Com dividendos, BB encosta em patamar Bolsonaro; hora de comprar?

Publicado em: 27/01/2023

Até aqui, o investidor do Banco do Brasil (BBAS3) não tem o que reclamar. Após sofrer com o período eleitoral (a ação chegou a R$ 31 após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva), o papel virou foguete e já acumula alta de 22% no ano, quase recuperando as máximas de 2022, quando bateu em R$ 45.

Para a alta, pesaram dois fatores: o bom discurso da nova CEO Tarciana Medeiros e a política de distribuição de dividendos. O conselho aprovou, na semana passada, a distribuição de 40% dos lucros de 2023.

Um dos principais pontos de preocupação dos analistas era justamente a entrega de rentabilidade na presidência de Lula. Na campanha, o petista disse que o BB lucrava como um banco privado e que era preciso ‘enquadrá-lo’.

“Boa parte do desconto de BBAS3 para os pares deriva da desconfiança de que o banco continue gerando bons resultados e distribuindo grandes quantias de proventos aos seus acionistas neste novo governo”, escreve o analista da Empiricus Researth, Ruy Hungria.

Apesar disso, para ele, a aprovação do payout não elimina totalmente as desconfianças. “Ainda não temos clareza sobre os lucros em 2023 –, mas ajuda a dissipar uma boa parte delas”, completa.

“Sabemos que ainda existem riscos políticos associados a essa tese. Mas além de os primeiros sinais da nova gestão serem positivos, entendemos que muito pessimismo já esteja embutido em BBAS3 ao negociar por apenas 3,7 vezes lucros”, discorre.

Para o BTG Pactual, 40% de entrega de dividendos sempre foi o cenário base dos analistas. Porém, para investidores que conversaram com banco, era preciso tirar esse risco “da sala”, já que outra gigante estatal, a Petrobras, deverá pagar menos dividendos.

Segundo a XP, o anúncio foi neutro, tendo em vista que o payout anunciado “já era amplamente esperado pelo mercado, inclusive sendo o percentual que utilizamos em nossas estimativas”.

Porém, a corretora reafirmou a recomendação de compra e lembrou que BB deve se manter como um bom pagador de dividendos — a XP calcula em 12,9% o dividend yield para 2023.

É hora de comprar Banco do Brasil?

Agora, os investidores se perguntam se é o momento de comprar Banco do Brasil e a resposta do BTG é um sonoro sim. O banco reafirmou a recomendação com preço-alvo de R$ 53, potencial de alta de 32%.

Na visão dos analistas, o BB tem seus “anticorpos” para se proteger das interferências do governo. Além disso, o BTG diz que os investidores parecem estar precificando uma deterioração do ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) mais rápido e forte do que o estimado.

“Mesmo que as coisas piorem, o ponto de partida é muito bom: o balanço do BB está forte (capital bem melhor do que no passado), tem uma carteira de crédito mais defensiva (que cresceu menos que seus concorrentes nos últimos 5 anos), e é um estoque sob propriedade com uma transferência muito positiva para ganhos”, coloca.

Sobre o resultado da estatal do quarto trimestre, marcado para o dia 14 de fevereiro, o BTG está otimista, no aguardo de números fortes, com lucro de R$ 8,7 bilhões e ROE de 21,8%.

Se assim for, o BB encerrará 2022 com faturamento de R$ 31,5 bilhões (20,5% ROE), semelhante ao Itaú, mas com valor de mercado de apenas 45% do seu concorrente privado.

Em 2023, o BTG espera que a orientação continue a mostrar uma dinâmica saudável, sugerindo um crescimento de lucro por ação de 5% a 10%.

“Se for esse o caso, o BB estaria negociando a 3,4x P/L (preço sobre lucro) em 2023, com um dividend yield de 12%, o que achamos muito barato”, completa.

Fonte: Money Times

 

Banco do Brasil vira foguete e salta quase 10% na semana com ‘fator Bolsonaro’

Publicado em: 24/10/2022

O Banco do Brasil (BBAS3) subiu forte na sessão desta quinta-feira (20) com os mercados repercutindo a disputada mais acirrada entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ação fechou a R$ 43,60, alta de 4,68%. Nos últimos cinco pregões, a ação disparou 9,93%.

O papel é apontado como um dos que ganham com a eleição de Bolsonaro, já que os mercados alimentam uma esperança de privatização da companhia.

O ex-presidente Lula manteve 49% das intenções de voto no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, enquanto o presidente Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima e foi a 45%, apontou o Datafolha.

Como a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais, a diferença entre os candidatos está no limite da margem de erro, apontou o levantamento divulgado na véspera, após o fechamento da bolsa.

No tópico rejeição, 50% disseram que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, ante 51% na pesquisa anterior, e 46% disseram o mesmo sobre Lula, mesmo patamar anterior.

Para estrategistas do Citi, a pesquisa fornece novas evidências de uma corrida presidencial mais acirrada e reforça a percepção da equipe do banco de que a rejeição é o que mais importa no segundo turno.

Filipe Fradinho, analista gráfico da Empiricus Investimentos, diz que a ação rompeu o topo do ano, que era na casa R$ 43,34. “A expectativa é que bata na máxima histórica (R$ 46,18), uma alta de 6%. Chegando lá, pode ser que tenha uma travada”, completa.

A Genial acredita que o grande desconto de valuation entre ações do Banco do Brasil e dos bancos privados deve fechar num cenário em que o Bolsonaro vença as eleições, por causa da continuidade da atual gestão.

“O BB vem consistentemente melhorando sua rentabilidade nos últimos anos. Isso significa um Retorno sobre Patrimônio (ROE) no patamar de 20% e crescimento de lucro acima de 10% na comparação anual. Depois de muitos anos rodando com um ROE e capital bem abaixo de seus pares, a melhora operacional finalmente o colocou na mesma liga dos bancos privados em níveis de rentabilidade”, avaliam.

Os analistas ainda destacam que o Banco do Brasil segue “bem descontado em relação a seus pares, muito por causa do risco político de mudança no comando e medo de ingerência no banco”.

Por fim, a corretora ressalta que desde 2015 e 2016, a gestão do BB fez um “trabalho memorável” em melhorar a rentabilidade e capital do banco.

Em caso de reeleição de Bolsonaro, seria provável que o time de gestão permaneça o mesmo, diminuindo a incerteza sobre a mudança da estratégia e destravando valor para a ação.

Fonte: Money Times

 

Mercado espera bancos públicos moderados mesmo que Lula ou Bolsonaro

Publicado em: 19/09/2022

A atuação dos bancos federais brasileiros não deve ser muito distinta a partir de 2023 se a eleição presidencial for vencida por Jair Bolsonaro ou Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo que defendam orientações políticas divergentes, dizem especialistas do setor financeiro.

Na visão deles, embora hoje não digam isso na campanha, o que vencer nas urnas vai encarar um cenário que exigirá de BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica uma postura mais ativa em algumas atividades do que têm feito recentemente, como em empréstimos a pequenas e médias empresas e investimentos em alguns projetos de infraestrutura, mas não em larga escala como no passado, como fizeram gestões petistas.

“Pode ter algum diferença pontual, mas não enxergo uma diferença acentuada na gestão dos bancos controlados pelo governo federal”, disse o presidente no Brasil de uma grande gestora de recursos norte-americana.

A visão majoritária dos executivos é de que limitações no orçamento da União, ajustes na governança dos próprios bancos e o maior escrutínio de órgãos de controle, como do Tribunal de Contas da União (TCU), devem impedir injeção de recursos na magnitude ocorrida na última década, no caso de vitória de Lula.

Dos cerca de 500 bilhões de reais injetados nos governos petistas no três bancos, eles têm um saldo conjunto de cerca de 150 bilhões de reais para devolver, em valores corrigidos, segundo dados divulgados pelas próprias instituições.

“Tem pouco espaço para capitalizar bancos como no passado, o espaço fiscal é limitado”, disse o consultor e ex-economista-chefe da Febraban, Roberto Troster.

Sob condição de anonimato, dois atuais e dois ex-executivos de bancos federais afirmaram à Reuters partilhar dessa visão.

“O modelo de subsídios tem impacto fiscal e reduz a capacidade do Banco Central segurar a inflação e fazer a política monetária”, disse uma fonte próxima ao BNDES.

Alguns membros da equipe responsável pela elaboração do programa econômico de Lula admitem que a volta da prática de injetar dinheiro público no capital bancos é pouco provável.

“Não está prevista transferência do Tesouro (para os bancos)”, disse Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma e presidente do BNDES sob Lula.

Para um executivo do setor privado e ex-vice-presidente do BB, há hoje um entendimento nas áreas técnicas dos bancos controlados pelo governo de que a política de fomentar “campeões nacionais”, com empréstimos maiores a grandes conglomerados, trouxe práticas contra-indicadas pela boa administração bancária, porque concentrou os riscos num pequeno número de clientes.

Entre outros fatores, falhas na contabilização de perdas com algumas dessas operações deixaram os balanços de Caixa e BNDES com ressalvas de auditores independentes por anos.

“Há também a visão de que o cenário atual é diferente do de uma década atrás, as prioridades mudaram”, disse essa fonte sob condição de anonimato porque não é autorizado a falar publicamente sobre o tema. “Um foco atual é aumentar o crédito para empresa média e pequena, uma missão não concluída no país.”

É uma visão partilhada por membros da campanha de Lula e por expoentes do governo Bolsonaro, tanto pelo aspecto técnico quanto pelo político, como manifestado recentemente pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano.

“Em vez de dar 10 bilhões de reais para empresas grandes, dar 1 bilhão para empresas pequenas é mais desenvolvimento social, mais desenvolvimento econômico, e mais voto no final do dia”, disse Montezano durante evento do BTG Pactual.

De alguma forma, isso já vem sendo feito pelos bancos, mais como resultado dos efeitos da Covid-19 do que de planejamento. O Pronampe, programa de auxílio a pequenas e médias empresas criado durante a pandemia, já liberou cerca de 80 bilhões de reais nas duas fases do programa, o que tem despertado planos de expansão de linhas de crédito para esse público.

“Os bancos públicos precisam alcançar áreas mal cobertas pelo setor privado, como financiamento a pequenas empresas”, disse Guilherme Mello, da equipe do programa econômico do Lula.

Embora BB e Caixa tenham sido os principais repassadores de recursos, o Pronampe teve também a participação dos grandes bancos privados, outra tendência que executivos do mercado avaliam que deve se estender para quaisquer políticas que o governo que emergir das urnas em outubro deve perseguir.

O ex-executivo do BB citou exemplos de linhas que antes eram altamente concentradas em bancos estatais, como agronegócio com o BB e o crédito imobiliário com a Caixa, mas têm atraído maior interesse de concorrentes privados.

Em outra frente, Guilherme Mello, um dos economistas responsáveis pela elaboração do programa econômico do Lula, também mostra-se contrário ao uso de bancos federais para fazer o custo do crédito cair em todo o sistema, como feito durante o segundo mandato do próprio ex-presidente, em 2018.

“A agenda da redução do custo de crédito é muito maior do que isso”, afirmou ele.

MAIS BANCO PÚBLICO EM INFRAESTRUTURA

Por outro lado, tem crescido a pressão para que bancos federais exerçam um papel mais ativo, hoje mais capitalizados, diretamente em nichos nos quais há pouco ou nenhum interesse do capital privado, como em projetos em infraestrutura, e isso tende a ser absorvidos mesmo com Bolsonaro reeleito.

De maneira geral, profissionais do mercado avaliam que houve melhora de modelo nos últimos anos, com o BNDES atuando mais como um estruturador de projetos em vez de usar recursos próprios subsidiados, como fez até meados da década passada.

“A participação do BNDES como financiador seria um passo atrás”, disse Karin Yamauti Hatanaka, sócia na área de Infraestrutura do escritório de advocacia TozziniFreire. “Isso fazia os projetos ficarem artificialmente viáveis”.

Por outro lado, mesmo profissionais e entidades privados têm cobrado que o BNDES use capital próprio em segmentos para os quais há pouco ou nenhum interesse do capital privado, como concessões de presídios e alguns projetos de escolas, iluminação pública, algumas rodovias, entre outros.

“Não tinha mundo perfeito nem antes nem agora”, disse o diretor de Infraestutura no Banco Fator, Ewerton Henriques. “É importante não voltar para o modelo anterior, mas há setores em que a participação dele é importante”, disse. “Vamos precisar fazer um meio a meio”.

O banco de fomento fechou 2021 com rentabilidade superior inclusive em relação aos bancos privados, refletindo em parte o ciclo de desinvestimento em ações detidas pela BNDESPar, que desde 2018 já lhe rendeu quase 80 bilhões de reais.

Segundo o ex-ministro Mantega, nesses casos, o BNDES tem que voltar a financiar projetos de longo prazo que não sejam financiados pelo mercado ou pelos bancos privados. “Os empresários do setor estão demandando isso”, afirmou.

De fato, essa visão foi manifestada pelo diretor da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) e ex-secretário do Tesouro Nacional, Roberto Guimarães, para quem ainda há “hiatos de investimentos” em setores como transportes, saneamento básico e mobilidade urbana.

Entre interlocutores ligados à atual gestão do BNDES parece também haver esse entendimento. “Linhas especificas podem ter, sim, subsídios como mobilidade urbana”, disse uma fonte. “Tem que ser pontual e direcionado”.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

 

Governo Bolsonaro mira Petrobras e acerta Banco do Brasil

Publicado em: 24/06/2022

A novela Petrobras deixou a bolsa brasileira com o freio de mão puxado, enquanto os mercados no exterior aceleraram em recuperação à sangria da semana passada. Brasília deu mais um passo para colocar a estatal no centro de sua campanha eleitoral, e aí não deu outra: as ações da companhia tiveram uma nova queda nesta terça-feira, arrastando o também estatal Banco do Brasil.

O plano é o seguinte: para ter mais poder sobre a política de preços de combustíveis da Petrobras, o governo pretende mudar, via Medida Provisória, a Lei das Estatais, instaurada no governo de Michel Temer. A ideia é facilitar a troca dos dirigentes da companhia, que hoje segue um processo burocrático e arrastado, e depende da aprovação de acionistas em assembleia.

A lei das estatais foi criada justamente para evitar ingerência governamental nas companhias. E a MP afetaria não só a petroleira, mas também o BB. Além disso, aliados do governo de Jair Bolsonaro (PL) colhem assinaturas no Congresso para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a Petrobras e seus dirigentes, como se fosse 2015. O foco, por sinal, é a companhia sob os anos do PT, algo amplamente investigado, e não a estatal e a política de preços agora.

Os flashbacks não param por aí. Lula, candidato à presidência, se opõe à CPI e sugeriu que Bolsonaro poderia reduzir o preço do diesel e da gasolina com “uma canetada”.

A disputa política em torno da Petrobras ontem parecia conversa passada, e as ações subiram. Só que era feriado nos Estados Unidos, e o jogo era outro. Hoje os investidores de lá e daqui decidiram enfrentar o elefante na sala, também conhecido como risco de mudança na política de preços da Petrobras. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que talvez a paridade de preços não esteja funcionando bem e que poderia pedir uma mudança.

Abandonar a paridade, por si só, não coloca a Petrobras em prejuízo – no máximo, faz ela ganhar potencialmente menos. O que dá prejuízo é ela precisar importar combustível, a preços de mercado, e vender no Brasil a valores mais baixos para garantir o abastecimento. Hoje, quem faz isso são importadores privados, mas sem a política de preços eles não conseguem competir com a estatal e deixam o mercado doméstico desabastecido. Esse é um risco real, é bom lembrar. Essa balbúrdia toda ao redor da Petro existe depois de ela ter segurado os preços dos combustíveis por cerca de 100 dias, e mesmo após o reajuste, eles são vendidos abaixo da paridade internacional.

Segundo o Goldman Sachs, o preço do diesel ainda é 11% mais barato no Brasil que a paridade de importação, quando comparado com o preço do produto importado dos EUA. A gasolina está 27% abaixo desta régua.
Resultado da bagunça: -1,99% para PETR4, -1,06% para PETR3 e -4,10% no Banco do Brasil, que caiu na história de paraquedas.

O Ibovespa sucumbiu a Brasília e caiu 0,17%. Este é o terceiro pregão seguido abaixo dos 100 mil pontos – fechou a 99.684,50 pontos.

Mas nem só de crise política vive a bolsa. Outro motivo para a queda foi a divulgação da ata do Copom. O Banco Central sugeriu que os juros devem ficar na lua mais tempo que o mercado vinha estimando para conseguir conter a inflação. O J.P. Morgan, por exemplo, aumentou a sua projeção para a Selic ao fim de 2023 para 11%, de 9,75% anteriormente.

Fonte: Você SA

 

 

Calmaria volta ao BB, seis meses depois da interferência de Bolsonaro

Publicado em: 28/10/2021

Há seis meses no comando do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro se aproximou de Bolsonaro, acalmou o centrão e ampliou a tal ponto as ações no agronegócio que o crédito subsidiado já está no fim.

Dados do banco mostram que o desembolso do crédito agrícola entre abril, quando Ribeiro assumiu o banco, e setembro chegou a 83,6 bilhões de reais, um avanço de 52%, se comparado ao registrado em 2020: 55,1 bilhões de reais.

Fonte: Veja

Presidente do Banco do Brasil diz que Bolsonaro exige maior lucratividade

Publicado em: 20/05/2021

O novo presidente-executivo do Banco de Brasil negou na sexta-feira qualquer interferência política no banco, dizendo que o presidente Jair Bolsonaro havia apenas lhe pedido para trabalhar para melhorar a lucratividade do banco controlado pelo Estado.

Fausto Ribeiro assumiu a liderança em abril, substituindo André Brandão, que renunciou em março após uma disputa com o Bolsonaro sobre um plano de corte de custos que incluía o fechamento de várias filiais e um programa de aquisição de pessoal.

“O presidente Bolsonaro me pediu para buscar maior lucratividade e eficiência”, disse Ribeiro aos repórteres, acrescentando que sua administração seria técnica.

Não há interferência política e o banco só se dirige ao Ministro da Economia.

As ações do Banco do Brasil subiram quase 4% nas negociações da manhã, após seus resultados e comentários de Ribeiro.

Atualmente, o Banco do Brasil está atrás da lucratividade de seus pares. Há duas semanas, ele registrou um lucro líquido no primeiro trimestre de 4,913 bilhões de reais, superando as estimativas dos analistas. Seu retorno sobre o patrimônio líquido foi de 15,1%, inferior ao do Santander Brasil SA, Itaú Unibanco Holding SA e Banco Bradesco SA.

Ribeiro disse que o banco manteve o plano de redução de custos anunciado por Brandão em janeiro, que inclui o fechamento de 361 unidades de trabalho e dois programas de reajuste de funcionários.

No entanto, o CEO não estava claro como o banco abordaria seus pares. Ele disse que o banco não planeja fechar mais agências neste ano, mas está constantemente revisando sua rede de agências.

O novo CEO disse que também manterá planos para liquidar ativos não essenciais, sem identificá-los. Ribeiro acrescentou que o banco continua em busca de um sócio para a unidade de gestão de ativos da BB DTVM. (Preparado por Carolina Mandel. Edição de Mark Potter)

Fonte: Bem Mais Brasília

 

Novas ameaças de Bolsonaro põem Banco do Brasil em alerta

Publicado em: 25/02/2021

O comando do Banco do Brasil acendeu o sinal de alerta. Diante das novas ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro de que outras mudanças acontecerão no governo, levantou-se a possibilidade de demissão do presidente do BB, André Brandão. Há pouco mais de um mês, ele foi ameaçado de cartão vermelho pelo chefe do Executivo.

As ameaças de Bolsonaro foram feitas neste sábado (20/02), em uma cerimônia envolvendo militares. O presidente disse não lhe faltar coragem para trocar as peças que não estão funcionando do governo. Na sexta-feira (19/02), ele demitiu o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que será substituído pelo general Joaquim Silva e Luna.

O presidente do Banco do Brasil foi ameaçado de demissão após anunciar um plano de reestruturação da instituição, que resultou na saída de mais de 5 mil funcionários por meio de um programa de demissão voluntária (PDV) e passa pelo fechamento de 361 pontos de atendimento, sendo 112 agências.

Bolsonaro foi cobrado por parlamentares da base aliada, que viram nas ações do Banco do Brasil desprestígio político, uma vez que o fechamento de agências mostraria perda de apoio do governo. O presidente, jogando para a plateia, anunciou a demissão de Brandão, que não se confirmou à época.

Agora, com a obrigação de atender à gula do Centrão, que cobra mais espaço no governo, e em busca de apoio à reeleição em 2022, Bolsonaro vai tirar do caminho qualquer um que possa atrapalhar seus planos de permanecer no poder por mais quatro anos. Castello Branco era atacado pelos caminhoneiros, base importante do bolsonarismo.

Nessa toada, Bolsonaro também trocará alguns ministros, fazendo a reforma que tanto negou antes das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Daqui por diante, o presidente será cada vez mais populista. Paulo Guedes, ministro da Economia, deve se preparar para o pior.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

 

Bolsonaro diz que BB precisa ter “lado social”, mas nega interferência no banco

Publicado em: 04/02/2021

Mais de 10 dias depois de uma crise que quase levou à demissão do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a instituição precisa ter também “um lado social”, numa crítica indireta ao programa de enxugamento capitaneado pelo executivo. Apesar da fala, Bolsonaro disse que não interfere em decisões do banco.

Em meados de janeiro, o presidente chegou a determinar a demissão de Brandão após a repercussão negativa entre parlamentares do plano de reestruturação do banco, que inclui um programa de demissão voluntária e o fechamento de agências. “No Banco do Brasil eu [governo federal] sou o maior acionista, não sabia que era tão rico assim. Agora, decisão, eu tenho que tomar conhecimento. Tem liberdade para trabalhar, mas tenho que tomar conhecimento. Não posso saber de certas decisões, de qualquer órgão, qualquer ministério, pela mídia. Não posso saber, isso já foi conversado com todos os ministros. Eu não posso ser o último a saber. Negativo”, declarou o presidente neste sábado (30) ao deixar uma concessionária de motos em Brasília.

“A Caixa Econômica tem seu lado social muito forte. O Banco do Brasil também tem o seu lado social. Você pega uma agência no interior do Brasil, [numa cidade que] tem 3.000 habitantes, só tem um Banco do Brasil lá. Então não é lucrativo, muitas vezes não é. Então você tem que ter o lado social no tocante a isso também. Agora o enxugamento que eles querem fazer é no mundo também”, acrescentou o presidente.

À época da crise, interlocutores de Bolsonaro disseram que o ministro Paulo Guedes (Economia) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, conseguiram convencer Bolsonaro a preservar Brandão à frente da instituição.
Pessoas que acompanham o tema afirmaram ainda que reestruturação do banco será mantida, sem mudanças no plano de demissão voluntária.

Ajustes devem ser feitos apenas na parte do pacote que prevê o fechamento de agências, o que causou maior desagrado entre parlamentares. Segundo relatos, é possível que haja uma revisão de parte das unidades que seriam fechadas, com substituição por outras.

“Olha só, eu não interfiro. Deixar claro, estão loucos para meter um processo em cima de mim por interferência. Eu não interfiro. Agora, qualquer ministro, qualquer presidente de banco, qualquer presidente de estatal, eu que ponho e eu que demito. E não tenho que dar satisfação para ninguém, porque isso recebi do povo para trabalhar dessa maneira”, disse.

Segundo plano apresentado pelo Banco do Brasil, a estatal cortaria 5 mil funcionários em um plano de desligamento voluntário e fecharia 361 unidades de atendimento, sendo 112 agências. O objetivo é readequar a rede ao perfil mais online dos clientes.

Em 2020, o BB fechou mais de 200 agências em um caminho semelhante ao adotado pelos concorrentes privados. No ano passado, Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) fecharam cerca de mil agências, com demissão de 11 mil funcionários.

Bolsonaro, contudo, reclamou de não ter sido comunicado previamente sobre o plano e diz que ficou sabendo do enxugamento pela imprensa. Para ele, o Banco do Brasil precisa olhar o lado social.

“Você pega uma agência no interior do Brasil que tem 3 mil habitantes e só tem um Banco do Brasil lá. Muitas vezes não é lucrativo, então você tem que ter o lado social”, disse.

Fonte: Diário de Cuiabá com Suno Research

 

Bolsonaro quer que presidente do BB seja um “executivo político”

Publicado em: 29/01/2021

Após aceitar o convite para presidir o Banco do Brasil, em setembro do ano passado, o banqueiro André Brandão gravou uma entrevista em vídeo para os servidores da instituição estatal. Em sua residência, ele falou sobre os seus planos de gestão e contou qual foi a missão que recebeu do ministro da Economia, Paulo Guedes. “O ministro pediu um gestor do banco. Ele falou assim: ‘André, tem várias coisas que a gente precisa fazer, e eu preciso de um executivo’. E é o que sou: sou um executivo”, afirmou Brandão, que atuou mais de vinte anos em bancos privados, sendo conhecido no mercado pelo perfil técnico. É justamente essa característica que Jair Bolsonaro pretende mudar.

Desde o fim do ano passado, o presidente tem recebido reclamações sobre Brandão, que, segundo seus detratores, tem pouco jogo de cintura político em Brasília. Em tom de crítica, alguns parlamentares disseram que o executivo não atendia a pedidos diversos, de indicação para cargos no BB a convites para eventos culturais patrocinados pela instituição. Até então, Brandão não era afeito à dinâmica de Brasília. Costumava declinar convites de jantares com senadores e evitava receber deputados em seu gabinete. Mais reservado, ele se tornou a antítese do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que tem um bom trânsito no Palácio do Planalto e no Congresso.

A gota d’água do estresse entre Bolsonaro e Brandão ocorreu em 11 de janeiro deste ano, quando o BB anunciou dois programas de demissão voluntária para cerca de 5 000 funcionários e o fechamento de 361 unidades da instituição, sendo 112 agências, 242 postos de atendimentos e sete escritórios. A notícia gerou um alvoroço entre servidores do banco e prefeitos de municípios — que passaram a pressionar parlamentares em Brasília para cobrar uma resposta do Planalto. Após receber diversas reclamações e sem antes tentar entender detalhes da medida, Bolsonaro disse para os seus auxiliares que iria “cortar a cabeça” do chefe do BB e que a ação era mais uma “manobra para sabotar” o seu governo.

A exoneração só não foi assinada porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Campos Neto, entraram em ação. O ministro explicou para Bolsonaro que nenhuma cidade ficaria sem unidades de atendimento e que haveria apenas um enxugamento das estruturas. O próprio Brandão, antes de assumir a sua função, gravou um vídeo dizendo que não reduziria a presença do BB nos municípios, mas apenas mudaria o estilo das agências, um plano chancelado pelo Conselho de Administração e que poderá render uma economia de 2,7 bilhões de reais até 2025.

A investida deu certo. Por ora, Brandão continuará no cargo sob uma condição: adotar uma agenda mais política e estreitar os laços com parlamentares. Além disso, decisões mais delicadas do banco terão de se despachadas no Palácio do Planalto. Conforme relata reportagem de VEJA, o episódio põe em dúvida — mais uma vez — a fidelidade do presidente à agenda liberal do governo.

Fonte: Veja.com

Banco do Brasil corre risco de perder espaço para concorrentes

Publicado em: 21/01/2021

O Banco do Brasil pode rever o plano de reestruturação que irritou o presidente Jair Bolsonaro e colocou o presidente do BB, André Brandão, na berlinda. Para analistas, no entanto, a medida pode abafar a crise política e dar sobrevida ao executivo. Porém, expôs, mais uma vez, as divergências entre o Palácio do Planalto e o Ministério da Economia e só vai adiar o problema do BB. É que, diante do processo de digitalização do setor financeiro, o mercado acredita que a reestruturação do banco é inevitável e alerta que o engavetamento do plano pode deixar o banco atrás dos seus concorrentes.

O plano de reestruturação do BB prevê o fechamento de 361 unidades de atendimento, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, além da abertura de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), que pode atingir até 5 mil, dos 92,5 mil funcionários do banco. Segundo o BB, a medida pode gerar uma economia de $ 2,7 bilhões até 2025, sendo R$ 353 milhões só neste ano, e visa adequar o banco ao novo perfil e comportamento dos clientes do mercado financeiro, que interagem com as finanças de forma cada vez mais digital.

Segundo fontes do BB, a reorganização da rede de atendimentos passou, portanto, pelo crivo da equipe econômica, que defende a redução de custos e o aumento da eficiência do poder público, bem como a modernização do sistema financeiro. O plano também foi apresentado com antecedência ao Palácio do Planalto. Ainda assim, fez Jair Bolsonaro pedir a demissão de André Brandão, apenas quatro meses depois de o executivo ter deixado um cargo de comando do HSBC nos Estados Unidos para assumir a presidência do Banco do Brasil no lugar de Rubem Novaes, que saiu do banco dizendo que a instituição precisava de alguém mais novo, como Brandão, para poder avançar no processo de digitalização bancária.

Bolsonaro ficou irritado com a medida, depois que parlamentares reclamaram do fechamento de agências em suas bases eleitorais e sugeriram que a repercussão negativa poderia afetar o apoio político aos candidatos do governo na eleição interna da Câmara dos Deputados e do Senado. O plano de reestruturação ainda recebeu críticas da oposição e gerou protestos dos funcionários do banco, que classificaram o projeto como o início do processo de desmonte e privatização do Banco do Brasil. As críticas lembraram que, além de buscar a rentabilidade dos seus acionistas, o BB cumpre papeis sociais importantes como a distribuição do papel-moeda e o pagamento de benefícios sociais e é o único banco de muitas cidades do interior.

Brandão, contudo, parece ter ganhado sobrevida no cargo, pois foi defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A equipe econômica entrou em campo para reverter a demissão mostrando ao Palácio do Planalto que a medida foi interpretada pelo mercado como uma interferência política que contraria a agenda liberal que ajudou a eleger Bolsonaro.

Sócio da Consultoria GO Associados e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Gesner Oliveira, por exemplo, disse que, se concretizada, a emissão poderia ser equiparada às interferências realizadas pelo governo do PT na Petrobras, criticadas pelo atual presidente da República. “Se o banco toma a decisão de implementar um plano de racionalização de custos, que já foi adotado por outros bancos, mas não pode, por conta de uma interferência do presidente, fica claro que Bolsonaro é contrário a tudo aquilo que pregou na campanha”, afirmou.

O consultor lembrou que o Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, com ações negociadas em bolsa. Logo, deveria seguir as regras de governança do Novo Mercado. Tanto que o próprio Ministério da Economia já disse, em nota, que a condução dos negócios do BB compete aos seus órgãos de governança, isto é, à diretoria e ao Conselho de Administração. “Esse tipo de ingerência contraria as melhores práticas de governança e contraria a filosofia econômica proposta pelo governo. O que se espera é que a gestão do BB seja tocada de forma técnica, sem ingerência política, pois há um risco de que as decisões políticas não sejam as melhores para uma sociedade de economia mista, que tem o governo como acionista majoritário, mas tem outros acionistas”, declarou Oliveira.

Analistas de mercado acrescentam que, não bastasse isso, a ameaça de demissão colocou em xeque a capacidade de o BB tocar o processo de modernização delegado a Brandão, logo após o executivo fazer o seu primeiro grande anúncio nesse sentido. “A reação de Bolsonaro trouxe uma desconfiança enorme sobre se a agenda liberal e o processo de modernização do BB vão de fato acontecer. A mensagem é que essas questões sempre vão depender do aval do presidente”, afirmou o analista de research da Ativa Investimentos, Leo Monteiro, lembrando que, até hoje, Paulo Guedes não conseguiu entregar muitas das suas pautas liberais, como as privatizações. “Preocupa, porque Brandão foi contratado há poucos meses. É um nome com grande experiência na iniciativa privada, que provavelmente colocaria em prática aquilo que foi prometido pelo governo na eleição: a redução da máquina pública e a busca de eficiência das estatais que não seriam privatizadas, como o Banco do Brasil”, acrescentou o analista da Guide Investimentos, Henrique Esteter.

Onda da revolução digital avança rápido

Além de reacender o debate sobre a ingerência política nas estatais, a ameaça de demissão de André Brandão pode custar a revisão ou o adiamento do plano de reestruturação do Banco do Brasil. A medida foi cobrada pelo Palácio do Planalto diante da permanência do executivo, mas sofre resistência da equipe econômica e também é mal vista pelo mercado, que vê o processo de renovação do setor financeiro como algo inevitável.

“O setor financeiro passa por uma grande transformação. Daqui a cinco anos, talvez não existam 50% das agências que têm hoje, pois as pessoas vão cada vez menos às agências, por conta das ferramentas digitais”, explicou o professor do Insper, Michel Viriato. Ele lembrou que o isolamento social imposto pela covid-19 e as medidas como o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiros, só acelerou esse processo.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos, 63% das 89,9 bilhões de transações bancárias realizadas no Brasil em 2019 já foram efetuadas por meio do celular ou da internet, mas o ritmo de crescimento das ferramentas digitais acelerou no ano passado. De janeiro a abril de 2020, as transações por celular cresceram 22% e as interações digitais dos clientes com os seus bancos avançaram 78%. Já o volume de transações realizadas em agências bancárias desabou 53%. Por isso, a expectativa é que a participação das agência nesse mercado, que já era de 6% em 2019, tenha ficado ainda menor. Foi por conta disso, por sinal, que o Bradesco anunciou o fechamento de 1,1 mil agências no Brasil no ano passado. O Itaú fechou 128 agências no país em 2020, segundo os dados do Banco Central.

Nos últimos anos, Bradesco, Itaú e Caixa Econômica Federal também já haviam anunciado planos de demissão voluntária, como o que foi anunciado pelo Banco do Brasil. E o secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, lembrou que outras 22 estatais, como a Petrobras e a Eletrobras, implementaram planos de demissão voluntária durante o governo Bolsonaro, já que os gastos com pessoal representam um dos principais gastos do Executivo e as estatais sofreram um deficit projetado de R$ 3,97 bilhões em 2020. “As estatais devem estar comprometidas com o reequilíbrio das contas públicas. O Banco do Brasil tem uma função social pública importante, mas não pode ser o dinossauro dos bancos brasileiros, precisa atuar de forma competitiva, até para aprimorar as funções sociais que executa”, avaliou.

Viriato acrescentou que a modernização de grandes bancos como o BB é necessária e deve ocorrer de forma cada vez mais veloz. Afinal, os bancos digitais e as fintechs têm ganhado espaço no mercado brasileiro, seja por conta da atualização da agenda regulatória e de competição por parte do Banco Central ou pelo interesse dos brasileiros por essas instituições. Pesquisa realizada pela Incognia, no fim do ano passado, revelou que 75% dos brasileiros já se dizem dispostos a trocar um banco tradicional por um banco digital, pois consideram que o mais relevante hoje no sistema financeiro é a boa experiência e os baixos custos.

O risco de não avançar nesse sentido, segundo os analistas, é que o BB fique atrás dos seus pares no novo mercado financeiro. Na única apresentação de resultados que já comandou, Brandão admitiu que o Banco do Brasil tem uma rentabilidade “um pouco aquém do que poderia ter” por conta do perfil conservador.

Resistência

Funcionários do BB, porém, continuam resistindo à medida e buscando a suspensão do plano de reestruturação do banco, tanto na direção do BB, quanto no Congresso Nacional. “Qualquer reestruturação, neste momento, precisa considerar questões humanitárias e sociais, antes de — apressadamente — pensar apenas em agradar investidores privados”, defendeu o presidente Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb), Reinaldo Fujimoto.

Ele destacou que o BB exerce papeis sociais relevantes, como o financiamento da agricultura familiar e o pagamento do benefício emergencial de manutenção do emprego e da renda durante a pandemia de covid-19. E lembrou que nem todos os brasileiros têm facilidade com as ferramentas digitais. “As inovações tecnológicas são fundamentais para o sistema financeiro, mas o que temos visto é um volume enorme de trabalho nas agências, sobrecarregando os caixas e funcionários na linha de frente. Então, é preciso satisfazer os clientes, ser competitivo, investindo em pessoas e em tecnologia, com a mesma ênfase”, afirmou.

Bancários ouvidos pelo Correio disseram também que, apesar de oferecer indenizações de R$ 10 mil a R$ 450 mil, o Plano de Demissão Voluntária do BB pode gerar prejuízos em relação ao plano de saúde e de previdência de alguns funcionários. Por isso, há dúvidas sobre o alcance do plano, que está aberto até o próximo dia 5. “Acredito que apenas cerca de 2 mil pessoas vão entrar no programa devido a isso, pois muitos terão prejuízos e a indenização não compensa nesse aspecto”, disse, por exemplo, Eduardo Araújo, de 49 anos, bancário de Brasília.

Fonte: Correio Braziliense

Amigo de Bolsonaro ganha extra de R$ 20 mil mensais em subsidiária do BB

Publicado em: 15/10/2020

Um amigo pessoal de Jair Bolsonaro, o almirante Flávio Rocha, recebeu uma ‘boquinha’ de R$ 20 mil mensais, numa subsidiária do Banco do Brasil, a Brasilseg. A revelação foi feita pelo jornalista Marcelo Rocha, em reportagem publicada na Folha de S. Paulo. “Amigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e hoje secretário especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência, o almirante da Marinha Flávio Augusto Viana Rocha, 58, ​recebe R$ 20 mil a mais de remuneração mensal por ter sido indicado em julho para representar o governo em uma empresa ligada ao Banco do Brasil”, informa o jornalista.

O repórter aponta ainda que Rocha ​é o mais cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, hoje ocupada por Jorge Oliveira, nome de Bolsonaro para uma cadeira no Tribunal de Contas da União. “O almirante foi indicado pelo Banco do Brasil para uma vaga de membro titular do Conselho de Administração da Brasilseg, empresa do ramo de seguros fruto de uma parceria entre a instituição brasileira e o grupo espanhol Mapfre”, aponta a reportagem.

Fonte: Brasil 247

Presidente Bolsonaro diz que não vai privatizar Banco do Brasil

Publicado em: 18/09/2020

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (17/9) que não cogita privatizar o Banco do Brasil. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o chefe do Executivo comentou que o BB integra, junto com a Caixa Econômica Federal e a Casa da Moeda, as instituições geridas pelo governo que não serão repassadas à iniciativa privada.

Apesar de não ser 100% público — é constituído na forma de sociedade de economia mista —, o Banco do Brasil tem como sócio majoritário o governo federal, responsável por 50% das ações da instituição.

Bolsonaro comentou sobre o Banco do Brasil após o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que também participou da live, ter sido questionado se havia a necessidade de o Estado gerir três grandes bancos — além da Caixa e do Banco do Brasil, também faz parte do governo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Banco do Brasil e Caixa Econômica, no meu governo, não se cogita sua privatização. Assim como queriam privatizar a Casa da Moeda… No meu governo, só esses três (não serão privatizados)”, afirmou Bolsonaro.

Sobre a Casa da Moeda, o chefe do Palácio do Planalto explicou que não interferiu ao retirar a estatal da lista de privatizações do governo, em maio deste ano. “O pessoal fala em interferir. Exerci um direito meu, não é interferência, é um direito meu. Afinal de contas, se eu nomeio os ministros, no caso o Paulo Guedes dá posse aos presidentes de bancos estatais”, comentou.

Ele ainda disse que a instituição não deveria ser repassada à iniciativa privada devido aos tipos de documentos que produz. “Eu achei que não era o caso (privatizar), tendo em vista informações que tive de outros países que a privatizaram e, depois, voltaram atrás. Acho que o que a Casa da Moeda faz tem que ser uma questão de segurança nacional. Passaportes, emissão de dinheiro, moedas, entre tantas coisas mais”, observou.

Na sequência, Bolsonaro disse que concluir uma privatização não é fácil e reclamou que a imprensa tem criticado o governo injustamente pela demora na finalização de alguns processos.

“Qualquer privatização é demorada. Não justifica a mídia falar que estou segurando, que o governo está segurando as privatizações. Tem muita coisa que dá prejuízo, você tem que privatizar. Você até se entregar de graça para alguém é até vantajoso. Está dando prejuízo, sai perdendo todo o ano. Agora, também nós entendemos que tudo aquilo que a iniciativa privada pode fazer, a gente vai abrir mão disso aí. Esse é o nosso pensamento”, argumentou.

Guedes já cobrou privatização do BB

Apesar da declaração de Bolsonaro nesta quinta, a privatização do Banco do Brasil já foi algo bastante falado no Ministério da Economia. Paulo Guedes defendeu a entrega do banco ao setor privado na reunião ministerial de 22 de abril, cuja gravação virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de uma suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.

Naquele encontro, Guedes até usou um palavrão para se referir à instituição financeira, dizendo que “tem que vender essa porra logo”.

“O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem (Novaes, então presidente do BB), coitado. Ele é superliberal, mas se apertar ele e falar ‘bota o juro baixo’, ele: ‘Não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.’ Aí, se falar assim ‘bota o juro alto’, ele: ‘Não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, disse o ministro da Economia.

“O senhor já notou que o BNDES e a Caixa, que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil, a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então, tem que vender essa porra logo”, completou Guedes.

Na reunião ministerial, o ex-presidente do Banco do Brasil confessou a Bolsonaro que o seu sonho era a privatização do banco, e o chefe do Executivo respondeu que ele só deveria pensar nisso daqui a três anos. “Faz assim, só em 23 você confessa, agora não. Isso aí, isso aí só se discute, só se fala isso em 23, tá?”, disse Bolsonaro a Novaes.

Lentidão provocou saída de secretário

A demora do Executivo em concluir a entrega de estatais para o setor privado repercutiu dentro do próprio governo, tanto que, em agosto, o secretário especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, pediu demissão do Ministério da Economia.

Mattar manifestou insatisfação com o ritmo das privatizações. Segundo ele, “o establishment” não quer privatizações.

A saída dele foi anunciada por Paulo Guedes, que reconheceu à época que a demissão era “um sinal de insatisfação com o ritmo de privatizações”. “O que ele me disse é que é muito difícil privatizar, o Estado não deixa privatizar, é muito emperrado”, disse o ministro, em coletiva à imprensa.

Fonte: Correio Braziliense

Presidente Bolsonaro: não existe intenção de privatizar BB e Caixa

Publicado em: 05/12/2019

O presidente Jair Bolsonaro negou hoje (4) a intenção de privatizar o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal. A declaração foi dada em resposta à uma reportagem publicada ontem (3) pelo jornal O Globo. Segundo o jornal, a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) estaria fazendo estudos para abrir mão do controle do BB.

“Olha só, eu vi na capa, foi no Globo de ontem, que […] diz que pessoal começa a estudar privatização do Banco do Brasil. Servidor de terceiro escalão fala aquilo, eu não tenho nada a ver com isso. Eu não tenho como controlar centenas de milhares de servidores no Brasil. Da minha parte, não existe qualquer intenção de pensar em privatizar Banco do Brasil ou Caixa Econômica. Zero”, afirmou a jornalistas pela manhã, na entrada do Palácio do Alvorada, residência oficial.

O ministro Guedes e sua equipe devem tentar convencer o presidente Bolsonaro a aceitar vender a instituição pública, disse o jornal O Globo, que afirma ter ouvido fontes próximas ao assunto.

Segundo a publicação, a privatização do Banco do Brasil poderia ocorrer até o fim do mandato, em 2022. Ao jornal, a pasta comandada por Guedes negou a intenção do governo de desestatizar a empresa e o banco não comentou o assunto.

Em outubro deste ano, o presidente da instituição financeira, Rubem Novaes, chegou a afirmar que a privatização do Banco do Brasil era inevitável, ressaltando que era sua “opinião pessoal”.

“Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, nesse mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição publica não vai ter a mesma velocidade de adaptação”, afirmou Novaes naquela época.

Nesta semana, o secretário de especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, afirmou que o governo tentaria a desestatização apenas de subsidiárias do BB, Caixa Econômica e Petrobras.

Guedes estaria tentando convencer Bolsonaro a incluir o BB na lista de privatizações que serão enviadas ao Congresso no próximo ano. O Globo diz que, procurado, o Ministério da Economia negou que o governo Bolsonaro pretenda privatizar Banco do Brasil, Caixa ou Petrobras.

Apesar da negativa, assunto já é alvo de discussões dentro do governo, diz o jornal. Procurado pela publicação, o BB não comentou.

Fonte: Agência Brasil

BB prepara mudanças no alto escalão, a primeira do governo Bolsonaro

Publicado em: 23/10/2019

O Banco do Brasil prepara uma reestruturação em sua alta cúpula, a primeira no governo de Jair Bolsonaro, segundo apurou o ‘Estadão/Broadcast’, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. O entendimento da gestão Rubem Novaes, escolhido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para chefiar o banco, é de que a ampliação das vice-presidências do BB nas gestões anteriores ocorreu para acomodar indicados políticos.

O BB tem 9 vice-presidências, 27 diretorias e 12 unidades de negócios. A estrutura supera a dos concorrentes privados, que possuem entre três e quatro vice-presidências, no máximo, com exceção do Santander Brasil. A gestão anterior do BB fez tentativas de reestruturação, mas não tocou em questões críticas como a redução de cargos de direção. Agora, as mudanças devem atingir as vice-presidências de varejo, agronegócios, tecnologia e governo, de acordo com fontes.

Ontem, o assunto foi debatido durante longa reunião do Conselho de Administração do BB. O martelo, contudo, ainda não estaria batido e as mudanças estão sendo discutidas.

Dentre as possibilidades, está desmembrar a vice-presidência de negócios de varejo, antes capitaneada por Marcelo Labuto, que deixou o BB no início do ano para reforçar o quadro do concorrente Santander. Uma alternativa, conta uma fonte, é dividir as atividades entre a vice-presidência de distribuição de varejo, tocada por Carlos Motta dos Santos, e a de tecnologia chefiada por Fabio Barbosa.

Já estaria definido, por exemplo, que a diretoria de canais digitais, uma das mais relevantes na vice-presidência de negócios de varejo, será integrada à de tecnologia. Outra vice-presidência que deve passar por mudanças é a de governo, que tem João Pinto Rabelo Júnior no comando. Tradicionalmente ocupada por indicações políticas, a área pode ser integrada à de agronegócios, cujo destino também está em análise.

Como grande parte dos créditos no segmento tem foco na pessoa física, diz uma fonte, uma possibilidade é combinar parte dessa estrutura também em uma vice-presidência única de negócios de varejo.

Outra mudança no radar é a unificação de algumas áreas corporativas do BB como jurídico, marketing e segurança. Também causa desconforto na gestão atual o fato de vice-presidentes e diretores do banco participarem de conselhos de administração de outras empresas.

Planos

Um estudo chegou a ser feito pela consultoria Mckinsey em 2017 para apontar possíveis movimentos de redução na estrutura do BB. Uma das propostas era justamente o movimento considerado pela administração atual, de fundir as vice-presidências de agronegócios e governo. Questões políticas, contudo, impediram que a máquina do BB fosse enxugada na ocasião.

Entre analistas, o movimento de reestruturação do BB é bem recebido sob a ótica de corte de custos, eficiência e governança corporativa. Um deles, na condição de anonimato, lamenta que esse passo ocorra somente após o banco ter perdido executivos de peso para a iniciativa privada.

No início do ano, o então vice-presidente de negócios de varejo do BB, Marcelo Labuto, renunciou ao cargo. Antes dele, Rogério Panca, de meios de pagamentos, e Alberto Monteiro, que chefiava a vice-presidência de relações com investidores, também saíram da instituição rumo ao Santander Brasil.

Neste ano, sob a gestão de Rubem Novaes, o BB fez um programa de demissão voluntária, chamado pelo banco de Programa de Adequação de Quadros (PAQ), com mais de 2,3 mil adesões. O objetivo era adequar o pessoal às necessidades do banco. Agora, a perspectiva é ir além. Procurado, o BB não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Exame

Após polêmico veto do presidente Bolsonaro, BB lança novo comercial

Publicado em: 21/08/2019

O Banco do Brasil lançou um novo comercial sobre como abrir uma conta pelo aplicativo de celular. É a primeira propaganda do banco após o veto do presidente Jair Bolsonaro à campanha inicial, em abril, quando ele afirmou que “a linha publicitária havia mudado” e pediu “respeito à família”. As informações são do UOL.

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O primeiro comercial ficou cerca de 15 dias no ar. A propaganda tinha uma personagem transexual, atores com tatuagens e cabelos coloridos. O banco, em abril, alegou “falta de diversidade de perfis de jovens brasileiros”.

A nova propaganda mostra mais de 50 jovens, quase todos usando roupas amarelas, a cor do banco. O Banco do Brasil tem, atualmente, 15% de seus clientes entre 20 e 30 anos e tenta se vender como digital.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

Bolsonaro retira BNDES e BB de comitê que liberou financiamento para Cuba

Publicado em: 03/07/2019

A partir de uma determinação do presidente da República Jair Bolsonaro, o BNDES e o Banco do Brasil foram retirados do comitê de decisão que aprovou os financiamentos de obras de empreiteiras brasileiras na Venezuela e em Cuba durante os governos do PT.

Conforme a Folha de S. Paulo, através de um decreto publicado no fim do mês de maio, o presidente modificou a composição do Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig). O órgão é o responsável por aprovar os parâmetros, incluindo juros subsidiados, prazos e garantias de financiamentos a exportadores.

Com a saída do BB e do BNDES, as instituições perderam o direito de indicar membros para o Cofig e frequentar as reuniões. Anteriormente eles eram os principais executores de programas governamentais de apoio à exportação, a exemplo do Programa de Financiamento à Exportação (Proex) e o Fundo de Garantia à Exportação (FGE).

Fonte: Bahia Notícias

Governo desiste de vender tudo e preserva mais 12 estatais

Publicado em: 18/06/2019

Antes com o discurso de vender tudo, a equipe econômica do governo Jair Bolsonaro reviu sua política para estatais e agora vai deixar de privatizar ao menos 12 empresas. O governo constatou as dificuldades ou a inviabilidade financeira de algumas delas. Em outros casos, o problema é a resistência nos ministérios, especialmente no caso das estatais ligadas à Defesa.

Além de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, o Ministério da Economia inseriu na lista de empresas que não serão vendidas 8 das 18 estatais que dependem de recursos do Tesouro para sobreviver. Entre elas, estão companhias do ramo militar como a Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa). Ligada à Marinha, desenvolve o submarino de propulsão nuclear. O projeto começou em 2012 e deveria ser concluído em 2025 –com o atraso, o término foi adiado para 2029.

Outra a ser mantida é a Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), criada em 2013. Também ligada à Marinha, gerencia pedidos de embarcações, reparos navais e comercializa bens no setor.

Permanecerá pública também a Indústria de Material Bélico do Brasil, que fabrica e vende produtos de defesa e segurança para clientes como Forças Armadas, polícias e clientes privados.

Contribuíram para a decisão nessa área as diferenças de visão entre militares e equipe econômica sobre as privatizações. As divergências começaram a aparecer já na época da transição de governo, no fim do ano passado.

Representantes do time do ministro da Economia, Paulo Guedes, já falavam que, por eles, seriam colocadas à venda todas as estatais —mas que representantes das Forças Armadas eram contrários.

A diferença já foi exposta por Guedes. “Os nossos militares olham para algumas delas [estatais] com carinho, como filhos, porque foram eles que as criaram. Mas eu digo ‘olha que seus filhos fugiram e hoje estão drogados'”, afirmou em evento sobre privatizações em fevereiro.

A resistência é observada também em outras pastas. Desde o começo do ano, representantes da equipe econômica têm feito reuniões com diferentes ministérios com o objetivo de checar a viabilidade das privatizações.

Encontram resistências dos titulares. Bolsonaro também já se posicionou de forma contrária à venda daquelas consideradas estratégicas para o país. Também será mantida a Embrapa (de pesquisa agropecuária), ligada à Agricultura. A interpretação é que companhias como essa geram um valor que não é apenas medido pelo lucro ou prejuízo.

Há um conjunto de outras empresas consideradas no governo importantes para executar ações ligadas a políticas públicas e que, por isso, serão mantidas neste momento. Estão nesse universo empresas ligadas a hospitais, como a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o Grupo Hospitalar Conceição. A CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, também segue estatal.

Procurada, a Secretaria de Desestatização e Desinvestimento informou em nota que a Constituição determina que a exploração direta de atividade econômica pelo Estado “só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo”. “Neste sentido, a manutenção de empresas estatais pela União só se dará se esses critérios forem observados”, afirma o texto.

Hoje, são 134 empresas estatais, sendo que as 18 dependentes do Tesouro demandam cerca de R$ 20 bilhões ao ano. O secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, defendeu ao tomar posse que estava desenvolvendo um programa com o objetivo de se desfazer de tudo. “Estamos apenas no pré-projeto de um programa para desestatizar tudo. O Estado não deve competir com a iniciativa privada”, disse.

Há três meses, Guedes deu declarações semelhantes ao dizer que, “no final, vai a [privatização da] Petrobras também, vai o Banco do Brasil”. “Tem que ir tudo”, defendeu.

A intenção do ministro é vender as empresas para reduzir o endividamento público. Hoje, o valor das estatais corresponde a 27% da dívida líquida do setor público. Em 2010, a relação chegava a 60%.

O governo ainda estuda o destino de outras empresas. É o caso dos Correios, que já teve a análise sobre a venda liberada por Bolsonaro.

Segundo representantes da equipe econômica, há diferentes compradores potencialmente interessados, principalmente pela capilaridade da companhia no território brasileiro.

Outras estatais podem ter um fim diferente da venda, como a EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Recentemente, o presidente da República afirmou em entrevista que ela será extinta.

Fonte: Folha de S.Paulo

Bolsonaro sobre privatizações: ”Na Caixa e no BB, não pretendo mexer”

Publicado em: 29/05/2019

Em café da manhã com jornalistas, nesta quinta-feira (23/5), o presidente Jair Bolsonaro mencionou que vem aí um programa de privatizações forte e em várias etapas. Citou que para os Correios, por exemplo, já há sinal verde. O secretário que comanda a área de privatizações no Ministério da Economia, Salim Mattar, está trabalhando ainda na área de refino da Petrobras, setor que o presidente espera que ajude a reduzir o preço do gás.

Mas há duas instituições que ele, pessoalmente, não pretende incluir nessa programação: Caixa Econômica e Banco do Brasil. “Não pretendo mexer”, disse. E previu: “Vai ter uma grita aí”. Vale lembrar que, nos Estados Unidos, o ministro Paulo Guedes havia mencionado a perspectiva de privatização do Banco do Brasil.

Coaf e relação com o Congresso

Em termos de organização de governo, o presidente tem esperanças em ver a Medida Provisória 870, que organizou o governo, aprovada até a semana que vem nas duas Casas e minimizou o fato de a Câmara ter devolvido o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério da Economia. “Foi um a um o jogo ontem, né? Faz parte, o Parlamento tem legitimidade para mudar”, disse ele, ressaltando a independência do Congresso. “Não temos base fixa. De acordo com o entendimento, votam de uma forma ou de outra. O Parlamento é um Poder independente, conforme está na Constituição”, disse ele.

O presidente ressaltou ainda que não se referiu especificamente aos congressistas quando mencionou, na segunda-feira, que o problema do país é a sua classe politica. “Foi um comentário geral. Estamos, nós, políticos, no poder desde que saiu o (presidente João Batista) Figueiredo. Um deputado não aguenta ouvir isso daí? Tá chateado? Eu me incluo no bolo”, afirmou.

Ele disse ainda que os 28 anos de parlamento deram uma ideia do que ele enfrentaria nessa relação. “Estamos mudando um paradigma”, disse, citando como exemplo o corte de um patrocínio de R$ 800 milhões da Petrobras a uma empresa de Fórmula 1. “Quando mexe, bota gente poderosa contra. Não sou o dono da verdade, mas procurarei mudar o Brasil. Então, o tiro vem. Poderia estar reeleito deputado federal, poderia estar no Senado ou aposentado. Mas estou feliz, tive a oportunidade de escolher os meus ministros. Agora, às vezes, é um parto sem respiração. Eu tenho engolido sapos até pela fosseta lacrimal”, disse o presidente.

Fonte: Estado de Minas

Bolsonaro erra: o BB não usa dinheiro público

Publicado em: 08/05/2019

Maílson da Nóbrega*

Ao contrário do que disse e tem reiterado o presidente Jair Bolsonaro, o Banco do Brasil não usa recursos públicos nem dos trabalhadores. Ele adota essa visão equivocada para justificar a interferência no BB ao suspender a veiculação de um comercial em que o banco buscava conquistar clientes entre os jovens. Como se sabe, essa ação presidencial é proibida pela lei das estatais.

Hoje, em sua conta no Twitter, o presidente voltou ao assunto, assinalando que “qualquer empresa privada tem liberdade para promover valores e ideologias que bem entendem. O público decide o que faz. O que não pode ser permitido é o uso do dinheiro dos trabalhadores para isso. Não é censura, é respeito com a população brasileira”.

Para exercer suas funções, o BB se vale essencialmente de recursos que capta nos mercados locais e internacionais, não recorrendo ao Tesouro para conceder crédito e exercer atividades correlatas. Nos casos em que é agente do governo para programas especiais, como os dedicados a produtores de baixa renda, a atividade pode também ser exercida por outras instituições financeiras, inclusive as privadas.

O BB não se encaixa, pois, na definição de “estatal dependente do Tesouro”, como é o caso de empresas públicas. Esse é, por exemplo, o caso da Embrapa, que por não ter fins lucrativos costuma ser financiada com recursos públicos.

*É economista e ex-ministro da Fazenda.

Fonte: Blog Veja

Bolsonaro pede que Banco do Brasil reduza juros do crédito rural

Publicado em: 01/05/2019

O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta segunda-feira (29) ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para que a instituição financeira ofereça juros mais baixos aos produtores rurais. Ele fez o pedido ao anunciar R$ 1 bilhão para o seguro rural, durante evento do setor agrícola, em Ribeirão Preto (SP).

“Eu apenas apelo, Rubem (Novaes), me permite fazer uma brincadeira aqui. Eu apenas apelo para o seu coração, para o seu patriotismo, para que esses juros, tendo em vista você parecer ser um cristão de verdade, caiam um pouquinho mais. Tenho certeza de que as nossas orações tocarão seu coração”, disse Bolsonaro.

As ações do Banco do Brasil fecharam com leve alta de 0,04%. Os papéis da companhia chegaram a operar em queda após a fala do Bolsonaro.

Outras promessas a ruralistas

Jair Bolsonaro disse aos ruralistas que se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e que o parlamentar prometeu colocar em votação um projeto que permitirá que produtores rurais tenham direito à posse de arma de fogo em “todo o perímetro” da propriedade.

O presidente também anunciou na Agrishow que vai enviar ao Congresso Nacional um projeto que prevê o “excludente de ilicitude” para dar “segurança jurídica” a proprietários rurais. De acordo com Bolsonaro, donos de terra que ferirem alguém em defesa própria ou da propriedade responderão pelo ato, mas não serão punidos.

Ele voltou a defender uma “segurança jurídica no campo”, ao declarar que “a propriedade privada é sagrada e ponto final”. Segundo Bolsonaro, a reforma agrária não terá “viés ideológico” no governo dele. “Nessa segurança jurídica, a questão da reforma agrária sem viés ideológico e que comece em cima de lotes ociosos e que haja acordo de conciliação em áreas judicializadas”, prometeu.

Meio ambiente

O presidente afirmou que negociou com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, “uma limpa” no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os dois órgãos são vinculados ao Ministério do Meio Ambiente e dividem o trabalho de fiscalização e preservação ambiental.

Nos últimos meses, Ricardo Salles vem promovendo mudanças nos dois institutos e considera fundi-los. As mudanças levaram a quatro pedidos de demissão de gestores do ICMBio, entre os quais o então presidente do órgão, Adalberto Eberhard.

Crédito para máquinas agrícolas

No mesmo evento, a ministra da Agricultura anunciou nesta segunda-feira que o governo federal vai disponibilizar um adicional de R$ 500 milhões para a linha de financiamento de máquinas agrícolas Moderfrota. O montante vale ainda para o Plano Safra 2018/19, que termina em junho.

“Depois de muita conversa, cálculos, contas, conseguimos rapar o tacho do Plano Safra que termina em junho, mais R$ 500 milhões para o Moderforta. É pouco, mas já tínhamos realocado R$ 1 bilhão. Os produtores gastaram o dinheiro todo antes do tempo”, disse Tereza na abertura do evento.

Tereza Cristina afirmou ainda que os detalhes do próximo Plano Safra (2019/20), válido a partir de julho, serão divulgados em 12 de junho “com surpresas agradáveis”.

Fonte: G1

Comentário de Bolsonaro tem efeito limitado em BB; bancos perdem força

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As ações do Banco do Brasil tiveram uma reação limitada aos comentários do presidente Jair Bolsonaro a respeito do nível de juros praticado pela instituição. Os papéis do banco acompanham a perda de força que se viu não só em todo o setor bancário, como também em outras “blue chips”, caso de Petrobras e Vale.

Às 14h35, Banco do Brasil ON oscilava perto da estabilidade, em leve queda de 0,06%, enquanto Bradesco ON caía 0,23%; Bradesco PN cedia 1,06%. A ação do Itaú Unibanco recuava 0,53%.

A Petrobras ON operava em alta de 0,30% e a PN avançava 0,77%, perdendo substancial força em relação à abertura, quando os dois papéis chegaram a subir 1,3%. Mesma dinâmica se viu em Vale, que tem leve ganho de 0,06% nesta tarde.

Bolsonaro esteve presente na abertura da Agrishow, maior feira de agropecuária do país, em Ribeirão Preto (SP), onde anunciou que o Banco do Brasil vai ofertar R$ 1 bilhão em crédito rural ainda nesta safra.

“Vocês do campo precisam de ajuda, alguns setores. Não apenas que o Estado não atrapalhe, precisa de ajuda. Agradeço aqui o prezado Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, que traz R$ 1 bilhão para investir nessa área. Eu apenas apelo, Rubem – me permite fazer uma brincadeira aqui – eu apenas apelo, para o seu coração, o seu patriotismo, para que esses juros – tendo em vista você parecer um cristão de verdade – caiam um pouquinho mais. Tenho certeza que nossas orações tocarão seu coração. “, afirmou Bolsonaro à plateia.

O comentário não é bem visto na lógica liberal e pró-mercado esperada do governo Bolsonaro, na opinião de gestores, mas não chega a representar um nível de ingerência como se viu na Petrobras. No episódio envolvendo a estatal de petróleo, Bolsonaro telefonou para o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, e recomendou que o aumento do preço do diesel não fosse aplicado.

“É um barulho que se cria, mas não é como se ele tivesse dito para o BB cortar o juro, como se viu no passado, em outras gestões. O papel acompanha hoje o fluxo que se vê em outros ativos”, afirma um gestor de um grande fundo paulista, que prefere não ser identificado.

A perda de força do Ibovespa veio com o movimento das “blue chips”, que absorveram o desempenho positivo da manhã. O mercado opera com poucos catalisadores à sua disposição, em uma semana marcada pelo feriado de 1º de maio, que congela os trabalhos pela reforma da Previdência no Congresso — principal evento para o mercado neste momento.

Fonte: Valor Econômico

Ações do Banco do Brasil caem após Bolsonaro pedir queda de juro

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As ações do Banco do Brasil caíram nesta segunda-feira (29) depois de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fazer um apelo público para que a instituição reduza os juros para o setor agropecuário. Bolsonaro fez o pedido ao presidente da estatal, Rubem Novaes, durante a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), feira do setor agropecuário realizada em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

A fala foi precedida de uma afirmação do presidente de que o homem do campo “precisa de ajuda dos administradores, não apenas que o Estado atrapalhe”. “Agradeço aqui, o nosso prezado Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, que traz R$ 1 bilhão para investir nessa área. Eu apenas apelo, me deixe fazer uma brincadeira aqui, apenas apelo para o seu coração, para o seu patriotismo, para que esses juros, tendo em vista você parecer um cristão de verdade, caiam um pouquinho mais”, disse o presidente, que foi aplaudido pelos ruralistas presentes à Arena do Conhecimento, espaço da Agrishow que sediou a abertura da feira agrícola.

Em seguida, Bolsonaro afirmou ter certeza “que as nossas orações tocarão seu coração”, referindo-se a Novaes.

Com a fala sobre juro, as ações da companhia, que registravam alta nesta manhã, caíram cerca de 1%. Às 12h39, os papéis recuavam 0,70%, a R$ 49. Na manhã desta segunda, as ações chegaram a R$ 50,30. Por volta das 14h, as ações subiam novamente, a R$ 49,56.

Na semana passada, Bolsonaro já havia intercedido na instituição com o veto à propaganda da empresa votada ao público jovem. Para analistas do mercado, a intervenção não trouxe impactos imediatos para o banco.

Em discurso na cerimônia de abertura da Agrishow, Bolsonaro também afirmou que seu governo está fazendo estudos para conceder e privatizar portos e defendeu que a propriedade privada é sagrada.

Além do R$ 1 bilhão citado por Bolsonaro, outros bancos, como Bradesco e Santander, preveem crescimento de até 20% nos financiamentos até sexta-feira (3). No total, a Agrishow projeta fechar R$ 3 bilhões em intenções de negócios, acima dos R$ 2,7 bilhões da edição do ano passado.

Fonte: Jornal do Brasil

Bolsonaro veta campanha do BB e diretor de marketing deixa cargo

Publicado em: 26/04/2019

O Banco do Brasil retirou do ar na quinta-feira (25) uma campanha publicitária. A ação teria sido exigida pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo o colunista Lauro Jardim, do “O Globo”. Após a remoção da campanha das mídias foi anunciada a saída do diretor de marketing do Banco do Brasil. Delano Valentim não será demitido da instituição, contudo, não continuará no comando do departamento de marketing do banco. Ele está de férias e será realocado quando voltar.

“O presidente Bolsonaro e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. A saída do diretor é uma decisão de consenso, inclusive com aceitação do próprio”, disse o presidente do banco, Rubem Novaes ao colunista. O vídeo A campanha lançada pelo BB tinha a diversidade como pauta e os jovens como público-alvo. No vídeo de 30 segundos, aparecem mulheres e homens negros, pessoas com cabelos coloridos e diferentes cortes, jovens e idosos.

As personagens aparecem realizando as ações faladas pelo narrador do vídeo. As pessoas estão em festas, salão de beleza e na rua. A instituição alega que o motivo da retirada da campanha do ar foi a faltar de outros perfis de jovens. O BB tem buscado atingir este público. Saiba Mais: Banco do Brasil vai vender participação da Neoenergia Segundo o “O Globo”, Rubem Novaes admitiu que Bolsonaro não gostou da campanha e pediu a retirada do ar. Contudo, o presidente do banco não detalhou os motivos que o chefe do Executivo alegou para fazer o pedido.

Rubem Novaes não viu a campanha publicitária do Banco do Brasil antes de ser veiculada nas mídias. Não está dentro das atribuições do presidente a coordenação das peças de marketing da instituição.

Fonte: Suno Research

Após Bolsonaro criticar, presidente do BB diz que curso sobre assédio fomenta guerra cultural

Publicado em: 10/03/2019

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu as críticas que o presidente Jair Bolsonaro fez à exigência de cursos de ética, diversidade e contra assédio sexual para que funcionários do BB sejam promovidos . Novaes disse que conceitos como diversidade foram capturados pela esquerda radical para fins políticos e ideológicos a fim de fomentar uma “guerra cultural” que cria rivalidade entre negros e brancos, pobres e ricos, mulheres e homens, homossexuais e heterossexuais e até entre bandidos e “respeitadores da lei e da ordem”.

“A “guerra cultural” foi um tema sobejamente coberto na campanha presidencial e o povo manifestou nas urnas sua inconformidade com a utilização de conceitos politicamente corretos para fins negativos e inconfessáveis”, afirmou Novaes, em e-mail encaminhado ao GLOBO.

Na edição deste sábado, o jornal publicou as críticas feitas pelo presidente por causa de um edital para assistente técnico da Previ, o fundo de pensão do BB. Nos processos de seleção interna do banco, cursos de caráter ético são uma exigência para que o funcionário evolua profissionalmente. O GLOBO teve acesso ao curso e divulgou o seu conteúdo, que esclarece, por exemplo, o que é equidade de gênero. Temas como prevenção de violência contra a mulher e assédio sexual no trabalho também são abordados.

Novaes afirmou que o presidente chamou sua atenção sobre o assunto. O presidente do BB disse que deu inteira razão a Bolsonaro e argumentou ao GLOBO que a questão não pode ser vista sem a devida atenção para o quadro político mais amplo.

“A verdade é que conceitos nobres, como o da diversidade, foram capturados com fins político ideológicos, pela esquerda mais radical, para fomentar o que chamam de “guerra cultural”, onde negros e índios se oporiam a brancos, pobres se oporiam a ricos, mulheres se oporiam a homens, homossexuais se oporiam a heterossexuais e até bandidos se oporiam a respeitadores da lei e da ordem”, disse Rubem Novaes, que completou em sua mensagem:

“Foi dentro deste contexto que entendi o alerta do presidente, dando-lhe inteira razão”.

Críticas do presidente

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) causou polêmica em sua rede social ao criticar o curso obrigatório do Banco do Brasil sobre diversidade e de prevenção e combate ao assédio moral e sexual na instituição. A crítica de Bolsonaro foi publicada na última quinta-feira (7), véspera do Dia Internacional da Mulher, e causou repercussão negativa.

O presidente disse que ordenou à cúpula do banco para que a formação seja retirada da instituição. Ele também aconselhou que as pessoas que concorrem a cargos no banco, procurem a Justiça.

Para Bolsonaro, as questões relacionadas a assédio moral e sexual, além de diversidade, deveriam ser tratadas na área da educação.

“Olha só o nível de aparelhamento que existe no Brasil. Isso aqui é processo de educação. Não precisa fazer curso nesse sentido. Nos futuros editais, não teremos mais essa obrigatoriedade. Um conselho que dou a vocês é: se, porventura, alguém que for aprovado no concurso e for exigido esse diploma, você pode entrar na Justiça, que tu vai ganhar. Se bem que vou tentar junto ao Banco do Brasil ainda para que se evite isso”, disse em live realizada no Facebook.

Bolsonaro se confundiu ao fazer a crítica, pois o curso não faz parte do concurso público para trabalhar na instituição. Na verdade, a formação faz parte de um processo interno de formação e promoção de funcionários.

Os cursos são online e cada formação conta como pontos, que classificam os funcionários para promoções futuras que surgem dentro do banco. A exigência da instituição é que um conjunto de aulas que trata de ética, respeito no trabalho, fim do preconceito e combate ao assédio seja realizado.

Fonte: Jornal O Globo

Bancada nordestina pede que Bolsonaro não privatize Banco do Nordeste

Publicado em: 27/02/2019

O líder da bancada do Nordeste na Câmara, deputado Júlio César (PSD-PI), encontrou-se com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), na manhã desta segunda-feira (25/2). Segundo ele, foi feito um “apelo” para que a equipe econômica não privatize o Banco do Nordeste.

“Pedimos para que a ideia de privatizar o Banco do Nordeste ou fundir com outro banco seja afastada”, enfatizou. Para o líder, a instituição é “o órgão do Nordeste que mais tem contribuído para seu crescimento”. O deputado lembrou que, apesar de a região ter 27,5% da população brasileira, “o Nordeste tem menos da metade do PIB [médio] e Renda per capita [média] do Brasil”.

Segundo o parlamentar, além da instituição financeira, a conversa girou em torno de políticas para “diminuir a diferença entre ricos e pobres no país” e sobre “os problemas dos encargos e lucros dos cinco maiores bancos do país”, que são o Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú e Santander.

“Eles ganham entre 20 e 30 bilhões de reais sem aplicar 1 centavo”, criticouJúlio Cesar, ao comentar que essas instituições controlam 82% do mercado. Ele destacou que existem 124 bancos nacionais.

O deputado pediu que Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, “estudem” os tributos sobre Lucro Líquido e Imposto de Renda para poder diminuir a desigualdade social no Brasil, convidando-os para participarem diretamente das discussão na bancada. Sobre a resposta de Bolsonaro, Júlio César disse que o presidente vai “estudar sobre o assunto”.

Fonte: Portal TNH1

Banco do Brasil vira ação preferida de investidor com Bolsonaro

Publicado em: 10/01/2019

A ascensão de Jair Bolsonaro à presidência tornou o Banco do Brasil favorito entre os investidores que esperam lucrar com a nova administração. Maior banco estatal do país em ativos, o papel caiu no gosto de gestores e de analistas que apostam que melhorias de gestão e vendas de ativos podem aproximar os múltiplos do banco de seus pares não estatais. Outra vantagem é que, diferentemente da Petrobras, o banco não é dependente de preços de commodities.

Enquanto o governo já disse que o BB não será privatizado, o novo presidente da instituição financeira Rubem Novaes mencionou que venderia ativos não “core” e possivelmente buscará parceiros para algumas das “jóias da coroa” da instituição. No passado, quando o banco precisava levantar capital, ele se desmembrou e vendeu parte de seus negócios de seguros e de cartão de crédito. “As privatizações seriam a cereja do bolo, mas não são necessárias para uma valorização nas empresas estatais”, disse João Braga, co-diretor de ações da XP Asset Management.

O otimismo é generalizado entre analistas de buyside e de sellside. Felipe Guerra, um dos sócios fundadores da Legacy Capital Gestão de Investimentos, disse que as vendas de ativos podem “desbloquear valor oculto” e fazer o banco subir mais que os rivais. Os analistas do Morgan Stanley citaram razões semelhantes na inclusão do banco como uma das 10 principais escolhas na América Latina, enquanto uma pesquisa do Bank of America Merrill Lynch com gestores de fundos mostrou que as apostas mais “concorridas” na região eram montar posição “comprada no setor financeiro do Brasil” e “comprada em empresas estatais brasileiras ” – com o Banco do Brasil se encaixando nas duas.

O Banco do Brasil já avançou para se tornar mais eficiente nos últimos dois anos. A rentabilidade aumentou para mais que o dobro do que foi quando Michel Temer assumiu o cargo de presidente em 2016, com o banco implementando um programa de demissão voluntária, recuando no crédito corporativo e dando um impulso a seus negócios geradores de tarifas.

Nem todos os analistas estão convencidos de que vender ativos é uma coisa boa. Os analistas do Citigroup Jörg Friedemann e Gabriel Nobrega rebaixaram o banco para neutro no mês passado, dizendo que os desinvestimentos podem prejudicar a rentabilidade. Eles observam que, depois que o banco vendeu uma participação na BB Seguridade, nunca retornou aos níveis de seus pares não estatais.

Fonte: Portal Uol

Equipe de transição do Bolsonaro descobre rombo gigantesco no banco do Brasil

Publicado em: 13/12/2018

A equipe de transição de bolsonaro descobriu afiliados políticos em cargos de bancos federais, como Banco do Brasil, com salários que chegam a mais de R$ 61 mil, gerando somente no Banco do Brasil um rombo mensal de quase 29 milhões.

“Nos governos do PT, o Banco do Brasil passou por uma ampliação de sua estrutura de comando. Além de nove vice-presidentes (salário de R$ 61,5 mil cada) e 27 diretores (R$ 47,7 mil), a instituição criou 11 cargos de gerente-geral (R$ 47,7 mil) – a ampliação de diretorias para abrigar funcionários sintonizados com os partidos de sustentação do governo exigiria uma complexa mudança estatutária. As remunerações estão acima do teto do funcionalismo público de R$ 33,7 mil.

Os cargos de gerente-geral e diretor podem indicar, em média, quatro gerentes executivos, função com salário de R$ 36,3 mil. O gerente executivo indica em média quatro gerentes de soluções, com remuneração de R$ 24 mil cada. Todos os cargos descritos recebem ainda, a cada seis meses, entre dois e três salários por Participação nos Lucros e Resultados, o PLR. Assim, a folha mensal de pagamento de salário dos 1.048 ocupantes de cargos executivos do banco tem um gasto total de R$ 28, 9 milhões”.

Fonte: Coluna Extra

Presidente Jair Bolsonaro fala em cortar 30% dos cargos em bancos federais

Publicado em: 22/11/2018

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta terça-feira, 13, que pretende cortar “no mínimo” 30% dos cargos políticos nos bancos federais. Em conversa com jornalistas no Superior Tribunal Militar (STM), ele confirmou reportagem publicada pelo Estado que sua equipe prepara um “pente-fino” para mapear indicações partidárias no Banco do Brasil (BB), no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Banco do Nordeste (BNB) e no Banco da Amazônia (BASA). “Pretendemos diminuir (o número de cargos) e colocar gente comprometida com outros valores lá dentro”, afirmou.

Ao ser quesionato sobre o “cabide” de empregos nos bancos federais e autarquias, Bolsonaro afirmou que a equipe do economista Paulo Guedes, escalado para o ministério da Economia, irá “rever” as estruturas das instituições. “Vamos diminuir isso aí”, ressaltou. O presidente eleito disse “concordar” que há um “exagero” no número de comissionados e citou ainda o quadro de funcionários dos ministérios.

Bolsonaro destacou que as mudanças nos bancos estatais e as nomeações de presidentes, incluindo a do Banco Central, estão sendo analisadas por Paulo Guedes. Até agora, o futuro ministro da Economia informou que Joaquim Levy, ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, comandará o BNDES. “É da minha índole confiar nas pessoas”, disse Bolsonaro, referindo-se a Guedes. “Essa é a política econômica do Paulo Guedes. Ele tem ascendência”, completou. “O Brasil está numa situação crítica e está nas mãos dele tirar (o País) dessa situação.”

A reportagem do Estado mostrou que na Caixa Econômica os 12 vice-presidentes recebem salário mensal superior a R$ 50 mil, fora gratificações. As remunerações estão acima do teto do funcionalismo público de R$ 33,7 mil.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o governo Michel Temer entregará a Paulo Guedes a lista de indicados a cargos de “livre provimento” com datas de nomeações. A meta da equipe do futuro ministro da Economia é demitir não concursados e trocar funcionários de carreira indicados especialmente pelo MDB e pelo PT. Na avaliação de Guedes o BB passou por uma ampliação de sua estrutura de comando.

A equipe de Bolsonaro já prepara relatórios sobre quem é quem em cargos com salários entre R$ 30 mil e R$ 60 mil. O presidente eleito quer saber quem ocupa os lugares apenas por indicação política e promover uma ampla reestruturação no comando dos bancos estatais.

Banco do Brasil na mira

Apadrinhados políticos chegam a ocupar cargos com salário de até R$ 61,5 mil no BB. O grupo de funcionários que prepara um relatório sobre a situação do banco para apresentar à equipe de Bolsonaro está mirando especialmente executivos de carreira da instituição que foram nomeados durante os governos petistas.

Durante os 14 anos de governo do PT, o Banco do Brasil passou por uma ampliação de sua estrutura de comando. Além de nove vice-presidentes (salário de R$ 61,5 mil cada) e 27 diretores (R$ 47,7 mil), a instituição criou 11 cargos de gerente-geral (R$ 47,7 mil). A ampliação de diretorias para abrigar funcionários sintonizados com os partidos de sustentação do governo exigiria uma complexa mudança estatutária com remunerações acima do teto do funcionalismo público de R$ 33,7 mil. A folha de pagamento mensal de cargos executivos do banco representa um gasto total de R$ 28, 9 milhões.

Fonte: Estadão com Portal Último Segundo

Eleição de Bolsonaro aumenta otimismo de bancos com Brasil

Publicado em: 12/11/2018

A vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais do Brasil foi o gatilho para um enorme rali nos mercados financeiros. O entusiasmo também está tomando conta dos executivos de bancos, que vêem uma bonança à frente se o presidente eleito fizer o que é necessário para consertar a economia.

Apenas dois anos depois de reduzir drasticamente sua presença no Brasil, o HSBC Holdings está acelerando as discussões sobre a volta aos mercados locais com a criação de um banco corporativo e de investimentos completo, segundo uma pessoa familiarizada com os planos. O Citigroup está preparado para aumentar contratações diante da expectativa de mais negócios com os US$ 176 bilhões em investimentos em infraestrutura que espera para os próximos cinco anos. O Itaú Unibanco, o maior banco da América Latina em valor de mercado, disse que pode aumentar seu apetite ao risco devido à melhoria das perspectivas econômicas.

Bolsonaro, um capitão da reserva do Exército e legislador pouco conhecido, provocou um surto de otimismo depois de fazer uma campanha baseada em promessas de disciplina fiscal, eficiência do governo e repressão ao crime. Os banqueiros dizem que a promessa de promover uma reforma na Previdência mostra seu compromisso em fazer o que é necessário para o Brasil recuperar a credibilidade entre os investidores locais e internacionais.

“Foi um clamor por mudanças na liderança do país e temos grandes expectativas com as modificações que precisam ser feitas”, disse Marcelo Marangon, presidente do Citigroup no Brasil. “Todo banco internacional está analisando” oportunidades de crescimento.

Até agora, a volta ao crescimento dos bancos esteve mais perto de um gotejamento do que de uma inundação, mas há sinais de que, após anos de cortes, Wall Street está testando as águas para um retorno significativo.

É uma reviravolta com relação ao passado recente, quando a pior recessão na história do Brasil e um escândalo de corrupção nacional levou à fuga de muitos bancos e muitos investidores quando o país perdeu o grau de investimento, as ações despencaram e o real atingiu uma baixa recorde. O HSBC anunciou planos em 2015 para vender todo o seu negócio no Brasil para o rival local Bradesco por US$ 5,2 bilhões. No ano seguinte, o Deutsche Bank reduziu pela metade o número de funcionários locais e o Citigroup passou a vender seus negócios de varejo como parte dos esforços globais para cortar custos.

Muitos desses bancos com planos de crescimento no Brasil já haviam começado a ficar mais otimistas com o país anteriormente, mas o resultado da eleição deu a eles um novo impulso de confiança. Os executivos estão animados com a agenda pró-mercado do presidente eleito, que, segundo alguns deles, pode ajudar a estimular o crescimento e impulsionar os negócios. O time de Bolsonaro está avaliando proposta para conceder autonomia formal ao Banco Central, revisar as leis tributárias e reduzir regulamentações.

Obviamente, os objetivos de Bolsonaro são ambiciosos e não há garantias de sucesso. O novo presidente tem uma alta taxa de rejeição – quase metade dos brasileiros não o suporta – em parte por causa de seu histórico de comentários depreciativos sobre negros, comunidades indígenas, mulheres e gays. Mas ele trouxe conforto aos investidores dizendo que nomeará Paulo Guedes, mestre pela Universidade de Chicago, como um super-ministro encarregado da economia e também com afirmações tranquilizadoras sobre a necessidade de disciplina fiscal.

O presidente global do Citigroup, Michael Corbat, visitou o Brasil na semana anterior à eleição para se reunir com os clientes, em um aceno ao compromisso do banco com o país, de acordo com um porta-voz da empresa.

O banco tem investido em seu negócio de atacado para poder aproveitar qualquer aumento em financiamento de projetos, fusões e aquisições e ofertas no mercado de capitais, disse o presidente no Brasil, Marcelo Marangon. O Citigroup planeja aumentar o número de funcionários em seus negócios de infraestrutura, corretagem e middle-market, disse ele.

“Podemos precisar elevar os investimentos apenas para lidar com o fluxo de transações”, disse Marangon. “Estamos em uma posição única para continuar a crescer nosso core business no Brasil de forma a manter ou até mesmo aumentar a relevância do Brasil no Citi globalmente.”

Jamie Dimon, presidente global do JPMorgan Chase, viajará a São Paulo para uma reunião com clientes em 27 de novembro, como parte de uma viagem mais ampla a outros países da América Latina, incluindo Argentina e Chile, segundo uma pessoa familiarizada com sua agenda. Dimon fez uma visita semelhante no ano passado, mas desta vez terá a chance de se conectar com clientes com uma visão mais firme sobre as perspectivas do país, agora que as incertezas eleitorais já passaram.

O presidente do JPMorgan no Brasil, José Berenguer, disse no mês passado que estava otimista com o país, em parte porque a eleição de Bolsonaro pode significar mais concessões públicas e parcerias público-privadas.

Os executivos do HSBC, por sua vez, têm considerado uma maior presença no mercado de banco de investimento e corporativo no Brasil, uma vez que o acordo de não-competição com o Bradesco acaba após o final deste ano, segundo pessoas a par do assunto. A possibilidade de um retorno estava na mesa antes da eleição, mas uma perspectiva positiva após a vitória de Bolsonaro fornece outro motivo para expansão, disse uma das pessoas. O banco afirmou em 2015 que planeja manter uma “presença bancária modesta” no país e atualmente emprega cerca de 50 pessoas. Um porta-voz do HSBC preferiu não comentar.

Os bancos locais também estão considerando ajustes em suas estratégias. O Itaú pode começar a fazer empréstimos para empresas e indivíduos de maior risco de crédito, já que uma economia robusta aumentará as chances de ser pago de volta, de acordo com o presidente Candido Bracher.

“Estou muito impressionado com as primeiras coisas que estamos ouvindo” do novo governo, disse Bracher em teleconferência com investidores.

Ainda assim, Bolsonaro precisará afirmar constantemente seu compromisso de endireitar a economia, e, quando ele tomar posse, os investidores vão querer ver ações o mais rápido possível.

“Se formos capazes de ver as medidas sendo tomadas na direção certa sobre a reforma previdenciária, a tributária e a política, isso trará muita confiança”, disse Marangon. | Michelle F. Davis, Felipe Marques e Cristiane Lucchesi/Bloomberg.

Fonte: Fator Brasil

Bolsonaro e Haddad defendem manter bancos oficiais e estatais estratégicas

Publicado em: 17/10/2018

De campos ideológicos distintos, os dois dizem que não privatizarão Banco do Brasil e CEF; venda da Petrobras e Eletrobras divide equipe do candidato do PSL
Um é de direita, o outro é de esquerda. Um tem o apoio explícito do mercado, do empresariado e de especialistas e eleitores defensores da agenda liberal. O outro leva temor a setores financeiros, acha que o estado deve ter um papel estratégico no desenvolvimento do país e torce o nariz para a agenda neoliberal.

Mas em algumas coisas os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) concordam. Uma delas é que os bancos oficiais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal continuarão sendo estatais em seus eventuais governos.

Haddad ainda vai mais longe: diz que não privatizará outras empresas que considera importantes para o governo, como a Petrobras, a Eletrobras, os Correios e a Embrapa. “São estatais estratégicas”, afirmou em entrevista à rádio CBN na quinta-feira, 11.

Bolsonaro não rejeita totalmente a privatização da Petrobras, mas já disse claramente que não pretende vendê-la por completo à iniciativa privada – admite a possibilidade de negociar subsidiárias e distribuidoras, mas defende manter com o governo o “miolo” da estatal.

Em transmissão ao vivo no Facebook nesta sexta-feira, 12, ele voltou a defender a não privatização de estatais estratégicas e citou Banco do Brasil, Caixa Econômica e Furnas entre os exemplos de empresas que não planeja ceder à iniciativa privada. “Temos 150 estatais. No primeiro ano, vamos mandar para o espaço umas 50 que foram criadas pelo PT. Para outras 50, vai ter que ter critério, um modelo com responsabilidade, talvez uma golden share (ações com direito a veto),”, disse Bolsonaro. “O que for estratégico não pode privatizar.”

Na quarta-feira, 10, o mercado financeiro reagiu mal a comentários do candidato do PSL sobre as estatais “estratégicas”, cuja manutenção vai na direção oposta à da cartilha liberal de seu guru econômico, Paulo Guedes. A empresa mais afetada foi a Eletrobras, após o candidato ter dito na noite anterior, em entrevista à Band, que ela não seria privatizada. As ações da empresa caíram 9,25% na Bolsa de Valores de São Paulo – também perderam valor os papéis de outras estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, o que fez com que o Ibovespa recuasse 2,8% ao final do dia.

Nesta sexta-feira, Paulo Guedes afirmou que é favorável à continuidade do processo de venda de distribuidoras da Eletrobras e de parte da área de geração da elétrica. “Na distribuição sim (sou a favor de privatizar), na transmissão isso é muito difícil, mas na geração há casos que sim, outros que não. Há muitos casos de geração privada forte”, disse.

A jornalistas, Guedes avaliou que, ao longo dos últimos anos, a Eletrobras perdeu a capacidade de investir e a venda de ativos pode ajudar na solução do problema. “Com a redemocratização, é natural que os recursos sejam exigidos para a área social, como saúde, educação e segurança pública. A essência do programa econômico é continuar essa transformação de um estado que perdeu capacidade de investir e foi aparelhado e com corrupção”, disse.

No caso das distribuidoras, o atual governo já privatizou quase todas as companhias da Eletrobras, com exceção da unidade no Amazonas, cujo leilão está previsto para 25 de outubro, e a de Alagoas, uma operação suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Apesar das discordâncias, Bolsonaro, durante a transmissão ao vivo no Facebook, negou problemas com seu futuro ministro da Fazenda. “Não estou batendo de frente com Paulo Guedes de jeito nenhum. Concordo com 90% do que ele diz e ele concorda 90% do nosso lado. Está bem encaminhado esse casamento.”

Segundo ele, apesar das restrições que coloca à venda de algumas estatais, ele disse que seu governo vai ter “um grande plano de privatização”. “E pode ter certeza que o mercado não vai se decepcionar conosco não”, acrescentou.

Campo de batalha

A Petrobras está emergindo como um campo de batalha entre defensores do livre mercado e estatistas dentro da equipe de Bolsonaro, o que traz dúvidas sobre o futuro da empresa mais endividada do mundo – 74 bilhões de reais.

Guedes, que só se juntou à campanha neste ano, disse que defende uma privatização na petroleira, mas entre os conselheiros de Bolsonaro há incertezas sobre o futuro de suas próprias políticas. Um membro sênior da equipe, que falou na condição de anonimato devido à sensibilidade das questões, disse que pediu que a Petrobras seja dividida em quatro empresas e que três delas sejam vendidas.

Bolsonaro, pressionado por um quadro cada vez mais vocal de generais militares que estão surgindo como um contrapeso a Guedes, descreve a Petrobras como um ativo estratégico, embora tenha expressado amplas visões sobre a empresa nos últimos meses. O “miolo dela tem de ser conservado”, disse ele na entrevista à Band. “A questão do refino, refinarias, acho que você pode avançar gradualmente em direção às privatizações.”

Como deputado federal, o capitão reformado do Exército votou repetidamente para preservar o monopólio único da Petrobras sobre exploração e produção. Um de seus principais consultores em questões de infraestrutura e energia, o general Oswaldo de Jesus Ferreira, cotado para ministro dos Transportes de Bolsonaro, descreveu a empresa como um ativo estratégico que deve permanecer nas mãos do estado.

Fonte: Veja.com