Novo presidente do Banco do Brasil diz que vai priorizar eficiência e desinvestimentos

Publicado em: 09/04/2021

Fausto Ribeiro, o novo presidente-executivo Banco do Brasil (BBAS3), empossado após o presidente Jair Bolsonaro demitir seu antecessor devido a planos de fechamento de agências, disse nesta segunda-feira que vai priorizar melhoria da eficiência da instituição e desinvestimento em ativos não essenciais.

“É inegociável buscar eficiência, lucros crescentes, rentabilidade compatível com as principais instituições financeiras”, escreveu Fausto Ribeiro em carta aos funcionários do Banco do Brasil, citando um ambiente competitivo mais desafiador.

Bolsonaro confirmou Ribeiro como o novo presidente-executivo do BB na sexta-feira, em um movimento que levou dois membros do conselho a renunciar por causa do que eles descreveram como falta de experiência do executivo.

Entre suas prioridades, Ribeiro também citou a venda de ativos não essenciais. O BB colocou à venda, por exemplo, sua unidade de gestão de ativos, conforme relatado anteriormente pela Reuters.

Ribeiro disse ainda que vai trabalhar de acordo com as orientações do governo e não deu mais detalhes sobre isso no longo texto enviado aos funcionários. “O Banco do Brasil é de mercado e é do Brasil”, afirmou o executivo no texto.

As ações do Banco do Brasil acumulam queda de 21% neste ano, desempenho inferior ao dos principais concorrentes do banco. Nesta segunda-feira, os papéis encerraram em queda de 0,13% enquanto o Ibovespa avançou quase 2%.

Ribeiro afirmou ainda que os funcionários do BB continuarão trabalhando em casa durante a pandemia de coronavírus, apesar da oposição de Bolsonaro a acordos de trabalho remoto.

Críticas do Conselho de Administração

Antes mesmo de renunciarem aos mandatos, os membros do conselho de administração do Banco do Brasil Hélio Lima Magalhães, que era o presidente, e José Guimarães Monforte já vinham manifestando contrariedade com as decisões do governo sobre a direção do banco em atas. Na última, publicada um dia antes da renúncia, questionaram o rito de nomeação do presidente do banco, uma atribuição do presidente da República. O documento também traz uma ponderação sobre o nome de Fausto Ribeiro.

Em relação à indicação, o argumento é de que apesar de o ordenamento jurídico permitir essa indicação, ela também pode ser atribuída ao conselho administrativo, o que estaria alinhado às melhores práticas de gestão recomendadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“A despeito do referido ordenamento, atualmente invocado para cumprimento do rito de nomeação para o maior cargo na hierarquia do Banco do Brasil, entendemos que existe legislação e interpretações mais avançadas para o tema, cuja aplicação, em não sendo possível no caso concreto, deve, contudo, ser perseguida pelos guardiões das boas práticas de governança corporativa”, argumentam em ata.

Para os conselheiros, as leis das sociedades por ações e das estatais abrem espaço para que a definição do cargo de presidente da instituição possa ser uma atribuição do conselho. Esse entendimento é reforçado pelas Diretrizes sobre Governança Corporativa para Empresas Estatais, da OCDE, que reconhece a competência dos conselhos para indicar ou destituir diretores-presidentes.

“Ressalte-se que as Diretrizes da OCDE são reconhecidas como padrão internacional para o exercício da função de propriedade estatal, com o objetivo de se evitar as armadilhas da titularidade passiva e a excessiva intervenção do Estado”, ponderaram.

Meritocracia e questionamento ao novo chefe

O documento também questiona o nome de Fausto Ribeiro, funcionário de carreira do BB e que comandava o braço de consórcio do banco desde setembro passado. A ata ressalta que “ameritocracia é um valor intrínseco” ao BB e elenca pontos da Política de Indicação e Sucessão da estatal para discordar da indicação de Ribeiro à função.

“Ao trazer à baila a Política de Indicação e Sucessão, observa-se que o ora indicado, sem qualquer demérito ao profissional e à sua carreira de 33 anos no BB, não percorreu ainda todas as etapas de funções gerenciais, o que não significa dizer que, ao vir a fazê-lo, não poderia se colocar em nível de prontidão para assunção de novos desafios futuros”, escreveram.

A avaliação é de que havia ferramentas que poderiam ser ajudado na identificação de candidatos e planejamento da sucessão na alta liderança do banco.

Fonte: Money Times

 

Falta de credibilidade do novo presidente dificulta ajustes no BB, avalia economista

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Em carta enviada a funcionários do Banco do Brasil na última segunda-feira (5), o novo presidente da instituição, o administrador Fausto de Andrade Ribeiro, afastou a ideia de privatizar o banco, também criticada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. No entanto, prometeu austeridade e levar adiante a agenda de venda e reorganização societária de negócios secundários.

Ribeiro tomou posse na última semana em meio à insatisfação de conselheiros do BB, que o consideraram pouco preparado para a função. Ele assumiu após a demissão do experiente André Brandão, executivo de mercado com atuação no HSBC dos Estados Unidos. Por conta da troca, o presidente do conselho, Hélio Magalhães, e o conselheiro independente José Guimarães Monforte decidiram renunciar.

“O Banco do Brasil é de mercado e é do Brasil”, afirmou o novo mandachuva do banco na carta. “É inegociável buscar eficiência, lucros crescentes, rentabilidade compatível com as principais instituições financeiras.”

Um dos motivos para a saída de Brandão seria a estratégia de reduzir consideravelmente o número de agências do BB pelo país, que teria incomodado o presidente.

Apesar de ser uma sociedade de economia mista e, assim, ter que dar rentabilidade aos seus acionistas, o Banco do Brasil também é uma empresa controlada pelo Estado, e, como tal, tem atribuições a cumprir que vão além da simples maximização de lucros. É o que explica, em entrevista à agência de notícias Sputnik Brasil, a professora Maria Beatriz de Albuquerque David, da Faculdade de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

“As novas estratégias bancárias são cada vez mais de reduzir custos e trabalhar no sistema on-line, fazer a maior parte das suas operações digitalmente. Então, a proposta do antigo Banco do Brasil ia nesse sentido. Há um conflito aí porque o Brasil é um país muito grande e tem cidades pequenas. Então, os bancos estatais cumprem mais ou menos esse papel de ter agências em toda parte do país. Mas está sendo cada vez mais um papel da Caixa Econômica, porque ela tem custos mais baixos e tem menos participação de acionistas no sentido de exigir um retorno do seu capital”, afirma.

Para a especialista, a posse de Ribeiro como presidente do BBB e a contestação a ela cria um problema de credibilidade, ainda mais pelo fato de ele não ser um executivo conhecido no mercado e respeitado pela “burocracia do Banco do Brasil”.

“O Banco do Brasil não é um banco tradicional tampouco. Ele não é um banco comercial como o Bradesco, como o Itaú. Ele tem uma tradição de carreiras. Ele fica entre um misto de carreiras tradicionais do Estado com um banco. E também isso tem que ser ajustado, e isso é um problema difícil, principalmente por alguém que não tem respeitabilidade nem do corpo funcional e nem do mercado. Então, ele está frágil nos dois pés.”

A economista vê a nova presidência como uma forma de atender a desejos do Poder Executivo, mas “uma empresa estatal é uma empresa do Estado brasileiro”, e não “do governante do momento”. De acordo com ela, como a Caixa tem respondido muito bem a todas essas demandas estatais e do governo, “ele [Bolsonaro] quer o mesmo papel no Banco do Brasil”.

“O Banco do Brasil foi sempre um banco com uma grande ramificação rural, porque ele era o grande responsável pelos empréstimos rurais. Isso tem mudado nos últimos anos, mas a capilaridade de agências dele no interior se justificava por isso. Mas a tradição agora no mundo inteiro é que você faça grupamentos conjuntos, de agências bancárias junto com agências dos Correios, junto com mercados. Quer dizer, uma integração entre várias atividades nos locais onde você tem pouca capilaridade e pouca população. Então, é o que está mostrando a mudança do sistema bancário, mesmo estatal, a nível internacional.”(com agência Sputnik Brasil)

Fonte: Jornal do Brasil

Novo presidente do BB mostra alinhamento com Bolsonaro

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O novo presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, enviou nesta segunda-feira, 5, uma mensagem aos funcionários do conglomerado em seu primeiro ato após tomar posse na última quinta-feira, 1º. Na carta, obtida pelo Estadão/Broadcast, ele prometeu “austeridade” nas despesas e sequência à agenda de venda e de reorganização societária de negócios secundários, movimento que já está em curso na instituição. Ao mesmo tempo, tentou mostrar alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro, contrário à privatização da instituição.

A carta veio depois de uma polêmica. Na esteira da saída de André Brandão, que era um executivo de mercado e veio do HSBC nos EUA para assumir o banco público, a escolha de Ribeiro não agradou a membros do conselho do BB. Na semana passada, o presidente do conselho, Hélio Magalhães, e o conselheiro independente José Guimarães Monforte, devolveram os cargos que ocupavam. Uma das razões para a saída de Brandão foi o anúncio de um forte programa de redução de agências, o que desgradou o presidente da República.

“As circunstâncias (da substituição), representadas por restrição inaceitável a atos da administração, emergiram e impedem efetivar medidas que visam realizar avanços na direção de ganhos de eficiência”, afirmou Monforte em trecho da sua carta de renúncia. “Acredito também que o processo de sucessão na liderança de empresas, principalmente as de capital aberto, não deve ser feita somente porque se detém o poder para fazê-las.”

Alinhamento com Bolsonaro

Mesmo sem citar explicitamente, a leitura foi a de que Ribeiro defende o mesmo discurso do presidente Jair Bolsonaro, que é contra a privatização do BB, diz um funcionário, na condição de anonimato. De diferentes maneiras, ele afirmou na carta aos funcionários que o conglomerado, de 212 anos de atuação, é um “patrimônio de todos os brasileiros”.

“O Banco do Brasil é de mercado e é do Brasil”, afirmou o novo presidente da instituição. E explicou: “É de mercado, está listado em Bolsa, tem que ser lucrativo, competitivo e eficiente ao atender mais de 65 milhões de clientes no Brasil e no Exterior; e é do Brasil, porque cada brasileiro é um sócio desse Banco, que nos faz ser historicamente compromissados com o desenvolvimento econômico e social do País.”

Citando seus colegas de BB, o novo presidente do banco disse que tem o compromisso de conduzi-lo com “retornos adequados” aos acionistas e “atuando de forma integrada e sinérgica com as diretrizes do seu controlador, o governo federal”. “É inegociável buscar eficiência, lucros crescentes, rentabilidade compatível com as principais instituições financeiras”, prometeu.

Na carta, Ribeiro listou dez itens que chamou de iniciativas estruturantes e nos quais suas gestão focará esforços. Dentre os pontos mencionados, prometeu acelerar a transformação digital e a inovação; compromisso com a austeridade e a eficiência na gestão de despesas; priorizar a cadeia do agronegócio; efetuar alianças e parcerias estratégicas para ampliar competências que permitam a expansão dos resultados do conglomerado; e realizar desinvestimentos e reorganização societária em determinados negócios.

Desafios tecnológicos

Ribeiro afirmou ainda que tem consciência de que o banco “está diante de enormes desafios” e que o ambiente é desafiador, mencionando fintechs e novas tecnologias como Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, e o open banking, que vai permitir o compartilhamento de dados do cliente. Para ele, as novas tecnologias “exigem novos modelos de negócio em um ambiente financeiro cada vez mais complexo”.

Fonte: Terra

 

Novo presidente do BB monta equipe: Barreto vai para a vice-presidência de governo

Publicado em: 25/03/2021

Sem alarde, sobretudo porque seu nome ainda está sendo submetido às regras de avaliação, o novo presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, está começando a montar sua equipe. O primeiro nome escolhido é o de Antônio Barreto, que comandará a vice-presidência de Governo da instituição.

Barreto, que foi cotado para substituir André Brandão no comando do Banco do Brasil, é hoje secretário-executivo do Ministério da Cidadania, com forte trânsito no Palácio do Planalto, sobretudo por causa do trabalho que realizou envolvendo o auxílio emergencial. Ele é funcionário de carreira do BB.

Experiente e conhecedor dos meandros políticos de Brasília, Barreto está tendo papel fundamental no preparo de Fausto Ribeiro para tocar a maior instituição financeira do país. Juntos, têm sondado figuras estratégicas com o objetivo de dar uma cara nova ao Banco do Brasil.

Vaga ambicionada pelo Centrão

A indicação de Antônio Barreto para a vice-presidência do Banco do Brasil é vista por Ribeiro como um trunfo, uma vez que se cogitava a nomeação de um político do Centrão para a vaga. O presidente da Câmara, Arthur Lira, ambicionava a vaga hoje ocupada por João Rabelo.

Desde o governo Lula, convencionou-se dar a vice-presidência de Governo do BB a políticos. Isso mudou a partir da gestão de Rubem Novaes, o primeiro presidente do Banco do Brasil na administração Bolsonaro. Novaes bateu o pé para fazer a própria equipe, mas durou pouco.

No que depender de Fausto Ribeiro, que comandava a BB Consórcios, qualquer estudo no sentido de privatizar o Banco do Brasil será enterrado, até para acalmar os funcionários da instituição. Ele também deve deixar de lado os planos de vendas de ativos do banco, como a BB DTVM, ambicionada pelo suíço UBS.

A perspectiva é de que Fausto Ribeiro tome posse na presidência do Banco do Brasil no início de abril. A partir do momento em que seu nome for aprovado pelo Comitê de Elegibilidade do BB, o presidente Bolsonaro poderá baixar decreto com a nomeação do executivo que substituirá André Brandão.

Saída em massa da diretoria

A saída de André Brandão da presidência do Banco do Brasil pode desencadear uma retirada em massa de diversos integrantes da cúpula do banco estatal. Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S.Paulo, diretores e vice-presidentes começam a sinalizar que podem acompanhar a decisão de Brandão e abandonar ao barco – e pelo menos dois vice-presidentes teriam saída certa.

O colegiado do Banco do Brasil vinha mostrando diversos sinais de insatisfação com a interferência do governo Jair Bolsonaro dentro das estatais, além do processo de fritura de Brandão nos últimos meses. O estopim para a saída em massa seria a indicação de Fausto Ribeiro, que só ocupou cargos de gerência antes de assumir a área de consórcios.

O fato de Ribeiro ter chegado ao segundo escalão do BB já pouco tempo aumentou a insatisfação dentro do colegiado, mas uma renúncia coletiva estaria descartada em um primeiro momento.

Fonte: Blog do Correio Braziliense com Estadão

Conselheiros lamentam saída de Brandão; executivo da Caixa deve presidir BB

Publicado em: 04/03/2021

Em reunião nesta semana, o presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, Hélio Magalhães, e outros três conselheiros defenderam a permanência de André Brandão no comando da instituição. A manifestação, registrada na ata do encontro, foi publicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os conselheiros defenderam a “continuidade da gestão de excelência que vem sendo realizada pelo atual presidente do BB, em conjunto com toda diretoria executiva e seus mais de 90 mil funcionários”. E lamentaram a “possível e surpreendente substituição do presidente do Banco do Brasil ainda no início de seu mandato”.

“Todavia, caso o seja por qualquer razão alheia às atribuições deste Conselho, que eventual substituto esteja à altura de seu notável perfil técnico e profissional, aptidões essenciais para se liderar uma instituição com o porte e complexidade do Banco do Brasil S/A”, ponderaram.

André Brandão, segundo apurou O Antagonista, deverá confirmar sua saída da presidência do Banco do Brasil, no máximo, até o início da próxima semana.

Executivo da Caixa na presidência

O presidente da Caixa Seguridade, João Eduardo de Assis Pacheco Dacache, está entre os nomes cotados para presidir o Banco do Brasil (BB), substituindo André Brandão. A expectativa é de que a troca no BB aconteça ainda este mês.

O nome de Dacache já foi aprovado em partes e tem crivo do Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal; Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o jornal Estadão, ainda falta a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

O avanço do nome de Dacache sinaliza o fortalecimento do presidente da Caixa no governo Bolsonaro, ao mesmo tempo que um menor poder de fogo de Paulo Guedes. O ministro da Economia vinha tentando trazer um nome de fora do universo de Brasília, seguindo sua agenda liberal. Dentre os cotados, cogitou o do ex-Itaú Unibanco Márcio Schettini.

Troca de comando é ruim

Outro que ganhou espaço para substituir Brandão é Márcio Schettini, ex-diretor geral de varejo do Itaú (ITUB4). De acordo com informações do Valor Econômico, outros nomes como Caio Ibrahim David, ex-diretor geral de atacado do Itaú, Gustavo Montezano, presidente do BNDES e Mauro Neto, vice-presidente corporativo do BB também estão no páreo.

Para a XP Investimentos mesmo com a experiência de Schettini, a troca do atual CEO é uma sinalização negativa. A corretora cita a ampla experiência de Brandão e suas sinalizações positivas para ganho de eficiência do Banco do Brasil.

Além disso, a troca pode ser visto como uma interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários. A corretora cita a ampla experiência de Brandão e suas sinalizações positivas para ganho de eficiência do Banco do Brasil.

Além disso, a troca pode ser visto como uma interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários.

“Um reconhecido nome sem independência teria problemas para implementar as mudanças estruturais de que o banco precisa”, argumenta. Não bastassem esses fatores, Brandão tem o amplo apoio dos conselheiros.

Fonte: O Antagonista com Money Times e Gazeta do Povo