Crédito consignado privado sob liderança do BB, revela BofA

Publicado em: 27/06/2025

O consignado privado já movimenta R$ 15 bilhões em empréstimos e ganha tração mesmo em sua fase inicial — e o Banco do Brasil (BBAS3) está na dianteira quando o assunto é essa nova modalidade de crédito.

Em relatório divulgado nesta quinta-feira (26 de junho), o Bank of America (BofA) analisou o desempenho de bancos e fintechs desde o lançamento do consignado privado e concluiu que, apesar dos resultados ainda iniciais, a modalidade é uma tendência em ascensão.

Desde a implementação desse novo modelo, em março deste ano, o volume mensal de concessões triplicou, saltando de uma média de R$ 1,6 bilhão para cerca de R$ 5 bilhões por mês, segundo dados do Ministério do Trabalho e do portal Jota.

O Banco do Brasil (BBAS3) desponta como favorito — apesar de não ser o preferido dos investidores —, assumindo a liderança no mercado, com uma participação de 26%. Logo atrás aparecem financeiras especializadas menos conhecidas, como Parati e Facta.

“O protagonismo também veio de financeiras menores, como Parati e Facta, que ocuparam a segunda e terceira posições no ranking de atuação, com 13% e 10% de participação, respectivamente”, destacou o BofA em relatório.

Fintechs tradicionais decepcionam

Segundo o BofA, o Banco do Brasil é o grande destaque até aqui, com R$ 3,9 bilhões em concessões (26%), valor bem acima de sua participação média no mercado geral de crédito ao consumo (17%).

Entretanto, o desempenho que surpreendeu o banco americano veio da Parati e da Facta, que superaram nomes consagrados como o Banco Inter (7º lugar) e o Nubank (10º lugar).

Entre as fintechs, o Banco Pan aparece com 8,6% de participação, e o Inter, com 4,1% — ambos muito acima dos cerca de 1% que detêm no crédito tradicional ao consumo.

Já o Nubank adotou uma postura mais cautelosa, segundo o BofA, originando apenas R$ 23 milhões em crédito consignado privado, o equivalente a apenas 0,15% do mercado. A decisão provavelmente foi tomada para evitar a canibalização de outros produtos do banco digital e limitar o risco de inadimplência.

Bancos privados ainda cautelosos e taxas de juros ainda altas

O BofA considera tímida a participação dos grandes bancos privados no novo consignado, apesar de representarem 32% do mercado de crédito ao consumo no Brasil. Eles são responsáveis por apenas 11% do total concedido.

O Itaú lidera entre os bancos privados, com 10% das concessões, enquanto Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) foram quase ausentes, com 1% e 0,4%, respectivamente.

“O movimento indica um apetite seletivo ao risco, com o Itaú (ITUB3) aproveitando sua capacidade de precificação para entrar de forma mais assertiva”, ressalta o banco americano no relatório.

Apesar da expansão do produto, o impacto nas taxas de juros foi limitado. A média registrada nas operações é de 3,47% ao mês, uma queda marginal em relação aos níveis anteriores.

Os bancos com as menores taxas são:

Bradesco: cerca de 2,0% ao mês
Caixa Econômica: 2,5%
Banco do Brasil: 2,8%

Já os bancos maiores operam com taxas significativamente mais altas, o que explica parte da atratividade do segmento na visão do BofA, mas também levanta alertas regulatórios sobre o custo do crédito.

Fonte: Seu Dinheiro

Fatia dos 5 grandes bancos no novo consignado privado deve subir a 65%

Publicado em: 18/06/2025

O novo consignado privado já acumula R$ 15,850 bilhões concedidos, mas a fatia dos cinco grandes bancos (Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa) ainda é relativamente pequena na nova linha, de 45%. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), esse porcentual deve subir nos próximos meses e chegar a 65% em outubro. Além disso, o presidente da entidade, Isaac Sidney, diz que as taxas de juros cobradas no produto vão cair.

Segundo dados divulgados pela Febraban, a taxa média no novo consignado é de 3,58%, mas no cinco grandes bancos é bem menor, de 2,58%. Excluindo os cinco grandes da conta, a média das demais instituições é de 4,43%. “A taxa média dos cinco maiores bancos é quase a metade da taxa média das demais instituições ofertantes. Claramente, dá para concluir que os ofensores do novo crédito consignado não são os maiores bancos, que estão puxando a média geral para baixo.”

O executivo aponta que a taxa cobrada pelos cinco grandes passou de 2,51% em abril para 2,55% em maio e 2,58% agora, em uma curva quase estável. Isso ocorre a despeito do público que tem buscado a nova linha nesses primeiros meses, formado por trabalhadores de empresas menores, com maior rotatividade e renda mais baixa. “Enquanto a participação dos cinco maiores bancos saltou de R$ 2,83 bilhões para R$ 7,31 bilhões em dois meses, a taxa média de juros praticamente se manteve estável, mesmo com um público tomador mais diversificado e que oferece maior risco de crédito.”

A Febraban estima que o novo consignado privado chegará a R$ 31,8 bilhões em outubro, quando a fatia dos cinco grandes deve atingir 65%. De qualquer forma, a entidade afirma que ainda não está nada satisfeita com o atual patamar dos juros praticados no novo consignado e que há um bom potencial de queda das taxas com o amadurecimento do produto.

Segundo a federação, ainda que possa ter havido, em alguns casos, a cobrança de taxas bem elevadas e até mesmo abusivas – prática que a Febraban condena – a nova linha de consignado tem potencial para proporcionar ofertas mais atrativas para que os trabalhadores possam tomar crédito mais barato do que tinham acesso ou para que possam migrar dívidas mais caras, como empréstimos sem garantia, em condições de juros e prazo melhores.

A queda nos juros deve vir de diversos fatores, como a migração do consignado antigo para a nova modalidade; evolução natural dos modelos de risco de créditos das instituições; implementação do processo de portabilidade do novo crédito (que começou no último dia 6); funcionamento de toda a dinâmica operacional do eSocial, que viabilize efetivamente o controle e a averbação da margem consignável; migração automática do contrato de consignação para a nova empresa, no caso de mudança de emprego; e a implementação, a partir de julho, do processo para que possa ser usado 10% do saldo do FGTS como garantia.

“O uso do FGTS como garantia com certeza vai sair em julho, é um processo que estou acompanhando bem de perto. A regulamentação está para sair”, diz Sidney.

A manifestação da Febraban ocorre após a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentar ao Ministério do Trabalho (MTE) um levantamento mostrando que 20.734 funcionários de supermercados tomaram o novo consignado a juros médios de 6,98%.

“Ao contrário do alarmismo da Abras, a Febraban se mantém bastante otimista em relação à evolução da nova linha de consignado, que deverá alcançar um público de enorme amplitude e proporcionará aos trabalhadores taxas significativamente menores do que as que tinham acesso antes de sua implementação”, diz a representante dos bancos.

Ontem, o Ministério da Fazenda divulgou um levantamento apontando que a migração de empréstimos mais caros para o novo consignado é um dos fatores responsáveis pelas taxas mais altas observadas nesses primeiros meses da linha. O estudo analisou dados das 49 instituições financeiras que atuam no programa. Entre as 41 que não faziam consignado privado antes, a taxa média ficou em 4,39%, ante 2,76% nos oito bancos que já trabalhavam com esse produto.

“Em geral, são instituições representadas por financeiras e bancos de menor porte, com perfil histórico de atuação em modalidade de empréstimo pessoal sem garantia, para clientes com maior perfil de risco de crédito, a taxas de juros mais elevadas. A taxa média dessas instituições novatas na modalidade de consignação [4,39%] é substancialmente inferior às taxas das demais operações de empréstimo pessoal sem garantia, com valores superiores a 6% e podendo chegar à faixa dos 15%”, diz a Fazenda.

Fonte: Valor Econômico

BB Seguridade emite R$ 70 milhões em seguros ligados ao novo consignado privado

Publicado em: 08/05/2025

O lançamento de um seguro para pessoas que contratam o novo consignado privado é visto pela BB Seguridade como uma possibilidade de crescimento no curto prazo, segundo a administração da companhia.

O produto, que está em estágio inicial, começou a ser oferecido de forma mais ampla na última semana. Até o acumulado de abril, foram emitidos R$ 70 milhões em prêmios, conforme o diretor financeiro, Rafael Sperendio, disse em teleconferência com analistas.

“Se você olhar o mercado de consignado, com desembolso de R$ 8 bilhões, sendo R$ 2 bilhões só no Banco do Brasil (…) entendemos que o volume prospectivo de prêmio pode crescer bastante”, completou André Haui, diretor-presidente da BB Seguridade.

Fonte: Valor

Caixa e BB correspondem a 86% do novo consignado privado

Publicado em: 04/04/2025

A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil corresponderam a cerca de 85,9% das operações do programa Crédito do Trabalho, iniciativa que amplia a concessão de crédito consignado para empregados da iniciativa privada.

Ao todo, o programa já concedeu R$ 1,28 bilhão em empréstimos. Foram 193,7 mil contratos de 21 a 27 de março.

O Banco do Brasil já desembolsou R$ 600 milhões em empréstimos por meio do Programa Crédito do Trabalhador, desde o início da operacionalização da plataforma. No período de 21 a 29 de março, foram contratadas operações em mais de 3 mil municípios de todas as regiões do país.

Já a Caixa informou nesta segunda-feira (31) que já contratou mais de R$ 500 milhões do programa. Foram mais de 40 mil clientes de todos os estados brasileiros. O ticket médio de contratação foi de R$ 12 mil e o prazo médio de 44 meses.

De acordo com o Ministério do Trabalho, foram registradas mais de 11,6 milhões de propostas de crédito. O valor médio do empréstimo foi de R$ 6.623,48, com parcelas médias de R$ 347,23 e um prazo médio de pagamento de 19 meses.

Os trabalhadores podem fazer propostas, simular empréstimos e solicitar crédito no Programa Crédito do Trabalhador por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. A partir de 25 de abril, os bancos poderão oferecer o crédito em suas próprias plataformas digitais.

A expectativa é que a nova modalidade de crédito movimente até R$ 120 bilhões nos primeiros meses de negociação.

Fonte: CNN Brasil

Banco do Brasil supera R$ 600 milhões no novo consignado privado

Publicado em: 30/03/2025

O Banco do Brasil informou que já desembolsou R$ 600 milhões em empréstimos por meio do Programa Crédito do Trabalhador, desde o início da operacionalização da plataforma. No período, foram contratadas operações em mais de 3 mil municípios de todas as regiões do país.

Nos primeiros sete dias de funcionamento do programa, o governo federal já contabilizou mais de R$ 1,28 bilhão em empréstimos. Ao todo, 193,7 mil contratos foram firmados entre 21 e 27 de março.

Na avaliação do diretor de empréstimos e financiamentos do Banco do Brasil, Antonio Chiarello, o novo programa permite a substituição de dívidas.

“A possibilidade de pagamento de dívidas mais elevadas viabiliza melhores condições para o trabalhador, a exemplo de um cliente vendedor em uma empresa atacadista que contratou uma operação com parcela mensal de R$ 678,66, em substituição a uma dívida com prestação mensal de R$ 1.202,15, reduzindo o comprometimento da renda com as parcelas”, diz.

O Banco do Brasil informou que as condições de oferta de crédito envolvem atributos relacionados ao valor e ao prazo de cada empréstimo, a combinação integrada das variáveis, informações e perfil das empresas e dos trabalhadores em cada relação de vínculo e a observância das políticas de crédito.

Desde que foi criado, o Ministério do Trabalho e Emprego registrou 11,6 milhões de propostas de crédito. O valor médio do empréstimo foi de R$ 6.623,48, com parcelas médias de R$ 347,23 e um prazo médio de pagamento de 19 meses.

Por meio da iniciativa, o governo federal quer ampliar o acesso ao crédito consignado para os trabalhadores do setor privado, incluindo empregados do MEI, domésticos e rurais.

Para contratar os empréstimos, os trabalhadores interessados devem acessar a Carteira de Trabalho (CTPS) Digital e iniciar a simulação do crédito, informando o valor e o prazo desejado.

A partir de 25 de abril, será possível contratar os empréstimos diretamente nos canais digitais dos bancos.

Fonte: CNN Brasil

Banco do Brasil alinha taxas de empréstimo consignado em novo teto

Publicado em: 24/08/2023


O Banco do Brasil (BBAS3) informou, em nota enviada ao Broadcast, que as taxas praticadas pelo banco no empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS estão em linha com o novo teto determinado hoje pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), de 1,91% ao mês.

“O Banco do Brasil anunciou redução nas suas taxas de juros recentemente, em linha com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 2 de agosto”, afirmou o BB. No consignado, a faixa mínima foi de 1,80% ao mês para 1,76%, e na máxima, de 1,95% para 1,89%.

O BB também reduziu as taxas de diversas outras linhas de crédito, com quedas de até 0,1 ponto porcentual ao mês.

O CNPS afirmou que a redução do teto anunciada hoje está em linha com a queda da taxa Selic, de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano. A mudança foi criticada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que afirmou que não houve diálogo com o Ministério da Previdência.

Em março, o CNPS alterou o teto de 2,14% ao mês para 1,70%, mas voltou atrás e elevou o teto para 1,97% após os bancos interromperem a oferta do consignado do INSS, sob o argumento de que a linha deixaria de ter margem positiva com o patamar estabelecido anteriormente. O BB e a Caixa, à época, também interromperam a oferta.

Fonte: Estadão

Caixa e BB aderem à suspensão do consignado para aposentados do INSS

Publicado em: 17/03/2023


Caixa e Banco do Brasil estão seguindo os bancos privados e aderiram à suspensão das linhas de crédito consignado para aposentados do INSS, segundo o blog apurou com fontes da equipe econômica do governo.

Uma fonte da área técnica do BB disse ao blog que não é viável manter as linhas de crédito com taxa de 1,70%.

A suspensão ocorre depois de o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) reduzir as taxas máximas de juros dessa modalidade de 2,14% para 1,70%. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os bancos não têm condições de pagarem os custos de captação de clientes com as novas taxas determinadas pelo órgão ligado ao Ministério da Previdência.

89% do consignado de aposentados do INSS é concedido por bancos privados. Caixa e Banco do Brasil atuam em 11% dos empréstimos e atualmente cobram taxas acima dos 1,70% definidos como teto na última segunda-feira (13).

O custo de captação de clientes é maior em especial no interior do país. Há uma norma do Banco Central que proíbe que bancos ofereçam linhas de crédito que sejam deficitárias.

Fonte: Portal G1

Lula quer Banco do Brasil ‘campeão do consignado’; entenda os riscos

Publicado em: 20/01/2023


Durante a posse da nova presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros , nesta segunda-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que deseja que o banco seja “campeão de crédito consignado “. A modalidade de empréstimo, no entanto, possui riscos para quem contrata.

“Quero que a gente seja campeão de crédito consignado. Quero mostrar para vocês uma coisa que eu dizia em 2003 e vou dizer agora: o pobre nesse país não é o problema, é a solução, na medida em que é incluído na economia. Vamos, outra vez, incluir povo pobre na economia e queremos que o Banco do Brasil cumpra sua parte”, afirmou o petista durante cerimônia realizada no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil).

Para Alexandre Ripamonti, professor de Finanças da ESPM, a fala do presidente abre margem para interpretação que ele quer, na verdade, ser o “campeão de pessoas super endividadas”.

“O banco deveria desestimular o cliente a tomar esse crédito de forma indiscriminada. Teria que ter um acompanhamento melhor de qual a capacidade de pagamento, quais as operações que ele já tem firmadas, fazer o cliente até desistir de alguma aquisição, se for o caso. Deveria haver uma conscientização da tomada de crédito responsável”, sugere.

Isso porque o endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro está em 49,8%, perto do recorde da série histórica do Banco Central. O pico da série foi alcançado em julho (50,1%) de 2022. O percentual da renda comprometida com o sistema financeiro está perto de 30%, também em patamar recorde.

Ripamonti, ressalta, no entanto, acreditar que Lula quis dizer que pretende trazer as dívidas de pessoas que estão com o nome sujo em taxas de até 10%, para o banco público, diminuindo a parcela de renda comprometida.
Como é o crédito consignado do BB

Ao solicitar o crédito consignado junto à instituição financeira, isso significa que você compromete automaticamente parte da sua renda, já que as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamentos, ou seja, o desconto é feito no salário ou na aposentadoria.

Por essa razão, são mais comuns entre servidores públicos, quem tem carteira assinada e aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), já que estes possuem renda fixa.

Como o desconto ocorre “na fonte”, tem quase risco zero para a instituição financeira, e, com isso, os juros tendem a ser menores quando comparados a outras modalidades de crédito. Já do lado do contratante, o risco é perder a fonte de renda e continuar com a dívida.

O professor de Finanças da ESPM, Alexandre Ripamonti, lembra que, devido à facilidade de contratação, o correntista muitas vezes ignora o prazo da dívida e sua capacidade de quitação a longo prazo. “A pessoa pode usar o recurso para pagar uma conta de emergência e ficar comprometida por muito tempo.”

Atualmente, o pagamento pode ser feito em até 120 meses e a primeira parcela tem vencimento em até 180 dias. No site do BB é possível simular a contratação a partir dos seus dados.

Em uma simulação feita pelo professor Ripamonti, a partir do consignado do INSS, que tem juros de 1,66% ao mês, o correntista pagará juros totais de 620% caso opte pelo prazo de 10 anos.

Quem deseja contratar o crédito precisa estar atento também à sua margem consignável, ou seja, o quanto da renda pode ser comprometida com o desconto.

No Brasil, a lei estipula que esse valor seja de até 35% da renda total do contratante, sendo 30% para operações de empréstimos com desconto em folha de pagamento e os outros 5% restantes podem ser usados, exclusivamente, para custear despesas com cartão de crédito consignável.

Por exemplo, uma pessoa que ganha R$ 2.000 do INSS por mês e deseja contratar o empréstimo consignado teria como arcar com parcelas de até R$ 600.

Críticas ao consignado no Auxílio Brasil

Em campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o consignado para beneficiários do Auxílio Brasil , criado na gestão Bolsonaro, que permitiu comprometer até 40% do valor total do benefício com juros de 3,5% ao mês.

“O consignado tem que ser a 1% ao mês, não pode passar de 8%, 9% ao ano. Se estiver em 8% ao mês, chega a 200%, 300% de juros ao ano. Vai sufocar”, disse o ex-presidente à Rádio Clube, do Pará, em agosto.

Nesta semana, ao assumir como presidente da Caixa, Rita Serrano suspendeu o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil por conta dos juros altos da modalidade.

“Nós estamos suspendendo o consignado do Auxílio Brasil por duas razões: a 1ª é que o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro. Não é de bom tom que a gente mantenha, porque não sabemos quem ficará nesse cadastro. E a outra razão é que os juros consignados para essa modalidade são muito altos”, disse.

Serrano afirmou ainda que o banco não trabalha com a perspectiva de suspender as cobranças de quem já contratou o empréstimo, nem mesmo para aqueles que perderem o benefício.

A Caixa Econômica Federal não é o único banco que oferece o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil. Mas, segundo o Ministério da Cidadania, R$ 7,64 bilhões (80% do total) foram feitos via Caixa, segundo balanço até 1º de novembro.

A nova presidente da Caixa, no entanto, lembrou que o governo projeta um programa de renegociação de dívidas por meio dos bancos públicos, o “Desenrola”, que permitirá a renegociação do crédito consignado: “Esse desenho ainda não está pronto. Estamos discutindo várias hipóteses. Acredito, pelo ritmo que está indo, talvez até o começo de fevereiro o Ministério da Fazenda tenha um desenho disso”.

Em agosto, antes da implementação do consignado, a taxa de inadimplência entre beneficiários do Auxílio Brasil era de 43% .

Para o professor Ripamonti, o ideal seria conciliar as duas propostas, ou seja, renegociando a dívida com redução dos juros, que resultaria, indiretamente, em perdão de parte da dívida.

“O Auxílio Brasil não era para tornar as pessoas endividadas, as pessoas precisavam comer, né?”, ressalta, completando: “Ou assume em definitivo que essa foi uma política pública fracassada e perdoa tudo, ou reduz os juros”.

O que diz o Banco do Brasil

Em nota, o Banco do Brasil informa que já é o campeão de consignado, respondendo por 20% de todo o crédito do tipo no mercado. Além disso, afirma que está comprometido com uso responsável do crédito. Veja a íntegra do documento:

O Banco do Brasil encerrou o 3º trimestre de 2022 com saldo de R$ 113,3 bilhões na carteira de crédito consignado. O valor corresponde a uma participação de 20% de todo crédito consignado disponibilizado no mercado, o que faz do BB a maior instituição financeira do setor, conforme divulgado ao mercado no último anúncio de resultado e disponível no site bb.com.br/ri.

Para continuar crescendo de forma sustentável, o BB disponibiliza o crédito consignado de forma simples e acessível para milhares de clientes e em diversos canais como: agências, correspondentes, central de atendimento, internet, App BB e via WhatsApp de forma rápida e segura. Atualmente, são mais de 7 mil convênios com empresas privadas, prefeituras, governos estaduais e órgãos federais.

O BB oferece diversas soluções para atender as necessidades dos clientes e entende a importância do uso responsável do crédito. Um dos exemplos é o site bb.com.br/educacaofinanceira, onde os clientes têm acesso a amplo conteúdo, inclusive cursos e dicas para cuidar do orçamento.

Para aqueles que possuem empréstimo contratado em outras instituições financeiras, o BB permite a transferência do empréstimo por meio da Portabilidade, observadas as diretrizes previstas na resolução 2013/4292 do Banco Central. Mais informações podem ser obtidas no site bb.com.br/consignado.

Fonte: IG

 

BB cobra consignado indevido e justiça manda devolver em dobro a cliente

Publicado em: 01/07/2022


A Desembargadora Onilza Abreu Gerth manteve decisão do juiz José Rogério da Costa Vieira, que, contrariando o Banco do Brasil, indeferiu pedido de cobrança de valores de parcelas de empréstimos consignados do cliente. O Banco alegou como motivo da ação a inadimplência do réu A.L.P.S, configurando-se o ato na má fé do Banco autor, conforme demonstrado pelo consumidor em contestação/reconvenção, acolhido pelo magistrado. A sentença de primeiro grau determinou que o Banco, ante a violação do princípio da boa fé, devolvesse em dobro ao cliente o valor cobrado. Houve apelação, mas a sentença foi mantida pela Relatora.

O Autor, Banco do Brasil, ajuizou ação de cobrança contra o cliente na contramão de situação jurídica consolidada pelo mesmo fato em relação jurídica anterior, onde o mesmo juízo havia determinado a suspensão de cobrança de parcelas de empréstimo consignado para limitá-lo em trinta por cento dos vencimentos líquidos do autor, adequando-o, inclusive, à posicionamento do STJ sobre a matéria.

O Banco, ao depois, ajuizou a ação de cobrança, majorando a dívida, com incidência de encargos, e promovendo a ação de cobrança, ainda quando a matéria debatida esteve pendente de julgamento (sub judice). O magistrado recorrido concluiu que a conduta do banco se amoldava ao artigo 940 do Código Civil.

“Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado, e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição”.

A hipótese é diversa do Código de Defesa do Consumidor, pois, na hipótese do artigo 42 do CDC, parágrafo único, além da relação de consumo se exige que consumidor cobrado indevidamente chegue a pagar a quantia desembolsada, diversamente do artigo 940 do Código Civil, que somente pode ser aplicado quando a cobrança se dá por meio judicial e fica comprovada a má fé do demandante, independentemente de prova do prejuízo.

O acórdão do TJAM relata que o Banco alterou a verdade dos fatos e a sentença andou muito bem quando pontuou que a hipótese é a do pagamento em dobro de dívidas já pagas e que a tese da devolução dobrada restou muito bem explicitada na sentença, pois essa devolução em dobro não se dá apenas quando bancos restituem valores ou realizam descontos indevidos, mas, também, na hipótese que foi examinada.

Processo nº 0612293-40.2015.8.04.0001

Fonte: Amazonas Direito

Governo quer BB e Caixa mais fortes no consignado para o setor privado

Publicado em: 29/08/2018


Depois de permitir que as taxas do crédito consignado praticadas pelos bancos privados tenham como garantia o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o governo tenta, agora, atrair essas instituições. Para isso, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil serão escalados para aumentar o volume de empréstimos concedidos ao trabalhador. A ideia, de acordo com a Folha, é que os bancos emprestem com juros de até 3,5% ao mês.

O crédito consignado – em que o valor das parcelas do financiamento é descontado diretamente na folha de pagamento do empregado – com taxas mais atrativas já pode ser acessado pelos servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS e, pelo projeto do governo, agora alcançará, de maneira mais ampla, funcionários de instituições privadas. Para isso, basta às empresas se conveniarem a um banco ligado ao sistema implantado pela Caixa Econômica Federal.

O governo quer reduzir os juros dos créditos consignados oferecidos à iniciativa privada para que se aproxime das taxas de juros médias praticadas atualmente pelo mercado para os servidores públicos, que está em 1,75% ao mês (atualização de junho/2018). O Crédito Pessoal Não Consignado, por exemplo, apresenta taxas médias de 6,57% ao mês (atualização de junho/2018).

Segundo o governo, nas comparações com todas as modalidades praticadas pelos bancos, o consignado para trabalhadores do setor público só não apresenta taxas mais interessantes do que os financiamentos imobiliários e para aquisição de veículos, que oferecem fontes especiais de financiamento e garantias reais.

Conforme o Ministério do Planejamento, o governo vem buscando alternativas para tornar o crédito consignado para o setor privado mais atrativo desde julho de 2016, quando foi sancionada a Lei 13.313, instituindo a garantia do FGTS para créditos consignados com as instituições financeiras. “Entretanto, devido a dificuldades operacionais, até hoje o benefício pouco chegava na ponta para os trabalhadores da iniciativa privada”, informa a nota do Ministério.

Fonte: Veja

Bancos não oferecem consignado com garantia do FGTS; linha foi liberada em abril

Publicado em: 17/08/2017


Anunciado em abril pelo governo como nova opção de crédito e uma alternativa para o trabalhador trocar uma dívida cara por outra mais barata, o crédito consignado com o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia ainda é promessa e não está sendo oferecido pelos bancos.

O crédito consignado pode ser contratado por servidores públicos, privados e aposentados. Trata-se de umas linhas de crédito com menor risco para os bancos, já que a parcela do empréstimo é descontada na folha de pagamento ou da aposentadoria.

A proposta da nova linha com garantia do FGTS prevê reduzir ainda mais o risco para os bancos – e consequentemente as taxas de juros cobradas dos clientes. Se o trabalhador não pagar, o banco pode reter parte do seu FGTS para quitar o saldo devedor.

Em caso de inadimplência, o banco pode ficar com até 10% do saldo do trabalhador. E, se ele for demitido, o banco tem acesso a 100% da sua multa rescisória, que equivale a 40% do saldo do seu Fundo.

Baixa adesão

O G1 confirmou que Caixa Econômica, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Citibank ainda não lançaram linhas de crédito nessa modalidade. O único entre os grandes bancos que oferece a linha é o Santander, mas apenas em um projeto-piloto com uma única empresa.

As instituições financeiras ainda não estão totalmente confortáveis em relação à atratividade e garantias da nova modalidade, apurou a reportagem.

Procurados pelo G1, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Citibank informaram que ainda avaliam como operar a nova modalidade para poder começar a oferecer esta linha de crédito para os funcionários de empresas que já têm convênios com os bancos.

A Caixa afirmou que “está desenvolvendo as adequações internas necessárias, a fim de proporcionar o início das contratações”. O Banco do Brasil disse que “continua avaliando a medida”.

O Itaú Unibanco afirmou que “está desenvolvendo o produto para disponibilizar a modalidade aos seus clientes”. O Bradesco informou que “está avaliando as condições para oferta da linha”. O Citibank também disse estar avaliando, destacando que “não há data definida ou as condições em que será ofertado”.

Projeto-piloto

O Santander foi o único que já lançou um programa piloto de crédito consignado garantido pelo FGTS. Por enquanto, a linha só está disponível para os funcionários de uma empresa, a Ser Educacional, dona de universidades privadas.

Segundo o Santander, o volume total de contratações de crédito consignado cresceu 30% entre os funcionários da Ser Educacional após o lançamento do projeto piloto.

“Estamos em conversas para ampliar isso para outras empresas. Já estamos em fase avançada com algumas. Mas precisamos primeiro testar os fluxos operacionais”, disse o superintendente de crédito à Pessoa física do Santander, Eduardo Jurcevic.

Entraves para tirar linha do papel

O crédito consignado para trabalhadores do setor privado é considerado mais complexo do que o feito para o funcionalismo e aposentados. A dificuldade de análise de risco é maior e também o seu custo operacional.

Dos R$ 300 bilhões de empréstimos consignados concedidos até junho, apenas 6% foram para trabalhadores do setor privado, segundo dados do Banco Central.

“Uma coisa é o funcionário público que tem estabilidade. Outra coisa é a rotatividade no setor privado, em que dependendo do ramo de atividade um funcionário fica em média só 1 ano e meio na empresa e não tem mais vínculo”, disse um executivo de banco que falou ao G1 na condição de anonimato.

Embora não falem publicamente sobre os obstáculos e resistências em relação à nova modalidade com FGTS como garantia, os bancos aguardam um reforço nas garantias. Eles também esperam um melhor aperfeiçoamento no sistema de gestão dos dados do fundo de garantia, que assegure o bloqueio e transferência da garantia em caso de inadimplência e demissão.

“Por mais que a gente queira fazer, existe uma fragilidade operacional da Caixa. Para deslanchar, os bancos precisam ter a segurança que o saldo [garantia] será bloqueado em caso de inadimplência ou desligamento”, afirmou o executivo.

Crédito bancário em queda

Para o diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, a atividade econômica ainda fraca, o alto desemprego e o crédito em queda no país também ajudam a explicar a demora para o consignado com o FGTS entrar de fato na prateleira dos bancos.

“Os bancos estão muito restritivos e seletivos no crédito, e de certa forma com um pé atrás”, afirma Oliveira. “Num momento em que a atividade está em processo recessivo ou baixo crescimento e o cenário é de incerteza, isso significa que a pessoa pode perder o emprego e não pagar o empréstimo”, completa.

Segundo o Banco Central, o volume total do crédito bancário registrou queda de 0,9% no primeiro semestre. Já taxa de inadimplência das pessoas físicas, nas operações com recursos livres (exclui crédito imobiliário, rural e do BNDES), ficou em 5,8%.

Vantagens do consignado

Em junho, a taxa média cobrada dos trabalhadores do setor privado no crédito consignado ficou em 41,8% ao ano. Para servidores e beneficiários do INSS, os juros médios no consignado em junho ficaram em 25,8% e 27,8% ao ano, respectivamente.

A expectativa do governo é que com a garantia do saldo do FGTS, os juros médios do consignado possam cair e que os prazos de pagamento possam ser alongados.

Apesar dos juros menores do que outras modalidades de crédito (veja tabela abaixo), consultores financeiros e economistas alertam que é preciso avaliar com cuidado. O trabalhador precisa avaliar se vale a pena sacrificar a sua principal reserva em caso de desemprego para cobrir uma dívida.

“Para quem está no cheque especial ou no cartão de crédito rotativo, pode ser uma opção interessante. Mas, primeiro, a linha precisa estar à disposição”, resume Oliveira.

Fonte: Portal G1

Funcionários do BB são suspeitos de participar de ‘farra do consignado’

Publicado em: 06/07/2017


“Quando a gente fica na lama, os porcos se encontram”. A frase, dita em depoimento à Justiça neste mês, pelo servidor público Sandro da Costa Asseff, é emblemática: sugere uma corrupção generalizada, que se instalou na Prefeitura de Corumbá, especificamente durante os anos de 2009 a 2012, na gestão do então petista Ruiter Cunha de Oliveira, atualmente na chefia do Executivo municipal pelo PSDB. Asseff revelou detalhes do esquema de empréstimos consignados, que extrapolava a prefeitura, envolvendo até mesmo funcionários do Banco do Brasil.

Asseff, que foi candidato pelo PR à Câmara Municipal de Corumbá em 2016 (recebeu 207 votos e não se elegeu), está lotado na Fundação de Turismo do Pantanal. Trabalhando 40 horas, ele tem salário bruto de R$ 2.669, mas recebe R$ 419 (valores de maio), de acordo com o Portal da Transparência do município. As deduções informadas (Imposto de Renda e Previdência), no entanto, somam R$ 296 – o líquido seria, então, de R$ 2.373.

A remuneração do servidor, como a de outros funcionários públicos de Corumbá, estaria minguada por empréstimos consignados de altos valores, muitos deles feitos para favorecer terceiros, como clubes de futebol, escolas de samba e o próprio prefeito.

Asseff sugere que o esquema impactou, fortemente, as finanças de diversos servidores. Atualmente, ele paga empréstimo feito em outro banco para uso pessoal, e seus débitos com o Banco do Brasil foram para o ativo da instituição. “Recebo cobranças diárias”.

No detalhamento do modus operandi, Asseff afirmou que a operação de crédito era facilitada por funcionários do Banco do Brasil, ligados à prefeitura. Mesmo servidores públicos com salários abaixo do necessário para efetivar empréstimos elevados, conseguiam, com facilidade, sacar valores altos na instituição financeira.

O servidor contou que foi procurado pelo ex-gerente de RH (Recursos Humanos) da Prefeitura de Corumbá, Wilson Roberto Ferreira Pereira, para usar seu nome em um empréstimo. Mencionando a abordagem de Pereira, Asseff disse: “O Wilson me procurou: ‘Queridão, vai lá no meu gabinete’”. Já em sua sala, o ex-gerente teria dito, segundo Asseff: “O chefe [Ruiter] pediu pra você fazer, vai ter que fazer”.

Na sequência do depoimento, Asseff lembra o diálogo com o ex-gerente de RH: “’Wilson, não tenho mais margem’. [Pereira responde:] ‘Não, vou arrumar pra você. Você vai ao banco, sobe no segundo andar, que é de pessoas com contas especiais’”.

O servidor disse não ter conta especial no banco, o que não foi empecilho para a realização do empréstimo. De acordo com o ele, o funcionário que facilitou a operação (não precisou nem mesmo assinar nada) é filho do “ex-vereador Salatiel”. Asseff disse não lembrar o nome desse funcionário e nem informou o sobrenome do político citado.

Ele contou, ainda, que não precisou entregar ao banco documento do RH informando a “margem” [valor do salário que poderia ser comprometido com o empréstimo]. “Não, não levei o documento”, disse.

Dispensado de documentação necessária para a operação de crédito e sem precisar assinar nada, o servidor sacou R$ 12,5 mil. O dinheiro, segundo ele, foi entregue a Wilson, que o repassou a Ruiter. Respondendo para onde levou o montante sacado, Asseff afirmou: [fui à] antessala do prefeito (…). A pessoa [o ex-gerente de RH] pegou e levou lá pra dentro”.

O dinheiro foi usado para pagar dívidas de campanha política, possivelmente a de Ruiter.

Veja trecho do depoimento:

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Segunda vez – Asseff foi novamente procurado por Pereira. Fez outro empréstimo, no valor de R$ 6 mil. Desta vez, o dinheiro seria usado para “ saldar dívidas do Corumbaense Futebol Clube”, segundo contou o servidor. A intermediação no Banco do Brasil foi feita por outra funcionária, referida apenas como “Nádia”.

Lama e porcos – Questionado se conhecia outros servidores que também participaram do esquema, Sandro Asseff respondeu: “Doutor, já disse para o senhor que quando a gente fica na lama, os porcos se encontram. Muitos. Tem muita gente passando necessidade, está desempregado até hoje”.

O Banco do Brasil foi procurado, mas não deu retorno até a publicação desta matéria.

Fonte: Campo Grande News

Liminar impede bancos de descontar consignado direto na conta de servidores do RJ

Publicado em: 09/03/2017


A juíza Maria Christina Berardo Rucker, da 2ª Vara Empresarial do Rio, concedeu na quarta-feira (8) uma liminar que impede que 26 bancos descontem na conta corrente dos servidores do Estado do RJ os valores dos empréstimos consignados que não foram repassados pelo governo estadual. As instituições ainda podem recorrer.

“Se o Estado vem atrasando os salários dos servidores, evidentemente que o atraso no desconto do valor consignado é de responsabilidade do Estado e não do servidor”, escreveu a juíza na decisão.

De acordo a decisão da magistrada, o perigo de dano aos servidores é evidente, pois há a possibilidade de duplo desconto ou de negativação indevida do consumidor que não estaria inadimplente, porque já tem o desconto na folha de pagamento, quando recebe o salário em atraso.

A liminar, que é válida para bancos de todo o Brasil, também determina a exclusão dos nomes dos funcionários públicos inscritos nos cadastros de devedores, como SPC e Serasa, em função da aplicação da cláusula que permite a cobrança direta, assim como proíbe novas negativações por este motivo.

A ação civil pública foi movida pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

São réus no processo os bancos Bradesco; Bradesco Financiamento; Agiplan; Alfa; BGN; BMG; Olé/Bonsucesso; Cacique; Cifra; Daycoval; Crédito e Varejo; Banco do Brasil; BRB; BV; CCB; Intermedium; Lecca; Mercantil do Brasil; Mercantil do Brasil Financeira; Banrisul; Fibra; Original; Pan; Safra; Santander; Paraná.

Reclamações anteriores

Em fevereiro, os servidores já reclamavam que, apesar do atraso nos salários, os servidores do RJ estavam tendo os empréstimos consignados descontados. Os funcionários públicos reclamavam da situação, já que este tipo de empréstimo era para ser descontado no contracheque. Alguns funcionários adquiriram empréstimos para conseguir quitar as contas.

Salário parcelado

O governo do estado depositou na quarta a segunda parcela dos salários de janeiro para os servidores ativos, inativos e pensionistas que ainda não tinham recebido os valores integrais. O valor da parcela, que no calendário de pagamentos divulgado em janeiro, seria de R$ 295, passou para R$ 878.

Segundo o governo estadual, o pagamento da parcela – inicialmente prevista para sexta-feira (10) e antecipado em dois dias – foi possível graças ao aumento da arrecadação de impostos na semana do carnaval, que ficou acima da previsão inicial. A terceira parcela dos vencimentos de janeiro será paga no próximo dia 13.

 Ainda de acordo com o governo, a quitação das demais parcelas, previstas para os dias 15, 21 e 22 de março, dependerá da receita a ser obtida com a arrecadação de tributos e de que não haja novos bloqueios judiciais das contas do estado – uma nova ordem de bloqueio deve ocorrer ainda nesta semana, por conta do não pagamento de R$ 86,6 milhões da dívida do estado com a União.

Na terça (7), o RJ depositou R$ 6 milhões referentes ao Regime Adicional de Serviço (RAS) para policiais civis, bombeiros e agentes da Secretaria de Administração Penitenciária: a Polícia Civil recebeu o mês de julho de 2016, os servidores da Seap receberam os meses de agosto e setembro e os bombeiros, julho e agosto.

Fonte: G1