O que esperar para o lucro dos grandes bancos no segundo trimestre?

Publicado em: 24/07/2019

Aumento da concorrência com as fintechs, juros baixos, economia em ritmo lento… tudo parece conspirar contra o resultado dos grandes bancos brasileiros. Mas se você é acionista de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco ou Santander Brasil, não se preocupe. Os lucros bilionários estão garantidos.

O resultado combinado dos quatro maiores bancos de capital aberto deve atingir R$ 20,9 bilhões no segundo trimestre, de acordo com a média das projeções dos analistas compiladas pela Bloomberg. Trata-se de um avanço de 17,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

As estimativas dos analistas também indicam que os grandes bancos privados – Itaú, Bradesco e Santander – fecharão mais um trimestre com rentabilidade acima dos 20%. Isso significa mais de três vezes o CDI – conhece aplicação melhor?

A temporada de divulgação dos resultados dos bancões começa na terça-feira, dia 23, com o Santander. O Bradesco publica o balanço dois dias depois. Na segunda-feira seguinte, dia 29, será a vez do Itaú. Quem fecha a temporada é o Banco do Brasil, que divulga os resultados no dia 8 de agosto.

De olho no crédito

Olhando apenas para o lucrão esperado pelos analistas, pode parecer mais um filme repetido como aqueles da sessão da tarde. Mas essa história pode reservar surpresas. Uma parte dos investidores segue desconfiada da capacidade de os grandes bancos navegarem em mares cada vez mais revoltos.

Embora os bancos tenham mostrado em mais de uma ocasião que são capazes de lucrar em qualquer cenário, a queda da taxa de juros para os menores níveis históricos representa um novo teste para as instituições.

Eu costumo dizer que, se quiserem sustentar os lucros em alta, os bancos precisam voltar a ser bancos. Isso quer dizer que dependem cada vez mais de sua atividade principal, ou seja, a concessão de financiamentos.

O problema é que abrir as torneiras do crédito remando contra a maré da economia é bem mais difícil. Mas essas preocupações diminuíram depois da divulgação dos dados mais recentes do mercado de crédito pelo Banco Central e que mostram uma retomada dos financiamentos.

Entre os bancões, o primeiro a perceber que tinha espaço para crescer e lucrar mais pisando no acelerador do crédito foi o Santander. Sob a gestão de Sérgio Rial, o banco espanhol saiu da lanterna para o segundo lugar em rentabilidade, atrás apenas do Itaú.

Quem sai na frente tem seus benefícios, mas a grande dúvida do mercado agora é saber se o banco espanhol conseguirá manter o ritmo agora que Itaú e Bradesco entraram para valer no páreo.

As pequenas que incomodam

Se a competição fosse restrita aos grandes bancos, provavelmente o mercado não veria muito problema. Mas o avanço da tecnologia permitiu a entrada na arena de uma série de novas empresas, as chamadas fintechs.

Uma amostra do poder de fogo das novas concorrentes está acontecendo neste momento no mercado de maquininhas de cartões. A Cielo, controlada por Banco do Brasil e Bradesco, já perdeu mais da metade do valor na bolsa depois do ataque de empresas como PagSeguro e Stone.

Em meio à guerra de preços que tomou conta desse setor, o Itaú deu um passo além ao zerar a taxa de juros cobrada dos lojistas para antecipar os recursos das vendas realizadas pela Rede, a sua empresa de maquininhas.

Essa estratégia, é claro, teve custos e levou o maior banco privado brasileiro a diminuir suas projeções de receita com tarifas e serviços e também de margem financeira, linha na qual os bancos contabilizam as receitas com crédito.

Apertem os cintos

O corte nas estimativas só não provocou estrago nas ações do Itaú na bolsa porque o banco anunciou em conjunto um plano de corte de custos para compensar a perda esperada nas receitas.

O controle de custos também foi o principal destaque nos números do Banco do Brasil nos três primeiros meses do ano. A expectativa dos analistas é que o BB mantenha a disciplina nos custos no balanço do segundo trimestre.

O Banco do Brasil segue bem atrás dos concorrentes privados no crédito. Mas como ainda contava com um estoque de financiamentos concedidos a taxas abaixo de mercado – da época da fatídica “cruzada” da ex-presidente Dilma Rousseff contra os juros altos – conseguiu melhorar seus resultados com a renovação dessas linhas em condições mais favoráveis (para o banco, é claro).

Ainda do lado das despesas, vale a pena ficar de olho em como vão ficar as provisões dos bancos para calotes. Nos anos de crise, essa foi a linha que mais drenou resultados das instituições, em meio ao aumento da inadimplência e da quebra de grandes empresas.

Depois da queda nos índices de atrasos com a recuperação da economia, os bancos enfrentam uma nova dor de cabeça com a recuperação judicial da Odebrecht. A conta do calote da empresa deve aparecer nos balanços que começam a ser divulgados a partir da semana que vem. Mas as projeções para os lucros no segundo trimestre mostram que os bancos conseguirão digerir bem as perdas esperadas com os empréstimos concedidos ao grupo.

Fonte: Seu Dinheiro

BB liberou 25% mais recursos em crédito rural no segundo semestre de 2017

Publicado em: 08/12/2017

Os recursos direcionados ao crédito rural aumentaram 25% no segundo semestre deste ano frente ao mesmo período em 2016. É o que afirmou o diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Marco Túlio da Costa, em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na terça-feira (05/12). O montante total chegou a cerca de R$ 300 bilhões liberados pela instituição financeira.

Para Marco Túlio, o resultado é consequência de uma parceria cada vez mais estreita com o setor agropecuário. “Estamos alinhados e comprometidos com os produtores rurais. A FPA é o nosso canal de comunicação com o setor agropecuário. Estamos abertos ao diálogo e esperamos que continuem confiando na instituição, pois nós continuaremos ouvindo os anseios e necessidades do setor e buscando soluções que atendam a todos os segmentos em quaisquer situações”, disse o diretor.

Demanda por crédito rural

As recentes medidas apresentadas pelo Banco atenderam demandas dos produtores rurais de arroz do Rio Grande do Sul e Paraná, de maçã em Santa Catarina e de leite em várias regiões do País. Todos esses segmentos passam por mudanças bruscas devido ao alto custo de produção nacional ocasionado pelo desarranjo no mercado interno com a desleal concorrência e competitividade dos produtos importados frente aos locais. “A abundância da matéria-prima causa efeito automático sobre o preço do produto. As dificuldades enfrentadas estavam impactando diretamente no rendimento e capital dos pequenos, e consequentemente no seu acesso ao crédito e no pagamento de dívidas”, disse Marco Túlio.

A primeira iniciativa se iniciou com o setor pecuarista, frente aos desgastes causados pela Operação Carne Fraca. Todos os prazos de renegociações de dívidas com o Banco do Brasil que venciam neste ano foram prorrogados até 2018. “Muitos pequenos produtores iam se desfazer de rebanhos ou vender seus animais por um preço muito aquém do mercado para sanar as dívidas. Demos um fôlego ao setor”, disse o diretor do BB.

Parcerias com instituições financeiras

Durante a reunião, os parlamentares da FPA reconheceram os avanços alcançados com as parcerias firmadas não só com o Banco do Brasil, mas também com o Banco do Nordeste. No entanto, ainda demonstraram preocupação com outros prazos de renegociações de dívidas de crédito rural que se encerram no fim deste ano, principalmente no que tange a agricultura familiar, prevista na Lei 13340/2016.

Para o deputado Júlio César (PSD/PI), a prorrogação é de vital importância para a sustentabilidade do setor. “Esse adiamento, do Funrural, da Lei 13340/2016 e da Resolução 4.519/16, que trata dos estados atingidos pela seca, garante a manutenção da competitividade e o ganho de capital ao setor produtivo brasileiro como um todo”. Para Júlio César, a aprovação do projeto de lei que trata do passivo do Funrural, que acabou por incluir a prorrogação da Lei 13340/2016, é de extrema necessidade e urgência. “Não podemos deixar milhares de produtores em completa desassistência”, ressaltou o parlamentar.

A vice-presidente da FPA, deputada Tereza Cristina (Sem Partido/MS) ressaltou a importância desse constante diálogo com o Banco do Brasil e instituições financeiras que operam com crédito rural. A deputada já sinalizou uma próxima reunião com o Banco do Brasil para tratar não só da prorrogação dos prazos que já se encontram apertados, mas também das condições oferecidas aos pequenos produtores nas renegociações de dívidas. “As condições melhoraram, mas ainda carecem de adequações pontuais frente às dificuldades enfrentadas por alguns segmentos de produção, como leite, cebola, alho e arroz nos últimos tempos. Vamos buscar soluções para todos”, garantiu a vice-presidente.

Rapidez no acesso ao crédito

Na ocasião, o Banco do Brasil também anunciou a nova plataforma tecnológica para acesso mais ágil ao credito rural, o Custeio Digital. Agora, o produtor poderá solicitar o crédito por meio de telefone ou tablet. Segundo o diretor do BB, Marco Túlio, uma operação que durava cerca de 20 dias vai demorar um dia. Para avaliação de imóvel rural, por exemplo, o tempo vai passar de 30 dias para 44 segundos.

Fonte: Farming Brasil