Revisão de estratégia do BB terá meta de participação feminina e de negros na liderança

Publicado em: 04/08/2023

A revisão da estratégia corporativa do Banco do Brasil este ano contará com metas para elevar a participação de mulheres, pessoas negras e indígenas em cargos de liderança do banco, disse a presidente do BB, Tarciana Medeiros, durante participação na instalação da Comissão de Combate às Desigualdades do Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável, o Conselhão.

Na cerimônia, o banco e o Ministério da Igualdade Racial assinaram um protocolo de intenções para unir esforços em ações direcionadas à superação da discriminação racial, à inclusão e à valorização das mulheres negras, que prevê prevê programas, projetos, eventos, materiais informativos, campanhas publicitárias, entre outras medidas análogas.

“O BB é disciplinado com a estratégia corporativa, que é construída de forma colaborativa com os funcionários. É uma estratégia de longo prazo com revisões anuais. Na revisão deste ano, vamos criar indicadores que aumentem a participação de mulheres, pessoas negras, indígenas, e outros grupos sub-representados em cargos de liderança.”

Segundo Tarciana, o banco vai firmar o compromisso de chegar a 30% de mulheres e de pessoas negras e outros grupos sub-representados até 2025. Além disso, a meta é atingir 100% de salário digno para todos os funcionários até 2030, algo que também vão cobrar dos fornecedores.

A revisão estratégica ocorre em conjunto com a adesão do banco como empresa embaixadora dos três movimentos da Rede Brasil de Pacto Global da ONU: Elas lideram, raça e equidade e salário digno. “Coloco o BB à disposição para que busquemos cada vez mais soluções em conjunto para que tenhamos a busca de um País mais democrático, com mais igualdade e inclusão”, disse a presidente do banco no evento do Conselhão.

Principais objetivos

O objetivo do protocolo entre BB e MIR é desenvolver diretrizes de atenção às mulheres autodeclaradas pretas ou pardas e promover:

  • fomento a ações de formação e capacitação de jovens negras e periféricas
  • ingresso de jovens negras no mercado de trabalho
  • evolução do empreendedorismo e fortalecimento de micro e pequenos negócios de mulheres negras
  • valorização de iniciativas e produções de mulheres negras, sobretudo relacionadas a projetos culturais
  • estímulo à ocupação equilibrada de espaços de liderança no BB, considerando o respeito à diversidade étnica e de gênero
  • apoio mútuo e intercâmbio de experiências para ampliar as políticas afirmativas internas de raça e gênero no BB, trazendo perspectiva interseccional às iniciativas realizadas pela Empresa

O protocolo de intenções para combate e superação do racismo e promoção da diversidade e da equidade foi celebrado pelo prazo de 24 meses, contados da data de sua publicação, podendo ser prorrogado mediante novo acordo. As ações serão realizadas em cooperação mútua, e não haverá quaisquer remunerações específicas para execução do protocolo, nem transferência de recursos financeiros ou cessão de funcionários e servidores entre o BB e o MIR.

A assinatura acontece na semana no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, em homenagem à Tereza de Benguela, líder quilombola brasileira, símbolo de resistência e de luta contra a escravidão. A data é significativa por celebrar a força, a resiliência, as contribuições das mulheres negras e por ser uma oportunidade de evidenciar suas conquistas.

“Estamos muito felizes por fechar essa parceria com o BB, algo que eu e Tarciana [presidenta do Banco do Brasil] temos dialogado há bastante tempo. Fazer essa entrega no mês da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é algo que muito me alegra; e é muito simbólico ser feito pela primeira mulher negra presidente do Banco do Brasil e pela primeira ministra da igualdade racial. Sabemos que a valorização de profissionais negros e negras no mercado de trabalho e em suas carreiras é fundamental e temos atuado incessantemente para que a população negra seja visibilizada e representada em todos os espaços. Queremos oferecer oportunidades, fomento a iniciativas e incentivo às tecnologias sociais, que sabemos que as mulheres negras constroem no dia a dia” destaca Anielle Franco, ministra da igualdade racial do Brasil.

Tarciana Medeiros, autodeclarada negra e primeira mulher a presidir o Banco do Brasil nos 214 anos de história da instituição, comenta sobre o papel de protagonismo histórico do BB na sociedade brasileira. “Somos uma empresa bicentenária. Puxando pela história, poucos dias após comemorarmos 80 anos da criação do Banco, vimos ser proclamada a abolição da escravatura. Já éramos o maior banco do país nesse dia histórico. Nos 130 anos que se seguiram até hoje, participamos dos principais acontecimentos que impulsionaram o crescimento do país. Mas sabemos que as lutas contra o racismo e contra a desigualdade ainda hoje estão longe de serem concluídas”, afirma. “Não podemos mudar o passado que castigou grande parte de nossa sociedade com tantas injustiças, mas temos o dever de transformar o presente e construir um futuro diferente para as próximas gerações, com mais igualdade, mais tolerância e mais respeito à diversidade. Por isso, parcerias como essa que firmamos hoje são tão relevantes para pavimentar uma sociedade mais justa”, considera.

A presidenta destaca que o reforço ao compromisso com a diversidade e a equidade na Empresa evidencia-se também pela formação dos Conselhos de Administração e Diretor do BB. “Nosso CA é um dos mais diversos do mercado. São oito membros, sendo dois negros, dois LGTB+, quatro homens e quatro mulheres. O Conselho Diretor, pela primeira vez, possui três mulheres entre os oito cargos de vice-presidente. Até dezembro de 2022, apenas uma mulher havia ocupado essa posição em toda a história do BB. Além disso, desde o início do ano, nomeamos seis mulheres para ocupar cargos de direção e de gerência geral de unidades estratégicas dentre as 11 vagas desse nível surgidas em 2023 por aposentadorias ou renúncias. São ações práticas que já surtem efeito”, relata Tarciana, ao lembrar ainda que o atual Programa de Ascenção de Executivos do BB selecionou 34 mulheres entre 60 aprovados. Em 2021, processo mais recente até então, foram apenas 25% de mulheres.

Tarciana também comemora que 40% dos classificados na atual seleção externa do BB, cujos resultados foram divulgados neste mês, autodeclaram-se pretos ou pardos e que 10,28% do total de vagas foram conquistadas por pessoas com deficiência. “E todas essas pessoas podem chegar com a certeza de serem recebidas em uma empresa comprometida com a promoção de um ambiente e uma cultura organizacional de respeito e igualdade de oportunidades. Temos um caminho desafiador a percorrer, é verdade, mas os dados demonstram que temos avançado muito nesse sentido, sobretudo com nosso Programa de Diversidade. Na nossa gestão, a diversidade está sendo vivida na prática”, ressalta.

Para materialização das intenções do protocolo, o BB contará também com a Fundação Banco do Brasil, o coração social do BB desde 1985. A Fundação participará com ações afirmativas, como inclusão de bonificação especial para a temática de gênero e raça no edital do Prêmio FBB de Tecnologia Social 2023, intensificação da valorização de projetos sociais com foco em igualdade racial e resgate do legado do Projeto Memória, com destaque para Lélia González. O desenho das ações e os subsídios para elaboração das políticas de ações afirmativas foram construídos em parceria com o Ministério da Igualdade Racial.

Programa Diversidade do BB

O Programa de Diversidade do BB conta com um Comitê Estratégico de Pessoas, Equidade e Diversidade, fórum deliberativo interno multidisciplinar, que concretiza iniciativas em prol da diversidade e de avanços quanto ao tema entre os funcionários do BB. O Comitê integra funcionários e a alta administração para dar foco, apoiar a gestão e avançar as questões que envolvem diversidade, equidade, inclusão e pertencimento. Além disso, conta com Conselhos Consultivos temáticos. Saiba mais sobre uma das reuniões.

Fóruns de Diversidade

No último mês, foram realizados os primeiros Fóruns Regionais de Diversidade. Foram 38 encontros de funcionários, presencial e virtualmente, com abordagem de temas sobre gênero, gerações, LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, etnias e neurodiversidade em todas as regiões do Brasil. Em fase experimental, esses encontros contribuem para que o BB identifique as melhores maneiras de integrar os funcionários com o board. Os fóruns são formados por funcionários de diversas áreas e grupos de afinidade, que analisam demandas coletadas na Empresa e debatem novas necessidades e anseios, além de definir pautas passíveis de desenvolvimento.

Capacitação

O Portal da Universidade Corporativa Banco do Brasil (UniBB) também conta com um espaço dedicado à diversidade, com uma série de ações educacionais que vão além da base convencional de aprendizagem. Nesse ambiente, há conteúdo para refletir, compreender e evoluir a partir de histórias que representam os dilemas enfrentados diariamente pelas pessoas dos grupos de diversidade.

Atenção à saúde mental

Como apoio complementar aos funcionários em seus tratamentos psicoterapêuticos, a plataforma on-line contratada pelo Banco fez uma curadoria de profissionais qualificados para atendimento especializado ao público dos grupos de diversidade.

Mulheres no topo, um espaço pensado nas mulheres empreendedoras

Segundo dados do Sebrae e de pesquisa realizada pelo Global Enterpreneurship Monitor (GEM), no Brasil, 40% das micro e pequenas empresas são geridas por mulheres, e 85% dessas administram sozinhas seus negócios. Neste final de julho e durante todo o mês de agosto, o Banco do Brasil, apoiador do empreendedorismo feminino, oferece oportunidades especiais às mulheres empreendedoras. Serão aulas exclusivas e gratuitas no Capacita MPE, além de promoções envolvendo produtos e serviços do Banco e seus parceiros. Saiba mais no site Mulheres no Topo.

Fonte: Banco do Brasil e Estadão