Bancos vão oferecer crédito pessoal como alternativa ao cheque especial

Publicado em: 05/07/2018

As instituições financeiras vão passar a ofertar uma opção de crédito mais barata para o consumidor que gastar acima de 15% do limite da sua conta corrente por pelo menos 30 dias seguidos, além de tornarem mais clara a informação de quanto, de fato, o cliente tem na conta e qual é o limite de crédito ofertado.Isso porque, a partir desta semana, começam a valer novas regras para o cheque especial, lançadas com o objetivo de reduzir os juros dessa que é atualmente a modalidade de crédito mais cara do sistema financeiro brasileiro.

Na média, os juros do cheque especial foram de 311,9% ao ano em maio – as mais altas taxas cobradas pelos bancos às pessoas físicas, segundo relatório divulgado pelo Banco Central (BC). Para efeito de comparação, a taxa média de juros no crédito livre, que deve ser o principal produto a substituir o limite da conta, ficou em 39,2% ao ano no mesmo mês, considerando todas as modalidades.

Dessa forma, uma dívida de R$ 1 mil, contraída no cheque especial, sobe para R$ 4.119,11 depois de 12 meses. Com a migração para um modelo de crédito pessoal, que não utilize recursos da poupança e do BNDES, essa dívida, após o mesmo período, ficaria em R$ 1.392,07, de acordo com cálculos da economista e planejadora financeira Paula Sauer, da instituição Planejar.Caixa Econômica Federal, Santander e Banco do Brasil informam que não lançarão linhas específicas de crédito para substituir o cheque especial.

Esses bancos vão trabalhar com as opções que já são ofertadas hoje e a taxa a ser cobrada em substituição ao cheque especial vai depender do relacionamento que o correntista tiver com a instituição e do seu perfil e histórico de crédito. Bradesco e Itaú ainda não se pronunciaram sobre como as mudanças serão implementadas para seus clientes.

Segundo especialistas em finanças pessoais, a tendência é que as opções oferecidas pelos bancos sejam mais vantajosas para o cliente do que permanecer no uso do limite. As ofertas chegarão por contato telefônico, mensagem de SMS ou e-mail. E o endividado não vai ser obrigado a aceitar a nova opção de crédito. Se ele recusar a oferta, não poderá ser penalizado pela instituição.

A nova regra se aplica somente a dívidas superiores a R$ 200. A oferta das opções mais vantajosas para pagamento do cheque especial deve ocorrer em até cinco dias úteis após os bancos constatarem que a dívida do cliente se enquadra nessa categoria.Caso o consumidor não contrate uma dessas alternativas oferecidas pelos bancos, as instituições terão de reiterar as ofertas a cada 30 dias.

Se ele optar por parcelar a dívida do cheque especial, os bancos terão a alternativa de manter ou não o limite de crédito dessa modalidade para o correntista.Isso é o contrário do que acontece com as dívidas do cartão de crédito, por exemplo. Nesse caso, o consumidor que não se manifestar após receber o aviso do banco é incluído automaticamente na lista de devedores.

A nova regra dos bancos tende a alongar o tempo em que o consumidor permanece endividado, na avaliação do especialista em crédito e professor da Saint Paul, Mauricio Godoi. “A inadimplência do cheque especial deve ser reduzida imediatamente, mas o grau de endividamento das famílias tende a permanecer o mesmo. (Com essa medida), a inadimplência de curtíssimo prazo é pulverizada em outras de prazo maior.”Em um primeiro momento, essa alternativa pode ser benéfica para o devedor, por reduzir o comprometimento mensal do seu orçamento, pontua Godoi.

Mas, na prática, especialistas afirmam que essa conta não é assim tão simples de ser feita.”O cheque especial não pode ser visto separadamente pelo mercado Quando um cliente entra no cheque especial, quer dizer que outras opções já ficaram pelo caminho”, analisa o diretor de crédito e recuperação para pessoas físicas do banco Santander, Cassio Schmitt.

Fonte: O Dia

Bancos repetem estratégia e anunciam queda dos juros após redução da Selic

Publicado em: 01/06/2017

Os bancos repetiram a estratégia adotada nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e anunciaram a redução das taxas de juros minutos após o órgão comunicar uma nova redução da taxa básica de juros da economia, a Selic. Os comunicados foram divulgados por Bradesco, Banco do Brasil e Itaú.

Desde janeiro os bancos vêm divulgando comunicados logo após a decisão do Copom sobre o juro. A mensagem é que os bancos estão repassando ao consumidor a queda na taxa de juros do país.
“O Bradesco reduzirá as taxas de juros de suas principais linhas de crédito a partir de segunda-feira, 05 de junho, acompanhando a decisão do Copom de baixar a taxa Selic de 11,25% para 10,25% ao ano”, disse o banco, em comunicado à imprensa. “Em linha com a decisão do Copom, que reduziu agora há pouco a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, o Banco do Brasil anuncia sua quarta redução consecutiva ao longo deste ano”, disse o banco.

Os três bancos anunciaram redução nas taxas do cheque especial e em algumas linhas de crédito para empresas. Veja a redução das taxas em cada banco:

Bradesco
A redução de taxas no Bradesco atingirá as linhas de cheque especial, crédito pessoal e algumas linhas de crédito para empresas, como capital de giro.

Cheque especial
taxa atual: 9,57% a 13,41% ao mês
nova: 9,49% a 13,33% ao mês

Crédito pessoal
taxa atual: 1,75% a 7,58% ao mês
nova: 1,67% a 7,5% ao mês

Crédito para empresas
O banco disse que haverá redução nas taxas em todas as carteiras de desconto, nas linhas de conta garantida, capital de giro e cheque especial. As novas taxas não foram divulgadas

Banco do Brasil
O banco informou que reduzirá as taxas do cartão de crédito e de outras linhas de crédito para empresas. As novas taxas entram em vigor no dia 5.

Cartão de crédito
taxa atual: 1,91% a 9,38% ao mês
nova: 1,83% a 9,3% ao mês

Conta garantida
taxa atual: 2,14% a 6,79% ao mês
nova: 2,06% a 6,71%

BB Giro recebíveis
taxa atual: 2,35% a 6,29% ao mês
nova: 2,27% a 6,21%

Cheque especial (empresas)
taxa atual: 8,38% a 13,55% ao mês
nova: 8,33% a 13,50%

BB Giro rápido empresas
taxa atual: 8,38% a 13,55% ao mês
nova: 8,33% a 13,50%

Itaú Unibanco
O banco disse que repassará “integralmente” o corte de um ponto na Selic a partir do dia 7 de junho.

Para pessoas físicas, as seguintes linhas de crédito terão redução: empréstimo pessoal, cheque especial, parcelamento de cheque especial e financiamento de veículos.

Para as micro e pequenas empresas, a queda será na linha de capital de giro. O Itaú não informou as novas taxas.

“A queda da taxa básica de juros, resultado da baixa consistente da inflação e da maior confiança gerada pelas reformas, permite que continuemos a reduzir a taxa de juros para nossos clientes”, diz Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco.

Fonte: G1