Alckmin defende privatização da Petrobras, mas descarta BB

Publicado em: 08/02/2018

Pré-candidato à presidência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu, nesta quarta-feira (7), a possibilidade de privatização da Petrobras, desde que com um “bom marco regulatório”. Em reunião com representantes dos Sindicatos das Indústrias do país, realizada em Brasília, o tucano disse ser “totalmente favorável” à transferência das estatais para o controle da iniciativa privada. Ele acredita que não há espaço para “Estado empresário”.

Para o tucano, muitos setores “que não são o core, o centro objetivo da Petrobras” podem ser transferidos à iniciativa privada. Ele não descarta a possibilidade de privatização completa no futuro. “Claro que muitos setores da Petrobras devem ser privatizados. A Petrobras foi crescendo, crescendo, crescendo. Inúmeras áreas da Petrobras que não são o core, o centro do objetivo principal, tudo isso pode ser privatizado. E se tivermos um bom marco regulatório, você pode até, no futuro, privatizar tudo, sem nenhum problema”, afirmou.

Alckmin também foi questionado sobre a possibilidade de privatizar o Banco do Brasil. Neste caso, o tucano ponderou a importância de se manter bancos públicos para garantir que o governo não dependa exclusivamente de instituições privadas. “O Banco do Brasil eu não pretendo privatizar. O que você pode fazer para ter mais agilidade é criar subsidiárias. O Bando do Brasil é do governo, mas pode ter seguro, previdência complementar, no controle privado. Até porque é importante você ter um ou dois bancos públicos para não depender exclusivamente dos privados”, explicou.

No encontro, o tucano também defendeu reformas como a previdenciária, proposta pelo governo Michel Temer, e a tributária, que a atual gestão também tenta avançar no Congresso.

Fonte: Infomoney

Banco do Brasil é novamente usado para socorrer estados

Publicado em: 19/01/2017

O acordo do Rio com o governo federal vai contar com empréstimo do Banco do Brasil e aval do governo a outros financiamentos, de acordo com Jorge Picciani. O presidente da Assembleia do Rio contou os detalhes ao “Valor Econômico”. Ou seja, além da suspensão no pagamento da dívida com a União, o estado receberia dinheiro novo. Empréstimos de bancos públicos e o aval do governo para outras operações foram muito usados no governo Dilma e não resolveram o desequilíbrio dos estados. O pacote deve ser anunciado na segunda-feira, diz a matéria. Se o socorro for dado ao Rio, outros governadores também vão requerer.

O deputado disse que o BB vai liberar uma linha de R$ 4 bi para o Rio que terá o governo federal como avalista. Outros R$ 4,5 bi viriam de um empréstimo liderado pelo BB com garantia nos royalties do petróleo — no valor de R$ 3 bi — e de outra operação (R$ 1,5 bi) garantida por 20% do capital da Cedae.

É mais do mesmo. Nos anos do governo Dilma foram dados muitos avais e empréstimos do BB para socorrer os estados em dificuldade. Essas operações ajudaram a esconder o problema. A solução foi sendo adiada ao ponto em que não é mais possível esconder a situação.

Picciani acha que a Assembleia do Rio vai aprovar o pacote porque, caso contrário, as negociações retornariam à estaca zero. Os recursos seriam usados para normalizar os pagamentos a servidores. São despesas urgentes, de fato. O estado tem tratado de maneira desigual os funcionários; alguns recebem em parcelas, outros não. O tratamento injusto gera insatisfação.

Os outros detalhes do pacote, como a suspensão do pagamento das dívidas com a União por alguns anos, já eram conhecidos.

O Rio Grande do Sul avisou que quer o mesmo tratamento. O governo tem que se preparar para estender essas condições a outros estados. Este é o panorama. Minas Gerais também está em situação financeira crítica. Entrevistei o governador de São Paulo, que ainda não pediu ajuda, mas Geraldo Alckmin contou que o estado está no limite. A arrecadação caiu muito e o governo paulista paga grandes valores em juros da dívida à União. Essa suspensão do pagamento dos juros talvez tenha que ser estendida aos outros entes.

Será uma discussão complicada. Os governos que fizeram ajustes, com o sacrifício da população, não estão pedindo socorro e não terão vantagens. É como se a virtude não valesse a pena, me disse um governador. A conversa entre a federação será difícil.

Ouça o comentário feito na CBN.

Fonte >> O Globo