Bancos reduzem milhares vagas de trabalho em 2023; resultado é a precarização

Publicado em: 19/12/2023

O emprego formal no setor bancário apresentou leve recuperação em outubro, com saldo de 257 postos de trabalho. Resultado de 3.681 admissões e 3.424 demissões. No entanto, apesar desse pequeno avanço, os números acumulados do ano revelam um cenário de descaso com os trabalhadores. São 5,3 mil vagas fechadas de janeiro a outubro, embora os lucros das instituições sigam batendo recordes. Foram R$ 25 bilhões em lucros apenas no terceiro trimestre.

Entre todas as atividades econômicas, somente o comércio e o teleatendimento fecharam mais vagas do que o setor bancário no período mencionado. Os dados revelam tendência mais ampla de redução nos postos de trabalho. Especialmente no acumulado de 12 meses, indo de novembro de 2022 a outubro de 2023, quando os bancos fecharam 5.712 vagas. Considerando apenas os “bancos múltiplos com carteira comercial”, que englobam os principais bancos privados e o Banco do Brasil, o saldo negativo atingiu 5.848 vagas.

“Os bancos tentam justificar a redução de postos de trabalho apresentando dados que mostram o aumento do uso de transações pela internet e nos caixas de autoatendimento. Mas, durante a pandemia, pudemos ver que, apesar de estes tipos de transações terem aumentado, muita gente tem necessidade ou prefere o atendimento presencial humanizado”, afirma o o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale.
Menos empregos, mais lucro para os bancos

No último mês, os fechamentos concentraram-se em cinco estados, com São Paulo liderando com 82% do saldo negativo (-196 vagas). Em contrapartida, o Rio Grande do Sul se destacou positivamente, registrando um aumento de 192 postos de trabalho. “Quando fazemos o recorte de gênero, vemos que, no mês de outubro, o aumento de vagas privilegiou os homens. Entre eles, houve aumento de 396 vagas. Entre as mulheres, houve redução de 140 vagas”, informa em nota a Contraf-CUT.

A análise por faixa etária revela um cenário misto, com um saldo positivo entre as faixas de até 29 anos (1.054 vagas a mais). Além disso, um movimento oposto para as faixas etárias mais elevadas, com o fechamento de 798 vagas.

Quanto à remuneração, os dados indicam redução significativa no salário médio dos bancários admitidos, chegando a R$ 5.564,98, correspondendo a apenas 73,38% do valor recebido pelo demitido, que era de R$ 7.583,32. Este cenário levanta preocupações sobre a estabilidade e a qualidade dos empregos oferecidos no setor bancário.

O resultado destes cortes, explica Previtale, é a precarização do trabalho. “O resultado é que, com a redução de postos de trabalho, somada ao fechamento de agências, os bancários que permanecem empregados ficam sobrecarregados e adoecem, porque têm que cumprir diversas tarefas do dia a dia e, ao mesmo tempo, atingir as metas de vendas de produtos bancários”.

Fonte: Rede Brasil Atual

Bancos eliminaram mais de 2,6 mil postos de trabalho no primeiro trimestre de 2023

Publicado em: 19/05/2023


O setor bancário eliminou postos de trabalho pelo sexto mês consecutivo. Foram extintas 1.474 vagas em março, maior número desde novembro de 2020, quando foram encerradas pouco mais de duas mil vagas – período agravado pela pandemia do covid-19.

No primeiro trimestre de 2023, os bancos eliminaram 2.662 vagas na categoria. No mesmo período do ano passado, foram abertas 3.160 vagas. Os dados são de levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Ao examinar o recorte por município, as cidades onde estão localizadas as matrizes dos bancos e centros administrativos, houve maior extinção de vagas, tanto para o mês de março quanto para o primeiro trimestre.

Em Osasco (SP), sede do Bradesco, ocorreu o maior saldo negativo no primeiro trimestre, com a eliminação de 400 postos de trabalho. O último demonstrativo financeiro do banco sediado no município apresentou fechamento de mais de dois mil postos de trabalho entre dezembro de 2022 e março de 2023.

O segundo município com maior saldo negativo foi São Paulo, onde estão alocadas várias matrizes de bancos. Em março foram fechadas 356 vagas, resultado de 1.286 admissões contra 1.642 desligamentos.

O Caged aponta que a eliminação postos de trabalho ocorreu em mais de 1.500 cidades do país. Cabe ressaltar, ainda, que entre dezembro de 2022 e março de 2023, os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), conforme seus demonstrativos financeiros, fecharam 79 agências físicas o que supõe implicações desfavoráveis ao nível de emprego.

Faixa etária e sexo

No recorte de gênero, o saldo foi negativo tanto entre homens quanto entre mulheres. No entanto, o número de admissões entre os homens foi 11,7% superior em relação ao de mulheres. Enquanto os desligamentos foi 6,1% superior entre os homens em relação às mulheres.

Em relação à faixa etária, foi observado saldo positivo apenas nas faixas até 24 anos, com ampliação de 269 vagas. Para as demais faixas, a partir de 25 anos, o fechamento foi de 1.743 vagas.

“Os números do Caged revelam o aprofundamento da precarização do mercado de trabalho bancário e dos seus serviços, com a eliminação de vagas e fechamento de agências, redução de salário e menos mulheres e pessoas com mais idade ocupando empregos nos bancos. Esta realidade aumenta a sobrecarga de trabalho e os adoecimentos, e resulta na piora do atendimento à população”, critica Lucimara Malaquias, Secretária de Estudos Sócio-Econômicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Redução da remuneração média

A remuneração média também sofreu redução. O salário médio do bancário admitido em março foi de R$ 6.728,48, enquanto o valor médio do grupo de desligados foi de R$ 8.063,40. Logo, o salário médio do admitido correspondeu a 83,44% do desligado.

“Mesmo apresentando lucratividade bilionária há anos, os bancos seguem precarizando o emprego, porque quando contratam, o fazem com salários reduzidos, contribuindo com a desigualdade social por meio da concentração cada vez maior dos lucros nas mãos de poucos acionistas e diretores executivos”, acrescenta a dirigente.

Comportamento do emprego no Ramo Financeiro

No que se refere ao emprego no Ramo Financeiro, excluindo a categoria bancária, houve saldo positivo em março com a abertura de 925 postos de trabalho (68,5% inferior ao registrado no mesmo mês do ano anterior). Nos últimos 12 meses, foram criados 28,5 mil postos de trabalho, uma média de criação de 2,3 mil postos/mês.

Dentre as atividades financeiras, nota-se que as atividades que mais criaram postos de trabalho no mês de março foram: crédito cooperativo (+831 vagas); Holdings de instituições não-financeiras (+351 vagas); e outras sociedades de participação, exceto holdings (+92 vagas).

Importante ressaltar que as atividades mencionadas referem-se as CNAEs, Classificação Nacional de Atividades Econômicas, constantes no cadastro nacional das empresas na receita federal.

“O movimento sindical seguirá lutando para que o setor bancário cumpra com sua função constitucional de promover o desenvolvimento equilibrado do país e servir aos interesses da coletividade, por meio do aumento dos postos de trabalho a fim de reduzir a sobrecarga de trabalho e fornecer um atendimento melhor à população, que sofre com juros extorsivos e tarifas abusivas, e com a piora do atendimento causado pelo fechamento de agências e pela redução dos postos de trabalho”, diz Lucimara Malaquias, Secretária de Estudos Sócio-Econômicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Caged: bancos fecham 800 postos de trabalho em 3 meses

Publicado em: 15/07/2022


O setor bancário apresentou saldo negativo de empregos pelo terceiro mês consecutivo. É o que aponta o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de maio, divulgado agora em julho. Entre março e maio, foram fechados cerca de 800 postos de trabalho.

Em maio, foram realizadas 3.172 admissões e 3.605 desligamentos, maior nível desde outubro de 2021. O saldo foi de 433 vagas eliminadas, sendo 322 vagas (74,4%) em Bancos Múltiplos com carteira comercial. Houve saldo negativo também na Caixa Econômica, de menos 60 postos de trabalho.

No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, ocorreu a criação de 8,3 mil postos de trabalho, decorrente de forte impacto de contratações da Caixa Econômica Federal, a partir de decisão judicial favorável à contratação de trabalhadores aprovados no concurso de 2014. No ano, o setor acumula criação de 2,7 mil postos.

Do total do saldo positivo verificado no setor nos últimos 12 meses (+8.355 postos), 33,9% deve-se ao saldo da Caixa. No ano, destaque para o saldo negativo nos Bancos Comerciais (-75 postos).

“Os cinco maiores bancos – BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander – tiveram lucro de R$ 107,7 bilhões em 2021, isso representou um crescimento de 34,1% em relação a 2020. Os mesmo cinco banco já apresentam lucro de R$ 27,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Ou seja, não há justificativa para o setor ter saldo negativo nos últimos três meses. Pelo contrário, deveriam contratar mais, já que os trabalhadores em agências e departamentos estão sobrecarregados. Estamos em Campanha Nacional e já cobramos mais contratações na mesa de negociação com a Fenaban, ocorrida no dia 27 de junho”, diz Lucimara Malaquias, secretária de Estudos Sócio-econômicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Contratados ganham menos que os desligados

O salário mensal médio de um bancário admitido em abril alcançou o valor de R$ 5.403,87 enquanto o do desligado foi de R$ 6.107,26, isto é, o salário médio do admitido correspondeu a 88,5% do desligado.

“Isso mostra que os bancos economizam em mão de obra com a rotatividade no setor”, ressalta Lucimara Malaquias. “Eles também economizam quando terceirizam, o que muitos deles vêm fazendo ultimamente, principalmente o Santander, valendo-se das reformas trabalhistas promovidas pelo governo Temer e agora pelo governo Bolsonaro”, lembra a dirigentes, que é bancária do Santander.

Sobre as admissões e demissões

No que se refere à movimentação do emprego, nas admissões observa-se a quase nulidade de contratação via primeiro emprego, apesar dos bancos mencionarem programas de inclusão de jovens. Outro ponto dos dados do Caged que chama a atenção é a reintegração de trabalhadores, que representaram 2,6% do total admitido em maio.

Quanto aos desligamentos, a modalidade demissões voluntárias (a pedido do trabalhador) representou 37,6% da totalidade, queda em relação aos meses anteriores. Em contrapartida, os desligamentos sem justa causa, motivados pelo empregador, somaram 56,0% do total, maior patamar dos últimos 12 meses.

De janeiro a maio deste ano, não ocorreu nenhum desligamento por aposentadoria. Para o acumulado em 12 meses, verificou-se que 2.623 trabalhadores foram desligados por aposentadoria.

Faixa Etária e Sexo

Outro ponto chama atenção nos dados do Caged: o saldo negativo, em maio, se deu exclusivamente entre as mulheres (-546 postos), já que entre os homens, o saldo foi positivo em 113 postos de trabalho.

No ano, os desligamentos foram mais efetivos entre as mulheres (-7.946 postos) em relação aos homens (-7.182 postos). Em contrapartida, as admissões são predominantemente masculinas com 10.380 postos criados contra 7.523 novos vagas destinadas às mulheres.

Assim, o saldo entre janeiro e maio de 2022, é negativo para o sexo feminino com a eliminação de 423 postos e positivo para os homens com abertura de 3.198 postos. Esta situação se prorrogada afetará diretamente no estoque de trabalhadores do setor bancário, o tornando menos igualitário.

Em relação às faixas etárias, é possível observar saldo positivo entre as faixas até 29 anos, com ampliação de 936 vagas. Já para as demais faixas etárias, foi notado movimento contrário, fechamento de 1.369 vagas.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Grandes bancos fecham mil agências, causam desemprego e filas

Publicado em: 16/06/2022


Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, os três maiores bancos privados do país, lucraram R$ 18,1 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Somados aos R$ 6,6 bilhões do Banco do Brasil – que é público, mas de capital aberto –, vai a R$ 24,7 bilhões o lucro dos principais bancos do país no período. No entanto, as quatro instituições financeiras, juntas, fecharam 1.007 agências entre março de 2021 e março deste ano. Os bancos apostam no atendimento virtual, principalmente pelo celular. Mas o resultado é a piora do atendimento aos clientes nas agências.

“Só durante a pandemia, foram 353 agências. São muitas agências fechadas, principalmente onde mais precisa. Ou seja, nas periferias. Hoje tem bairros de São Paulo em que as pessoas têm que andar às vezes 10 quilômetros, pegar uma condução, para achar uma agência bancária”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva.

Em entrevista a Heródoto Barbeiro, no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM, Ivone ressaltou que os mais pobres e os idosos são os que mais sofrem com o fechamento das agências. Os primeiros, porque às vezes falta dinheiro para pagar a internet do celular, ou não têm um aparelho compatível com o aplicativo do banco. Já os aposentados, seja pela dificuldade com a tecnologia ou por hábito, querem acompanhar de perto, nas agências, a sua vida financeira.

“E muitas vezes eles chegam lá, e não tem ninguém para atendê-los. Antes não tinha mais o caixa físico. Hoje estão sumindo das agências até os caixas eletrônicos. Você chega na agência e a fila dos caixas eletrônicos é enorme. Um total desrespeito à população”, disse ela.

Reclamações

Reportagem de Giuliana Saringer, no portal UOL, mostra que, somente neste, ano o Procon-SP registrou 69 reclamações pela demora nas filas nas agências. Para efeito de comparação, em 2020, foram 24 reclamações, ainda que a ida aos bancos estivesse mais restrita, em função da gravidade da pandemia naquele momento. A publicação também traz depoimentos de clientes do Bradesco que relatam que passaram horas nas filas das agências, cheias por conta do fechamento de outras unidades próximas.

Demissões

Além da piora no atendimento, outra consequência do fechamento das agências é o aumento das demissões. Na última sexta-feira (27) o Sindicato dos Bancários realizou um protesto no Radar, concentração bancária do Santander localizada em Santo Amaro, contra o processo de terceirização e demissões promovidas pelo banco espanhol. Desde o início do ano, já são cerca de 200 demissões, sem reposição do quadro de funcionários.

Roberto Paulino, dirigente do sindicato e bancário do Santander, destacou que a terceirização é uma forma do banco reduzir despesas às custas dos direitos e da remuneração dos seus funcionários. Ele lembrou que o banco espanhol retira do Brasil quase 30% do seu lucro global, e cobrou responsabilidade social com o país.

“Isso significa gerar empregos decentes, e não precarizar relações de trabalho e demitir trabalhadores, contribuindo para aumentar o já enorme índice de desemprego. Cobramos do banco o fim das demissões, a realocação dos trabalhadores impactados e que interrompa o processo de terceirização”.

No mesmo dia, o sindicato também se reuniu com a direção do Itaú para tratar do fechamentos das agências e da demissão indevida dos trabalhadores. Estão sendo demitidos principalmente trabalhadores com histórico de adoecimento e idade próxima aos 50 anos. O banco alega que a maior parte não teria cumprido as metas de desemprenho nos últimos anos, apesar dos lucros bilionários.

“Não basta o Itaú pregar que ‘muda o mundo’ em suas propagandas e, por outro lado, demitir trabalhadores adoecidos ou com mais tempo de banco. Isso é desumano, e com certeza muda o mundo pra pior”, critica Sérgio Francisco, dirigente do sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú. (Com informações do SP Bancários)

Fonte: Rede Brasil Atual

Saldo de empregos no setor foi positivo, mas maiores bancos continuam extinguindo vagas

Publicado em: 16/12/2021


Segundo dados do Novo Caged, o saldo de empregos no setor bancário foi positivo em outubro, com a geração de 1.012 vagas. Mas esse resultado foi impactado pelas contratações da Caixa decorrentes de decisão judicial favorável aos aprovados no concurso de 2014. Excluindo-se o resultado da Caixa, os bancos apresentariam fechamento de 44 postos de trabalho no mês.

O saldo positivo também não reflete o movimento de contratações e demissões nos quatro maiores bancos do país (BB, Itaú, Bradesco e Santander). Estes se enquadram na categoria “bancos múltiplos com carteira comercial” – não inclui a Caixa, que se enquadra na categoria “caixas econômicas” -, e esta categoria extinguiu 77 postos de trabalho em outubro, e 1.441 nos últimos 12 meses.

Desde abril de 2021, a trajetória do emprego formal no setor bancário tem apresentado criação de postos de trabalho. De janeiro a outubro, verifica-se a criação de 5.121 postos de trabalho. Mas esse total deve-se principalmente às contratações na Caixa por determinação da Justiça (mencionadas acima); e deve-se também a uma ampliação de postos de trabalho não ligados diretamente às áreas mais tradicionais dos serviços bancários, como os de profissionais de TI. No acumulado dos últimos 12 meses, houve aumento de 1.271 postos de trabalho na categoria.

“O que se percebe ao analisar os dados do Caged é que o saldo positivo de empregos não significa aumento de contratações para as funções tradicionais de bancários. O que o setor está fazendo é contratar mais profissionais de TI, uma consequência da digitalização dos serviços bancários. Mas os maiores bancos, com exceção da Caixa que este ano foi obrigada a chamar os concursados de 2014, continuam extinguindo empregos, principalmente nas agência físicas. Ou seja, a categoria continua sobrecarregada, adoecendo, e o atendimento presencial da população continua sendo relegado a segundo plano pelos bancos”, diz Rita Berlofa, secretária de Estudos Sócio Econômicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

A dirigente também destaca que os trabalhadores contratados para a TI são, em grande maioria, terceirizados. “São trabalhadores contratados pelo banco, porém sem os direitos da categoria bancária. Não têm a cobertura da Convenção Coletiva, não tem os direitos conquistados pela categoria ao longo de anos. É uma contratação fraudulenta de mão de obra, porque são trabalhadores que prestam serviço para bancos, mas estão sendo contratados de forma terceirizada”, afirma Rita Berlofa.

Remuneração média

O salário mensal médio de um bancário admitido em setembro foi de R$ 5.014,59 enquanto o do desligado foi de R$ 5.207,72, ou seja, o admitido entra ganhando 96,3% do que ganhava o desligado. Isso mostra que os bancos continuam ganhando com a rotatividade.

Desligamentos por pedido dos empregados

Outro dado interessante mostra que o número de desligamentos por pedido do empregado no setor bancário tem aumentado nos últimos meses. No início da pandemia até outubro de 2020, o número de desligamentos por pedido representava em média um quarto do total dos desligamentos. Em dezembro de 2020, chegou ao pico de 65,4% das demissões, e nos últimos dois meses tem superado 40% do total de desligados, ou seja, para cada dez desligamentos quatro foram motivados por iniciativa do trabalhador. Nos últimos 12 meses foram mais de 15 mil pedidos de demissão.

Em nota, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese) observa que compreender a motivação não é uma tarefa fácil, e lista como principais hipóteses: a melhoria na oferta de vagas com possível migração de trabalhadores para fintechs e corretoras de valores; facilidade de mudanças promovidas pelo home office e o esgotamento dos trabalhadores por conta de pressões com metas abusivas. “De toda forma, apenas através de uma investigação qualitativa com os trabalhadores seria possível entender este movimento”, diz a nota do Dieese.

No Brasil

Segundo o Caged, o emprego formal no Brasil apresentou crescimento em outubro de 2021, registrando saldo de 253.083 postos de trabalho. O saldo positivo ocorreu em quatro Grandes Grupos de Atividades Econômicas: Serviços (+144.641 postos); Indústria geral (+26.697 postos), concentrado na Indústria de Transformação (+23.747 postos); Comércio (+70.355 postos); e Construção (+17.236 postos). Em atividades da Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura o saldo foi negativo (-5.844 postos). Para o acumulado do ano, janeiro até outubro, o saldo positivo ultrapassa 2,6 milhões de novas vagas de emprego e no acumulado dos últimos 12 meses houve a criação de 2,8 milhões de postos de trabalho formais.

Adicionalmente, informações da PNAD Trimestral (3º trimestre de 2021) – que incorpora números do emprego formal e informal – aponta uma taxa de desocupação estimada em 12,6% da população brasileira, o que representa um contingente de pessoas desocupadas de, aproximadamente, 13,5 milhões. No período, existiam também 30,7 milhões de pessoas subutilizadas (pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a Força de trabalho ampliada). Considerando a inflação e o aumento do postos de trabalho informais, a renda real média do trabalhador teve queda recorde de 11,1% em um ano.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Comissão debate alto lucro dos bancos, em contraste com fechamento de agências

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A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados promoveu audiência pública nesta quarta-feira (15) para discutir o desempenho das principais instituições bancárias do País.

O deputado Júlio Cesar (PSD-PI), que propôs a realização do debate, lembrou que em 2020 as cinco maiores instituições bancárias do País lucraram, juntas, mais de R$ 79,3 bilhões. Ele destacou que o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional (CMN) adotaram medidas visando dar maior liquidez ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) para enfrentar os efeitos da pandemia de Covid-19, com o objetivo de evitar que, diante de um cenário adverso, os bancos retraíssem o crédito, como ocorreu em crises anteriores.

“Foram anunciadas medidas com o potencial de ampliar a liquidez do Sistema Financeiro em R$ 1,274 trilhão, o equivalente a 17,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o ‘pacote’ envolveu mais R$ 1,348 trilhão, em razão da redução da alíquota do depósito compulsório e de outras exigibilidades, como provisionamentos adicionais”, informou o deputado.

Contudo, na contramão desses estímulos e dos resultados positivos em 2020, continuou Júlio Cesar, essas instituições fecharam mais de 1.364 agências bancárias em todo país, reduzindo mais de 11 mil postos de trabalho.

“Mesmo em um ano marcado por uma pandemia e a maior queda do PIB brasileiro desde o início da série histórica, os maiores bancos brasileiros mantiveram um alto patamar de lucratividade, em 2020, devido à forte incidência de créditos tributários, queda na despesa de pessoal, redução de agências e ampliação da utilização de canais digitais”, disse o deputado.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Bancos extinguem mais de 13 mil empregos durante a pandemia

Publicado em: 07/05/2021


Os bancos extinguiram mais de 13 mil empregos entre março de 2020 e fevereiro de 2021, portanto, durante a pandemia do novo coronavírus. Os dados, do Novo Caged – o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que mudou sua metodologia a partir de janeiro de 2020 – mostram ainda que de janeiro de 2020 a fevereiro de 2021, o saldo de empregos nos bancos foi de menos 12.662 postos de trabalho. O saldo foi positivo apenas nos meses de janeiro, fevereiro, março e maio de 2020; nos demais meses, manteve-se negativo.

Assim, o setor bancário foi na contramão do setor financeiro de modo geral. O setor financeiro, excetuando-se os bancos, gerou 14.431 empregos nos últimos 12 meses (entre março de 2020 e fevereiro de 2021), com destaque para o crédito cooperativo (gerou 3.749 postos), administração de cartão de crédito (3.112 postos), Holdings de Instituições não Financeiras (2.490 vagas) e Planos de Saúde (2.198). Os bancos foram também na contramão dos demais setores da economia: o saldo de empregos no Brasil foi positivo com a geração de 411.956 vagas nos últimos 12 meses.

“Isso mostra que os bancos, apesar de terem se comprometido com o movimento sindical logo no início da pandemia, em 2020, a não demitir, descumpriram o acordo e desligaram milhares de trabalhadores e trabalhadores, em plena crise sanitária e econômica. O Sindicato vem cobrando, nas mesas de negociação com a Fenaban (federação dos bancos), que o setor bancário pare de demitir nesse momento tão grave pelo qual estamos passando, mas ainda não tivemos uma resposta positiva. Vamos continuar cobrando e nos mobilizando contra as demissões, até porque, apesar da crise financeira pela qual passa o país, os bancos continuam lucrando”, destaca a secretária de Comunicação do Sindicato, Marta Soares.

O saldo dos últimos 12 meses no setor bancário é resultado de 17.952 admissões contra 31.023 desligamentos. Dentre as admissões, 85,9% trata-se de reemprego, ou seja, um novo emprego para um trabalhador já integrante do mercado de trabalho formal. No que tange às demissões, 53,3% foram desligamentos sem justa causa.

Os “bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foram responsáveis pelo fechamento de 11.400 postos de trabalho nos últimos 12 meses. A Caixa Econômica registrou fechamento de 1.819 postos no mesmo período.

O saldo para o início do ano de 2021, segue negativo em 738 empregos, e no mês de fevereiro, última informação disponível, negativo em 544 vagas.

Saldo de empregos bancários por estados

Os piores saldos do setor bancário, entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021, foram registrados nos estados de São Paulo (-3.285), no Rio Grande do Sul (-1.807) e no Rio de Janeiro (-1.594). Apenas os estados do Acre e Pará apresentaram resultados positivos.

Desligamentos por morte

Os desligamentos por morte aumentaram durante a pandemia. Para a categoria bancária, em janeiro e fevereiro de 2020, antes portanto da pandemia, o número de desligamentos por morte foi de 28 trabalhadores, Já nos dois primeiros meses deste ano, os desligamentos por morte chegaram a 70, ou seja, 42 vidas a mais perdidas.

Para o conjunto do mercado de trabalho brasileiro, os desligamentos por morte também aumentaram quando comparados com período anterior ao da pandemia. Comparando primeiro bimestre de 2021 com o de 2020, cresceu 33%. Embora não exista o registro da causa da morte, pondera-se o considerável aumento em relação à média de janeiro a março de 2020, que era de 17 desligamentos por morte/mês.

Faixa Etária e Sexo

O saldo negativo de empregos no setor bancário foi maior entre as mulheres. No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo negativo entre os homens foi de 5.464 postos, enquanto que entre as mulheres foi de 7.607 postos de emprego.

A abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 17 e 24 anos, com criação de 2.765 vagas. Acima de 25 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 6.234 postos.

Salário médio

Em fevereiro de 2021, o salário mensal médio de um bancário admitido foi de R$ 4.880,38, enquanto que o do desligado foi de R$ 5.617,97, ou seja, o correspondente a 86,9% do salário médio do desligado.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Plano de Demissão Voluntária do BB tem adesão de quase 5 mil funcionários

Publicado em: 05/02/2021


Apesar das ameaças do presidente Jair Bolsonaro de suspender o programa de demissão voluntária (PDV) aberto pelo Banco do Brasil, quase 5 mil funcionários da instituição já aderiram à medida, praticamente atingindo a meta prevista. O prazo de adesão ao PDV acabaria na sexta-feira (05/02).

Diante das vantagens oferecidas pelo banco, muitos funcionários, que estão próximos da aposentadoria, preferiram aderir ao PDV. Eles acreditam que há boas perspectivas no mercado e não veem vantagens de continuarem no BB por falta de perspectivas.

Nem mesmo no período mais tenso vivido pelo Banco do Brasil, quando Bolsonaro ameaçou demitir o presidente da instituição, André Brandão, por causa do plano de enxugamento de despesas, os interessados no PDV se intimidaram. Para o comando do BB, foi a senha de que a medida era acertada.

Com o encerramento do PDV, o Banco do Brasil se dedicará ao processo de fechamento de postos de atendimento. Estão na lista 361 unidades, das quais, 112 são agências. Esse processo, porém, exige mais tempo, pois deve seguir uma série de burocracias, como afixar placas nos locais 30 dias antes do encerramento das operações e realocar a clientela.

Foi nesse ponto, sobretudo, que Bolsonaro se pegou para ameaçar Brandão de demissão. Prefeitos e parlamentares reclamaram com o presidente do fechamento de agências, alegando que a medida prejudicaria as economias locais. O presidente, porém, ficou somente na ameaça.

O fechamento dos postos de atendimento se estenderá de fevereiro a junho. Nada foi mudado, mesmo com os ruídos políticos. A meta do Banco do Brasil, com o PDV e o fechamento de pontos de atendimento, é economizar R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.

“A reestruturação do Banco do Brasil é muito importante para manter a sua competitividade no mercado. O banco ficará mais digital para enfrentar a concorrência, que está cada vez mais forte”, diz um funcionário da instituição.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

 

 

Grandes bancos privados fecharam mais de 1,5 mil agências em 2020

Publicado em: 04/02/2021


Bradesco, Itaú e Santander, os três maiores bancos privados do país, sinalizam que estão revendo seus processos mais tradicionais de operação e atendimento ao cliente. O movimento ocorre na esteira de uma maior adesão dos brasileiros aos canais digitais, como reação ao isolamento social, mas também como uma alternativa para a redução de custos.

O maior indicador dessa mudança é o fechamento de agências e a redução no quadro de funcionários. Apenas em 2020, as três instituições fecharam, juntas, mais de 1.500 agências e pontos de atendimentos. O número representa uma queda de 12% na estrutura.

O enxugamento de agências não é de agora. Especialistas e analistas do mercado já projetavam a tendência de migração de áreas físicas para canais digitais, com investimentos cada vez maiores em tecnologia.

“A capilaridade, de certa forma, era um grande ativo para o setor. Mas, de um tempo para cá, os bancos se anteciparam à digitalização, e não é de hoje que vêm diminuindo a presença física”, afirmou o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, em um Webinar promovido pela Fitch Ratings em setembro de 2020.

A expectativa, agora, é que o maior uso dos canais digitais durante a pandemia intensifique esse movimento. Pesquisa realizada pela federação e pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) com 3.000 entrevistados embasa essa percepção: 60% afirmaram que passaram a usar mais os canais virtuais dos bancos com a pandemia.

Outro levantamento feito pelo Banco Central apontou que o distanciamento social e o pagamento do auxílio emergencial em 2020 aceleraram o processo de bancarização no Brasil, fazendo com que 9,8 milhões de pessoas iniciassem relacionamento com uma instituição financeira entre março e outubro.

Segundo Milton Maluhy Filho, novo presidente do Itaú Unibanco, que assumiu o cargo na terça-feira (2) no lugar de Candido Bracher, o grande banco privado deve focar ainda mais em sua atuação digital e também no ESG (melhores práticas ambientais, sociais e de governança).

A instituição encerrou o quarto trimestre de 2020 com 24,4 milhões de clientes digitais, um aumento de 2,9% em relação aos três meses imediatamente anteriores.

“Investiremos o dobro em tecnologia em 2021 do que investimos em 2018. Aumentamos a quantidade de soluções de tecnologia em 81%, com novos serviços e funcionalidades para as plataformas digitais. Esses canais continuam a crescer mesmo depois do período mais crítico da pandemia”, afirmou o executivo.

O mesmo aconteceu nos outros dois grandes bancos privados.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira (3) o Bradesco apontou que um quarto (25, 3%) dos empréstimos feitos pelo banco em 2020 foi feito em canais digitais.

Em nota, Octavio de Lazari, presidente da instituição, disse que parte da explicação para a rápida reação do banco diante da crise do coronavírus foi poder contar com uma robusta estrutura tecnológica para atendimento digital.

Segundo Sergio Rial, presidente do Santander, o banco trabalhar para colocar 90% de seus produtos em canais digitais em dois anos.

“Até o final de 2022, esperamos que a atividade operacional das nossas lojas [agências] seja próxima de zero. Isso significa eliminar processos que precisem de papeis e trazer produtos e serviços cada vez mais digitais”, afirmou.

Para ele, a mudança para os meios digitais também reflete em agências mais voltadas para o atendimento especializado -que priorizam a consultoria ao invés do atendimento de caixa, pagamento de contas ou assinatura de contratos, por exemplo.

“Não acho que alguém consiga fazer previdência de longo prazo por meio de uma tela digital. A não ser que seja um investidor qualificado, o cliente pode querer uma consultoria. O mesmo acontece para financiamentos de veículos”, disse Rial.

Só o Santander encerrou o ano passado com 3.564 agências e pontos de atendimento, um redução de 7,2% na estrutura em relação a 2019. O banco também demitiu 3.220 funcionários no período. O quadro atual conta com 44.599 colaboradores.

O Bradesco fechou 1.083 agências em 2020 -400 delas apenas no quarto trimestre. Nesta quinta-feira (4) o presidente do banco, Octavio de Lazari, também sinalizou que estima fechar mais 450 agências em 2021, o que totalizaria um corte superior a um terço da estrutura física do Bradesco.

O banco encerrou 2020 com uma redução de 8% do seu quadro de funcionários, de 97.329 para 89.575.

“Esse movimento intensifica a transformação digital, com uma cultura intensiva de dados e o melhor atendimento dos clientes com essas ferramentas. Isso tem se mostrado fundamental”, disse Lazari. Ainda assim, o movimento enfrenta reações de sindicatos dos bancários que têm feito críticas à instituição.

O Itaú, apesar de também ter registrado demissões ao longo da pandemia, encerrou o ano com 96.540 funcionários, 1.659 a mais do que o registrado em 2019. De acordo com o banco, foram contratados 3.764 engenheiros e equipe de tecnologia, já incluindo os profissionais absorvidos com a compra da Zup, companhia mineira de serviços de tecnologia.

Em 2020, o banco também encerrou 167 agências e pontos de atendimento – 117 deles no Brasil. Segundo Maluhy, no entanto, o banco não tem planos de reduzir ainda mais a sua estrutura física.

“Temos um público muito heterogêneo, desde pessoas que vão nas agências todos os dias até aqueles que só conseguem resolver as coisas pelos canais digitais. Mas nós continuamos trabalhando bastante na evolução do sistema legado e o investimento em tecnologia é uma tendência do setor”, disse Maluhy.

Fonte: Folha de Londrina

 

Crise no BB esfria, mas bancários pedem que Congresso barre reestruturação

Publicado em: 21/01/2021


Após uma semana de crise, os ânimos se acalmaram no Banco do Brasil (BB). A ideia é silenciar e deixar a poeira baixar para voltar a tratar do plano de reestruturação que irritou o presidente Jair Bolsonaro e quase custou a demissão do presidente do BB, André Brandão. Os bancários, no entanto, seguem tentando reverter o projeto. Por isso, já se reuniram com executivos do banco e agora pediram ajuda de parlamentares para evitar o fechamento de agências e uma nova rodada de demissões no BB.

O pedido foi apresentado nesta sexta-feira (15/1) por meio de uma “carta a parlamentares”, assinada pelas associações que representam os funcionários do Banco do Brasil — Associação dos Aposentados e Funcionários do Banco do Brasil (AAFBB), Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única de Trabalhadores (Contraf-CUT) e Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil (Faabb).

O documento ressalta que “qualquer reestruturação precisa considerar a dimensão estratégica do Banco do
Brasil, sobretudo neste momento crucial da vida do país” e diz que “o Congresso Nacional, representante da vontade popular, poderá ter um papel decisivo no sentido de impedir que sigam em frente os planos de fechamento de unidades do Banco do Brasil e de extinção de 5 mil vagas no quadro de pessoal da empresa”. Por isso, pede “apoio e atenção de cada parlamentar para que as intenções da Direção do Banco do Brasil sejam revistas”.

Os funcionários do BB argumentam que “inovação digital é bem-vinda, desde que combinada com uma rede capaz de atendimento presencial”. E explicam: nem toda a população brasileira tem facilidade com os meios digitais e o BB é o único banco com atendimento presencial em muitas das pequenas cidades do interior do país, sobretudo naquelas em que há forte agricultura familiar, que é amparada pelos programas de crédito do Banco do Brasil.

“Ademais, ao diminuir o quadro de pessoal, a decisão amplia o deficit no atendimento à população e sobrecarrega ainda mais as agências, com ônus para a qualidade dos serviços prestados aos clientes e acarretando desgaste físico e emocional para os funcionários na linha de frente”, acrescenta o documento, lembrando que o BB pode contribuir com o processo de enfrentamento à crise da covid-19 por meio de ações como o crédito e destacando que o momento já é de elevação do desemprego.

Foi o momento inoportuno para o anúncio da reestruturação e a queixa de parlamentares, que não gostaram da notícia de que o BB iria fechar agências em suas bases eleitorais, por sinal, que fez o presidente Jair Bolsonaro perder a cabeça com o projeto que prevê o fechamento de 361 unidades de atendimento e o desligamento voluntário de até 5 mil funcionários do Banco do Brasil. O Palácio confirmou que, irritado, Bolsonaro pediu a demissão de Brandão. Porém, o executivo parece ter ganhado sobrevida.

Reestruturação

A permanência de Brandão foi defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que viram o mercado reagir negativamente à demissão. Contudo, fez a ala política do Palácio do Planalto pedir revisões do plano de reestruturação do BB. A equipe econômica ainda não confirma alterações no projeto. Porém, a tendência é a reestruturação caminhe mais devagar a partir de agora.

Funcionários do BB estão esperançosos na revisão do plano. É que, nessa quinta-feira (14), a Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação (CEBNN) da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) foi recebida por representantes da administração do Banco do Brasil e pediu que a reestruturação fosse deixada de lado. Os executivos ficaram de apresentar as reivindicações ao Comitê Gestor do BB e voltar a conversar com os funcionários sobre o assunto.

“Diante do fato de o banco ter atendido nosso pedido de aceitar participar da reunião de quarta e da afirmativa de que nossas reivindicações seriam levadas ao Comitê Gestor do BB, além do fato de estarmos em mobilização nacional, acredito ser possível uma rodada de negociações extraordinária e, a depender da posição dos parlamentares contatados, que a diretoria do banco seja obrigada a recuar na implantação oportunística de desmonte do papel social do BB”, disse Arimarcel Padilha, membro do Contec.

Fonte: Correio Braziliense

 

Protestos contra demissões e fechamento de agências do Banco do Brasil no país

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Depois do anúncio do PDV do BB, manifestações e protestos contra a reestruturação ocorreram em várias partes do país. O Sindicato dos Bancários de Santos, no litoral de São Paulo, realizou um protesto em frente a agência do Banco do Brasil, localizada na Avenida Ana Costa, 486, no Gonzaga, das 10h às 12h, desta quinta-feira (21). Houve distribuição de carta aberta, colagem de cartazes, faixas e som para esclarecer aos funcionários, clientes e à população, o prejuízo que a restruturação causará, segundo o sindicato, com fechamento de agências e as demissões voluntárias. O movimento sindical, ainda propõe uma paralisação nacional no próximo dia 29.

A reestruturação prevê o fechamento de quase 400 agências e outras unidades do Banco do Brasil (BB), além da demissão de 5 mil funcionários.

O governo federal diz que vai fechar “361 unidades, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 Postos de Atendimento (PA)”, além da conversão de 243 agências em postos de atendimento e a ‘transformação’ de 145 unidades de negócios em Lojas BB, estes dois últimos, sem gerentes e guichês de caixa. Tudo no primeiro semestre de 2021.

“Nenhum outro banco facilita empréstimos com juros mais baixos aos micros, pequenos e médios agricultores; empresas e comércio em geral, instalados em pequenas cidades. Financia esporte, cultura e outras áreas sociais. A importância para a sociedade brasileira, fomento de empregos e riquezas à nação é extraordinária e essencial ao País! Os bancos privados só objetivam o lucro, sem se importar com os brasileiros!”, ressalta Eneida Koury, presidente do Sindicato e funcionária do Banco do Brasil.

Duas agências podem ser fechadas em Santos

Em Santos, duas agências serão desativadas nos planos do banco. A agência Santista, rua Dom Pedro II, 49, Centro e o Posto de Atendimento que fica na esquina do canal 5 com Epitácio Pessoa, Av. Almirante Cochrane, 47, Embaré.

“A população será prejudicada. Passará a contar com uma rede de agências menor, com menos funcionários. Algumas cidades ficarão sem agências. O atendimento vai ser ainda mais precarizado”, diz André Elias, dirigente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário do BB.

Fonte: Diário do Litoral

 

 

 

Guedes deu aval a demissões e fechamento de agências do Banco do Brasil

Publicado em: 14/01/2021


Ameaçado de demissão pelo presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, negociou toda reestruturação da instituição com o ministro da Economia, Paulo Guedes. O processo, que prevê o desligamento voluntário de 5 mil funcionários e o fechamento de 361 pontos de atendimento, só andou depois do aval do chefe da equipe econômica.

O Banco do Brasil só tornou público o processo de reestruturação depois de submeter todas as medidas ao crivo da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), chefiada por Amaro Luiz de Oliveira Gomes. O órgão faz parte do guarda-chuva do Ministério da Economia.

“Nada do que foi anunciado pelo Banco do Brasil seria possível se não tivesse o aval do ministro Paulo Guedes”, diz um executivo da instituição. “Todos os argumentos para a reestruturação do banco foram apresentados e aceitos pela Sest. Ou seja, não há porque falar em surpresas dentro do governo”, ressalta.

Para os executivos do Banco do Brasil, a reestruturação e o enxugamento de despesas pela instituição é vital. É questão de sobrevivência, pois o banco está vendo as receitas caírem com o crescimento espetacular das instituições digitais. “O BB tem tudo para se dar bem, desde que a política não atrapalhe”, frisa o mesmo executivo.

Com a demissão voluntária de empregados e o fechamento de postos de atendimento, o Banco do Brasil espera economizar quase R$ 3 bilhões até 2025.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

Bancos fecham agências no Brasil no maior ritmo em três anos

Publicado em: 18/12/2020


Os bancos brasileiros estão fechando agências no ritmo mais rápido em três anos, com as medidas de restrição por causa da Covid-19 forçando os clientes a usarem mais serviços pela internet ou telefone e a competição com as fintechs se intensificando. Os executivos do setor dizem que mais está por vir.

“A gente já vinha notando um aumento no uso de canais digitais, mas na pandemia mesmo quem não queria teve que usá-los, e aparentemente está gostando,” disse Renato Lulia Jacob, diretor de relações com investidores do Itaú (ITUB4) Holding SA, em entrevista. “Agora que as agências estão abertas novamente, não temos visto os clientes voltando para lá.”

Os bancos fecharam 1.444 agências no Brasil nos 12 meses até novembro, 78% a mais que nos 12 meses anteriores, no maior corte desde 2017, de acordo com dados do Banco Central compilados pela Bloomberg.

As agências, antes essenciais para o varejo bancário no Brasil, estão se tornando um fardo caro diante da competição com as fintechs.

A pandemia acelerou a tendência, pois os clientes ficam mais em casa e os bancos têm de arcar com novos custos para equipar suas instalações para cumprir protocolos de segurança contra o vírus. O Brasil tem o segundo maior índice de mortalidade de Covid-19 do mundo.

“Talvez você não precise de agências com todos os serviços que elas têm hoje,” disse Jacob. “Temos de repensar todo o processo de distribuição de produtos em um banco.”

Entre os cinco maiores bancos, o Banco Bradesco (BBDC4) foi o mais agressivo nos 12 meses até setembro, fechando 772 agências, seguido pelo Itaú com 203, segundo os balanços dos bancos.

O Bradesco já está transformando sua rede de agências, segundo Nathan Dean, analista da Bloomberg Intelligence. “Eles têm essa ideia de agências satélite – menores, com uma ou duas pessoas”, disse Dean.

Os cortes de empregos estão chegando quase tão rápido. Os bancos cortaram 26% a mais vagas nos 12 meses até setembro em comparação com a média de 2013 a 2019, segundo dados do Ministério da Economia compilados pelo sindicato dos bancários. O Banco Santander (SANB11) lidera a lista, cortando 4.335 empregos, de acordo com seu balanço.

O Itaú foi o único banco com aumento no quadro de funcionários. Mais de 2.000 pessoas se juntaram à sua equipe de tecnologia, incluindo as vindas da Zup I.T. Serviços em Tecnologia e Inovação Ltda., empresa adquirida pelo banco, disse Jacob. Após cortes em outras áreas, as vagas adicionadas no Itaú em 12 meses até setembro foram de 736, segundo seu balanço.

“Expandimos nossos investimentos em tecnologia em 40% este ano em comparação com 2019”, disse Jacob. “Neste negócio, temos licença para matar: podemos gastar o quanto quisermos.”

A ameaça das fintechs até agora tem se limitado a produtos específicos, como cartões de crédito, onde houve “uma perda importante de participação de mercado” dos maiores bancos, disse Jacob. Mas as grandes instituições financeiras ainda dominam em outras áreas, incluindo crédito, disse ele.

Ainda assim, será difícil manter margens de lucro no futuro, então cortar custos é “uma questão de sobrevivência” para os bancos, disse ele.

Antes da pandemia, o Itaú abria em média 250 mil a 270 mil novas contas por mês por meio de canais eletrônicos. No segundo trimestre, o número atingiu o recorde de 645 mil, antes de cair para 512 mil no terceiro trimestre, segundo o banco com sede em São Paulo.

O oposto acontece com o seguro, que é um produto vendido principalmente durante as visitas a uma agência tradicional, disse Jacob.

O Brasil tinha 19.352 agências bancárias em novembro, 4.115 a menos do que em quatro anos atrás.

O Banco do Brasil (BBAS3) controlado pelo governo brasileiro, aumentou em 67 o número de agências nos 12 meses até setembro. Já a Caixa Econômica Federal, outro grande banco estatal, cortou apenas duas agências, mas eliminou 3.896 empregos no período.

Os bancos brasileiros investiram R$ 24,6 bilhões em tecnologia no ano passado, mas os ganhos com esses investimentos não foram distribuídos igualmente com funcionários e clientes, segundo Juvandia Moreira, presidente do Contraf/CUT, o sindicato nacional dos trabalhadores do setor financeiro.

“Gostamos da tecnologia também, não somos contra ela, mas queremos que os lucros obtidos sejam compartilhados com a sociedade, incluindo funcionários de bancos e clientes”, disse Juvandia em entrevista. “As tarifas bancárias ainda são muito altas, enquanto os clientes são obrigados a fazer auto-atendimento em plataformas digitais ou a esperar em filas enormes, enquanto os funcionários ficam sobrecarregados.”

Os bancos eliminaram mais de 72.500 empregos de 2013 a setembro deste ano, disse o sindicato dos bancários, usando números do Ministério da Economia.

Isso se compara a mais de 40.000 pessoas que começaram a trabalhar em startups do setor financeiro no Brasil desde 2015, segundo o Relatório Distrito Fintech 2020.

Os bancos estão focados em aumentar sua tecnologia e isso não é somente uma questão de economia de custos que ela gera, disse Dean, da Bloomberg Intelligence. “Os bancos querem ter certeza de que estão abraçando a ideia da tecnologia”, disse ele. “É mais uma questão de estratégia – que tipo de banco queremos ser daqui a três ou cinco anos.”

Fonte: Money Times

 

Bancos fecharam 1.444 agências em um ano, aponta levantamento

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Levantamento realizado pela agência de notícias norte-americana Bloomberg junto ao Banco Central, divulgado hoje (16), constatou que os bancos brasileiros estão fechando agências em ritmo mais rápido em relação aos últimos três anos. Um total de 1.444 agências foram fechadas no País, de novembro de 2019 a novembro deste ano. Também tem sido grande o número de profissionais demitidos nos últimos anos.

O levantamento chamou a atenção para a situação da Caixa Econômica Federal. A entidade, na contramão da tendência de encerramento e atividades de agências, fechou apenas duas delas, mas por outro lado eliminou 3.896 empregos no mesmo período.

Para a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) o déficit de trabalhadores desse banco público coloca em risco a capacidade e qualidade da assistência à sociedade.

Conforme cálculos da Federação, feitos até 20 de novembro, esse déficit no quadro de pessoal da Caixa supera 17 mil profissionais (o banco conta atualmente com 84,2 mil empregados. Tinha 101,5 mil trabalhadores em 2014).

De acordo com o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, o desligamento de tantos trabalhadores sem uma indicação do banco para a contratação de novos empregados, “além de piorar as condições de trabalho, pode prejudicar o atendimento à população, especialmente neste momento de pandemia”.

Recentemente, a Caixa reabriu o seu Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Para Takemoto, essa reabertura, logo após o início de uma reestruturação, sem nenhum planejamento, “parece ter como único intuito pressionar os empregados a aderirem ao programa”, ressaltou.

A questão também chama a atenção por conta do atendimento social feito pela Caixa. Além de ser responsável pelas principais linhas de financiamento habitacional do país, o banco 100% público é responsável pela gestão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), bem como o pagamento do Bolsa Família e de benefícios diversos – como aconteceu mais recentemente com o auxílio emergencial.

“Com o pagamento do auxílio, a Caixa mostra mais uma vez ao país a importância de ter uma empresa pública forte e voltada para o desenvolvimento social e econômico dos brasileiros”, destacou o dirigente da Federação. “Os trabalhadores da Caixa estão na linha de frente da crise sanitária, mantendo o atendimento de um serviço essencial à população e enfrentando diariamente os riscos da exposição ao vírus. Extrapolam o horário, têm trabalhado aos sábados, numa rotina estressante”, acrescentou ele.

Pandemia e fintechs

Os dados do Banco Central divulgados pela Bloomberg também mostraram que um dos fatores apontados para o corte de agências, na opinião de vários representantes de instituições financeiras, tem sido o impacto das medidas de restrição por causa da Covid-19, que obrigam clientes a usarem mais serviços pela internet ou telefone. Contribuiu, também, a competição crescente das agências bancárias com as fintechs (nome dado às empresas de base tecnológica que atuam para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro).

Por meio desse mesmo levantamento, ficou constatado que entre os cinco maiores bancos brasileiros, o Bradesco SA foi o mais agressivo nos 12 meses até setembro, fechando 772 agências. Foi seguido pelo Itaú com 203 agências fechadas, segundo balanços das duas instituições.

Também em relação a cortes de empregos o crescimento foi grande. Os bancos cortaram 26% a mais de vagas nos 12 meses até setembro, em comparação com a média de 2013 a 2019, segundo dados do Ministério da Economia compilados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo.

O Banco Santander SA lidera a lista. Lá foram cortados 4.335 empregos, de acordo com seu balanço. Já o Itaú foi o único banco com aumento no quadro de funcionários. Mais de 2.000 pessoas se juntaram à sua equipe de tecnologia, incluindo as vindas da Zup I.T. Serviços em Tecnologia e Inovação Ltda. – empresa adquirida pela instituição financeira.

Para se ter ideia, após cortes em outras áreas, as vagas adicionadas no Itaú em 12 meses até setembro foram de 736, segundo seu balanço. Antes da pandemia, o Itaú abria em média 250 mil a 270 mil novas contas por mês, por meio de canais eletrônicos. No segundo trimestre, o número atingiu o recorde de 645 mil, antes de cair para 512 mil no terceiro trimestre.

Em sentido contrário a esse movimento de fechamento de agências, além da Caixa, destacou-se também o Banco do Brasil, que aumentou em 67 o número de agências nos 12 meses até setembro.

Desempregos em alta

No quesito desemprego, os dados divulgados pela Bloomberg mostram que, no período entre 2013 até novembro passado, os bancos eliminaram mais de 72.500 empregos, segundo estudos realizados a partir de números oficiais do Ministério da Economia.

Isso se compara a mais de 40.000 pessoas que começaram a trabalhar em startups do setor financeiro no Brasil desde 2015. Somente a Caixa Econômica, eliminou 3.896 empregos nos últimos 12 meses.

A avaliação do presidente da entidade, Sergio Takemoto, é de que no caso dos bancos públicos, as demissões acontecem porque o Executivo não tem compromisso com os trabalhadores. “Em outros países, o Governo Federal não deixaria empresas lucrativas demitirem”, frisou ele.

Cumprindo a missão

Em relação aos empregados da Caixa propriamente, Takemoto contou que 70% deles estão trabalhando em sistema de home office neste período de pandemia e se empenhado para levar um bom trabalho para a população.

Ele também parabenizou os empregados da Caixa, que segundo destacou, “estão cumprindo corretamente com a missão do banco público que é atender a população mais carente”.

Já a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira Leite, criticou o fato de os bancos brasileiros terem investido R $24,6 bilhões em tecnologia no ano passado e não terem distribuído igualmente esses investimentos com funcionários e clientes.

“Gostamos da tecnologia também, não somos contra, mas queremos que os lucros obtidos sejam compartilhados com a sociedade, incluindo funcionários de bancos e clientes”, disse Juvandia.

De acordo com a representante da Contraf, as tarifas bancárias ainda são muito altas, enquanto os clientes “são obrigados a fazer autoatendimento em plataformas digitais ou a esperar em filas enormes, deixando os funcionários sobrecarregados”.

Fonte: Portal Recontaaí

Maiores bancos do país fecham mil agências e cortam 11 mil vagas em 2020

Publicado em: 20/11/2020


Com a pandemia acelerando a digitalização em diversos setores, uma tendência ganhou impulso entre os bancos privados brasileiros: o encerramento de agências. Só em 2020, cerca de mil pontos de Itaú, Bradesco e Santander fecharam as portas, resultando na demissão de 11 mil funcionários. Trata-se de uma forte aceleração grande em relação ao ano passado, quando esses mesmos bancos encerraram 430 agências e cortaram 7 mil vagas.

Além de reduzir a quantidade de espaços ociosos, à medida que eles se tornam cada vez menos necessários, os bancos também têm feito um esforço para usar essa presença física para prestar um serviço ao cliente. O Santander, por exemplo, já tem espaços com coworkings e café, enquanto o Bradesco agora vê as antigas agências de outra maneira, passando a classificá-las como unidades de negócio.

No segundo maior banco privado do País, essa é uma tendência que deve ganhar força. Segundo o diretor executivo e de relações com investidores do Bradesco, Leandro Miranda, 500 das 700 conversões previstas para 2020 já foram realizadas. A grande diferença desse modelo é a inexistência do caixas, o que reduz, segundo o Bradesco, os custos em 30% a 40% em relação a uma agência convencional, especialmente no quesito segurança.

O Santander anunciou recentemente que vai criar um ambiente de convivência nos estacionamentos de suas agências, em parceria com seu portal automotivo Webmotors. Além de pontos de encontro para venda de carros, os estacionamentos poderão receber opções de lazer e alimentação, como food trucks. O desenho permite até academias de pequeno porte.

O banco Itaú também vem fechando agências, mas, em nota, disse que ainda vê a relevância da relação presencial. “É evidente a transformação tecnológica recente e a procura cada vez maior pelos canais digitais, mas nossa rede física de agências segue cumprindo um papel muito relevante (…) como um espaço mais humanizado de relacionamento e consultoria”, afirmou a instituição financeira.

Coordenador do curso de economia da Fundação Getúlio Vargas, Joelson Sampaio lembra que os bancos já vinham trabalhando na otimização das agências físicas mesmo antes da recente onda de digitalização. Ele lembra que, anos atrás, uma onda de consolidação de bancos no País fez com que o mesmo banco ficasse com um número excessivo de pontos. Ele ressalta, porém, que as pessoas mais velhas, que muitas vezes têm dificuldade com o mundo digital, ainda contam com a existência das agências.

Pesquisa de 2019 do Instituto QualiBest mostrou que 81% das pessoas considera importante a existência de agências físicas, mesmo que a frequência das visitas seja baixa. Cerca de 70% dos entrevistados disseram que vão cerca de uma vez por mês a uma agência física.

Bancos públicos

Entre as instituições estatais, o Banco do Brasil tem seguido de perto a tendência de Itaú, Santander e Bradesco. Nos 12 meses encerrados em setembro, o BB fechou 227 agências, enquanto abriu 56 pontos que classifica como unidades especializadas.

Já a Caixa Econômica Federal vê necessidade de uma rede presencial mais robusta. Ainda que o Caixa Tem, aplicativo de celular usado para distribuição do auxílio emergencial, seja um passo em direção à digitalização, o banco não tem seguido a tendência de encerramentos. Ao fim do primeiro semestre, a Caixa tinha 53,7 mil pontos de atendimento, número praticamente estável em relação ao mesmo período de 2019.

“Por sua função de repassadora de benefícios do governo à população, a atuação da Caixa exige a manutenção de agencias, especialmente para pessoas de regiões onde o acesso à tecnologia é menor”, diz o professor de finanças da FGV-Eaesp, Rafael Schiozer. Entretanto, ele acredita que, à medida que o acesso ao digital entre a população aumente, a Caixa também acelere a revisão de espaços físicos. “A médio e longo prazo isso deve acontecer, haja vista a capacidade que o banco teve de distribuir o auxílio emergencial por meio de aplicativo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Infomoney

 

 

Justiça do Trabalho determina reintegração de bancários demitidos na pandemia

Publicado em: 22/10/2020


A Justiça trabalhista tem concedido liminares para que os bancários demitidos durante a pandemia sejam reintegrados aos seus postos de trabalho sob o argumento de que os três maiores bancos privados do país assumiram compromissos públicos de evitar demissões durante o período. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, neste ano foram distribuídos 11.087 processos trabalhistas contendo os termos pandemia e reintegração. Deste total, 417 foram contra o Santander, 283 contra o Bradesco e outras 177 contra o Itaú Unibanco.

De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), somente o Santander teria demitido 1,1 mil funcionários desde o mês de junho. Já o Itaú Unibanco teria demitido outros 130 trabalhadores desde o início de setembro. O Bradesco teria desligado outros 566 bancários somente em outubro. Segundo a presidente da Contraf, Juvândia Moreira, o volume de demissões pode ser ainda maior, uma vez que nem todas são homologadas pelos sindicatos desde que a reforma trabalhista entrou em vigor.

Ouvida pela reportagem, a advogada Cristina Stamato, do Stamato, do Saboya & Rocha Advogados Associados, ressalta que os processos pela reintegração dos trabalhadores estão lastreados no compromisso assumido pelos três maiores bancos privados do país, em reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), de que não seriam realizados cortes de pessoal durante a pandemia. “Apesar de não estar em acordo coletivo, foi assumido não só nos meios de comunicação, como nos informes aos acionistas, o que gera uma obrigação com os funcionários”, disse.

Cristina, que atua junto ao Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Nova Friburgo e o de Niterói e Região, diz ter ajuizado 32 ações de reintegração de trabalhadores, tendo obtido liminares favoráveis em seis e negativas em sete. Ela afirma que vai recorrer. Uma outra alegação é que os bancos registraram lucros mesmo durante a crise.

“De acordo com levantamento do Valor Data, com base nas demonstrações financeiras das instituições, o Itaú Unibanco teve lucro líquido de R$ 8,1 bilhões no 1º semestre de 2020. Uma queda de 41,6% do lucro obtido no mesmo período de 2019 (R$ 13,9 bilhões). O Bradesco registrou R$ 7,6 bilhões, uma queda de 40%, em relação ao 1º semestre do ano passado (R$ 12,7 bilhões), e o Santander teve R$ 6 bilhões de lucro, ante os R$ 7,1 bilhões no primeiro semestre de 2019, queda de 15,9 %”, diz a reportagem.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), porém, diz que o volume de ações entre janeiro e setembro é 47,42% inferior ao apontado no mesmo período de 2019 e que a judicialização trabalhista do setor é a menor já registrada. Ainda segundo a entidade, as ações de reintegração estão dentro da normalidade.

Fonte: Portal Brasil 247

Vídeo aborda demissões imotivadas no Banco do Brasil

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A reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017, possui um artigo que permite a empresas públicas, como o Banco do Brasil, demitir quem completa 70 anos de idade ou já está aposentado. Já a reforma da Previdência, que vigora desde novembro de 2019, possui uma cláusula que o Banco do Brasil utiliza agora para demitir aposentados do INSS.

Além disto, o STF irá julgar uma ação​ movida por cinco funcionários do Banco do Brasil demitidos em 1997 durante processo de reestruturação e fechamento de unidades em algumas localidades no país. O banco declarou interesse do serviço e o fez sem processo administrativo. O resultado do julgamento terá repercussão geral. Se favorável ​ao banco, o BB poderá passar a demitir sem exigência de processo disciplinar.

Em novembro de 2018, em uma ação movida pelos Correios, o STF decidiu que toda demissão de concursado tem de ser precedida de processo administrativo, com direito a defesa. O novo julgamento permitirá demissão sem processo administrativo.

Em face deste cenário adverso aos trabalhadores, o escritório Crivelli Advogados Associados elaborou um vídeo no qual aborda estas questões (clique aqui para assistir). O debate foi realizado pelas advogadas do Crivelli Advogados Associados Lucia Noronha, especialista em direito coletivo e fundos de pensão; e Sara Quental, especialista em direito previdenciário; e pelos diretores do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região Ernesto Izumi e Adriana Ferreira.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos retomam demissões e cortes já superam 60 mil em 2020


O número de demissões em bancos em 2020 deve ser o maior em cinco anos. Após uma pausa durante as quarentenas, bancos como Citigroup e HSBC reiniciaram os cortes, levando o número bruto de demissões anunciadas para um total de 63.785 desde janeiro, de acordo com análise da Bloomberg de documentos regulatórios. Isso coloca o setor no caminho para ultrapassar as quase 80 mil demissões divulgadas no ano passado, a maior retração desde 2015.

Mais de 30 bancos – da Europa, América do Norte, Ásia e África – estão por trás das reduções planejadas. O total real deve ser maior porque muitos bancos demitem funcionários sem divulgar os planos.

Bancos citam a necessidade de reduzir despesas para compensar o custo do aumento da inadimplência durante a pandemia, bem como despesas para cumprir regulamentações mais rígidas e investir em tecnologia digital.

O total de cortes de empregos divulgados desde o início de 2014 agora é de cerca de meio milhão. Para efeito de comparação, o JPMorgan Chase, maior banco dos Estados Unidos, empregava 256.710 pessoas no fim de junho.

O Citigroup disse nesta semana que vai retomar as demissões, seguindo os passos de rivais como Deutsche Bank e HSBC, que reiniciaram os cortes em maio e junho. As demissões no Citi afetarão menos de 1% da força de trabalho global, que era de cerca de 204 mil no fim do segundo trimestre.

Bancos com sede na Europa, que não se recuperaram da crise financeira de 2008 tão rapidamente quanto os dos Estados Unidos, respondem pela maior parte dos cortes de empregos anunciados. O movimento é impulsionado em grande parte pelo HSBC, que em fevereiro anunciou que reduzirá a força de trabalho em 35 mil pessoas como parte de um plano para cortar US$ 4,5 bilhões em custos em unidades de baixo desempenho nos EUA e na Europa.

Com a pandemia semeando incerteza econômica, é um mercado difícil para profissionais do setor bancário desempregados. As vagas de emprego em serviços financeiros caíram 55% em Londres em julho, com queda de 39% em agosto na comparação com o ano anterior, de acordo com dados compilados pela empresa de recrutamento Morgan McKinley.

Fonte: Infomoney

STF deve julgar em breve demissões sem ato formal em empresas públicas

Publicado em: 28/08/2020


O Supremo Tribunal Federal (STF) deve incluir na pauta de julgamentos, em breve, a decisão sobre a possibilidade de empresas públicas dispensarem funcionários sem motivação formalizada em ato específico. Atualmente, as demissões só ocorrem em casos de justa causa ou por meio de programas de incentivo à demissão voluntária.

O processo em questão, que se arrasta no Poder Judiciário já há mais 20 anos, pode resultar em mudanças profundas nas relações de trabalho entre as empresas públicas e seus empregados. Esse processo teve origem em ação na Justiça do Trabalho, ingressada por cinco funcionários do Banco do Brasil após serem demitidos no Ceará, em 1997.

Os cinco funcionários conquistaram a reintegração ao trabalho na primeira instância judicial, mas perderam na segunda e na terceira. Recorreram e, em 2012, levaram o julgamento até o STF, tendo por base possível descumprimento da Constituição Federal. Na Corte, o processo tem relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Há diversas ações semelhantes correndo na Justiça, o que faz com que o julgamento do processo dos cinco funcionários do BB gere jurisprudência, servindo como referência para as futuras decisões nos demais processos envolvendo funcionários de empresas públicas.

Isso significa que o julgamento do processo terá repercussão sobre as relações de trabalho de 197 empresas sob controle direto e indireto da União e seus atuais 476.644 empregados. Embora, no caso específico dos Correios, uma decisão de 2018 do STF determine que a demissão seja justificada em ato formal que permita sua contestação por parte do empregado.

Assim como os servidores públicos, os funcionários de empresas estatais também ingressam nas respectivas carreiras mediante concurso público. No entanto, enquanto os primeiros têm seus contratos de trabalho normatizados por um regime jurídico especial, conhecido como estatutário, os empregados de empresas públicas são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Além dos próprios funcionários, acompanham com atenção o julgamento no STF os sindicatos dos trabalhadores nas empresas públicas, que enfatizam que as relações trabalhistas nas empresas estatais e nas sociedades de economia mista devem se pautar pela isonomia e pela impessoalidade. Os sindicatos destacam que a demissão sem ato formal abriria brechas para perseguições de empregados por suas chefias com base em interesses políticos e particulares, entre outras razões distantes do interesse público.

Fonte: Agência ANABB

Grandes bancos suspendem demissões durante pandemia de coronavírus

Publicado em: 26/03/2020

Os grandes bancos suspenderam as demissões durante a pandemia do coronavírus no país após entrarem em acordo com o Comando Nacional dos Bancários nesta terça-feira (24). O representante dos sindicatos dos bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) fizeram uma reunião por videoconferência na segunda (23) para tratar sobre as atividades da categoria e sobre as medidas a serem tomadas ante o novo vírus.

Entre as reivindicações dos trabalhadores do setor, também estavam também o contingenciamento das agências bancárias e demais unidades – com o agendamento para casos que necessitem atendimento presencial – e a suspensão das metas para os bancários que estão trabalhando de forma remota.

Dos bancos privados, Itaú e o Santander se comprometeram a suspender as demissões que poderiam estar em andamento e a não demitir enquanto a pandemia do coronavírus perdurar no país. Além disso, também anunciaram a antecipação do 13º salário para os trabalhadores. O Bradesco não se pronunciou oficialmente sobre a dispensa de funcionários.

A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) também já havia anunciado que o funcionamento das agências bancárias aconteceria em horário reduzido, das 10h, às 14h. Os bancos também abrirão mais cedo para fazer atendimento exclusivo aos clientes que estão no grupo de risco (idosos, gestantes e pessoas portadoras de deficiência), das 9h às 10h.

Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Ivone Silva, os trabalhadores também reivindicaram medidas como a suspensão dos vencimentos dos boletos por 60 dias e a isenção de tarifas de transferências eletrônicas por mês como forma de evitar aglomerações nas agências. “Não podemos aceitar que o setor que mais lucra no Brasil demita seus funcionários em um momento de pandemia mundial. Temos a responsabilidade de não colocar trabalhadores e clientes em risco e já temos cerca de 200 mil funcionários trabalhando de forma remota em todo o país”, afirma Silva.

“As pessoas ainda não tomaram consciência de que precisam ficar em casa. Já que o governo não faz a sua parte, nós precisamos fazer a nossa para proteger a saúde dos trabalhadores que estão se arriscando por toda a população. Por isso reivindicamos que o atendimento bancário nas agências seja limitado única e exclusivamente aos serviços necessários”, afirma a presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Juvandia Moreira.

A preocupação, segundo Moreira, também está com o pagamento de aposentadorias do INSS, um dos períodos de maior movimentação nas agências bancárias e que está programado para começar na quarta-feira (25). São consideradas atividades essenciais: a compensação bancária, a rede de cartões de crédito e débito, os caixas eletrônicos e outros serviços não presenciais.

Como medidas contra o coronavírus, o Bradesco informou que fará o revezamento de bancários e o contingenciamento na entrada das agências, além de promover campanha para o uso de canais digitais. O Santander, por sua vez, que já estava fazendo rodízio entre os funcionários, afirmou que incluiu grávidas no grupo de risco e que criou um canal de comunicação para a suspeita de contaminação por coronavírus para que os trabalhadores possam ser monitorados. O Itaú informou que a antecipação do 13º salário integral a funcionários acontecerá até o dia 27 de abril.

Entre os bancos públicos, a Caixa informou em comunicado que os funcionários que estão trabalhando de forma remota deverão fazer atendimento via Whatsapp e executar as demais atividades operacionais por meio das ferramentas das agências digitais que estão sendo liberadas.

Já o Banco do Brasil informou que o atendimento presencial deve ser prestado somente em casos essenciais e orientou gestores de unidades voltadas para o atendimento ao público a priorizarem o funcionamento de todos os terminais das salas de autoatendimento.

Fonte: Folha de S.Paulo

Com lucro recorde, grandes bancos fecham agências e demitem 6,9 mil em 2019

Publicado em: 13/02/2020


Em 2019, os três maiores bancos privados do Brasil fecharam 430 agências, demitindo um total de 6,923 mil pessoas. O principal mecanismo de demissão foram os chamados programas de demissão voluntária (PDV’s).

Embora aleguem que as demissões foram resultado de uma situação de prejuízo advinda da competição com as fintechs e pressões regulatórias, os três bancos fecharam o ano de 2019 com lucro.

Apesar de ter fechado 172 agências no Brasil (436 em toda a América Latina), o Itaú encerrou o ano com lucro de R$ 28,363 bilhões, um crescimento de 10,2%. Em relatório do seu acompanhamento financeiro, o banco escreveu: “O contínuo investimento em tecnologia permitiu ações com foco em eficiência de custos, como o encerramento de agências e o programa de desligamento voluntário, que levaram ao aumento de apenas 2,5% nas despesas não decorrentes de juros em relação ao ano anterior, abaixo da inflação acumulada (4,3% – IPCA) e do acordo coletivo de trabalho no período”. Segundo O Estado de S. Paulo, a tendência é que, em 2020, o ritmo de fechamento de unidades desacelere.

O Bradesco, por outro lado, pretendo continuar o processo. Com lucro de R$ 6,645 bilhões em 2019, caracterizando crescimento de 20%, o banco fechou mais de 100 unidades no ano passado, a maioria no último trimestre. A meta para 2020 é fechar mais 300 agências. Em conversa recente com a imprensa, Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, afirmou: “Temos um compromisso, um propósito muito forte de controle de custos próximos anos”.

Já o Santander obteve crescimento de 21% apenas no segundo trimestre de 2019. Até o fim do terceiro trimestre do ano, o lucro líquido era de R$ 10,433 bilhões, segundo o G1. O banco abriu 45 agências no ano passado.

Fonte: Revista Fórum

Bancos brasileiros eliminaram quase 10 mil postos de trabalho em 2019

Publicado em: 29/01/2020


O setor bancário brasileiro eliminou 9.463 postos de trabalho em 2019. Somente em dezembro foram extintas 680 vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério da Economia. Fechamento de posto de trabalho caracteriza a extinção de uma vaga (demissão de um trabalhador sem que outro seja contratado para a mesma função).

Além do fechamento de postos de trabalho, um dos setores mais lucrativos da economia do país também ganha com a redução salarial. Os 44.963 bancários demitidos durante o ano ganhavam em média R$ 7.138. Já os 35.500 admitidos no período foram contratados ganhando R$ 4.564. Ou seja, em 2019 os trabalhadores foram contratados ganhando 36% menos do que os demitidos.

“Embora a mídia e as agências de classificação de risco não admitam, porque priorizam o lado do mercado e não a realidade dos trabalhadores, tem filhos e pagam contas, a economia continua ruim. A renda está diminuindo e a informalidade aumentando. Por sua vez, os bancos estão lucrando cada vez mais e investindo cada vez menos na geração de emprego”, critica Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Bradesco.

Até setembro de 2019 (o lucro do quarto trimestre ainda não foi divulgado), os cinco maiores bancos do país (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) lucraram R$ 80 bilhões, aumento de 23,6% em relação ao mesmo período de 2018. Essas cinco instituições financeiras representam 90% do total de empregos no setor bancário.

“Os bancos deveriam cumprir com sua função constitucional de concessão pública e atuar no interesse da sociedade por meio da abertura de mais postos de trabalho a fim de diminuir o desemprego que atinge mais de 12 milhões de pessoas, e também para atender melhor a população e diminuir a sobrecarga de trabalho que gera tantos adoecimentos na categoria bancária”, afirma Neiva.

Desigualdade de gênero persiste e aumenta

Entre os gêneros, a desigualdade continua. Em 2019, as mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 3.893, 76% do salário dos homens admitidos (R$ 5.140). As demitidas ganhavam R$ 6.062 em média, 74% do salário médio dos dispensados (R$ 8.174).

No recorte do mês de dezembro, as bancárias foram admitidas com média salarial de R$ 3.678, 77% da média dos homens admitidos (R$ 4.775). As demitidas ganhavam R$ 6.368 em média, 77% do que recebiam na média os dispensados (R$ 8.260).

“Apesar de mais escolarizadas que os homens que atuam no setor, as bancárias ganham salários menores e possuem maior dificuldade de ascensão profissional, o que constata o machismo estrutural no setor bancário”, denuncia Neiva.

Na última Campanha Nacional Unificada dos Bancários, em 2018, a categoria conquistou a realização de um novo Censo da Diversidade. No primeiro trimestre será realizada uma mesa de igualdade de oportunidades entre os Sindicato e a Fenaban para discutir os dados do censo e as ações que o movimento cobra para combater as desigualdades no setor .

O censo é uma ferramenta importante que auxiliará na construção de demandas a fim de combater as desigualdades de gênero e raça no setor bancário e para a promoção de políticas de igualdade de oportunidades para mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e negros.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos cortaram 2.404 empregos em novembro, revela pesquisa do Caged

Publicado em: 15/01/2020


Mesmo sendo o setor mais lucrativo da economia, com lucros batendo recorde após recorde, os bancos não param de cortar postos de trabalho. Apenas em novembro, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o setor teve saldo negativo de 2.404 postos de trabalho. No acumulado entre janeiro e novembro já são 8.783 empregos a menos. “Essa política de cortes arbitrários nos bancos é um absurdo. Uma irresponsabilidade de um setor que só no primeiro semestre lucrou R$ 50,5 bilhões”, comenta a diretora de Comunicação do Sindicato, Marta Soares.

Marta lembra que os bancos operam no Brasil como concessões públicas e que, portanto, deveriam ter responsabilidade social e oferecer contrapartidas para a sociedade. “Infelizmente, os bancos vão exatamente na direção oposta. Com essa política de cortes sobrecarregam e adoecem bancários, contribuem para aumentar ainda mais a já elevada taxa de desemprego no país, além de precarizarem o atendimento à população.”

Rotatividade

Além de cortar postos de trabalho para maximizar lucros, os bancos também faturam com a rotatividade no setor. De acordo com o Caged, em novembro o salário médio dos bancários que ingressaram no setor (R$ 4.491) correspondeu a apenas 63% do que recebiam em média os trabalhadores desligados (R$ 7.132).

Desigualdade de gênero

Os dados do Caged revelam também a desigualdade de gênero no setor bancário. As mulheres que ingressaram no setor em novembro receberam, em média, R$ 3.787, 73% do que receberam em média os homens contratados (R$ 6.340).

Essa desigualdade também é constatada nos desligamentos. Bancárias que deixaram os bancos em novembro recebiam, em média, R$ 6.278, 78% do que recebiam os homens desligados no mesmo período.

“A luta do Sindicato é por um setor mais justo e com mais equidade para todos. Os dados do Caged revelam o quanto essa luta é importante e se faz necessária. Uma das formas para mudar esse quadro de evidente desigualdade de gênero nos bancos é conhecê-lo em detalhes para que possamos cobrar dos bancos políticas para um ambiente de trabalho com mais igualdade, com valorização e oportunidades para todos. Por isso, os dados que serão conhecidos a partir da tabulação do Censo da Diversidade 2019, conquista da Campanha Nacional 2018, serão fundamentais para a atuação dos sindicatos de todo o país”, conclui Marta.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos fecham 611 agências e demitem 5.542 funcionários em 12 meses

Publicado em: 20/11/2019


Os cinco maiores bancos do país fecharam 611 agências e demitiram 5.542 funcionários num período de 12 meses. Os dados são dos balanços do 3º trimestre do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander.

As instituições controlam 81,2% dos ativos totais e detêm 84,7% do mercado de crédito brasileiro. Mesmo com todas apresentando lucro, há 1 movimento para reduzir a estrutura administrativa e diminuir gastos.

O Banco do Brasil foi o que mais teve corte de postos de atendimento do 3º trimestre de 2018 ao mesmo período deste ano: saíram de 4.147 para 3.684 unidades -recuo de 11%. O número de funcionários caiu de 97.232 para 93.872.

Durante a apresentação dos dados contáveis, o presidente do BB, Rubem Novaes, afirmou que a tendência é de que o movimento continue em 2020. Em nota, o banco informou que revê permanentemente a dotação da rede de agências. “No BB, mobile e internet já respondem por 80% de todas as transações, levando mais comodidade e conveniência aos clientes”, comunicou.

O Santander, por sua vez, aumentou o número de agências de 2.267 para 2.317. O número de funcionários também subiu de 47.836 para 49.382.

A expectativa é que os bancos fechem cerca de 1.200 agências até o fim de 2020, sendo que 800 dos cortes devem partir da iniciativa privada, concentrados no Bradesco e no Itaú. Acompanhado disso, os PDVs (programas de demissão voluntária) devem desligar, pelo menos, 11.186 funcionários até o próximo ano.

Fechamento de bancos

A redução da taxa Selic e o crescimento das fintechs no mercado também contribuem para que os bancos façam redução dos custos administrativos.

MOVIMENTO GLOBAL

Uma pesquisa do grupo Which? mostrou que mais de 30% das agências bancárias do Reino Unido fecharam de 2015 a outubro deste ano, o que equivale a 3.303 unidades. As filiais descontinuadas foram, principalmente, do Royal Bank of Scotland Group, Barclays, HSBC e Lloyds Banking Group.

Relatório do HSBC mostrou que o banco inglês pretende demitir 10.000 funcionários em todo mundo, diminuindo a força de trabalho global em 4%. A instituição financeira já havia divulgado outro corte de 4.700 empregos em agosto.

Nos Estados Unidos o JP Morgan Chase terá 301 agências no fim de 2019, a menor quantidade nos últimos 13 anos. O US Bancorp também anunciou aos funcionários que haverá uma reestruturação de pessoal, eliminando cargos de gerência intermediária, que não tem contato com clientes.

No Japão, o Mitsubishi USJ reduzirá 35% as filiais até 2023. Das 515 unidades, 180 estão em risco. O Mizuho também cortará 130 unidades nos próximos 5 anos. O Standard Bank, da África do Sul, anunciou o corte de 1.200 empregos e o fechamento de 91 agências em 2019. Como justificativa, divulgou que é preciso esforço para a digitalização do banco.

MOBILE BANKING

Levantamento feito pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) feito com base nos dados de 2018 mostra que 6 em cada 10 transações bancárias já são realizadas pelo celular ou pelo computador.

De 2014 a 2018, enquanto os canais tradicionais perderam espaço no volume de transações bancárias, saindo de 38% para 24% do total, os meios digitais subiram de 47% para 60%.

O montante movimentado por mobile banking saltou de R$ 48,8 bilhões para R$ 78,9 bilhões no período, o que corresponde a uma alta de 62%. Do internet banking, caiu de R$ 18 bilhões para R$ 16,2 bilhões -recuo de 10%. Nas agências bancárias, o volume de transações tombou 18%: de R$ 4,9 bilhões para R$ 4 bilhões.

Pesquisa similar do ABA (American Bankers Association), dos Estados Unidos, também sinaliza que 73% do uso das contas bancárias de 2019 foi feito via canais digitais. Houve uma alta de 72% em comparação a 2018. Quase 1 em cada 5 dos entrevistados continua realizando suas transações pessoalmente nas agências dos bancos.

Fonte: Poder 360

Grandes bancos vão fechar mais de 1,2 mil agências até o final de 2020

Publicado em: 12/11/2019


Bradesco, Itaú e Banco do Brasil vão fechar cerca de 1.200 agências até o final de 2020, em um esforço que atribuem à transformação da demanda dos clientes. A medida, acompanhada de PDVs (programas de demissão voluntária), serve para reduzir custos em um período em que as receitas dos bancos podem ser afetadas pela queda dos juros às taxas mínimas históricas.

Os grandes bancos começam a manifestar, também, preocupação com a concorrência das fintechs (empresas que usam tecnologia para oferecer serviços financeiros) e começam a ajustar suas gigantescas estruturas e custos a essa nova realidade. Assim, a diminuição da presença física dos três maiores bancos do país vem acompanhada de volumes mais altos de despesas e investimentos mais fortes em tecnologia da informação e nos canais digitais.

O fechamento de agências é puxado pelos dois maiores bancos privados do país, que deixarão de atender em 800 pontos entre este e o próximo ano. O Banco do Brasil, que não tem uma projeção específica sobre o fechamento de agências, já encerrou 417 instalações apenas neste ano.

Até o terceiro trimestre deste ano, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil já fecharam 749 agências em comparação a um ano atrás.
Essa redução foi mais visível no BB, que diminuiu em 11% suas estruturas tradicionais no período, para 3.684 agências. Já o número de instalações que considera digitais e especializadas ficou praticamente estável.

Bradesco e Itaú, por sua vez, diminuíram em 1,8% e 5,7%, respectivamente, o número de agências físicas disponíveis aos seus clientes no período. Entre os grandes que têm ações negociadas em Bolsa, apenas o Santander seguiu na contramão e teve uma alta de 1,8% no número de instalações.

Em termos gerais, agências especializadas são voltadas para o atendimento de segmentos específicos, como o corporativo de pequeno ou grande porte. Já as digitais são agências físicas com horário de atendimento ampliado, mais atendimento pessoal, mas também com ferramentas e serviços automatizados. Também têm permitem o contato com o gerente da conta ou com especialistas de investimentos por videoconferência, por exemplo.

Para Vitor França, economista do SCPC Boa Vista (Serviço Central de Proteção ao Crédito), não são todas as regiões do país que conseguem receber bem essas mudanças. Ele diz que, ao cruzar informações de renda e acesso à internet com o fechamento de instalações, é possível notar que esse movimento acontece de forma intensa em áreas mais ricas.

“Muita gente de regiões com menor acesso à internet ou renda mais baixa ainda são extremamente dependentes de agências físicas. O limite para o encerramento de agências é exatamente o fato de que essas instituições são grandes e chegam a lugares que essas novas concorrentes não chegam”, acrescenta.

De acordo com o diretor sênior de instituições financeiras da Fitch Ratings, Claudio Gallina, mesmo que o ambiente das fintechs ainda seja algo relativamente novo no sistema financeiro, já é possível ver impactos em alguns segmentos –como o de maquininhas de cartões e meios de pagamentos–, bem como um esforço significativo dos grandes bancos em não ficar para trás.

“Apesar de vermos reduções de agências e de pessoal, também observamos altos investimentos em TI [tecnologia da informação] e gastos decorrentes de toda essa movimentação. Há aquisições de novas companhias tecnológicas, aportes de dinheiro para modernização de sistemas e os custos recorrentes da decisão de enxugamento das estruturas”, afirma Gallina.

No Itaú, as despesas com pessoal cresceram 4,2%, em parte por causa do PDV avberto no meio do ano. No Bradesco, que iniciou o PDV em agosto, a alta foi de 12,9%.

Fonte: Folha

Bancos utilizam PDVs para justificar demissão em massa

Publicado em: 15/08/2019


No primeiro semestre de 2019, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os bancos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. De 2013 até agora, houve redução de 62,7 mil postos para a categoria, sendo que 43,4 mil postos foram fechados a partir de 2016.

Dados da Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que, neste período, raras vezes o saldo de postos de trabalho foi positivo.

“A categoria está encolhendo na mesma proporção do aumento dos investimentos em tecnologia feito pelos bancos, assim como da alta dos lucros”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Para a Contraf-CUT, os Planos de Demissões Voluntárias (PDVs) levam a uma drástica redução de postos de trabalho e são demissões em massa disfarçadas. Nos bancos públicos, são resultado de uma política dos governos Temer e Bolsonaro que, na verdade, quer enfraquecer essas instituições e prepará-las para a privatização.

No final de 2016, 9.409 funcionários aderiram ao plano de demissão voluntária do Banco do Brasil. No último trimestre daquele ano, o banco fechou 8.537 vagas e jogou o saldo do emprego bancário, em dezembro daquele ano, para quase 10 mil postos a menos, o pior resultado mensal já registrado para um mês desde o início da Pesquisa de Emprego Bancário, em 2010.

Na CAIXA, por conta dos Programas de Preparação para a Aposentadoria (PPA) e dos Programas de Desligamentos Voluntários (PDV), de 2015 a 2018, o banco fechou 14.369 postos de trabalho. Em março de 2017, o banco fechou 3.039 postos de trabalho. Em agosto do mesmo ano, foram fechadas 2.302 vagas.

Mas não são apenas os bancos públicos que se utilizam dos PDVs para fechar postos de trabalho. Em julho de 2017, o Bradesco lançou um PDV, que se encerrou em setembro daquele ano. O saldo foi o fechamento de 7.400 postos de trabalho no banco.

Novos PDVs

No final de julho de 2019, no mesmo dia em que anunciou um lucro líquido de R$ 13,9 bilhões no primeiro semestre de 2019, o Itaú lançou um PDV, com a meta de adesão de 6.900 bancários. Sem contar que, nos últimos 12 meses, o banco já fechou 983 postos de trabalho.

O banco, no seu relatório do segundo trimestre informou que, “no Brasil, a redução anual do quadro de colaboradores está relacionada ao encerramento de agências físicas”. Em doze meses, foram fechadas 199 agências físicas, sendo 195 no 2º trimestre de 2019 e abertas 36 agências digitais (apenas uma aberta no trimestre).

Já a CAIXA prepara mais um PDV. O banco chegou a lançar o plano, depois cancelou e, em seguida, apenas adiou seu lançamento. Quando o plano foi lançado, o objetivo era reduzir até 3,5 mil empregados que trabalham na matriz e em escritórios regionais do banco.

O Banco do Brasil também estuda um plano de demissões. Em reunião realizada com funcionários no dia 29 de julho, o banco anunciou que serão extintos 2,3 mil postos de trabalho (dotações), em comissão ou não. Para aderir, o bancário deve estar em uma unidade e praça considerada com excesso.

Os sindicatos e a Contraf-CUT não interferem na adesão aos planos de demissão, apenas instruindo os trabalhadores. Isso porque é preciso, antes de decidir, perceber o que é mais vantajoso e levar em conta a dificuldade de conseguir um novo emprego no momento de crise do país.

Sobrecarga

Outro ponto a se destacar é que, com a redução do pessoal, aumenta a sobrecarga de trabalho, a pressão pelo cumprimento de metas e, consequentemente, o adoecimento entre aqueles que continuam nos bancos.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT e Dieese

Bancos fecharam mais de 2 mil postos de trabalho no país em 2019, revela pesquisa do Caged

Publicado em: 31/07/2019


A Pesquisa de Empego Bancário (PEB), realizada pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que, no primeiro semestre de 2019, os bancos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. Desde 2013, o saldo acumulado mostra uma redução de 62,7 mil postos na categoria.

Nos seis primeiros meses de 2019, os piores saldos no período foram registrados no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde houve redução de 732, 722 e 274 postos de trabalho respectivamente. No sentido oposto, São Paulo e Pará apresentaram os maiores saldos positivos, com a abertura de 553 e 166 postos respectivamente.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 1.658 postos no período, enquanto a Caixa fechou 489.

Faixa Etária

No semestre, a abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, com criação de 5.286 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a de 50 a 64 anos, com fechamento de 3.213 postos. Na faixa de 30 a 39 anos foram fechados 2.432 e entre 40 e 49 anos o saldo foi de 1.804 postos fechados.

“Os bancos têm lucros exorbitantes que crescem ano após ano. Mesmo assim, continuam aumentando a sobrecarga de trabalho com a demissão de funcionários e aumentando seus lucros, uma vez que demitem aqueles mais velhos, que têm salários mais altos, e recontratam mais jovens, com salários menores”, observou o secretário geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga.

A Contraf-CUT cobra dos bancos a redução do turnover na categoria, com a criação dos centros de realocação e requalificação dos funcionários que são atingidos pelas reestruturações das instituições e alterações no perfil de trabalho da categoria.

Desigualdade entre homens e mulheres

No semestre, os bancos admitiram 7.023 mulheres. A remuneração média delas foi de R$ 3.966,84, o que representa 75,1% da remuneração dos 8.199 homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração é ainda maior entre homens e mulheres que foram desligados dos bancos nos seis primeiros meses de 2019. As 8.438 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.848,43, o que corresponde a 72% da remuneração média dos 8.841 homens desligados dos bancos no período.

“Estes dados mostram que as mulheres são discriminadas pelos bancos desde o início da carreira. Mas, mais do que isso, comprova que elas não têm as mesmas oportunidades de ascensão profissional do que homens, ainda que elas tenham melhor formação. Os homens entram ganhando mais do que as mulheres e, quando saem, estão ganhando mais ainda”, observou a secretária de Mulheres da Contraf-CUT. Elaine Cutis.

“Isso mostra, também, o quanto é importante a conscientização sobre a diversidade nos bancos”, completou Elaine. A Campanha da Diversidade, realizada pela Contraf-CUT com os sindicatos e federações a ela filiados, em parceria com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), faz parte do Censo da Diversidade Bancária e é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2018.

Reflexos da Reforma Trabalhista nos dados do Caged

As demissões sem justa causa representaram 53,9% do total de desligamentos no setor, no 1º semestre de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 34,6%. Entre janeiro e junho foram, ainda, registrados 103 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram dos bancos por essa modalidade apresentaram remuneração média de R$ 11.175,81.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

Sucateamento do BB tem como objetivo a sua privatização, afirma sindicalista

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O sucateamento do Banco do Brasil (BB) para que a instituição seja privatizada segue a passos largos. O banco anunciou dia 29 que está oferecendo incentivos de R$ 20 mil a R$ 200 mil para aqueles que se demitirem voluntariamente, além de implementar o Programa de Adequação de Quadro (PAQ), que nada mais é do que a transferência de funcionários de uma cidade para outra. Segundo o BB, a opção de desligamento é exclusiva para os funcionários lotados em função com “excesso de pessoas”. Hoje, o Banco do Brasil tem 98 mil trabalhadores, ante 120 mil durante os governos Lula e Dilma.

“O sucateamento começou com Temer que instituiu um programa de reestruturação, fechando agências. Ali começou o assédio moral contra os funcionários do banco que se sentiram pressionados a aceitar planos de demissão voluntária temendo perder seus empregos, benefícios e salários”, conta João Fukunaga, secretário de assuntos jurídicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionário do Banco do Brasil.

O dirigente critica a intenção do banco de demitir 2,3 mil funcionários e transformar 333 agências em todo o país em postos de atendimento e 49 postos em agências, sob o argumento de que os clientes não serão prejudicados já que eles serão compensados pela ampliação do modelo digital em que têm acesso às suas contas por meio da internet.

Para Fukunaga essa decisão acaba com o papel de um banco público de atender a parcela mais pobre da população. “Em São Paulo você até pode achar que tem uma posição consolidada de clientes que utilizam a internet e os smartphones, mas as filas continuam imensas nas cidades com uma população de menor poder aquisitivo, porque o os mais pobres utilizam as agências para tirar suas dúvidas também”.

Para o dirigente, um banco público pode dar lucro, mas não pode adotar um modelo de banco privado que não atende o seu papel social. De acordo com dados da própria instituição, desde o golpe de 2016 o BB perdeu mais de 1 milhão de clientes de contas pessoas física e jurídica, além de investidores de cadernetas de poupança.

“Essa diminuição do papel social de Banco do Brasil para uma lógica de mercado privado impede que a população mais pobre tenha acesso aos serviços que a instituição tem de prestar enquanto banco público”, adverte Fukunaga, que também é representante da comissão de funcionários dentro do BB.

A proposta de demissão do BB

Pela proposta apresentada pela direção do Banco do Brasil, os trabalhadores e trabalhadoras com até 20 anos de banco receberão até 7,8 salários brutos. Quem está há mais de 20 anos receberá até 9,8 salários, desde que o piso não seja menor do que R$ 20 mil e o teto de R$ 200 mil. Os funcionários e seus dependentes terão as mensalidades do plano de saúde pagas por um ano. Eles também serão dispensados de ressarcir custos com treinamentos e cursos e de restituir ao banco “vantagens” recebidas em nomeação ou remoção ocorrida com menos de 365 dias da data de desligamento.

Fonte: ABCD Maior

PDV do Itaú contempla 6,9 mil funcionários, diz Candido Bracher

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O programa de demissão voluntária (PDV) anunciado na segunda-feira, 29, pelo Itaú Unibanco abrange 6,9 mil funcionários, de acordo com o presidente do banco, Candido Bracher. “É difícil projetar. O último PDV fizemos há dez anos. Não temos uma base estatística para saber a taxa de adesão. Só sabemos que o público que pode optar é de cerca de 6,9 mil funcionários”, disse ele, em teleconferência com a imprensa, para comentar os resultados do segundo trimestre, nesta manhã de terça-feira, 30.

Os funcionários do Itaú podem aderir ao PDV entre os dias 1 a 31 de agosto. Ao final de junho, o banco totalizava 98.446 colaboradores.Segundo Bracher, a razão que motivou o banco a capitanear um PDV no cenário atual é o avanço da plataforma digital.

Ele explicou que não se trata de uma redução de funcionários, mas uma oportunidade de otimização do quadro do banco.”O Itaú tem feito diversas iniciativas digitais que têm contribuído para uma menor necessidade de mão de obra. Isso criou oportunidade de redução do quadro”, disse o presidente do Itaú.

Apesar disso, o banco ainda abre mais contas nas agências físicas. Segundo Bracher, por mês o Itaú abre 70 mil contas. Nas agências o número é quase três vezes maior. “Abrimos bem mais que isso nas agências físicas uma vez que todas as contas de folha de pagamento das empresas são abertas nas agências”, afirmou ele, acrescentando que foram abertas 1 milhão de contas nas agências e 205 mil digitais no segundo trimestre.

Após fechar cerca de 200 agências no segundo trimestre, o Itaú Unibanco segue avaliando o encerramento de mais unidades físicas, mas não prevê um número maior no segundo semestre, de acordo com Bracher. O movimento, conforme ele, é uma resposta ao comportamento do cliente da instituição e não há uma meta estabelecida.

“Temos visto o incremento da digitalização. Já abrimos mais de 1 milhão de contas no aplicativo, que passa a ter novas funcionalidades como reconhecimento facial para o financiamento de veículos, serviço de câmbio. Vários produtos têm sido digitalizados, o que tem diminuído a busca da agência pelo cliente”, explicou Bracher.

Sem precisar um número de agências a ser fechado, o presidente do Itaú disse que o banco ainda tem uma “quantidade” de agências muito próximas como resultado das inúmeras fusões que a instituição fez. “Onde temos agências e uma pode comportar o fluxo de clientes da outra, vemos possibilidade de redução. Continuamos avaliando a redução de agências. Não temos projeção para o segundo semestre, mas não será maior”, garantiu Bracher.

Fonte: Jornal DCI

Entre janeiro e abril, bancos eliminaram 1.720 postos de trabalho, aponta Caged

Publicado em: 29/05/2019


Nos primeiros quatro meses do ano, o setor bancário eliminou 1.720 postos de trabalho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério da Economia.

No ano passado, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, crescimento de 16,2% em relação a 2017, quando essas empresas que respondem por 90% dos empregos bancários no país lucraram R$ 74 bilhões.

“Os bancos que já publicaram seus balanços trimestrais (Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil) tiveram lucros superiores ao mesmo período do ano passado e também em relação ao último trimestre de 2018, ano de resultados recordes no setor financeiro. Ao invés de colaborar para a retomada econômica do país, uma vez que possui todas as condições para isso, o setor financeiro agrava a já altíssima taxa de desemprego, pratica juros extorsivos e defende a reforma da Previdência, que acaba com a aposentadoria pública, solidária e para todos. Sobra ganância e falta responsabilidade social ao setor”, critica a diretora do Sindicato Erica Oliveira.

Rotatividade

Como se não bastasse cortar postos de trabalho em um cenário de alto desemprego no país, os bancos ainda lucram com a rotatividade, demitindo bancários que ganham mais e contratando funcionários com salários mais baixos. De janeiro a abril, os bancários que ingressaram no setor recebiam em média 67% do que ganhavam os que foram desligados dos bancos.

Desigualdade de gênero

Outro dado que chama a atenção no recorte do setor bancário no Caged é a desigualdade de gênero. Nos quatro primeiros meses de 2019, as mulheres que ingressaram no setor recebiam em média 77% dos homens contratados no mesmo período. Entre os desligados, as mulheres recebiam em média 71% da remuneração dos homens desligados dos bancos.

Na última Campanha Nacional Unificada dos Bancários, no ano passado, a categoria conquistou a realização de um novo Censo da Diversidade, que deve iniciar este ano. O censo é uma ferramenta importante no combate às desigualdades de gênero e raça no setor bancário e para a promoção de políticas de igualdade de oportunidades para mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e negros.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região