Nova presidente do Banco do Brasil pode investigar Paulo Guedes

Publicado em: 06/01/2023

A nova presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, primeira mulher a comandá-lo, desde sua criação em 1808, pode levantar questão, politicamente, explosiva dentro da entidade bancária oficial, devido a escândalo financeiro que teria sido praticado em 2020 pelo ex-ministro Paulo Guedes, que não deverá passar em branco, conforme fontes do BB, ligadas ao sindicato da categoria; trata-se do que é considerado, dentro do BB, grossa corrupção que Guedes praticou, enquanto ministro, ao vender, com admissão da diretoria do BB, para banco privado, BTG, por ele criado, crédito de recebíveis de R$ 3 bilhões da carteira do BB por, apenas, R$ 300 milhões, sem licitação, dando prejuízo de R$ 2,7 bi.

A consideração técnica entre funcionários é a de que Guedes tratou os recebíveis como “crédito podre”, quando, na verdade, argumentam, são créditos sadios, visto que tem garantias asseguradas para evitar calotes dessa magnitude; ocorreu, tão somente, comenta-se dentro do BB, uma negociata espúria, inaceitável, que a Procuradoria Geral da República deve investigar a fundo; comprovada a maracutaia – a de que o BTG teria pago apenas 10% do valor de face da dívida, para arrecadar perto de 80%, sem fazer força –, a operação precisaria ser desfeita e submetida a processo legal para apurar responsabilidades; aos acusados seria dado amplo direito de defesa; se, ao final, for comprovada a ilegalidade, a prisão dos responsáveis seria determinada pela justiça.

Caso deixe tal imoralidade sem punição, o governo Lula, que inova em colocar mulher na direção do mais importante banco público do país, seria, mais cedo ou mais tarde, taxado de conivente.

Tarciana, 44 anos, cuja ascensão dentro do Banco do Brasil é considerada meteórica, somada ao fato de que se trata da primeira mulher, também, LGBT, presidente do BB, está diante do maior desafio de sua vida; originária do setor de varejo do banco, com fama de competente e tecnicamente excepcional, por ter a prática do trabalho em equipe, bastante dinamizada, de modo a impulsionar vendas dos produtos financeiros, com grande sucesso, certamente, a presidenta não vai querer carregar mancha tão pesada em seu currículo, devido à falta de providências moralizadoras.

Lula, igualmente, considerará tal fato como algo a ser expurgado, para que não dê motivos para ressurreição dos fatores que demonizaram, eticamente, o PT, produzindo o antipetismo, politicamente, explorado pela direita para inviabilizar candidatura lulista em 2018, depois de ter sido preso por mais de 500 dias, em Curitiba, pela Operação Lava Jato, da qual se libertou mediante julgamento do STF, que o considerou inocente.

As informações que circulam são as de que será aberto processo em torno do assunto, para investigá-lo a fundo, a fim de descolar o BB da companhia de bancos privados nesse tipo de operação, que, na ocasião, Paulo Guedes e a diretoria do BB consideraram modernização de prática público-privada.

Fonte: Brasil 247

Associação de funcionários do BB pede a Guedes que barre ‘superaposentadorias’ de até R$ 70 mil

Publicado em: 19/08/2022

A Associação Nacional de Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) encaminhou nesta quarta-feira, 17, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um ofício afirmando que há a prática de “superaposentadorias” na empresa estatal. A associação pede que a Previ, o fundo de pensão do banco, revogue uma parte de seu regulamento, na qual abre exceções que permitem que o teto das aposentadorias seja ultrapassado. De acordo com a regra, o teto de R$ 45 mil pode ser burlado por aqueles que já conseguiram a aposentadoria ou que estão em vias de conseguir, valendo apenas para os futuros aposentados.

“O presidente ganha R$ 70 mil, o vice-presidente R$ 60 mil. Tem diretores, dirigentes executivos. São centenas que já se beneficiaram ou estão para se beneficiar. O artigo alerta que eles têm o direito adquirido. Adquirido de que maneira, cara pálida? Com manobras que ostensivamente tinham conflito de interesses”, disse o presidente da ANABB, Augusto Carvalho, ao Estadão.

Como beneficiário da burla ao teto, o presidente da associação citou o ex-presidente do BB Alberto Bendine, que também já comandou a Petrobras. Bendine chegou a ser preso no âmbito da Operação Lava Jato acusado de receber propina da construtora Odebrecht (atual Novonor). “Ele que não quis implantar o teto, foi na gestão dele que não houve a implantação. Estranhamente todos os órgãos tinham aprovado”, afirmou Carvalho.

O drible ao teto acontece em meio à movimentação de reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os ministros enviaram ao Congresso uma proposta de aumento de 18% dos próprios salários, o que eleva de R$ 39 mil para R$ 46 mil o valor recebido mensalmente pelos magistrados. O aumento vai provocar o chamado “efeito cascata”, elevando também os vencimentos de desembargadores e juízes, além de motivar reajustes da Câmara e do Senado. “Nas estatais há descaminhos também para se burlar normas que visam fazer justiça salarial e justiça previdenciária”, comentou Carvalho.

“Embora tenha sido instituído teto de salário de participação, a política das superaposentadorias continua no Banco do Brasil, em função da exceção criada no regulamento da Previ”, reclamou a associação em ofício enviado a Guedes. Segundo as regras da Previ, que foram aprovadas neste mês, o limite “não se aplica aos participantes que, na data de aprovação deste regulamento, possuam salário-de-participação superior àquele limite, sendo-lhes assegurada sua preservação, nos termos deste regulamento”.

Integrantes da ANABB se reuniram nesta quarta com membros do Ministério da Economia, que disseram que vão analisar a solicitação. “O teto hoje do maior salário do funcionário do Banco do Brasil gira em torno de R$ 45 mil, funcionário celetista”, observou Carvalho.

De acordo com o representante dos funcionários do banco, a estatal deveria informar de onde tirará recursos para pagar o dinheiro aos executivos que ganham acima do teto deveria . “O banco teria de criar um fundo de pensão, um outro plano específico, já que ele queria pagar bem os seus executivos, não somos contra, se quer pagar uma boa aposentadoria, também não somos contra. Porém, tem que fazer a coisa certa”.

Fonte: Estadão

Guedes defende Banco do Brasil na ‘fila’ de privatizações dos próximos anos

Publicado em: 01/10/2021

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta segunda-feira (27) que a Petrobras e o Banco do Brasil entrem na “fila” de privatizações dos próximos anos. Guedes deu a declaração ao participar por videoconferência do encontro “O Brasil Quer Mais”, organizado pela International Chamber of Commerce (ICC).

“Um plano para os próximos dez anos é continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendido e sendo transformado em dividendos sociais”, declarou o ministro da Economia.

Guedes tem defendido as privatizações para que o governo use os recursos em um fundo contra a miséria. Na campanha eleitoral de 2018, o presidente Jair Bolsonaro disse que “não gostaria” de ver a Petrobras privatizada. Na ocasião, declarou que a medida só seria feita “se não houver solução”.

Além disso, em 2019, o então presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que Bolsonaro vetou a privatização do banco.

Para o ministro da Economia, o processo de privatização não está acelerado no governo Bolsonaro, mas destacou que em dois anos e meio foram privatizados o equivalente a R$ 240 bilhões. Paulo Guedes lembrou, ainda, a intenção do governo de privatizar a Eletrobras e os Correios. “Quem dá o ‘timing’ é a política”, acrescentou.

O ministro da Economia disse, ainda, que gostaria, no futuro, de mudar o regime previdenciário para o sistema de capitalização, rejeitado pelo Congresso Nacional em 2019. Nesse regime, os benefícios são pagos de acordo com as contribuições feitas no passado pelos próprios trabalhadores.

Redução de alíquotas de importação

Ainda no discurso, Guedes lembrou que a redução de 10% na Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul já foi implementada para bens de capital (máquinas e equipamentos) e de informática, mas que deseja promover redução para todos produtos comprados pelo Mercosul — o que é rejeitado pela Argentina.

“Nossa posição é de avançar. Não vamos sair do Mercosul, mas não aceitaremos um Mercosul como ferramenta de ideológica. O Mercosul é uma plataforma de integração na economia global. Se não entregar esse serviço, vamos modernizar. Os incomodados que se retirem, pois um dia a Argentina falou isso para os outros. Vamos devolver isso para a Argentina”, declarou.

O ministro defendeu que a redução continue nos próximos anos. Segundo ele, é possível avançar em uma nova redução em 2022, se a reforma tributária passar no Congresso Nacional.

Reforma do Imposto de Renda

Guedes também voltou a defender a tributação de lucros e dividendos, cuja alíquota aprovada pela Câmara dos deputados caiu de 20% (proposta do governo) para 15%, e afirmou que busca reduzir, nos próximos anos, a tributação sobre as empresas para 20%.

Atualmente, a taxação é de 34% no Brasil. Na proposta da reforma do IR aprovada pelos deputados, a taxação ficou em 26%. O texto ainda tem de passar pelo Senado Federal para ter validade.

“Vamos para 26%. Se a arrecadação continuar subindo, vamos para 21%. O ideal é que não fosse mais do que 20%. Tudo acontece na empresa, o imposto deve ser muito baixo na empresa, deve ser de 20%. Agora na pessoa física [com a tributação de lucros e dividendos], antes de comprar avião e o seu barco, paga 15%”, concluiu.

Fonte: Globo.com

“Fiquei por fora desse episódio”, diz Guedes sobre crise entre BB e Febraban

Publicado em: 10/09/2021

O ministro da Economia, Paulo Guedes, alegou nesta sexta-feira, 3, que não se envolveu na crise entre os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil – e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Após a entidade apoiar manifesto da Fiesp pela democracia, os dois bancos controlados pelo governo ameaçaram de desfiliar da instituição da qual são membros fundadores. “Fiquei muito fora desse episódio, só fiquei sabendo sexta-feira passada”, afirmou o ministro.

“Fui comunicado por alguém do governo que me disse que estavam tentando fazer um movimento do qual um banco público não deveria participar. Um presidente de banco público disse que não poderia assinar documento que atacava o governo federal, que é dono do banco”, completou, em participação no “Scoop Day”, organizado pelo TradersClub (TC).

“Outro empresário me ligou e disse que abria mão do movimento, porque ele estava sendo desvirtuado. O documento pedia moderação a todos os Poderes”.

O ministro relatou que a Febraban entrou em contato com ele para dizer que não queria atacar ninguém, mas sim pacificar. “Então aparentemente, saiu o documento para pacificar e os bancos públicos parece que disseram que não vão sair da Febraban, então parece ter amansado tudo, é o que eu espero”, avaliou.

Recentemente, Paulo Guedes foi criticado em análise realizada pelo economista Eduardo Giannetti, professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), diante da política fiscal e dos impulsos populistas do governo frente às eleições presidenciais de 2022.

A opinião de Giannetti causou polêmica no Instagram do Seu Dinheiro. No perfil da rede social, nossa equipe leva ao público análises macroeconômicas, análises de investimentos, oportunidades da bolsa de valores, insights do mercado financeiro e notícias relevantes para o seu patrimônio (aproveite para nos seguir neste link). Confira abaixo as falas de Giannetti sobre Paulo Guedes:

Entenda o conflito com a Febraban

Voltando ao assunto, a indisposição dos bancos com a Febraban começou após um manifesto que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com o pedido de harmonia entre os três Poderes. A Febraban é signatária do documento.

A princípio, o entendimento do Banco do Brasil era de que a instituição que representa o setor no País, é privada e está se posicionando de forma política, o que ambos, controlados pelo governo, discordam.

O Banco do Brasil disse acreditar que “o episódio poderá, ao final, contribuir para reforçar mecanismos internos na Federação que favoreçam o diálogo e reforcem o papel da Febraban como importante agente de desenvolvimento do País”. Embora o Banco do Brasil seja de controle estatal, a instituição tem ações listadas na bolsa de valores (BBAS3).

Protestos de 7 de setembro

Ainda no evento do TradersClub, Paulo Guedes disse acreditar que não haverá confusões nas ruas na próxima terça-feira (7). “Tenho certeza que presidente Jair Bolsonaro está fazendo celebração ao 7 de setembro e ponto, pacífica. Com o passado militar dele, o amor à bandeira e à nação. Até hoje, todas as celebrações que eu vi foram de muita gente de verde e amarelo, sem confusão, imagino isso”, acrescentou.

“Reafirmo minha confiança de que são movimentações pacíficas, a celebração de independência. Um dia depois da celebração, todas as instituições estarão trabalhando de novo”, concluiu.

Fonte: Seu Dinheiro

 

Operação com o BB pode dar lucro de R$ 1,7 bi a banco fundado por Guedes

Publicado em: 10/09/2020

A operação que em julho cedeu uma carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões do Banco do Brasil ao BTG Pactual, instituição fundada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pode dar um lucro ao comprador de R$ 1,7 bilhão. A informação foi revelada em reportagem desta quarta-feira 8 pela Revista Fórum (confira aqui). Segundo uma fonte do mercado ouvida pela publicação que avaliou o histórico da carteira, vendida ao BTG por parcos R$ 371 milhões, esta última tem potencial de recuperação de 70%. “Além disso, a maior parte dela é composta por financiamentos imobiliários, ou seja, em caso de inadimplência, imóveis podem ser tomados para quitar os empréstimos”, diz a matéria.

Ainda de acordo com a fonte, “esses créditos imobiliários foram tomados por ex-funcionários do próprio BB, que deixaram o banco em PDVs nos anos 1990 e 2000”. “Se a avaliação de 70% de recuperação feita por essa fonte se concretizar, o BTG vai receber R$ 2,03 bilhões ao final, ou R$ 1,659 bilhão a mais do que pagou pela carteira”, explica a publicação.

João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), lembra que a entidade tem feito uma série de matérias desde o anúncio da operação pelo Banco do Brasil, e que a transação contestada também na Câmara por deputados da oposição, entre eles Glauber Braga (PSOL-RJ), que, entre outras medidas cabíveis, irá solicitar o cancelamento da operação.

O dirigente insiste que a operação carece de transparência e esclarecimentos por parte do BB e do governo Bolsonaro. “A denúncia da Revista Fórum deixa o negócio, que já era suspeito, ainda mais questionável. Temos denunciado nos nossos canais essa operação que teve um deságio de 90% e beneficiou justamente o banco fundado pelo Paulo Guedes, em mais uma investida privatista e de ataque ao Banco do Brasil deste governo”, enfatiza Fukunaga.

A pergunta que fica: por que o próprio BB, por meio da Ativos S.A., empresa do seu próprio conglomerado, não fez a recuperação desses créditos? Cadê a transparência da operação, que, em nota, o próprio BB diz ter sido ‘piloto de um modelo de negócios’ do banco?”, indaga Getúlio Maciel, dirigente sindical e representante da CEBB pela Fetec-CUT/SP.

A mesma fonte do mercado financeiro revelou à Revista Fórum que o BTG está de olho em outras duas carteiras de crédito do BB, de cerca de R$ 1,6 bilhão cada, que atualmente estão sob os ativos da Previ, o fundo de previdência dos funcionários da instituição.

À Revista Fórum, o Banco do Brasil, em nota, informou que “os créditos cedidos referem-se a operações que estavam inadimplentes, em média, há mais de seis anos. Do total, 98% já estava lançado em prejuízo e os 2% restantes contavam com provisões”.

O BTG Pactual, à mesma publicação, enviou a seguinte resposta: “Conforme já esclarecido pelo próprio Banco do Brasil em comunicado do dia 1º/7/2020, o BTG Pactual reforça que a aquisição da carteira de créditos inadimplentes mencionada pela reportagem se deu regularmente via processo de concorrência, no qual o BTG Pactual disputou com outras empresas especializadas neste mercado”. O banco destacou, ainda, que a operação contou com o acompanhamento de consultoria externa.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Governo vai anunciar 3 ou 4 ‘grandes privatizações’ em até dois meses, diz Guedes

Publicado em: 06/08/2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (6) que o governo irá propor, em até 60 dias, a privatização de três ou quatro grandes empresas públicas. “Eu acho que o congresso estará ao nosso lado. O presidente estará nos ajudando com a coordenação politica”, declarou. Porém, Guedes não citou o nome das empresas a ser vendidas. As declarações foram dadas em um evento online promovido pela “Fundación Internacional para la Libertad” (FIL).

Segundo o ministro, as privatizações são uma estratégia para melhorar as contas públicas e o perfil da dívida pública. Esses dois indicadores pioraram por conta dos gastos extraordinários com a pandemia do novo coronavírus. “Temos menos tempo, perdemos um ano em termos de espaço fiscal, mas ganhamos milhões de vidas, a economia continuou com os sinais vitais preservados. Então, estou dizendo que o Brasil vai surpreender o mundo de novo. No ano passado, passamos uma reforma difícil [Previdência] e vamos surpreender neste ano, porque estávamos votando as propostas”, declarou o ministro.

Questionado sobre a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) prevista para 2021, Guedes estimou uma alta de 3% a 3,5% no período. O mercado financeiro estima uma expansão de 3,5% para a economia brasileira no próximo ano.

“Mas não gosto de previsões. O que podemos fazer é atuar como um bom jardineiro. Só podemos cuidar do jardim e esperar que as borboletas venham. Acho que o Brasil vai voltar logo, talvez mais cedo o que muitos países avançados”, afirmou.

O ministro da Economia disse que o Brasil vai “surpreender o mundo de novo” e lembrou que, no ano passado, foi aprovada a reforma da Previdência Social. “O Congresso é pré-reformas e nos dará apoio. Estou otimista com o que acontecerá neste ano”, declarou.

Guedes informou que o governo buscará aprovar no Congresso, em até duas semanas, o marco legal do gás natural. De acordo com o ministro, as novas regras promoverão “choque de energia barata” na economia brasileira.

Ele voltou a dizer que não haverá um aumento do nível geral de impostos com a reforma tributária, mas que podem haver substituições. “Se uma taxa aparece, é para substituir outra”, declarou. O ministro acrescento que, se a reforma provocar um aumento da arrecadação acima do previsto, as alíquotas serão posteriormente reduzidas.

Segundo o ministro da Economia, impostos sobre a folha de salários são uma “arma de destruição de empregos” e são a “taxa mais estúpida que pode haver no mundo”. A área econômica tem defendido um imposto sobre pagamentos eletrônicos para conseguir reduzir a tributação sobre a folha de pagamentos.

Fonte: G1

Guedes busca nome ligado ao mercado para presidir Banco do Brasil

Publicado em: 31/07/2020

A despeito de não descartar uma solução caseira para a presidência do Banco do Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende buscar alguém de mercado para substituir Rubem Novaes, que deixará o cargo em agosto, e, com isso, mostrar que continua com prestígio no setor privado. Guedes está incomodado com a debandada de integrantes de sua equipe e quer resolver o imbróglio do BB o mais rapidamente possível. O ministro tem o aval do presidente Jair Bolsonaro.

No mercado, as reações à saída de Novaes foram divergentes. A unanimidade é que, seja qual for o escolhido, será um nome com conhecimento técnico — o que não descarta, totalmente, uma indicação política para o cargo.

O economista Cesar Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do DF, disse que a ideia do governo é “acomodar a questão política de cargos com o centrão”. “Deve ser alguém com condições de intermediar os desejos de privatização de Guedes e a resistência a se desfazer de tudo, de Bolsonaro”, afirmou.

Novaes não tinha perfil político, mas era perfeitamente capaz de levar a cabo os projetos de desinvestimento e as operações do banco digital, assinala Bergo. “Prova disso é a expectativa de resultados bastante positivos do BB nessa temporada de balanços do segundo trimestre. Como é amigo do ministro e do presidente, Novaes — fritado em banha quente pelos chegados do Planalto — preferiu sair antes que fosse tarde. Mas com a consciência de que o BB sempre foi uma boa moeda de troca”, reforça Bergo.

Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, tem opinião diferente. Rubem Novaes é que era, na análise de Vieira, de certa forma, uma indicação política. Tinha ligação com a ala olavista (dos seguidores do guru Olavo de Carvalho) do governo. “Por isso, não creio que a saída dele abra espaço para o centrão, o qual não tem nenhum interesse em profissionais de alto nível que não sentem na cadeira para beneficiar A, B ou C.”

O que o mercado não deseja, diz Vieira, “é o retorno à velha política de presidencialismo de coalizão”. “Nesse quadro, acho que Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração do BB, é o mais indicado para sentar sem traumas na cadeira de Novaes. Os outros que vêm sendo citados pela mídia também são bons”, reitera Jason Vieira.

Guedes, no entanto, já descartou Hélio Magalhães, porque o considera estratégico na função em que está hoje. Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, de tudo o que vem sendo ventilado, pouca coisa é consistente. “A única conversa que faz sentido é de que a mudança não significa enfraquecimento de Paulo Guedes. Pelo contrário”, afirma.

Quem assumir o comando do Banco do Brasil terá as demandas do governo. Novaes sai em meio a críticas do Planalto de que não teria entendido a missão do BB diante da mais grave recessão da história do país, mesmo diversas vezes cobrado para incentivar a liberação de empréstimos e financiamentos.

Se Guedes lançar mão da saída caseira, entre os principais cotados estão os vices-presidentes Carlos Hamilton (Gestão Financeira e Relações com Investidores), Walter Malieni (Negócios de Atacado), Carlos Motta (Varejo) e Mauro Ribeiro Neto (Corporativo).

Banqueiros estranham a demora

O zunzunzum está grande entre os principais banqueiros do país diante da demora do governo em nomear o novo presidente do Banco do Brasil. A percepção que começa a ganhar força entre eles é a de que está havendo um embate entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Palácio do Planalto na definição do sucessor de Rubem Novaes.

As leituras são muitas entre os banqueiros. Para eles, como a saída de Novaes da presidência do BB vinha sendo negociada desde junho, conforme o próprio executivo anunciou, era mais do que natural que Guedes já tivesse um nome para o comando da maior instituição financeira pública. Ou seja, não houve surpresa para o ministro na renúncia de Novaes anunciada há uma semana (24 de julho).

Como referência, citam o caso de Mansueto Almeida, que deixou, de forma negociada, a Secretaria do Tesouro Nacional e, no mesmo dia, foi anunciado o nome de seu sucessor justamente para sinalizar a continuidade no manejo das contas públicas. Segundo os banqueiros, seria importante que, no caso de Novaes, também com a saída já aventada, Guedes já tivesse um sucessor nas mangas.

Embates políticos pelo comando

Para os banqueiros, ante a demora para a escolha do presidente do Banco do Brasil, deve-se questionar: cadê a força de Guedes no mercado? Esperava-se que, diante de um convite do ministro, muitos se colocassem à disposição para ajudá-lo. Mas a impressão que se tem é a de que está havendo negativas. E isso está abrindo embates políticos pelo comando do BB no Planalto sem que o presidente Jair Bolsonaro faça uma intervenção.

Os mesmos banqueiros reconhecem que, se tivesse optado logo por uma solução caseira, puxando para a presidência um dos vice-presidentes do BB, além de ter excelentes nomes, Guedes não estaria passando por questionamentos sobre a dificuldade em encontrar o substituto de Rubem Novaes.

Um dos banqueiros ressalta que, num governo que tem um ministro interino no meio da mais grave pandemia em 100 anos, muitos podem achar natural a demora para a nomeação do novo presidente do Banco do Brasil. Mas quem acompanha esse tema de perto acredita que há algo muito estranho no ar.

Fonte: Correio Braziliense

Guedes quer alguém jovem e que “aguente o tranco” no Banco do Brasil

Publicado em: 27/07/2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer alguém “mais jovem e dinâmico” e que “aguente o tranco” para assumir a presidência do Banco do Brasil (BB) na saída de Rubem Novaes. O ministro entende que o cargo requer alguém disposto a encarar as inovações do sistema financeiro e também a pressão política de Brasília. Porém, segue com vários nomes na mesa.

O perfil moderno e resiliente está no radar de Guedes porque o próprio Rubem Novaes, ao pedir demissão da presidência do BB na última sexta-feira, disse que a instituição agora deveria ser dirigida por um executivo jovem, afinado com as transformações tecnológicas do sistema financeiro. Ele também revelou, contudo, cansaço com o “ambiente poluído” de “privilégios, compadrio, corrupção e privilégios” de Brasília. E já havia se mostrado incomodado com os embates sobre os gastos de publicidade e a privatização do banco. Por isso, agora o ministro da Economia quer alguém com fôlego e disposição para travar esses debates.

E Guedes não descarta uma solução caseira para encarar essa missão. Por isso, vice-presidentes do BB estão na lista de possíveis sucessores, como Mauro Ribeiro Neto (Corporativo), Carlos Hamilton (Gestão Financeira e Relação com Investidores), Walter Malieni (Negócios de Atacado) e Carlos Motta (Varejo). O presidente do Conselho de Administração do BB, Hélio Magalhães, também aparece no páreo. Mas nomes de fora do BB também estão sendo cotados, como o presidente do Conselho de Administração do BNDES, Marcelo Serfaty, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

Guimarães chama atenção porque é querido por Guedes e pelo presidente Jair Bolsonaro e ganhou visibilidade nacional na pandemia com o auxílio emergencial – ao contrário do BB, que foi criticado pela demora em começar a oferecer apoio às pequenas empresas. Porém, já disse a alguns interlocutores que estava feliz e focado na Caixa.

Por isso, fontes do BB acreditam que o vice-presidente Mauro Neto pode se sair bem nessa disputa. Isso porque Mauro tem se destacado internamente com a gestão de pessoas e tem experiência no serviço público. É jovem e bem preparado. Por isso, poderia se encaixar na ideia de modernização do BB. E, por outro lado, também já atuou com desestatizações. Logo, poderia continuar tocando a agenda liberal de Guedes e Novaes.

Assessor especial

O destino de Rubem Novaes, por outro lado, já está decidido. O economista vai voltar ao Rio de Janeiro como desejava, mas vai continuar na equipe econômica, como assessor especial do Ministério da Economia. “Ele é muito amigo de Paulo Guedes e é bem entrosado com os economistas locais”, contou uma fonte da equipe econômica.

Rubem Novaes pediu demissão da presidência do Banco do Brasil nessa sexta-feira (24/07). Ele disse neste sábado (24/07) que a decisão já havia sido comunicada ao ministro Paulo Guedes desde maio. E, portanto, não estava relacionada ao pedido de esclarecimentos que recebeu do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, nesta sexta, no âmbito do inquérito das fake news, sobre os gastos do BB com publicidade.

Prestes a completar 75 anos, Novaes explicou que não se adaptou ao ambiente político de Brasília, está cansado e quer aproveitar o convívio com os netos no Rio.

Fonte: Correio Braziliense

Oposição cobra Guedes sobre venda de carteira de créditos do BB a BTG Pactual

Publicado em: 16/07/2020

O líder do PT na Câmara, Enio Verri, enviou um pedido de informações a Paulo Guedes para que o ministro explique a venda de carteira de créditos do Banco do Brasil a um fundo administrado pelo BTG Pactual. O valor da carteira é de R$ 2,9 bilhões e o impacto financeiro será de R$ 371 milhões. Foi a primeira vez que o Branco do Brasil fez a transação com uma empresa fora de seu conglomerado.

No requerimento, Verri pede “dados, análises e maiores detalhamentos pertinentes à cessão realizada a fim de que se possa aferir a regularidade de sua ocorrência, a observância de requisitos de boa governança e, principalmente, o atendimento ao interesse coletivo”.

O deputado questiona se a carteira foi oferecida a outros bancos, como o valor foi definido e quais as motivações para a cessão.

Fonte: Época 

BB cede carteira de crédito ao BTG em meio à nova ameaça de privatização

Publicado em: 09/07/2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista à CNN neste domingo, anunciou que o governo brasileiro fará quatro grandes privatizações em 90 dias. Sem detalhar quais estatais seriam entregues à iniciativa privada, Guedes acrescentou que “as privatizações, até agora, não caminharam no ritmo desejado”.

A nova ameaça privatista do governo Bolsonaro foi feita dias após o Banco do Brasil anunciar a venda de carteiras de crédito, a maioria em perdas, a um fundo do BTG Pactual, banco fundado na década de 1980 pelo próprio Guedes. Trata-se da primeira cessão de carteira do BB a um banco que não pertence ao seu conglomerado. A carteira cedida tem valor contábil de R$ 2,9 bilhões e o impacto financeiro da transação será de R$ 371 milhões, antes dos impostos, que serão lançados no terceiro trimestre.

Em comunicado divulgado na quarta-feira 1º, o BB informou que “esta operação é o piloto de um modelo de negócios recorrente que o Banco está desenvolvendo para dinamizar, ainda mais, a gestão do portfólio de crédito”.

Para João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), trata-se de uma operação, no mínimo, suspeita. “A venda da carteira de crédito para o BTG Pactual, dita de vanguarda, é bastante suspeita ao beneficiar, pela primeira vez, um banco fora do conglomerado e que justamente foi criado pelo ministro bolsonarista. Como saber se o BB não está sendo usado para interesses escusos do Paulo Guedes?”, questiona o dirigente.

Fukunaga acrescenta que algumas superintendências têm feito reuniões com os gerentes gerais informando que o banco será privatizado em, no máximo, três anos. Além de prejudicial aos funcionários e ao desenvolvimento econômico e social do Brasil, a privatização do BB traria consequências nefastas à maioria dos brasileiros, pois afetaria principalmente o financiamento da agricultura familiar, encarecendo o valor dos alimentos à mesa da população.

Falta de transparência

Segundo a economista do Dieese Cátia Uehara, não houve transparência por parte do BB na operação. Ela explica que os bancos, periodicamente, procuram “limpar” seus balanços cedendo créditos podres para empresas no intuito de reduzir custos e o índice de inadimplência.

“Essas empresas/fundos, então, compram essas carteiras e, por meio de um processo chamado securitização, transformam ativos; como cheques, crédito, duplicatas e outros recebíveis em atraso; em um título. Para os compradores, o lucro vem da diferença entre o que eles pagaram ao banco e o que receberão ao cobrar esses recebíveis/dívidas no futuro. Todavia, no caso da operação realizada pelo BB com o BTG Pactual, não fica claro se o valor da carteira cedida de R$ 2,9 bilhões é justo, pois o BB não explica qual o tipo da carteira e menciona somente que ela é “majoritariamente em perdas”, não havendo transparência na operação”, enfatiza.

Projeto autoritário

A operação suspeita e que envolve um banco criado pelo ministro da Economia parece ser mais uma das arbitrariedades cometidas pelo governo Bolsonaro ao longo de sua ingerência política dentro do Banco do Brasil. Internamente, gestores trabalham no sentido de não admitir contestações dos seus subordinados.

Em um canal interno do BB, quando questionada por um funcionário, que argumentou se a transação não estaria atendendo a algum interesse de Guedes, fundador do BTG Pactual, um gestor reagiu de forma totalitária, censora e intimidadora: “Sua colocação não está compatível com o nosso código de conduta, pois traz ilações inaceitáveis. Estou te ligando para entender melhor por que você se permitiu registrar esse comentário”, respondeu.

“Além do intuito do desmonte e da venda, há um projeto autoritário no BB comandado a mãos de ferro pelo Paulo Guedes. Além dos desmandos pouco ortodoxos, a direção do BB tem feito vista grossa para acusações de assédio por parte de gestores contra funcionários e, além de banalizado, tem normatizado esse tipo de prática nefasta. Cobramos que o banco abra um processo de assédio moral contra o gestor pelo comentário acima censurando, publicamente, o funcionário”, finaliza João Fukunaga.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Ministro Paulo Guedes despreza BB e as pequenas empresas

Publicado em: 28/05/2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou na reunião ministerial do dia 22 de abril que “Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”.

“Ou seja, em meio à uma pandemia que resultará em uma crise econômica gravíssima, o ministro da Economia da gestão Bolsonaro mais uma vez revela sua mentalidade neoliberal e mostra que enxerga o governo como um banco privado ao avaliar uma suposta perda de recursos públicos ao salvar empresas de porte menor, que são as responsáveis pela maior quantidade de vagas de emprego no país”, afirma João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil.

Em 2019 as micro e pequenas empresas abriram 731 mil vagas formais enquanto as médias e grandes fecharam 88 mil postos com carteira assinada. Considerando os dados de 2007 a 2019, os pequenos negócios criaram 12,4 milhões de vagas. Enquanto isso, médias e grandes empresas perderam 1,5 milhão. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram compilados pelo Sebrae.

Na mesma reunião ministerial do dia 22 de abril, que foi divulgada na sexta-feira 22, pelo ministro do STF, Celso de Mello, Guedes também afirmou que “tem que vender essa porra logo”, em referência ao Banco do Brasil. “Com esta declaração, Guedes despreza a função social que uma instituição pública do porte do Banco do Brasil, que esbanja liquidez e rentabilidade, deveria exercer durante a crise do coronavírus, por meio da concessão e crédito para ajudar as micro e pequenas empresas”, afirma Fukunaga.

Não é só Carlos Bolsonaro que anda assediando o Banco do Brasil. Segundo a revista Veja, empresários bolsonaristas querem a cabeça do chefe do banco, Rubem Novaes, por incompetência na condução da instituição. Justamente porque, no meio da crise do coronavírus, Novaes não libera crédito fácil e rápido.

“O banco já vinha perdendo carteira e hoje, em meio a este cenário desolador causado pelo coronavírus, está dificultando a liberação de crédito para quem realmente precisa, que é o micro e pequeno empresário, o que reflete muito a visão do Paulo Guedes explicitada no vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril”, afirma Fukunaga.

Ainda em termos reais, a carteira MPME teve uma diminuição de quase 50% (48,2%), enquanto a carteira total teve uma redução de 33,7%, o que mostra que o crédito para MPME caiu mais do que a crédito geral do BB. No período, a participação do crédito da instituição pública para MPME caiu de 30,9% para 24,2% do total da carteira.

“O Banco do Brasil é uma empresa pública com mais de 200 anos de história e deveria exercer a função social de conceder crédito para o setor produtivo preservar empregos, especialmente em meio a esta crise de proporções muito sérias. Mas ao invés de utiliza-lo como instrumento anticíclico, o ministro da Economia prefere usar de palavreado de baixo calão para atacar a instituição e defender sua venda”, finaliza o dirigente.

Redução do crédito para micro, pequenas e médias empresas

Segundo as demonstrações financeiras do Banco do Brasil, entre março de 2016 e março de 2020 o valor da carteira para micro, médias e pequenas empresas (MPME) foi reduzida de R$ 127,3 bilhões para R$ 65,9 bilhões. No mesmo período, a carteira de crédito total encolheu de R$ 411,5 bilhões para R$ 272,9 bilhões, em valores reais (considerada a inflação do período).

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Funcionários do BB movem ação contra Guedes por falta de ética com empresa

Publicado em: 21/05/2020

A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb) vai notificar extrajudicialmente o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na reunião ministerial de 22 de abril — que está no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar denúncias de Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro —, Guedes, afirmou que é preciso “vender logo a porra do BB”.

Na avaliação dos funcionários do BB, Guedes ultrapassou todos os limites da ética ao atacar uma empresa cujas ações têm forte impacto na economia. Asseguram ainda que tanto, no governo do qual Guedes faz parte quanto no Congresso, não há apoio para a privatização da instituição. “Tal postura revelou-se despropositada e indecorosa não somente para com a instituição e todo o funcionalismo do Banco do Brasil e, sobretudo, para com todo o povo brasileiro”, ressalta a Anabb na ação.

A associação ressalta, ainda, que a fala do ministro irritou muito os funcionários, que cobraram da entidade uma ação efetiva, pois estão trabalhando pesado, sobretudo neste momento de pandemia do novo coronavírus, com agências abertas e operações de crédito importantes neste momento.

“Uma empresa não existe sozinha. O Banco do Brasil é a soma do trabalho e da dedicação de todos os seus funcionários. Causa perplexidade a fala em um momento grave para o país e para a sociedade brasileira. A fala desconsidera o trabalho de todos os funcionários no contexto da pandemia, que estão atendendo a população em todo o país, correndo riscos, mas sem abdicar de exercer seu papel. É um trabalho essencial, para os cidadãos e para a economia”, frisa a Anabb.

Veja os principais pontos da notificação extrajudicial:

“A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil – ANABB — vem, respeitosamente, manifestar-se sobre o pronunciamento de Vossa Senhoria o qual afirmou que seria preciso “vender logo a porra do Banco do Brasil”, durante uma reunião ministerial citada pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.

Inicialmente é necessário relembrar que o Banco do Brasil foi fundado em 12 de outubro de 1808. Foi a primeira instituição bancária a operar no país e, em mais de 200 anos de existência, acumulou experiências e colecionou inovações participando vivamente da história e da cultura nacionais. Tem como principal missão corporativa “ser um banco de mercado, competitivo e rentável, atuando com espírito público em cada uma de suas ações junto à sociedade”.

O Banco do Brasil é uma instituição financeira brasileira constituída na forma de sociedade de economia mista, com participação do governo federal do Brasil em 50% das ações, sendo um banco estatal e que possui grande representatividade no país. Conta com 15.133 pontos de atendimento distribuídos pelo país, entre agências e postos, sendo que 95% de suas agências possuem salas de autoatendimento (são mais de 40 mil terminais), que funcionam além do expediente bancário. Possui ainda opções de acesso via internet, telefone e telefone celular. Está presente em mais de 21 países além do Brasil. Demais disso, o Banco do Brasil possui 5.429 agências, estando presente na maioria dos municípios do país, com uma estrutura de mais de 109.191 funcionários, além de 4066 estagiários, contratados temporários e adolescentes trabalhadores.

Como se vê, é situado como um dos maiores bancos do Brasil, tanto em agências quanto em patrimônio/receita líquida e contribui de forma intensa no crescimento econômico, industrial, comercial e social do Brasil, atuando diretamente em situações pouco atrativas aos bancos privados como, por exemplo, o crédito rural que precisa estar ao alcance de todos. A sua presença nos agronegócios, financiando boa parte das exportações e na concessão de crédito com taxas de juros bem acessíveis às micro e pequenas empresas fornecendo capital de giro e opções de investimentos, fazem do Banco do Brasil a instituição mais procurada por pessoas que tem o interesse de estabelecer uma empresa.

Demais, disso, o Banco do Brasil está presente em diversos segmentos culturais e artísticos, no esporte olímpico brasileiro (vôlei, futsal, etc), entre outras modalidades esportivas, confirmando o propósito de participar do crescimento do Brasil atuando em diversas áreas.

Dessa forma, a marca “Banco do Brasil” é uma das mais conhecidas e valorizadas pelos brasileiros, que reconhecem na instituição atributos como solidez, confiança, credibilidade, segurança e modernidade. Por meio de atuação bastante competitiva nos mercados em que atua, o Banco do Brasil é uma companhia lucrativa alinhada a valores sociais.

Deve ser considerado, ainda, que tal postura não se coaduna com o posicionamento do atual governo, tampouco do Congresso Nacional os quais sustentam a não privatização do Banco do Brasil sendo, portanto, um discurso isolado e que não reflete a atual conjuntura política do país.

Diante de tal contexto, a ANABB vem, veementemente, REPUDIAR o infeliz pronunciamento realizado por Vossa Senhoria o qual não condiz com a cordialidade e a urbanidade que o cargo exige e que vem tão somente, de forma imprudente, enfraquecer um dos maiores legados que o Brasil possui nos tempos modernos: o banco de todos os brasileiros. Tal postura revelou-se despropositada e indecorosa não somente para com a instituição e todo o funcionalismo do Banco do Brasil e, sobretudo, para com todo o povo brasileiro.

Ante o exposto, considerando que o Banco do Brasil é uma instituição milenar exercendo um papel fundamental na economia brasileira e que não merece ser tratada com descaso, a ANABB vem NOTIFICAR Vossa Senhoria a fim de que se retrate formalmente em relação ao pronunciamento realizado como medida de justiça e, sobretudo, de respeito a toda nação brasileira.”

Fonte: Blog do Correio Braziliense

Paulo Guedes e equipe discutem privatização do Banco do Brasil

Publicado em: 05/12/2019


A privatização do Banco do Brasil está no radar do governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe devem tentar convencer o presidente Jair Bolsonaro a aceitar vender a instituição pública, disse o jornal O Globo, que afirma ter ouvido fontes próximas ao assunto.

Segundo a publicação, a privatização do Banco do Brasil poderia ocorrer até o fim do mandato, em 2022. Ao jornal, a pasta comandada por Guedes negou a intenção do governo de desestatizar a empresa e o banco não comentou o assunto.

Em outubro deste ano, o presidente da instituição financeira, Rubem Novaes, chegou a afirmar que a privatização do Banco do Brasil era inevitável, ressaltando que era sua “opinião pessoal”.

“Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, nesse mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição publica não vai ter a mesma velocidade de adaptação”, afirmou Novaes naquela época.

Nesta semana, o secretário de especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, afirmou que o governo tentaria a desestatização apenas de subsidiárias do BB, Caixa Econômica e Petrobras.

Guedes estaria tentando convencer Bolsonaro a incluir o BB na lista de privatizações que serão enviadas ao Congresso no próximo ano. O Globo diz que, procurado, o Ministério da Economia negou que o governo Bolsonaro pretenda privatizar Banco do Brasil, Caixa ou Petrobras.

Apesar da negativa, assunto já é alvo de discussões dentro do governo, diz o jornal. Procurado pela publicação, o BB não comentou.

Fonte: Seu Dinheiro

Caixa devolverá R$ 3 bi ao Tesouro e Guedes fala em ‘despedalada’

Publicado em: 13/06/2019


A Caixa Econômica Federal oficializou nesta quarta-feira, 12, o pagamento de R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional. O montante, que corresponde a uma primeira parcela de uma dívida total de R$ 40,2 bilhões do banco, será usado pelo governo para abater a dívida pública brasileira.

Essa dívida da Caixa com o Tesouro foi feita por meio dos chamados Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD), usados pelo governo da presidente Dilma Rousseff para elevar o volume de recursos em instituições públicas. Hoje, o Tesouro tem a receber de todos os bancos públicos R$ 86,5 bilhões relacionados aos IHCD.

Desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vinha indicando a intenção de acelerar os pagamentos dos bancos ao Tesouro, como forma de “despedalar” a relação com as instituições financeiras. “Vamos resgatar a dívida pública, que aumentou na contabilidade criativa. As pedaladas acabaram levando a impeachment de presidente”, lembrou na quarta-feira Guedes, ao confirmar o pagamento de R$ 3 bilhões da Caixa ao Tesouro. A operação foi antecipada pelo Estadão/Broadcast em maio.

Guedes destacou que, com os recursos da Caixa, o Brasil reduzirá sua dívida – hoje na casa dos R$ 5,48 trilhões pelo critério de dívida bruta (78,8% do PIB). Quanto maior a dívida pública, pior a percepção dos investidores quanto à capacidade de solvência do País.

De acordo com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a instituição devolverá ao Tesouro “o dinheiro que se deve”. “O plano é devolver R$ 20 bilhões este ano”, acrescentou o executivo, em entrevista à imprensa. Os R$ 3 bilhões foram a primeira parcela. Para os R$ 17 bilhões restantes, a Caixa ainda precisa do aval do Banco Central.

Guedes afirmou ainda que, além da Caixa, os demais bancos públicos estão trabalhando para devolver recursos ao Tesouro o quanto antes. Segundo o Ministério da Economia, o BNDES deve ao Tesouro R$ 36,1 bilhões, o Banco do Brasil, R$ 8,1 bilhões; o Banco do Nordeste, R$ 1,0 bilhão; e o Banco da Amazônia, R$ 1,06 bilhão.

“Está todo mundo trabalhando com o mesmo objetivo (de devolver recursos de bancos à União). Todos os bancos que têm instrumento de dívida estão fazendo o dever de casa”, disse Guedes. Na manhã de quarta, antes do anúncio sobre a Caixa, Guedes esteve com Guimarães e com os presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e do BNDES, Joaquim Levy. “Estamos colocando pressão nos bancos de regiões mais ricas, não nos do Nordeste.”

Fonte: Estadão

Ministro Paulo Guedes diz por que os lucros dos bancos são tão altos

Publicado em: 06/06/2019


O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 4, que o lucro dos bancos brasileiros é alto porque são só “cinco ou seis” instituições. “Precisamos de competição. Tudo no Brasil é cartelizado, precisamos de competição”, afirmou.

Guedes se exaltou ao responder perguntas do deputado Rui Falcão (PT-SP) sobre investigações contra o ministro relacionadas a fundo de pensão. “Minha experiência foi levantar fundos de investimentos. Sem ofensa, sua experiência é com quem derrubou fundos?”, questionou o ministro.

Guedes respondeu ainda a questionamentos sobre que tipo de privilégios estão sendo cortados com a reforma da Previdência.

“Privilégio é o salário de funcionário do Legislativo ser 20 vezes maior do que a média do INSS. Os senhores políticos vão se aposentar por teto do INSS, o privilégio vai embora”, alfinetou.

Fonte: Infomoney

Ministro Paulo Guedes quer ‘passar faca’ nas empresas estatais

Publicado em: 29/05/2019


O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quarta-feira (22) que o governo começará “daqui a pouco” a privatizar “peixes grandes”, ao ressaltar que os recursos obtidos com as privatizações serão transferidos aos bancos por meio do pagamento dos juros da dívida pública.

Disse Guedes, durante um seminário sobre a reforma da Previdência em Brasília, que “por enquanto não tem peixe grande, só coisinha pequena aqui, concessões ali. Daqui a pouco vão entrar os grandes, nós vamos começar os grandes também. Está tudo sendo preparado”, destacou o ministro.

Em seguida, Guedes disse que o dinheiro arrecadado seria utilizado para o pagamento dos juros da dívida pública, que segundo ele, é uma vergonha para Brasil – já que este ano a expectativa do governo é de gastar R$ 360 bilhões com essa despesa.

“Com as privatizações, vamos travar essa despesa (com juros da dívida), que para o Brasil é uma vergonha”, afirmou Guedes.

Guedes não disse que peixes grandes são esses, mas no mês de março deste corrente ano, o ministro declarou durante um evento intitulado “A Nova Economia Liberal”, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio, que se livraria de todas as estatais, inclusive a Petrobrás.

Disse Paulo Guedes: “Eu trouxe o Salim Mattar, com apetite enorme, doido para privatizar o máximo possível, doido para passar a faca…”, declarou, referindo-se ao secretário especial de Desestatização e Desinvestimento, secretaria do Ministério da Economia com foco em privatizações.

Na quinta-feira (16), em Dallas (EUA), Guedes anunciou que pretende entregar o Banco do Brasil para o Bank of America.

As críticas declaradas por Paulo Guedes aos gastos do governo com juros são falaciosas, pois se Guedes estivesse realmente incomodado com os gastos do governo com a dívida pública, ele diminuiria os juros a patamares civilizados, por meio da redução da taxa básica de juros da economia (Selic), já que governo que tem o poder de definir essas taxas.

Mas, Bolsonaro pretende entregar definitivamente as decisões econômicas do País, inclusive as taxas de juros, para os monopólios financeiros que controlam o Banco Central, ao propor a lei que permite a autonomia ao Banco Central (BC).

Fonte: Hora do Povo

Paulo Guedes deve anunciar principais executivos do BB até semana que vem

Publicado em: 20/12/2018


A equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, deve concluir até semana que vem o primeiro escalão do Banco do Brasil, de coligadas, afiliadas e da Previ, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

Rubem Novaes, nomeado para ser o próximo presidente do BB, tem participado de reuniões no gabinete de transição junto com Carlos Hamilton, a quem apontou para ser seu “braço direito” à frente do BB, do qual já foi vice-presidente. Novaes também já afirmou na semana passada que Francisco Basílio será o vice-presidente de agronegócio do banco.

Segundo a fonte, o brigadeiro da Força Aérea Brasileira (FAB) Paulo Eduardo Vasconcellos pode ser nomeado para a vice-presidência de TI do banco. O militar tem especialização em auditoria de contratos, licitações e contra fraudes em instituições financeiras.

O atual presidente-executivo do BB, Marcelo Labuto, pode seguir dentro do conglomerado, mas possivelmente numa subsidiária, como a BB DTVM, já que Guedes mostrou interesse em mantê-lo dentro dos quadros da instituição.

José Maurício Pereira Coelho pode seguir como presidente na Previ, a caixa de previdência dos funcionários do BB.

Paulo Guedes diz que fusão entre BB e Bank of America é “uma ideia para o futuro”

Publicado em: 08/11/2018


Montando suas propostas para o governo de Jair Bolsonaro, o economista Paulo Guedes acredita que o Banco do Brasil e o Bank of America poderiam se fundir ou fazer um acordo para realizarem operações juntos no Brasil e nos Estados Unidos.

As informações são do site Poder360, que explica que o futuro ministro da Economia acredita que a união das duas instituições abriria a porta para o banco norte-americano atuar no Brasil, aumentando assim a competição no setor.

Por outro lado, o Banco do Brasil passaria a ter uma atuação maior no mercado norte-americano, levando sua expertise para lidar com o público latino no país.

A proposta seria, por enquanto, apenas uma ideia, e não há detalhes sobre como funcionaria esta união de negócios. Ao site O Antagonista, Guedes disse que uma eventual fusão dos bancos “é só uma ideia para o futuro”.

Segundo ele, o tema foi levantado em uma conversa informal com o amigo Alexandre Bettamio, presidente do BofA na América Latina. Recentemente ele recusou um convite de Bolsonaro para ser presidente do Banco do Brasil, cargo que ficou com Marcelo Labuto – que segundo o Poder360 não deverá seguir no cargo em 2019.

A ideia de Guedes sobe a fusão parte da premissa do problema de falta de crédito no país. O economista acredita que isso se dá pelo fato dos bancos públicos terem uma grande carteira e serem responsáveis por fornecer dinheiro mais barato para alguns setores. Para ele, uma abertura do mercado poderia mudar radicalmente esta dinâmica.

Fonte: Infomoney

Programa de privatização do governo terá pouco efeito para diminuir dívida

Publicado em: 31/10/2018


Um eventual programa de privatizações de estatais federais pelo próximo governo – sem incluir “joias da coroa” como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal – teria pouco efeito para reduzir a crescente dívida pública.

Ao todo, são 138 empresas estatais federais, sendo 47 de controle direto e 91 de controle indireto (subsidiárias). Segundo declarações anteriores do economista liberal Paulo Guedes, principal assessor do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), a venda de todas as estatais e imóveis da União poderiam contribuir com cerca de R$ 1 trilhão para abater algo como 20% da dívida do governo, atualmente em 77% do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas, segundo especialistas em fusões e aquisições consultados pelo DCI, um processo ambicioso como esse levaria pelo menos entre um a dois anos para sair do papel e, se cumprido, não alcançaria o objetivo proposto inicialmente por Paulo Guedes (de redução da dívida pública), quando considerado a resistência do presidente eleito por manter setores considerados estratégicos. “Um programa de privatização e de concessões será muito importante para a competividade e para reativar a economia, mas, mesmo que todas as estatais fossem vendidas, não se resolveria o problema fiscal. A reforma da Previdência é mais importante para a sustentabilidade das contas”, diz o diretor de M&A da Duff and Phelps no Brasil, Alexandre Pierantoni.

Ele diz que um processo de avaliação inicial das estatais selecionadas para venda leva pelo menos dois ou três meses, seguindo ao um processo de cinco a seis meses de road-shows para ter uma noção dos potenciais interessados, investidores estratégicos e financeiros (fundos). “Sem pensar na articulação política e no ambiente regulatório, as questões jurídicas pensam mais na parte final, quando os leilões estão marcados”, disse.

A sócia do escritório L. O Baptista Advogados, Cássia Monteiro, lembrou que eventuais subsidiárias de estatais de capital aberto – como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil – obrigatoriamente terão que realizar assembleias de acionistas. “Subsidiárias também carregam passivos da empresa-mãe. Tudo tem que passar por assembleia, e os acionistas minoritários sempre vão arguir [alegar, questionar], o que pode provocar mais atrasos na venda”, avisa Cássia.

Nos cálculos do sócio do escritório Miguel Neto Advogados, Bruno Guarnieri, um processo de venda completa de uma estatal “com muita vontade” leva de um ano e meio a dois anos. “Há muita burocracia, mas no caso de subsidiárias de estatais de capital aberto, esse processo é mais tranquilo, pois já existe governança nessas empresas”, diz. Ele lembrou que o passo inicial de todo o processo começa com um edital para a contratação que quem fará a assessoria da venda. “Isso já toma os primeiros meses do governo”, diz.

Na opinião pessoal do secretário geral do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), Marcelo Pires, começar um programa de privatizações agressivo logo no começo do mandato pode ofuscar o debate sobre as reformas. “Não dá para fazer tudo de uma vez pois enfrentará resistência política no Congresso. Bolsonaro não vai vender empresas que ele considera estratégicas”, diz.

De fato, o próprio presidente eleito – em sua campanha – negou que irá privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a área de exploração e produção da Petrobras, e a de geração de energia da Eletrobras. Nas entrelinhas, a venda dos Correios é possível. Alvos de Bolsonaro De acordo com o programa do PSL registrado no TSE, na mira do presidente eleito estão pelo menos 18 estatais que dependem de “subvenções do governo federal para o pagamento de despesas de pessoal, para custeio em geral ou de capital”, diz o texto.

“Entre essas empresas estão a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Valec, e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL)”, informa o programa. Dados da Secretaria de Estatais (Sest) mostram que as 18 estatais dependentes tiveram uma dotação orçamentária de R$ 21 bilhões para 2018. Já entre as demais empresas estatais consideradas não dependentes, os aportes aprovados do Tesouro Nacional totalizaram R$ 3 bilhões em recursos.

Fonte: Jornal DCI

Escolha de Paulo Guedes emitiu sinais ao mercado do programa econômico

Publicado em:


A escolha do economista Paulo Guedes, que deverá assumir o ministro da Fazenda, como principal assessor, desde o início da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro (PSL) deu peso ao programa de governo e lastro ao candidato para transitar entre interlocutores empresariais e do mercado financeiro.

De acordo com Roberto Meurer, presidente da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpec), a escolha precoce do assessor econômico foi estratégica. A definição permitiu à opinião pública “rastrear o nome”, conhecer o pensamento e “ter pistas de como as coisas serão conduzidas”.

Conforme perfil disponível no site da Bozano Investimentos, da qual Paulo Guedes é sócio e membro do comitê executivo, o economista com título de PhD na Universidade de Chicago tem larga experiência no mercado financeiro e em iniciativas na educação privada.

“Paulo [Guedes] foi um dos fundadores do Banco Pactual S.A. em 1983 e Presidente e acionista majoritário do IBMEC, reconhecida instituição de educação brasileira. Posteriormente fundou a BR Investimentos, empresa focada em private equity, que foi incorporada na criação da Bozano Investimentos. Paulo (…) foi membro do conselho de diversas empresas como Localiza, PDG, Abril Educação e Anima Educação”, descreve resumo.

Para o cientista político Leonardo Barreto, Paulo Guedes é representante de “uma geração brilhante de economistas” e “deu sofisticação às propostas de Jair Bolsonaro, aumentando a estatura política do ex-capitão do Exército e abrindo portas onde ele não entrava ou era recebido.”

Para Barreto, ainda na fase de transição entre os governos Temer e Bolsonaro, Guedes terá que estudar cenários e dar sinalizações sobre o que possa ser feito em temas como reforma da Previdência Social, privatização de empresas estatais, funcionamento de agências regulatórias, concessões públicas e reforma tributária.

Travessia delicada

Para Silvio Campos Neto, economista-sênior da consultoria Tendências, a forte presença de Paulo Guedes no governo é indicativa de uma agenda mais liberalizante da economia, considerada como “necessária” pelo mercado financeiro.

Apesar do consenso em setores econômicos, Neto assinala que Guedes terá que fazer “uma travessia delicada”. Ele lembra que o PSL, mesmo com 50 deputados, precisará negociar com as bancadas da Câmara e do Senado. O futuro ministro da Fazenda também tem que ter “capacidade de articulação política para viabilizar sua agenda”, frisa.

A estrutura que Paulo Guedes comandará, a Fazenda, é formada por sete secretarias, como a da Receita Federal e do Tesouro Nacional, além da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Ao ministério estão vinculadas cinco empresas estatais (como a Caixa Econômica), três empresas de economia mista (como o Banco do Brasil), além de quatro autarquias – entre elas, o Banco Central do Brasil.

Conforme agenda oficial, durante a campanha, Paulo Guedes, esteve no Ministério da Fazenda três vezes. Em duas oportunidades discutiu “assuntos econômicos” com o ministro Eduardo Guardia – em uma ocasião acompanhado do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Paulo Guedes também se reuniu uma vez com o ministro do Planejamento, Esteves Pedro Colnago Junior, e nove secretários da pasta. Todos encontros ocorreram em Brasília. Em outro momento tratou da “situação fiscal” com dirigentes do Tesouro Nacional. O futuro ministro chegou a elogiar o atual presidente do BC e o secretário do Tesouro , Mansueto Almeida. Guedes não excluiu manter quadros que considera competentes do governo Temer na equipe econômica.

Medidas duras

Perguntado na última sexta-feira (26) sobre um eventual convite para integrar a equipe econômica do próximo governo, o secretário do Tesouro desconversou. Mansueto Almeida disse que não teve contato com assessores econômicos de nenhum candidato depois do primeiro turno. Ele confirmou que, antes do primeiro turno, ele; o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, conversaram com as equipes de diversos candidatos para repassarem informações sobre a situação da economia, esclarecendo dados fiscais e explicando como se dará a transição.

Mansueto Almeida informou que o próximo governo terá de tomar medidas duras e impopulares para reequilibrar as contas públicas. Ele reiterou que o governo terá de sair de um déficit primário de 2% do PIB para um superávit de 2% do PIB nos próximos quatro anos, o que resulta num ajuste fiscal de quatro pontos percentuais do PIB em corte de gastos e aumento de receitas.

O ajuste, informou o secretário, necessariamente passará pela redução de gastos obrigatórios, como o da Previdência Social. Um eventual corte de metade dos gastos com o funcionalismo federal, ressaltou o secretário, resultaria numa economia de apenas um ponto percentual do PIB. O cancelamento de todas as diárias de viagens de servidores diminuiria os gastos em cerca de R$ 3 bilhões, apenas 1% do ajuste de R$ 300 bilhões necessário para chegar ao superávit primário de 2% do PIB.

Almeida considera muito difícil a proposta de zerar o déficit primário em um ano. Segundo ele, o setor público (União, estados, municípios e estatais) deverá encerrar 2018 com déficit primário de R$ 125 bilhões, com a possibilidade de que o rombo fique abaixo de R$ 100 bilhões em 2019. Somente uma receita extraordinária muito elevada, como a de privatizações e a da cessão onerosa do petróleo na camada pré-sal, permitiriam alcançar essa meta.

O secretário ressaltou, no entanto, que decisões de privatização e de concessão são lentas e têm obstáculos inesperados, como assembleia de acionistas, decisões judiciais e questionamentos por parte do Tribunal de Contas da União. Sobre a transformação do regime de Previdência Social de repartição para capitalização, Almeida diz que a proposta é factível, desde que a mudança ocorra lentamente e se inicie apenas em 10 ou 15 anos.

Fonte: Agência Brasil