BB assina convênio com Natura para financiamento de sistemas agroflorestais

Publicado em: 25/09/2025

Nesta semana, em Nova Iorque, em agendas paralelas à Assembleia Geral da ONU, o Banco do Brasil e a Natura formalizaram convênio para financiamento de R$ 50 milhões em projetos de impacto na região norte do país, com foco em Sistemas Agroflorestais (SAF), com o objetivo de recuperar 12 mil hectares de floresta, com potencial de R$ 2 bilhões em financiamento.

A parceria BB e Natura propõe potencializar os impactos climáticos e sociais positivos gerados ao trazer inovação para o plantio de um dos bens mais consumidos do mundo, o óleo de palma, utilizado em alimentos, produtos de higiene pessoal, cosméticos e até biocombustíveis.

A iniciativa visa o uso sustentável do solo, com foco na conservação de recursos naturais e ainda em geração, manutenção e diversificação de renda para agricultores familiares, ao trazer escala aos projetos de SAF na região da Amazônia Legal, mais precisamente na região de Tomé Açu. Lá, Natura, Embrapa e a Cooperativa Mista de Tomé Açu (CAMTA) desenvolvem o Projeto SAF Dendê, desde 2008, que implantou em uma área de 650 hectares um Sistema Agroflorestal composto por dendezeiros (palmeira da qual se extrai o óleo de palma) junto a outros cultivos como cacau, açaí, mandioca e pimenta.

Este plantio consorciado com outras espécies gera benefícios sociais, econômicos e ambientais, como reflorestamento de áreas degradadas, aumento da produtividade, resiliência climática e melhoria da qualidade do solo, segundo apontam estudos da Embrapa, que indicam ainda o manejo agroecológico como fundamental para a redução das emissões dos gases de efeito estufa associados à cadeia produtiva do dendê.

Para o vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial, José Ricardo Sasseron, o sistema agroflorestal possibilita ao agricultor familiar obter e diversificar a sua renda durante o ano a depender das espécies cultivadas, podendo aumentar a renda em cerca de 40% quando comparado ao monocultivo. É um modo de trabalho que eleva a segurança alimentar das famílias dos agricultores, bem como a valorização do trabalho do jovem e da mulher. Além disso, é um sistema que pode contribuir para o sequestro de carbono, e que o manejo agroecológico é fundamental para a redução das emissões dos gases de efeito estufa”, afirma. “Estes modelos agroflorestais são altamente replicáveis e integram a estratégia do BB para o financiamento à sociobioeconomia. Neste ano, atingimos um saldo de R$ 2 bilhões em crédito voltado à sociobioeconomia na região amazônica”, complementa.

De acordo com Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade Natura, a preocupação com o impacto ambiental do óleo de palma, que historicamente está associado a práticas de desmatamento em várias regiões do mundo, impulsionou a Natura a buscar alternativas que alinham produção responsável com a conservação do meio ambiente. “Nosso objetivo de longo prazo é termos 100% de blend de óleo de palma vindo de práticas regenerativas. Estamos focados em fortalecer parcerias, envolver novos agricultores e captar investimento de forma a beneficiar não só a Natura, mas toda a cadeia de palma”.

Na prática, o convênio tem a potencialidade de auxiliar no acesso ao crédito, que chegando nos produtores, irá auxiliar no custeio das atividades do ciclo produtivo, além de promover investimentos para aumento de produtividade, com recuperação de áreas e aquisição de equipamentos. A prestação de assistência técnica, vinculada na estrutura, também garante assessoria especializada para auxiliar na tomada de decisão de investimento pelo produtor.

O projeto tem potencial de beneficiar as 46 comunidades produtoras que atuam na cadeia da Natura, impactando mais de 10 mil famílias. Com sua implementação, cooperativas e associações fornecedoras da Natura passarão a contar com a possibilidade de ampliar sua gama de produtos integrados com sistemas florestais, investindo assim em preservação ambiental e maior fertilidade de solo.

Fonte: Banco do Brasil

BB e Natura fecham parceria em prol da bioeconomia na Amazônia

Publicado em: 15/12/2023

O Banco do Brasil e a Natura assinaram, nesta semana, protocolo de intenções para promoção do desenvolvimento da cadeia produtiva da companhia na região amazônica. A ação conjunta visa apoiar cooperativas e produtores de matérias-primas e insumos utilizados na fabricação dos produtos da empresa. A expectativa é de que toda cadeia de valor da Natura seja contemplada, sendo inicialmente três comunidades fornecedoras do Pará. As cooperativas também serão incluídas na esteira de avaliação de implantação de projetos para originação de créditos de carbono. A parceria é celebrada durante participação do BB na 28ª edição da Conferência das Partes (COP), em Dubai, nos Emirados Árabes.

A diretora de sustentabilidade de Natura &Co América Latina, Angela Pinhati, destaca que conexão entre a conservação da biodiversidade e a valorização de comunidades tradicionais da Pan Amazônia é fator fundamental para o caminho de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. “A Amazônia está no centro das discussões da COP28, logo, ter a conferência como palco desse anúncio é muito significativo. A parceria com o BB reflete nosso compromisso com a sustentabilidade e apoio às comunidades locais, que são uma parte fundamental do nosso negócio”, reforça.

Desenvolvido no âmbito do Programa de Bioeconomia na Amazônia Legal do BB, o protocolo visa inicialmente apoiar cooperativas e produtores, podendo estender-se às consultoras da Natura. A parceria com o banco busca iniciar com um aporte de R$ 3 milhões em crédito para cooperativas no Pará, podendo ser ampliada para outras 41 cooperativas fornecedoras de insumos amazônico para a Natura.

Os recursos podem ser provenientes de parcerias anunciadas durante a Assembleia Geral da ONU, tais como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e da Coalizão Verde, da qual o BB se tornou signatário. As cooperativas serão avaliadas para projetos de créditos de carbono, enquanto a Fundação Banco do Brasil (FBB) considera aplicar tecnologias sociais nos projetos.

A Natura trabalha há mais de 20 anos com a bioeconomia da sociobiodiversidade na Amazônia, desde o lançamento da linha Ekos, mas foi a partir de 2011, com a estruturação do Programa Natura Amazônia (PAM), que a região se consolidou como um vetor de inovação, negócios sustentáveis e referência para a promoção de desenvolvimento local para a companhia. Nesse momento, a empresa brasileira de cosmético fortaleceu e ampliou o modelo de relacionamento com as comunidades agroextrativistas. Hoje, mais de 10 mil famílias integram as comunidades agroextrativistas amazônicas que se relacionam com a empresa.

Já o Banco do Brasil participa de diversas agendas na COP 28 com o intuito de fortalecer o seu posicionamento em sustentabilidade e no enfrentamento às questões climáticas. A comitiva do Banco conta com a presença do vice-presidente de Governo e Sustentabilidade, José Ricardo Sasseron, e do gerente geral da Unidade ASG, Gabriel Santamaria, além de especialistas no tema.

Esse protocolo de intenções mostra que o BB atua para além da geração de valor financeiro, mas também em toda a cadeia de valor das empresas, gerando negócios ao mesmo tempo rentáveis e sustentáveis. “A sustentabilidade está na razão de ser do Banco do Brasil, na nossa essência. Estamos em um momento em que nossas ações e compromissos para um mundo mais sustentável, conectados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, convidam todos os stakeholders a assumirem responsabilidades diante das mudanças climáticas e seus efeitos na vida das pessoas e comunidades.”, afirma José Ricardo Sasseron, vice-presidente do BB, que participa da conferência.

Gabriel Santamaria, gerente geral da Unidade ASG, que também está em Dubai, complementa que “o BB quer ser protagonista na construção de um mundo mais verde e inclusivo e ser reconhecido por suas práticas e negócios sustentáveis no sistema financeiro. Fomentar a agenda ASG gera retorno para empresa ao mesmo tempo que traz impacto socioambiental positivo para sociedade e meio ambiente, reduzindo os efeitos das mudanças climáticas”.

Entre os eventos previstos na COP 28 com a participação do BB, o painel da Coalizão Verde, aliança de Bancos de Desenvolvimento da Região Amazônica, também se destaca como encontro com empresas especializadas em Crédito de Carbono, outras instituições financeiras brasileiras e estrangeiras, como o Banco ABC e o Banco de Desenvolvimento alemão KFW e uma reunião bilateral com o Fundo Francês de Desenvolvimento (AFD).

Fonte: Banco do Brasil