Investimento das estatais fecha 2016 em R$ 56,5 bilhões

Publicado em: 06/04/2017

Depois de anos de crescimento, os investimentos das estatais federais caíram em 2016 e atingiram o menor valor em oito anos. Segundo números divulgados ontem pelo Ministério do Planejamento, os investimentos dessas empresas somaram R$ 56,5 bilhões no ano passado, o montante mais baixo desde 2008 (R$ 53,5 bilhões).

Em relação a 2015, quando as estatais controladas pela União tinham investido R$ 80,2 bilhões, a queda chegou a 29,6%. De acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a redução dos investimentos faz parte de um esforço para diminuir o endividamento das empresas e deixá-las mais rentáveis.

“As empresas estão fazendo também um enxugamento operacional. Estão deixando de fazer negócios que não são os negócios principais. Reduziram investimento, endividamento e estão aumentando a rentabilidade. As coisas estão indo de maneira organizada”, afirmou o ministro. De acordo com Oliveira, a redução de gastos nas estatais foi necessária para conter o endividamento, que passou de R$ 397 bilhões em 2014 para R$ 544 bilhões em 2015, alta de 37%. Em setembro do ano passado, número mais recente disponível, o endividamento havia recuado 17,6%, para R$ 448 bilhões.

Em relação aos empregos, o ministro do Planejamento informou que o número total de trabalhadores nas estatais federais caiu de 552 mil, em 2015, para 530 mil no ano passado, menor nível desde 2011. Segundo Oliveira, os programas de demissão voluntária (PDV) incentivada em diversas empresas – como Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal e Correios – e a não reposição de empregados que se aposentam estão contribuindo para a queda.

O governo espera uma adesão de 2,6 mil funcionários do Grupo Eletrobras no PDV da gigante de energia elétrica, que será lançado em breve. “Todas as empresas que necessitam nós temos autorizado e incentivado que adotem”, disse Oliveira. De 2015 para 2016, informou o ministro, 22 mil funcionários de empresas estatais aderiram aos PDVs. Só no Banco do Brasil, foram 9 mil funcionários. O total de empregados das empresas estatais federais caiu de 552 mil para 530 mil.

A Eletrobras tem hoje 23 mil funcionários em todas as empresas do grupo. O PDV, porém, não vai atingir as empresas de distribuição de energia, que contam com cerca de 6 mil funcionários. As demais empresas do grupo possuem cerca de 17 mil servidores. Com o PDV, o número de servidores deve cair para cerca de 15 mil.

Segundo Oliveira, não é intenção fazer PDV no Bndes. “O banco não tem nenhuma proposta de PDV. O banco tem tido uma redução de seus desembolsos, mas isso não significa proporcionalidade com as pessoas. Ele não tem agências, pessoas distribuídas no País”, justificou.

Fonte: Jornal do Comércio

Petrobras, BB e BNDES serão primeiras a se adaptarem à Lei das Estatais

Publicado em: 26/01/2017

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta quinta-feira (26) que a Petrobras, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) serão as primeiras estatais a atender aos critérios da Lei 13.303/16, apelidada de Lei das Estatais, que fixa critérios para a escolha de diretores dessas empresas.

“A lei tem um calendário para a implementação das medidas, mas nós estamos nos dedicando para que todas as medidas estejam implementadas antes do prazo. Em março já teremos algumas empresas completamente em conforme”, afirmou o ministro.

Entre outros pontos, a lei proibe que pessoas com atuação partidária ou que estejam em cargos políticos ocupem postos de direção nas empresas, a adoção de medidas como as previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal para dar maior transparência às contas, e prazo de dez anos para que todas as estatais de economia mista mantenham pelo menos 25% do capital no mercado de ações.

Dyogo Oliveira destacou que, para dar mais transparência, o Planejamento passará a publicar um boletim com informações sobre as estatais.

“Há uma série de informações que são disponíveis a respeito das estatais. A lei reforça isso e cria a obrigação da divulgação de estatísticas e dados das estatais e nós, do ministério, estamos preparando um boletim de informações das estatais”, disse.

O ministro ressaltou ainda que o governo vai trabalhar para que as estatais sejam sustentáveis e parem de dar prejuízo.

“Ao nosso ver, nenhuma empresa pode ser deficitária. As empresas estatais, embora tenham essa finalidade pública, têm que se organizar de uma forma sustentável”, disse Oliveira, após abrir um seminário sobre a implementação da Lei das Estatais.

Previdência

Ao ser questionado se o governo espera que a sua proposta de reforma da Previdência seja aprovada pelo Congresso ainda no primeiro semestre de 2017, Dyogo Oliveira destacou que o tempo para a aprovação depende de deputados e senadores.

“Esperamos que a reforma seja aprovada no prazo mais rápido possível, mas o tempo é o tempo do Congresso”, disse.

Fonte: G1