Artigo: O que as pessoas reclamam sobre os bancos?

Publicado em: 07/11/2022

Wilson Fernandes Negrão*

Sabemos que os bancos estão sujeitos a uma série de regras e regulamentações, mas, não é fácil para os clientes saberem quais são essas regras e como elas se aplicam a eles.

Diante disso, surgem situações em que os consumidores, lesados ou frustrados abrem reclamações perante estas instituições. Pois bem, neste artigo, serão abordadas as principais reclamações dos consumidores contra os bancos, a seguir:

Atendimento ao cliente

Liderando a lista de reclamações, o Atendimento ao Cliente é a líder dentre as reclamações, sendo que, os principais motivos de reclamação são

  • A demora na solução de problemas
  • A falta de informações claras
  • O atendimento ruim
  • A falta de transparência nos serviços prestados pelos bancos
  • As altas taxas cobradas pelas instituições

Recomenda-se que, para evitar problemas com o atendimento, seja realizada pesquisa prévia antes de escolher um banco para realizar operações e estar atento às taxas cobradas pelo banco e ler com atenção todos os documentos assinados.

Problemas com cartões de crédito e débito

Segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), o número de cartões em circulação no país ultrapassou a marca dos milhões em 2017.

Mas, o quão convenientes eles são, eles causam em problemas aos seus usuários, consumidores reclamam principalmente por:

  • cobranças indevidas
  • taxas abusivas
  • problemas na utilização do cartão

Seja pela tarifa de “manutenção” (cobrada anualmente pelo simples fato de o cliente possuir um cartão, mesmo que não utilizado) ou pela tarifa de “emissão”, que é cobrada quando o cliente solicita um novo cartão, mesmo que estejam sendo emitidos para substituir um cartão já existente e que não está vencido ou pelas taxas abusivas, os consumidores também reclamam dos problemas na utilização do cartão.

Muitos relataram ter tido seus cartões bloqueados sem motivo aparente ou ter sido impedidos de realizar determinadas operações mesmo dentro do limite. Outro problema bastante comum é o atraso na liberação do crédito nas compras parceladas, o que pode causar muitos transtornos aos consumidores.

Para evitar esses problemas, é importante ficar atento às condições estabelecidas pelo banco no contrato do cartão e verificar regularmente sua fatura para verificar se há alguma cobrança indevida. Além disso, caso tenha algum problema com o seu cartão, não hesite em entrar em contato com o banco para solicitar uma solução.

Cobrança de tarifas abusivas e enganosas

Os bancos, inúmeras vezes, cobram tarifas abusivas e enganosas aos seus clientes, o que acaba encarecendo o custo total dos produtos financeiros. Além disso, os bancos recebem milhares de reclamações por supostamente enganar seus clientes quanto às informações claras a respeito das taxas cobradas, às vezes omitindo informações importantes e não dando as devidas explicações sobre os custos envolvidos.

Falha na aprovação de empréstimos

Mesmo quando cumprem todos os requisitos, os consumidores não conseguem a aprovação de empréstimos e quando conseguem os juros estão altíssimos, o que pode custar-lhes mais dinheiro no longo prazo. Isso é muito mais comum do que parece e pode ter um plano de fundo claro (Registrato)

Oposição à mudança de banco

A portabilidade de conta bancária é um processo que pode ser realizado pelo consumidor para transferir a titularidade da sua conta para outro banco. No entanto, muitos consumidores têm reclamado que esse processo é burocrático e difícil de ser realizado.

Falta de transparência nas comissões bancárias

A falta de informações claras infelizmente é comum nas operações envolvendo bancos, seja pela necessidade que as coisas aconteçam rápido por conta das metas, seja por qual motivo for, fato é que os bancos pecam muito nesse ponto e os maiores prejudicados são os consumidores. Dessa forma os bancos são acusados rotineiramente de não serem transparentes ou de não dar as devidas explicações e informações sobre as taxas e tarifas cobradas aos seus clientes.

*É advogado especialista em Direito Bancário, sócio fundador da Fernandes e Fernandes Advocacia Especializada

Fonte: Migalhas

 

Agências fechando, Pix e menos dinheiro na rua: este é o fim dos bancos?

Publicado em: 24/10/2022

A soma dos ativos dos cinco maiores bancos brasileiros chega a superar todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país e, durante a crise econômica que se instalou na pandemia e quebrou centenas de milhares de empresas, as instituições financeiras bateram um recorde de lucro. Com toda essa pujança, o futuro dos bancos não parece ser de ruína tão cedo, mas o mercado financeiro passa por uma revolução que está mudando profundamente a atuação deles e altera de vez a relação dos clientes com essas instituições, avaliam especialistas. O caminho adiante, apontam eles, é de cada vez mais pessoas com contas bancárias, menos agências nas ruas e uma transformação do que significa ser bancário.

Ano a ano, o número de brasileiros “bancarizados”, pessoas que têm acesso ao sistema financeiro de alguma forma, só aumenta. Desde o final de 2016 até julho de 2022, 37,8 milhões de brasileiros abriram uma conta ou tiveram alguma relação com uma instituição financeira, um aumento de 25,7%. Na pandemia, o movimento ganhou tração, impulsionado pela distribuição do Auxílio Emergencial, e, desde o final de 2019, foram 20,1 milhões novos “bancarizados”, crescimento de 12,2%.

Mas, como quem anda pelas ruas de Belo Horizonte percebeu nos últimos anos, isso não quer dizer que tenha havido um “boom” de abertura de agências bancárias na cidade. Pelo contrário: o Sindicato dos Bancários de BH e Região registrou o fechamento de pelo menos 24 agências desde o começo da pandemia. Desde 2016 até julho de 2022, o Brasil perdeu 5.199 agências — só em Minas Gerais, foram 516.

O economista e professor da Fundação Dom Cabral Paulo Bretas enfatiza que isso não quer dizer que os bancos estejam em decadência. “Os bancos fecharam milhares de agências porque têm que ser cada vez mais lucrativos. A cada vez que surge uma crise, eles têm que continuar pensando em formas de lucrar. Hoje caminham para não precisar de toda essa estrutura. Em um futuro bem próximo, os bancos físicos se tornarão apenas uma boutique de aplicação e dinheiro e de crédito”, pondera. O Banco do Brasil, por exemplo, perdeu 373 agências no país desde o final de 2019.

Na contramão do fechamento de agências, o Sicoob aposta em pontos físicos e abriu 181 pontos de atendimento em Minas Gerais desde 2019. “As cooperativas são empreendimentos de proximidade, e não de distância. Elas são territorialmente engajadas e utilizam a tecnologia como ferramenta de apoio. Só é possível levar impactos positivos relevantes para as comunidades se houver atuação presencial; diálogo com lideranças locais; percepção clara das necessidades dos cidadãos e empreendedores, bem como envolvimento efetivo de suas lideranças e de seus executivos em eventos da localidade”, pontua o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais, Ênio Meinen.

Especializado no nicho de clientes com mais de 50 anos, o Mercantil do Brasil também continua a privilegiar as agências bancárias. “Esse público está digitalizado, mas não quer usar o app como todo mundo. Quer, sim, nos termos dele. Ele gosta de operar no WhatsApp, então por que não ser o banco que trabalha com ele nesse canal? Em vez de ensiná-lo a operar no meu canal, opero no dele. O cliente está mais exigente e não está fazendo comparações só entre bancos, mas compara a experiência de ver um filme na Netflix a contratar um crédito, ver a quantidade de músicas que ouviu no ano no aplicativo a conferir o extrato bancário”, elabora o diretor de Clientes e Crescimento do Mercantil do Brasil, Bruno Simões.

O Santander também afirma que, em 2021, abriu 120 lojas e que, em 2022, pretende abrir outras 70. “De 2019 a 2022, o banco registrou um crescimento de 56% no número de clientes que acessam algum canal digital. Isso trouxe mais eficiência e comodidade aos consumidores, permitindo a readequação da rede de agências, abrindo espaço para a ampliação do atendimento remoto e da presença física do Banco no interior do Brasil”, justifica.

Bancos que se tornam lojas e lojas que se tornam “bancos”

A digitalização dos bancos também leva as instituições a irem além da conta corrente e estar mais presente na vida dos clientes. Hoje, um dos principais investimentos do Inter, por exemplo, é o Inter Shop, uma plataforma de compras online do banco. Mesmo quem não é correntista pode acessar o site para ganhar cashback (quando parte do valor gasto em uma compra volta para a conta do consumidor) em lojas como Magazine Luiza e iPlace. “Outras instituições estão caminhando nessa direção”, pontua o superintendente de Conta Digital do Inter, Eduardo Cotta.

Paralelamente, outras empresas se movimentam em um sentido similar. O grupo das Lojas Americanas, por exemplo, trabalha com o Ame Digital, uma carteira digital que permite carregar dinheiro para comprar diretamente na plataforma, também com cashback.

Educação financeira é responsabilidade dos bancos, avalia professor

O aumento de pessoas “bancarizadas” só se traduzirá efetivamente em uma democratização do acesso aos bancos se houver educação financeira, pontua o economista e professor da Fundação Dom Cabral Paulo Bretas. “Os bancos precisam entender que existe um papel educativo para a população que é uma preocupação muito grande do Banco Central. É uma função social de qualquer banco, especialmente o brasileiro, que ganha muito com a aplicação de títulos públicos. Eles deveriam cumprir essa função com muito mais força responsabilidade”, diz.

Além de blogs e distribuição de conteúdo, que já se tornaram um padrão para os bancos, Bretas sugere investimentos e parceria com o setor público para reforçar a educação financeira nas escolas. “É preciso educar a população financeiramente para o mundo novo de sistemas financeiros, que já chegou”, finaliza.

Fonte: O Tempo

 

Bancos com mulheres em cargos de gestão são mais verdes

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Mais diversos e mais verdes: os bancos que possuem um número maior de mulheres em suas diretorias e cargos de liderança também têm maiores preocupações com o meio ambiente – e fazem menos empréstimos para empresas poluentes.

Foi o que revelou um novo estudo do Banco Central Europeu (BCE), que analisou os dados de empréstimos feitos por bancos na Zona do Euro em 2019. Eles dividiram as instituições em dois grupos: as diversas, em que mais de 37% dos cargos de diretoria eram ocupados por mulheres, e as pouco diversas, em que esse percentual é menor.

Os resultados mostraram que os bancos com maior presença feminina em seus conselhos emprestaram cerca de 10% menos para empresas com histórico negativo de poluição, enquanto instituições menos diversas são mais amigáveis com negócios poluentes.

A pesquisa se soma a uma série de evidências de que mulheres dão mais importância do que homens a temas de longo prazo e impacto social amplo, como mudanças climáticas – e que elas são capazes de gerar mudanças perceptíveis na tomada de decisões quando ocupam cargos de liderança em empresas, bancos e até governos.

Sim, governos: o estudo também mostrou que o impacto ambiental positivo gerado pela diversidade de gênero nos bancos é maior quando eles estão localizados em países com maior representação feminina na política (como os do norte da Europa, em oposição aos do sul). Ou seja: o benefício ecológico combinado de mulheres na política e no sistema bancário é maior que o de mulheres apenas no sistema bancário.

Fonte: Você SA

Quatro maiores bancos reduziram participação em 2021, diz BC

Publicado em: 09/10/2022

Indicadores do Banco Central apontam para uma gradual redução da concentração bancária no Brasil, o que a autarquia atribui à entrada de novos participantes, embora as quatro maiores instituições financeiras do país ainda respondam por mais da metade da fatia de mercado.

Os dados fazem parte do Relatório de Economia Bancária, divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira (6). Segundo o relatório, os quatro maiores bancos do país são Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC3 e BBDC4) e Itaú (ITUB3 e ITUB4).

O volume de ativos dessas quatro instituições representou 56% do total do sistema financeiro nacional em 2021, abaixo dos 57,3% do ano anterior – em 2019 estava em 60%.

Também houve queda nos depósitos totais desses bancos. Reunidos, os quatro representaram 67,2% da fatia de mercado em 2019, 62,7% em 2020 e 60,1% em 2021.

O volume de operações de crédito também mostra uma tendência de recuo. A participação dos quatro maiores bancos nesse segmento foi de 60,6% em 2019 para 59,4% em 2020 e 59,3% em 2021.

“O fato de que a concentração nos mercados de crédito se reduziu significativamente reflete a política pública perseguida pelo Banco Central nos últimos anos, que incentiva uma maior digitalização dos meios de pagamento e modelos de negócio inovadores”, disse o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, citando a entrada de novos participantes no mercado, como fintechs.

De acordo com o relatório do BC, esse movimento ocorreu a despeito de, em 2021, terem sido avaliados 12 atos de concentração. Entre as operações mencionadas pela autoridade monetária, estão a compra de participação da XP (XPBR31) pelo Itaú e a aquisição, pelo BTG Pactual (BPAC11), de ações do Banco Pan (BPAN4) detidas pela Caixa.

Avaliando recortes mais específicos, Gomes ressaltou que houve um aumento da participação das cooperativas no período, de 4,3% para 6,1% das operações de crédito entre 2019 e 2021.

Também foi observado um aumento da fatia de empréstimos concedidos por bancos privados, de 52,4% para 56,5%. As operações feitas pelas instituições com controle de capital público recuaram de 47,6% para 43,5%.

No relatório, o BC mudou sua metodologia, deixando de avaliar a concentração a partir de dados dos cinco maiores bancos, grupo que também incluía o Santander. Gomes afirmou que a mudança segue padrões internacionais e não altera a conclusão do documento.

Fonte: Invest News

Concentração de bancos cai no Brasil, mas custo do crédito cresce

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A concentração do mercado bancário no Brasil caiu no ano passado, e a inadimplência e o custo do crédito subiram um pouco. Já o total de empréstimos realizados cresceu 18% em 2021, maior taxa de crescimento da série histórica iniciada em 2011.

Segundo o diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Guillen, a inflação e o aumento da atividade econômica explicam esse crescimento. Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira (06), no Relatório da Economia Bancária, produzido pelo Banco Central.

O documento destacou ainda que a concentração do mercado bancário do país caiu de 77% para 76% entre 2020 e 2021. Ou seja, os cinco maiores bancos do país, Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander, concentravam 76% dos ativos do mercado financeiro nacional em dezembro do ano passado.

O professor de economia da Universidade de Brasília, César Bergo, explica que a redução da concentração do sistema bancário é resultado do crescimento dos bancos digitais.

Em 2021, a inadimplência cresceu 0,2 ponto percentual, chegando a 2,3%. O economista César Bergo opina que esse ainda é um aumento moderado e está em níveis históricos baixos.

O aumento da inadimplência e da taxa básica de juros, a Selic, ao longo do ano passado, também elevaram o custo de crédito no país de 16% ao ano, em 2020, para 18% ao ano, em dezembro de 2021.

Fonte: Agência Brasil

Eleições não turvam visão sobre BB; por que analistas recomendam a ação?

Publicado em: 03/10/2022

Anos de eleições costumam pressionar ações de empresas estatais, mas 2022 tem se mostrado uma exceção até agora. Petrobras (PETR4) e do Banco do Brasil (BBAS3) não só acumulam valorização no ano, como a alta de seus papéis é forte – respectivamente, +56,28% e +43,65%.

No caso do BB, analistas continuam construtivos com a tese de investimento da companhia, que recentemente realizou seu evento anual com investidores.

Apesar das incertezas envolvendo o cenário político brasileiro, o Safra destaca, em relatório divulgado na semana, que o banco possui decisões colegiadas e acionistas minoritários, além da obrigatoriedade de os diretores estatutários serem de dentro da instituição.

Na avaliação do Safra, as perspectivas para 2022 e 2023 pendem mais para o lado otimista, com a inadimplência devendo se manter controlada no curto prazo, apesar da possibilidade de ligeira deterioração nos próximos trimestres.

“Estruturalmente, a inadimplência não é nossa grande preocupação quando olhamos para o Banco do Brasil, dado seu mix de crédito com posicionamento ainda muito defensivo, apesar da recente movimentação para linhas mais arriscadas no segmento de pessoas físicas, devido à alta parcela do agronegócio e corporativo”, afirma. “Além disso, o BB possui um índice de cobertura confortável (271% no segundo trimestre de 2022)”, completa o Safra.

A equipe de análise da instituição ainda diz que, no quesito controle de despesas, o banco segue “fazendo a lição de casa”, com boas perspectivas de melhoria de eficiência.

Iniciativas digitais

O BB tem se empenhado em repaginar suas operações, mostrando avanço em sua agenda digital, mas sem deixar de lado o modelo físico. A estratégia “figital” do banco reflete a entrega de produtos e serviços digitais, seja no aplicativo ou por modelos de análise de dados na cessão de crédito, afirma o Inter Research, que também participou do Investor Day.

“Além disso, ressaltamos que o BB, desde a implementação do Pix, tem orientado todos os novos processos em nuvem, priorizando a eficiência deste modelo nos sistemas e no Open Finance. O banco tem liderado a adoção e desenvolvimento no país, utilizando um modelo com 100% da arquitetura de dados organizada e disponível em ambiente big data”, acrescenta.

O Inter acrescenta que, como reflexo do Open Banking, o BB lançou o “Minhas Finanças Multibanco”, com cerca de R$ 8 bilhões em saldos consolidados com outros bancos, resultando em uma oferta totalmente personalizada para cerca de 90% dos clientes que disponibilizaram seus dados.

Ainda descontada

Apesar da valorização em 2022, as ações do Banco do Brasil continuam atrativas, na opinião do Safra.

Analistas destacam que o banco está rodando com “um grande desconto” em comparação com seus pares (3,8 vezes P/L (preço sobre lucro para 2023 vs. aproximadamente 7 vezes da média dos principais pares privados) e com sua média histórica de 10 anos (de 6,4 vezes).

Outro aspecto positivo levantado pelo Safra é o dividend yield (rendimento do dividendo).

“Esperamos que o BB distribua um dividend yield de 9,7% e 12,7% para 2022 e 2023, respectivamente”, afirma.

O Inter diz que o Banco do Brasil tem apresentado resultados “surpreendentes” em 2022, o que levou o ROAE (retorno sobre o patrimônio líquido) a um nível semelhante a dos pares privados.

O Inter ressalta, no entanto, que o BB tem buscado alavancar mais seu resultado com um mix de carteira mais rentável, o que deve elevar a inadimplência.

“Por isso, entendemos que para o longo prazo, caso o banco continue crescendo em linhas de crédito mais arriscadas, podemos ver um reflexo de maior margem financeira, que é suportada pelo alto indicador de cobertura do banco e a boa qualidade geral da carteira”, comenta a instituição.

O Inter tem recomendação de compra para o nome, com preço-alvo ao fim de 2023 de R$ 54 ao fim de 2022.

Fonte: Money Times

Bancos que se digitalizaram antes da pandemia emprestaram mais, diz BC

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Os bancos que se digitalizaram antes da pandemia de covid-19 conseguiram emprestar mais na fase aguda da crise sanitária. A conclusão consta de estudo divulgado pelo Banco Central (BC).

De acordo com a pesquisa, que integra o Relatório de Economia Bancária, os bancos que mais investiram em tecnologia da informação conseguiram lidar melhor com o aumento de custos durante a pandemia. As instituições que se prepararam tecnologicamente, segundo o estudo, conseguiram melhorar de posição no mercado bancário, ao aumentarem a clientela que deixou de ser atendida presencialmente.

“Bancos que mais investiram em TI [tecnologia da informação] antes da pandemia conseguem ajustar melhor seus custos locais totais. Adicionalmente, aumentaram relativamente o número de clientes residentes fora da localidade da agência e o volume de concessão de crédito”, destacou o Banco Central.

Para o BC, as instituições financeiras que modernizaram os canais digitais de atendimento diminuíram os efeitos do encarecimento do custo marginal após o início da pandemia. “Esse resultado possivelmente se deve a esses bancos possuírem sistemas mais desenvolvidos e canais digitais mais confiáveis, facilitando que suas agências expandissem sua atuação para os mercados de crédito fora de sua localização”, acrescentou o BC.

Segundo o relatório, a expansão do atendimento compensou a alta dos custos de concessão de crédito provocada pela pandemia. “É razoável supor que a flexibilização conferida por investimentos em TI não se limita a custos. Bancos mais digitalizados geram maior conveniência e possibilitam a clientes a manutenção do canal financeiro de forma eletrônica, independentemente da localidade de acesso”, ressaltou a pesquisa.

Apesar de a crise sanitária impulsionar a digitalização do sistema financeiro, o BC destacou que esse processo ocorria antes da pandemia. “Com a introdução de medidas de saúde pública desencorajando contatos pessoais, esse processo se acelerou tanto no setor financeiro quanto no real”, concluiu o BC.

No próximo dia 6 de outubro, o BC divulgará a íntegra do Relatório de Economia Bancária.

Fonte: Agência Brasil

Brasil perde 5,8 mil agências bancárias em 7 anos; cooperativas dobram

Publicado em: 26/09/2022

O número de agências bancárias no Brasil atingiu um pico em março de 2015, com 23.154 unidades. Desde então, vem caindo de maneira praticamente ininterrupta até os dias de hoje. O dado mais recente do Banco Central, de julho, mostra que atualmente existem 17.348 agências no país, uma queda de 5.806 desde o pico, ou 25,1%. Enquanto isso, as unidades das cooperativas de crédito dobraram nesse período.

Há sete anos, as maiores redes de agências eram de: Banco do Brasil (BBAS3) (5.544), Bradesco (BBDC4) (4.654), Itaú (ITUB3; ITUB4) (3.847), Caixa (3.401) e Santander (SANB3;SANB4;SANB11) (2.641). Hoje os líderes são BB (3.984), Caixa (3.372), Bradesco (2.910), Itaú (2.617) e Santander (2.575).

Além das agências, existem atualmente no país 11.858 postos de atendimento (PA) físicos. Em março de 2015, eram 10.474, ou seja, houve uma alta de 1.384 (ou 13,2%).

Os PAs são estruturas mais simples, subordinados a uma agência, e que não contam, por exemplo, com serviços como câmbio, operações de tesouraria, fundos de investimentos para clientes qualificados, entre outros. Além disso, muitos não são abertos ao público geral, são pontos de atendimento dentro de determinadas empresas, repartições públicas, universidades, etc, destinados única e exclusivamente aos membros daquela instituição.

Com o avanço da tecnologia e a digitalização dos serviços financeiros – impulsionada pela pandemia – os grandes bancos vêm fechando agências, aproveitando a queda na demanda por atendimento físico para reduzir gastos. Muitas são transformadas em PAs, que por ter uma estrutura menor – como não lidam com numerário, não precisam de cofre, porta giratória, entre outras coisas – exigem gastos bem inferiores.

Enquanto isso, as cooperativas vêm ampliando o atendimento presencial. Por não serem bancos, elas não têm agências. As unidades são chamadas de postos de atendimento cooperativo (PAC). Hoje, são 8.593 PACs, de 4.312 em março de 2015, uma diferença de 4.281 (alta de 99,3%).

A maior rede de PACs é do Sicoob, com 4.018 unidades. Desde 2020, o Sicoob já abriu 690 postos e deve entregar mais 100 ainda este ano. “O cooperativismo financeiro é um movimento essencialmente de lugar e proximidade, que preza pelo atendimento humanizado, até porque nas cooperativas as pessoas, por definição, são mais importantes que o capital, e o lucro não faz parte dos objetivos. Como o usuário dos serviços é também o dono da organização, suas expectativas e preferências sobre acolhimento e tratamento devem ser atendidas sem restrições”, diz Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob.

Fonte: Valor Investe

 

Publicada lei que eleva CSLL de bancos e corretoras até dezembro

Publicado em: 09/09/2022

O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 5 de setembro, publica lei que eleva em um ponto porcentual a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras. Com o aumento, que tem vigência temporária de 1º de agosto a 31 de dezembro de 2022, a CSLL passará de 20% para 21% para bancos e de 15% para 16% para corretoras de câmbio e companhias de seguro e de capitalização.

A mudança foi objeto de medida provisória editada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em abril. Como o texto não sofreu alteração durante a tramitação no Poder Legislativo, foi apenas promulgado pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, sem precisar de sanção presidencial.

Quando da edição, o governo informou que a MP traria um aumento de arrecadação de R$ 244,1 milhões neste ano, o que garantiria compensar a renúncia de Refis aberto pelo governo para parcelamento de débitos tributários de Microempreendedores Individuais (MEIs) e pequenas empresas.

Fonte: Infomoney

 

54% dos bancos no Brasil querem aumentar investimento em cibersegurança

Publicado em:

*Juan Alejandro Aguirre

Com o avanço da tecnologia e o aumento da complexidade de ataques cibernéticos, principalmente os no formato de ransomware, vemos cada vez mais organizações do setor financeiro trabalhando para proteger suas informações, bem como as dos clientes. Prova desse movimento é o dado da pesquisa da Febraban de Tecnologia Bancária 2022, de que 54% dos bancos participantes estão buscando aumentar seus investimentos em cibersegurança na infraestrutura tecnológica. Além disso, 42% prevêem investimentos em tecnologia de prevenção a ameaças cibernéticas e 38% em segurança da nuvem para este ano.

Para fornecer novos insights sobre esses ataques de ransomware, a Sophos, empresa na qual trabalho, publicou o relatório “The State of Ransomware in Financial Services 2022”, que também discute as causas, custos, recuperação e pagamentos de resgate que atingiram as empresas do setor financeiro no último ano. A pesquisa, que reúne incidentes de ransomware enfrentados por profissionais de TI em diversos setores em 31 países, contou com a participação de 5.600 pessoas, das quais 444 trabalham no setor de serviços financeiros e em empresas com entre 100 e 5.000 funcionários.

Entre os achados, o estudo revelou um ambiente de ataque cada vez mais desafiador para essas organizações, dada a crescente carga financeira e operacional que o ransomware vem impondo ao setor financeiro. Além disso, o documento também esclarece a relação entre o ransomware e o seguro cibernético, incluindo o papel que esse tipo de proteção vem desempenhando para tentar fortalecer as formas de se defender desses incidentes.

É importante que as companhias atuantes no segmento estejam atentas ao cenário de ameaças cibernéticas, seja por fontes de notícias ou estudos de mercado, como o da própria Sophos; e que saibam se proteger caso sofram algum tipo de ataque. Para dar mais contexto sobre o momento atual, temos algumas das principais conclusões do “The State of Ransomware in Financial Services 2022”, como:

  • Os ataques de ransomware a serviços financeiros aumentaram no último ano: 55% das organizações foram afetadas em 2021, contra 34% em 2020;
  • Os serviços financeiros registraram a segunda menor taxa de criptografia de dados, com 54%. A média mundial foi de 65%;
  • 52% das organizações de serviços financeiros pagaram o resgate para restaurar os dados, dobrando o número do ano anterior de 25% – e acima da média global de 46%;
  • A quantidade de dados restaurados por companhias do setor financeiro permaneceu constante, em 63%, ao longo de 2020 e 2021 – a média global é de 61%. Entretanto, a porcentagem de organizações do setor que recuperaram todos os seus dados criptografados aumentou para 4% em 2021.
  • O custo médio de remediação para as empresas do setor financeiro foi de US$1,59 milhão, superior à média de US$1,4 milhão para todos os setores;
  • 83% das organizações do setor relataram ter cobertura de seguro cibernético contra ransomware, o que está alinhado à média global;
  • O seguro cibernético está levando os serviços financeiros a melhorar as defesas: 98% das organizações do setor financeiro melhoraram sua capacidade de cibersegurança para garantir a cobertura.

A taxa crescente de incidentes de ransomware no setor de finanças demonstra que os cibercriminosos se tornaram consideravelmente mais capazes de executar ataques em escala ao implantar com sucesso o modelo de Ransomware-as-a-Service (RaaS). Diante disso, a maioria das organizações do setor está optando por reduzir o risco financeiro associado a esses tipos de ataques, por meio da aquisição de um seguro cibernético.

Nesse contexto, é fundamental que as organizações saibam que as seguradoras que oferecem esse tipo de cobertura pagam por alguns dos custos em quase todos os sinistros. No entanto, o setor tem uma das menores taxas de pagamento de resgate por parte de seguradoras e está se tornando cada vez mais difícil para as organizações, especialmente no setor financeiro, garantir a cobertura. Isso levou quase todas elas a fazer alterações em suas políticas de segurança para melhorar a posição quanto ao seguro cibernético.

Para ajudar as companhias do setor, há algumas dicas para se proteger de ataques de ransomware e incidentes cibernéticos relacionados. A primeira delas é a instalação e manutenção de defesas de alta qualidade em todos os pontos da organização. É fundamental revisar os controles de segurança constantemente e certificar-se de que eles estão atendendo a todas as necessidades da companhia.

Outro ponto que sempre faz a diferença é procurar proativamente por possíveis ameaças para identificar e conter os cibercriminosos antes que eles possam executar o ataque. E, caso a equipe não disponha de tempo ou habilidades para fazer isso internamente, é extremamente recomendada a terceirização para um especialista em Detecção e Resposta Gerenciada (MDR).

Muitas companhias, infelizmente, acreditam que nunca serão atingidas por esse tipo de ataque, porém, é fundamental que todas estejam preparadas para o pior, pois somente assim é que saberão o que fazer no caso de um incidente cibernético. Tendo isso em mente, é mais fácil que todos entendam a importância da realização de backups e práticas de restauração para que a organização possa voltar a funcionar o mais rapidamente possível, com o mínimo de interrupção.

Assim, a principal mensagem é de que as organizações fortaleçam todo seu ambiente de TI. Dessa forma, será possível buscar e fechar as principais lacunas de segurança, que podem variar de dispositivos desatualizados a máquinas desprotegidas e portas RDP abertas, entre outras. Essas práticas são recomendadas para organizações de todos os setores e tamanhos, inclusive para a área financeira, que tem grande influência na economia do país.

*É gerente Sênior de Engenharia de Vendas da Sophos América Latina

Fonte: Yahoo

 

Ministério da Justiça investiga bancos por fraude em empréstimos; BB está na lista

Publicado em: 26/08/2022

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai investigar 23 bancos e instituições financeiras pela suposta prática de fraude em cartões de crédito consignados, entre eles o Banco do Brasil. O BB informou que “não emite cartão de crédito consignado há 4 anos e está à disposição da Senacon para esclarecimentos adicionais.”

Há denúncias de que diversos consumidores têm sido lesados ao contratarem empréstimo consignado e sendo expostos ao risco de superindividamento.

A denúncia foi apresentada pelo Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública (Nudecon) do estado do Rio de Janeiro. De acordo com o órgão, têm sido lesados com a emissão não autorizada dos cartões e pela cobrança de juros em faturas com desconto do pagamento mínimo feito diretamente em folha.

Segundo a denúncia, a fraude seria praticada quando, ao contratar um empréstimo consignado, o cliente também recebe um cartão de crédito, sem ser informado que o dinheiro tomado como empréstimo, na verdade, seria lançado como saque no cartão e depositado na conta corrente do cliente.

A Nudecon entende que a prática pode levar o cliente ao endividamento, pois o pagamento mínimo, feito através do desconto em folha, abateria apenas o valor dos juros de financiamento do saldo devedor, impedindo a quitação dos outros débitos.

“Desta forma, considerando a existência de 4.575.529 cartões consignados ativos, 3,7% do total de cartões ativos no país, foi determinada a investigação para apurar a ocorrência de prática abusiva”, afirmou o ministério, em nota.

Fonte: Agência Brasil

 

R$ 9 mi garantido para cada executivo em 2022. E para os bancários?

Publicado em: 25/08/2022

Mesmo com lucros maiores e sempre crescentes, os bancos propuseram reduzir a PLR, distribuindo uma fatia menor de seus lucros bilionários. Na mesa desta quarta-feira 24 de agosto, a décima quinta rodada da Campanha Nacional dos Bancários 2022, a Fenaban (federação dos bancos) propôs reajuste de 6,73% nos valores fixos da PLR, o que corresponde a apenas 75,7% do INPC, com perda de 1,97% para os trabalhadores (considerando a estimativa da inflação de 8,88% em 31 de agosto).

A Fenaban propôs ainda excluir da CCT a regra de não compensação dos programas próprios na parcela adicional da PLR – ou seja, o que cada banco paga como programa próprio seria reduzido dessa parcela da PLR/CCT.

Mais cedo, os bancos vieram com proposta ainda mais rebaixada: de 6,22% para os valores fixos da PLR (70% do INPC, com perda de 2,44%). Mas depois de uma pausa nas negociações, apresentaram a proposta de 6,73%.

O Comando Nacional dos Bancários rejeitou as duas proposta na mesa.

“Mais um dia inteiro de negociação, com os bancos apresentando propostas rebaixadas, fazendo longas pausas na mesa para depois apresentar índices de reajuste que vão aumentando a conta gotas. Passaram de 6,22% para 6,73%. E já chegamos à décima quinta mesa e eles ainda não apresentaram uma proposta de índice para reajuste dos salários. É um desrespeito com a categoria que constrói seus lucros bilionários”, diz Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Ivone destaca que a parcela do lucro distribuída aos trabalhadores já vem sofrendo redução ao longo dos anos. “E hoje eles propuseram reduzir ainda mais, oferecendo reajuste abaixo da inflação nos valores fixos e tetos, e propondo compensar programas próprios na parcela adicional da PLR, o que deixa os trabalhadores ainda mais vulneráveis às cobranças de metas abusivas. Não vamos aceitar.”

Por outro lado, a remuneração per capita anual da diretoria executiva dos maiores bancos tem previsão de atingir R$ 8,9 milhões por diretor (a) em 2022, com crescimento de 11,1% em relação a 2021 e 132 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR).

PLR é fatia cada vez menor do lucro

Desde 1997, a PLR do cargo de caixa teve aumento real de 126%, enquanto que o crescimento real do lucro dos bancos, no mesmo período, foi de 359%, ou seja, 2,85 vezes mais do que o valor da PLR.

A fatia do lucro distribuída aos trabalhadores foi caindo ao longo dos anos, apesar de novas conquistas como os reajustes nos valores, mudanças nos parâmetros e introdução da parcela adicional.

Em 1995, quando a PLR foi clausulada na CCT dos bancários, os grandes bancos distribuíam cerca de 14% dos seus lucros, mas em 2021, os três maiores bancos privados distribuíram em média apenas 6,67% de seus lucros. Com a proposta desta quinta, a distribuição cairia ainda mais, para 6,49%, sendo que a distribuição da regra básica está inferior a 5% e da parcela adicional próxima de 1,6%, portanto muito abaixo dos 2,2% previstos na CCT.

Na pauta apresentada aos bancos, a categoria reivindica para a parcela adicional da PLR 3 salários-base, reajustados pelo INPC mais aumento real de 5%. A Fenaban está oferecendo apenas 40% do que os trabalhadores reivindicam.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

 

Bancos insistem em impor perdas aos bancários, dizem dirigentes bancários

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Em reunião de negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2022, ocorrida nesta segunda-feira (22), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) insistiu em impor perdas para a categoria bancária ao apresentar uma proposta de reajuste para os vales alimentação e refeição de apenas 81% da inflação geral e de apenas 43% da inflação dos alimentos acumuladas em 12 meses. Além disso, depois de 13 rodadas de negociação, os bancos ainda não apresentaram proposta de índice para correção dos salários e da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

“Não podemos aceitar esta proposta! A categoria continua perdendo. E em todas as consultas que fizemos as bancárias e bancários nos disseram que queriam aumento maior para o vales alimentação e refeição, pois os valores não são suficientes para chegar ao fim do mês”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP), Ivone Silva, que coordena o Comando juntamente com a presidenta da Contraf-CUT, tem a mesma impressão. “Foi um dia inteiro para a Fenaban apresentar mais uma proposta rebaixada. Na primeira parte da mesa, eles propuseram reajuste no VA e VR que cobria apenas 75% da inflação. Aí fizemos uma pausa e na volta eles propuseram reajuste de 81% da inflação, mas ainda insuficiente. Consideramos uma desfaçatez com os bancários, que constroem diariamente os lucros bilionários dos bancos. O Comando rejeitou a proposta na mesa”, informou.
Vale coxinha

Segundo cálculos elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com o reajuste proposto no VR o bancário precisa de praticamente um dia e meio para conseguir comprar um cafezinho a mais. Com o reajuste do VA (R$ 52,25 a mais por mês), não dá nem pra comprar meio quilo de café, um quilo de açúcar, um quilo de pão e 200g de manteiga. Para comprar estes produtos seriam necessários R$ 54,50.

Mobilização Nacional

Sindicatos de todo o país vão realizar nesta terça-feira (23) um Dia Nacional de Luta para informar clientes e a categoria sobre o andamento das negociações e mostrar o descaso dos bancos com seus funcionários, que contribuíram para que os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander) obtivessem juntos um lucro de R$ 56,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2022, alta de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado, com rentabilidade de 18% em 12 meses.

Teletrabalho e outras reivindicações

Os bancos não apresentaram proposta para a ajuda de custo para cobrir os gastos que os bancários têm a mais com o teletrabalho. Com relação ao vale-transporte, também não responderam se atenderão a proposta de descontar o percentual de 4% apenas sobre os dias trabalhados presencialmente, e não sobre o mês inteiro.

As negociações também não andaram com relação ao combate ao assédio moral e fim das cobranças abusivas sobre as metas.

Fonte: Contraf-CUT

Bancos lucraram 49% a mais em 2021, diz Banco Central

Publicado em: 11/08/2022

Os bancos aumentaram a oferta de crédito de maior risco às pessoas físicas no segundo semestre de 2021. O destaque foram as modalidades de empréstimo não consignado e o rotativo do cartão de crédito. Já o crédito para compra de imóvel esfriou por causa da subida dos juros básicos. A taxa Selic atual é de 13,75%.

A capacidade de pagamento dos devedores, no entanto, apresentou relativa estabilidade.

As informações estão no Relatório de Estabilidade Financeira do segundo semestre de 2021, divulgado nesta terça-feira pelo Banco Central.

Segundo o documento, o lucro dos bancos no ano passado foi de R$ 132 bilhões de reais, 49% a mais que em 2020. E o PIX não atrapalhou o resultado, já que o uso cresceu e representa 10,6% do total dos pagamentos feitos no varejo.

O crédito bancário às micro, pequenas e médias cresceu acima do nível de antes da pandemia. Mesmo com as novas concessões do Pronampe e do Programa de Estímulo ao Crédito, o destaque foi para o aumento da carteira não vinculada a programas do governo.

Ainda de acordo com o documento, os testes de estresse de capital mostraram que não existem riscos relevantes para a estabilidade financeira do país.

Fonte: Agência Brasil

Com lucro, bancos podem atender dar aumento real e reajuste nos tickets

Publicado em: 04/08/2022

Na mesa com a Fenaban desta quarta-feira 3, que iniciou os debates sobre as reivindicações da categoria para as cláusulas econômicas no âmbito da Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2022 (campanha salarial), o Comando Nacional dos Bancários cobrou aumento real e reajuste maior nos VA e VR. A Fenaban não apresentou propostas. Os representantes dos bancos disseram aguardar cenário mais claro sobre a inflação (INPC) de julho.

Os bancários reivindicam aumento real de 5% nos salários, e reajuste nos tickets que compense a alta inflacionária dos alimentos, hoje em 13,89%, maior quase 2 pontos percentuais do que o índice geral da inflação, em 11,92%.

Os representantes do setor mais lucrativo do país disseram que a remuneração do bancário está acima da média dos trabalhadores brasileiros. Embora não tenham apresentado proposta de reajuste, a remuneração per capita anual da Diretoria Executiva dos maiores bancos tem previsão de atingir R$ 8,9 milhões por diretor(a) em 2022, com crescimento de 11,1% em relação a 2021 e 132 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR).

“A campanha não termina enquanto não resolvermos o reajuste dos trabalhadores, isso inclui salário, reajuste de VA e VR e PLR. Os bancos enriquecem a cada mês, cobrando taxas de juros absurdas dos clientes. Nos últimos 12 meses, o rotativo do cartão de crédito subiu 56%, o crédito pessoal não consignado subiu 43% e o cheque especial 26%. As taxas de juros dessas linhas são de 355% ao ano, 83% ao ano e 133% ao ano, respectivamente. O resultado é um aumento no endividamento das famílias, que chegou a 52,6% da renda acumulada em 12 meses e o comprometimento mensal da dívida com o setor financeiro chegou a 28% da renda das famílias”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“Na consulta realizada com os bancários de todo o país, 92% destacaram o aumento real como prioridade, 61% querem reajuste diferenciado no VA e VR e 58% o aumento da PLR”, acrescentou.

Nesta que foi a sétima rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários, o Comando ressaltou na mesa que o lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 190% acima da inflação entre 2003 e 2021, chegando a R$ 110 bilhões neste último ano.

Apenas no primeiro trimestre de 2022, o lucro somado dos 5 maiores bancos do país (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) cresceu 15,4%, chegando a R$ 27,6 bilhões. E, apenas com tarifas bancárias, esses cinco bancos arrecadaram R$ 143,4 bilhões em 2021, o que é suficiente para cobrir 138% do total de suas despesas de pessoal.

Os bancos brasileiros também são altamente rentáveis. A rentabilidade média dos bancos desde 2003 é sempre muito acima da inflação: nos últimos 5 anos ficou, em média, 3,2 vezes acima.

Em 2021, a rentabilidade dos maiores bancos no Brasil ficou quase 5 pontos percentuais acima da rentabilidade dos maiores bancos nos EUA. Isso tem a ver com o fato de que o Brasil teve o 3º maior spread bancário do mundo em 2021, 20 pontos percentuais acima da média de América latina e Caribe.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Bancos se preparam para regras ESG mais rígidas e detalhadas

Publicado em: 22/07/2022

Em setembro de 2021, o Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) publicaram um conjunto de normas para instituições financeiras em relação à agenda ESG. Em resumo, ampliaram exigências que já existiam e reforçaram regras para divulgação de informações e mapeamento de riscos com um enfoque maior e mais detalhado para as questões climáticas.

Passa a ser pedida, por exemplo, a realização de teste de estresse climático para avaliar hipóteses de mudanças de clima e de transição para uma economia de baixo carbono. Entre as novas regras está a divulgação anual do Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas, chamado de relatório GRSAC, obrigatório a partir de 2023.

A nova regulamentação foi dividida em duas fases: na primeira, de 2021, requer-se que os bancos publiquem informações qualitativas (governança, estratégias e gestão de riscos). Na segunda fase, prevista para sair ainda neste ano, serão detalhados os requerimentos de divulgação das informações quantitativas, como metas e métricas.

Algumas normas, como a Resolução CMN 4.945 – que determina a elaboração da chamada Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) – e a Resolução CMN 4.943 – que trata da gestão de riscos das instituições – entram em vigor neste mês. Já a Resolução BCB 139 – com as regras para o Relatório GRSAC – passa a valer em dezembro.

Segundo Marcelo Pasquini, líder de sustentabilidade do Bradesco, como o banco já vinha com discussões em relação ao clima, tem sido “natural” adotar as recomendações do BC. Agora, está rodando três pilotos para a mensuração de riscos climáticos físicos e de transição e a agregação deles aos demais riscos. Um dos principais desafios, diz, está nas análises de cenários a partir dos testes de estresse climático, que são de muito longo prazo e não são, geralmente, feitos de forma tão detalhada para o Brasil.

Em 2019, o Bradesco fez o primeiro estudo de emissões de gases efeito-estufa de sua carteira de crédito, com foco em setores como agropecuária, imobiliário e veículos. Em 2020, foi o primeiro do setor no Brasil a aderir à Partnership for Carbon Accounting Financials (PCAF), parceria global entre instituições financeiras para desenvolver e implementar padrões de mensuração e divulgação de emissões associadas a empréstimos e investimentos.

Com base na metodologia da PCAF, o banco publicou pela primeira vez em 2020, o cálculo das emissões financiadas, com classificação setorial em sua base de dados. No ano passado, a cobertura foi de 92% da carteira de crédito pessoa jurídica (PJ), conforme informações do relatório integrado de 2021. Foram identificados os setores mais emissores e os que podem ter maior transformação. O trabalho também foi feito para emissões de investimentos da gestora, a Bram, para renda fixa corporativa e renda variável.

Com o objetivo de descarbonizar seu portfólio até 2050, no ano passado, o banco aderiu ao Net-Zero Banking Alliance, aliança que reúne 113 bancos de mais de 40 países – lista que inclui também Santander e Itaú. Também definiu a meta de direcionar R$ 250 bilhões, até 2025, para financiar setores e ativos de impacto socioambiental positivo. Até março deste ano, 43% do volume total já haviam sido destinados para negócios sustentáveis.

No pilar cidadania financeira, o Bradesco assinou, em maio, um compromisso com a saúde e inclusão financeira, no âmbito dos Princípios de Responsabilidade Bancária (PRB), vinculado ao programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-FI). O prazo para assumir metas públicas em relação ao tema é de 18 meses.

O Santander é outro ‘bancão’ que está se mexendo há um tempo para se adequar às novas exigências da economia verde. Desde 2020, a instituição passou a incluir em suas avaliações socioambientais a exposição dos clientes ao estresse hídrico e sua dependência desse recurso, por meio de uma ferramenta própria que considera três aspectos: qualidade dos processos de gestão da água; vulnerabilidade da atividade econômica; e a região onde o negócio está.

Christopher Wells, superintendente executivo de risco socioambiental do Santander, diz que o banco realiza cerca de 2 mil análises socioambientais, por ano, incluindo negócios com operações na Amazônia, produtores de soja e processadores de carne bovina. Para Wells, as normas do Banco Central trazem desafios, e um dos maiores é o acesso a dados e fontes de informação. “E se chover pouco nos próximos três anos, como ficaria a geração de energia hidrelétrica, por exemplo? É um cenário hipotético. Não existe nenhum modelo de ‘think thank’ ou órgão de governo para ajudar os bancos e as empresas”, analisa o executivo.

Na temática social, existe também uma dificuldade em relação a dados. “Tem lista para [empresas que utilizam] trabalho escravo, mas não tem para outros temas, como trabalho infantil ou assédio. Então, o que fizemos? Modernizamos o questionário enviado para os clientes”, conta Maria Silvia Zanardi, superintendente de risco socioambiental do Santander.

O ABC Brasil acaba de publicar seu primeiro relatório de sustentabilidade que inclui análise setorial da carteira de crédito. “Conseguimos ter uma estratificação de como a carteira está dividida e sua taxonomia”, aponta Antonio Ferrari, líder de sustentabilidade e risco socioambiental do banco. “Temos uma carteira em torno de 23% focada no agronegócio que, por si só, é inerente a riscos climáticos.” Ele conta que montou um time multidisciplinar socioambiental para entender quais ajustes de sistemas e bases de dados terão de ser feitos.

O executivo cita, ainda, que o ABC fez em 2021 o inventário de suas emissões de gases efeito-estufa, referente a 2020. Este ano, vai mapear as emissões financiadas, para divulgá-las em 2023. O banco prevê implementar diretrizes para setores mais expostos a questões climáticas. “Não estamos falando em proibição. Não é excluir, e sim trazer para o jogo e entender como podemos ajudar os clientes.”

Em resposta ao Prática ESG, o BC diz não ter recebido dúvidas, pois muitas questões referentes às novas regras já foram esclarecidas durante a consulta pública.

Fonte: Valor Investe

Caged: bancos fecham 800 postos de trabalho em 3 meses

Publicado em: 15/07/2022

O setor bancário apresentou saldo negativo de empregos pelo terceiro mês consecutivo. É o que aponta o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de maio, divulgado agora em julho. Entre março e maio, foram fechados cerca de 800 postos de trabalho.

Em maio, foram realizadas 3.172 admissões e 3.605 desligamentos, maior nível desde outubro de 2021. O saldo foi de 433 vagas eliminadas, sendo 322 vagas (74,4%) em Bancos Múltiplos com carteira comercial. Houve saldo negativo também na Caixa Econômica, de menos 60 postos de trabalho.

No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, ocorreu a criação de 8,3 mil postos de trabalho, decorrente de forte impacto de contratações da Caixa Econômica Federal, a partir de decisão judicial favorável à contratação de trabalhadores aprovados no concurso de 2014. No ano, o setor acumula criação de 2,7 mil postos.

Do total do saldo positivo verificado no setor nos últimos 12 meses (+8.355 postos), 33,9% deve-se ao saldo da Caixa. No ano, destaque para o saldo negativo nos Bancos Comerciais (-75 postos).

“Os cinco maiores bancos – BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander – tiveram lucro de R$ 107,7 bilhões em 2021, isso representou um crescimento de 34,1% em relação a 2020. Os mesmo cinco banco já apresentam lucro de R$ 27,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Ou seja, não há justificativa para o setor ter saldo negativo nos últimos três meses. Pelo contrário, deveriam contratar mais, já que os trabalhadores em agências e departamentos estão sobrecarregados. Estamos em Campanha Nacional e já cobramos mais contratações na mesa de negociação com a Fenaban, ocorrida no dia 27 de junho”, diz Lucimara Malaquias, secretária de Estudos Sócio-econômicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Contratados ganham menos que os desligados

O salário mensal médio de um bancário admitido em abril alcançou o valor de R$ 5.403,87 enquanto o do desligado foi de R$ 6.107,26, isto é, o salário médio do admitido correspondeu a 88,5% do desligado.

“Isso mostra que os bancos economizam em mão de obra com a rotatividade no setor”, ressalta Lucimara Malaquias. “Eles também economizam quando terceirizam, o que muitos deles vêm fazendo ultimamente, principalmente o Santander, valendo-se das reformas trabalhistas promovidas pelo governo Temer e agora pelo governo Bolsonaro”, lembra a dirigentes, que é bancária do Santander.

Sobre as admissões e demissões

No que se refere à movimentação do emprego, nas admissões observa-se a quase nulidade de contratação via primeiro emprego, apesar dos bancos mencionarem programas de inclusão de jovens. Outro ponto dos dados do Caged que chama a atenção é a reintegração de trabalhadores, que representaram 2,6% do total admitido em maio.

Quanto aos desligamentos, a modalidade demissões voluntárias (a pedido do trabalhador) representou 37,6% da totalidade, queda em relação aos meses anteriores. Em contrapartida, os desligamentos sem justa causa, motivados pelo empregador, somaram 56,0% do total, maior patamar dos últimos 12 meses.

De janeiro a maio deste ano, não ocorreu nenhum desligamento por aposentadoria. Para o acumulado em 12 meses, verificou-se que 2.623 trabalhadores foram desligados por aposentadoria.

Faixa Etária e Sexo

Outro ponto chama atenção nos dados do Caged: o saldo negativo, em maio, se deu exclusivamente entre as mulheres (-546 postos), já que entre os homens, o saldo foi positivo em 113 postos de trabalho.

No ano, os desligamentos foram mais efetivos entre as mulheres (-7.946 postos) em relação aos homens (-7.182 postos). Em contrapartida, as admissões são predominantemente masculinas com 10.380 postos criados contra 7.523 novos vagas destinadas às mulheres.

Assim, o saldo entre janeiro e maio de 2022, é negativo para o sexo feminino com a eliminação de 423 postos e positivo para os homens com abertura de 3.198 postos. Esta situação se prorrogada afetará diretamente no estoque de trabalhadores do setor bancário, o tornando menos igualitário.

Em relação às faixas etárias, é possível observar saldo positivo entre as faixas até 29 anos, com ampliação de 936 vagas. Já para as demais faixas etárias, foi notado movimento contrário, fechamento de 1.369 vagas.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos cortam 80 mil vagas em oito anos, negam garantia de emprego e ampliam terceirização

Publicado em: 07/07/2022

Na segunda rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, no dia 27 de junho, a Federação Nacional dos Bancos afirmou que não vai oferecer garantia de emprego à categoria. Os representantes dos trabalhadores lembraram que, apenas de 2013 a 2021, as instituições cortaram 77 mil postos de trabalho. Isso representa uma redução de 15% dos empregos nos bancos, além do fechamento de quase 5 mil agências. Agora, são 394 mil bancários. A categoria tem data-base em 1º de setembro.

“Os bancos são responsáveis por quase 1% do estoque do emprego no Brasil. Mas, mesmo sendo um dos setores mais lucrativos do país, somente na pandemia reduziram 2 mil postos de trabalho”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional. “A alta rotatividade no setor tem um motivo: no primeiro quadrimestre de 2022, por exemplo, o salário médio daqueles que entravam nos bancos correspondia a apenas 83% do salário médio daqueles que eram desligados das empresas do setor”, acrescentou.

Correspondente bancário

Assim, outro item da pauta foi a terceirização crescente, que também afeta o nível e a qualidade dos empregos nos bancos. “O número de estabelecimentos que prestam serviço de correspondente bancário cresceu 42% entre 2016 e 2022, atingindo 470 mil em março de 2022, de acordo com o Banco Central”, informam os sindicalistas. “O desmonte trabalhista agravou a precarização e aumentou a terceirização no setor”, disse Ivone.

Em 1990, havia mais de 730 mil bancários no país. Em 2019, eram 455 mil. De acordo com os representantes dos trabalhadores, em dezembro do ano passado os bancos tinham mais de 464 milhões de clientes, o que representa 1.180 por empregado, considerando o número de 394 mil. Apenas seis anos antes, eram 309,4 milhões de clientes e 433 mil funcionários, ou 715 clientes por empregado. O crescimento foi de 65% nesse período.​​

Redução da jornada

“Nessa negociação cobramos a garantia dos empregos, o fim da terceirização, que se amplia no setor bancário, a preparação dos trabalhadores para as mudanças tecnológicas e a redução da jornada de trabalho para quatro dias”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, também uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Assim, nos 10 últimos anos, o lucro dos bancos cresceu 15% acima da inflação. Em 2021, os cinco maiores (Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander) lucraram, somados, R$ 107,7 bilhões, 34,1% a mais do que no ano anterior. Só no primeiro trimestre deste ano, o lucro foi de R$ 27,6 bilhões, 17,5% maior do que em igual período do ano passado. “Uma das reivindicações da categoria é a redução da jornada para quatro dias por semana, associada à redução da intensidade do trabalho e do controle da hora extra, sempre realizadas através da negociação coletiva com os sindicatos”, lembra Ivone.

Fonte: Sindicato dos Servidores Judiciais de Minas Gerais

 

Bancos digitais atraem mais atenção da periferia de SP do que bairros de classe alta

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Os moradores de bairros periféricos da cidade de São Paulo demonstram maior interesse por bancos digitais do que aqueles que moram em locais de classes média e alta, segundo levantamento feito pelas startups Cinnecta, de inteligência de dados, e a Zanzar, de tecnologia de mídia iDOOH (interativa em carros compartilhados).

Bairros da zona leste, como Guaianases e Brás, apresentam um interesse em serviços de bancos digitais acima de 54%, enquanto bairros da zona oeste, como Alto dos Pinheiros, os percentuais são inferiores a 40%.

Segundo as startups responsáveis pelo levantamento, a baixa ou mesmo a inexistência de cobrança de tarifas é um grande atrativo dos bancos digitais e uma das principais características que torna esse modelo de instituição financeira uma opção mais acessível para a população de baixa renda. Além disso, a agilidade e desburocratização dos processos têm conquistado essa fatia da população.

O aumento da disponibilidade de smartphones ao público de baixa renda e a distribuição do auxílio emergencial pelo governo federal ao longo da pandemia da covid-19 também ajudaram a aumentar o interesse em serviços financeiros digitais.

Comportamentos e hábitos de consumo sofreram mudanças durante a pandemia e o auxílio emergencial do governo impactou diretamente esse cenário. Dezenas de milhões de brasileiros foram forçados a aderir ao sistema financeiro formal a fim de receber o benefício.

Foram pesquisados os bairros de Capão Redondo, São Rafael, Brás, Itaquera, Alto de Pinheiros, Consolação, Iguatemi, Tatuapé, Itaim Bibi, Itaim Paulista, Butantã, São Mateus, Vila Mariana, Republica, Bela Vista, Saúde, Vila Olímpia, Vila Medeiros, Brasilândia, Vila Maria, São Miguel Paulista, Cidade Tiradentes , Guaianazes, M’Boi Mirim, Parelheiros.

Fonte: Valor Investe

Roubo a bancos cresce mais de 10% em 2021, aponta Anuário de Segurança

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Enquanto a taxa de roubos totais no Brasil, por 100 mil habitantes, recuou 3,9% no ano passado, na comparação com 2020, a taxa de roubo a instituições financeiras – a cada 100 e incluindo roubo a banco, caixa eletrônico e carro forte – cresceu 11%. O roubo a estabelecimentos comerciais e de carga aumentaram, respectivamente, 6,5% e 2,4%. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

“O ano de 2021 foi marcado pela retomada das atividades, principalmente a partir do avanço da vacinação, e o que as estatísticas nos indicam é que também houve retomada de parte considerável das ocorrências de crimes contra o patrimônio”, escrevem os pesquisadores David Marques e Amanda Lagreca, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O tema dos roubos a instituições financeiras tem chamado a atenção, com destaque para as ocorrências do “novo cangaço”. “Embora menos frequentes, esses casos geralmente alcançam repercussão nacional por sua magnitude, com grandes grupos de assaltantes com armas de grosso calibre, utilização de reféns como escudo humano, incêndio de veículos e sua utilização para bloquear vias urbanas ou rodovias, dominação das forças policiais de cidades menores, geralmente do interior dos Estados alvo”, explicam os pesquisadores, relembrando casos de 2021 em Ourinhos, Araçatuba e Botucatu, no interior de São Paulo, Varginha, em Minas Gerais e Nova Bandeirantes, no Mato Grosso.

Muitos crimes patrimoniais, principalmente no âmbito financeiro, no entanto, têm migrado para o ambiente digital. “A digitalização das finanças, de serviços e do comércio, especialmente impulsionada durante o período pandêmico, contribui com a formação de um ambiente propício ao desenvolvimento de modalidades criminais que exploram vulnerabilidades nesses segmentos”, dizem Marques e Lagreca, citando como exemplo o PIX.

“Esse processo tem associado as modalidades de roubos e furtos de celulares aos crimes de estelionato e, mais especificamente do estelionato digital, nos quais a vítima é induzida a realizar transferências, ou ainda, quando da subtração do celular com acesso a aplicativos bancários, tem quantias retiradas de sua conta bancária, ou tem compras ou empréstimos financeiros realizados em seu nome”, acrescentam os pesquisadores.

Pela primeira vez, o Anuário trouxe esses tipos de crimes patrimoniais. Entre 2020 e 2021, a taxa de roubos e furtos de celulares por 100 mil habitantes avançou 1,8%. No ano passado, foram 847,3 mil registros, o que equivale a ao menos um (1,6) celular roubado ou furtado por minuto no Brasil. “É preciso considerar 2021 como um ano proporcionalmente menos afetado pelas medidas sanitárias de restrição de circulação de pessoas por conta da covid-19”, dizem os pesquisadores.

Entre 2018 e 2021, 3,7 milhões de celulares foram roubados ou furtados no país, o que ainda representa uma queda de 22,8% da taxa no período.

Já os registros de estelionato chegaram a 1,3 milhão em 2021, o que corresponde a um significativo aumento de 179,9% na taxa, por 100 mil habitantes, em relação a 2018. Entre 2020 e 2021, a alta foi de 36,3%.

O crime de estelionato em meio eletrônico foi tipificado apenas em maio de 2021, mas alguns Estados já conseguem realizar a mensuração. “Embora com limitações, como o fato de que nove Estados não terem informado os dados, neste primeiro levantamento foi possível identificar que, em 2021, foram registrados 60.590 casos de estelionato por fraude eletrônica”, dizem os pesquisadores.

Em outra modalidade de crimes patrimoniais, houve aumento de 4,7% na taxa de roubo a residências. O roubo a transeuntes, por outro lado, caiu 7,5% – bem menos, porém, do que no período anterior (2019-2020), o primeiro ano da pandemia, quando a queda foi de 36,2%.

Para os pesquisadores, a queda de roubos a transeuntes e o crescimento de roubos e furtos de celulares estão, muito possivelmente, associados a essas mudanças significativas nas dinâmicas dos crimes contra o patrimônio, em direção a sua digitalização, e indicam que os dados de roubos e furtos de celulares podem retratar melhor os crimes cometidos em vias públicas e a sensação de segurança nos ambientes urbanos nesse novo contexto.

Veículos

No caso de roubos e furtos de veículos, se entre 2019 e 2020 houve queda 26% na taxa por 100 mil habitantes, entre 2020 e 2021 o que se observou foi relativa estabilidade, com variação de 0,1%, chegando a um total de 334.643 veículos subtraídos no ano passado. “Embora haja a manutenção do patamar destes registros entre 2020 e 2021, ainda temos 916 veículos roubados ou furtados por dia no Brasil no último ano”, observam Marques e Lagreca.

Além disso, dizem, o cenário nacional camufla algumas variações regionais importantes. Entre 2020 e 2021, houve aumento na taxa de roubos e furtos de veículos em oito unidades da federação, sendo a maior no Maranhão (59,7%). Em sentido oposto, houve uma queda relevante de 22,4% nas taxas de Tocantins, 22% no Rio Grande do Sul e 21,7% no Rio Grande do Norte.

Entre os Estados que apresentaram crescimento nos indicadores, destacam-se alguns fronteiriços, como Acre (33,8%), Mato Grosso (17,5%) e Amapá (16,7%).

“Representantes das polícias civis do Acre e de Rondônia apontam uma intensificação nesta modalidade criminal, que teria a Bolívia enquanto destino dos veículos subtraídos, principalmente caminhonetes, que seriam trocados por cocaína ou armas do outro lado da fronteira”, escrevem Marques e Lagreca.

Também há má notícia para São Paulo, que apresentou declínio importante em sua taxa a partir de 2014, tendo como principal marco a chamada “lei dos desmanches”, mas que, entre 2020 e 2021, observou aumento de 13% na taxa, por 100 mil veículos, de roubo e furto.

Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

Fonte: Valor Investe

Projeto de abertura de bancos aos fins de semana só deve ser discutido após eleições

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O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), afirmou que o projeto de lei (PL 1043/19), que permite a abertura das agências bancárias aos sábados e domingos, só voltará a ser discutido após as eleições. A proposta, de autoria do deputado David Soares (União-SP), não tem consenso.

Na opinião do diretor de sustentabilidade, cidadania financeira, relações com o consumidor e autorregulação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Amaury Oliva, a legislação que regula o funcionamento dos bancos, que tem 40 anos (Lei 4.178/62), caiu em desuso ao proibir a abertura das agências aos finais de semana. Ele diz que, das 103 bilhões de transações bancárias feitas em 2021, 67% foram feitas pela internet e pelo celular, mas lembra que há clientes que preferem o atendimento presencial. “A sociedade mudou muito. Os consumidores esperam hoje ter acesso a serviços financeiros essenciais também aos finais de semana. Não é uma obrigatoriedade de funcionar aos sábados, mas é permitir, é tirar essa proibição”, disse.

Mas, para o representante da Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp, Marcelo Gonçalves, o objetivo da proposta não é beneficiar a população e sim vender mais produtos bancários. “Só visa abrir as agências para estender a jornada de trabalho dos bancários para vender produto. Se é para atender a população, deveria contratar mais bancários para diminuir as filas”, rebateu.

Mesma opinião tem a presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Maria da Silva. Ela lembrou que, hoje, as lotéricas já atendem grande parte da prestação de serviço bancário.

O diretor da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, Moacir Carneiro da Costa, discorda da alegação de que o trabalho aos finais de semana vai gerar empregos e melhorar o atendimento. Segundo ele, a Caixa tem um déficit de 17 mil trabalhadores. Em 2014, havia 101 mil empregados; hoje, são menos de 88 mil. “Os bancos têm diminuído o número de empregados por agência, têm fechado agências. Nós tínhamos algum tempo atrás 575 clientes por empregado na Caixa, hoje são mais de 1.700 clientes por empregado. Se você quer melhorar o atendimento, tem que contratar, não abrir aos sábados e domingos.”

Saúde dos funcionários

Para a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvandia Moreira Leite, abrir agências aos sábados vai aumentar casos de doenças, como síndrome do pânico, e casos de assédio. Mas, na opinião do deputado Gilson Marques (Novo-SC), a proposta apenas cria uma possibilidade. Além disso, ele alega que países desenvolvidos abrem agências aos fins de semana e que a legislação brasileira será cumprida com o pagamento adicional aos trabalhadores. “Esse projeto permite, autoriza, dá o direito para quem quiser, para os bancos, no sistema voluntário, trabalharem”, diz. “A maioria das pessoas trabalha de fato durante a semana e, porventura, nos finais de semana, se quiser, gostaria, talvez, de ser atendida no banco. Qual é o problema disso num sistema voluntário?”

O debate foi solicitado pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP), que sugeriu o arquivamento da proposta. “Quando o representante da Febraban disse que mais de 67% das transações são pela internet, ele mesmo destruiu os argumentos dele”, afirmou.

O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), sugeriu um acordo. “Revoga a lei de 62, mas só pode abrir se o sindicato autorizar uma negociação dentro de um acordo combinado. Acho que isso fortalece as agências, fortalece as entidades e os sindicatos, fortalece os acordos coletivos e o Brasil passa a dialogar com o que acontece no mundo”, levantou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Bancários definiram temas das negociações com os bancos

Publicado em: 24/06/2022

O Comando Nacional dos Bancários definiu nesta quarta-feira (22), os temas das reuniões de negociações com a Federação Nacional do Bancos (Fenaban). “São temas centrais que englobam uma série de reivindicações da categoria. Isso contribui para organizarmos e agilizarmos as negociações”, ponderou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “É hora de nos mobilizarmos! E bora ganhar este jogo!”, completou.

Emprego e terceirização será o tema tratado na próxima reunião; na sequência, cláusulas sociais e segurança bancária; cláusulas sociais e teletrabalho; igualdade de oportunidades; saúde e condições de trabalho; e duas reuniões sobre as cláusulas econômicas (veja o calendário detalhado ao final do texto).

Banco de horas negativas

Antes de entrar na pauta definida para o dia, o Comando Nacional dos Bancários reivindicou o abono das horas negativas das pessoas com comorbidade para as quais o banco não conseguiu viabilizar o trabalho remoto durante a pandemia.

“As pessoas foram afastadas por uma questão de saúde pública. Foram dois anos de pandemia e para algumas delas os bancos não conseguiram viabilizar o trabalho remoto. Isso gerou um número muito grande de horas a serem compensadas. Por mais que tenham tentado, algumas pessoas não conseguiram compensar todas estas horas. Queremos que estas horas sejam abonadas”, explicou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também coordena o Comando Nacional dos Bancários.

A Fenaban disse que, como as negociações sobre banco de horas foram realizados diretamente com os bancos, fará um levantamento sobre quais são os casos e discutirá a proposta com cada um deles.

Demissões em massa

O Comando também lembrou sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação à necessidade de negociações com os sindicatos antes de empresas promoverem demissões em massa. “O Banco Mercantil do Brasil está encerrando as atividades no Rio de Janeiro e vai fechar todas as agências no estado. Pedimos que a Fenaban intermedeie negociação com o BMB para que seja respeitada a decisão do Supremo e esta mesa de negociações”, reivindicou a presidenta da Contraf-CUT.

A Fenaban disse que recebeu ofício da Contraf-CUT com a solicitação, já está tentando agendar reunião com o banco para tratar do assunto e dará resposta à representação da categoria até a manhã desta quinta-feira (23).

PL 1043/2019

O Comando Nacional dos Bancários também solicitou que os bancos trabalhem no sentido de retirar o Projeto de Lei 1043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências bancárias aos finais de semana, da pauta de votação.

“Os bancos alegam que em alguns eventos, como feiras de negócios, que ocorrem aos finais de semana, são prejudicados devido a não abertura dos bancos nesses dias. Isso não justifica o desrespeito à nossa mesa de negociações. Nunca nos negamos a negociar estes casos específicos. Inclusive existem acordos que permitem este trabalho”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT. “Tanta coisa mais importante para ser discutida no Congresso Nacional e querem criar uma lei para um tema que é tratado em nossa mesa de negociações. Isso deve ser pauta aqui na nossa mesa, não no Congresso. Por isso, pedimos o esforço para que o mesmo seja retirado da pauta”, ressaltou.

No dia 28 de junho (terça-feira), será realizada uma audiência pública na Câmara dos Deputados para tratar do assunto, com a participação de representantes do movimento sindical bancário e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Calendário de negociações:

Segunda-feira, 27 de junho:
Emprego e Terceirização

Quarta-feira, 6 de julho:
Cláusulas sociais e segurança bancária

Sexta-feira, 22 de julho
Cláusulas sociais e teletrabalho

Quinta-feira, 28 de julho
Igualdade de oportunidades

Segunda-feira, 1 de agosto
Saúde e condições de trabalho

Quarta-feira, 3 de agosto
Cláusulas econômicas

Quinta-feira, 11 de agosto
Continuação das cláusulas econômicas

Fonte: Contraf_CUT

Enquanto os bancos fecham agências, as cooperativas de crédito abrem

Publicado em: 16/06/2022

Marcelo Vieira Martins*

Neste momento, duas forças atuando em sentidos opostos movimentam as placas tectônicas no sistema financeiro do país. Enquanto grandes bancos fecham agências, as cooperativas de crédito abrem novos pontos de atendimento.

Com a acelerada digitalização dos serviços, os maiores bancos têm enxugado a estrutura. Em 12 meses, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander encerraram 1.007 agências físicas.

É que ocorreu entre março do ano passado e o mesmo mês deste ano, segundo os balanços dos próprios bancos divulgados no primeiro trimestre. A repercussão deste movimento, é claro, cai nos clientes.

Em São Paulo, o Procon registrou 69 reclamações de filas nas agências nos primeiros cinco meses do ano, contra 24 reclamações ao longo de todo o ano de 2020.

Segundo relatos, uma fila pode demorar até 3 horas. Não existe no país um tempo limite padrão, mas a maioria das cidades dispõe de leis que determinam um máximo de 15 a 30 minutos. Outras vezes clientes que estão na fila são orientados pelos funcionários dos bancos a resolver os problemas através do aplicativo.

Em movimento contrário, as cooperativas de crédito pretendem abrir 1,3 mil agências este ano, conforme levantamento divulgado no final do ano passado pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito.

Municípios das regiões Norte e Nordeste são o principal foco geográfico desse movimento de expansão. A estimativa é que sejam gerados 13 mil postos de trabalho em todo o país.

Fechar agências pode aumentar a rentabilidade momentânea de uma instituição financeira, mas nem sempre é a solução definitiva para o atendimento.

A proximidade física com o cliente é um fator estratégico para a construção de relacionamentos de longa duração. Ainda mais nas cooperativas, onde o cooperado é também o dono do negócio.

Imagine que você é um pequeno empresário e recorre a um empréstimo para expandir a sua operação. Comprar um equipamento para aumentar a produção, por exemplo. Você tem a opção de realizar toda a transação de modo virtual com agilidade e autonomia. Em poucos minutos o valor está na conta.

Sempre defendi essa vantagem da tecnologia, inclusive é o tema do meu primeiro livro chamado Feito à Mão – As pessoas no centro das transformações, onde narro a experiência da primeira agência virtual do cooperativismo de crédito brasileiro.

Mas nem sempre a vida nos apresenta questões assim tão objetivas. É possível que você, como o hipotético empreendedor do nosso case, tenha outras dúvidas para compartilhar.

Queira, por exemplo, conhecer um pouco melhor as alternativas que a sua instituição financeira oferece. Ou necessite de uma consultoria financeira mais aprofundada, mergulhando em questões do dia a dia como o seu fluxo de caixa.

É aí que entra um conceito valioso e complementar à tecnologia, jamais concorrente: a agência física é o território da experiência. É onde se aprofundam os relacionamentos dentro de um espaço de diálogo e parceria. E conhecer bem o cliente é ouro em qualquer atividade.

Além disso, em um país tão carente de estrutura bancária como o Brasil, a agência física é uma importante referência para gerar negócios e oportunidades. Não raro a cooperativa de crédito é a única instituição financeira de um município.

Se você percorrer as pequenas cidades do Brasil vai constatar isso. As cooperativas exercem assim o interesse pela comunidade, um princípio que norteia o cooperativismo desde a sua criação há quase 200 anos.

Como observador dos atuais movimentos no mercado financeiro do país, acredito que o cooperativismo de crédito fará parte da vida de todos nós cada vez mais. Porque consegue entender o sentimento das pessoas e traduzi-los em gestos concretos, como estar próximo.

*É CEO da Unicred União e autor dos livros “Coopbook – Cooperativismo de A a Z” e “Feito à Mão – As pessoas no centro das transformações”.

Fonte: Economia SC

Grandes bancos fecham mil agências, causam desemprego e filas

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Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, os três maiores bancos privados do país, lucraram R$ 18,1 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Somados aos R$ 6,6 bilhões do Banco do Brasil – que é público, mas de capital aberto –, vai a R$ 24,7 bilhões o lucro dos principais bancos do país no período. No entanto, as quatro instituições financeiras, juntas, fecharam 1.007 agências entre março de 2021 e março deste ano. Os bancos apostam no atendimento virtual, principalmente pelo celular. Mas o resultado é a piora do atendimento aos clientes nas agências.

“Só durante a pandemia, foram 353 agências. São muitas agências fechadas, principalmente onde mais precisa. Ou seja, nas periferias. Hoje tem bairros de São Paulo em que as pessoas têm que andar às vezes 10 quilômetros, pegar uma condução, para achar uma agência bancária”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva.

Em entrevista a Heródoto Barbeiro, no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM, Ivone ressaltou que os mais pobres e os idosos são os que mais sofrem com o fechamento das agências. Os primeiros, porque às vezes falta dinheiro para pagar a internet do celular, ou não têm um aparelho compatível com o aplicativo do banco. Já os aposentados, seja pela dificuldade com a tecnologia ou por hábito, querem acompanhar de perto, nas agências, a sua vida financeira.

“E muitas vezes eles chegam lá, e não tem ninguém para atendê-los. Antes não tinha mais o caixa físico. Hoje estão sumindo das agências até os caixas eletrônicos. Você chega na agência e a fila dos caixas eletrônicos é enorme. Um total desrespeito à população”, disse ela.

Reclamações

Reportagem de Giuliana Saringer, no portal UOL, mostra que, somente neste, ano o Procon-SP registrou 69 reclamações pela demora nas filas nas agências. Para efeito de comparação, em 2020, foram 24 reclamações, ainda que a ida aos bancos estivesse mais restrita, em função da gravidade da pandemia naquele momento. A publicação também traz depoimentos de clientes do Bradesco que relatam que passaram horas nas filas das agências, cheias por conta do fechamento de outras unidades próximas.

Demissões

Além da piora no atendimento, outra consequência do fechamento das agências é o aumento das demissões. Na última sexta-feira (27) o Sindicato dos Bancários realizou um protesto no Radar, concentração bancária do Santander localizada em Santo Amaro, contra o processo de terceirização e demissões promovidas pelo banco espanhol. Desde o início do ano, já são cerca de 200 demissões, sem reposição do quadro de funcionários.

Roberto Paulino, dirigente do sindicato e bancário do Santander, destacou que a terceirização é uma forma do banco reduzir despesas às custas dos direitos e da remuneração dos seus funcionários. Ele lembrou que o banco espanhol retira do Brasil quase 30% do seu lucro global, e cobrou responsabilidade social com o país.

“Isso significa gerar empregos decentes, e não precarizar relações de trabalho e demitir trabalhadores, contribuindo para aumentar o já enorme índice de desemprego. Cobramos do banco o fim das demissões, a realocação dos trabalhadores impactados e que interrompa o processo de terceirização”.

No mesmo dia, o sindicato também se reuniu com a direção do Itaú para tratar do fechamentos das agências e da demissão indevida dos trabalhadores. Estão sendo demitidos principalmente trabalhadores com histórico de adoecimento e idade próxima aos 50 anos. O banco alega que a maior parte não teria cumprido as metas de desemprenho nos últimos anos, apesar dos lucros bilionários.

“Não basta o Itaú pregar que ‘muda o mundo’ em suas propagandas e, por outro lado, demitir trabalhadores adoecidos ou com mais tempo de banco. Isso é desumano, e com certeza muda o mundo pra pior”, critica Sérgio Francisco, dirigente do sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú. (Com informações do SP Bancários)

Fonte: Rede Brasil Atual

Bancos e fintechs oferecem salários até 25% maiores na briga por talentos

Publicado em: 05/06/2022

Com salários altos, bônus e chance de crescimento rápido, o mercado financeiro tradicionalmente nunca teve grandes problemas para atrair talentos. Porém, parece que o cenário comum da área de tecnologia, em que sobram vagas e faltam profissionais qualificados, chegou também aos bancos e fintechs.

Segundo dados da consultoria PageGroup, oito em cada dez candidatos da área de bancos e serviços financeiros não querem trocar de emprego. A dificuldade de preencher as vagas também tem elevado o prazo dos processos seletivos, que antes eram concluídos em um mês, para 90 dias ou mais.

Por trás dessa dificuldade está, sobretudo, o boom de bancos digitais e fintechs que surgiram nos últimos anos. De acordo com dados do Banco Central, em fevereiro deste ano, o Brasil tinha mais de 649 instituições financeiras, 15% mais do que em 2019, quando o número voltou a crescer.

“Esse é um universo que está cada vez mais concorrido, com bancos surgindo a todo instante. Fora isso, esse segmento demanda um nível de formação bastante alto, que só 4% da população brasileira se encaixa”, diz Juliana França, gerente sênior da área de bancos e serviços financeiros da Page Personnel e Michael Page.

O momento é especialmente complicado porque, além da saída de profissionais rumo às fintechs, muitas instituições financeiras que estavam segurando contratações por conta da pandemia voltaram a recrutar e desenvolver novos projetos.

“É uma tempestade perfeita para um cenário mais adverso. Como resultado, temos muitas posições abertas e profissionais que não atendem aos requisitos”, completa Juliana.

Salários altos

Um dos primeiros reflexos dessa briga por talentos é, claro, a remuneração paga para os profissionais. Os salários, que já eram altos, agora, em média, ficaram 25% maiores. Fora isso, o setor também assiste a uma juniorização, com profissionais mais jovens ou com menos experiência ocupando cargos mais seniores.

“Outro aspecto é a oferta de benefícios, temos visto muitas empresas oferecerem iniciativas de bem-estar para driblar a alta carga de trabalho, que continua sendo uma característica do setor. E, aquelas que não oferecem vagas híbridas, também sofrem mais para contratar”.

Um complicador, porém, tem sido a elevada taxa de contraproposta oferecida pelas empresas para não perder profissionais para a concorrência. “Estamos falando em 60% de ofertas nesse sentido. E quase que a totalidade dessas propostas é revertida em retenção do candidato”, diz Juliana.

Para quem está interessado em aproveitar o momento aquecido do setor e deseja migrar para a área de finanças, Juliana recomenda investir no inglês, aprender softwares específicos para cada área, por exemplo, Power BI para times de finanças, além de desenvolver habilidades como resiliência e capacidade de lidar com mudanças. “É interessante olhar quais os diferenciais de cada cargo e, além disso, entender por que você quer trocar de área. Se for uma movimentação só motivada pelo alto salário, por exemplo, pode ser que a pessoa se frustre rapidamente após a decisão”, finaliza Juliana.

Fonte: Exame.com

Com IA, 5 maiores bancos privados podem economizar R$ 1,3 bi em cobrança

Publicado em: 01/05/2022

A Pegasystems Inc. (Nasdaq: PEGA) realizou um levantamento sobre como os cinco maiores bancos privados do país lidam com a inadimplência em operações de crédito e apontou que aproximadamente R$ 1,3 bilhão poderia ser economizado em cobrança de dívidas, em um período de três anos, com a adoção de tecnologias de inteligência artificial (IA) capazes de promover interações mais personalizadas, dinâmicas e empáticas com os clientes.

Segundo o diretor da Pegasystems na América Latina, Mauricio Prado, lidar com o cenário de inadimplência no Brasil e cobrar incessantemente dos clientes valores em atraso custa anualmente muito dinheiro para os bancos. Renegociar o pagamento dessas contas atrasadas de modo eficaz é bem mais barato do que absorver as dívidas.

O desafio, de acordo com ele, para as instituições bancárias, no entanto, é como fazer essa comunicação com o cliente ser mais personalizada, fluida, ágil e empática, obtendo assim êxito para que ele pague suas dívidas em condições favoráveis e fique longe da inadimplência. “Em nosso estudo, calculamos também que buscar a renegociação em um período de até 90 dias após o vencimento tem mais chances de sucesso”, afirma.

Todos os anos, os bancos provisionam uma porcentagem do total de sua carteira de crédito já estimando o montante para cobrir prejuízos em virtude de pagamentos atrasados ou não realizados. Esse percentual provisionado varia de banco para banco, dependendo de seu grau de eficiência para lidar com a inadimplência. Em 2021, esse percentual variou de 3% a 9% do total da carteira de crédito nos cinco bancos que foram objeto do estudo da Pega.

O que a inteligência artificial pode fazer por bancos e clientes inadimplentes

A adoção da inteligência artificial em sistemas de engajamento com o consumidor ajuda os bancos em um ponto fundamental em qualquer interação: conhecer a fundo cada cliente. No caso de cobranças, as instituições poderiam entender em detalhes como está a dívida, qual a renda daquele cliente, suas limitações financeiras, em que canais prefere ser contatado, quanto ele pode negociar e outras variáveis que permitem traçar um contexto personalizado sobre aquele usuário, seu momento de vida e predisposição para quitar as dívidas, oferecendo para isso condições possíveis e adequadas para cada pessoa.

Não é segredo que cobrança é um assunto bastante delicado e pessoal. Então, cabe às instituições financeiras tratá-lo com total cuidado. Olhando pela ótica dos clientes tido como inadimplentes, a tecnologia pode abrir portas para renegociações favoráveis a eles, com ofertas de acordo com o momento financeiro de cada um. Isso, somado com tratativas mais empáticas e humanas, aumenta bastante as chances destes clientes aceitarem os acordos. Além disso, a relação cliente e banco se torna mais fortalecida.

“Estamos falando aqui do uso da tecnologia para permitir não só melhores margens para os bancos, mas também a possibilidade de construir relações mais empáticas com os clientes”, afirma Mauricio.

Para ele, nós fomos afetados pela pandemia nos últimos dois anos e ter esse cuidado no trato com o usuário é também um ganho de reputação para as grandes instituições bancárias, que cada vez mais precisam se preocupar com esse ponto diante do aumento da concorrência com novos players e bancos digitais.

O endividamento do brasileiro no cartão de crédito

A quantidade de famílias brasileiras com contas ou dívidas em atraso subiu no fim do ano passado, apontando para uma tendência de alta neste início de 2022. É isso o que indica a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Depois de iniciar 2021 em patamar superior ao fim de 2020, a inadimplência reduziu-se até maio de 2021, mas passou a ter tendência de alta desde então.Com isso, a inadimplência final em 2021 foi de 26,2% das famílias, acima da média anual (25,2%).

Assim como nos anos anteriores, o cartão de crédito foi o tipo de dívida mais citado pelas famílias brasileiras em 2021, 82,6% das que afirmaram ter dívidas, na média anual. O cartão de crédito, aliás, continuará sendo uma das modalidades de pagamento preferidas dos brasileiros. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o setor vai crescer 20% em 2022, com o volume transacionado superando a marca de R$ 3 trilhões.

“Todos esses elementos fazem com que os grandes bancos brasileiros precisem mais do que nunca entender a jornada do cliente de ponta a ponta com interações hiperpersonalizadas, ágeis e relevantes. Cuidar da experiência do cliente é também proporcionar a ele um tratamento respeitoso mesmo em momentos de dificuldade financeira”, declara o diretor-geral da Pega Latam.

Fonte: Exame

Governo sobe tributo de bancos e instituições financeiras para bancar Refis

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O governo aumentou a tributação dos bancos para liberar o Refis (programa de parcelamento de débitos tributários) para os microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas. Medida Provisória (MP) publicada nesta quinta-feira, 28, em edição extra do Diário Oficial da União elevou de 20% para 21% a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. A alíquota da CSLL para as instituições financeiras não bancárias sobe de 15% para 16%.

O aumento da tributação entrará em vigor a partir de agosto deste ano (primeiro dia do quarto mês subsequente ao da publicação da MP). O prazo é necessário porque o aumento da carga tributária precisa obedecer o princípio da noventena (90 dias) para começar a vale. A carga tributária mais alta valerá até 31 de dezembro de 2022.

No ano passado, o governo aumentou também a taxação dos bancos para desonerar o diesel e o gás de cozinha. Na época, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantira que o aumento seria temporário.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem alertado que a medida, se adotada, iria aumentar o custo do crédito num momento de alta de juros.

A elevação da alíquota foi feita para compensar a perda de arrecadação com a renúncia do Refis, como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O projeto do Refis foi aprovado pelo Congresso no final do ano passado, mas o presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente o programa por não ter a compensação.

Como revelou o Estadão, o governo estima que até R$ 50 bilhões em débitos possam ser negociados no Refis do Simples. A adesão ao Refis está parada pela demora do governo em fazer essa compensação. Esse atraso na liberação do sistema e a falta de uma fonte de compensação fizeram o governo adiar o prazo de adesão para 31 de maio.

IPI zerado

O governo federal editou também decreto que altera as Tabelas de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI) e reduz a zero a alíquota do IPI para preparações compostas para elaboração de bebidas não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados).

O produto estava taxado com IPI de 6% segundo decreto anterior, de 30 de dezembro de 2021. A nova alíquota já entra em vigor com a publicação do ato.

Fonte: Infomoney

Bancos nacionais deixam topo do ranking de retorno sobre patrimônio

Publicado em: 24/04/2022

Os bancos brasileiros perderam a liderança no ranking das instituições financeiras com os maiores Retornos sobre o Patrimônio (ROE, sigla em inglês) em 2021, mesmo apresentando aumento percentual no indicador em relação ao ano de 2020.

É o que aponta um levantamento feito pela plataforma TC/Economatica que analisou a rentabilidade de 39 bancos de várias nacionalidades com um total de ativos acima de US$ 100 bilhões e que são listados ou que possuem ADRs (American Depositary Receipts, na sigla em inglês) na bolsa de Nova York.

Nos anos de 2019 e de 2020, o topo desse ranking era ocupado pelo Santander Brasil (SANB11) que apresentou, respectivamente, retornos de 21% e de 17,9% sobre o patrimônio investido pelos acionistas. Em 2021, o banco ficou em terceiro lugar na lista mesmo apresentando uma alta de um ponto percentual no indicador em um ano.

Já o título da instituição financeira com o maior ROE do mundo ficou com o banco norte-americano Capital One Financial Corporation, que apresentou uma rentabilidade de 20,4% no ano passado.

Apesar da queda de posição, o Santander continua na lista junto a outros três bancos com operações no Brasil: Itaú Unibanco (17,3%), Banco do Brasil (15,7%) e Bradesco (15,2%).

Além disso, a perda de espaço no ranking não significa que essas instituições apresentaram quedas nas suas rentabilidades. Pelo contrário, os quatro maiores bancos com operações no País registraram ganhos percentuais no ROE.

O Itaú Unibanco, que já ocupou o primeiro lugar em 2017, foi o maior destaque entre esse grupo com uma alta de 5,4 pontos percentuais de 2020 a 2021. O problema é que esse aumento não foi o suficiente para garantir a liderança na lista.

Há algumas razões que explicam a perda de liderança das instituições financeiras do País. Um dos pontos citados por Renan Manda, analista-chefe do setor financeiro da XP, está relacionado à pandemia. De acordo com ele, os grandes bancos brasileiros costumam repassar, historicamente, cerca de 40% do seu lucro para o pagamento de dividendos e de Juros sobre Capital Próprio (JCP) para os acionistas.

O problema é que, com a multiplicação de casos de covid-19 e o fechamento de parte das atividades por causa da pandemia, o Conselho Monetário Nacional (CNM) obrigou as instituições financeiras a repassar apenas o percentual mínimo que correspondia a uma média de 25%.

“Muitos dos bancos tiveram aumento no provisionamento (recursos para futuros prejuízos) dos resultados e não puderam distribuir o seu lucro. Você tinha um patrimônio “inchado”. Em 2020, o que eles (os bancos) distribuíram foram abaixo da média”, afirma Manda.

O crescimento da inflação também é outro fator que contribuiu em um curto prazo para a perda de liderança dos bancos brasileiros no ranking. Gustavo Pazos, analista do time de research da Warren, explica que a inflação no acumulado dos últimos 12 meses aumenta a inadimplência entre os correntistas. “As pessoas não vão deixar de comprar uma cesta básica ou abastecer o veículo para pagar uma parcela do financiamento porque essa despesa não é considerada básica”.

Já a alta de juros traz um impacto diferente para a rentabilidade bancária. Segundo Larissa Quaresma, analista da Empiricus, os bancos demoram para repassar as variações da Selic para os seus financiamentos. Isso quer dizer que, quando a taxa básica de juros aumenta, os bancos demoram para reajustar as suas taxas cobradas nos empréstimos. O efeito disso não poderia ser diferente em momentos de sucessivas altas: a corrosão da rentabilidade.

“É um cenário catastrófico para os bancos quando a taxa de juros está muito baixa e começa a subir porque o banco cobra pouco nos empréstimos e o custo de captação também sobe, acompanhando a Selic”, destaca Quaresma.

Descentralização bancária

A perda da liderança também é avaliada pelos analistas como um dos efeitos do processo de descentralização bancária que segue em curso no País. Nos últimos anos, os bancos digitais e fintechs conquistaram uma parcela do mercado que antes era exclusiva para as instituições tradicionais.

“Aumentou a competitividade no mercado que antes os grandes bancos lideravam. As fintechs e os bancos digitais não têm agência física, o que reduz os custos operacionais”, ressalta Guilherme Ishigami, broker da mesa de renda variável da RJ Investimentos. Para ele, esse processo deve ser acelerado com o início do Open Banking, sistema de compartilhamento de dados entre as instituições financeiras em processo de implementação pelo Banco Central desde o ano passado.

Diante desta concorrência, Quaresma afirma que os bancos tradicionais foram obrigados a reduzir o preço das suas tarifas e aumentar o número de serviços gratuitos. “Isso também foi um fator amplificador desta destruição de rentabilidade”, acrescenta.

O que é o ROE?

O Retorno sobre Patrimônio (ROE) é um indicador que mostra ao investidor a rentabilidade em cima do patrimônio investido em uma companhia. Segundo Pazos, da Warren, essa métrica é mais importante para quem pretende ter posição no setor bancário.

Isso porque, segundo ele, os investidores costumam olhar para o Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, sigla em inglês) para ver a geração de caixa das companhias.

No entanto, como os bancos ganham dinheiro com os juros, o EBITDA não é visto como um indicador ideal para o setor bancário por desconsiderá-los. Por isso, o analista da Warren ressalta que o ROE é a principal métrica para analisar a rentabilidade das instituições financeiras.

“O ROE diz para o acionista o retorno sobre o patrimônio que ele investiu na companhia e substitui o EBITDA para os bancos. Os analistas utilizam esse indicador para ver qual banco tem um retorno maior em relação ao patrimônio investido”, explica Pazos.

Fonte: Estadão

Bancos dominam lista das 10 melhores empresas para crescer na carreira; BB fica em 6º

Publicado em: 14/04/2022

O que você busca na sua carreira? Flexibilidade, aprimoramento de competências e oportunidades de promoção são alguns dos motivos que fizeram muitos profissionais mudarem de emprego.

Isso porque pensar na cultura da empresa em que se quer atuar pode até ser mais importante do que o cargo ou a remuneração oferecida. A abertura da possibilidade de mudança de função dentro da mesma empresa também é outro ponto a ser considerado.

Segundo a pesquisa realizada pela startup Intera, especializada em recrutamento para o mercado digital, cerca de 53% dos entrevistados desejam trabalhar em outra área e 47% querem desafios diferentes para desenvolver a carreira. A pesquisa teve a participação de 23,6 mil pessoas entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021.

Pensando nisso, o LinkedIn divulgou uma lista das melhores empresas, no ponto de vista do desenvolvimento de carreira. Essa é a segunda edição do levantamento LinkedIn Top Companies, divulgada neste mês.

As empresas que entraram no ranking foram avaliada em sete competências: progressão de crescimento, desenvolvimento de competências, estabilidade na empresa, oportunidade externa, afinidade com a empresa, diversidade de gênero e nível de formação acadêmica.

Essas companhias “têm oferecido estabilidade mesmo em um mundo de trabalho em constante evolução, conseguindo não apenas atrair, mais reter seus funcionários”, aponta o levantamento.

Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e a indústria automobilística Mercedes-Benz são as empresas que formam o top 3 de melhores lugares para desenvolver carreira.

Os bancos, aliás, são destaque no levantamento do LinkedIn, com cinco deles posicionados entre as dez melhores empresas para crescer profissionalmente. Confira a seguir o ranking.

10 – Procter & Gamble (P&G) (PGCO34)

Em 10º lugar está a empresa de bens de consumo P&G. A empresa é uma ótima opção para quem atua com vendas. Promotores e gerentes de vendas e representantes de marketing de campo são as carreiras mais promissoras na companhia.

A companhia tem mais de 100 mil colaboradores que atuam em São Paulo (SP), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ).

Vale mencionar que a P&G tem criado iniciativas voltadas para a diversidade e a inclusão social. Em 2021, a empresa lançou um programa de desenvolvimento e capacitação para empreendedores negros.

9 – Unimed

A operadora de planos de saúde é a única do setor que está no ranking de melhores empresas para desenvolver a carreira. Com cerca de 134 mil colaboradores com presença maior nas cidades de Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

As carreiras mais reconhecidas são da área médica, mas não somente. As posições mais comuns são de enfermagem, auxiliar de enfermagem ocupacional e assistente administrativo. Relacionadas aos cargos, as competências mais valorizadas são a de atendimento e foco no cliente.

Com o objetivo de acelerar startups da área da saúde, a Unimed lançou a hub de inovação Vibee em 2020. Até o momento, mais de 20 startups foram aceleradas com investimento e capacitação.

8 – Sanofi

A controladora da farmacêutica Medley Indústria, Sanofi, é a oitava melhor empresa para desenvolver a carreira no Brasil. As competências dos colaboradores que possuem maior reconhecimento são boas práticas de laboratório, as habilidades que compõem o senso 5S – utilização, organização, limpeza, saúde, disciplina – e propaganda.

Os cargos mais bem avaliados são de consultor de vendas, gerente de contas e representante de marketing de campo.

Entre as principais iniciativas da companhia estão o desenvolvimento da aprendizagem colaborativa.

7 – JP Morgan (JPMC34)

O Banco JP Morgan é uma das cinco instituições financeiras presentes na lista. Os cargos mais comuns são de engenheiro de software, especialista corporativo e analista de pagamento.

Já em relação às competências mais reconhecidas, finanças, gestão de riscos e análise financeira são as necessárias para quem deseja trabalhar no JPM.

Além disso, é importante saber que o banco detém 60% das ações do banco digital C6 Bank e já entrou no metaverso Decentraland.

6 – Banco do Brasil (BBAS3)

Em seguida, o Banco do Brasil segue no 6º lugar do ranking. Para quem deseja atuar e crescer na carreira no banco é preciso ter as competências de gestão estratégica empresarial e de investimentos. Os cargos mais comuns são de gerente de relacionamento, bancário e consultor financeiro.

5 – Banco Santander (SANB11)

O banco espanhol Santander reconhece como as principais habilidades dos colaboradores a resiliência e o foco no cliente. Assim como o Banco do Brasil, os cargos mais comuns são de gerência do negócio, de relacionamento e de serviços.

4- SAP (SAPP34)

A empresa de software SAP está no top 5 das melhores empresas no quesito carreiras. Por ser uma companhia com foco em tecnologia, os cargos mais bem avaliados são de engenharia de software e de suporte e consultoria de soluções.

Sendo assim, as habilidades com maior reconhecimento se relacionam com a migração de sistema, arquitetura de rede e aplicativos de nuvem.

A SAP é bem reconhecida, sobretudo, pelo desenvolvimento de uma plataforma de georreferenciamento utilizada no combate a incêndios florestais e controle de reflorestamento da região de Brumadinho, em Minas Gerais, afetada por um rompimento da barragem em 2019.

3 – Mercedes-Benz

A indústria automobilística Mercedes-Benz é a terceira melhor companhia em carreiras do levantamento do LinkedIn.

Gestão de vendas e de equipes e recrutamento são as competências mais reconhecidas. Contudo, os cargos mais comuns na empresa são de vendedor, líder de produção e operário de linha de montagem.

2 – Banco Bradesco (BBDC4)

Com mais de 87 mil colaboradores, o Banco Bradesco é o segundo melhor lugar para se trabalhar. As competências mais reconhecidas giram em torno do foco no cliente e investimentos. Já os cargos mais comuns são de gerente de relacionamento e de conta, além da posição de bancário.

O Bradesco também está apostando no meio digital. Next, Bitz e Digio fazem parte do grupo da instituição financeira, que deseja expandir as operações do banco digital em outros países, como Estados Unidos e México.

1- Banco Itaú (ITUB4)

A melhor empresa, segundo o levantamento do LinkedIn, é o Banco Itaú. Com o foco no cliente, gestão estratégica empresarial e inovação em serviços bancários, a instituição financeira tem expandido os negócios.

Os principais cargos dos colaboradores são de executivo, gerente de relacionamento e agente comercial.

Recentemente, o Itaú assinou um acordo com a Totvs (TOTS3) para a criação de joint ventures de serviços financeiros.

Fonte: Seu Dinheiro

Bancos querem compensar receitas perdidas com Pix

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Pagar uma compra à vista e ter a quantia parcelada em até 24 meses, diretamente pela instituição onde a transação ocorreu. Esta tem sido, com pequenas variações de uma instituição para outra, a opção mais comum dos bancos para fazer do Pix um gerador de receitas, ao invés de implacável redutor.

Este, aliás, tem sido o mantra do Banco Central desde que estreou esta forma de se movimentarem quantias instantaneamente, uma fórmula que tinha mesmo tudo para pegar rápido, considerando-se a desenvoltura do brasileiro ao manejar smartphones e aplicativos.

Num primeiro momento, contudo, os números foram cruéis nos balanços das instituições, sobretudo na coluna relativa às tarifas arrecadadas, uma conta que, em conjunto, apresentou retrocesso próximo de R$ 3 bilhões.

Tudo indica, porém, que logo as coisas vão mudar, pois o Pix parcelado certamente não será a única forma de colocar o sistema para somar no resultado final dos bancos, ao invés de subtrair recursos importantes, como aconteceu até aqui.

Um dos ganhos, inclusive, pode ser de cunho educativo, tendo em vista que muitos usuários estão tendo no Pix seu primeiro contato com o mundo do crédito.

Na primeira semana de operações com esta nova modalidade, teve banco que registrou cerca de 2 mil transações, com uma média de 12 prestações e o dobro, também na mediana, em relação aos valores totais movimentados via Pix no mesmo período.

Mas já estariam no radar do setor possibilidades extras, como a escolha da data de débito das transferências e até mesmo a extensão do parcelamento e seus desdobramentos às pessoas jurídicas.

Fonte: Infocredi