BB diz que fará os esclarecimentos ao TCU sobre interferências em auditoria

Publicado em: 15/10/2020

Nesta quarta-feira (14/10), o Banco do Brasil divulgou comunicado ao mercado informando que foi notificado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e que prestará esclarecimentos ao órgão sobre possíveis irregularidades na área de Auditoria Interna do BB. No comunicado, assinado pelo Gerente Geral de Relações com Investidores e Sustentabilidade, Daniel Alves Maria, o BB diz que “foi notificado pelo TCU, em 13.10.20, e que apresentará os esclarecimentos necessários perante aquele Tribunal de Contas”. A ANABB segue acompanhando as investigações.

No processo, o TCU apura uma representação do Ministério Público (MP) que aponta indícios de irregularidades na gestão do Banco do Brasil, com relação a ações propensas a fragilizar as estruturas de controle e de governança do BB, em especial, a Auditoria Interna e o Comitê de Auditoria.

A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) já havia questionado o BB no início do mês sobre uma reportagem veiculada pela CNN Brasil. Na notícia, a emissora afirmava que o MP teria encaminhado ao TCU uma representação solicitando apuração de fatos sobre a gestão do BB quando era presidido pelo economista Rubem Novaes. A investigação também apontava supostas interferências em nomeações na Previ.

Em resposta à CVM, o BB afirmou que a Auditoria permanece em pleno funcionamento e que o Banco possui Comitê de Auditoria e uma Unidade de Auditoria Interna, ambas ligadas diretamente ao Conselho de Administração e com autonomia para desempenhar suas funções com total independência.

A ANABB acompanha os fatos e o desenrolar das providências a serem tomadas pelos órgãos de controle (TCU, CGU). E como de costume, adotará as medidas cabíveis para preservar os funcionários e a integridade do BB.

Fonte: Agência ANABB

Banco do Brasil esclarece supostas irregularidades na gestão de Rubem Novaes

Publicado em: 09/10/2020

O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou, na manhã desta segunda-feira (5), um comunicado ao mercado esclarecendo a notícia divulgada pela “CNN”, na última quinta-feira (1), acerca de supostas irregularidades que teriam ocorrido na gestão do banco sob o comando de Rubem Novaes.

O Banco do Brasil é acusado de interferir em sua auditoria interna, barrando apurações sobre assuntos sensíveis, além de não atender a recomendações dos auditores e interferir irregularmente em nomeações na Previ, o fundo de pensão da instituição.

“O Banco do Brasil possui uma estrutura de governança que conta com reconhecimento público e que está adequada às regras de transparência previstas por sua participação no Novo Mercado da B3. O BB possui Comitê de Auditoria e uma Unidade de Auditoria Interna, ambas ligadas diretamente ao Conselho de Administração e com autonomia, prevista em Estatuto, para desempenhar suas funções com total independência”, disse a instituição estatal.

O BB salientou que, até o presente momento, não foi notificado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o tema em questão. Além disso, o banco reiterou que a auditoria interna “permanece em pleno funcionamento e em nada modificou suas funções e competências dentro da organização”.

O banco disse que na ocorrência de fatos adicionais, julgados importantes, “serão prontamente divulgados ao mercado”. A nota foi assinada pelo gerente geral de Relações com Investidores e Sustentabilidade, Daniel Alves Maria.

Fonte: Portal Suno Research

Gestão de Novaes no Banco do Brasil é investigada por irregularidades pelo MP

Publicado em: 02/10/2020

O Banco do Brasil (BBAS3) está sendo investigado pelo Ministério Público (MP) por atribuição à diversas irregularidades que teriam ocorrido na gestão do banco sob o comando de Rubem Novaes. A documentação foi entregue ao procurador Lucas Furtado, que protocolou nesta quarta-feira (30) a representação 034.145/2020-6.

A acusação feita ao Banco do Brasil é de interferir na sua auditoria interna, evitar apurações sobre assuntos sensíveis, não atender a recomendações dos auditores, além de interferir irregularmente em nomeações na Previ, o fundo de pensão do banco. A denúncia ocorreu após a CNN divulgar que o Conselho de Administração do banco dissolveu a sua auditoria interna sob a justificativa de que os auditores favoreceram servidores em um programa de demissão.

A investigação

O Ministério Público, ao mencionar trechos da documentação recebida sobre o processo de demissão dos auditores, revelou que “foram sobejamente evidenciadas as sucessivas violações ao processo disciplinar de regência do Banco do Brasil” e que “essas violações implicariam em obrigatório cancelamento da Ação Disciplinar, por assim definir a própria norma interna do Banco, mas Conselho de Administração do BB, de forma arbitrária e sem fundamento, decidiu ratificá-las, como se corretas fossem”.

O documento ainda revela que quando o auditor-geral foi afastado, “o Conselho de Administração ao invés de indicar interinamente um dos executivos da própria Auditoria, nomeou a então Secretária Executiva do Banco, diretamente subordinada ao Presidente do Banco, e que não possuía nenhuma experiência em auditoria”.

A nomeação afetou as apurações da auditoria. “No período dos oito meses do afastamento dos serviços, a Auditoria tem “andado de lado”, e os trabalhos mais sensíveis estão parados, entre eles a denúncia envolvendo a publicidade em sites que propagam “fake news” e a venda de créditos inadimplidos ao BTG Pactual. Sobre este último a Auditoria Interna havia iniciado avaliação do tema, mas sofreu intensa resistência e oposição da gestão do Banco do Brasil.” (…) “O Presidente do Conselho de Administração, Sr. Hélio Magalhães, “orientou” o então Auditor Geral, a não auditar os fatos e os riscos associados à retirada do ar da Campanha Publicitária “Selfie”, em 25/04/2019, pelo Presidente do BB, atendendo pedido do Presidente da República, mesmo havendo demandas externas para tanto (Tribunal de Contas da União, Comissão de Valores Mobiliários, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Senado Federal, Instituto Ethos) e evidências da referida interferência e comprovação das perdas financeiras causadas e de que os resultados daquela campanha eram muito positivos para os negócios e imagem do Banco.”

Além disso, foram relatados problemas no chamado Projeto Sirius, a associação entre o banco e a empresa UBS Group AG. ” Os trâmites da aprovação da parceria estratégica entre o BB BI e o UBS (Projeto Sirius) passaram por reuniões do Conselho Diretor e de Administração do Banco do Brasil entre junho e novembro de 2019. Numa dessas reuniões, a Auditoria Interna manifestou preocupação com aspectos formais (documentação, pareceres, avaliações externas) e negociais da parceria. Em contraponto, o Vice presidente Carlos Hamilton reagiu de forma estranha e desproporcional à manifestação apresentada, rechaçando de forma veemente e até agressiva qualquer possibilidade de deficiência formal e que era um excelente negócio para o Banco.”

Segundo a conclusão do procurador Lucas Furtado, “ao longo da peça diversas fragilidades do Banco são apontadas, das quais destaco as falhas na conciliação geral e contábil, as falhas na metodologia de provisões contábeis relacionadas a ações judiciais, as falhas em processos de desinvestimentos de ativos do Banco e a proibição de apuração pela auditoria interna de indícios de irregularidades acerca da propaganda com mote diversidade do Banco do Brasil”.

O gabinete do ministro do TCU Bruno Dantas, que é relator do caso, declarou que os pedidos do Ministério Público estão em processo de análise.

O Banco do Brasil se pronuncia

Em consequência, o Banco do Brasil se manifestou citando sua adequação às regras de transparência. “O Banco do Brasil possui uma estrutura de governança que conta com reconhecimento público e que está adequada às regras de transparência previstas por sua participação no Novo Mercado da B3”.

“O Banco do Brasil, até o presente momento, não teve qualquer conhecimento acerca dos fatos narrados e, caso venha a ser notificado, responderá a todos os termos.”, concluiu.

Os documentos foram divulgados pela CNN. A íntegra pode ser conferida abaixo:

Leia a íntegra da representacao do MP

Na representação, por exemplo, o Ministério Público relata trechos da documentação que lhe foi entregue. Sobre o processo de demissão dos auditores, diz que “foram sobejamente evidenciadas as sucessivas violações ao processo disciplinar de regência do Banco do Brasil” e que “essas violações implicariam em obrigatório cancelamento da Ação Disciplinar, por assim definir a própria norma interna do Banco, mas Conselho de Administração do BB, de forma arbitrária e sem fundamento, decidiu ratificá-las, como se corretas fossem”. Diz ainda que quando o auditor-geral foi afastado, “o Conselho de Administração ao invés de indicar interinamente um dos executivos da própria Auditoria, nomeou a então Secretária Executiva do Banco, diretamente subordinada ao Presidente do Banco, e que não possuía nenhuma experiência em auditoria”. Também menciona que a auditoria foi excluída das reuniões do Conselho de Administração, que passaram a participar de reuniões trimestrais com o colegiado.

As mudanças, segundo o documento, afetaram apurações da auditoria. “No período dos oito meses do afastamento dos serviços, a Auditoria tem “andado de lado”, e os trabalhos mais sensíveis estão parados, entre eles a denúncia envolvendo a publicidade em sites que propagam “fake news” e a venda de créditos inadimplidos ao BTG Pactual. Sobre este último a Auditoria Interna havia iniciado avaliação do tema, mas sofreu intensa resistência e oposição da gestão do Banco do Brasil.” (…) “O Presidente do Conselho de Administração, Sr. Hélio Magalhães, “orientou” o então Auditor Geral, a não auditar os fatos e os riscos associados à retirada do ar da Campanha Publicitária “Selfie”, em 25/04/2019, pelo Presidente do BB, atendendo pedido do Presidente da República, mesmo havendo demandas externas para tanto (Tribunal de Contas da União, Comissão de Valores Mobiliários, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Senado Federal, Instituto Ethos) e evidências da referida interferência e comprovação das perdas financeiras causadas e de que os resultados daquela campanha eram muito positivos para os negócios e imagem do Banco.”

Também declara que teria havido problemas no chamado Projeto Sirius, a associção entre o banco e a empresa suiça UBS Group AG. ” Os trâmites da aprovação da parceria estratégica entre o BB BI e o UBS (Projeto Sirius) passaram por reuniões do Conselho Diretor e de Administração do Banco do Brasil entre junho e novembro de 2019. Numa dessas reuniões, a Auditoria Interna manifestou preocupação com aspectos formais (documentação, pareceres, avaliações externas) e negociais da parceria. Em contraponto, o Vice presidente Carlos Hamilton reagiu de forma estranha e desproporcional à manifestação apresentada, rechaçando de forma veemente e até agressiva qualquer possibilidade de deficiência formal e que era um excelente negócio para o Banco.”

Segundo o documento, haveria problemas sobre “aspectos negociais” da parceria. “Sobre os aspectos formais não há evidências de deficiências, mas sobre os negociais, o parecer da Diretoria de Controladoria do Banco do Brasil, presente na Nota Técnica aprovada pelo Conselho de Administração, em 06/11/2019, registra que parte expressiva do resultado esperado decorria da expectativa de redução de pessoal, na ordem de 300 pessoas. Caso tal redução não acontecesse, os resultados seriam negativos para o Banco em até R$170 milhões. Não há evidências de que ajustes organizacionais e redução de pessoal tenham sido realizados.”

A representação menciona ainda supostas irregularidades na nomeação de conselheiros da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco. “O Presidente Rubem Novaes e o Vice-presidente Carlos Hamilton interferiram irregularmente no processo de seleção de conselheiros da PREVI para as empresas as quais tem participação, a exemplo da Vale. Sob a alegação de ter profissionais de mercado nos conselhos, impuseram reabertura e alterações no processo de seleção para dar oportunidade de indicação de pessoas alinhadas com suas estratégias pouco republicanas que querem implementar, em detrimento àqueles que já haviam sido selecionados e aos objetivos e responsabilidades da PREVI.”

O procurador Lucas Furtado conclui que “ao longo da peça diversas fragilidades do Banco são apontadas, das quais destaco as falhas na conciliação geral e contábil, as falhas na metodologia de provisões contábeis relacionadas a ações judiciais, as falhas em processos de desinvestimentos de ativos do Banco e a proibição de apuração pela auditoria interna de indícios de irregularidades acerca da propaganda com mote diversidade do Banco do Brasil”.

A representação, bem como a documentação que a embasa, foi encaminhada à área técnica do banco. O ministro Bruno Dantas é o relator do caso.

Procurado, o gabinete do ministro do TCU Bruno Dantas, que é relator do caso, informou que os pedidos do MP estão em análise.

Fontes: Portal Suno Research com CNN Brasil

Conjuntura e salário ‘baixo’ fazem executivos recusarem presidência do BB

Publicado em: 31/07/2020

Para além do “baixo salário” de R$ 68,8 mil, que pode até dobrar com parte da renda variável, as recusas de altos executivos do setor privado ao convite do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente Jair Bolsonaro, para o cargo de presidente do Banco do Brasil, têm causas “mais profundas”, segundo fontes sondadas pelo Correio.

“Ninguém quer, obviamente, baixar tremendamente o que ganha. Mas, às vezes, vale à pena assumir um cargo desse. Melhora o currículo de qualquer um, sem dúvida. No entanto, dá para fazer pouco em uma conjuntura que se tem que lidar com brigas de egos e quedas de braço constantes entre Executivo, Legislativo e Judiciário”, apontou um executivo.

Sem citar nomes, outra fonte lembrou que “abrir mão de milhões” tem um preço que nem sempre é o próprio dinheiro. “Nem sempre o que pesa é a grana. Enfim, por mais que se odeie minorias, isso não pode ser divulgado, assim, dessa forma. Não se fala isso publicamente. Não se ofende ou despreza pessoas que sustentam o dia a dia do setor público. Além das questões técnicas, as próprias famílias pedem aos sondados que tenham cuidado e não aceitem o convite”, destacou.

Os milhões que os muitos bem remunerados citaram são significativos. Funcionário de um dos maiores bancos do país lembrou a última pesquisa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), divulgada em 2019. Segundo os dados, citou, em 2018, entre os presidentes das principais companhias que mais embolsavam salários e bônus, o diretor-presidente do Itaú-Unibanco encabeçava a lista, com ganhos anuais de R$ 46,880 milhões, o equivalente a R$ 4 milhões por mês.

Em seguida vinham os diretores-presidentes do Santander (R$ 43,068 milhões anuais), da Bolsa de Valores (B3, R$ 37,849 milhões), da Suzano Papel e Celulose (R$ 28,221 milhões), o presidente do Conselho da Administração do Bradesco (R$ 27,684 milhões). Na relação da CVM, segundo a fonte, não aparecem os nomes dos donos dessas pequenas fortunas, somente os valores. “Mas quem ganha mais, obviamente, são os presidentes”, reiterou.

Mais cotados

De ontem para hoje, o nome de Conrado Engel, ex-presidente do HSBC e ex-vice-presidente do conselho de administração do Santander, ganhou força nas apostas. Mateus Bandeira, ex-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo partido Novo e alinhado a Bolsonaro, também teria sido contatado pela equipe de Guedes. Outros candidatos que não aceitaram teriam sido o diretor de estratégia digital do BV, antigo banco Votorantim, Guilherme Horn, e o CEO e fundador da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo. E, por fim, surgiu com grande força o nome de André Brandão, ex-presidente do HSBC Brasil.

Mas, segundo as principais notícias, continuam no páreo como possível solução doméstica caso Guedes não consiga convencer os homens de mercado Hélio Magalhães, presidente do conselho de administração do BB, Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, e Walter Malieni, vice-presidente de negócios de atacado do BB. Além de Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores, ou Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente corporativo do BB.

A despedida

Rubens Novaes sai da presidência do Banco do Brasil com mais críticas aos supostos hábitos de corrupção e compadrio na capital federal. Ele já tinha tocado no assunto, mas ao colunista Mervall Pereira disse que “tem muita gente de rabo preso trocando proteção”. Essa política condenável, afirmou, teria começado com Fernando Henrique Cardoso e piorado durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT).

Ele critica, ainda, a decisão do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de conta da União (TCU), por ter proibido propaganda do BB – para impedir repasse de verba pública para sites conhecidos por divulgar notícias falsas. “Um dos maiores absurdos na administração federal”, afirmou. Cita o presidente do PTB, Roberto Jefferson, como “o melhor cronista dos bastidores planaltinos”.

Fonte: Correio Braziliense

Guedes busca nome ligado ao mercado para presidir Banco do Brasil

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A despeito de não descartar uma solução caseira para a presidência do Banco do Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende buscar alguém de mercado para substituir Rubem Novaes, que deixará o cargo em agosto, e, com isso, mostrar que continua com prestígio no setor privado. Guedes está incomodado com a debandada de integrantes de sua equipe e quer resolver o imbróglio do BB o mais rapidamente possível. O ministro tem o aval do presidente Jair Bolsonaro.

No mercado, as reações à saída de Novaes foram divergentes. A unanimidade é que, seja qual for o escolhido, será um nome com conhecimento técnico — o que não descarta, totalmente, uma indicação política para o cargo.

O economista Cesar Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do DF, disse que a ideia do governo é “acomodar a questão política de cargos com o centrão”. “Deve ser alguém com condições de intermediar os desejos de privatização de Guedes e a resistência a se desfazer de tudo, de Bolsonaro”, afirmou.

Novaes não tinha perfil político, mas era perfeitamente capaz de levar a cabo os projetos de desinvestimento e as operações do banco digital, assinala Bergo. “Prova disso é a expectativa de resultados bastante positivos do BB nessa temporada de balanços do segundo trimestre. Como é amigo do ministro e do presidente, Novaes — fritado em banha quente pelos chegados do Planalto — preferiu sair antes que fosse tarde. Mas com a consciência de que o BB sempre foi uma boa moeda de troca”, reforça Bergo.

Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, tem opinião diferente. Rubem Novaes é que era, na análise de Vieira, de certa forma, uma indicação política. Tinha ligação com a ala olavista (dos seguidores do guru Olavo de Carvalho) do governo. “Por isso, não creio que a saída dele abra espaço para o centrão, o qual não tem nenhum interesse em profissionais de alto nível que não sentem na cadeira para beneficiar A, B ou C.”

O que o mercado não deseja, diz Vieira, “é o retorno à velha política de presidencialismo de coalizão”. “Nesse quadro, acho que Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração do BB, é o mais indicado para sentar sem traumas na cadeira de Novaes. Os outros que vêm sendo citados pela mídia também são bons”, reitera Jason Vieira.

Guedes, no entanto, já descartou Hélio Magalhães, porque o considera estratégico na função em que está hoje. Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, de tudo o que vem sendo ventilado, pouca coisa é consistente. “A única conversa que faz sentido é de que a mudança não significa enfraquecimento de Paulo Guedes. Pelo contrário”, afirma.

Quem assumir o comando do Banco do Brasil terá as demandas do governo. Novaes sai em meio a críticas do Planalto de que não teria entendido a missão do BB diante da mais grave recessão da história do país, mesmo diversas vezes cobrado para incentivar a liberação de empréstimos e financiamentos.

Se Guedes lançar mão da saída caseira, entre os principais cotados estão os vices-presidentes Carlos Hamilton (Gestão Financeira e Relações com Investidores), Walter Malieni (Negócios de Atacado), Carlos Motta (Varejo) e Mauro Ribeiro Neto (Corporativo).

Banqueiros estranham a demora

O zunzunzum está grande entre os principais banqueiros do país diante da demora do governo em nomear o novo presidente do Banco do Brasil. A percepção que começa a ganhar força entre eles é a de que está havendo um embate entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Palácio do Planalto na definição do sucessor de Rubem Novaes.

As leituras são muitas entre os banqueiros. Para eles, como a saída de Novaes da presidência do BB vinha sendo negociada desde junho, conforme o próprio executivo anunciou, era mais do que natural que Guedes já tivesse um nome para o comando da maior instituição financeira pública. Ou seja, não houve surpresa para o ministro na renúncia de Novaes anunciada há uma semana (24 de julho).

Como referência, citam o caso de Mansueto Almeida, que deixou, de forma negociada, a Secretaria do Tesouro Nacional e, no mesmo dia, foi anunciado o nome de seu sucessor justamente para sinalizar a continuidade no manejo das contas públicas. Segundo os banqueiros, seria importante que, no caso de Novaes, também com a saída já aventada, Guedes já tivesse um sucessor nas mangas.

Embates políticos pelo comando

Para os banqueiros, ante a demora para a escolha do presidente do Banco do Brasil, deve-se questionar: cadê a força de Guedes no mercado? Esperava-se que, diante de um convite do ministro, muitos se colocassem à disposição para ajudá-lo. Mas a impressão que se tem é a de que está havendo negativas. E isso está abrindo embates políticos pelo comando do BB no Planalto sem que o presidente Jair Bolsonaro faça uma intervenção.

Os mesmos banqueiros reconhecem que, se tivesse optado logo por uma solução caseira, puxando para a presidência um dos vice-presidentes do BB, além de ter excelentes nomes, Guedes não estaria passando por questionamentos sobre a dificuldade em encontrar o substituto de Rubem Novaes.

Um dos banqueiros ressalta que, num governo que tem um ministro interino no meio da mais grave pandemia em 100 anos, muitos podem achar natural a demora para a nomeação do novo presidente do Banco do Brasil. Mas quem acompanha esse tema de perto acredita que há algo muito estranho no ar.

Fonte: Correio Braziliense

Novaes irritou funcionários do BB ao demonstrar ojeriza por Brasília

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Não foi à toa a péssima relação entre Rubem Novaes, quase ex-presidente do Banco do Brasil, com os funcionários da instituição. Em todas as oportunidades que pôde, o executivo fez questão de demonstrar sua ojeriza por Brasília. Na visão de Novaes, todos os moradores da capital do país são corruptos.

Para funcionários do BB, Novaes nunca foi um executivo clássico. Desde que assumiu a presidência do banco, preferiu dedicar seu tempo às relações com o Ministério da Economia e com o Palácio do Planalto. Ao contrário de seus antecessores, quase nunca viajava para conhecer o papel do Banco do Brasil na vida real do país.

Essas viagens, segundo os empregados do BB, ficavam a cargo dos vice-presidentes. Por isso, acrescentam, Novaes tinha uma visão limitada da instituição e alimentava o sonho de entregar o controle do banco à iniciativa privada. A privatização, no entanto, foi barrada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Novaes não deixará saudades

Novaes não deixará saudades no Banco do Brasil. Na verdade, sua gestão será marcada apenas pelas polêmicas que criou. Comprou briga com prefeitos, deputados e senadores, aos quais acusava de serem sangue-sugas do governo federal.

Sua última polêmica foi com o Tribunal de Contas da União (TCU). Sem o aval do Ministério da Economia e do Palácio do Planalto, ele recorreu ao TCU contra a proibição de a instituição anunciar em sites especializados em espalhar fake news. Novaes vê nessa decisão uma forma de cercear a atuação de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais.

Novaes faz parte da ala mais radical do governo, que tem Olavo de Carvalho como ídolo. Para ele, o Estado deve ser mínimo. Mas, a despeito de o governo Bolsonaro assumir publicamente uma postura liberal, nem o presidente da República nem os militares com cargos estratégicos no Palácio do Planalto compartilham do pensamento de um setor público esquálido.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

BB se transformará numa ‘corporation’ com privatização, diz Novaes

Publicado em: 17/06/2020

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou a defender, nesta segunda-feira, a privatização da instituição. Ele afirmou que a ideia não é vender a instituição para um grande grupo estrangeiro ou nacional, e sim transformar o BB em uma grande “corporation”, com o controle pulverizado, por meio da venda de ações a um número maior de sócios, e a participação do governo.

“As pessoas imaginam que o Banco do Brasil seria comprado por um grande banco estrangeiro, ou pelo Itaú ou o Bradesco, por exemplo. Não é nada disso o que está se imaginando. O BB já tem 50% de suas ações em mãos privadas. É só vender mais um pouco e vira uma instituição privada. É só fazer do banco uma corporation com muitos sócios”, disse Novaes, ao participar de uma audiência pública, nesta manhã, promovida pela Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à Covid-19 do Congresso.

Ele não disse em que momento o governo daria a largada para privatizar o Banco do Brasil. Porém, enfatizou que o setor bancário está passando por uma revolução, que vai se intensificar no ano que vem, em razão de medidas adotadas pelo Banco Central, como o open banking (sistema que permite o compartilhamento de dados dos correntistas), a nova plataforma de pagamentos instantâneos do BC e o favorecimento da atuação de fintechs- empresas que oferecem, via internet, serviços a custos mais baixos que os bancos.

“O banco será cada vez mais uma empresa de tecnologia que presta serviços e corre riscos bancários. Mas nós estamos presos às amarras do setor público. É pensando no benefício do banco que falo em privatização”, afirmou.

Novaes lembrou que, no passado, o Banco do Brasil tinha como bônus parte das folhas de pagamento do setor público e a administração de depósitos judiciais, que hoje são disputados no mercado. Agora, ressaltou, a instituição só têm ônus: precisa submeter todas as decisões importantes ao TCU (Tribunal de Constas da União), está sob o controle da área que cuida de estatais do Ministério da Economia, sua publicidade está submetida à Secretaria de Comunicação da Presidência da República e as medidas a serem oficializadas em publicações no Diário Oficial estão sob o crivo da Casa Civil.

“Nossa política de recursos humanos é travada. Não podemos demitir um mau funcionário, ou premiar um bom funcionário. Não podemos pinçar no mercado uma pessoa para cumprir determinada tarefa, ou dar alguma compensação a algum executivo que está sendo assediado pela concorrência. Perdemos mais de 50 executivos de primeira linha, desde 2019, para o setor privado. Como temos um pessoal extremamente eficiente e conhecedor de suas atividades, o BB consegue se manter, mas com essas mudanças todas no mercado, isso será cada vez mais difícil. Não é uma questão ideológica”, argumentou.

Fonte: O Vale

Presidente do BB diz que banco já tomou ações no crédito de R$ 136,8 bi

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O presidente do Banco do Brasil, Rubem de Freitas Novaes, fez nesta segunda-feira (8), um relato das atividades da instituição durante a pandemia do novo coronavírus, em audiência pública virtual da Comissão Mista do Congresso Nacional que acompanha as medidas de combate à covid-19. De acordo com ele, o banco já tomou ações no crédito que somam R$ 136,8 bilhões desde março.

Desse montante, R$ 70,5 bilhões se referem ao adiamento de parcelas de financiamentos já existentes e R$ 66,3 bilhões correspondem a recursos disponibilizados em novos empréstimos.

Para empresas, a ações somam R$ 80 bilhões, sendo R$ 42,1 bilhões em prorrogações de parcelas e R$ 37,9 bilhões em novos financiamentos. Para pequenas empresas, a novas concessões chegaram a R$ 8,6 bilhões. Para as famílias, foram R$ 33,8 bilhões em ações no crédito pelo Banco do Brasil, sendo R$ 26,3 bilhões em adiamento de parcelas e R$ 7,5 bilhões em crédito novo.

De acordo com Novaes, as ações para o agronegócio somam R$ 23 bilhões, com R$ 2,1 bilhões em prorrogações de parcelas e R$ 20,9 bilhões em novas operações.

O presidente do banco destacou a liberação de R$ 358,2 milhões para o financiamento de folha de pagamentos, para cerca de 11,6 mil empresas. “Embora folha de pagamento não seja um dos focos do BB, que tem apenas 6% desse mercado, temos 20% das liberações do programa. O programa tem usado menos do que os recursos que foram disponibilizados por ele, mas o Banco Central deve anunciar em breve mudanças para impulsionar esse crédito”, acrescentou.

Novaes garantiu ainda que as atividades essências de atendimento ao público do banco continuam funcionando normalmente, com 98% das agências abertas, com exceção daquelas impedidas de operar, por se localizarem em shoppings, por exemplo. “Cerca de 50% da nossa força de trabalho está trabalhando à distância, principalmente funcionários em grupo de risco (para a covid-19)”, completou.

Fonte: Info Money

Novaes desrespeitou código de ética ao agredir governadores e prefeitos

Publicado em: 08/04/2020

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, descumpriu o código de ética ao atacar prefeitos e governadores na tentativa de defender o presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que “governadores e prefeitos impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca”.

Novaes descumpriu pelo menos quatro artigos do código de ética, que ele próprio aprovou. Criou constrangimentos e prejuízos à imagem do banco. Fez ofensas e caluniou justamente quem ele chama de parceiros. Contrariou a norma que prevê respeito a convicções ideológicas.

Veja os artigos desrespeitados:

  1. Devemos prevenir constrangimentos e prejuízos à imagem do Banco e do próprio funcionário.
  2. Desautorizamos iniciar ou divulgar, em qualquer meio — interno ou externo — críticas ofensivas à honra ou calúnias que exponham a imagem do BB ou de qualquer de nossas áreas
    ou funcionários.
  3. Somos parceiros do poder público na implementação de políticas, projetos e programas socioeconômicos voltados para o desenvolvimento sustentável do Brasil e dos países em que atuamos.
  4. Devemos estabelecer, independentemente de convicções ideológicas individuais, relacionamento cortês com o poder público brasileiro e com o dos países em que atuamos.

Novaes é considerado, dentro do governo, um dos mais radicais críticos das políticas de intervenção do Estado na economia. Neste momento, porém, toda a cartilha liberal do governo está sendo rasgada para atender às demandas da sociedade a fim de conter os estragos do novo coronavírus na economia.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

Presidente do BB tem de tratar de liquidez e não sobre isolamento, diz Maia

Publicado em: 02/04/2020

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aproveitou a videoconferência que realizou na manhã desta quinta-feira, promovida pelo Santander, para criticar a postura do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. “O presidente do Banco do Brasil tem de tratar de liquidez e não sobre isolamento vertical”, disse Maia nesta quinta-feira em “live”.

Mais cedo, o presidente do BB encaminhou, via WhatsApp, a seguinte mensagem: “Caiam na real”, acompanhada do vídeo postado pelo presidente Jair Bolsonaro com o apelo de uma apoiadora pela reabertura do comércio no País, em meio à pandemia da covid-19. Indagado sobre a postagem, disse que governadores e prefeitos deveriam “cair na real”, pois “impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca”, e destacou que “esmolas atenuam o problema, mas não o resolvem”. “E pessoas querem viver de seu esforço próprio”, concluiu.

Antes de cobrar que o Banco do Brasil atue na questão de liquidez e não na defesa da linha defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, de flexibilização da quarentena, Maia falou sobre o Banco Central e sobre a Caixa. A respeito do BC, disse que é importante a autoridade monetária atuar na maior transparência neste momento de crise aguda provocada pelo coronavírus. “Neste momento espero que ele atue ajudando empresas, microcrédito e com a responsabilidade que seu corpo técnico sempre teve”.

“Roberto Campos (presidente do BC) é experiente, tem bom diálogo, mas não pode entrar no mercado para quem especulou, óbvio que ele não vai entrar nisso, mas o BC precisa garantir liquidez que o sistema financeiro não tem conseguido para quem precisa do apoio para funcionar e prestar seus serviços”, afirmou Maia.

Ao falar da Caixa, disse que a instituição está na linha correta, mas faltam ainda mais ações. “Ela tem tido alguma agilidade e trabalhado para garantir crédito para as Santas Casas.”

Na videoconferência, o presidente da Câmara dos Deputados disse que liberar coisas a conta-gotas (falando do governo federal) causa muita confusão, cobrando novamente uma ação coordenada de todos os entes federativos. “Nossa preocupação (Parlamento) deve ser blindar nossa pauta para focar no que tem relação com a crise, no que é provisório e no que é preciso para ter os melhores resultados, isso é o que temos de ter em mente.”

Maia citou e elogiou o poder moderador do presidente do STF, Dias Toffoli, e num recado ao mandatário do País, disse que este momento de crise aguda não é de “tensionamento nas relações, mas de moderação e trabalho conjunto”.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

Coronavírus: presidente do BB coloca economia acima das vidas humanas

Publicado em: 26/03/2020

Em entrevista divulgada nesta quarta-feira 25, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, criticou as medidas de isolamento social que vêm sido empregadas por boa parte dos governadores do país no combate à pandemia de coronavírus. Para Rubem, quem “impede a produção, comércio e circulação de mercadorias” será responsabilizado por possíveis prejuízos econômicos.

“Aqueles que impedem a produção, o comércio e a circulação de mercadorias serão responsabilizados pela depressão econômica que estão causando. Não se pode resolver um problema criando outro ainda maior”, afirmou Novaes ao jornal Valor Econômico. “Negar este lado da questão é um desserviço à nação brasileira. Devemos tomar todas as medidas sanitárias de precaução e proteger os idosos, mas não podemos parar a economia”, completou.

A afirmação do presidente do banco vai na contramão dos esforços promovidos pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Fenaban, que têm trabalhado em conjunto para evitar a contaminação de trabalhadores e clientes pelo coronavírus.

“Rubem Novaes é absolutamente irresponsável e coloca em risco tudo o que vem sendo feito no Brasil para conter esta pandemia. No mundo todo, o isolamento social tem representado uma ferramenta importante para evitar que o COVID-19 se propague, e os governos regionais tem tomado as medidas econômicas para minimizar o impacto deste isolamento”, analisa o dirigente sindical e funcionário do BB, Getúlio Maciel.

Getúlio lembra que todos os bancos possuem fundos de contingência para o pagamento de salários e sua manutenção durante crises como esta, e que o BB não irá “quebrar” por conta da pandemia. Sem esta preocupação, o dirigente cobra que Rubem e a gestão do Banco do Brasil assumam sua responsabilidade para com o país, apresentando propostas para minimizar os impactos da pandemia para a economia e na vida dos brasileiros.

“Ele coloca a economia acima das vidas humanas, e isso é inaceitável. Neste momento, temos de pensar nas pessoas, que constituem o maior recurso que o país e as empresas têm”, finaliza o dirigente.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Banco do Brasil pode ser privatizado para concorrer com fintechs

Publicado em: 19/02/2020


O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, acredita que a instituição financeira deveria ser privatizada para concorrer melhor com as fintechs (startups de finanças) e para se adaptar ao modelo de open banking. A empresa não está na lista de estatais que serão privatizadas, como os Correios e a Telebras.

No open banking, seus dados financeiros de um banco poderiam ser compartilhados com outro banco através de uma API, para serem usados em apps e serviços de terceiros. Isso daria mais liberdade aos clientes e aumentaria a concorrência entre grandes empresas e fintechs. O modelo está em estudos no Banco Central.

“Na medida que se aprofundar esse novo mundo bancário de open banking e competição das fintechs, as desvantagens de ser um banco público vão se acentuar”, disse Novaes à Folha. “E eu acho que a gente já devia começar a se antecipar para pensar em privatização, assim não teria trauma nenhum.”

Para Novaes, o BB teria mais flexibilidade e seria mais eficiente caso fosse privatizado: “tenho convicção de que sem essas amarras, nós passaríamos dos concorrentes privados”, disse o executivo. “Um dia será inevitável privatizar o Banco do Brasil.”

A venda do BB não está prevista no plano de desestatização, mas teria o apoio da equipe econômica e do ministro da Economia, Paulo Guedes. Seria necessário convencer também o Congresso e o presidente Jair Bolsonaro.

Presidente do BB defende privatização há meses

No ano passado, Novaes defendeu a privatização do BB com o mesmo argumento: para ele, “é óbvio que uma instituição pública não vai ter a mesma velocidade” que uma fintech em se adaptar à modernização do sistema bancário.

“Com as amarras que uma empresa pública tem, vai ser muito difícil o ajustamento, no horizonte de 2, 3, 4 anos, a esse novo mundo de open banking e das fintechs”, disse Novaes em outubro de 2019. “Fica muito difícil em uma instituição ligada a governos acompanhar esse ritmo; competimos com uma espécie de bola de ferro na canela.”

Fonte: Tecnoblog

Caminho da privatização do BB é fácil, mas é uma decisão política, diz Novaes

Publicado em: 30/01/2020


O presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Rubem Novaes, voltou a defender nesta quarta-feira (29) a privatização da instituição, apesar de ressaltar que isso não está sendo estudado pelo atual governo.

Falando em evento do Credit Suisse, em São Paulo, ele afirmou que o fato de ser um banco público ajudou o BB por muitos anos, mas que estas vantagens não existem mais. “O BB foi uma entidade pública que perdeu todos os bônus de ser uma entidade pública”, disse.

E neste cenário, ele apontou que a privatização do banco seria bastante favorável. “O caminho da privatização do BB é muito fácil […] basta fazer uma operação no mercado e você deixa de ter todas essas amarras”.

Apesar disso, ele ressaltou que privatizar o banco é “uma decisão política” e que atualmente nem o presidente Jair Bolsonaro e nem o Congresso são a favor.

Por outro lado, Novaes acredita que o BNDES e a Caixa Econômica já são suficientes para o Brasil em termos de bancos públicos, o que poderia ajudar no futuro na privatização do Banco do Brasil.

“Eu acho que com o tempo e a classe política, de uma maneira geral, vai se convencer de que o papel do BNDES e da Caixa já suprem a necessidade de um banco público e que o Banco do Brasil poderia estar liberado para uma privatização”, afirmou reforçando, porém, que o assunto não está em discussão com o governo.

Além disso, o executivo rebateu críticas que são feitas quando o assunto é privatização de que o banco iria “abandonar o setor rural”, em que ele tem forte atuação: “Não existe esta hipótese”, afirmou.

Concorrência das fintechs

Durante o evento, Novaes também avaliou que 2020 será um ano difícil para o setor bancário, que terá de lidar com mais concorrência com as fintechs e a queda de juros, que “atrapalha um pouco”.

Com esta ideia, ele disse a jornalistas após o painel que o banco estuda a possibilidade de um concurso direcionado para a área de tecnologia, como forma de atrair talentos.

Para ele, o BB precisa modernizar toda sua estrutura e citou a possibilidade de parcerias futuras com fintechs.

“Não é só uma questão de modernização de produtos. A questão também é de modernizar rapidamente a estrutura toda do BB, digitalizar”, afirmou reforçando que a instituição precisa se “adaptar rapidamente ao mundo novo”.

“Em 5 a 10 anos, se não houver uma grande transformação no banco, nós vamos sofrer muito”, completou.

Apesar das dificuldades, ele afirmou que a atividade econômica deve se acelerar, com o crescimento na margem do banco podendo chegar a 3% este ano, o que deve estimular a demanda por crédito.

Sem pressão do governo

O executivo afirmou ainda que não “sente pressão” do governo para a instituição reduzir os juros cobrados no crédito.

“Meu mandato é maximizar resultados e não ajudar a reduzir taxas de juros”, disse, ao ser questionado sobre uma eventual pressão do Planalto para reduzir o spread bancário. A declaração foi dada em evento do Credit Suisse com investidores.

Novaes afirmou que o governo entende que o BB é uma empresa de capital aberto, listada em Bolsa e que precisa dar satisfação aos acionistas.

“O que vai ajudar a reduzir juros é a competição bancária”, disse ele, ressaltando que qualquer movimento diferente disso será prejudicial para a economia e para o próprio banco.

Banco Votorantim e Cielo

Questionado sobre alternativas à privatização, Novaes disse que “os ativos mais importantes” que poderiam ser vendidos já foram desfeitos, mas comentou sobre sair de parte do Banco Votorantim.

Segundo ele, a empresa está preparando um IPO e o BB irá aproveitar a oportunidade para sair de “um pedaço” da controlada, mas na mesma proporção que outros sócios.

“O BV está sofrendo um processo de modernização espetacular e nós esperamos que seja um sucesso esse IPO”, completou.

Já sobre uma possível venda da participação na Cielo, o presidente do BB negou, apesar de dizer que a companhia está “em um momento difícil”. Para ele, a ideia é “encontrar caminhos melhores para ela”.

Fonte: Infomoney

Privatização do Banco do Brasil será inevitável, diz presidente da instituição

Publicado em: 30/10/2019


O clima esquentou no Banco do Brasil antes do fim do expediente desta sexta-feira, 25 de outubro. Os funcionários foram surpreendidos pela declaração do presidente da instituição, Rubem Novaes, de que a privatização do banco será inevitável.

Mesmo diante do ímpeto privatista do ministro da Economia, Paulo Guedes, a venda do controle do BB ao setor privado é vista como um tabu. O presidente da República, Jair Bolsonaro, se recusa a falar sobre o assunto. Os militares que estão no governo, também.

Segundo Novaes, diante da enorme revolução tecnológica que está se vendo no setor bancário — estimulada pelo Banco Central, que regulamentou as fintechs e vai incentivar o open banking, permitindo o compartilhamento de informações de clientes entre todos os atores do mercado —, não haverá espaço para bancos com as amarras impostas pela máquina estatal.

Diz o presidente do BB: “Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, nesse mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição publica não vai ter a mesma velocidade de adaptação”.

Ele reconhece, que, “por enquanto, o banco ainda é extremamente eficiente e vai permanecer eficiente por algum tempo, mas, em algum momento, a perspectiva da privatização vai ter que ser enfrentada”. Essa visão, frisa ele, é pessoal.

Preparação

Funcionários do Banco do Brasil admitem que a instituição já vem sendo preparada para ser privatizada. Tanto que o governo está vendendo todas as ações que excedem o controle acionário. Também estão sendo ofertadas participações que o banco tem em outras empresas.

Novaes reforça esse movimento. Ele afirma que o Banco do Brasil está buscando um parceiro para a BB DTVM a fim de reduzir a participação que tem na instituição. Isso já ocorreu no banco de investimentos. Em setembro último, o BB e o suíço UBS assinaram um memorando de entendimento para uma parceria.

Entre os funcionários do BB, a perspectiva é de que, mesmo com toda a resistência de Bolsonaro, o controle do Banco do Brasil poderá ser vendido até o fim deste governo. Eles frisam que tudo está caminhando nessa direção. É esperar para ver.

Fonte: Correio Braziliense

BB tem reserva de R$ 2 bi para o caso de perdas com a Odebrecht

Publicado em: 27/06/2019


O Banco do Brasil tem reservas suficientes para absorver perdas com empréstimos feitos à Odebrecht, em recuperação judicial, garantiu o presidente do banco, Rubem Novaes. Segundo Novaes, o banco tem empréstimos sem garantias no valor R$ 4 bilhões. Mas 50% desse valor está provisionado, ou seja, reservado para possibilidade de não pagamento.

“A exigência de provisão nesse caso é no mínimo 30%. Nós temos 50%. É uma situação extremamente tranquila”, disse ao deixar o Ministério da Economia, após reunião, na manhã de hoje (19), com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o indicado para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano.

De acordo com o presidente do BB, o lucro do banco só será afetado negativamente se o abatimento da dívida no processo de recuperação judicial for superior a 50% da dívida. Caso o desconto seja inferior a 50%, aumenta o lucro do banco porque o valor provisionado (R$ 2 bilhões) vai para o resultado do balanço da instituição.

Novaes lembrou que, no caso da Oi, que também passou por processo de recuperação judicial, o banco aumentou a rentabilidade porque estava mais provisionado do que o necessário.

Ontem (18), a Justiça de São Paulo aceitou o pedido de recuperação judicial do Grupo Odebrecht. A holding controladora e mais 19 empresas do grupo deverão apresentar um plano de recuperação em até 60 dias. Serão renegociadas dívidas em um total de R$ 51 bilhões, excluindo dívidas entre as próprias empresas do grupo e que não podem ser negociadas dessa forma, como créditos trabalhistas. O montante total de dívidas chega a R$ 83,6 bilhões.

Tesouro

Questionado se o Banco do Brasil também vai devolver recursos ao Tesouro Nacional, como fez recentemente a Caixa Econômica Federal, Novaes disse que são situações diferentes.

“O Banco do Brasil tem situação totalmente diferente dos outros bancos. Primeiro, que temos acionistas minoritários. Agora, o mais importante é que os recursos entraram no banco vinculados a empréstimos rurais. [O banco] Só poderia devolver esses recursos na medida em que empréstimos rurais fossem vencendo. Tem toda uma cronologia que precisa ser respeitada”, disse.

Ele disse que o governo também pode escolher deixar esses recursos no banco, para reforçar empréstimos para agricultura. “Não tem nada definido”, disse.

Fonte: Infomoney

Rubem Novaes diz que esquerda tentou empoderar as minorias

Publicado em: 01/05/2019


O presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, disse em entrevista à BBC Brasil que o veto do presidente Jair Bolsonaro à propaganda que explorava o tema da diversidade tem que “ser visto em um contexto mais amplo em que se discute a questão da diversidade no país”.

Novaes afirmou que a esquerda quis empoderar minorias e que os meios de comunicação procuravam impor uma sociedade alternativa, que foi rejeitada por “um povo majoritariamente conservador”. “Durante décadas, a esquerda brasileira deflagrou uma guerra cultural tentando confrontar pobres e ricos, negros e brancos, mulheres e homens, homo e heterossexuais etc, etc”, diz o presidente do BB.

“O ‘empoderamento’ de minorias era o instrumento acionado em diversas manifestações culturais: novelas, filmes, exposições de arte etc., onde se procurava caracterizar o cidadão ‘normal’ como a exceção e a exceção como regra”, continua.

Ele declarou, ainda, que nas últimas eleições “diferentes visões do mundo se confrontaram e um povo majoritariamente conservador fez uma clara opção no sentido de rejeitar a sociedade alternativa que os meios de comunicação procuravam nos impor”.

Na tarde deste sábado (27), Bolsonaro disse que não quer que o dinheiro público seja usado em campanhas publicitárias como a do Banco do Brasil , retirada do ar após intervenção do Palácio do Planalto.
O presidente afirmou, ainda, que o vídeo contraria a “agenda conservadora” que ele defende, e que não poderia ser feito com dinheiro público. A peça publicitária era estrelada por atores e atrizes negros e jovens tatuados usando anéis e cabelos compridos.

“O pessoal sabe que eu tive uma agenda conservadora, defendendo a maioria da população brasileira, os seus comportamentos, a sua tradição judaico-cristã. E nós não queremos impedir nada. Mas quem quiser fazer diferente do que a maioria quer, que não faça com verba pública, só isso”, afirma Bolsonaro .

“Quem indica e nomeia presidente do BB não sou eu? Não preciso falar mais nada então. A linha mudou, a massa quer respeito à família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma. E nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira. Não é a minha linha. Vocês sabem que não é minha linha”, completa o presidente.

Fonte: Brasil Econômico

Banco do Brasil seria mais eficiente se fosse privatizado, diz presidente

Publicado em: 20/02/2019


Para o novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, a instituição seria mais eficiente se fosse privatizada – e todos os funcionários ganhariam com isso. Novaes, porém, deixou claro que essa posição é pessoal, e não uma política de governo, mas espera que um dia o País esteja preparado para essa ideia. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo.

“Temos essa ambição [de dar retorno similar ao de instituições privadas]. O banco público sempre tem alguns entraves, não temos a mesma liberdade que os privados para tomar certas decisões”, disse o presidente. “Se o Banco do Brasil fosse privado, teria um resultado melhor do que tem hoje”, completou.

As declarações foram feitas nesta quinta-feira (14) durante o evento de divulgação do balanço da instituição. O BB reportou um lucro líquido ajustado – isto é, livre de efeitos extraordinários – de R$ 12,862 bilhões em 2018, uma alta de 16,8% em relação ao ano anterior. Só no quarto trimestre, o resultado positivo foi de R$ 3,803 bilhões, 22,3% acima do registrado no mesmo período de 2017.

A opinião de Novaes sobre a privatização do Banco do Brasil não é compartilhada pelo governo – pelo menos não por enquanto. Em outra ocasião, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, já indicou que o BB, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras devem ser preservados porque são considerados “estratégicos”.

Durante o evento, Novaes também comentou sobre os planos que tem para o Banco do Brasil. O presidente afirmou que a instituição estuda parcerias e abertura de capital para as atividades mais afins ao negócio principal do BB, como as áreas de banco de investimentos, meios de pagamento e seguridade.

“Entendemos que a abertura de capital estampa valor e costuma melhorar a governança. Parceria não significa que vai dividir receita. Você cria um bolo maior e a parcela que recebe pode ser superior ao que ganhava integralmente. Parceira só faz sentido se agrega valor”, disse Noves.

Os demais ativos, porém, são passíveis de desinvestimentos – e não a “qualquer preço”. Segundo o presidente, ainda não foi definido quais seriam esses desinvestimentos e quanto o banco poderia ganhar com eles, muito porque existe uma preocupação com uma possível desvalorização. “A pior coisa é ter pressa para vender alguma coisa, porque vai desvalorizar seu ativo”, defendeu.

Mulheres no BB

Em meados de 2018, o então presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli revelou que a instituição tinha cerca de 16% dos cargos de comando ocupados por mulheres, e que o objetivo era chegar ao menos a 22%.

O novo presidente disse desejar uma participação cada vez maior de mulheres na gerência do Banco do Brasil , e garantiu que qualquer entrave existente para alcançar essa meta será eliminado. O executivo, contudo, descartou a adoção de uma política de cotas.

Fonte: Portal IG

Banco do Brasil vai reduzir crédito a juro subsidiado para o agronegócio

Publicado em: 31/01/2019


Mesmo sob pressão do agronegócio, o novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, mantém a posição de que o “grosso da atividade rural” pode se financiar a taxas de mercado. Da carteira de R$ 188 bilhões de crédito rural do BB, 46% foram desembolsados com subsídios do Tesouro Nacional. Em 2018, a União bancou R$ 5 bilhões de diferença entre o juro cobrado pelo BB e o custo da captação.

Novaes disse que a estratégia do banco é reduzir as operações de financiamento a grandes empresas e focar pessoas físicas e pequenas empresas. “Temos vantagens comparativas e encontramos um maior retorno”, afirma.

O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, durante cerimônia de transmissão do cargo na sede do Banco do Brasil

O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, durante cerimônia de transmissão do cargo na sede do Banco do Brasil

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como se dará a redução dos subsídios do BB à agricultura?
A questão depende de orientação do Ministério da Economia. Percebemos a intenção de reduzir os subsídios no crédito agrícola e estimular o uso de seguros. Com a redução da taxa básica de juros, o panorama mudou. O grosso da atividade rural pode se financiar em condições próximas às de mercado.

Apesar da queda da taxa básica, os juros de mercado ainda não estão muito altos?
Em relação ao crédito rural, não. De uma maneira geral, para o tomador final, é alta. Mas no crédito rural, não é o caso.

Como reduzir os juros para a população?
A taxa de juros depende basicamente de duas coisas: da pressão do governo sobre o mercado de crédito e da concorrência bancária. O caminho para baixar juros de uma maneira geral é ter menos dívida pública e mais competição entre as instituições financeiras. Nesse sentido, o Ministério da Economia está trabalhando na direção de menor endividamento público e o Banco Central está trabalhando na direção do estímulo à concorrência bancária.
Nos últimos governos houve uma pressão dos presidentes para reduzir os juros na marra…

Nenhuma autoridade consegue derrubar as leis da oferta e da procura sem sofrer consequências. O governo pode fazer algumas coisas na microeconomia, como o cadastro positivo e redução de compulsórios e impostos.

Há ingerência do governo sobre o banco?
Acabou esta prática. Tive liberdade total para montar equipe. A correta arrumação do tabuleiro é tarefa fundamental na organização de uma empresa do tamanho do Banco do Brasil. Todas as pessoas foram convidadas para a equipe unicamente em função de suas competências. Em alguns poucos setores, achei que era necessário trazer gente de fora. Mas percebi que, para o benefício do banco, o melhor caminho era manter a maior parte do Conselho Diretor no posto, mudando apenas alguns vice-presidentes de área.

Fonte: Notícias Agrícolas com Estadão Conteúdo

Presidente do BB nega reduzir crédito ou fechar agências de imediato

Publicado em: 10/01/2019


O recém-empossado presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse hoje (7) que o banco público não tem “nenhuma intenção” de reduzir sua oferta de crédito no mercado e declarou que qualquer eventual fechamento de agências ainda será objeto de estudos.

Novaes deu as declarações após a cerimônia de transmissão de cargo na sede do banco, em Brasília, ao ser questionado sobre uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse hoje ser preciso promover uma “desestatização do crédito”.

“Ele [Guedes] não falou do Banco do Brasil, ele falou de uma maneira geral, aumentar a competição. Não tem nenhum recado direto ao Banco do Brasil”, disse Novaes. “Não está em cogitação [reduzir crédito]”.

Sobre reestruturações de pessoal ou um eventual fechamento de agências, Novaes disse que examinará estudos feitos por consultorias a respeito desses assuntos, mas acrescentou que “o banco tem que ter cuidado quando fala em fechar agências”, devido ao papel que desempenha na interiorização de serviços bancários.

“Enxugamento de despesa é objetivo de qualquer gestor, mas desde que isso não prejudique o funcionamento do banco. Reduzir despesa por reduzir despesa é um mau princípio”, disse.

Em relação a uma eventual redução dos juros no Brasil, Novaes disse se tratar de uma questão macroeconômica, e que “o Banco do Brasil não vai resolver essa questão do juro”.
Desinvestimentos

Na entrevista, Novaes detalhou um pouco sobre desinvestimentos a serem promovidos pelo banco, que antes foram mencionados em seu discurso na cerimônia de transmissão de cargo.

O presidente do banco disse que o BB não perderá controle sobre suas “joias”, que não serão alvo de desinvestimento, sendo somente passíveis de abertura de capital ou de captação de parceiros.

“A parte de administração de fundos, a parte de meios de pagamento, a parte de seguridade, crédito para pessoa física e pequenas e médias empresas”, respondeu ao ser indagado sobre quais seriam tais joias.

Fonte: Agência Brasil

Presidente do BB diz que assume ‘livre de interferência política’ e que venderá ‘alguns ativos’

Publicado em:


O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou nesta segunda-feira (7) que assume o comando do maior banco público do país livre de “interferências políticas”. Ao discursar na cerimônia de transmissão de cargo na qual recebeu a presidência do BB, Novaes anunciou que pretende vender “alguns ativos” da instituição, mas não venderá o que classificou de “joias da coroa”.

Ao discursar na solenidade, ele afirmou que empresas de capital aberto e controle da União – como o Banco do Brasil – nem sempre mantiveram uma boa relação entre os acionistas privados e o controlador.

(Brasília - DF, 07/01/2019) Palavras do Presidente do Banco do Brasil, o Senhor Rubem Novaes. Foto: Marcos Corrêa/PR

“Esse é o drama de todas as empresas estatais de capital aberto, uma anomalia. Subordina administradores a dois patrões que raramente comungam de objetivos comuns. Estou livre deste drama, pois o mandato que recebo é plenamente compatível com o interesse de [acionistas] minoritários”, declarou Novaes.

O novo dirigente do Banco do Brasil afirmou ainda que a nova administração da instituição pública não pretender “vender as joias da coroa, deixando-o fragilizado”, mas admitiu que pretende vender “alguns ativos”.

“O mandato é de rígida austeridade de maximização de valor respeitada a transparência. Entendemos que alguns ativos dos banco não guardam sinergia com os objetivos principais e, nesses casos, consideraremos os desinvestimentos”, enfatizou.

O novo presidente do Banco do Brasil não citou quais ativos da instituição financeira podem ser vendidos ao setor privado. Após a cerimônia, em entrevista coletiva, porém, ele disse que a administração de fundos, os meios de pagamento, a parte de seguridade e de crédito para pessoa física e pequenas e medias empresas, são as áreas mais rentáveis, consideradas como as “joias da coroa”.

Ao discursar na cerimônia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, quando as instituições publicas são “capturadas por desígnios políticos, elas perdem o rumo”. Comandante da economia na gestão Jair Bolsonaro, Guedes ressaltou que isso não acontecerá com o Banco do Brasil no novo governo.

Aos jornalistas, o novo presidente do BB também afirmou que não há intenção de reduzir o crédito rural, mas acrescentou que há uma posição do governo eleito de dar menos subsídios, por meio de juros baixos ao setor agrícola, e mais apoio por meio do seguro agrícola.

“Uma tendência nova, que talvez veio de cima para baixo aqui no banco, com orientação de governo, mas ainda não participei de nenhuma reunião nesse sentido. Agora que há essa intenção dentro do governo, posso afirmar que há. Trabalhar mais com seguro e menos com subsídio. Diretriz de governo, e aí você tem de cumprir”, concluiu.

Por outro lado, segundo ele, a estratégia para as atividades lucrativas do banco será a abertura para o mercado de capitais e a busca de parceiros complementares. “Sempre buscando destampar e evidenciar valores antes despercebidos ou desconsiderados nos registros contábeis, como tem falado o ministro da Economia, Paulo Guedes”, citou.

Sem perseguição política

Enquanto o ministro da Casa Civil fala em “despetizar” o governo, Novaes afirmou que não haverá perseguição política no Banco do Brasil. “Sou um liberal e, como tal, pouco me importa se algum cidadão discorda de minhas ideias, seja por preferências políticas ou por quaisquer outros motivos. Estará em seu pleno direito e nunca será prejudicado por discordâncias desta natureza”, garantiu.

Segundo ele, o fato de ter trabalhado sob administrações petistas, ou tucanas, ou emedebistas, não desmerece ninguém, desde que o cidadão tenha agido corretamente dentro de suas funções. “Situação bem diferente ocorre quando, por razões políticas, ou pessoais, o funcionário ou dirigente age contrariamente aos interesses do Banco e de seus acionistas, traindo a confiança de seus pares para atingir propósitos escusos. Para estes, os rigores da lei”, completou.

Novaes lembrou que o BB já foi “muitos bancos”, sendo refundado de tempos em tempos com as mais diversas características. “Já foi monopolista em depósitos, no crédito e na emissão de moeda e já foi tratado como qualquer banco privado, em regime de livre concorrência. Uma constante é que sempre alternou, ao longo de sua existência, períodos de forte e fraca, boa e má, interferência estatal na sua gestão”, avaliou.

Boa impressão da equipe

O presidente do BB disse ainda que durante o período de transição fez um seminário intensivo com funcionários e dirigentes do banco, e ficou melhor impressão possível. “Assumo, assim, confiante de que comigo tenho uma equipe altamente qualificada para competir num mundo bancário em constantes transformações. Vislumbrar o que será a atividade bancária no futuro e caminhar na direção certa, sempre objetivando a satisfação do cliente, é o desafio que nos anima. A concorrência que se cuide!”, avisou.

Fonte: Portal G1 com Estadão

Futuro presidente do BB, Rubem Novaes fala em “privatizar o que for possível”

Publicado em: 23/11/2018


O futuro ministro da Economia Paulo Guedes indicou o nome do economista Rubem Novaes para a presidência do Banco do Brasil. Para a presidência da Caixa Econômica Federal, o nome indicado por Guedes é o do também economista Pedro Guimarães. Os dois estiveram na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, nesta quinta-feira (22). Ambos os nomes já foram submetidos ao presidente eleito Jair Bolsonaro. Para a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Guedes indicou Carlos von Doellinger, pesquisador do instituto.

Rubem Novaes

O economista Rubem de Freitas Novaes, indicado para a presidência do Banco do Brasil, afirmou que a orientação da próxima gestão será a busca por eficiência, o enxugamento e a privatização de ativos da instituição. Ele disse ter recebido essas recomendações diretamente de Paulo Guedes e do próprio presidente eleito. “A orientação é eficiência, enxugamento e privatização do que for possível. Vamos buscar bons resultados e tornar o banco cada vez mais competitivo, mas de uma maneira enxuta”, afirmou.

Novaes descartou, por enquanto, a possibilidade de privatização total do banco. Perguntado sobre quais braços de atuação do banco poderiam ser negociados, ele evitou adiantar o que tem em mente. “Isso está muito prematuro para eu detalhar. Primeiro, preciso tomar ciência da situação do banco, das pessoas que estão lá, pensar na formação da equipe”, disse.

Novaes, que já foi diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), defendeu ainda a venda de ativos do banco por meio da venda de ações no mercado de capitais, buscando oferecer aquilo que pode interessar os investidores.”[Vamos] procurar fazer operações que mobilizem o mercado de capitais, com o máximo de transparência possível. Aquela fase de privatização em que você direcionava venda para determinados compradores, que montava aqueles consórcios de compra, [isso] está ultrapassado”, afirmou.

Rubem Novaes é doutor pela Universidade de Chicago e teve passagem pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já foi presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e deu aula na Fundação Getulio Vargas (FGV).

Novaes também sempre foi próximo da equipe de transição de Bolsonaro. Ele vai ocupar o lugar de Marcelo Labuto no BB. Labuto passou a comandar o banco no início de novembro ao substituir Paulo Caffarelli, que assumiu a presidência da Cielo.

O atual presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, chegou a ser sondado pela equipe de Guedes para assumir o BB, mas prevaleceu o nome de Novaes.

Último resultado

No terceiro trimestre, o Banco do Brasil teve lucro líquido de R$ 3,175 bilhões, 11,78% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Ao comentar o resultado, Labuto disse que não havia sido procurado pelo novo governo para seguir no banco e que o processo de transição estava sendo comandado pelo Ministério da Fazenda.

BB

“Já oferecemos ao ministério as informações do banco, todos os grandes números para suportar o trabalho de transição”, disse Labuto na ocasião. (Com Portal G1)

Fonte: Agência Brasil