Bancos fecham mais de 3,2 mil agências desde 2019 e deixam a população na mão

Publicado em: 09/08/2024

Em meio a Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2024 – mobilização da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho – o Sindicato tem dialogado com muitos clientes dos bancos durante suas atividades de mobilização. Nestas conversas é recorrente a queixa sobre o fechamento de agências e o número insuficiente de bancários para realizar o atendimento.

Desde 2019, os bancos fecharam 3.216 agências bancárias. A redução do número de agências é acompanhada também da eliminação de postos de trabalho. Em 12 meses, o setor bancário eliminou 3.325 postos de trabalho.

“O fim do fechamento de agências e o aumento do número de postos de trabalho bancários são duas reivindicações importantes da nossa Campanha Nacional Unificada 2024. Ao reduzir o número de unidades físicas de atendimento, os bancos excluem parcela significativa da população e prejudicam o comércio local”, disse Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.

“Essa precarização do atendimento bancário prejudica sobretudo as regiões periféricas, que muitas vezes dependem de uma única agência ou mesmo não possuem nenhuma, obrigando as pessoas se desloquem e gastem tempo e dinheiro para serem atendidas. Precarização esta que longe dos grandes centros, como é a região metropolitana de São Paulo, é ainda mais danosa para a população”, acrescenta.
18 milhões de brasileiros sem atendimento bancário

Apenas 55,5% dos 5.565 municípios brasileiros possuem cobertura de agências bancárias. Com isto, 2.476 municípios, ou 44,5% do total, não contam com este serviço. Esta realidade deixa 18 milhões de brasileiros sem atendimento bancário em suas cidades. Os dados são do Banco Central do Brasil e foram compilados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“Os bancos, que somente em 2023 lucraram R$ 108,6 bilhões, considerando apenas os cinco maiores, devem prestar um bom atendimento para a população. Afinal, operam como concessões públicas. Para isso, é preciso que parem de fechar agências e contratem mais bancários, melhorando assim o atendimento e reduzindo a sobrecarga de trabalho, um dos fatores que leva ao adoecimento da categoria”, conclui Neiva.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos fecharam 6,3 mil postos de trabalho em 2023

Publicado em: 22/02/2024

Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado na sexta-feira (9), com base nos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o setor bancário fechou 6.315 postos de trabalho em 2023. No ano, os bancos admitiram 36.142 bancários, mas demitiram 42.457. Os dados mostram que, nos 12 meses de 2023, o saldo negativo de empregos bancários se repetiu em 11 deles. Apenas em outubro houve saldo positivo de 271 postos de trabalho. O setor segue em sentido contrário ao do mercado de trabalho formal em geral, que empregou mais 1.483.598 pessoas.

“É preocupante ver um setor tão importante, que obtém lucros exorbitantes ano após ano, não dar sua contribuição para a manutenção do emprego no país”, observou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale. “Isso traz prejuízo para a economia, que gira mais devagar, aos clientes, que têm menos bancários para atendê-los, e principalmente aos trabalhadores, que veem o número de contas e de clientes aumentar juntamente com a sobrecarga de trabalho e o consequente adoecimento”, completou.

Demissão geral

O documento ressalta que “o fechamento de postos de trabalho ocorreu de forma sistematizada em todas as áreas ocupacionais do setor, porém de forma mais predominante em ocupações diretamente associadas às atividades bancárias e financeiras (-4.601 vagas)”. Na área administrativa e afins foram fechadas 1.129 vagas; 408 da área de atendimento ao público; e 242 em tecnologia da informação.

As ocupações de nível gerencial estão entre as mais afetadas. Dentre as dez principais ocupações com maiores saldos negativos, cinco são do nível gerencial, com destaque para Gerente de Contas – Pessoa Física e Jurídica, que perdeu 2.954 postos de trabalho.

Distribuição geográfica

Na análise segmentada por regiões geográficas do país, vemos que, em 2023, houve abertura de vagas nas regiões Norte (+140 vagas) e Nordeste (+307vagas) e fechamento nas regiões Centro-Oeste (-100 vagas), Sul (-363 vagas) e Sudeste (-6.299 vagas).

O maior número de postos de trabalho eliminados ocorreu nos estados de São Paulo (-4.220 vagas), Rio de Janeiro (-1.156 vagas) e Minas Gerais (-855 vagas). Já os estados onde ocorreu maior abertura de vagas foram Rio Grande do Sul (+289 vagas), Bahia (+84 vagas) e Sergipe (+78 vagas).

Perfil da movimentação

O levantamento do Dieese também traz dados segmentados por sexo, faixa etária, raça/cor (nomenclatura utilizada nas bases de dados do Ministério do Trabalho, cujo registro parte de autodeclaração do trabalhador) e remuneração, que mostram que a categoria é composta por 48% de mulheres, porcentagem que vem sendo reduzida devido à menor contração. Do total de contratados em 2023, 54,3% são homens. Na área de tecnologia da informação este percentual é ainda mais desigual, sendo 75,7% dos admitidos do sexo masculino. Em seu estudo, o Dieese lembra que a menor presença de mulheres em ocupações desta área tem sido alvo de discussão nas negociações da Mesa de Igualdade de Oportunidade.

No que diz respeito a movimentação segundo faixa etária, há saldo positivo para as faixas etárias até 29 anos (+7.628 vagas) e negativa para faixas a partir de 30 anos (-13.943 vagas).

As informações sobre raça/cor revelam que, em 2023, o saldo para pessoas pretas e pardas foi positivo em 1.317 vagas, sendo 24% do saldo atribuído às mulheres. A ampliação de vagas para pessoas pretas e pardas é pauta histórica e recorrente nas negociações da categoria bancária.

Por fim, o salário mensal médio de um bancário admitido em dezembro de 2023 foi de R$ 6.174,35, enquanto o do desligado foi de R$ 7.845,89. Isto é, o salário médio do admitido correspondeu a 78,7% do desligado.

Fonte: Contraf-CUT

Bancos brasileiros eliminaram quase 10 mil postos de trabalho em 2019

Publicado em: 29/01/2020


O setor bancário brasileiro eliminou 9.463 postos de trabalho em 2019. Somente em dezembro foram extintas 680 vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério da Economia. Fechamento de posto de trabalho caracteriza a extinção de uma vaga (demissão de um trabalhador sem que outro seja contratado para a mesma função).

Além do fechamento de postos de trabalho, um dos setores mais lucrativos da economia do país também ganha com a redução salarial. Os 44.963 bancários demitidos durante o ano ganhavam em média R$ 7.138. Já os 35.500 admitidos no período foram contratados ganhando R$ 4.564. Ou seja, em 2019 os trabalhadores foram contratados ganhando 36% menos do que os demitidos.

“Embora a mídia e as agências de classificação de risco não admitam, porque priorizam o lado do mercado e não a realidade dos trabalhadores, tem filhos e pagam contas, a economia continua ruim. A renda está diminuindo e a informalidade aumentando. Por sua vez, os bancos estão lucrando cada vez mais e investindo cada vez menos na geração de emprego”, critica Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Bradesco.

Até setembro de 2019 (o lucro do quarto trimestre ainda não foi divulgado), os cinco maiores bancos do país (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) lucraram R$ 80 bilhões, aumento de 23,6% em relação ao mesmo período de 2018. Essas cinco instituições financeiras representam 90% do total de empregos no setor bancário.

“Os bancos deveriam cumprir com sua função constitucional de concessão pública e atuar no interesse da sociedade por meio da abertura de mais postos de trabalho a fim de diminuir o desemprego que atinge mais de 12 milhões de pessoas, e também para atender melhor a população e diminuir a sobrecarga de trabalho que gera tantos adoecimentos na categoria bancária”, afirma Neiva.

Desigualdade de gênero persiste e aumenta

Entre os gêneros, a desigualdade continua. Em 2019, as mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 3.893, 76% do salário dos homens admitidos (R$ 5.140). As demitidas ganhavam R$ 6.062 em média, 74% do salário médio dos dispensados (R$ 8.174).

No recorte do mês de dezembro, as bancárias foram admitidas com média salarial de R$ 3.678, 77% da média dos homens admitidos (R$ 4.775). As demitidas ganhavam R$ 6.368 em média, 77% do que recebiam na média os dispensados (R$ 8.260).

“Apesar de mais escolarizadas que os homens que atuam no setor, as bancárias ganham salários menores e possuem maior dificuldade de ascensão profissional, o que constata o machismo estrutural no setor bancário”, denuncia Neiva.

Na última Campanha Nacional Unificada dos Bancários, em 2018, a categoria conquistou a realização de um novo Censo da Diversidade. No primeiro trimestre será realizada uma mesa de igualdade de oportunidades entre os Sindicato e a Fenaban para discutir os dados do censo e as ações que o movimento cobra para combater as desigualdades no setor .

O censo é uma ferramenta importante que auxiliará na construção de demandas a fim de combater as desigualdades de gênero e raça no setor bancário e para a promoção de políticas de igualdade de oportunidades para mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e negros.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos fecharam 6.379 postos de trabalho em 2019, revela Dieese

Publicado em: 28/11/2019


Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), aponta que os bancos fecharam 6.379 postos de emprego entre janeiro e outubro de 2019. Desde 2013, os bancos já acumulam saldo negativo de 66.985 mil postos.

O resultado de 2019 é decorrente, principalmente, dos programas de desligamentos voluntários abertos pelos bancos. Foram registradas 29.610 admissões e 35.989 desligamentos no período. Os maiores saldos negativos foram registrados no Rio de Janeiro (-1.699 postos), no Rio Grande do Sul (1.072 postos fechados) e no Distrito Federal (-804 postos).

A análise por setor de atividade econômica revela que os bancos múltiplos com carteira comercial, como o Itaú, o Bradesco, o Santander e o Banco do Brasil, foram responsáveis pelo fechamento de 6.684 postos no período.

Emprego Verde Amarelo

Somente na faixa etária entre 18 e 29 anos houve saldo positivo, com criação de 10.765 postos de trabalho. Graças à negociação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e das federações e sindicatos que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários, estes trabalhadores têm a garantia de que seus salários serão mantidos conforme definido na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e não serão limitados a R$ 1.500,00, como determina a Medida Provisória (MP) 905/2019.

Emprego

Em todas as faixas etárias acima de 30 anos, o saldo de emprego nos bancos foi negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, na qual houve fechamento de 9.799 postos. Mas, nas faixas entre 30 e 39 anos e entre 40 e 49 anos, também foi grande o saldo negativo (-3.479 e -3.478 postos fechados, respectivamente).

Desigualdade de gênero

Os dados mostram, ainda, que as 13.575 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e outubro de 2019 receberam, em média, R$ 3.926,70. O valor corresponde a 75,9% da remuneração média auferida pelos 16.035 homens contratados no período. Ao se analisar os salários na data de desligamento, constata-se que a desigualdade de gênero se amplia durante a carreira bancária. As 17.572 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.997,95, o que equivalia a 73,3% da remuneração média dos 18.417 homens desligados dos bancos no período.

Emprego1

Fonte: Contraf/CUT

Bancos fecham 1.928 postos de trabalho só em setembro, aponta Caged

Publicado em: 23/10/2019


De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), somente em setembro os bancos cortaram 1.928 postos de trabalho. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o saldo negativo de contratações já alcança 3.328 empregos bancários. Desde 2013, a categoria perdeu 63.934 postos de trabalho.

“O saldo negativo de postos de trabalho em setembro, superior ao acumulado de todos os meses anteriores de 2019, é inadmissível e foi fortemente impactado pelos planos de demissões voluntárias do Itaú, Caixa e BB. Esses números escancaram a falta de responsabilidade social dos bancos, que apenas no primeiro semestre lucraram R$ 50,5 bilhões [Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil], crescimento de 20,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo enquanto concessões públicas, que faturam alto com tarifas e juros extorsivos cobrados da população, os bancos oferecem muito pouco retorno para a sociedade”, critica a diretora de Comunicação do Sindicato, Marta Soares.

As demissões sem justa causa representaram 52,8% do total de desligamentos no setor nos nove primeiros meses de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 38,1%. Entre janeiro e setembro foram, ainda, registrados 158 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017.

“Como concessões públicas, os bancos deveriam oferecer retorno à sociedade na forma de crédito a juros civilizados, tarifas não abusivas e criação de vagas de empregos. Porém, em um cenário de crise, com mais de 12 milhões de desempregados, no qual ainda assim o setor financeiro segue batendo recordes de lucratividade, os bancos vão na direção contrária. Mesmo cobrindo com folga todos os gastos com pessoal apenas com a receita de tarifas cobradas dos clientes, seguem cortando postos de trabalho”, enfatiza Marta

Para a diretora do Sindicato, os cortes de postos de trabalho prejudicam não somente bancários, mas também o país como um todo. “Os bancários que permanecem no setor enfrentam uma sobrecarga de trabalho e níveis de adoecimento cada vez maiores. A população, por sua vez, tem o atendimento cada vez mais prejudicado. Além disso, os cortes nos bancos contribuem para a já elevada taxa de desemprego no país”

Rotatividade

Além de maximizar seus lucros por meio dos cortes de postos de trabalho, os bancos também lucram com a rotatividade no setor. Segundo o Caged, em setembro, o salário médio dos bancários que ingressaram no setor (R$ 4.458) corresponde a apenas 57% do que recebiam em média os trabalhadores desligados (R$ 7.811).

Desigualdade de gênero

Os dados do Caged também escancaram a desigualdade de gênero no setor bancário. As 11.965 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e setembro de 2019 receberam, em média, R$ 3.938,85. Esse valor corresponde a 75,6% da remuneração média dos 14.151 homens contratados no período. Constata-se uma diferença de remuneração ainda maior entre homens e mulheres nos desligamentos. As 14.319 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.920,32, o que representa 72,8% da remuneração média dos 15.125 homens desligados no período.

“O Caged revela a permanência da desigualdade de gênero no setor bancário, que aumenta ainda mais com o avanço na carreira, ainda que dados levantados pelo Censo da Diversidade 2014 demonstrem que as mulheres bancárias são mais escolarizadas que os homens. Para combater essa realidade, é fundamental a conheçamos em detalhes. Para isso, é de extrema importância que todos os bancários e bancárias respondam ao Censo da Diversidade 2019, uma conquista da Campanha Nacional 2018. Com os dados, o Sindicato e demais entidades representativas terão mais argumentos para cobrar dos bancos, nas negociações, medidas que promovam maior igualdade de oportunidades e remuneração no setor”, conclui Marta.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos fecharam mais de 2 mil postos de trabalho no país em 2019, revela pesquisa do Caged

Publicado em: 31/07/2019


A Pesquisa de Empego Bancário (PEB), realizada pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que, no primeiro semestre de 2019, os bancos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. Desde 2013, o saldo acumulado mostra uma redução de 62,7 mil postos na categoria.

Nos seis primeiros meses de 2019, os piores saldos no período foram registrados no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde houve redução de 732, 722 e 274 postos de trabalho respectivamente. No sentido oposto, São Paulo e Pará apresentaram os maiores saldos positivos, com a abertura de 553 e 166 postos respectivamente.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 1.658 postos no período, enquanto a Caixa fechou 489.

Faixa Etária

No semestre, a abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, com criação de 5.286 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a de 50 a 64 anos, com fechamento de 3.213 postos. Na faixa de 30 a 39 anos foram fechados 2.432 e entre 40 e 49 anos o saldo foi de 1.804 postos fechados.

“Os bancos têm lucros exorbitantes que crescem ano após ano. Mesmo assim, continuam aumentando a sobrecarga de trabalho com a demissão de funcionários e aumentando seus lucros, uma vez que demitem aqueles mais velhos, que têm salários mais altos, e recontratam mais jovens, com salários menores”, observou o secretário geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga.

A Contraf-CUT cobra dos bancos a redução do turnover na categoria, com a criação dos centros de realocação e requalificação dos funcionários que são atingidos pelas reestruturações das instituições e alterações no perfil de trabalho da categoria.

Desigualdade entre homens e mulheres

No semestre, os bancos admitiram 7.023 mulheres. A remuneração média delas foi de R$ 3.966,84, o que representa 75,1% da remuneração dos 8.199 homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração é ainda maior entre homens e mulheres que foram desligados dos bancos nos seis primeiros meses de 2019. As 8.438 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.848,43, o que corresponde a 72% da remuneração média dos 8.841 homens desligados dos bancos no período.

“Estes dados mostram que as mulheres são discriminadas pelos bancos desde o início da carreira. Mas, mais do que isso, comprova que elas não têm as mesmas oportunidades de ascensão profissional do que homens, ainda que elas tenham melhor formação. Os homens entram ganhando mais do que as mulheres e, quando saem, estão ganhando mais ainda”, observou a secretária de Mulheres da Contraf-CUT. Elaine Cutis.

“Isso mostra, também, o quanto é importante a conscientização sobre a diversidade nos bancos”, completou Elaine. A Campanha da Diversidade, realizada pela Contraf-CUT com os sindicatos e federações a ela filiados, em parceria com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), faz parte do Censo da Diversidade Bancária e é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2018.

Reflexos da Reforma Trabalhista nos dados do Caged

As demissões sem justa causa representaram 53,9% do total de desligamentos no setor, no 1º semestre de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 34,6%. Entre janeiro e junho foram, ainda, registrados 103 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram dos bancos por essa modalidade apresentaram remuneração média de R$ 11.175,81.

Fonte: Blog do Correio Braziliense