Temer baixa mais uma norma em prejuízo dos funcionários de bancos públicos

Publicado em: 01/02/2018

O governo Temer promoveu mais um ataque aos direitos dos funcionários das empresas públicas, entre elas os bancos. Através de uma resolução da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), do dia 18 de janeiro, reduz a participação das empresas no custeio dos planos de saúde e restringe o rol de dependentes possíveis. O documento é assinado pelos ministros Henrique Meirelles, também banqueiro, e Eliseu Padilha, da Casa Civil, ambos defensores da reforma da Previdência.

As mudanças impõem uma série de diminuição de direitos, como a fixação da paridade de contribuições entre as empresas públicas e os empregados e a manutenção de planos de saúde somente durante a vigência do contrato de trabalho, acabando com o direito para os aposentados. Estabelece ainda a cobrança por faixa etária conforme as normas da ANS, prazo de carência para atendimento e restrição a dependentes.

Aos novos funcionários somente será oferecida a modalidade de assistência médica no modelo de reembolso. Os editais de futuros concursos não deverão oferecer os benefícios de assistência à saúde. A previsão deste direito nos acordos coletivos deverá ser suprimida ou deixada sem detalhamento.

Em benefício dos planos privados

“Os interesses do governo são claros. O primeiro é acabar com as caixas de assistência de autogestão, como a Cassi, dos funcionários do Banco do Brasil, e a Saúde Caixa, e vincular a sua lógica à da saúde privada”, afirmou o diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo. Acrescentou que o segundo é empurrar esses trabalhadores para os planos privados, assim como tenta fazer com os planos de previdência quando apresenta a reforma da Previdência. A terceira é descomprometer as empresas públicas com a saúde dos seus funcionários.

Nada diferente se lembramos que o governo Temer congelou os investimentos do Orçamento da União nas áreas sociais por 20 anos. Saúde não é mercadoria. A Contraf-CUT e o sindicato estarão em conjunto com diversas outras entidades organizando a luta contra mais essa medida do governo.

Fonte: Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro

Claudia Safatle, do Valor: governo aperta os controles nas estatais

Publicado em: 26/01/2018

Duas resoluções da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), publicadas hoje, colocam uma trava no crescimento acelerado dos gastos com os planos de saúde das 147 empresas estatais. O percentual dos gastos de saúde com funcionários ativos e inativos na folha de salários do ano passado, acrescido de uma margem de 10% ou o limite máximo de 8% da folha – o que for menor- será o teto para a empresas custearem os planos das companhias estatais por autogestão.

São quatro as modalidades de planos: autogestão por operadora própria (a exemplo da Cassi, do Banco do Brasil), os que são geridos pela área de recursos humanos, os que optam por uma operadora de mercado e os que trabalham com o ressarcimento das despesas. As resoluções vedam a criação de novos planos administrados pelos RH das empresas e limita a lista de dependentes aos cônjuges e filhos, proibindo a inclusão dos pais e outros.

Haverá prazo de 48 meses para que todas migrem para um sistema paritário de contribuição aos planos de saúde, sendo 50% para as empresas e 50% para os funcionários.

Atualmente a média é de 75% para as estatais e de 25% para seus empregados, mas há casos como o dos Correios – empresa em grande dificuldade financeira – que arca com quase 95% dessa despesa com ativos e inativos, o que correspondeu a quase R$ 2 bilhões no ano passado.

Esse é um gasto que cresce de forma “exponencial”, segundo Fernando Soares, secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do Ministério do Planejamento. Foi de R$ 7,5 bilhões em 2014, R$ 8,4 no período seguinte e de R$ 9,2 bilhões em 2016 para um total de 500 mil funcionários. Considerando que cada um tem dois filhos, os planos beneficiam um universo de 1,5 milhões de pessoas. A folha de pagamento das empresas, em 2016, foi de R$ 92,6 bilhões.

As resoluções são mais um torniquete aprovado pela CGPar – uma espécie de Conselho Monetário (CMN) das estatais – para controlar as despesas do conjunto das empresas federais. Além de definir um teto o gasto com saúde, os dois atos chamam a direção das empresas e o conselho de administração à responsabilidade para que controlem de perto o desempenho da despesa.

Soares disse que em um ano e nove meses de governo Temer o número de empresas caiu de 154 para 147 e houve um enxugamento de 43 mil funcionários, na sua maioria por adesão a programas de demissão voluntária. Ele garantiu que essas vagas ficarão congeladas por tempo indeterminado.

Das sete estatais que saíram do mapa, uma foi privatizadas (Celg), duas incorporadas (BBCor e Telebras Copa), a Downstream foi extinta e a NTS gasoduto, vendida (ambas da Petrobras) e a Carboquímica Catarinense foi fechada. Neste ano, um decreto presidencial autorizou a liquidação da Companhia Docas do Maranhão (Codomar) em um prazo de 180 dias.

Não se trata de questão meramente fiscal, segundo o secretário, de ter que vender ou fechar empresas e fazer caixa para cumprir metas de resultado primário. “Temos que reduzir custos, as estatais têm que gerar resultados, melhorar a produtividade”, observou.

“A orientação do governo é ficar com o que faz sentido para a operação do Estado”, disse Soares. “Estamos olhando empresa por empresa para ver qual a sua finalidade, se há provisão de serviços pelo setor privado ou se ela é necessária para a sociedade”, explicou, acrescentando: “É para reduzir o Estado empresário e aumentar o Estado regulador”.

Algum resultado vem sendo obtido. Em 2015 as estatais realizaram um prejuízo de R$ 32 bilhões. Em 2016, o resultado virou para um lucro de R$ 4,6 bilhões.

Para 2017 ainda não há informações sobre todas as companhias, mas as cinco grandes (Petrobras, BB, Caixa, Eletrobras e BNDES), que respondem por 95% do patrimonio líquido das estatais, apresentaram resultado positivo de R$ 23,2 bilhões até setembro. Isso decorreu da política de desinvestimentos da Petrobras e da BNDESpar, do corte de pessoal com os programas de demissão voluntária e com extinção de empresas. No ano passado houve a venda de R$ 4 bilhões em ativos da BNDESpar. Houve, também, uma melhora na atividade econômica, que ajudou. A carteira de ações da BNDESpar ainda soma R$ 82 bilhões, segundo Soares.

A tarefa da Sest é, ainda, promover a reestruturação da Infraero e dos Correios e implementar, até 30 de junho, o estatuto em cerca de 80 empresas, conforme determina a lei 13.303. conhecida como lei de responsabilidade das estatais. Até agora em torno de 60 companhias federais já se adequaram às normas da legislação. A última anunciada foi a Caixa Econômica Federal, que adotou o estatuto e demitiu nesta semana três vice-presidentes denunciados por corrupção.

A lei cria filtros na escolha de dirigentes das companhias estatais que devem desestimular as indicações políticas que tenham objetivos escusos. Não é o caso de demonizar a política e nem de acreditar que a introdução de pré-requisitos a serem seguidos na escolha de presidentes e vice-presidentes das empresas públicas serão suficientes para varrer a corrupção dessa seara. É bom lembrar que o esquema do “petrolão” foi viabilizado por funcionários técnicos da Petrobras posteriormente adotados por partidos políticos.

O estatuto da Caixa já traz, também, o limite para o banco gastar com plano de saúde dos seus funcionários, fixado em 6,5% da folha de salários de 2017.

Segundo o secretário da Sest, os Correios terão que migrar da prestação de serviços postais para o e-commerce, encomendas e logística, nos moldes da parceria com a empresa aérea Azul. Deverá explorar, também, a venda de produtos financeiros nos seus balcões espalhados por todo o país, tais como seguros e títulos de capitalização.

No caso da Infraero, a empresa aeroportuária está com uma sobra de 4 mil funcionários. As empresas privadas levaram os ativos e a estatal ficou com os funcionários. Estuda-se várias propostas de parceria com o setor privado para reestruturar a Infraero, inclusive com a venda do controle da empresa.

Idosos a partir de 60 anos com conta na Caixa ou BB receberão crédito do PIS/Pasep nesta segunda

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Idosos a partir de 60 anos que tenham conta ou poupança individual na Caixa ou no Banco do Brasil receberão na noite desta segunda-feira (22) crédito automático do PIS/Pasep.

Para os idosos acima de 60 anos que não são clientes desses bancos, o saque estará disponível a partir da quarta-feira (24).

Tem direito aos recursos do fundo de cotistas o trabalhador do setor público ou privado que tenha contribuído para o PIS ou Pasep até 4 de outubro de 1988 e que não tenha feito o resgate total do saldo.

Em agosto, o presidente Michel Temer assinou a MP 797/2017 prevendo a liberação de saque para homens a partir de 65 anos e mulheres a partir de 62 anos. O texto perdeu a validade no dia 21 de dezembro, sem ter sido votado pelo Congresso Nacional. Por isso, entrou em vigor a nova MP que traz a idade mínima de 60 anos, tanto para homens quanto para mulheres.

Durante a validade da MP anterior, o pagamento dos recursos seguiu um outro calendário estipulado pelo governo, que teve três lotes, começando em outubro por quem tem a partir de 70 anos, depois para aposentados e então para homens com idade a partir de 65 e mulheres a partir de 62 anos, em novembro. De acordo com o Ministério do Planejamento, os pagamentos que já tinham sido liberados pela MP anterior foram retomados em janeiro.

Ainda segundo o ministério, a nova etapa de saques contempla 3,2 milhões de cotistas do PIS e do Pasep e um valor de R$ 5,6 bilhões.

A liberação do PIS/Pasep para idosos faz parte da agenda positiva do governo Michel Temer, que enfrenta baixa popularidade. A medida é similar ao saque das contas inativas do FGTS, que injetou neste ano cerca de R$ 44 bilhões na economia.

O que são os fundos do PIS/Pasep
Os fundos do PIS e do Pasep funcionaram de 1971 a 1988 e davam direito ao trabalhador de receber o rendimento das cotas e sacar o dinheiro em caso de aposentadoria, doença grave ou ao completar 70 anos.

A partir de outubro de 1988, após a promulgação da Constituição, a arrecadação do PIS/Pasep passou para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que paga o seguro-desemprego e o abono salarial, e para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que faz empréstimos a empresas.

Em meio à mudança, muitos que tinham direito ao dinheiro não sacaram os recursos. Por isso, o governo editou a MP que ampliou o limite de idade para os idosos e estipulou um calendário no ano passado para melhor organizar o saque dos recursos.

Participam do fundo trabalhadores de organizações públicas e privadas que contribuíram para o Pasep ou para o PIS até 4 de outubro de 1988 e que não tenham resgatado todo o saldo. Quem passou a contribuir após essa data não possui saldos para resgate. Quem ainda não retirou seus recursos continua podendo sacar o dinheiro.

Fonte: G1

BB vai ofertar mais de R$ 12 bi para pré-custeio da safra

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BRASÍLIA – O Banco do Brasil começará a ofertar a partir da próxima terça-feira, dia 30, mais de R$ 12 bilhões em recursos para o financiamento do pré-custeio da próxima safra, a 2018/19, que começa oficialmente em 1º de julho deste ano.

O anúncio deve ser feito no mesmo dia pelo presidente Michel Temer, pelo presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli e pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em RioVerde (GO), um dos polos do agronegócio no país.

O volume a ser emprestado pelo banco — líder em crédito rural, com 60% de participação nesse mercado — para o pré-custeio da próxima safra está em linha com os R$ 12 bilhões disponibilizados no ano passado para o mesmo fim na safra atual, a 2017/18, que se encerrará em 30 de junho próximo. Desse valor garantido pelo BB no primeiro semestre de 2017, foram liberados R$ 10,8 bilhões.

O montante para o pré-custeio da nova safra faz parte dos recursos do Plano Safra 2017/18, que está em vigor e contém R$ 188,3 bilhões anunciados pelo governo em 2017. Esses financiamentos são baseados em fontes de recursos como depósitos à vista e captações com poupança rural. Logo, os juros das operações serão os mesmos aplicados atualmente: 8,5% ao ano para o custeio agropecuário, e 7,5% ao ano na linha do Pronamp, voltada a médios produtores.

Os financiamentos para pré-custeio rural geralmente são utilizados pelos agricultores para antecipar a aquisição de insumos, como fertilizantes e defensivos, e são tomados no primeiro semestre, a partir de fevereiro, antes de a safra começar.

Fonte: Valor Econômico

Romildo Rolim é o novo presidente do Banco do Nordeste

Publicado em: 28/12/2017

Rolim entra no lugar de Marcos Costa Holanda, que foi exonerado nesta quarta-feira, 27

Brasília – O presidente Michel Temer nomeou Romildo Carneiro Rolim para o cargo de presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Ele entra no lugar de Marcos Costa Holanda, que foi exonerado nesta quarta-feira, 27.

Rolim ocupava a diretoria financeira e de crédito da instituição. Na terça-feira, 26, a Coluna do Estadão noticiou que Holanda perdeu força depois de se recusar a atender um pedido do Planalto para nomear o atual superintendente do BNB da Paraíba, Jorge Ivan Costa, para o cargo de superintendente de Logística.

Romildo Carneiro Rolim tomou posse no Banco em 31/07/1989, trabalhou em agência, ocupou cargos técnicos relacionados com atividades de análise e acompanhamento de projetos, gerenciou o Ambiente de Análise e Acompanhamento de Operações de Crédito, a Unidade de Recuperação de Crédito do Ceará (Hoje GERAT-CE), o Ambiente de Controles Internos e o Ambiente de Auditoria Interna.

Contador, Administrador, Especialista em Gestão Empresarial e em Normas Internacionais de Auditoria Interna, Mestre em Avaliação de Políticas Públicas, Rolim possui certificação CPA-10 e CPA-20 (Anbima).

Foi superintendente de Operações Financeiras e Mercado de Capitais e da área de Reestruturação de Ativos.

Fonte: EXAME

Governo Temer atrasa mais de R$ 1 bilhão em repasses ao Estado da Bahia

Publicado em: 21/12/2017

Atrasos seriam retaliação política articulada com o prefeito de Salvador ACM Neto, afirmam parlamentares

A Bahia já deveria ter recebido R$ 1,7 bilhão em repasses do governo federal para investimentos em áreas como mobilidade, infraestrutura, saneamento básico e até combate à seca. De acordo com denúncias feitas por parlamentares baianos como o senador Otto Alencar (PSD) e a senadora Lídice da Mata (PSB) em discursos no Congresso, a retenção dos recursos seria uma retaliação política.

“Depois de ter assinado o empréstimo da Bahia de R$ 600 milhões, de ter saído no diário oficial, de já ter uma assinatura do Banco do Brasil com o governador Rui Costa, até agora o Banco do Brasil ainda não depositou esses recursos e as notícias que temos é que o DEM [partido do prefeito de Salvador ACM Neto] ameaça romper com o governo se ele não barrar o empréstimo da Bahia”, denunciou a senadora Lidice da Mata.

Os R$ 600 milhões de empréstimos, via Banco do Brasil, seriam utilizados para investimentos em infraestrutura, saúde e educação. Ainda de acordo com o senador Otto Alencar, seria uma contrapartida à Bahia, que não teve nenhuma vantagem no processo de renegociação das dívidas dos estados. “A Bahia, naquela renegociação não teve nenhuma vantagem. O que foi que o governo acertou? Um empréstimo do Banco do Brasil de R$ 600 milhões de reais. Esse empréstimo foi assinado pelo presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli”, disse o parlamentar em discurso na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ele cobrou a liberação dos recursos que havia sido publicada no dia Diário Oficial da União no dia 21 de agosto, porém, não foram creditados na conta do Estado. “Se estabeleceu um cerco do governo federal à Bahia”, afirmou.

Tanto o partido Democratas (DEM) quanto o governo Federal negam qualquer tentativa de boicote e atribuem o atraso no empréstimo à burocracia e dificuldades técnicas. Entretanto, o Secretário da Casa Civil do Estado Bruno Dauster, reafirmou ao Brasil de Fato que todas as justificativas técnicas para liberação do empréstimo foram cumpridas: “recentemente, numa vinda a Salvador, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou dar como desculpa que estaria faltando alguma justificativa técnica. Isso não é verdade, porque já tinha sido recebida uma resposta do Banco do Brasil onde era dito que já estava completa toda a parte de exposição técnica relativa ao contrato”.

Além dos R$ 600 milhões, segundo o Secretário, há outros valores retidos a exemplo dos R$ 335 milhões que seriam investidos nas obras do metrô de Salvador. Dauster afirma, porém, que não haverá atrasos nessa obra: “não houve interrupção porque os nossos mecanismos de garantias, através do Fundo Garantidor e de recursos próprios permitiram que nós continuássemos tocando a obra apesar desse dinheiro não ter sido transferido. 100 milhões já foram cobertos já pelo nosso Fundo Garantidor e os outros acabaremos pagando, se for necessário, para a obra não parar”, disse.

Fora de Salvador, são mais de 200 municípios do semiárido atingidos pela retenção de verbas. De acordo com Dauster, há atraso de R$ 25 milhões que seriam para a realização do abastecimento de água com carros-pipa em áreas atingidas pela seca.Pelo menos R$ 15 milhões já deveriam ter chegado.

Outras áreas atingidas são o saneamento básico e o sistema de esgotamento (atraso de R$ 24,7 milhões), impactando municípios como São Félix do Coribe, Itaberaba e Feira de Santana e Reforma Agrária (R$ 53 milhões). “Em resumo, nós temos algum valor da ordem de 1 bilhão. No detalhe, eu poderia te dizer que é um valor de 1 bilhão e 37 milhões, entre os quais os 600 milhões do Banco do Brasil, que nós estaríamos utilizando. Ao mesmo tempo, se você abrir o diário oficial diariamente há liberação para vários estados e vários municípios”, disse o secretário.

Edição: Elen Carvalho

Fonte: Brasil de Fato

Desmonte dos bancos públicos é tema de debate na Câmara

Publicado em: 07/12/2017

A Câmara dos Deputados debateu, nesta terça-feira (5), em comissão especial, os impactos da reestruturação dos bancos públicos na economia brasileira. Segundo o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), autor do requerimento para realização do debate, a questão central é discutir a defesa da soberania nacional. “Já entregaram os bancos regionais. Estas instituições (públicas, especialmente Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal, mas também os bancos estaduais) estão sendo anunciadas como parte de um processo de reestruturação do sistema financeiro brasileiro. Como pensar a indústria sem o BNDES? É o esvaziamento das instituições públicas do país. Não aceitamos a privatização dos bancos públicos”, declarou.

O parlamentar criticou a chamada reestruturação em vez de às respectivas recuperações. “Nós temos o dever de legar às próximas gerações instituições públicas na área financeira mais sólidas e mais completas, mais capazes de produzir o desenvolvimento do que as gerações anteriores. Nós estamos falando aqui de instituições seculares. E não podemos imaginar que elas estão superadas, muito pelo contrário. Deveríamos pensar em reestruturação no sentido de fortalecê-las e não de esvaziá-las”, defendeu.

Sob gestão de Michel Temer, o BNDES reduziu de R$ 50 para R$ 19 bilhões as linhas voltadas para inovação, máquinas e equipamentos, bens de capital, exportação pré-embarque e projetos transformadores.

Criado em 1922 para o desenvolvimento nacional e estruturação do financiamento da indústria, o BNDES tinha mais recursos para crédito que o Fundo Monetário Mundial e que o Banco Mundial. De 2003 até recentemente o banco foi o mais sólido e estável instrumento do financiamento da indústria do país.

Entre as maiores instituições bancárias do país em oferta de crédito imobiliário, com 8,63% de participação, o Banco do Brasil vem mudando seu campo de atuação, reduzindo este tipo de operação– atualmente, a carteira do banco nesta modalidade de empréstimo está em R$ 53 bilhões. O BB perde apenas para a Caixa Econômica Federal (CEF), que ocupa o primeiro lugar, com participação de 51,72% do mercado.

“Quando você ameaça a Caixa, você está ameaçando a possibilidade de quem ainda não tem sua casa própria de ter um financiamento. Porque os bancos privados não financiam a população de baixa renda, especialmente as famílias que ganham até R$ 1.800”, disse o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenar), Jair Pedro Ferreira.

Até o primeiro trimestre, só o BB totalizou o fechamento de 551 unidades e a Caixa encerrou as atividades de 131 agências, além do enxugamento de mais de 13 mil postos de trabalho, contando as vagas de estagiários, conforme relatório das instituições.

Presidente da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), Reinaldo Fujimoto, contabiliza a perda 10 mil trabalhadores com o incentivo à aposentadoria, recentemente indicado pela diretoria. “Muitas agências serão fechadas. A população menos favorecida, a pessoa que trabalha com agricultura, e que precisa dessa agência não será mais assistida. Essas pessoas terão que se deslocar 30 quilômetros ou mais. A quem interessa de fato esse desmonte?”

A meta para tornar o Banco do Brasil “mais leve” apresentada internamente, segundo os funcionários, era de uma redução que poderia chegar a até 18 mil do atual quadro, que conta com 115 mil profissionais.

Em junho deste ano, o secretário geral da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos de Souza, denunciou “terrorismo psicológico” contra os funcionários do Banco do Brasil no processo de reestruturação. “As informações sobre demissões não foram dadas em discussões com os funcionários, não chegaram aos sindicatos e entidades ou mesmo nas agências”, criticou.

Em outubro, os trabalhadores do setor financeiro realizaram ato na Câmara apontando um desmonte dos bancos públicos pelo governo Temer. Paulo Vinicius, secretário de Relações do Trabalho da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), definiu a venda da Caixa como um “crime de lesa-pátria”.

Fonte: Rede Brasil Atual

Em meio à crise, Temer oferece ajuda a governadores

Publicado em: 14/06/2017

O presidente Michel Temer se reuniu, na noite de terça-feira (13), com governadores da base aliada e de partidos de oposição para oferecer ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para repactuação das dívidas estaduais.

Temer anunciou aos governadores que o presidente do banco público, Paulo Rabello de Castro, fará um estudo sobre as dívidas estaduais. A ideia era de que haja um acordo que não seja prejudicial nem às unidades da Federação nem ao governo federal.

O encontro acontece num momento em que Temer atravessa uma grave crise em seu governo, enfrentando inquérito no Supremo Tribunal Federal após ter sido gravado em conversa com o dono da JBS.

A reunião teve as participações de 16 governadores, entre eles os tucanos Geraldo Alckmin (São Paulo), Marconi Perillo (Goiás) e Pedro Taques (Mato Grosso) e os petistas Camilo Santana (Ceará), Wellington Dias (Piauí) e Tião Viana (Acre). Interlocutores apontam que, ao reunir governadores da base aliada e da oposição, o objetivo era mostrar força política e buscar apoio.

Reunião

Após a reunião, o governador de Goiás, Marconi Perillo, disse que o governo federal apresentou um cronograma para regulamentação do refinanciamento das dívidas que as unidades da Federação têm com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

De acordo com Perillo, o banco deve apresentar os critérios para o alongamento dos débitos até julho, com a promessa de regulamentar e a proposta efetivamente sair do papel até setembro, mas os governadores pediram que os prazos sejam “os mais curtos” possíveis. Segundo o governador, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), comprometeu-se a aprovar um projeto que dá as condições para que o projeto seja regulamentado na Comissão de Assuntos Econômicos até a próxima terça-feira (20) e, logo depois, no plenário da Casa.

“A parte do BNDES, que tem o aval da União, monta R$ 20 bilhões. Isso já foi aprovado pelo Congresso Nacional. Outra parte, que diz respeito aos estádios da Copa, que incomoda demais vários estados, isso não tem o aval da União e esse assunto vai ser discutido, tema que resulta em aproximadamente R$ 30 bilhões [de dívidas dos] estados que fizeram”, disse Perillo, complementando que a securitização de dívidas, os precatórios e depósitos judiciais também foram ponto de pauta.

Ao todo, participaram do jantar, no Palácio da Alvorada, 16 governadores, quatro vice-governadores e presidentes de bancos públicos como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, também estiveram no encontro.

Na abertura do encontro, o presidente Michel Temer sugeriu a adoção de um “caminho saudável” para os estados e “que não seja prejudicial” para o BNDES e nem para a União. “Eu apreciaria muito que nós todos pudéssemos ter uma solução para a questão do BNDES. Há dívidas lá que são garantidas pela União, têm um determinado tratamento, e dívidas não garantidas pela União, que têm outro tratamento”, afirmou, antes de pedir ao novo presidente do BNDES, Paulo Rabelo Castro, que apresentasse um levantamento sobre o tema.

Sobre as condições para a garantia de novos empréstimos, Perillo disse que Paulo Rabelo Gastro apresentou um “mecanismo” que os relaciona a leis que garantam a eficiência econômica dos estados. “Já aprovamos um conjunto de leis que garantem teto de gastos e outras medidas de eficiência no gasto público. O que eu pedi foi que ele definisse um paradigma, uma espécie de limites em relação ao que eles desejam que os estados façam”, disse.

Com Agência Brasil

Presidente do BB diz que crise política não afetou concessão de crédito

Publicado em: 01/06/2017

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, negou impacto da recente crise política sobre a demanda por crédito nas operações de varejo e também de atacado [empresas] do banco.

Ele admitiu, no entanto, reflexos na área de Tesouraria [mesa de operações do próprio banco], mas que não são possíveis de ser quantificados. Caffarelli participou nesta terça (30) do Fórum Brasil Investimentos 2017.

Questionado sobre possíveis impactos dos problemas enfrentados pela JBS sobre o banco, o presidente do BB optou por não comentar.

Segundo ele, a economia está em rota de crescimento e os desembolsos de crédito do banco são um sinal importante dessa retomada.

Os empréstimos para a pessoa física cresceram 25% no acumulado do ano, disse. Já os desembolsos para pessoa jurídica, bastante afetadas pela crise econômica, em especial as pequenas e médias, subiram 20%.

Apesar disso, Caffarelli não espera uma retomada econômica em um ritmo veloz. Como exemplo, ele lembrou que, na crise de 2009, foram registrados cerca de 380 processos de recuperação judicial, contra quase 4.000 casos atualmente.

Mais cedo, executivos dos bancos JP Morgan e Credit Suisse afirmaram que a delação da JBS, que lançou dúvidas sobre a continuidade do governo Michel Temer, pode ter efeitos no desempenho da economia.

DISCURSO OFICIAL

Mais cedo, na abertura do evento, Temer tentou reforçar que o governo continua comprometido com as reformas propostas, como a trabalhista e a previdenciária, mesmo em meio à crise política que se instaurou desde que foi divulgada sua conversa com Joesley Batista, da JBS.

“O senhores encontram aqui uma economia que se recupera e se moderniza. Encontram um governo determinado a completar reformas que estão abrindo oportunidades a todos”, disse.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou por sua vez o compromisso com a manutenção das reformas e negou que exista a possibilidade de uma retomada da política econômica da ex-presidente Dilma Rousseff.

Meirelles disse não ver atualmente “em qualquer possibilidade, clima para uma volta atrás”. Ele também participou do fórum em São Paulo nesta terça.

“Não vemos hoje no país condições ou pessoas que tenham de fato possibilidade de influenciar o destino do país num futuro próximo que estejam propondo reversão dessas políticas. Não vejo aqui uma iminência de que vamos voltar à nova matriz econômica, que trouxe o Brasil a essa crise”, afirmou o ministro, sem mencionar diretamente a ex-presidente.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que a reforma trabalhista será aprovada ainda nesta semana no Senado. A pressa em avançar a proposta tem o objetivo de mostrar que o governo preserva sua força no Congresso, apresar da crise política que enfrenta.

O plano, contudo, já foi abandonado. Segundo o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, o Planalto concordou com um acordo costurado entre líderes na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para votar a reforma trabalhista no colegiado apenas na próxima terça-feira (6).

Fonte: Folha de São Paulo

BC agiu com cautela previsível diante da crise política, dizem analistas

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O corte de 1 ponto percentual na taxa básica de juros da economia brasileira mostra que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu agir com previsível cautela diante das incertezas trazidas no cenário político após à forte crise que abala o Planalto desde a delação de executivos da J&F envolvendo o presidente Michel Temer, segundo analistas ouvidos pelo G1.
A decisão de reduzir a Selic de 11,25% para 10,25% ao ano veio dentro do esperado pela maioria do mercado, mas no entendimento do mercado, o BC deixou claro em seu comunicado que poderá desacelerar o ritmo de queda da Selic e adotar uma postura mais conservadora na próxima reunião.

“O Banco Central está condicionando o ritmo atual à normalidade política e deixou bem claro a necessidade de uma desaceleração”, avaliou o ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria, Maílson da Nóbrega.

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Para o professor de economia da Faculdade Fipecafi ((Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), George Sales, o comunicado do Copom também chamou mais a atenção do que o corte anunciado. Ficou bem explícito que se o cenário político e de aprovação das reformas continuar confuso, o BC vai diminuir a velocidade do corte da taxa básica de juros para evitar um descontrole da inflação”, diz Sales.

Aumento da incerteza
O BC citou como fator de risco principal o “aumento de incerteza sobre a velocidade do processo de reformas e ajustes na economia”. “Isso se dá tanto pela maior probabilidade de cenários que dificultem esse processo, quanto pela dificuldade de avaliação dos efeitos desses cenários sobre os determinantes da inflação”, destacou o comunicado do Copom.
Em outro trecho, o BC reiterou que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá, entre outros fatores, das estimativas da taxa de juros estrutural da economia. Mas ressaltou que esse quadro passou a ficar mais turvo.

“O Comitê entende que o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas. Essas estimativas continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo.”

A economista e professora do Coppead/UFRJ, Margarida Gutierrez, explica que as expectativas em relação às reformas e o ajuste fiscal mudaram após a crise aberta no dia 17 pelas delações dos controladores da JBS.

No começo do mês, as apostas eram de que a autoridade monetária poderia ousar e reduzir os juros em 1,25 ponto percentual. Porém, após o início da nova crise política, os analistas ajustaram suas apostas e passaram a prever, em peso, uma redução menor, de 1 ponto percentual, o que se confirmou nesta quarta.

“O ritmo de corte poderá ser menor daqui para frente em razão das variáveis câmbio e expectativas de inflação, que por sua vez estão associadas totalmente às incertezas sobre a crise política”, afirma.

Para Maílson, a cautela do BC é mais do que compreensível. “O Banco Central costuma ser aquele que recolhe a bebida na hora da festa”, brinca, destacando entretando que o BC brasileiro tem sido muito claro e transpararente em suas comunicações.

O economista continua projetando, entretanto, que a Selic deverá fechar 2017 entre 8,5% e 8,75% ao ano. “O BC permanecerá atento ao desenrolar da crise e seus efeitos da atividade econômica, numa cautela previsível”.

Entidades como a Fiesp, entretanto, criticaram o BC, afirmando que a manutenção do ritmo de corte retarda o processo de “retomada da economia e da geração de empregos”. Veja a repercussão
Esta foi sexta vez seguida que a autoridade monetária diminuiu a Selic, num ciclo iniciado em outubro passado que contou com dois cortes iniciais de 0,25 ponto percentual, seguidos por outros dois de 0,75 ponto e um de 1 ponto.

Fonte: G1

BB diz que desembolsos cresceram 25% para pessoa física

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SÃO PAULO – Os desembolsos de crédito do Banco do Brasil (BB) para pessoa física aumentaram 25% neste ano, até agora, em relação a 2016, afirmou o presidente da instituição, Paulo Caffarelli. No caso das operações com pessoa jurídica, o crescimento foi de 20%, segundo ele.

Caffarelli observou que a recuperação tem sido mais lenta que a observada em outras ocasiões. Ele lembrou que a crise atual já dura 20 trimestres, enquanto as passadas foram superadas não demoraram mais do que cinco trimestres.

“Estamos vivendo o momento oposto. A retomada é bastante consistente, mas levará mais tempo”, afirmou o executivo em painel com banqueiros no Brasil Investment Forum, que acontece hoje e amanhã em São Paulo.

Caffarelli disse que o Brasil é um “país de oportunidades”, principalmente em infraestrutura — área na qual, segundo ele, há R$ 1,4 trilhão em investimentos a ser feitos.

O presidente do BB observou que o modelo anterior concentrava os investimentos em infraestrutura no dinheiro público, mas, agora, quem vai financiar os projetos é o mercado de capitais.

“Na medida em que [os projetos] têm competitividade, podem muito bem se acomodar nas taxas de mercado”, afirmo, acrescentando que em pouco tempo as taxas de curto e longo prazos estarão próximas.

Demanda

Caffarelli afirmou que o agravamento da crise política não teve impacto na demanda por crédito de clientes do varejo ou do atacado.

Segundo o executivo, a instabilidade teve reflexo na tesouraria. Porém, ele não revelou se o impacto foi positivo ou negativo e afirmou que não seria possível quantificá-lo. “Nossa posição em tesouraria é sempre conservadora”, disse Caffarelli.

Ao ser questionado sobre declarações de outros banqueiros sobre o reflexo da crise, Caffarelli disse que o BB tem uma atuação nacional, enquanto os demais estão mais concentrados nos grandes centros.

O presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, disse no evento que varejistas têm apontado forte queda nas vendas desde que vieram à tona notícias implicando o presidente Michel Temer na delação premiada dos controladores da JBS. Para o presidente do J.P. Morgan no país, José Berenguer, a incerteza política deve ter impacto no Produto Interno Bruto (PIB).

(Vinícius Pinheiro | Valor)

Governo intervém e licitação do BB é suspensa até conclusão de auditoria

Publicado em: 26/04/2017

O Banco do Brasil decidiu não homologar o resultado da licitação de publicidade, cujo nome da vencedora foi antecipado à Folha, até que uma auditoria interna apure indícios de direcionamento da concorrência.

Como o jornal mostrou na edição desta terça (25), o nome da primeira colocada, a agência Multi Solution, foi obtido pela reportagem quatro dias antes da abertura dos envelopes que oficializariam o resultado.

A informação é de que houve direcionamento na estatal para favorecer a empresa. O banco nega qualquer ação nesse sentido, assim como o presidente da agência, Pedro Queirolo. Essa é a maior licitação já disputada no governo Michel Temer.

A Multi Solution e outras duas empresas dividiriam um contrato de até R$ 500 milhões por um ano, prorrogável até o limite de 60 meses, totalizando mais R$ 2,5 bilhões, sem contabilizar eventuais reajustes.

O vazamento do resultado da licitação irritou o Palácio do Planalto, que enviou emissários ao BB para pedir uma solução rápida para o caso.
Destas conversas ficou acertado que o banco suspenderia o resultado da licitação até que o caso fosse elucidado. Há forte cobrança para que o certame seja anulado.

O BB, por sua vez, entrou em contato com o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Raimundo Carreiro. Dentro da corte, o movimento foi visto como estratégico, já que havia entre os ministros quem defendesse uma intervenção no caso com o pedido de anulação da licitação, o que traria mais desgaste ao banco.

Antes mesmo da publicação da reportagem da Folha expondo o vazamento, o governo Temer havia estranhado o resultado porque a Multi Solution nunca teve contrato com o poder público e é vista como uma novata sem estrutura para tocar uma conta como a do Banco do Brasil.

Nesta terça, foi anunciado o resultado de outra licitação de agências de publicidade, desta vez da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), e a Multi Solution ficou com a última colocação (leia mais na pág. A5).

Integrantes do governo e especialistas ouvidos pela Folha apontaram fatos inusitados na pontuação obtida pela Multi Solution na concorrência do Banco do Brasil.

A agência obteve nota 13,08 de um total possível de 15 no quesito capacidade de atendimento, sendo que não possui um escritório em Brasília e conta com equipe enxuta em comparação com suas concorrentes.

Recebeu nota máxima, 10, no quesito repertório, deixando para trás nomes como a Lew Lara, que atende atualmente o banco.
Por meio de sua assessoria, o BB afirmou que “o processo de licitação para escolha das novas agências de publicidade não está finalizado e obedece a legislação”.

“A definição das classificadas seguiu critérios técnicos, conforme parâmetros previstos em edital público”, diz o texto. A instituição financeira afirma ainda que o resultado da auditoria interna “será determinante para a finalização da licitação”. “O BB não hesitará em adotar qualquer outro procedimento que julgar necessário.”

Na segunda-feira (24), o presidente da Multi Solution, Pedro Queirolo negou irregularidades. “De forma alguma [houve favorecimento].”
Queirolo disse ainda que, apesar de só ter clientes privados em seu portfólio viu “no novo momento que o país enfrenta uma oportunidade para desenvolver um trabalho sério e competente também no setor público”.

Leia abaixo a íntegra da nota do Banco do Brasil:

Em relação à reportagem publicada nesta terça-feira (25) sobre o processo de licitação para contratação de agências de publicidade, o Banco do Brasil esclarece que:

I – O processo de licitação para escolha das novas agências de publicidade não está finalizado e obedece rigorosamente a legislação. A definição das classificadas seguiu critérios técnicos, conforme parâmetros previstos em edital público.

II – Para que não pairem dúvidas, o Banco do Brasil, tão logo tomou conhecimento da reportagem, iniciou auditoria interna para apuração das notícias divulgadas, cujo resultado será determinante para finalização da licitação. O Banco do Brasil não hesitará em adotar qualquer outro procedimento que julgar necessário.

III- De forma transparente, nesta quarta-feira (26), o Banco do Brasil dará publicidade a todas as propostas técnicas que foram apresentadas na licitação, junto com as respectivas notas atribuídas pela comissão responsável pela avaliação, o que possibilitará a verificação de todo o processo por qualquer interessado.

IV – Além disso, o Banco do Brasil está à disposição dos órgãos de Controle, tendo já contatado o TCU (Tribunal de Contas da União) a fim de prestar esclarecimentos que aquela Corte julgue necessários.

 

Fonte: Folha de São Paulo

BNDES, Caixa, BB: a destruição dos bancos públicos

Publicado em: 13/04/2017

O slogan de JK eram os famosos 50 anos em 5, que construiu Brasília, a SUDENE e a indústria automobilística nacional. JK tinha pressa na construção do Brasil. O slogan oculto do governo Temer são 209 em 2. Temer tem pressa em desmontar e destruir.

O primeiro banco público brasileiro, o Banco do Brasil, foi instituído por Dom João VI, antes do Brasil se tornar nação independente, no dia 12 de outubro de 1808; a Caixa Econômica é de 12 de janeiro de 1861, tempo do Império de Pedro II; o BNDES (criado sob a sigla de BNDE) é de 20 de junho de 1952, herança do segundo governo de Getúlio Vargas.

Nossos bancos públicos são alavancas decisivas de desenvolvimento. Todas as decisões fundamentais de acumulação, investimento, financiamento e políticas sociais de transferência de renda não se fizeram na economia brasileira, em tempos remotos ou recentes, sem o auxílio desses instrumentos públicos. Trata-se de uma experiência bem-sucedida, “case” de política econômica estudada lá fora, uma diferença positiva extraordinária do Brasil em relação a todos os demais países da América Latina, que se ressentem de um instrumento de desenvolvimento semelhante.

Os planos de Temer e seus burocratas, a cada dia mais escancarado, é de acelerada recolonização do Brasil. Fazer retroagir um grande país capitalista periférico, repleto de potencialidades e em desenvolvimento, com vocação de potência (tanto que compõe os BRICS), à condição de país neocolonial. Quer transformar o Estado apenas num balcão de negócios e favorecimentos ao sistema financeiro, às multinacionais e aos rentistas. Todos os instrumentos de Estado que geram empregos e bem-estar social estão sob ameaça. A Previdência Social está sendo atacada. A Consolidação das Leis do Trabalho (a CLT) também está na mira. E os bancos públicos já estão sendo desmontados.

O governo do usurpador quer desmontar os bancos públicos federais e privatizar os bancos públicos estaduais. No final do ano passado, as taxas de juros da Caixa e do Banco do Brasil foram aumentadas. O quadro de trabalhadores do Banco do Brasil foi reduzido através de programa de demissão voluntária que alcançou 10 mil empregados. O BNDES é sufocado obrigando-o a pagar R$ 100 bilhões ao Tesouro em data antecipada. Além disso, a taxa de financiamento do BNDES será uma taxa de mercado.

O governo Temer quer também intervir nos estados da federação. Resultado da recessão advinda das políticas macroeconômicas neoliberais, os Estados estão em dificuldades financeiras. Como todos os estados da federação devem à União, o governo federal está propondo uma suspensão do pagamento da dívida por três anos. Isso aliviaria momentaneamente os estados. Mas o governo Temer impõe condições draconianas: suspenção de aumentos para o funcionalismo público estadual e privatização das empresas de saneamento, energia e bancos.

Os bancos públicos são da sociedade. Não pertencem a um governo ilegítimo. Bancos públicos prestam serviços a todos e todas. Não visam apenas o lucro para dividir entre seus acionistas ou atender bem o público consumidor, com o único intuito de aumentar a sua carteira de clientes. Fazem isso também, mas vão além. Fazem inúmeras parcerias com o governo para viabilizar políticas e programas sociais e econômicos. Por isso, são públicos.

Ao atacar os bancos públicos o governo vai aumentar o desemprego e reduzir o alcance de diversos programas sociais, por exemplo, o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que é um programa de financiamento que garante a produção de alimentos. São 12 milhões de pessoas ocupadas na agricultura familiar e 70% dos alimentos que consumimos vêm do seu trabalho.

O programa Minha Casa Minha Vida depende fundamentalmente da Caixa. Mais: 70% do financiamento imobiliário do país é feito pela Caixa. O Fies, programa de crédito para o estudante poder pagar a universidade ou faculdade privada, depende do Banco do Brasil e da Caixa. O financiamento do investimento da indústria depende em grande medida do BNDES. O financiamento de obras de infraestrutura depende essencialmente dos bancos públicos federais.

Há uma passagem recente da economia brasileira que não pode ser esquecida. Em 2008/9, durante a maior crise financeira internacional, cujo epicentro foi os Estados Unidos, os bancos públicos tiveram um papel exemplar. Enquanto os bancos privados retraíram a oferta de crédito e elevaram as taxas de juros, os bancos públicos federais fizeram o contrário. Essa atitude, associada a uma série de outras medidas adotadas pelo governo, transformou aquela crise que era chamada de Tsunami em marolinha, tal como disse corretamente o ex-presidente Lula.

Foi inteiramente legítima a atuação dos bancos privados naquela crise. Afinal, o objetivo dos bancos privados é o lucro. Assim como devemos reconhecer que também é legitima a existência e a necessidade de bancos públicos. Em 2009, a atuação dos bancos públicos auxiliou a manutenção de milhões de empregos e conteve falências de empresas. Assim, reduziu a inadimplência de toda a economia, inclusive mantendo as condições para que trabalhadores saldassem as suas dívidas perante os bancos privados. Podemos dizer que, até para os bancos privados, os bancos públicos foram úteis e são necessários.

Realmente, o governo Temer tem pressa em desmontar os bancos públicos. Na sexta-feira passada (31/03), o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, convocou uma coletiva de imprensa para anunciar medidas, conforme ele, de “modernização da remuneração do BNDES”. Na verdade, são medidas para encarecer de forma significativa os empréstimos do BNDES. Haverá a extinção da TJLP (taxa de juros de longo prazo) e a criação de uma nova taxa para os financiamentos do BNDES, a TLP – que será equivalente à taxa das NTN-B (de cinco anos), que é um título da dívida do governo.

Durante a entrevista coletiva, quando indagado por um jornalista qual seria a taxa dos empréstimos do BNDES hoje se as medidas já estivessem em vigor, o presidente do BC deu uma resposta propositalmente vaga: “depende de qual seria a taxa da NTN-B”. Desconversou: hoje, a TJLP está em 7% ao ano, mas se a TLP já estivesse vigorando em sua plenitude, ela seria de 11,8%.

Na prática, é o fim do BNDES como banco de desenvolvimento, instrumento de competitividade e consolidação das empresas nacionais. Os financiamentos do BNDES ficarão bem caros e pouco atrativos.

Os argumentos dos técnicos do governo Temer na defesa do indefensável são absolutamente falsos. Alegam que haverá aumento da previsibilidade porque a TLP será definida pelo mercado. É exatamente por esse motivo que a nova taxa é mais volátil e, portanto, mais imprevisível. E, ademais, é uma taxa cíclica, que se moverá ao sabor das ondas do mercado.

O governo diz que o fim da TJLP e a criação da TLP vai fomentar o financiamento privado de longo prazo. Ora, não existe correspondência necessária entre definhamento do BNDES e do investimento e uma pseudo eclosão do sistema privado de financiamento. Em artigo recente, o professor Ernani Teixeira, da UFRJ e ex-superintendente do BNDES, mostra que os bancos privados ofertam somente 14% dos créditos de longo prazo no Brasil. Não há interesse dos bancos privados em se expor em operações arriscadas (por exemplo, a construção de uma hidroelétrica) com taxas de juros baixas e prazos de financiamento que ultrapassam décadas. O mesmo vale para o mercado de debentures (ou seja, títulos de dívidas das empresas) que tem tamanho e prazos menores que a carteira do BNDES (4,1% do PIB é o tamanho do mercado de debentures contra 9,6% do PIB que é o tamanho da carteira de crédito do BNDES).

Na coletiva, um dos principais argumentos exibidos por Ilan Goldfajn é que a substituição da TJLP pela TLP contribuirá para a queda sustentada da taxa de juros estrutural da economia. Argumentação esquisita. Criam uma taxa que eleva o custo dos financiamentos do BNDES e aí concluem que uma taxa mais alta (a TLP) contribuirá para a queda de todas taxas de juros da economia.

Argumentam que com a TLP o BNDES vai conseguir securitizar a sua dívida. Isso significaria que o BNDES negociaria seus créditos para se capitalizar e fazer novos empréstimos. Cabe a pergunta: o “novo” BNDES objetivamente definhado – pela falta de demanda por seus financiamentos que ficarão caros e voláteis – iria ao mercado captar recursos para emprestar para quem?

Enfim, os defensores neoliberais da TLP sacam o argumento miraculoso – a nova taxa contribui para o equilíbrio fiscal. É verdade, serão reduzidos aquilo que chamam de subsídios implícitos (chamado oficialmente de subvenção econômica), já que o BNDES não praticará taxas abaixo das taxas de mercado. Esquecem, contudo, que taxas de juros mais baixas do BNDES estimulam o investimento, a geração de empregos e renda e, em consequência, o aumento da arrecadação.

Com taxas de juros abaixo das taxas de mercado, o BNDES podia alocar recursos em setores econômicos específicos e regiões menos desenvolvidas. E isso incomoda demais neoliberais. Para eles, o mercado deve alocar recursos sem levar em consideração condicionantes historicamente construídos, a exemplo das diferenças regionais. Assim sendo, como o mercado não vai mesmo alocar por indução natural, podem esquecer desenvolvimento no norte e nordeste.

No passado, dizia-se que ou o Brasil acabava com a saúva ou a saúva acabava com o Brasil. O governo Temer é a saúva do presente.

 

Fonte: Brasil 247

Temer ressalta papel dos pequenos negócios na retomada da economia

Publicado em: 16/03/2017

O presidente da República, Michel Temer, destacou, nesta quarta-feira (15), o papel dos micro e pequenos empresários na retomada do crescimento da economia brasileira. Ao participar do lançamento do programa Senhor Orientador, o presidente colocou o grupo como parte da “força motriz” do Brasil.

“Os pequenos negócios, que são pequenos apenas no nome, são, na verdade, os grandes campeões nacionais do emprego”, afirmou Temer. Com a melhora da economia, o presidente da República disse ter confiança de que os dados referentes ao desemprego serão reduzidos “sensivelmente” ainda em 2017.

Convênio assinado entre o governo federal, o Banco do Brasil e o Sebrae em janeiro permitiu a criação do Senhor Orientador, que faz parte do programa Empreender Mais Simples. Nos próximos dois anos, R$ 8,2 bilhões estarão disponíveis para micro e pequenas empresas empreenderem e gerarem empregos.

De acordo com o projeto, o Sebrae selecionou 310 consultores, todos profissionais aposentados de instituições financeiras. Eles vão auxiliar os interessados no programa a ter acesso ao crédito financeiro. A expectativa é de que 36 mil micro e pequenas empresas sejam atendidas até o fim de 2017.

“Para nós, esse programa do Senhor Orientador vai fazer com que colegas aposentados, não só do Banco do Brasil, possam efetivamente usar um conhecimento que por mais da metade da vida deles foi destinado ao mercado financeiro, ao crédito”, disse o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli.

Segundo Cafferelli, o acompanhamento dos consultores, antes e depois da tomada de crédito, irá criar um círculo virtuoso na economia, que já conta com uma inflação e juros em queda, conforme pontuou.

Fonte: Portal Planalto

Opinião – Banco do Brasil: a salvação da lavoura

Publicado em: 26/01/2017

Ao assumir a presidência do Banco do Brasil em 2016, Paulo Rogério Caffarelli realizava um sonho de infância. O executivo paranaense iniciou sua carreira no BB como menor aprendiz, e construiu uma trajetória de sucesso no banco durante 32 anos.

Em 2014, ele deixou a instituição financeira para se tornar secretário executivo do Ministério da Fazenda, e posteriormente se tornaria diretor executivo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Quando voltou ao BB, foi para se tornar presidente do maior banco do país em ativos, com R$ 1,4 trilhão.

Portanto, não adianta a tentativa de alguns segmentos do setor financeiro, ligados ao capital financeiro, que querem desestabilizar o Banco do Brasil, um competidor da rede privada.

O BB é um instrumento que não permite que o cartel dos juros comandado pela rede privada possa continuar a sangrar a indústria, a lavoura e muito menos o câmbio que já fez o estrago que pôde à indústria paulista.

Como foi o caso no governo Lula, em que o câmbio – coisa que o presidente do Banco Central conhece desde criancinha – ficou subvalorizado com o real forte, dando início à derrocada da indústria paulista. Agora, esse mesmo grupo tenta desestabilizar o Brasil, tendo como alvo a figura do presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli.

O presidente da República, Michel Temer, atento a esta tentativa de intriga, não deixará que esses algozes do capital brasileiro saiam vencedores.

Caffarelli será obrigado, a qualquer momento, de forma legal, a demonstrar provimentos que, em um primeiro momento de estudo, poderiam demonstrar uma virtual fragilidade do banco, mas que pode se tornar o remédio necessário para que o banco continue forte.

E para que os que tentam derrotá-lo não façam o mesmo que fizeram com a Petrobras.

Fonte: Jornal do Brasil