Banco do Brasil quer empresa média no mercado de capitais através do ‘novo’ BB-BI

Publicado em: 21/06/2024

O mercado de capitais ganhou peso no balanço das empresas brasileiras com a fila puxada pelas de grande porte. O Banco do Brasil quer aproveitar da estrutura e capilaridade no País para abrir espaço para as companhias médias, um contingente de 3.500 empresas que já são clientes. Essa estratégia vai utilizar a estrutura do BB-BI, recriado “oficialmente” no final do ano passado.

“O que nós temos procurado fazer é levar um conhecimento maior para as empresas que chamamos de ‘middle’, entre R$ 200 milhões e R$ 1,3 bilhão em receita operacional bruta (anual)”, afirma o CEO do BB-BI, Geraldo Morete. Com 37 anos de BB, ele assumiu o cargo em outubro do ano passado, um mês após o BB-BI ser constituído.

O BB atua no mercado de banco de investimento por meio do UBS BB, joint venture com o suíço UBS, desde 2020. A parceria prevê que o UBS BB estruture as ofertas e que o banco público entre com a chamada garantia firme, que é a garantia de compra de parte dos papéis da operação caso o mercado não absorva a emissão inteira.

Para prover essa garantia, o BB constituiu o BB-BI. Desta forma, as operações de mercado de capitais envolvem os dois bancos, mas algumas não têm escala para a estrutura do UBS BB. Com um banco de investimentos montado e os termos da sociedade ajustados, o BB viu a oportunidade de estimular empresas médias a recorrerem ao mercado, através primeiro de emissões de renda fixa, das notas comerciais às debêntures.

“Conversamos o tempo todo, atuamos de forma sempre complementar”, diz Morete. “O que buscamos é fazer com que as necessidades das empresas, independente do tamanho que elas tenham, sejam atendidas, seja na estrutura do UBS BB ou do BB-BI.”

No ano passado, as duas marcas atuaram em 127 ofertas, com volume total de R$ 107,6 bilhões e garantia firme dada pelo BB-BI de R$ 37,8 bilhões. Neste ano, os volumes estão em alta: em 113 ofertas, são R$ 121,5 bilhões em recursos, com R$ 39 bilhões em garantia firme. A resiliência das ofertas de renda fixa tem puxado os números para cima.

O BB-BI tem 56 pessoas, recrutadas de diferentes áreas do conglomerado, e passou a ser responsável pelas equipes de pesquisa de ações e renda fixa do banco. Atividades como as de tesouraria, custódia e outras são desempenhadas nas estruturas do BB.

“Temos um ganho de eficiência, porque essas áreas conduzem outras atividades que se somam às do banco de investimento”, diz Morete. Eficiência é a palavra-chave no negócio: para chegar às empresas de médio porte, o BB-BI utiliza de forma ampla da estrutura do banco.

É através das equipes que atendem a esse público no dia a dia bancário que as operações podem ser originadas, em um exemplo. “Queremos levar uma capacitação cada vez maior para os nossos gerentes de relacionamento, para que a cultura do mercado de capitais se faça presente nos interlocutores com todas as empresas que atendemos no Atacado”, afirma Morete.

O BB tem cerca de 400 gerentes que são dedicados às empresas com faturamento anual entre R$ 50 milhões e R$ 1,3 bilhão, distribuídos entre 80 escritórios no País. Na frente bancária, um dos objetivos é ser o banco não apenas dessas empresas, mas também de suas cadeias de fornecedores e de clientes.

Fonte: Invest Talk

BB anuncia investimento na Traive, empresa de tecnologia para produtos financeiros no agro

Publicado em: 02/02/2024

O BB anuncia investimento na startup Traive, empresa de tecnologia que conecta a esteira de crédito agrícola ao mercado de capitais, por meio de Inteligência Artificial proprietária. Por intermédio de seu Programa de Corporate Venture Capital (CVC), o aporte foi efetuado pelo Fundo BB Impacto ASG – gerido pela Vox Capital. A rodada, no valor de 20 milhões de dólares, também conta com a participação dos investidores atuais.

A chegada da Traive ao portfólio do CVC permite ampliar e complementar a oferta de crédito rural para os clientes. As soluções de automação e inteligência de risco de crédito criadas pela Traive têm o potencial de gerar ainda mais impactos positivos para o setor.

Para Rodrigo Vasconcelos, diretor de negócios digitais do Banco do Brasil, o investimento na Traive contribuirá para o posicionamento do Banco em acelerar o processo de transformação digital, com produtos e serviços que apoiam toda a cadeia do setor agrícola, complementa e amplia as soluções de crédito, no aumento da disponibilidade de financiamento ou no fomento das práticas ambientais. “A plataforma desenvolvida pela Traive conta com uso intensivo de inteligência artificial e analytics, unindo a jornada do crédito agro com o mercado de capitais. O aporte na empresa, mais uma ação de inovação aberta do BB e objetiva gerar eficiência e impactos positivos no processo de concessão de crédito agro e na atividade produtiva dos nossos clientes do setor”, comenta.

Fundada em 2017, a Traive surgiu com a proposta de agregar agilidade, governança e inteligência à esteira de crédito rural. A pioneira tecnologia criada pela startup possui uma Inteligência Artificial treinada para examinar mais de 2,5 mil pontos de dados, e fornecer informações atualizadas e precisas em tempo recorde, concentrando todo o processo de crédito agrícola e venda de recebíveis em uma única plataforma.

Os modelos inéditos de análise de crédito da Traive foram comparados aos usados atualmente pelo sistema financeiro global e se mostraram mais precisos para a formulação de scores de risco. As metodologias passaram pelo crivo de uma banca técnica da prestigiada Association for Computing Machinery (ACM).

“Sempre acreditamos na importância de trabalhar com líderes de mercado para impulsionar a cadeia do agronegócio brasileiro, pois identificamos a necessidade do setor em ter acesso a uma melhor avaliação de risco de crédito. A parceria iniciada com o Banco do Brasil nos mostra mais uma vez que estamos na direção certa, enquanto nos projeta a criar soluções cada vez mais inovadoras”, afirma Fabricio Pezente, cofundador e CEO da Traive.

O BB Impacto ASG, fundo de Corporate Venture Capital do Banco do Brasil sob gestão da VOX Capital, tem como objetivo investir e impulsionar startups de base tecnológica que geram impacto positivo para a sociedade e para o meio ambiente, priorizando empresas nos estágios Seed e Série A. “O investimento na Traive e a aproximação com o Banco do Brasil criam uma relação ganha-ganha para a cadeia agrícola, reduzindo assimetrias e assim beneficiando o produtor rural. A solução da Traive gera maior inteligência de dados e transparência para a tomada de decisão na concessão de crédito, criando mecanismos para potencializar os resultados financeiros e o impacto socioambiental positivo no campo”, avalia Marcos Olmos, sócio e gestor da VOX.

Sobre a Traive: Com sede nos EUA e operação no Brasil, a Traive é uma empresa de tecnologia para produtos financeiros no agronegócio, que conecta a cadeia de suprimentos agrícolas com o mercado de capitais. Por meio de sua inteligência artificial proprietária e chancelada pela comunidade científica internacional, ajuda indústrias, revendedores, cooperativas e produtores rurais a acessar os recursos que precisam para prosperar.

Sobre a VOX Capital: Fundada em 2009, a VOX Capital é a primeira e principal gestora de investimentos de impacto do Brasil. A empresa desenvolve soluções financeiras atrativas, em que o fluxo de dinheiro gera abundância, equidade e transformações socioambientais positivas. Além disso, ela atua para democratizar o acesso a investimentos de impacto a todo tipo de investidor – do profissional ao varejo. Desde sua fundação, a VOX Capital já captou mais de R$ 1 bilhão.

Fonte: Banco do Brasil

BB nega separação de banco de investimento

Publicado em: 16/11/2017


O Banco do Brasil quer aumentar sua atuação no mercado de capitais, estruturando emissões de títulos de dívida ou ações de outras empresas, disse nesta quinta-feira (9) o presidente da instituição, Paulo Caffarelli.

Ele falou a jornalistas em coletiva para comentar os resultados do banco no terceiro trimestre.

Sem dar detalhes, Cafarelli disse que “novidades virão” sobre esse segmento dentro do banco, mas negou que o BB esteja planejando separar o seu braço de investimentos do restante dos negócios.

“Novidades virão, eu não vou me adiantar, mas eu diria que o banco hoje se preocupa em ter cada vez mais uma área de mercado de capitais bastante atuante”, disse.

Para ele, o mercado de capitais deve ser “uma complementariedade ao crédito”.

“Se o crédito é hoje 60% do nosso resultado, vai chegar o momento que mercado de capitais vai ocupar um bom espaço desse processo, de uma forma absolutamente natural como acontece em outros países”.

Segundo ele, de julho a setembro, o Banco do Brasil coordenou e estruturou 10 operações no mercado de capitais que somam R$ 3,4 bilhões. Entram nessa conta debêntures (títulos de dívida), letras financeiras e notas promissórias.

O banco também atuou em duas operações de securitização e participou de seis das sete emissões de dívida de empresas brasileiras no mercado internacional no período.

No acumulado dos nove primeiros meses de 2017, o BB teve receitas de R$ 584 milhões a partir do mercado de capitais, aumento de 13% na comparação com o mesmo período de 2016.

‘Pode ser melhor’

Caffarelli disse que está satisfeito com os resultados da área de mercado de capitais atualmente, mas que acredita que ela “pode ser melhor”.

“Eu entendo que pelo tamanho do banco e pela capacidade de ações que a gente pode gerar, principalmente por sermos fornecedores de balanço para as empresas (…) que o banco pode ser um ator ainda mais atuante nesse processo”, afirmou.

Ele ressaltou que o BB não atuava nesse mercado até pouco tempo que a instituição “está aprendendo a ser banco de investimento”.

Caffarelli defendeu que o fortalecimento do mercado de capitais será essencial para que o Brasil continue na trajetória de recuperação da economia.

“Eu sempre fui um grande defensor de que o crédito de pessoa jurídica é limitado. O Brasil não vai continuar tendo capacidade de crescimento e de retomada desse crescimento econômico lastreado apenas pelo ‘corporate finance’, pelo crédito nas contas”, afirmou.

“Toda a infraestrutura brasileira será lastreada por mercado de capitais, seja emissão de dívida, seja equity (ações)”, concluiu.

O executivo ressaltou ainda que a redução da taxa básica de juros da economia favorece o aquecimento do mercado de capitais (juros altos inibem investimentos em ativos de renda variável).

“Se você tem uma taxa Selic a 14,25%, você tem menos projetos. Com uma taxa a 7% (…) você tem muito mais apetite a esse tipo de investimento. E isso não prejudica, inclusive, o investidor externo, de olho de que mesmo 7% aqui no Brasil faz um sentido enorme comparado com deflação, com taxa de juros zero (em outros países).”

Nova área de comércio exterior

O presidente do Banco do Brasil anunciou também que vai criar ainda neste ano uma área de comércio exterior, mas que esse novo departamento não vai demandar aumento de custos e nem de estrutura.

De acordo com ele, o banco já tem um histórico forte de atuação em fechamento de câmbio e estrutura de operações, por exemplo, mas pode ser mais efetivo nesse segmento.

“Fazemos isso por acreditar que a retomada do crescimento econômico passa obrigatoriamente também pelo comércio exterior e pela infraestrutura”, disse. “[O comércio com outros países] é uma das vertentes que vai nos antecipar a retomada do crescimento econômico. Só pela demanda interna demoraria mais.”

Fonte: G1