Banco do Brasil prevê onda de fusões e aquisições em 2023 e 2024

Publicado em: 26/09/2022

Durante evento voltado para analistas e investidores, executivos do Banco do Brasil falaram sobre as perspectivas para o negócio. O ambiente de negócios nos próximos dois anos deve ficar bastante movimentado no segmento de fusões e aquisições. Pelo menos essa é a expectativa do vice-presidente de Negócios de Atacado do Banco do Brasil, João Carlos Pecego.

Durante o BB Day, evento voltado para analistas e investidores, Pecego também se disse “muito otimista” com o mercado de capitais em 2023 e 2024. “Acredito que em 2023 e 2024 vamos ter uma onda de M&As e estamos nos preparando para buscar a liderança no tema de banco de investimentos no Brasil”, disse Pecego.

De acordo com o executivo, os resultados da parceria com o UBS estão satisfatórios, mas ele apontou que ela pode crescer ainda mais nos próximos anos. A ideia é aproveitar a dita onda dessas operações que necessitam de assessoria financeira. A parceria já intermediou R$ 350 bilhões em operações.

Pecego também anunciou a criação de uma nova unidade que vai reunir os negócios internacionais do banco.

Fonte: Fusões e Aquisições

 

Crise eleva inadimplência e deve desencadear fusões de bancos, diz Eleven

Publicado em: 08/04/2020

A crise do coronavírus elevou o risco de funding e os custos de captação, o que terá impacto para os bancos em geral, afirmam analistas da Eleven Financial em relatório publicado nesta terça-feira. A natureza desse impacto vai depender do porte e do mercado de atuação de cada um. Mas, em comum a todos, está a tendência de um aumento da inadimplência.

Para a Eleven, a crise deverá resultar em uma nova onda de consolidação entre instituições financeiras.

O segmento de bancos voltados a crédito massificado (crédito pessoal, consignado, financiamento de veículos) tende a ser afetado em liquidez e custo de funding. No entanto, de acordo com os analistas, a utilização de Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE) e letras financeiras garantidas pode ajudar a enfrentar a crise.

Os bancos médios voltados a operações de crédito garantidas por recebíveis de empresas têm um giro mais rápido de ativos, o que pode favorecê-los. Porém, aponta o relatório, os que operam mais alavancados no crédito podem ter mais dificuldades.

Entre os grandes bancos de varejo, a robustez para enfrentar períodos de liquidez mais baixa, a carteira de crédito pulverizada e a diversidade de receita são fortalezas. De qualquer forma, não escaparão de um aumento da inadimplência, de uma redução nos volumes de crédito e de queda nas margens no curto prazo, levando à necessidade de cortar custos, segundo a Eleven.

Para a casa de análise, os bancos públicos tendem a se beneficiar em momentos de crise, “pois são utilizados para estimular a oferta de crédito para empresas e bancos em dificuldades”. Desta vez, essas instituições estão saneadas e mais capitalizadas, o que lhes permite crescer em ativos de risco.

Para a Eleven, as medidas adotadas até agora pelo Banco Central são fundamentais para manter a estabilidade do sistema financeiro nacional e prover liquidez aos bancos pequenos e médios e empresas.

Os analistas afirmam que as medidas devem ajudar a conter a alta da inadimplência nos próximos seis meses. Entretanto, a deterioração do risco de crédito será maior caso a crise de alongue.

“O que vemos hoje é um cenário muito indefinido diante das incertezas quanto à magnitude da crise do coronavírus no mundo e seus desdobramentos sobre os bancos e a economia real. Novas turbulências continuarão ocorrendo, persistindo a alta volatilidade nos mercados e o engessamento do crédito global”, aponta o relatório.

“Em um cenário otimista, esperamos que a partir do quarto trimestre, caso essa pandemia já esteja controlada, a atividade econômica volte a crescer e a capacidade de pagamento das empresas e famílias volte a se regularizar”, destacam os analistas.

De acordo com eles, os bancos sairão da crise mais fragilizados e menos rentáveis, o que levará o movimento de fusões e aquisições a se intensificar. “Alguns desses bancos menores poderão ser comprados ou obrigados a se retrair em nichos de mercado”, observam.

O Bradesco é o “top pick” da Eleven no setor financeiro. Conforme os analistas, é o banco que apresenta maior nível de provisionamento dentre os grandes, é o que tem maior diversificação de receitas e o que tem a maior exposição ao consignado.

Fonte: Valor Econômico

Privatização deve dominar mercado de capitais e fusões e aquisições no Brasil em 2019

Publicado em: 10/07/2019


A venda de ativos estatais deve elevar o volume de fusões e aquisições e operações no mercado de capitais no segundo semestre, dizem banqueiros e investidores, depois de um início de ano mais lento do que o esperado.

Decisões judiciais que atrasaram vendas de ativos pela Petrobras e a lentidão na discussão da reforma da Previdência afetaram o volume de fusões e aquisições, que caiu 19% no primeiro semestre, para US$ 20,8 bilhões, segundo dados da Refinitiv.

A maior facilidade para venda de participações estatais em empresas já listadas, entretanto, elevou o volume de ofertas de ações no primeiro semestre em 45%, para R$ 8,6 bilhões. Foi o melhor primeiro semestre desde 2013.

Depois que o STF liberou o maior negócio do ano, a venda da empresa de gasodutos TAG pela Petrobras para a francesa Engie por US$ 8,6 bilhões, os bancos esperam que o volume de negócios ligados à privatização aumente. O próximo será a privatização, no mercado de ações, da distribuidora de combustível Petrobras Distribuidora, previsto para o fim deste mês.

“Estamos nos preparando para mais uma rodada de privatizações de infraestrutura, que poderá incluir aeroportos, estradas de ferro e rodovias”, afirmou Hans Lin, chefe da área de banco de investimento do Bank of America no Brasil.

A aprovação da reforma da Previdência deve destravar planos de expansão de empresas privadas, que ainda aguardam um cenário mais claro sobre o crescimento econômico.

Um dos poucos negócios privados anunciados recentemente foi a intenção anunciada de fusão entre as empresas de alimentos BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e Marfrig Global Foods.

“Esperamos um volume maior de fusões e aquisições privadas no ano que vem, já que o prazo entre o início das discussões e os anúncios costuma ser de cerca de nove meses”, diz o chefe da área de banco de investimento do Citi no Brasil, Eduardo Miras. O Citi liderou o ranking de assessoria a fusões e aquisições este ano, com cinco negócios que totalizaram US$ 10,2 bilhões, segundo dados da Refinitiv.

Miras espera maior atividade especialmente no setor elétrico. Alessandro Zema, chefe da área de banco de investimento do Morgan Stanley no Brasil, também nota um aumento na concessão de mandatos por empresas privadas para fusões e aquisições, e acredita em mais negócios no varejo, depois das recentes aquisições da Netshoes e da varejista de eletroeletrônicos Via Varejo.

“Segmentos da economia mais diretamente afetados pela recessão como o setor de consumo e varejo tiveram atividade de fusões e aquisições reduzida. Acreditamos que isto deve mudar daqui pra frente com as melhores perspectivas para a economia”, disse Zema.

O executivo diz que algumas empresas brasileiras também estão procurando alvos para compra no exterior, como uma forma de balancear o risco de suas atividades, citando como exemplo a compra da Avon pela Natura.

Executivos também apontam os indícios de que start-ups brasileiras serão alvos mais frequentes de grandes investidores internacionais, como vem ocorrendo com o japonês Softbank.

Ações

Grande parte do crescimento do mercado de ações no primeiro semestre foi provocado por venda de ativos dos estatais Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que venderam suas participações na Petrobras na empresa de energia Neoenergia, respectivamente. A Caixa também vendeu sua participação de um fundo que gere no ressegurador IRB Brasil Resseguros.

Várias operações de venda de ações previstas para os próximos meses, que podem superar 30 bilhões de reais, também envolvem vendas de ativos pelo governo ou empresas estatais. A lista inclui ofertas de ações subsequentes (ou follow-ons) de Banco do Brasil, Alupar Investimento, BR Distribuidora e IRB, além da oferta inicial de ações (IPO) da Caixa Seguridade.

Apesar do alto volume de ofertas subsequentes, só duas empresas ousaram fazer IPOs este ano: a varejista de artigos esportivos Centauro e a Neoenergia.

“Os IPOs só devem voltar numa escala relevante quando os investidores estrangeiros retornarem massivamente ao Brasil”, disse Cristiano Guimarães, diretor de banco de investimentos do Itaú BBA. “O retorno deles vai depender da aprovação de uma reforma de Previdência significativa.”

Fusões e aquisições recuam 19%

O valor de fusões e aquisições no Brasil caiu 19% no primeiro semestre do ano em relação ao ano passado, para US$ 20,8 bilhões, segundo dados da Refinitiv. A seguir o ranking dos bancos de investimento que assessoraram as transações, por valor e número de negócios:

Citi: US$ 10,279 bilhões (5 negócios)
Morgan Stanley : US$ 8,682 bilhões (2 negócios)
Rotschild & Co: US$ 3,308 bilhões (8 negócios)
BTG Pactual: US$ 2,780 bilhões (15 negócios)
Itau Unibanco: US$ 2,565 bilhões (10 negócios)
Bank of America: US$ 1,847 bilhão (3 negócios)
Goldman Sachs: US$ 1,498 bilhão (3 negócios)
Riza Capital: US$ 1,261 bilhão (2 negócios)
BR Partners: US$ 1,097 bilhão (3 negócios)
TD Securities: US$ 1,025 bilhão (1 negócio)

Ofertas de ações sobem 45%
O valor das ofertas de ações de empresas brasileiras cresceu 45% no primeiro semestre, para US$ 8,7 bilhões. Veja o ranking dos bancos de investimento mais ativos em ofertas de ações:

Bank of America: US$ 970 milhões (8 ofertas)
Itau Unibanco: US$ 808 milhões (9 ofertas)
BTG Pactual: US$ 793 milhões (10 ofertas)
JPMorgan: US$ 667 milhões (5 ofertas)
Morgan Stanley: US$ 639 milhões (5 ofertas)

Fonte: G1