BB espera queda de CDS para retomar emissão de dívida

Publicado em: 29/06/2017

O rendimento extra que os credores estrangeiros estão exigindo para compensar a crise política e econômica do Brasil ainda é muito alto para o Banco do Brasil.

“Quando o CDS volta para níveis mais razoáveis, nesse momento vamos olhar mais de perto oportunidades de emissão de dívida no mercado externo”, disse em entrevista Leonardo Loyola, diretor de finanças do Banco do Brasil. “No nível atual, há um espaço grande para melhorar”, disse ele, especialmente se houver a percepção de que as reformas econômicas e fiscais estão avançando.

O spread entre o CDS do Brasil e as notas de cinco anos do Tesouro dos EUA diminuiu 84 pontos base ante o ano passado, mas a 2,45 pontos percentuais, ainda é 144 pontos base mais alto do que em setembro de 2012. Loyola não disse o quanto teriam que cair antes que o banco considere entrar.

Entretanto, o banco encontrou outras formas de acessar crédito no exterior. Na terça-feira, a empresa disse que obteve um empréstimo sindicalizado de US$ 500 milhões da Inter-American Investment Corp. e um grupo de bancos.

O empréstimo será dividido em duas etapas: um empréstimo de US$ 400 milhões de dois anos de bancos, incluindo HSBC, Banco Santander e Wells Fargo e um empréstimo de US$ 100 milhões de cinco anos da IIC e sua matriz, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Os recursos serão utilizados para ajudar a apoiar as pequenas empresas do agronegócio em todo o Brasil.

“Havia demanda nos bancos para um empréstimo maior, mas como essa foi a primeira vez que fizemos esse tipo de operação, decidimos ser mais conservadores com o tamanho”, disse Maurício Nogueira, gerente executivo de finanças do Banco do Brasil, em entrevista.

A última venda de dívida externa pública em larga escala do banco foi de US$ 2,5 bilhões de títulos perpétuos emitida em junho de 2014, de acordo com Nogueira.

Especiais InfoMoney

Bancos tradicionais farão transição para o digital no Brasil, diz Moody’s

Publicado em: 26/04/2017

SÃO PAULO – As fintechs estão liderando a inovação no segmento de banco digital no Brasil, mas são os bancos tradicionais que determinarão o escopo das mudanças no setor, segundo a Moody’s Investors Service.

O número de startups e fintechs no Brasil cresceu nos últimos anos, o que faz do país o maior mercado de tecnologia financeira da América Latina. No entanto, muitas dessas startups são exclusivamente focadas em pagamentos ou em gestão de ativos, e apenas 2% delas oferecem serviços múltiplos.

Ao mesmo tempo, os principais bancos do país, liderados por Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco ampliaram os serviços de banco digital para aumentar a eficiência e atrair os clientes da geração millennial, um segmento crescente no mercado consumidor e que tem preferências distintas.

“A mudança estrutural na demanda e comportamento dos clientes está levando os bancos a focarem cada vez mais em canais de serviços alternativos”, afirma Ceres Lisboa, vice-presidente sênior da Moody´s.

“Os bancos também têm interesse nas plataformas de banco digital porque enxergam oportunidades de redução de custos, uma vez que a economia brasileira segue fragilizada após uma prolongada recessão”.

O crescimento da oferta de serviços digitais tem permitido aos bancos reduzirem gradualmente suas redes físicas. Nos últimos três anos, o Itaú fechou 10% de sua rede de agências, enquanto o Bradesco também planeja fechar agências após a aquisição das operações brasileiras do HSBC. “Até mesmo o Banco do Brasil, que como banco público tem algumas limitações relacionadas a aquisições e parcerias, fechou agências nos últimos dois anos à medida que amplia seus serviços digitais por meio de desenvolvimentos internos”, destaca a Moody’s.

Com o fechamento de agências, os bancos cortam pessoal, manutenção, materiais, transportes e gastos com segurança, o que responde por cerca de dois terços do total de despesas administrativas no sistema bancário.

Esta economia com despesas ajuda os bancos a financiar os significativos investimentos em tecnologia da informação necessários para o desenvolvimento e lançamento das estratégias digitais. A Moody’s estima que esses investimentos devem chegar a aproximadamente até R$ 5 bilhões por ano.

Fonte: Info Money

Bancos em 2016: concentração e lucro elevado mesmo com recessão

Publicado em: 20/04/2017

São Paulo – O setor financeiro confirmou em 2016 a tendência de concentração e manteve lucros elevados, apesar da crise, constata o Dieese em estudo de sua Rede Bancários, divulgado nesta segunda-feira (17). “Os cinco maiores bancos do país tiveram desempenho muito expressivo, seja em termos de intermediação financeira (as principais contas dos bancos) ou de resultado operacional, a despeito do adverso cenário econômico e da queda observada no resultado líquido em comparação com o ano anterior”, diz o instituto.

“Permanece a necessidade de se ampliar e se aprofundar o debate sobre o papel desempenhado pelo sistema financeiro nacional, especialmente no que se refere aos três maiores bancos privados”, acrescenta o Dieese, em referência a Bradesco, Itaú e Santander. Somados o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, os cinco concentram 87% das operações de crédito.

Em relação ao emprego, o número de trabalhadores tem queda contínua desde 2012, aponta o Dieese, mas houve pequena variação (-0,1%) de 2015 (433.015) para 2016 (432.518), uma perda de 497 vagas. Quatro dos cinco maiores bancos fecharam postos de trabalho, com destaque para o BB, que eliminou 8.569, queda de 7,8%. O banco teve um plano especial de estímulo à aposentadoria, com 9.409 adesões. Fechou o ano com 100.622 empregados.

A Caixa, que fechou 2.480 vagas (-2,5%), também fez um plano de apoio à aposentadoria. E deverá cortar mais postos de trabalho neste ano, já que abriu novo programa de estímulo ao desligamento de mão de obra. No final de 2016, estava com 94.978 funcionários.

Entre os privados, o Santander cortou 2.770 (-5,5%) e o Itaú Unibanco, 2.610 (-3,1%). A exceção foi o Bradesco, com abertura de 15.932 vagas (17,2%). Mas na conta entra a incorporação do HSBC – sem isso, o banco cortou 4.790 postos de trabalho de setembro de 2015 a setembro do ano passado. No final de 2016, o Bradesco estava com 108.793 funcionários, o Itaú tinha 80.871 e o Santander, com 47.254 empregados.

O Itaú fechou 168 agências e o Santander, oito, no ano passado. BB e Caixa têm 11 e oito a mais em relação a 2015, respectivamente, mas o Dieese lembra que os dois bancos planejam fechar centenas de agências neste ano. O saldo de 807 no caso do Bradesco leva em consideração, mais uma vez, a incorporação do HSBC.

O lucro líquido dos cinco maiores bancos brasileiros somou R$ 59,6 bilhões em 2016, queda de 12,1% em relação ao ano anterior. Segundo o Dieese, o resultado pode ser explicado, entre outros motivos, pelo fato de as empresas terem feito “forte provisionamento” e por não usarem créditos tributários. O maior lucro foi registrado pelo Itaú: R$ 22,2 bilhões, redução de 7%, enquanto o Bradesco teve R$ 17,1 bilhões, diminuição de 4,2%.

Já o BB teve queda de 44,2%, para R$ 8 bilhões, mas o Dieese observa que esse dado deve ser relativizado por causa do impacto, em 2015, de acordo do BB com a Cielo, no segmento de pagamento eletrônicos. O lucro da Caixa, de R$ 5 bilhões, caiu 3%, mas o resultado operacional cresceu 271,5%, “devido à melhora no resultado da intermediação financeira, em especial, de resultados com operações de crédito e com títulos e valores mobiliários”. A exceção de 2016 foi o Santander, cujo lucro líquido aumentou 10,8% sobre 2015 e atingiu R$ 7,3 bilhões.

A íntegra do estudo pode ser lida no site do Dieese.

Fonte: Rede Brasil Atual

Ações do Banco do Brasil devem valorizar em 2017

Publicado em: 26/12/2016

O Santander divulgou um relatório com as perspectivas para os bancos do país em 2017. Os analistas que assinam o relatório, Henrique Navarro, Olavo Arthuzo e Bruno Mendonça, afirmam estarem otimistas com o setor no próximo ano.

O cenário positivo previsto se deve, principalmente, ao processo de impeachment de Dilma Rousseff, a melhoria nos índices de confiança, o ciclo de afrouxamento monetário e resultados favoráveis apresentados pelos bancos no terceiro trimestre deste ano.

“Analisando 2017, mantemos nosso otimismo a respeito dos bancos brasileiros, com a expectativa de possíveis revisões para cima nas projeções de resultados do mercado”, diz o relatório.

Entre os papéis analisados (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Itaúsa) todos tiveram recomendação de compra pelos analistas. Entretanto, a principal recomendação é o Banco do Brasil.

Para o BB, o preço-alvo é das ações é de 37 reais. Hoje, os papéis são comercializados na casa dos 25 reais. A estimativa da valorização das ações do banco se deve ao indicador de retorno sobre o patrimônio, que é apontado como sustentável pelo Santander ficando acima de seu custo de capital próprio, o que elimina a necessidade de capital adicional para cumprir totalmente às exigências mínimas das normas Basileia.

Bradesco
Para o Bradesco, o preço alvo estimado dos papéis é de 40 reais. Atualmente, as ações preferenciais são comercializadas na casa dos 27 reais. Os analistas destacam as perspectivas de crescimento devido a aquisição do HSBC.

Itaú e Itaúsa
Em relação ao Itaú Unibanco, o preço alvo apontado para as ações no próximo ano é de 44 reais. O valor bem acima do preço atual das ações, que é de 32 reais.

“Dentre os bancos, o Itaú tem o ROAE (retorno sobre o patrimônio) histórico mais elevado no Brasil, o qual é uma consequência de sua próspera franquia bancária.”

Já para o holding do Itaú, o Itaúsa, o preço alvo estimado é de 12,60 reais.

“Em nossa opinião, os investidores que buscam 100% de exposição ao Itaú podem começar a reconsiderar suas posições, pois acreditamos que seja possível que o Itaú possa representar uma parte menor da carteira da Itaúsa no longo prazo, o que tornaria a Itaúsa, em termos aproximados, mais um fundo de investimentos que um proxy de investimento do Itaú.”

Fonte: Exame