Após fechar 463 agências, BB prevê apenas ajustes pontuais em rede

Publicado em: 12/11/2019

O Banco do Brasil (BB) prevê fazer apenas ajustes pontuais em sua rede de agências no próximo ano, depois de ter fechado 463 unidades no período de um ano encerrado em setembro de 2019. “O grosso eu acho que a gente já fez”, afirmou o gerente-geral de relações com investidores, Daniel Maria, ao ser questionado sobre o assunto em teleconferência com investidores nesta sexta-feira para comentar os resultados do terceiro trimestre.

De acordo com ele, o processo de fechamento de agências já atingiu um nível ótimo, e daqui para a frente a expectativa é fazer ações mais específicas, como a conversão de alguns espaços em agências especializadas. O vice-presidente de gestão financeira e de relação com investidores do BB, Carlos Hamilton, acrescentou ser pouco provável que o banco tenha um novo programa de fechamento de agências.

Segundo Hamilton, a instituição vai passar a fazer uma análise mais frequente da estrutura de sua rede de agências.
“Sempre que a área de varejo apontar a necessidade de otimizar a estrutura, isso será feito, e pode ser aumentar ou reduzir o número de agências”, disse.

Resultado ajustado

O lucro líquido ajustado do BB deve ter novo aumento em 2020, afirmou Daniel. “Há espaço para continuar crescendo”, disse. A expectativa do banco é que a carteira de crédito também cresça, assim como a margem financeira. Segundo Maria, o estoque de operações com grandes companhias deve chegar a um ponto de inflexão.

A carteira de crédito do BB para grandes empresas ainda vai encolher um pouco mais no quarto trimestre, mas já se aproxima do “ponto ótimo”, afirmou Daniel. De acordo com ele, o banco mudou a estratégia para o segmento, priorizando operações de prazo mais curto e direcionando parte da demanda para o mercado de capitais.

O executivo disse que algumas companhias estão pagando antecipadamente seus empréstimos, o que contribuiu para a redução da carteira. As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) vão cair, e essa queda poderá ser até de dois dígitos, disse o executivo na teleconferência.

A receita de serviços tem espaço para continuar crescendo no ano que vem, e as despesas operacionais tendem a se manter sob controle, acrescentou.

O gerente-geral de RI disse também que o BB fez mudanças no tratamento de processos cíveis, o que vai reduzir à metade o risco legal do banco.

A elevação da alíquota da CSLL de 15% para 20%, no próximo ano, deverá elevar em quatro ou cinco pontos percentuais a alíquota efetiva de impostos do banco, que hoje está entre 18% e 23%.

Fonte: Valor Econômico

Cade pode obrigar BB, Bradesco e Itaú a se desfazerem de Cielo e Rede, diz jornal

Publicado em: 06/11/2019

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode tirar bancos do ramo de maquininhas de cartões. Segundo a coluna de Lauro Jardim, no Globo, o motivo seria infrações à ordem econômica cometidas por instituições financeiras que operam no setor.

De acordo com a coluna, se o veto sair será uma revolução na área, já que as duas maiores credenciadoras de cartões no Brasil pertencem a instituições bancárias, a Cielo (Banco do Brasil e Bradesco) e a Rede (Itaú).

Conforme explicou o jornalista, o intuito da ação seria acabar com “uma verticalização que existe desde sempre no setor”, o que teria provocado a possibilidade excluir os bancos do nicho das maquininhas.

Ele indica, também, que tal veto seria uma balde de água fria em instituições que estão apostando alto no setor, como o banco Safra, com a solução de pagamentos SafraPay.

Na mira do Cade

No mês passado, o Cade resolveu instaurar um processo administrativo contra a Rede e banco Itaú por suspeita de conduta lesiva “a livre concorrência no mercado de serviços bancários e credenciamento”.

De acordo com uma nota técnica da Superintendência-Geral do órgão emitida na ocasião, a Redecard havia se juntado ao Itaú Unibanco para promover uma campanha.

Segundo o órgão, a peça dizia que a rede anteciparia o prazo de 30 dias para dois dias os créditos recebíveis de pagamentos de cartões sem cobrança de taxas. No entanto, para ter o benefício o interessado teria de ser cliente das duas empresas.

Diante daquele cenário, o Cade buscou ouvir as outras empresas do setor de credenciamento e viu que outras empresas do setor de credenciamento não tinham como fazer essa antecipação sem a cobrança de taxas — esse tipo de transação traz consigo custos, conforme explicou a nota:

“A campanha promovida por Itaú e Rede impacta 2 (dois) mercados: o de credenciamento e captura de transações, em que a Rede atua, em virtude da redução do prazo de liquidação oferecido a lojistas; e o de serviços bancários, em que o Itaú atua, em virtude de a condição diferenciada oferecida ser condicionada à manutenção de domicílio bancário no Itaú”.

Isso fez com que o órgão instaurasse processo administrativo em face do Itaú Unibanco S.A. e da Redecard S.A. e ordenasse por medida cautelar que as empresas suspendam a campanha promovida sob pena de pagar multa diária de R$ 500 mil.

Fonte: Portal do Bitcoin