O Banco do Brasil vai encerrar o atendimento aos clientes de varejo em Portugal e na França. A instituição pretende manter apenas as operações com empresas e investidores institucionais, além dos clientes de altíssima renda, do segmento private.
A decisão faz parte do plano do banco de deixar mercados em que possui pouca escala no varejo. “Por questões de governança e rentabilidade ao acionista, vamos concentrar os esforços nas operações com pessoas jurídicas nesses países, especialmente as voltadas ao comércio exterior”, diz Antônio Maurano, vice-presidente de negócios de atacado do BB.
Ele afirma que o movimento é semelhante ao de instituições internacionais que deixaram de atuar no varejo no país. O BB atua hoje em 23 países, incluindo Portugal e França. O plano do banco é manter o atendimento ao varejo na Ásia, onde o banco possui mais 100 mil contas, e nos Estados Unidos. “Fora disso, não faz sentido ter uma operação que não seja de private banking”, diz Márcio Moral, diretor da área de atacado do BB.
O banco deixou de abrir novas contas, realizar operações de crédito e receber depósitos em Portugal desde o último dia 4 de setembro. A partir de 6 de novembro, todas as contas serão encerradas. A instituição fez um acordo com o Banco CTT para os atuais clientes do BB no país que desejarem abrir uma conta em condições especiais.
O BB possui pouco menos de 8 mil correntistas em Portugal, além de agências, na capital Lisboa e na cidade do Porto, que também serão fechadas. Também na linha de priorizar negócios mais rentáveis, o BB anunciou no fim do ano passado o plano de reduzir pela metade as operações de crédito no exterior e concentrar os negócios no país.
A carteira de crédito externa da instituição encerrou o primeiro semestre em R$ 44,9 bilhões em junho, queda de 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado. “Reduzimos bastante o apetite em operações diretas e optamos por fomentar o comércio exterior brasileiro e investimentos”, diz Maurano.
Ainda dentro da estratégia internacional, o BB anunciou no ano passado a intenção de fazer uma oferta de ações do Banco Patagonia, instituição argentina da qual detém o controle. O banco também recebeu propostas de compra pela participação, mas as negociações não avançaram. “O Banco Patagonia é uma instituição financeira que apresenta resultados excelentes e o Banco do Brasil não tem intenção de se desfazer do negócio a qualquer preço”, informou o BB, em nota.
Fonte: GS Notícias