Há muita burocracia, mas no caso de subsidiárias de estatais de capital aberto, esse processo é mais tranquilo, pois já existe governança nessas empresas”, diz. Ele lembrou que o passo inicial de todo o processo começa com um edital para a contratação que quem fará a assessoria da venda. “Isso já toma os primeiros meses do governo”, diz.

Na opinião pessoal do secretário geral do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), Marcelo Pires, começar um programa de privatizações agressivo logo no começo do mandato pode ofuscar o debate sobre as reformas. “Não dá para fazer tudo de uma vez pois enfrentará resistência política no Congresso. Bolsonaro não vai vender empresas que ele considera estratégicas”, diz.

De fato, o próprio presidente eleito – em sua campanha – negou que irá privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a área de exploração e produção da Petrobras, e a de geração de energia da Eletrobras. Nas entrelinhas, a venda dos Correios é possível. Alvos de Bolsonaro De acordo com o programa do PSL registrado no TSE, na mira do presidente eleito estão pelo menos 18 estatais que dependem de “subvenções do governo federal para o pagamento de despesas de pessoal, para custeio em geral ou de capital”, diz o texto.

“Entre essas empresas estão a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Valec, e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL)”, informa o programa. Dados da Secretaria de Estatais (Sest) mostram que as 18 estatais dependentes tiveram uma dotação orçamentária de R$ 21 bilhões para 2018. Já entre as demais empresas estatais consideradas não dependentes, os aportes aprovados do Tesouro Nacional totalizaram R$ 3 bilhões em recursos.

Fonte: Jornal DCI