Trabalhadores cobram reunião com BB para debater salários e metas

Publicado em: 25/04/2024

A notícia divulgada pelo portal Uol de que “BB quer aumentar salário da Presidente para R$ 117 mil; 57% de reajuste”, repercutiu negativamente entre as trabalhadoras e trabalhadores do Banco do Brasil.

“Nós solicitamos uma reunião, nesta quarta-feira (24), para que o banco apresente respostas aos nossos pedidos sobre Plano de Cargos e Remuneração e os Planos de Funções”, destacou a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes.

A representante da CEBB pontuou que foram surpreendidos, pela imprensa, sobre a ampliação de salários nos altos cargos. “Ainda que tenhamos grande processo de negociação com o banco, em nenhum momento essa pauta nos foi apresentada. O que nós, trabalhadoras e trabalhadores do BB, queremos saber são as respostas da empresa sobre nossas reivindicações, como o fim de cobrança excessiva de metas, fim do Performa, programa que impactou muito nos salários e impossibilitou o encarreiramento”, completou.

Os trabalhadores também pedem soluções para as carreiras dos caixas, supervisores de atendimento e gerentes de serviços, entre outras pautas que estão pendentes por parte do banco. “Lembramos que a categoria realizará, em junho, um congresso de funcionários, onde todas essas pautas serão debatidas”, observou Fernanda Lopes.

Nos últimos anos, o BB vem batendo uma série de recordes históricos de lucro. E, o valor alcançado no final de 2023, foi um dos argumentos apontados para o pedido de reajuste para a Assembleia Geral de Acionistas, que atingiria não apenas a presidência do BB, mas todo o Conselho Diretor do Banco.

“O movimento sindical bancário entende que basear-se no lucro não é sustentável, até mesmo porque o papel de um banco público, como sempre defendemos, não é pagar dividendos, mas ter um papel estratégico no desenvolvimento do país, e isso passa pela oferta de crédito mais barato para as famílias e empresas, com a manutenção de taxas e tarifas menores para o público”, concluiu Fernanda Lopes.

Fonte: Contraf-CUT

No Senado, Fenaban nega ligação entre pressão por metas e adoecimento

Publicado em: 09/11/2023

Durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, quinta-feira (26/10), o diretor de Relações Institucionais Trabalhistas e Sindicais da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Adauto Duarte, causou indignação de dirigentes sindicais bancários ao tentar negar a ligação entre o aumento da cobrança das metas e a disparada do número de bancários e bancárias com doenças psíquicas.

No término da longa exposição feita pelo representante dos bancos – que alegou faltarem informações para sustentar a existência do nexo entre a pressão sistemática e o adoecimento –, representantes de federações e sindicatos de bancários de vários estados fizeram um coro de ‘menos metas, mais saúde’, deixando evidente a contrariedade com o negacionismo da fala do representante da Fenaban.

‘Falta diagnóstico’

Logo no início de sua exposição, Duarte disse que o bem mais importante é a saúde, mas acrescentou ser necessário fazer um diagnóstico preciso e investigar se os sintomas estão realmente relacionados ao trabalho. “O Conselho Federal de Medicina diz que tem que haver uma investigação, um estudo detalhado no local de trabalho para um diagnóstico exato, com dados epidemiológicos, um quadro clínico e levantamento dos riscos existente no ambiente. Mas isto não é seguido (pelos órgãos públicos responsáveis)”, disse.

Mais adiante, acrescentou que a covid-19 causou um aumento dos casos de problemas psíquicos, o que pode ter gerado uma distorção. “Não fica claro o que foi causado pela pandemia e o que foi causado pelo ambiente de trabalho”, argumentou. Repetiu que falta uma investigação mais apurada para que se conheça de fato as causas do problema e, a partir daí, sejam apontadas soluções.

Provas de sobra

A audiência foi requerida pela senadora Augusta Brito (PT-CE), a pedido do movimento sindical para debater as condições de trabalho da categoria e encontrar saídas. Além de dar visibilidade ao problema, o objetivo é fazer com que os bancos negociem mudanças na gestão com o fim da pressão das metas. Outra finalidade é que o Senado aprove leis relacionadas a esta questão.

A presidenta da Contraf, Juvandia Moreira, fez uma exposição anterior à da Fenaban. Disse que um dos grandes problemas é que os bancos não reconhecem o adoecimento mental. “Na categoria bancária tem aumentado o número de pessoas com depressão, síndrome do pânico, síndrome de burnout. Há vários casos de internação por crise nervosa. São pessoas que estão sofrendo com a cobrança do cumprimento de metas e sobrecarga de trabalho”, afirmou.

Lembrou que até 2012 o maior causador de adoecimento eram as lesões por esforço repetitivo. “Hoje foi ultrapassado pelo adoecimento mental e comportamental. Nós bancários somos 0,9% dos trabalhadores formais, mas 3,7% no número de afastados por doença. Pesquisa feita pela Contraf mostrou que em 2012, 35% da categoria tomava medicamento de tarja preta. Este número foi para 43,9% em 2023. Há sem dúvida um grande problema. É preciso que acabe a pressão pelo cumprimento de metas abusivas”, defendeu.

Disse ser preciso que a sociedade seja informada sobre esta realidade preocupante. Lembrou que os bancos têm lucros altíssimos e que isto é atingido em parte devido à pressão sistemática e desumana por metas.

Bancos adoecem a categoria

Em sua explanação, o secretário de Relações do Trabalho da Contraf, Mauro Sales, sustentou que o problema está diretamente relacionado ao modo de gestão do sistema financeiro. “A gestão dos bancos é um verdadeiro mecanismo de adoecimento. Os programas de resultado são elaborados na alta direção por consultorias caríssimas que impõe a exigência de resultados, que são as metas, e é preciso que se diga, são abusivas, mudam a toda a hora, têm pressão para que sejam alcançadas e o assédio moral é consequência deste modelo”, afirmou.

Mauro sustentou que a categoria é avaliada, vivendo pressionada e sob a ameaça de ser demitida, ou ter sua remuneração reduzida e, nos bancos públicos, sofrer o descomissionamento. “É um mecanismo que enlouquece, adoece, impondo um terrível sofrimento às pessoas”, criticou. “Temos inúmeras pesquisas de institutos especializados, de diversas universidades, além de condenações dos bancos na Justiça, individuais e coletivas que comprovam o que estamos denunciando. São fatos que não podem ser contestados”, afirmou.

Subnotificação

Sirlene Luiza, procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), disse que a situação dos bancários é preocupante. “A atividade dos bancos é de risco 1, um risco elevado, mas, ainda assim, pelos novos dados precisa de uma atualização. É necessário, além disto, ter políticas públicas voltadas para resolver esta questão. Houve realmente um crescimento substancial no número de afastamentos em função de saúde mental, o que é inegável”, constatou.

Confirmou que um dos problemas verificado é que os bancos não reconhecem este aumento do adoecimento. “Uma prova disto é que há uma subnotificação das CATs. A maioria dos benefícios é concedida com base em CATS emitidas pelos sindicatos”, adiantou.

Rachel de Araújo, diretora da Fenae, lembrou que uma pesquisa feita pela entidade mostrou que 6% dos empregados da Caixa foram afastados por algum tipo de doença e que destes, 83% por adoecimento psíquico. “Os motivos são depressão, síndrome de bournout, ansiedade e tem a ver com a forma como são cobradas as metas, através do assédio”, constatou.

Maria Maeno, da Fundacentro, frisou que está comprovada a existência de um assédio institucional nos bancos. “Estudos mostram que o adoecimento está ligado à forma da cobrança de resultados”, disse.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos

Pandemia piora e Fenaban continua negando suspender demissões e reduzir metas

Publicado em: 18/03/2021


Em mais uma mesa de negociação para discutir medidas diante do avanço da pandemia de coronavírus no país, na tarde desta terça-feira 16, a Fenaban (federação dos bancos) novamente deixou sem respostas as principais reivindicações do Sindicato no sentido de proteger a categoria bancária. A Fenaban não se comprometeu em suspender as demissões, por exemplo, medida que aceitou tomar em 2020, logo no início da pandemia. O movimento sindical bancário organizará atividades em todo o país em defesa da vida e da saúde no dia 24.

“Reforçamos que queremos a suspensão das demissões e diminuição das metas. Mas os bancos não se comprometeram com essas reivindicações que são importantíssimas para garantir a tranquilidade da categoria bancária nesse momento de crise sanitária sem precedentes e de crise financeira”, relata a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas mesas de negociação com a Fenaban. Ela acrescenta que a Fenaban chegou a afirmar que as demissões nos bancos eram pequenas, mas dados dos próprios balanços dos bancos mostram que eles extinguiram 82 mil postos de trabalho desde 2013.

Na última mesa com a Fenaban, na quinta-feira 11, o Sindicato também cobrou a diminuição do horário de atendimento ao público nas agências e a suspensão das visitas a clientes. Mas essas reivindicações ficaram novamente sem respostas na reunião desta terça. “Alguns bancos, como o Itaú, se comprometeram em suspender as visitas, mas a Fenaban não sinalizou isso. Vamos insistir nesse ponto. É inadmissível que as visitas externas ocorram neste momento gravíssimo da pandemia”, critica Ivone.

Vacina para bancários

O pedido de inclusão da categoria bancária como prioridade no Plano Nacional de Imunização contra a covid-19 também foi reforçado. A Fenaban novamente se disse favorável. “O serviço bancário é considerado essencial. Os bancários estão nas agências atendendo a população, portanto, defendemos que a categoria, assim como outros trabalhadores que estão na linha de frente, tenham prioridade no plano de vacinação”, destaca Ivone.

A dirigente lembra que o Sindicato enviou ofício à Prefeitura de São Paulo solicitando prioridade para a categoria. E o movimento sindical, por meio da Contraf-CUT, enviou ofício requerendo o mesmo ao Ministério da Saúde, ainda sem resposta.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Sindicato cobra dos bancos que não aumentem metas na pandemia

Publicado em: 11/03/2021


Na mesa de negociação de sexta-feira 5 de março com a Fenaban (federação dos bancos), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região também cobrou que os bancos parem de aumentar as metas durante a pandemia de coronavírus.

“Mesmo numa crise sanitária e econômica como a que estamos vivendo, os bancos têm aumentado as metas, o que é absurdo! Com o índice de desemprego altíssimo, com a crise financeira, é muito mais difícil vender produtos bancários, mas vários bancos têm pressionado ainda mais os bancários com metas dobradas, cobranças por celular e outras formas de pressão que adoecem os traballhadores”, denuncia a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do dos Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.

A Fenaban ficou de levar a reivindicação aos bancos e dar uma resposta ao Sindicato na próxima reunião, que deve ocorrer ainda nesta semana.

Na reunião de sexta-feira 5, o Sindicato fez outras reivindicações, como reduzir o horário de atendimento das agências, aumentar o home office e adotar medidas mais rígidas de proteção contra o coronavírus, diante do agravamento da pandemia no país. Leia aqui.
Aumento de metas na pandemia

Bancários do Itaú, Santander, Caixa e BB têm reclamado ao Sindicato sobre o aumento de metas em um momento muito difícil para a economia.

No Itaú, com a substituição do Agir pelo GERA, as metas aumentaram muito. Soma-se a isso as demissões que têm ocorrido no banco, e o resultado são trabalhadores cada vez mais adoecidos. Além disso, na Central de Atendimento do banco, no CAT, onde também ocorrem demissões, as metas têm subido assustadoramente.

No Santander, as metas também aumentaram durante a pandemia, e o pior problema é que elas mudam ao longo do mês, o que impossibilita a organização do bancário no período. Alem disso, o celular usado pelo bancário é muitas vezes o pessoal, que fica disponível fora da jornada, possibilitando que o próprio cliente cobre atendimento a qualquer hora do dia, da noite e em fins de semana. Outro grande problema é que no Santander permanecem ocorrendo convocações para visitas presenciais a fim de bater metas. Embora o RH atue em algumas situações, o banco não proíbe a prática, apenas recomenda que não ocorra, o que não tem sido suficiente para frear alguns gestores regionais.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Como alcançar a ´santa’ meta nossa de cada dia

Publicado em: 07/04/2017


ARTIGO

Como alcançar a ´santa’ meta nossa de cada dia

Temos de definir um direcionamento claro, avaliar as competências que temos

e desenvolver ferramentas emocionais para atingirmos o resultado desejado

 

Convidados pela AGEBB a propor reflexões, alternativas e práticas sobre como o gerente do BB pode lidar melhor com a pressão e o estresse para cumprir as metas do banco, além de recursos que contribuam para a melhoria do desempenho pessoal e dos subordinados, a equipe de médicos e terapeutas do Núcleo Ser (www.nucleoser.com.br) passa a publicar nos veículos de comunicação da AGEBB uma série de artigos com esses propósitos. Neles, vamos trazer conhecimentos e métodos para aprender como a mente funciona, aprofundar a compreensão de nós mesmos e sobre as diferenças que existem entre as pessoas, bem como gerenciar melhor as emoções e os comportamentos. Espero que apreciem este nosso artigo de estreia.

Resultado. Essa é a palavra de ordem em grande parte das empresas. Muitas decisões, planejamentos, projetos. Tudo para atingir um certo resultado, cuja pressão constante para alcançá-lo (muitas vezes, sem um propósito claro) gera um grande desgaste emocional, tanto nos funcionários quanto nos dirigentes e nos gestores responsáveis por cobrar o cumprimento delas.

Como as coisas nem sempre saem como queremos, aumenta-se a pressão, no intuito de tentar gerar o resultado desejado. Isso traz ansiedade, desespero e leva as pessoas a agirem no ´modo de sobrevivência´, ou seja, tentam se safar das possíveis consequências de um resultado diferente da expectativa. Nesse modo, vale a lei do mais forte, o que abre espaço para comportamentos agressivos ou manipuladores, piorando o desgaste emocional, já que agora valores éticos e morais estão sendo também ameaçados.

Mas existe um caminho diferente, uma forma melhor que já vem sendo utilizada em algumas corporações e por gestores em muitas equipes. Um modelo participativo e colaborativo, no qual as pessoas são estimuladas a assumirem o protagonismo de suas ações e o clima organizacional é de diálogo e valorização das diferentes ideias, o que leva o indivíduo a dar o seu melhor a cada instante.

Mas para isso funcionar, além de um ambiente saudável, cada integrante da equipe deve ter clareza do seu papel, deve saber exatamente o ponto onde a equipe quer chegar e também qual o propósito dela.

Por exemplo, um time de futebol tem uma performance excepcional quando cada jogador sabe o que tem de fazer (porque tem as habilidades técnicas), sabe o resultado que quer ter (vencer o jogo, suponho eu) e tem clareza do propósito da equipe (por que estão fazendo aquilo? Talvez por amor ao esporte ou ao time ou até por dinheiro, e estão alinhados com um propósito único), além do seu propósito pessoal.

Ferramentas emocionais – Podemos tentar atingir resultados extraordinários de uma forma aleatória, por tentativa e erro, mas quando conhecemos um método comprovado para fazer isso, o caminho se torna mais fácil. Para isso, precisamos definir um direcionamento claro, avaliar as competências que temos e desenvolver ferramentas emocionais para atingirmos o resultado desejado.

Quando isso ocorre em um ambiente no qual as opiniões e pontos de vista são ouvidos (o que não quer dizer que sejam totalmente colocados em prática), as pessoas naturalmente contribuem para alcançar o resultado desejado. Quando cada integrante da equipe tem clareza de seus objetivos pessoais e a relação deles com sua atividade de trabalho, pode escolher agora como irá exercer sua atividade.

Nos próximos artigos demonstraremos fórmula para se construir estados emocionais mais positivos e, com um pouco de prática, poderemos ancorar esses estados, passo fundamental para as pessoas que querem crescer e alcançar as metas pessoais ou profissionais. Este é o pontapé inicial para se ter uma vida mais feliz e próspera. Você e a sua equipe merecem isso!

Marcelo Katayma – Médico e terapeuta da Núcleo Ser Treinamento e Consultoria.