Hackers desviam R$ 40 milhões do Banco do Brasil; polícia prende grupo

Publicado em: 18/07/2024

A Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro prendeu nesta segunda-feira, 8 de julho, um grupo suspeito de hackear agências bancárias do Banco do Brasil, gerando um prejuízo estimado de R$ 40 milhões.

Segundo investigações da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), os hackers instalavam dispositivos em cabos de dados das agências e realizavam transferências de correntistas do banco.

A Polícia não divulgou informações sobre quais equipamentos foram usados nem onde foram instalados nas agências para que os suspeitos tivessem acesso a esse tráfego de dados sensíveis.

Além de dispositivos, o grupo estaria aliciando funcionários e terceirizados do banco para fornecer informações de acesso ao sistema, chegando a pagar R$ 100 mil por credencial.

No esquema, os aliciadores pediam que fossem realizadas trocas de biometria e foto de documentos de clientes.

A quadrilha também aplicava técnicas de engenharia social, que consistem em manipulações psicológicas para a execução de ações, para persuadir funcionários a participarem do esquema e cometerem os crimes.

De acordo com a DRF, a associação criminosa é composta por células espalhadas pelo país.

Em nota enviada pelo Banco do Brasil à CNN, o banco informa que começou as investigações após uma apuração interna e, detectadas as irregularidades, comunicou às autoridades policiais.

“O BB possui processos estabelecidos para monitoramento e apuração de fraudes contra a instituição, adotou todas as providências no seu âmbito de atuação e colabora com as investigações do caso. A conduta de funcionários do banco envolvidos em irregularidades é analisada sob o aspecto disciplinar em processos que são conduzidos em sigilo”, informou a instituição.

O Banco do Brasil possui mais de 4,7 mil agências, com cerca de 96 mil colaboradores. Atualmente, o banco conta com uma carteira de mais de 74 milhões de clientes.

Com mais de R$ 1,4 trilhão em ativos, o BB ocupa as primeiras colocações entre os maiores bancos da América Latina e Caribe e é um dos quatro maiores bancos brasileiros de capital aberto, segundo dados da Infomoney.

Fonte: Baguete

100% dos bancos colocam cibersegurança como prioridade, diz Febraban

Publicado em: 07/04/2022


Os bancos brasileiros têm a segurança cibernética e a inteligência artificial como prioridades absolutas em investimentos em tecnologia: 100% deles pretendem expandir essas tecnologias em 2022. O dado está na Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022, realizado pela Deloitte, que tem a primeira etapa divulgada nesta terça-feira, 5. O levantamento foi realizado, na parte quantitativa, com 24 bancos, que representam 90% dos ativos bancários do País. Além disso, 34 executivos que atuam na área de tecnologia do setor participaram da pesquisa qualitativa.

Em termos operacionais, para 78% dos bancos, a análise e a exploração dos dados obtidos através do Open Finance é uma prioridade para 2022. Em igual porcentagem, as instituições consideram que a transformação cultural é um dos projetos mais importantes para o ano. Outras prioridades, que refletem a digitalização do setor, são a criação de superapps (39%), consultoria financeira baseada em dados (35%) e a reformulação das agências (30%).

Quanto ao Open Finance, que entrou em vigor em fevereiro do ano passado, os executivos entrevistados apontaram que a prioridade é melhorar a busca por oportunidades de negócio através da análise dos dados compartilhados. A percepção, de acordo com o levantamento, é de que o sistema cria oportunidades para que os bancos tomem decisões com rapidez e segurança.

Computação em nuvem

Outra das prioridades do setor, o investimento em soluções de computação em nuvem, é visto como uma ferramenta para tornar processos mais ágeis. A pesquisa destaca que alguns bancos têm aplicações nativas na nuvem, enquanto outros estão migrando sistemas legados, e um terceiro grupo adota soluções híbridas.

“Não iniciamos ontem. Foram os bancos brasileiros, e não as fintechs ou as startups, que, ao longo das últimas três décadas, estiveram e continuam na vanguarda da tecnologia bancária mundial”, afirma o presidente da Febraban, Isaac Sidney. “A infraestrutura bancária no Brasil é uma das maiores do mundo, capaz de suportar mais de 100 bilhões de transações a cada ano com segurança.”

De acordo com informações da entidade, os bancos aplicam cerca de 10% de seu orçamento de tecnologia da informação, ou R$ 2,5 bilhões, em segurança cibernética todos os anos.

Para além da segurança da informação, os bancos pretendem aumentar seus esforços em inteligência artificial para melhorar seu atendimento. Todas as instituições financeiras pretendem elevar seus investimentos na área em 2022. A maior parte das aplicações é em canais digitais, que têm ganhado importância.

Outras prioridades apontadas pelos bancos foram nas áreas de melhoria de processos (process mining), apontada por 78% deles, internet das coisas (75%), blockchain (67%) e computação quântica (50%).

De dentro para fora

Na transformação cultural, o levantamento identificou que a crença dos executivos em uma transformação “de dentro para fora” inclui as equipes de tecnologia da informação. Os profissionais consultados citaram, por exemplo, que antigos modelos organizacionais utilizados por essas equipes não se encaixam nas novas demandas, de trabalho por plataforma.

Outro ponto destacado é o de que os times precisam ter conhecimentos técnicos e de negócios, com base em uma cultura focada na agilidade e na chamada centralidade do cliente, ou seja, colocar as necessidades dos clientes no centro das decisões de negócio.

Fonte: Estadão