O que esperar para os resultados e para as ações dos grandes bancos?

Publicado em: 24/01/2020

Os grandes bancos foram barrados na porta da festa da bolsa. Enquanto o Ibovespa iniciou o ano batendo novos recordes, as ações de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander começaram o ano em forte queda. A alta do principal índice da B3 só não é maior justamente pelo mau desempenho dos papéis do setor financeiro.

Essa queda representa uma oportunidade de compra ou os bancões devem permanecer como os “patinhos feios” da bolsa? Essa resposta deve ficar mais clara a partir da próxima semana, quando começa a temporada de divulgação de balanços das instituições.

Uma coisa é certa: os lucros bilionários não estão ameaçados. A estimativa média aponta para um resultado combinado de R$ 21,9 bilhões para BB, Itaú, Bradesco e Santander Brasil no quarto trimestre de 2019, um avanço de 12,3% sobre o mesmo período do ano anterior.

O problema é o que vem (ou pode vir) pela frente. E a previsão é que os bancões naveguem por mares bastante turbulentos neste ano (e nos próximos).

Fintechs crescem e aparecem

Entre os riscos para o futuro dos bancos tradicionais é o avanço das novas empresas de tecnologia financeira (fintechs). Com a disputa pelos clientes ao alcance do celular, as instituições vêm sendo obrigadas a cortar tarifas e taxas para não perderem mais clientes.

Uma ótima notícia para quem é usuário de serviços financeiros, mas péssima para os acionistas. O grande temor dos investidores é que os papéis dos bancões repitam o que ocorreu com a Cielo.

A empresa de maquininhas de cartões controlada por Bradesco e Banco do Brasil perdeu 65% do valor de mercado nos últimos anos em meio à “guerra” nesse mercado.

Se antes faltava tamanho às fintechs para incomodar os bancos, agora já não se pode dizer o mesmo. Que o diga o Nubank, que alcançou neste mês a marca de 20 milhões de clientes. Com o crescimento, a empresa do famoso cartão de crédito roxo já é a sexta maior instituição financeira do país em número de usuários. Ainda falta o lucro, mas essa é outra história…

Outra amostra do poder de fogo dos novos competidores veio da badalada oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da XP Investimentos. A corretora estreou em dezembro na bolsa norte-americana Nasdaq avaliada em US$ 14,9 bilhões – hoje a corretora já tem valor de mercado de mais de US$ 23 bilhões (R$ 96 bilhões, no câmbio de hoje).

Curiosamente, quem mais vem sofrendo na bolsa entre os bancões é o Itaú, que deu uma tacada de mestre ao comprar 49,9% do capital da XP em 2017. O banco deve apresentar um ganho de R$ 1,9 bilhão (antes de impostos) no balanço do quarto trimestre com o IPO da corretora, de acordo com o UBS.

Nada disso, porém, parece animar os investidores. Apenas nos primeiros dias deste ano, as ações preferenciais do maior banco privado brasileiro acumulam queda de 9,13%.

O problema é que, enquanto ganha com a XP, o Itaú perde em outros mercados. No Chile, onde passou a ter uma operação relevante após a compra do Corpbanca, as despesas com provisões feitas após a onda de protestos devem chegar aos R$ 300 milhões, também conforme o UBS.

Está barato, mas…

Com o fraco desempenho, as ações dos bancos negociam hoje com um desconto de 25% em relação ao Ibovespa, nas contas dos analistas do Bank of America (BofA). Então é hora de comprar? Na opinião dos analistas do banco, não.

O BofA inclusive cortou em 8% as estimativas para o lucro dos bancões neste ano. Os analistas também reduziram a recomendação das ações do Itaú para underperform (equivalente a venda) e as do Bradesco para neutra.

Entre as razões para o pessimismo com os resultados está o aumento da alíquota da CSLL cobrada das instituições financeiras – aprovada junto com a reforma da Previdência.

O imposto maior é ruim, mas terá um impacto positivo no quarto trimestre em razão da correção pela nova alíquota dos créditos tributários que as instituições carregam nos balanços.

Outra decisão que vai influenciar negativamente os próximos resultados é o limite imposto pelo Banco Central na taxa de juros cobrada no cheque especial. Em contrapartida, o BC permitiu que os bancos cobrem uma tarifa dos clientes para manter a linha disponível. Mas dos grandes bancos de varejo apenas o Santander decidiu fazer a cobrança.

Os analistas do BofA projetam um aumento de apenas 4% no lucro do banco espanhol e do Bradesco neste ano. Para o Itaú, a estimativa é ainda pior, de queda de 3% nos resultados em 2020.

O Santander Brasil abre a temporada de balanços dos bancões na próxima quarta-feira, dia 29. O Bradesco divulga o balanço no dia 5 de fevereiro. Os números do Itaú saem no dia 10 de fevereiro e os do Banco do Brasil, no dia 13.

A esperança é o crédito

Mais do que os resultados em si, os olhos dos analistas e dos investidores estarão voltados para as projeções que os próprios bancos vão fornecer para o desempenho de suas principais linhas ao longo deste ano.

Uma possível surpresa positiva pode vir das estimativas das instituições para o crescimento do crédito em 2020. Os bancos já vêm acelerando a concessão de financiamentos, principalmente nas linhas mais rentáveis, como o crédito pessoal e linhas para pequenas e médias empresas. O desafio é crescer o suficiente para compensar o efeito da taxa de juros menor.

Outra boa notícia deve vir das despesas com provisões para calotes, que devem se manter controladas diante da tendência de recuperação da economia e da inadimplência em níveis baixos.

Dividendos gordos

Os bancões podem não ser a melhor aposta para o investidor que está em busca de ações de empresas em crescimento. Mas seguem como opção para quem deseja papéis de boas pagadoras de dividendos.

Sem aquisições relevantes no radar, a tendência é que os grandes bancos continuem distribuindo a boa parte dos lucros bilionários aos acionistas.

Pelos cálculos do Bank of America, os bancões devem distribuir quase metade dos lucros em dividendos em 2020, o equivalente a um retorno (dividend yield) 5,7%, acima da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 4,5% ao ano.

Fonte: Seu Dinheiro

Bancos travam guerra silenciosa por clientes na área de crédito imobiliário

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As instituições financeiras travam uma guerra silenciosa pelo cliente na área de crédito imobiliário no Brasil. Entre os cinco maiores bancos do País – Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander -, nenhum deles aceitou abrir ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) seus números mais recentes sobre portabilidade de crédito. Esses dados são considerados “estratégicos” pelas instituições, ainda mais neste momento em que o mercado de crédito habitacional está se abrindo.

Em 2015, o total de crédito imobiliário que migrou para outra instituição somou apenas R$ 68,93 milhões, considerando todos os bancos do País. No ano passado, até o mês de novembro, essa conta já era de R$ 1,46 bilhão. Os números ilustram somente o início da guerra pelo cliente, em um mercado que possui hoje estoque total de R$ 630 bilhões, considerando o financiamento para pessoas físicas.

A Caixa Econômica Federal, que abarca a maior fatia do crédito imobiliário no Brasil, afirma que tem como prioridade a concessão de novos financiamentos, mas também oferece a portabilidade aos interessados. Quando o cliente solicita a mudança da Caixa para outro banco, a estatal analisa a situação específica.

Bradesco, Santander e Banco do Brasil também afirmaram, por meio de assessoria de imprensa, que avaliam “caso a caso” a situação de quem deseja migrar seu financiamento para outro banco. De forma geral, a intenção é sempre reter o cliente que procura a concorrência.

Neste cenário, instituições menores também lutam para conquistar uma fatia maior do mercado. O Banco de Brasília (BRB), que hoje tem atuação concentrada no Distrito Federal, registrou crescimento de 368% do crédito imobiliário ao longo de 2019.

“Tivemos 228 contratos de portabilidade apenas no segundo semestre de 2019”, disse o presidente do banco, Paulo Henrique Costa. “Hoje, a distribuição está quase meio a meio, entre novos contratos e contratos de portabilidade.”

De acordo com Costa, o crédito imobiliário é estratégico. “Entendemos que o crédito imobiliário é um produto especial, que traz um relacionamento de longo prazo. Ele permite ampliar o relacionamento com o banco e o consumo de outros produtos”, afirma.

Para os próximos meses, a meta do BRB é lançar novos produtos, como os contratos prefixados e indexados ao IPCA, inclusive para quem deseja fazer a portabilidade para o banco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Seu Dinheiro

BC quer estimular mais competitividade entre os bancos

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O Banco Central (BC) quer estimular a competitividade bancária no país para reduzir os juros cobrados e ampliar o acesso da população aos serviços financeiros. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, disse hoje (9), que os avanços tecnológicos no setor, como o open banking e o sistema de pagamentos instantâneos, vão abrir o mercado e serão “um marco na indústria financeira brasileira”.

“Muitas coisas que estamos fazendo é para igualar as redes digitais com as redes físicas. Todos os entraves que fazem com que a plataforma digital não consiga competir é nessa área que estamos atuando”, disse Campos Neto ao apresentar os resultados de implementação da Agenda BC#. Lançada em maio de 2029, ela reúne as ações estratégicas do BC para os próximos anos.

A expectativa da instituição é que os grandes bancos também tenham êxito nesse novo ambiente de maior competição estrutural. “Nossa ideia é criar competição bancária. Olhar para frente, como será a intermediação financeira no futuro? É inerente o crescimento da tecnologia e precisamos destravar as barreiras da competição”, disse Campos Neto.

No open banking os dados bancários pertencem aos clientes e as instituições financeiras vão compartilhar essas informações, produtos e serviços por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de tecnologia. A consulta pública sobre esse novo sistema já foi iniciada e a expectativa é que o processo de implementação seja finalizado ainda este ano.

No caso do sistema de pagamentos instantâneos, também previsto para o fim deste ano, o objetivo é permitir as transações a qualquer momento e torná-las mais baratas.

Ainda no item competitividade, o BC lançou este ano o Lift Learning, programa de incentivo ao desenvolvimento de soluções de inovação bancárias, e criou a área de competição e estrutura dentro do banco, que trabalha em projetos de modernização da infraestrutura do mercado financeiro.

Também houve o redesenho do cheque especial, com juros menores, menos agressividade e mais racionalidade; a proposta de uso de boleto bancário para depósito e a consulta para regulação de caixas eletrônicos nesse novo cenário de bancos digitais.

Novo clico

Para Campos Neto, todas essas medidas de fomento à competitividade, e dos outros itens da Agenda BC#, fazem parte do ciclo de reinvenção do mercado com recursos privados. A ideia é incentivar os juros mais baixos a longo prazo para permitir o financiamento privado para grandes agentes e, consequentemente, que haja mais fomento público, com menos custo de crédito, aos pequenos e médios, garantindo mais inclusão e participação social no sistema financeiro.

Além da queda de juros, o cooperativismo, o incentivo ao microcrédito e a nova política de crédito rural fazem parte da agenda do BC. De acordo com o banco, 275 ações foram desenvolvidas na primeira fase da BC#, a maioria ainda em andamento. A segunda fase será anunciada em junho deste ano.

Educação financeira

Para Campos Neto, parte do problema de acesso ao crédito e da inadimplência alta no país é a falta de educação financeira da população. “Queremos incentivar a poupança e fazer com que as pessoas tenham mais entendimento sobre os produtos financeiros”, disse Campos Neto sobre o quarto pilar da Agenda BC#.

A instituição já tem estimulado a renegociação de dívidas pelos bancos e, em contrapartida, os devedores participam de cursos de educação financeira. E um dos projetos do BC é que a realização desses cursos resultem em uma certificação e em benefícios para o cidadão junto ao sistema bancário. De acordo com o banco, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está desenvolvendo essa plataforma eletrônica de educação financeira.

De acordo com o BC, dois mutirões de renegociação estão previstos para 2020, com a expectativa de atender ao menos 1 milhão de clientes em cada um.

Fonte: Agência Brasil

Conquistas e apoio às instituições públicas são destaques dos bancários em 2019

Publicado em: 19/12/2019

Em breve retrospectiva de 2019, o Sindicato dos Bancários de São Paulo lembra que o ano foi de muitos ataques, mas que a categoria bancária os enfrentou com muita luta e resistência. Relembre.

Bancários não trabalharão aos sábados

A força da categoria conseguiu neutralizar os efeitos nefastos da MP 905 sobre os bancários. Assim, em 10 de dezembro, foi assinado um acordo aditivo entre Comando Nacional dos Bancários e Fenaban que impede o trabalho bancário aos sábados; garante a jornada da categoria bancária – 6 horas, de segunda a sexta –; mantém a cláusula 11 da CCT, que prevê a gratificação de função de 55%; determina que a PLR continue sendo negociada pelos sindicatos da categoria; impede os bancos de contratarem trabalhadores ganhando menos que o piso da categoria; e mantém todas as cláusulas da CCT. Sua vigência é até 31 de dezembro de 2020.

Capitalização não passou

A luta das centrais sindicais junto com trabalhadores e parlamentares da oposição conseguiu barrar algumas medidas da proposta original da reforma da Previdência, que seriam extremamente prejudiciais à população, dentre eles a implantação do sistema de capitalização, pelo qual só iria conseguir se aposentar quem ganhasse o suficiente para poupar durante a vida de trabalho.

Defesa dos bancos públicos

Ao longo de 2019, o Sindicato foi às ruas em defesa das estatais e dos bancos públicos. Foi lançada a Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania Nacional, a qual o Sindicato integra. Dentro dessa luta conseguimos importantes vitórias, como a reeleição da bancária Rita Serrano para o Conselho de Administração da Caixa, onde continuará defendendo os direitos dos empregados e o caráter público e social do banco. Também conquistamos a vitória do “sim” da Cassi, que possibilitará a continuidade da caixa de assistência dos funcionários do Banco do Brasil.

Impedimos outra tentativa de trabalho aos sábados

Antes de enfrentar a MP 905, o Sindicato travou outra batalha para impedir o trabalho bancário aos finais de semana: a MP 881, de abril, revogava a lei 4.178/62, que impede abertura de agências aos sábados, e ainda permitia o trabalho aos domingos e feriados para todas as categorias profissionais. Mas a luta do movimento sindical e de parlamentares da oposição impediu esse ataque aos trabalhadores, e o Senado recuou destes pontos nocivos.

Censo da Diversidade

Na Campanha 2018, os trabalhadores também conquistaram a realização de um novo Censo da Diversidade Bancária, para traçar um perfil da categoria por raça, gênero, orientação sexual e PCDs (pessoas com deficiência). O questionário ficou disponível até final de novembro. Agora os dados estão sendo analisados e serão divulgados em 2020.

O Censo é importante porque com ele conseguimos mapear a categoria para implementar ações visando a igualdade de oportunidades nos bancos.

Aumento real em 2019

A Campanha de 2018 foi vitoriosa mesmo em conjuntura adversa resultante da reforma trabalhista. A categoria bancária, organizada em seus sindicatos, conseguiu fechar um acordo de dois anos que manteve todos os direitos da CCT. Em 2019, o reajuste conquistado para salários e demais verbas (como PLR, VA e VR) foi de 4,31% (INPC mais aumento real de 1%). Além disso, avançou em novas conquistas como o parcelamento do adiantamento das férias e a realização de novo censo da diversidade (leia mais ao lado), para avançar na promoção da igualdade de oportunidades nos bancos para mulheres, negros e PCDs.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos demitem, fecham as agências e reforçam o online em Mato Grosso

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Ao longo deste ano 15 agências bancárias foram fechadas em Mato Grosso, todas de grandes instituições financeiras públicas e privadas, aponta o Sindicato dos Bancários (Seeb/MT). Enquanto isso, cooperativas de crédito ampliam a capilaridade ao ocupar as lacunas deixadas pela ausência física dos bancos. Comum a todas elas – empresas do sistema financeiro e cooperativista – é a adaptação ao avanço tecnológico, que induz à automação, ao atendimento online e à diminuição da prestação de serviço presencial, num processo irreversível de redução da estrutura administrativa para contenção de gastos.

Para os próximos meses, bancos tradicionais anunciam a intenção de fechar em torno de 300 agências no país, apurou o Seeb/MT. Os 5 maiores bancos do país extinguiram 611 unidades nos últimos 12 meses, com demissão de 5,542 mil funcionários. Os números constam nos balanços do 3º trimestre do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander. Nesse contexto, a adesão ao Plano de Demissão Voluntária (PDVs) ganha cada vez mais adeptos, diz o presidente do sindicato, Clodoaldo Barbosa.

Sem nomeações e concursos públicos, a população bancarizada fica gradativamente desassistida. “Com menos agências e funcionários sobrecarregados, os clientes são pessimamente atendidos. Mas, os banqueiros continuam lucrando alto, cobrando juros e tarifas abusivas”, critica Barbosa. “Não percebemos preocupação (dos banqueiros) em oferecer um atendimento de qualidade”. Quando questionados sobre a diminuição do quadro de pessoal com o fechamento de agências, os banqueiros justificam que os colaboradores são remanejados para outras unidades, acrescenta Barbosa. “Estamos com dificuldade para acompanhar esse processo porque a Reforma Trabalhista anulou a obrigatoriedade de homologação da rescisão dos contratos de trabalho nos sindicatos”.

Sem querer ser identificado, um funcionário de um grande banco privado em Cuiabá afirmou à reportagem que nos últimos 12 meses tem viajado constantemente a serviço da instituição financeira para dar suporte ao atendimento em outras agências fora de Mato Grosso. Chega a ficar mais de 30 dias longe da família e trabalhando até 14 horas por dia, de segunda a sábado. “É difícil”, desabafa.

Essa situação e a previsão de novos fechamentos de agências motivou reunião do Comando Nacional dos Bancários no dia 26 de novembro com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo. “Vamos continuar cobrando responsabilidade social dos banqueiros para oferecer um atendimento melhor à população”, diz o presidente do Seeb/MT.

Presencial versus digital

Cliente de um banco privado há 11 anos, o conferente de carga Rodrigo de Almeida, 36, nunca utilizou aplicativos para operações bancárias. Prefere o atendimento presencial, caixas eletrônicos ou terminais de autoatendimento. “Utilizo minha conta para saques, transferências e pagamentos. Uso com muita frequência e sempre utilizo esses canais”, afirma ao contar que prefere ir ao banco, inclusive, porque lá resolve todas as pendências de uma vez só. A resistência ao serviço online é motivada pela desconfiança. “Não gosto de colocar informações pessoais no celular. Sei que a tecnologia ajuda muito. Mas, também sei do risco de ter o aplicativo invadido no celular”.

Diferentemente de Almeida, a servidora pública Lúcia Barbosa, 39, aprova o serviço digital. “Busco o atendimento presencial só quando não tem outro jeito. Geralmente, para saque. Aí vou no caixa eletrônico”, expõe. “Pelo aplicativo no celular faço todas as movimentações, inclusive empréstimo consignado. Acho mais seguro que no terminal de autoatendimento e nunca tive contratempos”. Ela é correntista de um banco público. “Meu marido é cliente de uma cooperativa de crédito e às vezes reclama do serviço online”.

Fonte: Gazeta Digital

Os três maiores problemas dos bancos brasileiros em 2020, segundo a Fitch

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Ser banqueiro já foi mais fácil no Brasil. É claro que os lucros bilionários ainda estão nos balanços e, nem de longe, se avistam riscos sérios para o sistema. Mas, o fato é que os bancos brasileiros terão de suar muito mais, se quiserem manter o nível de lucro da última década. E, mesmo assim, talvez não consigam.

A avaliação é da Fitch. Em um relatório sobre as perspectivas dos bancos latino-americanos, a agência de classificação de riscos não encontrou motivos para otimismo em 2020. Justiça seja feita, há países com cenários bem piores.

Os bancos da Argentina, Chile, Costa Rica e México tiveram os ratings rebaixados para negativo, devido a questões que vão do acirramento de protestos políticos a incertezas econômicas e mercado de trabalho anêmico.
Perrengues

Diante disso, o rating “estável” conferido ao Brasil é um alento, mas não livra o sistema bancário local de seus próprios desafios. Segundo a agência, o país continua sofrendo com as dúvidas sobre a agenda do governo Jair Bolsonaro e, sobretudo, com sua capacidade de implementá-la.

A aprovação da reforma da Previdência melhorou o humor dos observadores, ao lado da inflação sob controle e dos cortes na Selic. Mas, para quem vive de juros, ver a taxa básica cair impõe alguns problemas, e é isso que preocupa a Fitch.

Segundo a agência, 2020 trará, pelo menos, três pedras no sapato dos bancos verde-amarelos.

1. Juros estruturalmente baixos

A significativa queda da Selic (hoje, em 4,5% ao ano) tornará os bancos mais dependentes da expansão da carteira de crédito, do que da rentabilidade por operação, segundo a Fitch. O problema, aqui, é que o crescimento das operações seguirá um ritmo menor que o da década passada, de acordo com a agência.

“Portanto, os investimentos em tecnologia e a reestrutura dos negócios, devido à competição e a demanda dos clientes por produtos mais sofisticados e novos canais de distribuição, serão os mais prováveis apoios contra a pressão sobre o lucro líquido”, afirma.

2. Pressão para aumentar os gastos

A pressão para elevar gastos em geral não dará trégua para os bancos, tanto públicos, quanto privados. De um lado, as pequenas e médias instituições gastam mais do que a média, quando comparadas às grandes, para reestruturar suas áreas de tecnologia, marketing e atrair pessoas qualificadas.

Já os bancões colocaram a mão no bolso para arcar com o fechamento de agências e planos de demissão voluntária neste ano e em 2018. Por fim, os bancos públicos tentam seguir os concorrentes privados, reestruturando áreas, demitindo pessoal e reduzindo subsídios ao crédito.

Tudo isso custa dinheiro – e continuará custando. “A Fitch espera que essas pressões de gastos continuem em 2020”, afirma o relatório da agência.

3. Maior exposição aos pequenos clientes

Os bancos não poderão contar com os lucros gerados por empréstimos a grandes empresas privadas, se quiserem manter ou expandir seus resultados no ano que vem. O motivo é que, cada vez mais, as maiores corporações optarão por levantar recursos no mercado de capitais, emitindo ações e outros títulos.

Assim, os bancos ficarão mais dependentes das operações com pessoas físicas (sim, nós, pobres mortais) e com micro, pequenas e médias empresas. Há duas desvantagens nessa situação, segundo a Fitch.

A primeira é que é mais caro captar e manter esse tipo de cliente, o que apenas reforça a necessidade de investimentos em tecnologia, infraestrutura para conquistar e reter clientes. A segunda é que esses segmentos apresentam inadimplência historicamente maior.

“Uma investida mais intensa dos bancos privados no mercado de varejo contribuirá para o aumento nos NPLs [Non Performing Loans, os empréstimos em atraso], mas não para níveis alarmantes”, estima a Fitch.

Fonte: Money Times

Bancos lideram ranking de presença digital no país, aponta pesquisa

Publicado em: 12/12/2019

Pelo segundo ano consecutivo, o setor bancário é o mais que investe em presença digital móvel no Brasil, segundo resultado da pesquisa “Mobility Index” 2019, que a consultoria de negócios em mobile Pontomobi divulga anualmente. O “Mindex”, como também é chamado o estudo, avalia o grau de desenvolvimento e maturidade em presença digital das 325 empresas mais valiosas da Economia brasileira, em 42 dos setores mais estratégicos. Entre outras condicionantes, são avaliados quatro tipos de canais de interação móvel: mobile web; aplicativos; plataformas conversacionais; e plataformas sociais. O estudo está na sexta edição e possui recorte único no País.

O “Mindex” classificou as empresas que foram avaliadas no levantamento em ordem crescente, como “mobile beginner“, “mobile basic“, “mobile ready” e “mobile expert“, considerando critérios como otimização, design responsivo e conteúdo. A partir dessa classificação, por meio do estudo foram identificadas as 20 marcas mais “mobile experts” do Brasil.

O bom desempenho do setor bancário foi impulsionado especialmente pelo Itaú, que está no topo da lista dessas TOP 20 pelo segundo ano consecutivo, pelo Bradesco, que ocupa a terceira posição, e Santander a sexta posição.

Os setores de Telecomunicações, Cias. Aéreas, Tecnologia e Benefícios também se destacaram este ano, muito embora, no caso do último setor, tenham caído de posição em comparação aos resultados dos últimos anos. Este ano, um dos destaques mais notórios é também a presença de empresas de varejo entre as TOP 20.

“De maneira geral, houve uma melhora na nota média das marcas para mobile sites, principalmente na otimização dos sites para o ambiente móvel e das plataformas de mensageira devido a abertura do WhatsApp Enterprise. Um dos motivos para o fato dos bancos, telecomunicações e companhias aéreas terem se destacado no estudo é o esforço que esses segmentos realizam para escalar a capacidade de atendimento dos seus clientes em deslocamento”, afirma Léo Xavier, CEO da Pontomobi e Professor da USP, FGV e Insper.

Ainda de acordo com o CEO da Pontomobi, a presença das empresas no mundo mobile está além dos aplicativos, pois o Brasil apresenta um bom cenário para testar e investir em diferentes tendências digitais.

“O ‘Mobility Index’ é como um ‘farol’ que ajuda as marcas brasileiras a se posicionarem no universo digital. É possível entender se o seu setor está entre os mais avançados em tecnologia ou não e, a partir das análises, identificar quais soluções tecnológicas podem alavancar e/ou manter o seu negócio no mercado brasileiro, que está cada vez mais aberto ao desenvolvimento de soluções móveis”, comenta.

Mensageria é a grande tendência de negócios; Whatsapp é maior expoente

O estudo também revela as tendências em tecnologias móveis que devem viralizar como soluções e ferramentas de negócios nos próximos anos.

Uma delas é a mensageria. De acordo com o estudo, Facebook Messenger é o canal mais utilizado pelas marcas, e o WhatsApp entrou neste ano no ranking, devido, principalmente, à abertura do WhatsApp Enterprise.

“WhatsApp é um canal muito forte para marcas interagir com os clientes. Certamente, surgirão muitas empresas exclusivas nessa plataforma. Outro aplicativo que possui vocação transacional incrível é o Instagram, que promete engajar, muito além de relacionamento, novos negócios”, comenta Léo Xavier.

Outros achados do estudo ‘Mindex’:

• Menor rendimento: Empresas do setor Químico, Mineradora e de Agronegócio são as que apresentaram o menor rendimento no estudo;

• Bancos e telecomunicações continuam liderando o ranking:

1ª lugar: Itaú* (pelo segundo ano consecutivo)

2ª lugar: Vivo

3ª lugar: Bradesco

6ª lugar: Santander

7ª lugar: OI

• Grandes Tendências:

WhatsApp Enterprise: Houve uma melhora na nota média das marcas para mobile sites principalmente na otimização dos sites para o ambiente móvel e das plataformas de mensageira devido a abertura do WhatsApp Enterprise. Porém as médias para os Apps caíram, devido à falta de atualização de seus ativos nas lojas.

WhatsApp: 7% das marcas já possuem iniciativas em canais oficiais de WhatsApp, o que demonstra uma grande oportunidade de crescimento nesta plataforma, uma vez que é um canal aonde os usuários passam boa parte do tempo quando estão interagindo com seus celulares;

Mensageria: Facebook MSG é o mais utilizado pelas marcas (93%). WhatsApp entrou neste ano como uma das plataformas para as empresas oferecerem serviços (7%).

Fonte: AD News

Negociações avançam e bancários não trabalharão aos sábados

Publicado em: 04/12/2019

O Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) negociaram por quase 10 horas nesta terça-feira 26 sobre a proposta que neutraliza os efeitos da MP 905. O Comando garantiu a manutenção da jornada de segunda a sexta-feira, que não haverá aumento de jornada e que a PLR continuará sendo negociada com os sindicatos.

O trabalho aos sábados somente será permitido se houver negociação com o movimento sindical, como é hoje.

O Comando apresentou uma proposta de aditivo à CCT que garante os direitos, a jornada e impede a redução salarial da categoria. Os bancos propuseram a manutenção do que diz a MP, contrariando o que está na convenção da categoria. O Comando, por sua vez, deixou claro que não poderia fazer um acordo deste, pois seria reabrir as negociações de termos já negociados e definidos em Acordo.

“A Fenaban insistia em alterações que reduziam direitos e alteravam o que tínhamos definido em nossa CCT. Aceitar estas alterações seria o mesmo que aceitar a implantação da MP. Isso não seria possível”, ressaltou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também coordenadora do Comando Nacional.

A negociação se prolongou durante todo o dia e houve várias pausas para que as partes discutissem entre si as propostas e contrapropostas que eram apresentadas.

“Aceitar as mudanças seria desconsiderar o valor de nossa mesa de negociações. Negociamos uma Convenção Coletiva e os bancos vão no governo e pedem uma medida provisória? Deve haver respeito à mesa de negociação por ambos os lados”, disse Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando. “O que queremos é manter o que firmamos em nosso acordo de dois anos”, completou.

Suspensão dos efeitos da MP

Ao final do dia, as negociações sobre o texto do aditivo avançaram bastante, garantindo a jornada e a negociação da PLR apenas pelos sindicatos, mas devido ao avançado da hora, as negociações continuarão nos próximos dias, restando alguns detalhes sobre a vigência. Até que o aditivo seja assinado, os efeitos da MP continuam suspensos.

“Tudo isso só foi possível por conta da unidade da categoria. Fizemos toda uma mobilização, e os trabalhadores atenderam ao chamado de imediato. Episódios como estes ressaltam a importância do Sindicato. A organização dos trabalhadores que está sob constante ataque deste governo justamente por conta de nossa capacidade de barrar retrocessos”, afirmou Ivone. “Apesar de a categoria bancária estar conseguindo barrar os efeitos desta MP, a nossa luta continua até sua derrubada, pois há outros pontos, como a taxação do seguro-desemprego, que podem porventura afetar a vida dos trabalhadores bancários”, completou.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

BB, Caixa e outros bancos vão “convidar” 11 mil funcionários a se demitir até 2020

Publicado em: 28/11/2019

Visando a redução de gastos e de olho na ascensão dos bancos digitais, Banco do Brasil (BB), Bradesco, Caixa Econômica, Itaú e Santander, juntos, fecharam mais de 600 agências e demitiram cerca de 5.500 funcionários neste ano. Com os Programas de Demissão Voluntária (PDV), até 2020 mais de 11 mil funcionários devem deixar as instituições. Os dados foram coletatos pelo site Poder 360 a partir dos resultados dos balanços do terceiro trimestre de 2019 dessas cinco instituições financeiras.

Juntas, elas controlam 81,2% dos ativos totais e detêm 84,7% do mercado de crédito brasileiro. Dentre os grandes bancos que atuam no Brasil, o Banco do Brasil foi o que mais sofreu mudanças administrativas entre setembro de 2018 e setembro de 2019. O número de agências teve uma queda de 11% — de 4.147 para 3.684.

No mesmo período, o Itaú fechou 213 agências (-4%), o Bradesco 85 (-2%) e a Caixa Econômica Federal (CEF) 46 (-1%). O destaque fica para o Santander, que abriu 50 novos postos no mesmo período (2%).

Em comunicado, em julho, o BB falou em reestruturação com o ‘Programa de Adequação de Quadros’, mas não em fechamento de agências.

Comunicou também que o banco não tinha objetivo de reduzir seu quadro de funcionários, mas adequá-lo à nova estrutura.

Essas ações nos bancos, contudo, são traduzidas basicamente por fechamento de agências e programas de demissão voluntária (PDVs).

No final de outubro o Bradesco anunciou o fechamento de 300 agências em todo o país até o final de 2020. Já o Itaú Unibanco foi ainda mais longe e decidiu encerrar as atividades de 400 pontos de atendimento até dezembro deste ano.
Bancos digitais forçam readequação

Um dos fatores que provavelmente tem forçado os grandes bancos a se readequarem no mercado é a ascensão dos bancos digitais.

Nubank, Original e Inter praticamente forçam instituições como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú a fechar agências e mudar estratégia.

Sem agência nem filas e com burocracia reduzida, essas novas instituições entraram na briga por clientes com a maioria dos bancos tradicionais — que também têm lançado produtos semelhantes.

Fonte: Portal do Bitcoin

Bancos fecharam 6.379 postos de trabalho em 2019, revela Dieese

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Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), aponta que os bancos fecharam 6.379 postos de emprego entre janeiro e outubro de 2019. Desde 2013, os bancos já acumulam saldo negativo de 66.985 mil postos.

O resultado de 2019 é decorrente, principalmente, dos programas de desligamentos voluntários abertos pelos bancos. Foram registradas 29.610 admissões e 35.989 desligamentos no período. Os maiores saldos negativos foram registrados no Rio de Janeiro (-1.699 postos), no Rio Grande do Sul (1.072 postos fechados) e no Distrito Federal (-804 postos).

A análise por setor de atividade econômica revela que os bancos múltiplos com carteira comercial, como o Itaú, o Bradesco, o Santander e o Banco do Brasil, foram responsáveis pelo fechamento de 6.684 postos no período.

Emprego Verde Amarelo

Somente na faixa etária entre 18 e 29 anos houve saldo positivo, com criação de 10.765 postos de trabalho. Graças à negociação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e das federações e sindicatos que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários, estes trabalhadores têm a garantia de que seus salários serão mantidos conforme definido na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e não serão limitados a R$ 1.500,00, como determina a Medida Provisória (MP) 905/2019.

Emprego

Em todas as faixas etárias acima de 30 anos, o saldo de emprego nos bancos foi negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, na qual houve fechamento de 9.799 postos. Mas, nas faixas entre 30 e 39 anos e entre 40 e 49 anos, também foi grande o saldo negativo (-3.479 e -3.478 postos fechados, respectivamente).

Desigualdade de gênero

Os dados mostram, ainda, que as 13.575 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e outubro de 2019 receberam, em média, R$ 3.926,70. O valor corresponde a 75,9% da remuneração média auferida pelos 16.035 homens contratados no período. Ao se analisar os salários na data de desligamento, constata-se que a desigualdade de gênero se amplia durante a carreira bancária. As 17.572 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.997,95, o que equivalia a 73,3% da remuneração média dos 18.417 homens desligados dos bancos no período.

Emprego1

Fonte: Contraf/CUT

Bancos vão funcionar até às 20h de 2 a 6 de dezembro e sindicato cobra direitos

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O Banco Central e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) firmaram um acordo para realizar uma ação de renegociações de dívidas e educação financeira entre os dias 2 e 6 de dezembro. Neste período, 261 agências do Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander de todo o país vão ficar abertas até as 20h.

O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região cobrou esclarecimentos dos representantes desses bancos sobre a ação, condições de trabalho e o pagamento dos direitos dos bancários envolvidos. “Uma operação como essa envolve diversos fatores como estrutura, condições de trabalho, segurança e, principalmente, o correto pagamento de direitos dos bancários envolvidos”, pontuou a Secretária-Geral do Sindicato, Neiva Ribeiro. “É preciso que cada um destes pontos seja objeto de esclarecimento e negociação com as entidades representativas dos bancários”, enfatizou a dirigente.

A diretora do Sindicato disse, ainda, que se os bancos realmente desejassem melhorar a educação financeira da população deveriam começar abrindo mão da cobrança de taxas abusivas, juros extorsivos e do absurdo spread bancário. “É fácil falar em educação financeira colocando toda a responsabilidade nas costas dos clientes. Difícil é explicar que, somente este ano, apenas quatro bancos [Itaú, Santander, Bradesco e BB], já cobraram R$ 24,2 bilhões em tarifas dos clientes, crescimento de 7,1% em relação ao ano passado, enquanto a inflação [INPC] variou 2,89% no mesmo período. Difícil é explicar que os juros no cheque especial ultrapassam os 300% ao ano. Mais difícil ainda é explicar que o spread bancário no Brasil siga como um dos maiores do mundo. Também seria importante que os bancos apresentassem seus motivos para fecharem diversas agências nas periferias e municípios menores, onde a população mais precisa”, criticou Neiva.

Outra sugestão dada pela dirigente aos banqueiros para melhorar a educação financeira dos brasileiros foi “começar pelos bancos do país, que poderiam dar o exemplo exercendo a responsabilidade social que deveriam ter enquanto concessões públicas que são”.

MP 905 libera trabalho nos fins de semana

A decisão de estender o horário de 231 agências do país sem negociar as condições com o Sindicato vai no mesmo sentido das medidas autoritárias de retirada de direitos do governo de Jair Bolsonaro, como a edição da Medida Provisória (MP) 905, que altera mais de 86 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e traz de volta a proposta já refeitada este no Congresso Nacional de liberar o trabalho nos finais de semana.

A MP chamada de Programa Verde e Amarelo tem como ponto central a criação de uma nova modalidade de contratação: a carteira verde e amarela cujo objetivo é criar emprego precário para jovens de 18 a 29 anos.

Tão logo a MP foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 11 de dezembro, os representantes dos banqueiros informaram ao Sindicato que 40 bancos já haviam manifestado intenção de cumprir de imediato a medida, com jornada de 44 horas para todos, de segunda a sábado.

Para Neiva, é mais um ataque à categoria bancária. De acordo com ela, o aumento da jornada para 8 horas e a permissão para trabalho aos sábados, domingos e feriados são temas de negociação. “Cobramos que os bancos respeitem o processo negocial, construído ao longo de décadas, e não se aproveitem dessa MP para não pagar as devidas horas-extras aos bancários envolvidos nessa operação de renegociação de dívidas. Temos uma Convenção Coletiva de Trabalho em plena validade, assinada pelos bancos, que deve ser respeitada”, alertou.

Fonte: CUT

Bancos fecham 611 agências e demitem 5.542 funcionários em 12 meses

Publicado em: 20/11/2019

Os cinco maiores bancos do país fecharam 611 agências e demitiram 5.542 funcionários num período de 12 meses. Os dados são dos balanços do 3º trimestre do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander.

As instituições controlam 81,2% dos ativos totais e detêm 84,7% do mercado de crédito brasileiro. Mesmo com todas apresentando lucro, há 1 movimento para reduzir a estrutura administrativa e diminuir gastos.

O Banco do Brasil foi o que mais teve corte de postos de atendimento do 3º trimestre de 2018 ao mesmo período deste ano: saíram de 4.147 para 3.684 unidades -recuo de 11%. O número de funcionários caiu de 97.232 para 93.872.

Durante a apresentação dos dados contáveis, o presidente do BB, Rubem Novaes, afirmou que a tendência é de que o movimento continue em 2020. Em nota, o banco informou que revê permanentemente a dotação da rede de agências. “No BB, mobile e internet já respondem por 80% de todas as transações, levando mais comodidade e conveniência aos clientes”, comunicou.

O Santander, por sua vez, aumentou o número de agências de 2.267 para 2.317. O número de funcionários também subiu de 47.836 para 49.382.

A expectativa é que os bancos fechem cerca de 1.200 agências até o fim de 2020, sendo que 800 dos cortes devem partir da iniciativa privada, concentrados no Bradesco e no Itaú. Acompanhado disso, os PDVs (programas de demissão voluntária) devem desligar, pelo menos, 11.186 funcionários até o próximo ano.

Fechamento de bancos

A redução da taxa Selic e o crescimento das fintechs no mercado também contribuem para que os bancos façam redução dos custos administrativos.

MOVIMENTO GLOBAL

Uma pesquisa do grupo Which? mostrou que mais de 30% das agências bancárias do Reino Unido fecharam de 2015 a outubro deste ano, o que equivale a 3.303 unidades. As filiais descontinuadas foram, principalmente, do Royal Bank of Scotland Group, Barclays, HSBC e Lloyds Banking Group.

Relatório do HSBC mostrou que o banco inglês pretende demitir 10.000 funcionários em todo mundo, diminuindo a força de trabalho global em 4%. A instituição financeira já havia divulgado outro corte de 4.700 empregos em agosto.

Nos Estados Unidos o JP Morgan Chase terá 301 agências no fim de 2019, a menor quantidade nos últimos 13 anos. O US Bancorp também anunciou aos funcionários que haverá uma reestruturação de pessoal, eliminando cargos de gerência intermediária, que não tem contato com clientes.

No Japão, o Mitsubishi USJ reduzirá 35% as filiais até 2023. Das 515 unidades, 180 estão em risco. O Mizuho também cortará 130 unidades nos próximos 5 anos. O Standard Bank, da África do Sul, anunciou o corte de 1.200 empregos e o fechamento de 91 agências em 2019. Como justificativa, divulgou que é preciso esforço para a digitalização do banco.

MOBILE BANKING

Levantamento feito pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) feito com base nos dados de 2018 mostra que 6 em cada 10 transações bancárias já são realizadas pelo celular ou pelo computador.

De 2014 a 2018, enquanto os canais tradicionais perderam espaço no volume de transações bancárias, saindo de 38% para 24% do total, os meios digitais subiram de 47% para 60%.

O montante movimentado por mobile banking saltou de R$ 48,8 bilhões para R$ 78,9 bilhões no período, o que corresponde a uma alta de 62%. Do internet banking, caiu de R$ 18 bilhões para R$ 16,2 bilhões -recuo de 10%. Nas agências bancárias, o volume de transações tombou 18%: de R$ 4,9 bilhões para R$ 4 bilhões.

Pesquisa similar do ABA (American Bankers Association), dos Estados Unidos, também sinaliza que 73% do uso das contas bancárias de 2019 foi feito via canais digitais. Houve uma alta de 72% em comparação a 2018. Quase 1 em cada 5 dos entrevistados continua realizando suas transações pessoalmente nas agências dos bancos.

Fonte: Poder 360

Digitalização dos bancos demite e brasileiros ficam sem agências

Publicado em: 06/11/2019

Qual será o impacto da Indústria 4.0 no mundo de trabalho? As máquinas vão substituir os trabalhadores e trabalhadoras? Essas perguntas vêm sendo debatidas cada vez mais no Brasil e têm preocupado especialistas, representantes de sindicatos e movimentos sociais que defendem o emprego e a qualidade de vida da população. Só no setor bancário, a reestruturação provocada pelo uso de novas tecnologias aliada à reforma Trabalhista, já é responsável pela demissão de quase 64 mil trabalhadores e trabalhadores. A reportagem é do Portal CUT.

Os cincos maiores bancos do país aderiram fortemente à inteligência artificial e estão usando cada vez mais a tecnologia, principalmente via telefone celular, nos serviços oferecidos aos clientes.

“Eles querem cada vez mais tecnologias avançadas para pegarem um público mais jovem que é aquele público que pode perder a carteira, mas não pode perder o celular. É um público totalmente digital que não quer ir para o banco”, afirma a economista e técnica da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Contraf-CUT, Vivian Machado, que fez um estudo sobre a “Digitalização e a inteligência artificial no sistema financeiro: A indústria 4.0”.

O país tem hoje 242 milhões de celulares, o que representa mais de 1 por habitante, incluindo smartphones, computadores, notebooks e tablets, de acordo com a Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP).

Essa disseminação de equipamentos tecnológicos que as instituições financeiras usam para prestar diversos tipos de serviços tem provocado uma onda de demissões de bancários, redução no número de agências eletrônicas e cada vez menos atendimento na boca do caixa. Os banqueiros chamam esse processo de reestruturação. Os trabalhadores sabem que o pesado investimento em novas tecnologias significa mais desemprego e os clientes também são prejudicados.

“A tendência mundial do mercado de trabalho será a informalidade”, disse Vivian durante apresentação do seu estudo na sede da CUT Nacional na terça-feira 29.

Para os bancos, o retorno é rápido e garantido

De acordo com o estudo, os bancos já gastaram R$ 97,7 bilhões desde 2014, especialmente em software (conjunto de componentes de um computador ou sistema de processamento de dados), mas o retorno é rápido e garantido. Só no ano passado, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, um crescimento de 16,2% em relação a 2017.

Mesmo com o crescimento dos lucros, os bancos continuam com as demissões. De janeiro de 2013 à 2019, já foram 63.934 postos de trabalho fechados no setor, tanto por causa do avanço da digitalização quanto os efeitos da reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB). Quando a nova lei entrou em vigor, a primeira providencia dos banqueiros foi anunciar Programas de Demissão Voluntária (PDVs) e outros tipos de contratos precários de trabalho legalizados pela reforma.

Menos agências, menos emprego, mais robôs e o povo?

A digitalização das operações bancárias também afetou com força a sobrevivência de agências e postos de atendimento – o negócio físico – de bancos como o Itaú, que fechou mais de 200 agências no primeiro semestre desse ano e deve continuar o processo de redução na rede de atendimento nos próximos meses. O Itaú também anunciou um PDV para funcionários com mais de 55 anos.

Para os bancos, o principal objetivo tem sido criar ferramentas que permitam ao cliente deixar de ir à agência, como é o caso da assistente digital, a BIA do Bradesco, que é a inteligência artificial que responde dúvidas dos clientes do banco. Para fazer propaganda do robô apelidado de BIA, o banco investiu milhões economizados com as demissões e colocou em horários nobres da televisão que custam fortunas.

A digitalização de todas as transações bancárias, como depósito, transferência, saque, caixa eletrônico reciclador – é o depósito inteligente em que o cliente não precisa de envelope, a máquina reconhece a nota que cai automaticamente na conta do cliente -, acabou até com os cargos de bancários que trabalhavam na retaguarda.

“Isso já tira aquele bancário que trabalhava na retaguarda, que conferia esses envelopes antes de efetivar esses depósitos, diz a economista, que cita a BIA do Bradesco como um exemplo de inteligência artificial que substitui o trabalho humano.

De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em 2018, são que 40% das transações foram realizadas via celular e 20% via internet, ou seja, mais da metade delas (60%) foram realizadas pelos chamados “canais virtuais” dos bancos. Pelos caixas automáticos passaram 12% das operações. Isso teria modificado o papel das agências, que, no ano passado, foram responsáveis por apenas 5% dos negócios. Cabe ressaltar que a Febrabam não diz quantos essas transações representam em volume de $. Apenas são transações efetuadas.

Para que serve o banco?

O banco tem uma função social de contribuir com o desenvolvimento econômico do país, principalmente pela circulação da moeda e não apenas ser usado para gerar lucro, atuando somente em áreas ricas do país, com poucas agências e um quadro reduzido de trabalhadores, o que prejudica o atendimento à população, afirma a técnica da subseção do Dieese/CUT Nacional, Adriana Marcolino.

“Quando se concentram nas regiões mais ricas, deixam de cumprir sua função social”, diz a técnica que usa o Nordeste como exemplo de região desprezada pelo sistema financeiro. Os nordestinos são os brasileiros que menos têm conta bancária, diferente do Sul e Sudeste onde a chamada bancarização (pessoas com conta em banco) é maior, diz Adriana, que explica: “Os acessos aos serviços bancários são importantes para a economia local porque geram acesso a crédito e serviços de pagamento”.

Em 2017, segundo dados do Banco Central, mais de 140 milhões de pessoas mantinham algum relacionamento bancário no país, seja por meio de contas correntes, poupança ou investimentos.

Por outro lado, o levantamento mostra que cerca de 58% dos adultos no país não possuíam contas em instituições financeiras por falta dinheiro ou porque consideram que o custo é alto.

Os dados do BC também mostram que embora 60% dos adultos não tem a conta bancária têm acesso tanto aos celulares quanto à internet. Esse dado ajuda a entender porque o uso da tecnologia para a transformação digital no setor financeiro está mudando a dinâmica de trabalho com uma velocidade inédita na história do mundo.

“Você tem a tecnologia, mas são os bancos que mais se beneficiam delas, além de deixar milhões de brasileiros sequer ao correspondente bancário”, finaliza Marcolino.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Foco em linhas mais rentáveis impulsiona lucro dos bancos

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Bancos privados devem apresentar mais um trimestre de forte crescimento dos lucros, puxado novamente pelo desempenho positivo da carteira de crédito. Com a mudança no mix de produtos, dando foco a linhas mais rentáveis, as instituições financeiras têm conseguido compensar a perda de receita em atividades ligadas a tesouraria e prestação de serviços, que seguem pressionadas em meio a um ambiente de juro baixo e maior competitividade.

No terceiro trimestre, a média das projeções de analistas consultados pelo Valor aponta para expansão de 16,2% no lucro líquido recorrente dos maiores bancos privados – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander -, em relação ao período equivalente de 2018. A temporada de balanços começa amanhã, com a divulgação dos resultados do Santander. O Banco do Brasil não entrou na prévia, pelo fato de boa parte das casas de análise estar participando da oferta de ações do banco, encerrada na semana passada.

No total, os bancos devem mostrar lucro de R$ 17,5 bilhões de julho a setembro, segundo a média das projeções, ante R$ 15 bilhões no mesmo período de 2018. “Esperamos que o bom momento de ganhos para os bancos brasileiros deve continuar, especialmente no negócio de crédito”, destaca o Itaú Unibanco em relatório.

Pelas contas da equipe do Credit Suisse, a carteira de crédito dos grandes bancos privados deve apresentar crescimento médio de 9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O maior aumento deve vir do Santander, de 10,2%, para um estoque de R$ 320 bilhões. A carteira do Itaú deve apresentar expansão de 8%, para R$ 573 bilhões, e a do Bradesco, de 9,2%, para R$ 435,8 bilhões.

Os bancos têm a vantagem de trabalhar diferentes linhas de negócios para obter seus resultados: crédito, serviços, tesouraria e seguros. Levantamento realizado pelo Valor Data, com base nas demonstrações de resultados dos bancos de capital aberto Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, revela aumento da fatia das atividades de concessão de crédito e venda de seguros nas receitas dos bancos neste ano, assim como perda de representatividade de serviços e da área de tesouraria.

Na atividade de crédito, ajustes no mix de produtos, avançando em empréstimos e financiamentos para clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas, têm sustentado a rentabilidade dos bancos. Nesse sentido, modalidades como empréstimos consignados, crédito imobiliário e financiamentos de automóveis devem ganhar cada vez mais destaque na carteira das instituições financeiras.

“O aumento do crédito e a mudança na composição das carteiras continua impactando positivamente as margens financeiras dos bancos”, afirma a Eleven Financial Research em relatório. “No entanto, vale mencionar que, em setembro, verificamos aumento do saldo de crédito no segmento de grandes empresas.”

De acordo com o levantamento do Valor Data, a margem financeira com clientes – principal indicador de ganhos com o crédito – voltou a ganhar participação na receita total dos bancos neste ano, depois de recuar de 56,4% em 2013 para 53,1% no ano passado. No primeiro semestre, a fatia da margem financeira com clientes na receita dos bancos alcançou 55,5%.

Outra fonte de receita importante para os bancos, a prestação de serviços em áreas como gestão de recursos e meios de pagamento vem perdendo representatividade. No primeiro semestre, mostra o estudo, os ganhos com tarifas passaram a contribuir com uma fatia de 27% na receita total dos bancos, depois de ter alcançado 29,7% no ano passado, ante 27,8% em 2013.

Esse movimento ocorre devido à redução das barreiras de entrada para novos participantes no mercado, como as fintechs, e pela redução do juro básico. Em uma estratégia para reter clientes no setor de cartões, por exemplo, os bancos têm optado por abrir mão de margens. As principais credenciadoras, controladas pelos grandes bancos, reagiram à maior competição cortando tarifas e reduzindo os prazos de pagamento aos lojistas de 30 para dois dias.

Há ainda um movimento de redução de taxas de administração de fundos, especialmente após repercussão negativa, nas redes sociais, de casos em que o custo se equiparava à Selic, corroendo toda a rentabilidade dos cotistas. A leva mais recente de cortes veio de BB, Santander, BTG Pactual e Banrisul.

Estimativas dos analistas do Itaú mostram que o Bradesco deve ter crescimento das receitas com tarifas de apenas 1,1% no trimestre e 3% no ano, no piso do guidance, que aponta para um avanço entre 3% e 7%. No caso do Santander, a pressão na atividade de serviços deverá vir principalmente do negócio de adquirência. Embora a estimativa para o banco seja de avanço de 13% nas receitas com tarifas em um ano, essa linha deve ficar praticamente no zero a zero em relação ao segundo trimestre.

Já os analistas do Bradesco estimam que, no caso do Itaú Unibanco, as receitas com serviços bancários devem apresentar estabilidade na comparação trimestral, mas crescer 5% na comparação anual.

Outras duas fontes de receita para os bancos, a margem financeira com o mercado – indicador da atividade de tesouraria – também perdeu representatividade neste ano. Depois de passar de 9,8% para 11,4% nos últimos cinco anos, segundo o Valor Data, o peso da tesouraria na receita recuou para 10,3% no primeiro semestre.

Já as operações de seguros e capitalização, que tinham ficado praticamente estáveis entre 2013 e 2018 em 6%, subiram para uma participação de 7,2% nas receitas dos bancos no ano até junho.

Em termos de rentabilidade, os bancos ainda devem apresentar indicadores sólidos no trimestre, em níveis acima de 20%. Mas a tendência é de perda de fôlego dos fatores que minimizaram o impacto da queda da Selic no retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) até aqui. “Chamamos atenção para a deterioração dos retornos, causada por uma reprecificação da carteira de crédito [a taxas mais baixas] e pela crescente pressão em receitas com tarifas”, destacaram os analistas do Bradesco.

Fonte: Ibrafi

Bancos fecham 1.928 postos de trabalho só em setembro, aponta Caged

Publicado em: 23/10/2019

De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), somente em setembro os bancos cortaram 1.928 postos de trabalho. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o saldo negativo de contratações já alcança 3.328 empregos bancários. Desde 2013, a categoria perdeu 63.934 postos de trabalho.

“O saldo negativo de postos de trabalho em setembro, superior ao acumulado de todos os meses anteriores de 2019, é inadmissível e foi fortemente impactado pelos planos de demissões voluntárias do Itaú, Caixa e BB. Esses números escancaram a falta de responsabilidade social dos bancos, que apenas no primeiro semestre lucraram R$ 50,5 bilhões [Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil], crescimento de 20,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo enquanto concessões públicas, que faturam alto com tarifas e juros extorsivos cobrados da população, os bancos oferecem muito pouco retorno para a sociedade”, critica a diretora de Comunicação do Sindicato, Marta Soares.

As demissões sem justa causa representaram 52,8% do total de desligamentos no setor nos nove primeiros meses de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 38,1%. Entre janeiro e setembro foram, ainda, registrados 158 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017.

“Como concessões públicas, os bancos deveriam oferecer retorno à sociedade na forma de crédito a juros civilizados, tarifas não abusivas e criação de vagas de empregos. Porém, em um cenário de crise, com mais de 12 milhões de desempregados, no qual ainda assim o setor financeiro segue batendo recordes de lucratividade, os bancos vão na direção contrária. Mesmo cobrindo com folga todos os gastos com pessoal apenas com a receita de tarifas cobradas dos clientes, seguem cortando postos de trabalho”, enfatiza Marta

Para a diretora do Sindicato, os cortes de postos de trabalho prejudicam não somente bancários, mas também o país como um todo. “Os bancários que permanecem no setor enfrentam uma sobrecarga de trabalho e níveis de adoecimento cada vez maiores. A população, por sua vez, tem o atendimento cada vez mais prejudicado. Além disso, os cortes nos bancos contribuem para a já elevada taxa de desemprego no país”

Rotatividade

Além de maximizar seus lucros por meio dos cortes de postos de trabalho, os bancos também lucram com a rotatividade no setor. Segundo o Caged, em setembro, o salário médio dos bancários que ingressaram no setor (R$ 4.458) corresponde a apenas 57% do que recebiam em média os trabalhadores desligados (R$ 7.811).

Desigualdade de gênero

Os dados do Caged também escancaram a desigualdade de gênero no setor bancário. As 11.965 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e setembro de 2019 receberam, em média, R$ 3.938,85. Esse valor corresponde a 75,6% da remuneração média dos 14.151 homens contratados no período. Constata-se uma diferença de remuneração ainda maior entre homens e mulheres nos desligamentos. As 14.319 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.920,32, o que representa 72,8% da remuneração média dos 15.125 homens desligados no período.

“O Caged revela a permanência da desigualdade de gênero no setor bancário, que aumenta ainda mais com o avanço na carreira, ainda que dados levantados pelo Censo da Diversidade 2014 demonstrem que as mulheres bancárias são mais escolarizadas que os homens. Para combater essa realidade, é fundamental a conheçamos em detalhes. Para isso, é de extrema importância que todos os bancários e bancárias respondam ao Censo da Diversidade 2019, uma conquista da Campanha Nacional 2018. Com os dados, o Sindicato e demais entidades representativas terão mais argumentos para cobrar dos bancos, nas negociações, medidas que promovam maior igualdade de oportunidades e remuneração no setor”, conclui Marta.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos lucram R$ 109 bilhões em 12 meses, maior valor em 25 anos

Publicado em: 17/10/2019

Apesar da fraqueza da economia brasileira, os bancos que operam no País registraram nos 12 meses encerrados em junho deste ano um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 15,8%, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado nesta quinta-feira, 10, pelo Banco Central. Esse porcentual é o maior para o acumulado em 12 meses desde março de 2012, quando o ROE estava em 15,9%.

O ROE é um dos principais indicadores de rentabilidade de uma empresa: ele aponta a capacidade de geração de valor da instituição, considerando seu patrimônio.

O retorno dos bancos brasileiros é superior ao de boa parte do verificado em outros países. Dados mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que o ROE brasileiro é superior ao de países como Turquia (14,2%), China (13,2%), Austrália (12,9%), Rússia (11,1%), Reino Unido (7,5%), Japão (7,3%) e França (6,5%).

Entre os países com ROE superior ao brasileiro no setor bancário estão Argentina (55,8%), México (20,9%), Canadá (19,8%) e Indonésia (16,4%). Todos os porcentuais são de 2019.

Os dados do BC mostram ainda que o lucro líquido dos bancos nos 12 meses até junho deste ano somou R$ 109,5 bilhões. Em valores nominais, é o maior valor da série histórica, iniciada em dezembro de 2011.

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, destacou, durante a apresentação dos números, que desde o auge da recessão, em 2016, o lucro líquido dos bancos saltou de R$ 67 bilhões para R$ 109,5 bilhões agora. “Para manter essa lucratividade, os bancos terão de aumentar o volume das carteiras ou alterar o mix de produtos, partindo para modalidades de maior risco”, avaliou.

Souza explicou que o principal efeito do processo de redução da Selic, a taxa básica de juros na rentabilidade dos bancos foi percebido em 2019. De agosto de 2016 para setembro de 2019, a Selic caiu de 14,25% para 5,50% ao ano. Este ano “a curva de juros teve uma queda consistente”, disse, o que reduziu o custo de captação dos bancos e favoreceu o retorno.

Ele afirmou, no entanto, que o efeito trazido pela queda do custo de captação dos bancos foi assimilado. “Se os bancos não mudarem o mix ou aumentarem o volume, não terão mais tanto resultado com juros”, pontuou.

Fonte: Contec

Bancos precisam reinventar modelos de negócio para se manterem competitivos, alerta Accenture

Publicado em: 09/10/2019

O crescente mercado das fintechs e a digitalização dos serviços estão aumentando o senso de urgência dos bancos para se reinventarem. Segundo um estudo recente da Accenture, o crescimento dos pagamentos digitais e a concorrência de instituições não bancárias deverão ser responsáveis pela perda de até 15% da receita global de pagamentos dos bancos, o que representa US$ 280 bilhões.

Entretanto, como aponta o relatório, apesar da perda de espaço dos bancos, a receita global de pagamentos crescerá a uma taxa anual de 5,5%, saltando de US$ 1,5 trilhão em 2019 para mais de US$ 2 trilhões até 2025. Dessa forma, para se manterem competitivas, as instituições bancárias precisarão transformar seus atuais modelos de negócios, investindo em soluções tecnológicas e em serviços que agreguem valor aos clientes.

“Em vez de estar na vanguarda da nova onda do crescente mercado de pagamentos, os bancos estão sentindo a pressão da nova concorrência e vendo suas margens apertarem”, observa Gareth Wilson, líder global de pagamentos da Accenture. “Enfrentamos um mundo em que os modelos de pagamentos instantâneos, virtuais e gratuitos são inexoráveis, o que gera desafios para os bancos que não querem perder espaço nesse mercado. Mas também apresenta oportunidades de explorar um novo modelo de negócios baseado nesse avanço do digital.”

Para os próximos seis anos, a previsão é de que os bancos enfrentarão ainda mais pressão. No entanto, a pesquisa afirma que as instituições estão cientes dos riscos por conta da popularização dos novos modelos de pagamentos.

“O boom digital significará que os bancos precisam mudar fundamentalmente a maneira de pensar sobre a composição de receita”, explica Alan McIntyre, que lidera globalmente a prática bancária da Accenture. “Canais por meio dos quais os bancos outrora faturaram bilhões de dólares deixarão de existir. Para ter sucesso no futuro, os bancos precisarão desenvolver novos modelos de negócios digitais em escala, com pagamentos em um clique como nova norma e focados em oferecer experiências seguras, convenientes e práticas para o cliente”.

Para lidar com os desafios, 18% dos participantes do levantamento afirmam que a prioridade do banco atualmente é aumentar a segurança nas transações de pagamento de varejo. Além disso, 22% consideram que centros de inteligência artificial, robótica, machine learning e inovações em pagamentos são os principais recursos necessários para adaptar os seus sistemas.

Fonte: CIO

Lucro dos maiores bancos do mundo cresceu 10 vezes na última década

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Os 4 maiores bancos do mundo são chineses. De acordo com a lista anual Top 1000 Maiores Bancos, do The Banker, as instituições da China ICBC, Banco de Construção da China, Banco de Agricultura da China e Banco da China, respectivamente, ocupam as quatro primeiras posições. Entre os 10 maiores, ainda aparecem quatro bancos dos Estados Unidos, o HSBC do Reino Unido e Mitsubishi UFJ, do Japão.

Apesar de concentrarem os maiores lucros, os chineses perdem para os americanos no quesito eficiência: os bancos dos Estados Unidos são 40% mais eficientes no uso de seus ativos e têm um retorno mais alto sobre ativos e capital do que os chineses.

“Mercados livres e abertos incentivam os bancos a serem mais eficientes”, diz o editor Brian Caplen, no site da publicação. “Um sistema mais fechado na China, com maior envolvimento do Estado, é menos eficaz para impulsionar a eficiência”.

Segundo a publicação, apesar da instabilidade econômica mundial e da expansão das fintechs, 2019 é o melhor ano para as instituições bancárias. O lucro total, sem desconto de taxas, dos mil maiores bancos do mundo foi de US$ 1,135 trilhão – 10 vezes maior do que o valor registrado em 2009.

Brasileiros dominam a América Latina, mas mexicanos crescem

Os bancos brasileiros só aparecem a partir da 53º posição na lista geral, mas dominam a região da América Latina – Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Caixa ocupam os quatro primeiros lugares na região, respectivamente.

No entanto, apesar de a soma do capital dessas instituições representarem dois terços dos 25 maiores bancos da América Latina, ele encolheu a uma taxa mais acelerada que o restante da região em 2018 – 8,2% em contrapartida com 5,9% do restante.

Segundo o The Banker, a razão por trás desses números está na instabilidade da economia no Brasil. Os bancos brasileiros sentiram os efeitos da falta das reformas previdenciária, que ainda precisa ser aprovada, e da tributária, ainda em planejamento.

Apesar da queda das instituições financeiras no Brasil, o México vive outro cenário. O Grupo Financiero Banorte, que está na sexta posição da região, cresceu 20%. Em outros dois bancos do país, o Banco Inbursa e Banco del Bajio, o crescimento foi de 16,5%.

Confira a lista dos 10 maiores bancos do mundo:

1. ICBC, China — US$ 338 bilhões
2. Banco de Construção da China, China — US$ 287 bilhões
3. Banco de Agricultura da China, China — US$ 243 bilhões
4. Bank da China, China — US$ 230 bilhões
5. JPMorgan Chase, EUA — US$ 209 bilhões
6. Banco da America, EUA — US$ 189 bilhões
7. Wells Fargo, EUA — US$ 168 bilhões
8. Citigroup, EUA — US$ 158 bilhões
9. HSBC Holdings, Reino Unido — US$ 147 bilhões
10. Mitsubishi UFJ, Japão — US$ 146 bilhões

Confira a lista dos 10 maiores bancos da América Latina:

1. Itaú Unibanco, Brasil — US$ 33,890 bilhões
2. Banco do Brasil, Brasil — US$ 24,623 bilhões
3. Bradesco, Brasil — US$ 23,339 bilhões
4. Caixa Econômica Federal, Brasil — US$ 17,184 bilhões
5. Bancolombia, Colômbia — US$ 6,020 bilhões
6. Grupo Financiero Banorte, México — US$ 5,784 bilhões
7. Banco de Credito e Inversiones (BCI), Chile — US$ 4,970 bilhões
8. Banco de Chile, Chile — US$ 4,749 bilhões
9. Banco Inbursa, México — US$ 4,446 bilhões
10. BCP, Peru — US$ 3,806 bilhões

Fonte: Época Negócios

Contratados ganham em média apenas 68% da média dos deligados em bancos, revela Caged

Publicado em: 26/09/2019

O setor bancário eliminou 1,4 mil postos de trabalho entre janeiro e agosto deste ano. O dado é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), vinculado ao Ministério da Economia. O saldo foi positivo em agosto, com a criação de 475 postos de trabalho, mas segue negativo no acumulado do ano.

“De longe, o setor bancário é o mais lucrativo do país e segue ganhando muito da população com a cobrança de tarifas e juros extorsivos. Mas, como sempre, oferece muito pouco retorno à sociedade”, critica a secretária de Comunicação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Marta Soares.

“Esse retorno deveria vir na forma da concessão de crédito a juros civilizados ou por meio da criação de vagas de empregos em uma realidade de sobrecarga de trabalho no setor bancário e em um cenário macro de baixa atividade econômica com mais de 12 milhões de desempregados”, propõe a dirigente.

Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Federal e Banco do Brasil lucraram, juntos, no primeiro semestre deste ano, R$ 50,5 bilhões, crescimento de 20,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses que são os cinco maiores bancos que atuam no país concentram 90% dos empregos bancários.

“Só com o que arrecadam com tarifas cobradas dos clientes, os maiores bancos pagam todos os seus funcionários e ainda sobra muito, o que comprova que essas instituições podem e devem contratar mais a fim de fornecer um atendimento melhor, amenizar a sobrecarga que adoece tantos trabalhadores e contribuir para a redução do desemprego que assola o país”, avalia Marta.

Rotatividade

Os bancos também lucram com a rotatividade. O Caged aponta que, de janeiro a agosto, o salário médio dos bancários contratados foi de R$ 4.655, enquanto os demitidos ganhavam R$ 6.879. Ou seja, os contratados ganham em média apenas 68% da média salarial dos desligados.

No recorte do mês de agosto, o salário médio dos admitidos (R$ 4.529) foi 31% menor do que o dos demitidos (R$ 6.601).

Discriminação contra mulheres

Além da rotatividade, os bancos seguem com a discriminação de gênero. Nos primeiros oito meses do ano, o salário médio das mulheres contratadas (R$ 3.973) foi 24% menor do que o dos homens contratados (R$ 5.238). Apenas no mês de agosto, o salário das mulheres contratadas (R$ 3.989) é 20% menor do que o dos homens admitidos (R$ 5.015).

“Uma discriminação injustificável, já que, comprovadamente, as mulheres se especializam mais do que os homens e muitas vezes ainda enfrentam jornadas duplas ou triplas de trabalho, tendo de cuidar, muitas vezes sozinhas, dos filhos e das tarefas domésticas, além do emprego”, critica Marta.

“Cobramos dos bancos que pratiquem a responsabilidade social que costumam propagar em suas campanhas publicitárias, por meio da redução do crédito, da ampliação das contratações e da equidade salarial entre homens e mulheres”, afirma a dirigente.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Cinco maiores bancos do país lucram mais de 50 bi juntos no 1º semestre

Publicado em: 18/09/2019

Os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, juntos, somaram R$ 50,5 bilhões, no 1º semestre de 2019, um crescimento médio de 20,7% em doze meses e rentabilidade variando entre 15,6%, na Caixa e 23,6% (no Itaú Unibanco). No caso do Santander, a unidade brasileira foi responsável por 29% do resultado global do banco.

Os cinco ativos somados totalizam R$ 6,7 trilhões e apresentaram alta média de 7,6% em relação a junho de 2018. A carteira de crédito total dos cinco bancos juntos atingiu R$ 3,0 trilhões, com alta de 3,2% no período. Somente as carteiras do BB e da Caixa apresentaram queda (respectivamente, -0,4% e -1,9%). No segmento de Pessoa Física, os itens com as maiores altas são empréstimos consignados/crédito pessoal, cartão de crédito e veículos.

Para Pessoa Jurídica, o segmento de micro, pequenas e médias empresas, apresentou variações mais expressivas do que o de grandes empresas. Com as carteiras de crédito em alta, as despesas com devedores duvidosos (PDD) tendem a crescer, todavia, apenas no Bradesco (18,3%) e no Itaú Unibanco (11,5%).

Os bancos seguem ganhando com a prestação de serviços e a cobrança de tarifas e, apenas no 1º semestre de 2019, já arrecadaram um total de R$ 69,9 bilhões nesse item, com alta média de 4,5%. Essa receita secundária cobre com folga as despesas de pessoal dessas instituições, incluindo-se, nessa conta, o pagamento da PLR. A cobertura das despesas de pessoal + PLR por essa receita secundária dos bancos variou entre 112,8% (na Caixa) e 198,3% (no Santander – cobrindo quase duas folhas de pagamento). No Itaú, a cobertura foi de 161,0%.

Com relação aos postos de trabalho, o saldo foi negativo no Itaú, no BB e na Caixa. Foram fechados 983, 1.507 e 2.046 postos em doze meses nos três bancos, respectivamente. No caso do Itaú, o banco aponta que esse saldo negativo se deve ao fechamento de agências no período. No Santander, foram abertos 904 novos postos de trabalho, enquanto no Bradesco, o saldo foi 1.515 novos postos abertos para a ampliação da área de negócios do banco.

Quanto à rede de agências, Santander abriu 40 novas agências em doze meses. No Itaú, por sua vez, foram fechadas 199 agências físicas no mesmo período (195 apenas no segundo trimestre) e abertas 36 agências digitais, as quais já somam 196 unidades. Bradesco e Banco do Brasil fecharam, respectivamente, 119 e 48 unidades, em um ano.

O BB já conta com 162 escritórios (agências) digitais, 9 deles foram abertos de junho de 2018 a junho de 2019. Na Caixa, foram fechadas 12 agências entre junho de 2018 e junho de 2019. As apostas e os investimentos dos bancos seguem no sentido da priorização pelo atendimento digital.

Agências digitais, agências-café, aplicativos para smartphones, inteligência artificial, entre outros, que têm espaços e serviços no mesmo ambiente do atendimento bancário traz grandes preocupações quanto a segurança, além da condição de trabalho e saúde dos bancários.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos

BB, Itaú e Bradesco estão no topo da lista das marcas mais valiosas de 2019

Publicado em: 05/09/2019

Três bancos estão no topo do ranking das 25 Marcas Brasileiras Mais Valiosas de 2019, pesquisa divulgada pela consultoria internacional Interbrand. Itaú ( R$ 33.541 bilhões), Bradesco (R$ 24.859 bi) e Banco do Brasil (R$ 10.922 bi) têm a 1ª, 2ª e 5 ª colocações, respectivamente. Duas as marcas de cerveja: Skol (R$ 17.206 bi) e Brahma (R$ 11.412 bi), 3ª e 4ª, completam as top 5.A pesquisa, feita em parceria com a Provokers, foi realizada com mais de mil entrevistados em todo o Brasil, que avaliaram positiva ou negativamente marcas de diversos segmentos. Os requisitos para uma marca estar na lista são ter origem nacional e divulgar suas informações financeiras.

Segundo o levantamento, 19 marcas apresentaram uma variação positiva em 2019 e quatro tiveram crescimento percentuais relevantes em seus valores de marca em comparação com 2018: Magalu, com 46%, CVC e Localiza, com 21%, e Assaí, com incremento de 20%.

O valor total do portfólio das 25 marcas que compõem a edição deste ano do ranking cresceu 7,65%, ultrapassando os R$ 129 bilhões. De todas as marcas ranqueadas, somente quatro perderam valor em relação a 2018, segundo a pesquisa:– Antarctica, Cielo, BTG Pactual e Casas Bahia.

Segundo Beto Almeida, CEO da Interbrand no Brasil, a análise do ranking de 2019 revela o sucesso das marcas que tiveram a habilidade de conectar experiências relevantes com propósitos inspiradores para seus consumidores.

“As marcas que apresentaram os maiores percentuais de crescimento foram aquelas que efetivamente conectaram experiências de marca relevantes, a fim de aprimorar a experiência do consumidor e fornecer consistência, o que cria valor a curto prazo. Ao mesmo tempo, as marcas que articularam mensagens poderosas e autênticas para construir um posicionamento enraizado com seu propósito, obtiveram as maiores notas em força de marca. Não por acaso, isso fortalece a reputação e garante a lealdade a longo prazo”, explica.

Líderes

Essas duas estratégias combinadas foram as responsáveis pelo bom desempenho tanto do Itaú quanto da Magalu no ranking deste ano.

“A marca de maior crescimento e a marca mais valiosa [o Itaú, avaliado em R$ 33.541 bilhões] do ano são dois excelentes exemplos da boa coordenação de gerar relevância e causa, o que leva a um nirvana da marca no engajamento, defesa e valor sustentável”, afirma o CEO da Interbrand no Brasil.

Duas marcas do setor de “atacarejo” estreiam na lista: Assaí e Atacadão. Segundo Beto Almeida, a maior relevância das marcas dessa modalidade de atacado se deve, principalmente, a capacidade que estes dois players em particular tiveram em entender corretamente a demanda de seu público alvo, desenvolvendo uma oferta de produtos e serviços extremamente variada e dentro de uma experiência de loja que atendesse as expectativas de seus mais diversos perfis de consumidores.

Fonte: Jornal Destak

Quatro maiores bancos brasileiros perdem US$ 26,9 bi em valor de mercado

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Os quatro maiores bancos brasileiros de capital aberto perderam US$ 26,962 bilhões em valor de mercado no mês de agosto. O dado é da consultoria Economatica, que fez os cálculos a partir do retorno no período das ações mais líquidas de instituições financeiras com ativos acima de US$ 100 bilhões.

O Bradesco foi o banco do País que teve a maior perda nominal, com valor de mercado US$ 8,606 bilhões menor que em julho.

A segunda maior queda foi do Itaú Unibanco, que passou a valer US$ 8,567 bilhões a menos. O Banco do Brasil perdeu US$ 5,295 bilhões, enquanto o Santander Brasil registrou queda de US$ 4,494 bilhões. Os papéis utilizados no cálculo da Economatica foram as ações ON do BB, PN do Bradesco e do Itaú e unit do Santander Brasil.

Em termos nominais, o banco com a maior desvalorização entre todos da lista foi o Bank of America Corp, com queda de US$ 29,507 bilhões em valor de mercado. Nesse quesito, o Bradesco é o quinto colocado.

O Banco do Brasil teve a maior queda do retorno porcentual da ação em dólares entre todos os 45 bancos do levantamento, com queda de 13,72%. Em seguida vêm as ações do Bradesco, com redução de 13,07%, e em terceiro vem o holandês ING.

Fonte: Jornal A Tarde

Decisão no Senado: bancos continuam proibidos de abrirem aos sábados

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O Senado revisou nesta terça-feira (3) a redação final do texto da MP 881 (alterado para PLV 17/2019 após a aprovação na Câmara dos Deputados). Foi retirada do texto a revogação da Lei 4.178/62 (bancários), que proíbe a abertura dos bancos aos sábados. Com isto, a lei permanece em vigor e os bancos somente podem abrir agências de segunda a sexta-feira.

A revisão aconteceu depois que o senador Jaques Wagner (PT/BA), em nome da bancada do PT, alertada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), apontou erro material no texto, uma vez que foi acolhido o requerimento de supressão sobre os dispositivos que tratavam do trabalho aos domingos e feriados, que também deveriam ter sido considerados como não escritos nos dispositivos revogados sobre o tema. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), acatou a questão de ordem apresentada pelo senador petista.

“Por isso, é importante saber em quem a gente vota. São nestas horas que sabemos conseguimos perceber está ao lado e atento para defender os direitos do trabalhador”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Assim, foram suprimidos da MP 881, no formato em que foi aprovada pelo plenário, em 21 de agosto, o PLV 21/19, as seguintes revogações:

os parágrafos 1º e 2º dos artigos 227 e 319 da CLT (professores e empregados de empresas de telefonia);
os artigos 6º, 6ºA e 6ºB da Lei 10.101/00 (comerciários);
o artigo 1º da Lei 4.178/62 (bancários); e
os artigos 8º, 9º e 10º da Lei 605/49 (repouso semanal remunerado e o pagamento de salário nos dias feriados civis e religiosos).

O senador Jaques Wagner pediu urgência à Mesa do Senado, para não haver o risco de o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) sancionar o Projeto de Lei de Conversão (PLV 17/2019) antes de os novos autógrafos do Senado esclarecerem o erro e sua consequente correção.

Fonte: Sindicato dos Bancários da Paraíba

Bancários se opõem à abertura de agências aos sábados

Publicado em: 28/08/2019

Propagandeada como necessária para a criação de empregos e a desburocratização dos serviços, a Medida Provisória (MP) 881, também chamada de MP da Liberdade Econômica, é mais uma “minirreforma trabalhista”, na avaliação de dirigentes sindicais bancários. Aprovada pelo Senado na semana passada, a MP autoriza, entre outros pontos, a abertura de agências bancárias aos sábados. E isso, afirmam representantes da categoria, fere direitos garantidos na convenção coletiva dos trabalhadores e a lei. A reportagem é da Rede Brasil Atual.

Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco, Ivone Silva, avalia que a MP é também contraditória. Em entrevista ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual, a presidenta destaca o artigo 224 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que permite jornadas de seis horas diárias aos trabalhadores bancários. Dessa forma, mesmo que a Lei 4.178/62, sobre o funcionamento dos bancos, tenha sido revogada pela MP 881, a CLT proíbe a abertura das agências aos sábados.

“Tem uma contradição, porque eles revogaram uma lei, mas a gente tem o artigo da CLT que ainda proíbe, e essa vai ser nossa grande discussão com os bancos, porque nós já dissemos que somos contrários à abertura das agências aos sábados”, ressalta Ivone.

Além de exploração, Ivone acrescenta que a medida piora as condições de trabalho. A presidenta pondera que as novas tecnologias deveriam servir para ajudar, mas, na verdade, elas estão sobrecarregando ainda mais o dia a dia dos trabalhadores, ao invés de otimizar a jornada. “Agora eles falam que o problema é que temos muita burocracia, que devemos tirá-la. E vem novamente um projeto que era para desregulamentar e tornar mais fácil o que eles falam de liberdade econômica. Colocam questões que já foram discutidas e retiradas da reforma trabalhista e piora as leis para os trabalhadores”, contesta.

Na votação da MP 881 no Senado, apesar das polêmicas, os parlamentares retiraram o ponto que previa o fim das restrições de trabalho aos domingos e feriados. No entanto, conservaram partes do texto enviado pelo governo Jair Bolsonaro, como o fim da necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco, a proibição do abuso regulatório, como a criação de regras para a reserva de mercado ou controle de preço. A MP aguarda agora sanção presidencial.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Brasil tem 45 milhões de desbancarizados, aponta pesquisa

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Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revela a existência no Brasil de 45 milhões de desbancarizados, ou seja, brasileiros que não movimentam a conta bancária há mais de seis meses ou que optaram por não ter conta em banco. Isso significa que de cada três brasileiros, um não possui conta bancária. De acordo com a sondagem, esse grupo movimenta anualmente no país mais de R$ 800 bilhões.

Na avaliação do presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a conclusão evidente do levantamento é que o Brasil sairia mais rápido da crise econômica se a bancarização crescesse. “É muito ruim para a economia brasileira. Ficou definido na pesquisa que os bancos que operam no país ainda não falam com uma parcela significativa da população e que muitas dessas pessoas que não têm conta em banco são empreendedores, entre os quais ambulantes e trabalhadores autônomos, que precisariam estar mais inseridos na economia formal.

Meirelles explicou que como essas pessoas não têm acesso ao crédito, precisam esperar até três anos para juntar dinheiro suficiente para comprar uma geladeira, um aparelho celular ou trocar de televisão, por exemplo. Se tivessem acesso ao crédito, poderiam parcelar essas compras de modo a ter hoje esse bem. Segundo ele, isso faz a economia girar. Com essa parcela gigantesca de desbancarizados, Meirelles estimou que a economia brasileira vai demorar ainda um tempo para reaquecer.

Mulheres

Realizada em maio deste ano com 2.150 brasileiros de 16 anos ou mais em 71 cidades do país, a pesquisa mostra que os desbancarizados representam 29% da população adulta do Brasil. Seis em cada dez desbancarizados são mulheres, isto é, a parcela feminina representa 59% do total, contra 41% de homens.

Fonte: Folha de Pernambuco

Avanço de fintechs pressiona bancos a melhorar eficiência

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O impacto da concorrência das fintechs, embora ainda tímido, começa a se tornar visível nos números dos grandes bancos. Do fechamento de agências ao lançamento de plataformas digitais, as maiores instituições financeiras do país deixaram claro, nos últimos dias, que sentem os efeitos dessa nova competição e estão reagindo a ela.

O sinal mais recente veio do Itaú Unibanco. O maior banco do país em ativos fechou 195 agências físicas apenas no segundo trimestre, um ritmo bem mais acelerado do que vinha adotando até então. De março para junho, a instituição reduziu de 99,7 mil para 98,4 mil seu quadro de funcionários, incluindo outros países da América Latina. Essa base vai encolher mais nas próximas semanas, a depender das adesões a um programa de desligamentos voluntários (PDV) anunciado anteontem, elegível para 6,9 mil pessoas. É a primeira iniciativa do tipo adotada pelo banco desde 2009, pouco depois da fusão entre Itaú e Unibanco.

O presidente do Itaú, Candido Bracher, disse que um “incremento na digitalização” tem diminuído o fluxo nas agências físicas – daí a decisão de reduzi-las. O banco tem agora 3,3 mil unidades. “O fechamento de agências tem se dado exclusivamente em razão das necessidades dos clientes”, afirmou.

O Itaú não está sozinho. O Banco do Brasil (BB) anunciou um plano de reorganização interna que resultará no encerramento de 242 agências das 4,7 mil existentes. Esse é o número líquido de um processo de combinará a conversão de agências em postos de atendimento (estrutura mais leve do ponto de vista regulatório), de postos de atendimento em agências e a abertura de unidades voltadas a micro e pequenas empresas. As mudanças levarão a um enxugamento de pouco mais de 2 mil funcionários no quadro do BB, composto por 96,6 mil pessoas.

Os números são pequenos diante da estrutura dessas instituições, mas indicam uma preocupação em aumentar a eficiência num momento em que as fintechs avançam com modelos de negócio bem mais enxutos e atraem investimentos milionários. Somente em julho, três operações relevantes foram fechadas envolvendo novatas do setor. A Creditas, plataforma de crédito com garantia, captou US$ 231 milhões, numa rodada liderada pelo Softbank. O grupo japonês também colocou R$ 1 bilhão numa oferta de R$ 1,25 bilhão em ações do Banco Inter fechada anteontem. O Nubank, por sua vez, levantou US$ 400 milhões numa transação na qual foi avaliado em US$ 10 bilhões.

Diferentemente dos pares, o Bradesco mexeu pouco na sua rede de agências: foram 36 fechamentos desde o início do ano, dos quais 13 entre abril e junho, ficando com pouco menos de 4,6 mil. Porém, o balanço do segundo trimestre deixou evidente o impacto da concorrência em credenciamento de cartões e investimentos, duas das áreas de negócios em que a atuação das fintechs tem sido mais intensa.

O banco aposta em seu gigantismo e na retomada da economia para mitigar o impacto da perda de receita nessas áreas, enquanto avança em sua estratégia de digitalização. “Tudo aqui se resume a ganhar escala, e nós estamos conseguindo ganhar escala”, afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., em teleconferência com analistas na semana passada. “Podemos voltar a crescer em receita de serviços em 2020 com a economia melhor.”

A rede física impõe aos bancos tradicionais um custo que seus competidores digitais não têm – por isso, o grande desafio das instituições financeiras é dosar a velocidade da transição para os novos canais e buscar um equilíbrio entre os mundos físico e digital. “O ritmo da digitalização depende de uma combinação de nossa capacidade [de oferecer novas tecnologias] e da demanda de clientes. Não é algo que está totalmente fora do nosso controle”, afirmou Bracher.

Dados do próprio Itaú ajudam a entender o dilema. As agências digitais são 2,5 vezes mais eficientes que as físicas. Porém, a maior parte dos clientes do banco ainda chega por meio das unidades de tijolo e cimento.

Se olhados apenas os clientes que abrem conta digital ou chegam espontaneamente às agências físicas, a conta se equipara em 70 mil por mês para cada um, segundo Bracher. Mas a maior parte dos novos clientes nas unidades físicas vêm por meio da oferta de serviços de folha de pagamentos para empresas, um filão importante para as instituições financeiras. Por causa desse efeito, o Itaú abriu 1 milhão de contas “físicas” e 205 mil digitais no segundo trimestre deste ano.

Por isso, o fechamento de agências do Itaú nos últimos meses se concentrou onde havia duas unidades próximas. “Não houve redução de cobertura geográfica. É muito importante manter”, disse Bracher. “As agências nos dão capacidade de atender um público diverso, enquanto os bancos puramente digitais costumam ter um público mais homogêneo.”

Para se adequar aos novos tempos, cada banco tem sua estratégia. O Itaú aposta na digitalização de dentro para fora, substituindo os sistemas legados. O banco também criou a plataforma de pagamentos instantâneos “iti”, entrando na competição pelas carteiras digitais. O Bradesco trabalha em duas frentes: abriu o banco digital Next para atrair um público mais jovem e, em paralelo, tenta modernizar a estrutura já existente.

O Santander, mais novo entre os privados, ainda tem um ritmo diferente: abriu 16 agências no segundo trimestre para se interiorizar e avançar no agronegócio. Mas, em outra frente, o presidente do banco, Sergio Rial, disse que quer estabelecê-lo como uma “grande incubadora” de negócios. Até o fim do ano, a instituição planeja lançar uma plataforma digital de crédito com garantia em bens como veículos e imóveis, uma empresa digital para renegociação de dívidas de pessoas físicas, e uma operação digital de seguros de veículos, parceria com a HDI.

Em entrevista a jornalistas na semana passada, Rial afirmou que a oferta de crédito no Brasil tem aumentado com o impulso de novos competidores, “o que é ótimo”. Porém, segundo ele, é importante que os modelos de crédito sejam testados para saber se são efetivamente rentáveis.

Mesmo com a pressão maior da concorrência, os resultados e a rentabilidade dos grandes bancos ainda são crescentes. Juntos, Itaú, Bradesco e Santander lucraram R$ 17,1 bilhões no segundo trimestre, alta anual de 17,85%. “Um modelo de negócios com vários produtos tem essa vantagem. Em alguns momentos, o crédito vai melhor. Em outros, são os serviços”, disse Bracher a analistas.

Fonte: Portal do Cooperativismo Financeiro

Bancos utilizam PDVs para justificar demissão em massa

Publicado em: 15/08/2019

No primeiro semestre de 2019, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os bancos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. De 2013 até agora, houve redução de 62,7 mil postos para a categoria, sendo que 43,4 mil postos foram fechados a partir de 2016.

Dados da Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que, neste período, raras vezes o saldo de postos de trabalho foi positivo.

“A categoria está encolhendo na mesma proporção do aumento dos investimentos em tecnologia feito pelos bancos, assim como da alta dos lucros”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Para a Contraf-CUT, os Planos de Demissões Voluntárias (PDVs) levam a uma drástica redução de postos de trabalho e são demissões em massa disfarçadas. Nos bancos públicos, são resultado de uma política dos governos Temer e Bolsonaro que, na verdade, quer enfraquecer essas instituições e prepará-las para a privatização.

No final de 2016, 9.409 funcionários aderiram ao plano de demissão voluntária do Banco do Brasil. No último trimestre daquele ano, o banco fechou 8.537 vagas e jogou o saldo do emprego bancário, em dezembro daquele ano, para quase 10 mil postos a menos, o pior resultado mensal já registrado para um mês desde o início da Pesquisa de Emprego Bancário, em 2010.

Na CAIXA, por conta dos Programas de Preparação para a Aposentadoria (PPA) e dos Programas de Desligamentos Voluntários (PDV), de 2015 a 2018, o banco fechou 14.369 postos de trabalho. Em março de 2017, o banco fechou 3.039 postos de trabalho. Em agosto do mesmo ano, foram fechadas 2.302 vagas.

Mas não são apenas os bancos públicos que se utilizam dos PDVs para fechar postos de trabalho. Em julho de 2017, o Bradesco lançou um PDV, que se encerrou em setembro daquele ano. O saldo foi o fechamento de 7.400 postos de trabalho no banco.

Novos PDVs

No final de julho de 2019, no mesmo dia em que anunciou um lucro líquido de R$ 13,9 bilhões no primeiro semestre de 2019, o Itaú lançou um PDV, com a meta de adesão de 6.900 bancários. Sem contar que, nos últimos 12 meses, o banco já fechou 983 postos de trabalho.

O banco, no seu relatório do segundo trimestre informou que, “no Brasil, a redução anual do quadro de colaboradores está relacionada ao encerramento de agências físicas”. Em doze meses, foram fechadas 199 agências físicas, sendo 195 no 2º trimestre de 2019 e abertas 36 agências digitais (apenas uma aberta no trimestre).

Já a CAIXA prepara mais um PDV. O banco chegou a lançar o plano, depois cancelou e, em seguida, apenas adiou seu lançamento. Quando o plano foi lançado, o objetivo era reduzir até 3,5 mil empregados que trabalham na matriz e em escritórios regionais do banco.

O Banco do Brasil também estuda um plano de demissões. Em reunião realizada com funcionários no dia 29 de julho, o banco anunciou que serão extintos 2,3 mil postos de trabalho (dotações), em comissão ou não. Para aderir, o bancário deve estar em uma unidade e praça considerada com excesso.

Os sindicatos e a Contraf-CUT não interferem na adesão aos planos de demissão, apenas instruindo os trabalhadores. Isso porque é preciso, antes de decidir, perceber o que é mais vantajoso e levar em conta a dificuldade de conseguir um novo emprego no momento de crise do país.

Sobrecarga

Outro ponto a se destacar é que, com a redução do pessoal, aumenta a sobrecarga de trabalho, a pressão pelo cumprimento de metas e, consequentemente, o adoecimento entre aqueles que continuam nos bancos.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT e Dieese

Quatro maiores bancos do país lucraram R$ 43 bi no primeiro semestre

Publicado em: 14/08/2019

Os principais motivos da alta dos lucros dos bancos no 1º trimestre do ano, segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) são o crescimento das carteiras de crédito e das receitas com essas operações (exceto no Banco do Brasil); a alta no resultado com seguros (Bradesco); a redução das despesas com captação no mercado (exceto BB); a redução das despesas com Provisão para Débitos Duvidosos – PDD (Santander e BB); o controle das despesas com pessoal; o crescimento das receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias; a redução com despesa de operações de empréstimos, cessões e repasses (BB); e a utilização de créditos tributários (BB).

Ativos trilionários

Os ativos somados destes quatro bancos somam R$ 5,4 trilhões, com alta média de 8,7% em relação a junho de 2018. A carteira de crédito total dos três bancos juntos atingiu R$ 2,3 trilhões, com alta de 4,7% no período. Somente a carteira do BB apresentou queda (-0,4%).

No segmento de Pessoa Física, os itens com as maiores altas são empréstimos consignados / crédito pessoal, cartão de crédito e veículos.

Para Pessoa Jurídica, o segmento de micro, pequenas e médias empresas, apresentou variações mais expressivas do que o de grandes empresas.

Com o crescimento das carteiras de crédito dos bancos, as despesas com devedores duvidosos (PDD) tendem a crescer, mas, elas apresentaram queda no Santander (-2,0%) e no BB (-11,6%). No Bradesco, essas despesas tiveram alta em maior proporção do que o crescimento da respectiva carteira (18,5%, enquanto a carteira cresceu 8,7%).

Nas costas dos clientes e dos bancários

Os bancos seguem ganhando com a prestação de serviços e a cobrança de tarifas. No 1º semestre de 2019, um total de R$ 55,8 bilhões saíram dos bolsos dos clientes e foram parar nas contas dos bancos. Em média 5,3% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Essa receita secundária cobre com folga as despesas de pessoal dessas instituições, incluindo-se, nessa conta, o pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR). A cobertura das despesas de pessoal mais PLR por essa receita secundária dos bancos variou entre 115% (no BB) e 198,3% (no Santander – cobrindo quase duas folhas de pagamento). No Itaú, a cobertura foi de 161,0%.

Com relação aos postos de trabalho nos bancos o saldo foi negativo no Itaú e no BB. Nos dois bancos foram fechados 983 e 1.507 postos, respectivamente, em doze meses. No caso do Itaú, o banco aponta que esse saldo negativo se deve ao fechamento de agências no período.

No Santander, foram abertos 904 novos postos de trabalho, enquanto no Bradesco, o saldo foi 1.515 novos postos abertos para atender a ampliação da área de negócios do banco.

Digitalização das agências

Quanto à rede de agências, Santander abriu 40 novas agências em doze meses. No Itaú, por sua vez, foram fechadas 199 agências físicas no mesmo período (195 apenas no segundo trimestre) e abertas 36 agências digitais, as quais já somam 196 unidades. Bradesco e Banco do Brasil fecharam, respectivamente, 119 e 48 unidades, em um ano. O BB já conta com 162 escritórios (agências) digitais, 9 deles foram abertos de junho de 2018 a junho de 2019.

As apostas e os investimentos dos bancos seguem no sentido da priorização pelo atendimento digital. Agências digitais, agências-café (com outros espaços e serviços no mesmo ambiente do atendimento bancário – o que traz grandes preocupações quanto a segurança desses ambientes; além da condição de trabalho/saúde desses bancários), aplicativos para smartphones, inteligência artificial, entre outros.

Fonte: Contraf-CUT, com informações do Dieese

Bancos fecharam mais de 2 mil postos de trabalho no país em 2019, revela pesquisa do Caged

Publicado em: 31/07/2019

A Pesquisa de Empego Bancário (PEB), realizada pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que, no primeiro semestre de 2019, os bancos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. Desde 2013, o saldo acumulado mostra uma redução de 62,7 mil postos na categoria.

Nos seis primeiros meses de 2019, os piores saldos no período foram registrados no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde houve redução de 732, 722 e 274 postos de trabalho respectivamente. No sentido oposto, São Paulo e Pará apresentaram os maiores saldos positivos, com a abertura de 553 e 166 postos respectivamente.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 1.658 postos no período, enquanto a Caixa fechou 489.

Faixa Etária

No semestre, a abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, com criação de 5.286 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a de 50 a 64 anos, com fechamento de 3.213 postos. Na faixa de 30 a 39 anos foram fechados 2.432 e entre 40 e 49 anos o saldo foi de 1.804 postos fechados.

“Os bancos têm lucros exorbitantes que crescem ano após ano. Mesmo assim, continuam aumentando a sobrecarga de trabalho com a demissão de funcionários e aumentando seus lucros, uma vez que demitem aqueles mais velhos, que têm salários mais altos, e recontratam mais jovens, com salários menores”, observou o secretário geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga.

A Contraf-CUT cobra dos bancos a redução do turnover na categoria, com a criação dos centros de realocação e requalificação dos funcionários que são atingidos pelas reestruturações das instituições e alterações no perfil de trabalho da categoria.

Desigualdade entre homens e mulheres

No semestre, os bancos admitiram 7.023 mulheres. A remuneração média delas foi de R$ 3.966,84, o que representa 75,1% da remuneração dos 8.199 homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração é ainda maior entre homens e mulheres que foram desligados dos bancos nos seis primeiros meses de 2019. As 8.438 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.848,43, o que corresponde a 72% da remuneração média dos 8.841 homens desligados dos bancos no período.

“Estes dados mostram que as mulheres são discriminadas pelos bancos desde o início da carreira. Mas, mais do que isso, comprova que elas não têm as mesmas oportunidades de ascensão profissional do que homens, ainda que elas tenham melhor formação. Os homens entram ganhando mais do que as mulheres e, quando saem, estão ganhando mais ainda”, observou a secretária de Mulheres da Contraf-CUT. Elaine Cutis.

“Isso mostra, também, o quanto é importante a conscientização sobre a diversidade nos bancos”, completou Elaine. A Campanha da Diversidade, realizada pela Contraf-CUT com os sindicatos e federações a ela filiados, em parceria com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), faz parte do Censo da Diversidade Bancária e é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2018.

Reflexos da Reforma Trabalhista nos dados do Caged

As demissões sem justa causa representaram 53,9% do total de desligamentos no setor, no 1º semestre de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 34,6%. Entre janeiro e junho foram, ainda, registrados 103 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram dos bancos por essa modalidade apresentaram remuneração média de R$ 11.175,81.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

PDV do Itaú contempla 6,9 mil funcionários, diz Candido Bracher

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O programa de demissão voluntária (PDV) anunciado na segunda-feira, 29, pelo Itaú Unibanco abrange 6,9 mil funcionários, de acordo com o presidente do banco, Candido Bracher. “É difícil projetar. O último PDV fizemos há dez anos. Não temos uma base estatística para saber a taxa de adesão. Só sabemos que o público que pode optar é de cerca de 6,9 mil funcionários”, disse ele, em teleconferência com a imprensa, para comentar os resultados do segundo trimestre, nesta manhã de terça-feira, 30.

Os funcionários do Itaú podem aderir ao PDV entre os dias 1 a 31 de agosto. Ao final de junho, o banco totalizava 98.446 colaboradores.Segundo Bracher, a razão que motivou o banco a capitanear um PDV no cenário atual é o avanço da plataforma digital.

Ele explicou que não se trata de uma redução de funcionários, mas uma oportunidade de otimização do quadro do banco.”O Itaú tem feito diversas iniciativas digitais que têm contribuído para uma menor necessidade de mão de obra. Isso criou oportunidade de redução do quadro”, disse o presidente do Itaú.

Apesar disso, o banco ainda abre mais contas nas agências físicas. Segundo Bracher, por mês o Itaú abre 70 mil contas. Nas agências o número é quase três vezes maior. “Abrimos bem mais que isso nas agências físicas uma vez que todas as contas de folha de pagamento das empresas são abertas nas agências”, afirmou ele, acrescentando que foram abertas 1 milhão de contas nas agências e 205 mil digitais no segundo trimestre.

Após fechar cerca de 200 agências no segundo trimestre, o Itaú Unibanco segue avaliando o encerramento de mais unidades físicas, mas não prevê um número maior no segundo semestre, de acordo com Bracher. O movimento, conforme ele, é uma resposta ao comportamento do cliente da instituição e não há uma meta estabelecida.

“Temos visto o incremento da digitalização. Já abrimos mais de 1 milhão de contas no aplicativo, que passa a ter novas funcionalidades como reconhecimento facial para o financiamento de veículos, serviço de câmbio. Vários produtos têm sido digitalizados, o que tem diminuído a busca da agência pelo cliente”, explicou Bracher.

Sem precisar um número de agências a ser fechado, o presidente do Itaú disse que o banco ainda tem uma “quantidade” de agências muito próximas como resultado das inúmeras fusões que a instituição fez. “Onde temos agências e uma pode comportar o fluxo de clientes da outra, vemos possibilidade de redução. Continuamos avaliando a redução de agências. Não temos projeção para o segundo semestre, mas não será maior”, garantiu Bracher.

Fonte: Jornal DCI