As Eleições Economus 2020, que ocorreriam entre os dias 6 e 17 de abril e foram suspensas em razão da disseminação do coronavírus, serão realizadas entre 15 e 26 de junho. A diretoria da AGEBB aproveitou a pausa para encaminhar, em março, um manifesto endereçado ao diretor-superintendente do Economus, Amauri Aguiar de Vasconcelos, questionando a não disponibilidade da plataforma SISBB, dos funcionários da ativa do Banco do Brasil, já amplamente utilizado nos pleitos da Cassi e da Previ (esse suspenso por 60 dias, a contar de 23 de março).
A AGEBB afirma, no documento, não ser clara à
associação a posição do
Economus, e de seu Comitê Eleitoral, quanto a não utilização do sistema oficial
de comunicação do BB no pleito de 2020. A entidade relembra que a plataforma foi
utilizada nas Eleições Economus de 2014, 2016 e 2018, com amplo sucesso. O
manifesto, inclusive, cita os números dessas disputas que corroboram com a
importância do sistema.
Segundo
levantamento da AGEBB, com base em dados do próprio Economus, dos 10.659
participantes que votaram em 2018 para o Conselho Deliberativo nas Eleições
Economus, 5.811 deles o fizeram pelo SISBB, representando 74,84% dos votos.
Quanto ao Conselho Fiscal foram 10.645 votos, com exatos 5.797 (ou 74,66%) por
essa plataforma. Em 2016, o cenário não foi muito diferente. Naquele ano, as
Eleições Economus, para o Conselho Deliberativo, totalizaram 16.296
participantes, com 8.196 deles fazendo o uso do SISBB. Quanto ao Conselho
Fiscal foram 10.751 votos, com exatos 6.701 por essa plataforma. Dois anos
antes, em 2014, as eleições totalizaram 11.208 votantes, sendo 7.407 pelo SISBB
e 3.801 por outros canais, o que ratifica o importante papel desta ferramenta.
Resposta
do Comitê Eleitoral
Nesta semana,
a AGEBB recebeu a resposta do Comitê Eleitoral sobre o manifesto enviado. Nela,
a “Comissão Eleitoral esclarece que o uso de plataforma única de votação, via
web se deve, principalmente, pelo fato da empresa de auditoria independente
contratada para acompanhar todo o processo, bem como a auditoria interna do instituto,
não conseguirem auditá-lo, pois esta plataforma de votação não é alcançada
pelas auditorias”.
O documento
do Comitê Eleitoral ainda menciona “assim, em contínuo processo de
aprimoramento nos sucessivos processos eleitoral, o Economus vem envidando
esforços para, a cada pleito eleitoral, resguardar a segurança, a transparência
e a isonomia do processo, proporcionando
a todos os eleitores e a todos os candidatos as mesmas condições de acesso ao
voto, visto que a plataforma única de votação disponibilizada por empresa
especializada e independente estará disponível a todo público de eleitores em
qualquer hora, local e espaço territorial, não restringindo o acesso fora do
horário comercial para os participantes da ativa.”
Para a
diretoria da AGEBB, a resposta é vazia e não embasa os números apresentados nas
eleições anteriores. “A pergunta é: por que mudar algo que sempre deu certo e
faz parte do dia a dia do funcionário? Parece que o Economus está andando para
trás no tempo ao tomar a decisão de não usá-lo”, argumenta o presidente da
AGEBB, Francisco Vianna de Oliveira Junior. “Sem dizer que o SISBB é, sem dúvida, um meio
democrático e muito prático para os funcionários participantes da ativa”,
completa.
Documento
ao Direg
Diante das
respostas sem fundamento do Comitê Eleitoral do Economus, o presidente da AGEBB
endereçou ao diretor da Diretoria de Governança e Entidades Ligadas ao BB (Direg),
Rodrigo Felipe Alonso, e ao diretor da Diretoria de Pessoas (Dipes), José
Avelar Matias Lopes, um manifesto também colocando os órgãos a par do assunto e
demonstrando total indignação com a medida pela não utilização do SISBB nas eleições de 2020.
Em um dos
trechos do documento, Oliveira Junior menciona que “apesar
de toda argumentação enviada pelo Comitê Eleitoral do Economus, que não foi
refutada em nenhum ponto pela diretoria do instituto, a resposta ao pleito foi
simplesmente de que a forma sem a utilização do SISBB, não há condição de haver
auditoria externa, se for o caso. Solicitamos encarecidamente que interceda junto
à patrocinada Economus e reoriente os seus dirigentes no sentido da democracia
de acesso e isonomia de direitos dos empregados incorporados do BB.”
O manifesto da AGEBB ainda afirma “solicitamos
novamente às diretorias que representam o Patrocinador BB a reorientação da diretoria
do Economus, de como o banco conduz todas as eleições da Cassi, Previ, Caref,
sobre as auditorias pós-eleições. Deveria orientar a diretoria do Economus a
ter maior transparência, credibilidade e governança em todas as eleições.”
Ainda segundo o documento, “o correto é fazer o contrário, colocar mais alternativas de votar como na Cassi, Previ e Caref, como SISBB, aplicativos, internet e terminais. Em nosso ponto de vista, a diretoria do Economus e Comissão Eleitoral estão fazendo completamente o inverso, excluindo o SISBB, que é o sistema que tem maior participação e votação, sendo que as premissas são sempre melhorar e evoluir. Portanto o SISBB é imprescindível e necessário em todas as eleições no Banco do Brasil”.
Fonte: AGEBB