Itaú, Bradesco, BB e Caixa tinham quase 80% do mercado de crédito ao fim de 2016

Publicado em: 05/04/2017

Os quatro maiores conglomerados bancários – Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – detinham, no fim de 2016, 78,99% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país e também 78,48% dos depósitos, segundo o relatório de estabilidade financeira divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.

Um ano antes, no fim de 2015, os quatro bancos detinham, juntos, cerca de 75% dos empréstimos e depósitos de todo o sistema financeiro. Com isso, subiu a concentração bancária no ano passado, de acordo com dados do BC.

Em 2007, eles tinham 54,6% de todas operações de crédito, indicador que mostra que a concentração bancária era muito menor no país.
Recentemente, o BC informou que, em fevereiro, a taxa média dos juros bancários atingiu 53,2% ao ano. Em alguns casos, como no do cheque especial e do cartão de crédito, a taxa passa de 300% ao ano.

Com isso, o chamado “spread bancário” (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) subiu em fevereiro para 42,5 pontos percentuais – patamar elevado para padrões internacionais.

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Concorrência

Segundo o diretor de Fiscalização da autoridade monetária, Anthero Meirelles, o aumento da concorrência no sistema financeiro é muito bem-vindo. Questionado se a instituição adotaria alguma medida para estimular a entrada de novos concorrentes, ele afirmou que o grande estímulo para isso é o crescimento do mercado e a melhora do ambiente econômico.

“Eu acho que a queda do risco Brasil, endereçamento de questões estruturais, fiscais, recuperação da confiança, e uma política macroeconômica que gera confiança nos agentes, é o melhor caminho para estimular a eventual entrada de novos concorrentes”, afirmou ele.

Meirelles avaliou ainda que, com mais segurança jurídica e regulatória e “incertezas dissipadas”, haverá um estímulo não só para a entrada de novos concorrentes, mas também para que os atuais participantes do mercado de crédito “se animem mais para concorrer”.

De acordo com o diretor, a segmentação promovida pelo governo no sistema financeiro, com a classificação em cinco grupos, é muito importante para a concorrência.

“Não necessariamente para que novas entidades estrangeiras entrem no Brasil, mas isso reduz o custo de observância e o custo regulatório”, afirmou Anthero Meirelles.

Fonte: G1

Governo quer mais bancos estrangeiros no Brasil

Publicado em: 12/01/2017

O governo quer estimular a vinda de bancos estrangeiros para o País. Auxiliares do presidente Michel Temer já discutem como é possível eliminar barreiras legais para aumentar a participação dessas instituições no Sistema Financeiro Nacional. Segundo apurou o jornal “O Estado de S. Paulo”, esse é um movimento que começará a ser feito este ano para aumentar a concorrência e permitir a queda das taxas de juros cobradas pelos grandes bancos.

Por trás dessa tentativa de aumentar a concorrência, há pressão para que os bancos tenham uma participação efetiva na retomada do crescimento em cenário de queda da taxa Selic, que deve se intensificar a partir desta semana com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. “O Copom tem autonomia e não se discute. O governo não interfere, mas é preciso ficar de olho nas taxas do mercado”, disse uma fonte do governo.

Uma das barreiras aos estrangeiros é a impossibilidade de o banco estrangeiro utilizar o crédito tributário ao adquirir um banco nacional. Além disso, houve um represamento nas solicitações de ingresso de bancos estrangeiros no último período do governo Dilma Rousseff. Segundo o BC, os quatro maiores bancos em operação no Brasil – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal e Bradesco – detêm 61% dos ativos totais.

Em números de ativos, o primeiro estrangeiro a aparecer, em quinto lugar nesse ranking, é o espanhol Santander. Nos últimos anos, aquisições e fusões foram recorrentes no setor bancário. O Santander comprou, em conjunto com o Bank of Scotland, o ABN Amro na Holanda, que era dono do Real, e assim adquiriu suas operações no Brasil.
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O Itaú se fundiu ao Unibanco e comprou o varejo do Citibank. O Bradesco comprou o HSBC, que já havia adquirido a Losango. E o Santander se expandiu através de uma joint venture com o Banco Bonsucesso. De modo geral, aplicam-se aos interessados de outros países em entrar no sistema financeiro nacional as mesmas regras a que estão sujeitos os nacionais. Além disso, o BC ainda solicita informações ao supervisor do país de origem da instituição interessada sobre a reputação dos dirigentes, a capacidade econômica e financeira, o atendimento às regras bancárias locais e a capacidade de controle e monitoramento das operações no exterior.

Juros
Os bancos públicos entenderam o recado da equipe econômica e devem divulgar um “realinhamento” dos juros assim que for oficializada a decisão do Copom de reduzir a Selic nesta semana. A Caixa já repassou o corte de 0,25 ponto porcentual da Selic para as taxas dos financiamentos à casa própria e deve acelerar o movimento acompanhando o BC. O Banco do Brasil também fará um ajuste fino em algumas das suas linhas, mas, por uma estratégia de mercado, o banco não deve divulgar ainda em quais produtos vai mexer.

Globo.com