Fundos de pensão terão adesão obrigatória: é bom para a aposentadoria?

Publicado em: 29/02/2024

Empresas e órgãos públicos poderão incluir seus funcionários em um fundo de pensão de forma automática — essa foi a decisão tomada pelo órgão regulador desse tipo de investimento, o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) no início do ano. A decisão entrará em vigor a partir da publicação no Diário Oficial, o que deve acontecer nos próximos dias, afirmou Jarbas de Biagi, diretor-presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Mas a nova regra não vale para todos os fundos de pensão ou todos os trabalhadores. Entenda:

O que mudou

A partir de agora, além da adesão convencional, os funcionários podem ser incluídos em um fundo de pensão de forma automática.

Adesão automática é apenas para novos funcionários. A mudança não vale para trabalhadores já contratados. Quando a regra entrar em vigor, os contratantes poderão tomar a iniciativa de incluir os novos funcionários em um fundo de pensão de forma automática, fazendo o desconto na folha de pagamento.

Funcionários poderão pedir para sair do fundo. Quem quiser sair do fundo contratado de forma automática terá 120 dias para fazer esse pedido, e receberá de volta o valor descontado, com correção.

Adesão vale apenas para planos patrocinados. Os planos patrocinados são os que também contam com contribuição do contratante. Para ter adesão automática, a contribuição do contratante deve ser de, pelo menos, 20% do valor total de contribuição.

Modalidades serão previstas em regulamento. A implementação da modalidade de adesão automática deve ser prevista no regulamento dos planos fechados de previdência complementar. Cada fundação previdenciária deve decidir sobre as modalidades disponíveis: convencional e/ou automática.

Adesão automática já existia para funcionários públicos. Agora, a adesão pode ser feita por empresas privadas. Anteriormente, essa medida era aplicada apenas aos planos de benefícios dos servidores públicos. Quando entrou em vigor para esse público, a taxa de adesão subiu de 8% para 88% e a arrecadação mensal das contribuições cresceu de R$ 10 milhões para R$ 150 milhões.

Medida pode acrescentar 500 mil novos participantes aos fundos. A estimativa considera aqueles atualmente empregados em empresas que oferecem planos de benefícios, mas que ainda não são participantes.

O que é um fundo de pensão e como funciona

O que é conhecido como fundo de pensão é um sistema complementar de previdência privada, que funciona de forma fechada, gerido por empresas ou associações. São parecidos com os planos de previdência privada aberta (PGBL ou VGBL), e têm tributação de forma progressiva ou regressiva, com alíquota entre 35% e 10%. Também pode ter níveis de risco diferentes, mais conservador, moderado ou arrojado, por isso o investidor deve prestar atenção às informações no contrato do fundo.

Veja algumas vantagens e desvantagens dos fundos de pensão:
Vantagens:

  • Desconto em folha incentiva a poupança para o futuro. Por ser um desconto feito na fonte, não há possibilidade de o investidor esquecer ou deixar de fazer o aporte.
  • Aporte da patrocinadora é um dinheiro extra. “Esse valor aumenta o capital do participante do fundo. Estes aportes chegam a 100% em algumas empresas e é um dinheiro que, de outra forma, o funcionário não receberia”, explicou a especialista em investimentos Anna Luisa Carvalho.
  • Sucessão patrimonial. Em caso de falecimento do contribuinte, o capital acumulado vai para os beneficiários sem necessidade de inventário.
  • Desvantagens:
  • Caso o rendimento dos fundos fique negativo, os participantes podem ser chamados a repor as perdas: “os ativos (que estão contribuindo) veem seu saldo acumulado menor e podem ter descontos em folha maiores que os contratados inicialmente; já os aposentados podem ter sua renda complementar reduzida”, afirmou Carvalho.
  • Risco de corrupção. De acordo com levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), a maioria dos fundos de pensão têm suscetibilidade alta ou extrema a riscos de integridade, ou seja, risco de corrupção.
  • Gestão menos transparente e mais difícil de ser acompanhada do que os planos de previdência privada aberta.

  • Quais os maiores fundos de pensão?

São 8 milhões de pessoas na previdência complementar. Atualmente, os fundos de pensão contam com 2,97 milhões de participantes ativos (contribuintes), 879 mil aposentados e pensionistas, além de 4,2 milhões de dependentes, totalizando aproximadamente 8 milhões de pessoas dentro da Previdência Complementar Fechada. As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs) pagam anualmente cerca de R$ 90 bilhões em benefícios, segundo a Abrapp.

Sistema representa 12% do PIB. Previdência Complementar Fechada têm principais missões, informou a Abrapp: melhorar a qualidade de vida dos brasileiros na aposentadoria e ser a principal fonte de investimentos de longo prazo necessários para o país. “O sistema representa aproximadamente 12% do Produto Interno Bruto (PIB) e com patrimônio total de R$ 1,22 trilhão em ativos, desempenhando um papel essencial no crescimento econômico do país”, afirmou o presidente da entidade.

Maiores fundos de pensão são públicos como Previ, Petros, Funcef, Forluz e Real Grandeza. Os 10 maiores fundos de pensão do Brasil em patrimônio, com base nos dados de investimentos mais recentes disponíveis, que correspondem ao 3º trimestre de 2023 são: Previ/BB (ativos: 273.969), Petros (ativos: 126.990), Funcef (ativos: 111.315), Funcesp (ativos: 49.346), Itaú Unibanco (ativos: 32.292), Valia (ativos: 30.421), Banesprev (ativos: 28.920), Sistel (ativos: 22.465), Forluz (ativos: 20. 872) e Real Grandeza (ativos: 18.524).

Fundos de pensão oferecem menos opções. O Sistema de Previdência Privada Complementar tem atualmente 271 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs), termo técnico para os fundos de pensão, que administram aproximadamente 1.200 planos de previdência privada. Em comparação, a previdência privada aberta conta com mais de 3 mil fundos de diferentes gestoras e seguradoras.

Fonte: Uol

STJ: Previ pode descontar prestações de empréstimos da aposentadoria

Publicado em: 15/04/2023


A Previ – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco Do Brasil poderá descontar na folha de pagamento de beneficiário de aposentadoria o valor integral de prestações mensais de empréstimos. Assim decidiu a 3ª turma do STJ ao limitar os descontos ao que manda a lei 10.820/03.

Consta nos autos que o aposentado contraiu vários empréstimos com prestações a serem pagas de formas diferentes, compactuado com a Previ, mediante consignação em folha de pagamento de previdência privada e outros pactuados com o Banco do Brasil e a Cooperfort, mediante desconto direto na conta corrente, onde são depositados proventos de aposentadoria.

A relatora, ministra Nancy Andrighi, atendeu a pedido da Previ, conhecendo de recurso especial e provento em parte.

A turma, por unanimidade, seguiu o entendimento dando provimento para autorizar a Previ a descontar na folha de pagamento do benefício de aposentadoria o valor integral das prestações mensais dos empréstimos tomados pelo consumidor, observados os limites da lei 10.820/03.

Fonte: Migalhas

 

ANABB calcula para você se é possível aumentar o valor da aposentadoria

Publicado em: 17/02/2022


A ANABB segue ajuizando a ação Revisão da Vida Toda. A tese beneficia principalmente os aposentados que realizaram contribuições próximas ao teto do INSS antes de julho de 1994, pois tais contribuições ficaram de fora do cálculo do benefício pela regra de transição estabelecida em 1999. A ação busca, portanto, a inclusão destas contribuições no cálculo do benefício, o que pode resultar no aumento do valor tanto de aposentadorias quanto de pensões.

Com o objetivo de verificar qual é a situação mais vantajosa em cada caso – permanecer na regra de transição ou solicitar a revisão do benefício a partir da inclusão dos salários de contribuição anteriores a julho de 1994 –, a ANABB está realizando os cálculos de aposentadoria de cada associado. Também é possível filiar familiares à Associação para que eles possam participar da ação.

Ao se filiarem à ANABB, cônjuge, irmãos, filhos, netos, tios e sobrinhos de associados ingressam na categoria de sócio contribuinte externo, com uma mensalidade de apenas R$ 26,16. Com este pequeno investimento, os familiares passam a aproveitar todos os benefícios oferecidos pela Associação, como descontos em 17,5 mil lojas físicas e on-line no Clube de Vantagens, acesso a atendimento e serviços odontológicos gratuitos no Plano Integral OdontoANABB e participação nas ações judiciais ingressadas para a preservação de direitos.

DECISÃO NO STF

A tese jurídica da Revisão da Vida Toda voltará à pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo dia 25 de fevereiro. A previsão é que a decisão final sobre o tema saia até o dia 9 de março. O ministro Alexandre de Moraes pediu vista do processo em junho de 2021, quando o placar da decisão estava empatado em 5 a 5.

Alexandre de Moraes será o último ministro do STF a votar no julgamento. Portanto, seu voto deve ser decisivo para a questão, embora todos os 10 ministros que já se manifestaram ainda possam rever os votos. Votaram a favor da tese, e, portanto, dos aposentados, os ministros Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Carmen Lúcia, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. Votaram contra a revisão da aposentadoria os ministros Kassio Nunes Marques, Dias Toffoli, Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Luiz Fux.

ESTUDOS ECONÔMICOS

O pedido de vista de Alexandre de Moraes ocorreu depois que o Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) encaminhou petição ao relator do processo no STF, ministro Marco Aurélio Mello, solicitando a apresentação de estudos econômicos que comprovem o efetivo impacto da revisão da aposentadoria aos cofres da União.

A possibilidade de um impacto negativo nas contas públicas foi o principal argumento utilizado pelos ministros que votaram contra a revisão da aposentadoria. No entanto, para o Ieprev, incluído no processo na condição de amicus curiae (“amigo da corte”, na tradução do latim), como é identificada nos processos a instituição que fornece subsídios às decisões dos tribunais, as projeções de impacto estão incorretas, pois superdimensionam a previsão de beneficiados.

Agência ANABB

Poupe sem perder a qualidade de vida

Publicado em: 26/11/2021


Muita gente deseja ter uma reserva ao fim do mês para utilizar em eventuais contratempos ou concretizar uma realização pessoal. Porém, adotar práticas em seu dia a dia para poupar é primordial para uma boa saúde financeira.

Pesquisa publicada pela empresa Acordo Certo, especialista em negociação de dívidas, apontou que, em outubro de 2020, 78% dos 1.428 entrevistados não conseguiram guardar dinheiro e sentiam dificuldades para manter uma vida financeira saudável. No total, 75% afirmaram ainda não manter as contas em dia naquele período e 59% não têm uma percepção clara de todas as receitas e despesas.

Então, como economizar sem que sua qualidade de vida seja afetada?

Comece pelo autoconhecimento

O primeiro passo é muito mais um exercício de autoconhecimento. Você deve pensar o que realmente oferece bem-estar e precisa ser priorizado para trazer mais satisfação pessoal. Identifique também o próprio estilo de vida dentro dos padrões possíveis, mantendo o equilíbrio, evitando dívidas e gastos excessivos que podem tirar o seu sono.

Listamos abaixo algumas dicas que podem ajudar nesse processo de gerir recursos e não abrir mão do essencial para a sua tranquilidade.

Monitore suas despesas

A falta de controle sobre os gastos pode gerar algum tipo de estresse. Quando esse acompanhamento não é feito e as obrigações futuras não são mapeadas, a tarefa de poupar torna-se mais difícil.

Uma boa dica é elaborar uma planilha mensal com as despesas fixas e variáveis. Assim, no dia dos seus recebimentos, é possível ter uma ideia do quanto deve sobrar naquele período. Ninguém que gasta acima dos limites do que ganha vai manter a qualidade de vida.

Reveja serviços já contratados

Telefonia móvel, TV por assinatura, internet banda larga, plataformas de streaming: os provedores desses itens que se tornaram recorrentes na cesta de serviços consumidos pelos brasileiros estão sempre competindo com a oferta de novos pacotes de diferentes preços e facilidades.

Tente sempre comparar, perceber qual plano vai atender às suas necessidades e, ao mesmo tempo, apresentar o menor custo. As empresas estão sempre em busca de novos clientes e a migração para a que oferecer o melhor custo-benefício pode ser um bom caminho aqui.

Pesquise de forma detalhada

Fazer comparação de preços é necessário na hora de comprar qualquer produto, não só aqueles de custo fixo. Existem muitas ferramentas que fazem isso de forma automática.

Então, antes de fazer a compra, busque em lojas similares e analise a reputação da marca e a confiabilidade do produto, evitando uma compra por impulso ou uma dor de cabeça pelo famoso “barato que sai caro”.

Planeje os maiores gastos

Existem pequenas práticas que podem gerar grandes resultados. Por exemplo, todo ano costumamos ter uma ideia da data em que será possível sair de férias. Tendo isso em mente, comece a monitorar os preços desde cedo. Um breve período de análise pode dar a noção exata do quanto é possível economizar na hora de reservar um hotel ou comprar uma passagem aérea.

Se você é adepto do e-commerce, sabe que a maioria das plataformas dispõem de funcionalidades que alertam sobre a atualização de preços do produto, contribuindo, assim, para a sua tomada de decisão.

Fique atento aos gastos com alimentação

A alimentação é um ponto essencial que pode se tornar supérfluo, com gastos que, rapidamente, ficam muito acima do esperado, principalmente por idas a restaurantes ou uso de aplicativos de entrega.

Os valores dos alimentos nas prateleiras dos supermercados já estão muito altos, e os estabelecimentos vão, certamente, aumentar o preço do cardápio. Tente diminuir o número de refeições fora de casa, assim você evita experiências que não valham a pena e escolhe qualidade em vez de quantidade.

Evite o desperdício

Por fim e não menos importante, o consumo consciente também é peça-chave para manutenção de uma boa qualidade de vida. Em todo processo de compra, precisamos ser racionais e entender o que é necessário. Essa prática traz benefícios para você e contribui também para um mundo mais sustentável.

Pensar no futuro também é muito importante, e a Previdência Complementar pode ajudar – afinal, trata-se de um investimento seguro capaz de ajudar a alcançar a qualidade de vida desejada na aposentadoria.

Fonte: BB Previdência

Encontro Pense Futuro debate planejamento de longo prazo

Publicado em:


A edição 2021 do Encontro Pense Futuro, evento online e gratuito organizado pela BB Previdência, teve início na tarde desta quinta-feira (25) com conversas relevantes para o planejamento do futuro: desde uma análise das atividades da Entidade até experiências valiosas para a construção das nossas jornadas pessoais.

O Encontro Pense Futuro foi criado pela BB Previdência para apresentar diferentes olhares sobre o presente que podem ajudar Patrocinadores, Instituidores, Participantes, Assistidos e Colaboradores a tornarem realidade seus planos para o futuro.

Novidades da BB Previdência

A abertura do evento foi conduzida pelas boas-vindas do Presidente da BB Previdência, Luiz Claudio Batista, e do Vice-Presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, Antônio José Barreto de Araújo Júnior.

Na sequência, a Diretoria Executiva da BB Previdência apresentou um balanço do ano. Primeiro, o Diretor Financeiro e de Investimentos, Gustavo Garcia Lellis, detalhou como a Entidade tem atuado diante do atual cenário de volatilidade na economia brasileira.

“O momento nos apresenta boas oportunidades. Tem uma frase que diz: ‘No longo prazo, é elevada a probabilidade de recuperação’. Trazendo para a nossa realidade, significa que quanto mais se investir no seu Plano de Previdência Complementar nesse momento de ‘baixa’, maior a expectativa de ganhos futuros quando o mercado se recuperar. O mais importante é se manter firme e ter a consciência de que esse investimento é para ser usado não agora, mas no momento da sua aposentadoria”, disse Gustavo, reafirmando a confiança nas políticas de investimentos dos Planos da BB Previdência.

Já a Diretora de Operações e Relacionamento com Clientes, Cristina Yue Yamanari, destacou as ações de relacionamento desenvolvidas ao longo de 2021, como o aprimoramento dos canais já em operação, a criação de novas ferramentas e o reforço da equipe de atendimento. A gestora aproveitou o evento para também anunciar o Pense Futuro, uma plataforma digital de educação financeira e previdenciária que será lançada em dezembro.

“Entendemos aqui na BB Previdência que o nosso papel deve ir muito além de oferecer produtos e serviços. Queremos inspirar e ajudar os nossos clientes a entender cada vez mais as questões previdenciárias e também ajudá-los a planejar o seu investimento para que possam realmente usufruir do futuro da forma como imaginam”, afirmou Yue.

Ferramentas para a construção do futuro

O evento prosseguiu com a palestra do professor, psicanalista e especialista em finanças pessoais Fabiano Calil, que apresentou uma valiosa reflexão sobre ferramentas lúdicas que ajudam a entender como o futuro é construído com as atitudes de agora.

“O grande convite que eu queria deixar é para que a gente possa imaginar que todo o nosso futuro que está por vir depende das decisões que tomamos agora. Todos somos capazes de mudar os nossos comportamentos. A mudança depende de nós, e sabemos que não é fácil. Mas, se eu começar hoje, daqui a três meses vai ser menos difícil. Daqui a três anos, vai ser mais natural. A nossa longevidade começa hoje”, disse Calil.

Como desfrutar do caminho

Primeiro navegador a fazer a solitária travessia do Atlântico Sul em um barco a remo, Amyr Klink fechou o primeiro dia do Encontro Pense Futuro. Em sua palestra, o autor best-seller detalhou como aprendeu a valorizar e desfrutar dos desafios ao longo de seus projetos. Por vezes, até mais do que o objetivo final alcançado – um importante segredo para cada um trilhar a sua própria jornada.

“O momento mais perigoso da travessia foi quando tentei ser esperto. Infelizmente, existe essa cultura de ser imediatista, esperto, de pular os degraus. No mundo da navegação, da educação e, principalmente, da previdência, não tem como a gente cortar caminho. Temos que percorrê-lo todos os dias”, afirmou.

Fonte: BB Previdência

 

 

Aposentados recorrem à Justiça para dedução do IR sobre as contribuições extraordinárias em fundos de pensão

Publicado em: 05/11/2021


Paulo Henrique Gomes de Oliveira*

Oferecidos por empresas públicas e privadas aos empregados e também por associações, os Fundos de Pensão são opções de investimento voluntário para proporcionar uma aposentadoria complementar, como forma de aumentar os recursos dos aposentados e pensionistas recebidos pelo INSS.

Desta forma, são cobradas mensalmente por estes Fundos as denominadas “contribuições”. Ao se aposentarem, os contribuintes têm o direito de receber da Entidade um valor adicional, como forma de complemento à aposentadoria paga pelo INSS. Todavia, quando os Fundos constatam situação financeira deficitária, faz-se a cobrança de “contribuições extraordinárias”.

Sabe-se que as contribuições são dedutíveis para fins de Imposto sobre a Renda, tal como reza o artigo 69 da Lei Complementar nº 109/2001. Todavia, a Receita Federal, através da Solução de Consulta – SC COSIT n.º 354/2017, afirmou que as contribuições extraordinárias não poderiam ser deduzidas da base de cálculo do imposto sobre a renda.

Desta forma, a Receita Federal entendia que haveria distinção entre os tipos de contribuições cobradas dos Fundos de Pensão, para fins de dedução do Imposto sobre a Renda; ou seja, somente as contribuições “ordinárias” seriam dedutíveis, excluindo-se as “extraordinárias” desta condição.

Essa interpretação restritiva feita pela Receita Federal foi levada ao Judiciário. Consequentemente, foram proferidas decisões no sentido de que não poderia haver distinção entre contribuições “regulares” e ‘extraordinárias” a fundos de previdência complementar, motivo pelo qual não poderia a Administração Pública limitar o alcance do benefício fiscal previsto pela Lei e, por meio de ato administrativo, aplicar outra interpretação que não a condizente com a expressa na legislação.

Com base nesses fundamentos, a Receita Federal suspendeu os efeitos da SC Cosit n.º 354/2017 “para determinar a suspensão da exigibilidade do imposto de renda incidente sobre as contribuições vertidas aos planos de previdência complementar.

De toda forma, os aposentados e pensionistas devem ficar atentos a quaisquer questionamentos feitos pelo Fisco, para fins de apuração do Imposto sobre a Renda, especificamente sobre as deduções feitas por conta das contribuições “extraordinárias”.

*É especialista em tributário do Ferrareze e Freitas Advogados

Fonte: Jornal Jurid

 

Mercado trilionário da aposentadoria segue crescendo no país

Publicado em:


O mercado brasileiro de previdência privada superou a marca dos R$ 2 trilhões em reservas em 2020. Metade do valor foi acumulado pelas entidades fechadas de previdência complementar, os chamados fundos de pensão. A outra metade foi conquistada pelos planos de previdência aberta, formados por seguradoras e bancos. Mais que uma feliz coincidência, o marco histórico sinaliza que os dois segmentos da previdência privada partem de um patamar semelhante, em termos de patrimônio, para um novo momento: conquistar uma parcela significativa de brasileiros que ainda não está se preparando para a aposentadoria.

Estudo feito pelo Swiss Re Institute aponta que a América Latina possui uma lacuna de poupança previdenciária, ou seja, a diferença entre os ativos previdenciários e a necessidade de renda para aposentadoria de US$ 514 bilhões ao ano ou US$ 50 mil por trabalhador, em média. E, na região, o Brasil é o país que tem a maior lacuna: US$ 180 bilhões por ano. A conta não fecha. E, na avaliação da gigante resseguradora suíça, os custos do déficit previdenciário podem retornar aos governos por meio de maior risco de pobreza, saúde precária e pressão sobre as gerações mais jovens. “A geração que está chegando aos 60 anos ganhou em média 30 anos de expectativa de vida, o que é um fato fantástico e um imenso bônus. Porém, poucas pessoas desta geração estão financeiramente preparadas para viver tanto tempo mais”, comenta Jurandir Sell Macedo Jr., doutor em finanças comportamentais que escreve a coluna Finanças 50+ para o portal da Forbes Brasil.

Para Jorge Nasser, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), o primeiro desafio do segmento de previdência no país é de comunicação. “É descobrir como chegar à população, sem a complexidade que muitos acham que o produto tem, e oferecer a melhor solução para aquele momento da vida do cliente”, afirma. Nasser lembra de uma pesquisa realizada há 25 anos. “Na época perguntamos para as pessoas ‘o que vai garantir seu futuro na aposentadoria?’. E uma resposta até hoje me tira o sono. Quase 12% de respondentes disseram ‘até lá eu vou ganhar na loteria’. Ter a loteria como planejamento de vida mostra o quanto precisamos trabalhar para as pessoas entenderem que não há uma bala de prata que irá garantir o futuro”, resume.

Além de altos investimentos em publicidade, as empresas do setor atuam em formação e treinamento de consultores especializados e em programas de educação financeira online, nas redes sociais, blogs, lives e até em grupos de Telegram. Em paralelo, trataram de inovar e buscar soluções junto aos órgãos regulatórios para adequar os produtos aos novos tempos. Com novas opções de investimentos, mais ofertas de serviços, contratações simplificadas e muita tecnologia para facilitar a jornada do cliente, tanto os planos abertos como os fundos de pensão ganharam competitividade.

“O cenário está propício para o crescimento ativo da indústria de previdência. Estamos otimistas, mas dependemos do ambiente macroeconômico”, comenta o vice-presidente de Investimentos, Vida e Previdência da SulAmérica, Marcelo Mello. “O que falta para que o setor cresça, de fato, é a economia reagir de forma consistente e a renda real do brasileiro avançar para que esse diferencial de dinheiro possa ser investido em previdência.” A retomada do emprego formal no pós-pandemia pode incrementar a demanda por planos de previdência empresariais, um consagrado diferencial competitivo para retenção de talentos. Porém, o grande mercado a ser conquistado é o individual, do trabalhador autônomo, pequeno ou microempreendedor e até mesmo informal, segmento que cresce a cada dia no país.

Líder em previdência aberta, a Brasilprev percebeu que para expandir a sua base, hoje focada nos clientes do Banco do Brasil, é preciso levar educação previdenciária às pessoas e desenvolveu com o Principal Group, seu sócio norte-americano, e a Trevisan Escola de Negócios um projeto que trata do tema em escolas e associações de bairro. “Nosso propósito é transformar o jeito como o brasileiro prepara o seu futuro”, afirma Ângela Assis, CEO da companhia. “Principalmente neste momento, nesta nova realidade, em que a pandemia expõe a necessidade de se preparar financeiramente para possíveis percalços e desafios.” Helder Molina, CEO da MAG Seguros, que mantém uma universidade corporativa para transformar corretores de seguros em consultores experts em previdência, também concorda que o caminho é a educação financeira. “Precisamos compreender o conceito mais amplo de ser previdente, e é nisso que atuamos”, diz.

O investidor encontra no mercado duas modalidades de previdência, o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), sendo que o PGBL é indicado para pessoas que entregam a declaração completa do Imposto de Renda e o VGBL, para quem faz a declaração simplificada. Isso porque, na fase de acumulação de reservas, é possível abater o valor investido em PGBL até o limite de 12% da renda anual. Vale lembrar que, no resgate, o imposto será cobrado sobre o saldo total do plano PGBL. No VGBL, não há abatimento de imposto de renda durante a acumulação, mas no resgate o imposto incidirá apenas sobre os rendimentos. Os planos também têm sido utilizados para planejamento sucessório, pois, em caso de morte do titular, os recursos da previdência serão repassados para os beneficiários definidos no contrato, sem necessidade de inventário. Um processo bem mais simples e rápido que uma herança tradicional.

Outro atrativo interessante da previdência é o benefício da portabilidade, que permite mudar de plano dentro da mesma modalidade, sem precisar começar do zero ou pagar impostos, bem como transferir o plano para outro banco ou seguradora em busca de taxas de administração menores ou de produtos mais rentáveis. Essa possibilidade tem levado o mercado a reduzir suas taxas (tanto a de administração quanto a de carregamento e performance, existentes em alguns produtos) e usar a criatividade para não perder cliente na disputa de “rouba-monte”. “Somos líderes absolutos em portabilidades líquidas em todos os meses do ano, com valores dez vezes maiores que o segundo colocado. Praticamente 88% de todo o market share de portabilidade do mercado é da XP”, comemora Roberto Teixeira, head da XP Seguros. Para ele, é a democratização de acesso a fundos mais sofisticados que tem impulsionado a migração. “Estamos conseguindo educar o brasileiro para tirar o dinheiro que está em ativos mais tradicionais para aportar em uma plataforma mais robusta em termos de diversificação.”

Para assegurar variedade e manter o cliente em casa, bancos e seguradoras, inclusive os mais tradicionais, operam com modelo de arquitetura aberta, oferecendo fundos próprios e de outros gestores, inclusive concorrentes, em uma espécie de marketplace. Na SulAmérica, esse recurso permite que a companhia lance quase dois fundos novos por mês, e, no Itaú, dos 31 produtos de previdência lançados este ano, 14 são fundos de terceiros. Com isso, a variedade de fundos tem aumentado exponencialmente e, ainda que a escolha tenha a ver com o perfil do cliente, conservador, moderado, arrojado ou agressivo, é possível variar a carteira ao longo da vida. Um jovem, como tem mais tempo para acumular, pode correr um pouco mais de risco em busca de rentabilidade e, na medida em que os anos passam, ir mudando a composição da carteira para fundos mais conservadores.

Essa movimentação também vem sendo simplificada com o uso de tecnologia e algoritmos para a identificação das características de investimentos de cada cliente. “Lançamos produtos multifundos tanto em PGBL como em VGBL. Com apenas uma proposta o cliente tem a possibilidades de diversificar a carteira entre 15 opções de fundos de investimentos de diferentes gestores”, informa Carlos Eduardo Gondim, diretor executivo de Vida e Previdência da Porto Seguro, que também liberou aos seus clientes o uso de novos meios de autoatendimento e ferramentas ágeis, como o WhatsApp e o PIX.

E no Banco Inter, por exemplo, é possível contratar fundos de previdência pelo aplicativo. “Agregamos uma solução que aposta em análise de perfil e de dados do cliente para facilitar e simplificar a vida de quem usa nossa plataforma, com indicações mais ajustadas para cada pessoa”, diz Thiago Corrêa, gerente executivo de Produtos da Inter Seguros. Já a Zurich estabeleceu parceria com nove gestoras independentes para oferecer planos individuais e empresariais de previdência com fundos de diferentes benchmarks. Entre parceiros como Genial, Legacy, Kadima e Rio Bravo, destaca-se a Onze, a primeira prevtech do Brasil.

“Nossa intenção é construir uma experiência de previdência totalmente inovadora, digital e com vantagens exclusivas: mais assertiva, valorizada e sem esforço operacional pelo RH das empresas, e integrando aos processos e sistemas de folha de pagamento, com atendimento e time dedicado, relatórios e informes de educação e saúde financeira continuamente”, afirma John Liu, diretor executivo de Investimentos.

Com o mercado aquecido, as novidades não param. “Reduzimos a aplicação mínima de todos os produtos que estão ativos em nossa prateleira para R$ 1,00 e passamos a oferecer crédito com taxa diferenciada usando o plano de previdência como garantia”, comenta Claudio Sanches, diretor de produtos de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco.

A SulAmérica oferece esse tipo empréstimo desde agosto do ano passado. “Quando o cliente nos procura pedindo resgate de sua reserva, nós oferecemos a ele uma opção de financiamento de até 50% do valor que ele tem acumulado e, assim, ele pode utilizar esse recurso para as suas obrigações, mantendo a disciplina de acumular para o futuro”, explica Marcelo Mello, que, além disso, passou a oferecer aos clientes de previdência um serviço gratuito de atendimento médico online, em tempo integral, utilizando a expertise da SulAmérica Saúde.

Fonte: Revista Apólice

Saúde mental na aposentadoria

Publicado em: 22/10/2021


Você sabia que o número de idosos em nosso país deve triplicar até 2050, chegando a 29,3% da população?

Com esse aumento da expectativa de vida, o equilíbrio entre saúde mental e física se torna ainda mais importante para termos uma população envelhecendo da melhor forma possível.

Neste último dia do Setembro Amarelo, mês que busca a prevenção ao suicídio, preparamos um podcast com a participação da psicóloga Vanessa Viana Carlos, da Clínica Psico Equilíbrio. O tema é saúde mental na aposentadoria.

Acesse, confira e não deixe de seguir o Economus no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Y7Jp6Svj6Bg.

Fonte: Economus

BB Previdência: conheça a inflação da aposentadoria e saiba a sua importância

Publicado em: 10/09/2021


Você sabia que existe um indicador que mede a inflação para as pessoas acima dos 60 anos de idade? O Índice de Preços do Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE), mostra como o idoso é impactado na sua rotina de compras essenciais.

Funciona assim: primeiramente, uma metodologia é estabelecida para selecionar produtos e serviços preferencialmente consumidos por pessoas desta faixa etária. A partir daí, suas variações de preços são verificadas regularmente para a definição do índice.

Os itens acompanhados são agrupados em oito classes, as mesmas também utilizadas para medir a inflação para o consumidor em geral: Alimentação, Habitação, Vestuário, Saúde e Cuidados Pessoais, Transportes, Despesas Diversas, Comunicação e Educação, Leitura e Recreação.

Dessa forma, é possível comparar as variações de preço para os idosos com a do restante da população – inclusive, por categoria. No primeiro trimestre de 2021, a inflação da terceira idade ficou em 1,54%, contra 1,81% dos consumidores em geral.

Analisando alguns dados deste período é possível entender facilmente a importância de se ter um índice exclusivo para os idosos. O etanol, por exemplo, teve aumento de 24,98%, empurrando o IPC-3i para cima em 0,13%. Já quando o assunto são os planos e seguros de saúde, despesas que costumam ser muito elevadas na melhor idade, o índice subiu 2,32%, impactando o indicador em 0,18%. Ou seja, apesar de sofrer um reajuste bem menor do que o etanol, teve um peso muito maior no orçamento desta faixa etária.

Vale a pena acompanhar

Como já abordamos aqui, os custos de vida na velhice podem ser mais elevados, muitas vezes motivados pelo crescimento de despesas com a saúde. Isso exige atenção redobrada com eventuais aumentos de preços que podem trazer problemas ao seu orçamento.

É por essa razão que o planejamento financeiro para a aposentadoria deve ser feito o mais cedo possível. No caso da Previdência Complementar Fechada, começar o quanto antes a contribuir significa mais tempo de acumulação e de juros compostos trabalhando a seu favor e ainda aproveitar a trajetória profissional para usufruir de benefícios previdenciários fornecidos pelas empresas.

Ao acompanhar a inflação da melhor idade, é possível observar tendências e se preparar melhor para os próximos passos – sejam eles se proteger para um possível aumento de despesa ou mesmo ter mais segurança para um novo investimento.

Fonte: BB Previdência

 

Resoluções do CNPC colocam em risco aposentadoria dos associados

Publicado em: 26/11/2020


Estão em debate no Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) a alteração de duas resoluções (CPPC 06/2003 e 08/2004), para facilitar o resgate e a portabilidade e para acabar com a garantia de reajuste de benefícios. A pretensão dos representantes do governo no CNPC, em vez de proteger os participantes de fundos de pensão e seus direitos, busca facilitar a vida das empresas patrocinadoras e favorecer a saída de recursos dos fundos de pensão, a fim de beneficiar bancos e seguradoras.

Marcel Barros, vice-presidente da Anapar e representante dos participantes e assistidos no Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), alerta sobre as mudanças em discussão no conselho. “A Anapar também está discutindo esse assunto e é importante que todos nós fiquemos atentos a essas mudanças que podem prejudicar e muito os nossos benefícios e vida no futuro”, afirma.

A Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde) representa, no Brasil, todos os associados a entidades de previdência complementar e, a partir maio de 2019, também os usuários de planos de saúde de autogestão. A entidade de defesa dos trabalhadores tem apoio do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

“Os governos Temer e Bolsonaro vêm propondo e realizando mudanças desfavoráveis aos trabalhadores. Não aceitamos retirada de direitos e vamos continuar lutando contra essas medidas em várias instâncias e denunciando”, acrescenta Ernesto Izumi, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancário do Banco do Brasil.

Resgate, portabilidade e Resolução CGPC 06

O resgate e a portabilidade de planos de previdência patrocinado por empresas públicas só é possível mediante o rompimento do vínculo empregatício pelo associado. A proposta da Previc (o órgão regulador do sistema de previdência complementar) e de membros do governo é alterar a Resolução CGPC 06 para permitir o resgate e a portabilidade de parte das reservas pelo participante de planos CD e CV (como o plano Previ Futuro) sem a obrigação de romper o vínculo empregatício com a empresa patrocinadora.

Essa proposta coloca em risco a aposentadoria das pessoas. Primeiro, porque resgatar ou portar reservas significa reduzir o saldo de conta acumulado e, por consequência, o valor dos benefícios de aposentadoria. Segundo, caso o associado resgate a sua reserva, empresas patrocinadoras como o BB poderão suspender as suas contribuições ao plano de benefícios já que, por força de lei, as contribuições são paritárias no caso de empresas públicas.
Previc quer desonerar empresas e acabar com reajuste obrigatório de benefícios

Outra alteração normativa proposta pela Previc, e apoiada por membros indicados pelo atual governo no CNPC, é a possibilidade de alterar a Resolução CGPC 08 para permitir aos fundos de pensão mudarem índices de correção dos benefícios já concedidos e retirar, dos regulamentos dos planos, os índices de reajuste a serem aplicados aos benefícios. Se a pretensão dos membros do governo vingar, os associados dos fundos de pensão podem não ter mais a garantia de reajuste automático da aposentadoria por índice de inflação.

Essa proposta foi apresentada ao CNPC mas não foi votada e acabou retirada de pauta na última reunião, realizada no final de setembro, pois o representante dos participantes e assistidos, Marcel Barros, demonstrou que a alteração é ilegal e afronta a Constituição Federal e a Lei Complementar 109. Essa lei estabelece que os regulamentos dos planos de benefícios devem, obrigatoriamente, prever um índice de reajuste dos benefícios para preservar o poder de compra das aposentadorias.

Associados precisam ficar atentos para evitar prejuízos

O CNPC tem a atribuição de regulamentar a legislação de previdência complementar e aprovar as normas que regem os fundos de pensão. É composto por 9 membros, sendo 6 deles indicados pelo governo e um único representante dos participantes e assistidos. Marcel Barros, ex-diretor eleito de Seguridade da Previ, é esse representante, indicado pela Anapar.

“Estamos resistindo a qualquer mudança que prejudique os participantes e denunciando as tentativas de quebra de direitos. Mas sempre precisamos da pressão dos associados para evitar medidas que nos prejudiquem. Somos 3,3 milhões de ativos e aposentados nos fundos de pensão e precisamos ficar atentos”, alerta Marcel.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Banco do Brasil faz ofensiva para reter leva de diretores com aposentadoria até 2027

Publicado em: 13/11/2020


O Banco do Brasil propôs ao seu Conselho de Administração uma estratégia para reter uma safra de diretores que vai se aposentar nos próximos anos em meio ao assédio de concorrentes ao seu quadro e os desafios da covid-19, apurou o Estadão/Broadcast. A ideia da gestão atual, sob o comando de André Brandão, é possibilitar que esses executivos permaneçam na instituição a despeito de já terem atingido o tempo necessário para saírem, benefício até então restrito a vice-presidentes, conforme fontes que pediram anonimato.

O plano de incentivo a diretores, como tem sido chamado nos corredores do banco, deve ser uma ação pontual – valerá até 2027 – e tem como objetivo central segurar diretores mais seniores e que poderiam deixar o BB por conta da aposentadoria, explicam as fontes, que não quiseram ser nomeadas, uma vez que a informação ainda é confidencial. Há ao menos 15 executivos na mira – e que correspondem a mais da metade do total de diretores do banco. Dentre eles, estão nomes como Edson Rogério da Costa, de meios de pagamentos, e José Avelar Matias Lopes, de gestão de pessoas, dizem fontes.

A decisão de reter ou não o funcionário caberá, contudo, à instituição, ou seja, é soberana e não individual de cada um, uma vez que é uma prerrogativa do conglomerado reter quem interessa ao negócio. Nas últimas semanas, o assunto foi acertado com setores do governo Bolsonaro e, agora, uma mudança no estatuto da instituição será proposta ao colegiado, que tem o ex-Citi Hélio Magalhães no comando.

O momento é crucial para o BB, que tem sofrido forte assédio dos concorrentes privados ao seu quadro, ao mesmo tempo em que a competição no mercado só cresce com fintechs e afins. Além disso, o banco ainda tenta fechar o gap de retorno para os rivais Itaú Unibanco, Santander e Bradesco, ao mesmo tempo em que a pandemia continua exigindo atenção à inadimplência. Os calotes não aumentaram sob o efeito das postergações de dívidas, mas, com o fim do antídoto, a tendência é de alta daqui para frente, principalmente ao longo de 2021.

Nesse cenário, a retenção de diretores seniores ajudaria a minimizar eventuais impactos ao BB, seja da ordem de concorrência ou da pandemia. Atualmente, somente os vice-presidentes podem aderir à aposentadoria e continuarem na ativa. No caso dos diretores, o plano do banco é permitir que o alto escalão termine o mandato atual e tenha até mais duas gestões, de 2 anos cada.
Despesas

Além disso, a ampliação do benefício aos diretores permite ao banco segurar executivos-chave sem pressionar as despesas com pessoal. Isso porque o complemento de salário virá do fundo de pensão do BB, a Previ, que já provisionou tais pagamentos à medida que esses funcionários se aproximam da data da aposentadoria. Caso os 15 diretores venham a aderir – embora o foco da ação não seja a redução de custos -, a economia poderia passar de R$ 1 milhão por ano.

Ainda que os salários possam praticamente dobrar a renda dos diretores do banco, vão permanecer em sua maioria abaixo daqueles pagos pela iniciativa privada. No entanto, a medida reduz um pouco essa lacuna e pode ajudar na retenção dos diretores, conforme a expectativa do BB. Nos bastidores, a estratégia foi bem vista por diretores, afirma uma fonte. Os salários desse escalão estariam congelados há cerca de 4 anos, o que é um incentivo para a aposentadoria. Já na Previ, os benefícios são reajustados a cada ano.

Fonte: Terra

Verbas reconhecidas na Justiça do Trabalho não devem compor aposentadoria complementar

Publicado em: 05/11/2020


O reconhecimento na Justiça do Trabalho da existência de verbas remuneratórias devidas pelo antigo empregador não podem ser incluídas pelo trabalhador nos cálculos dos benefícios de aposentadoria pagos pelas entidades fechadas de previdência complementar. A decisão tem impacto positivo sobre os fundos de pensão, pois colabora para sua sustentabilidade financeira ao mesmo tempo em que preserva o pagamento das aposentadorias.

Conforme o entendimento da 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a inclusão de benefícios de aposentadoria na previdência privada só ocorrerá com a prévia formação de reserva matemática para o pagamento. A decisão complementa outra tese da 2ª Seção, de agosto de 2018, que vetou a inclusão de horas extras habituais no cálculo da complementação de aposentadoria.

De acordo com o entendimento, os prejuízos causados ao trabalhador que não pode contribuir devidamente com o fundo de pensão devido ao não pagamento da verba remuneratória por parte do empregador deverão ser reparados por meio de ação judicial específica proposta contra este mesmo empregador na Justiça do Trabalho.

Na decisão da última quarta-feira (28/10), a 2ª Seção do STJ determinou a aplicação dos seus respectivos efeitos em todas as ações ingressadas na Justiça comum desde 8 de agosto de 2018, data do julgamento dos recursos repetitivos que a embasaram.

Nas ações ajuizadas antes de 8/8/2018, prevalece a possibilidade de inclusão das verbas reconhecidas na Justiça do Trabalho no cálculo da aposentadoria. Desde que haja previsão regulamentar de que tais verbas remuneratórias devam compor a base de cálculo e que ocorra a recomposição pelo participante das reservas matemáticas – conforme valor determinado em estudo técnico atuarial.

Os ministros integrantes da 2ª Seção do STJ acompanharam de forma unânime o voto do relator, ministro Antônio Carlos Ferreira. Contudo, o ministro Raul Araújo apresentou em seu voto a ressalva de que seja possível a atualização da base de cálculo da renda inicial da aposentadoria complementar, em caso de recomposição da reserva matemática. Ou seja, com o aporte de novos recursos suficientes para a complementação da aposentadoria.

Fonte: Agência ANABB

BB decreta saída compulsória a funcionário que se aposentar pelo INSS

Publicado em: 15/01/2020


O Banco do Brasil mudou as regras de aposentadoria após a reforma da Previdência. Os funcionários que solicitaram o pedido junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não poderão mais manter atividades e terão de deixar o banco de forma compulsória. A novidade consta de instrução do BB publicada internamente na semana passada. A exceção são os chamados estatutários, ou seja, o grupo de diretores e vice-presidentes.

Os funcionários que já solicitaram o pedido de aposentadoria oficial, mas não querem deixar o BB, terão uma chance de continuarem na instituição. Conforme a instrução, quem se arrepender poderá desistir do pedido junto ao INSS desde que não tenha recebido o primeiro pagamento nem tenha acessado os recursos do FGTS ou do PIS/Pasep. Os funcionários que não solicitarem aposentadoria compulsória após o pedido junto ao INSS poderão ser demitidos por justa causa.

No ano passado, uma fila de cerca de 200 aposentadorias de funcionários de alta patente do BB se formou no INSS por falta de recursos. Uma força-tarefa foi feita no instituto após o caso vir a público, conforme noticiou a Coluna, diminuindo a lista de espera. Entretanto, ainda teria gente na fila. Procurado, o BB explicou que a mudança busca adaptar as normas internas do banco à Constituição. Confirmou ainda que a nova regra “não atinge os membros do Conselho Diretor, que tem as atividades reguladas pelo estatuto do banco”.

Lacunas na norma

No comunicado da semana passada, o BB informa que vai aplicar a emenda constitucional 103, de 11 de novembro de 2019, obrigando os funcionários que se aposentarem pelo INSS devem também pedir demissão do banco, sob pena de sanções que podem chegar à demissão por justa causa. “É necessário ficar atento bastante atendo nesse momento de mudança, porque a nova legislação, resultado da reforma da Previdência que trouxe prejuízos aos trabalhadores, contém lacunas que podem acarretar mais perdas para os bancários do BB”, alerta Marcel Barros, diretor de seguridade eleito pelos associados na Previ.

O comunicado do BB informa que o normativo regulamenta a concessão da aposentadoria pela Previdência Social e a rescisão do contrato com o banco valem apenas para os funcionários que se aposentarem após 13 de novembro de 2019. Ressalta também que o funcionário pode, a seu critério, requerer aposentadoria ao INSS e solicitar, de imediato, o desligamento do banco ou só solicitar o desligamento quando da concessão da aposentadoria pelo INSS.

Mas a norma deixa dúvidas em inúmeros pontos, segundo a assessoria jurídica da Contraf-CUT. Por exemplo: o funcionário que requereu a aposentadoria antes da alteração constitucional e só obteve a concessão pelo INSS após 13 de novembro também poderá ser punido? E no caso de o funcionário que deu entrada no INSS com o pedido de aposentadoria, se ele pedir desligamento do banco e mais tarde o INSS indeferir a solicitação, ele pode ficar sem aposentadoria, sem emprego e sem os benefícios da Cassi e da Previ?

“É importante que os funcionários acompanhem a orientação da Contraf-CUT, caso se enquadrarem na nova legislação, para se aconselharem com a assessoria jurídica do Sindicato e a só se desligarem do BB depois da confirmação da concessão da aposentadoria pelo INSS”, lembra João Fukunaga, coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil.

Fonte: Estadão com Sindicato dos Bancários de São Paulo

Previ/BB: Sindicato no RS ajuíza ação contra valor da aposentadoria

Publicado em: 12/11/2019


O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região ajuizou, no último dia 25/10/2019, três novas ações coletivas em face do Banco do Brasil. As ações, através do escritório Antônio Vicente Martins Advogados Associados, buscam a reparação do prejuízo causado pela não contabilização dos anuênios no valor do benefício de previdência privada, pago pela Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (PREVI).

A assessoria jurídica do SindBancários explica: toda a verba salarial recebida pelo trabalhador, em regra, compõe a base de cálculo do futuro benefício de previdência privada. a ser recebido quando da aposentação. A sistemática é semelhante a que ocorre na Previdência Social.

Assim, quando o empregador sonega direitos do empregado – como quando não paga horas extras realizadas, ou suprime o pagamento dos anuênios – além do prejuízo financeiro sofrido imediatamente, o trabalhador também terá prejuízo futuro, em razão da não contabilização desses valores no cálculo do seu benefício previdenciário. Por essa razão, muitos trabalhadores, que têm direitos trabalhistas reconhecidos judicialmente, buscam a incidência de reflexos desse reconhecimento no valor da complementação de aposentadoria.

Mudança na sistemática

As ações são amparadas no recente julgamento, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Recurso Especial (REsp) nº. 1.312.736/RS, julgado em sede de recursos repetitivos, onde foi fixada tese jurídica que alterou a sistemática até então realizada, quando o assunto era o prejuízo no valor do benefício de previdência privada, causado pela
sonegação de direitos durante a relação de emprego.

Até o julgamento do REsp nº. 1.312.736/RS, as ações, que buscavam a reparação do prejuízo no valor do benefício de aposentadoria, deveriam ser ajuizadas contra a própria PREVI. A partir da publicação do acórdão em 08/08/2018, contudo, foi fixado o entendimento de que é do empregador a responsabilidade pela indenização desse prejuízo, devendo ele figurar como réu em ação trabalhista.

Três novas ações

Dessa forma, tendo em vista as vitórias judiciais, que garantiram o direito dos bancários e das bancárias aos anuênios, o SindBancários ajuizou três novas ações coletivas – vinculadas diretamente às demandas que discutiram o direito aos anuênios – através das quais se postula indenização pelo prejuízo causado no valor do benefício
de previdência complementar, recebido pelos empregados já aposentados pela PREVI.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região

BB de Picos investe em aposentadoria de funcionários para evitar demissão de excedente

Publicado em: 14/08/2019


O Banco do Brasil tem passado por uma reestrutura em seu quadro de funcionários. Na agência de Picos não tem sido diferente. Em torno de quatorze pessoas excede o que permite a atual conjuntura da instituição.

De acordo com o diretor do Sindicato Regional dos Bancários em Picos, Antônio Libório, a intenção é de que essas pessoas sejam transferidas, mas como para o Piauí a possibilidade de vagas é quase nula, muitas vezes não compensa para o funcionário sair para outro estado.

“O Banco do Brasil está fazendo uma reestruturação e com essa mudança da reforma trabalhista, tudo é possível. Aqui na agência de Picos nós temos um excedente de 14 funcionários no quadro. Como estão excedentes, a qualquer hora o banco pode transferir, caso não aceite a transferência, aí o caminho é a rescisão do contrato empregatício. No Piauí há poucas vagas para transferência. Onde tem surgido mais vagas é no Maranhão e na região Norte do país. E aí para uma pessoa ser transferida para um lugar longe assim, com toda a família, é complicado, pois as que estão como excedentes são as que possuem menor salário. Assim não dá para sobreviver. Fica difícil”, lamentou ele.

Ele relatou ainda que as possíveis demissões ou transferências não serão imediatas, pois o banco está investindo na aposentadoria de funcionários para evitar os referidos transtornos já citados.

“O Banco do Brasil está dando um incentivo para o pessoal que já está em período de aposentar e queiram sair. Então temos a previsão até setembro. Somente depois disso é que saberemos quantas pessoas vão sair, aí é que o banco vai começar a tomar essa medida nessa segunda parte. O BB está oferecendo incentivo para as pessoas se aposentarem. Dependendo da quantidade de pessoas que saírem – aqui na agência temos pessoas que têm condições de saírem –, aí que saberemos quantas poderão ficar por Picos e quantas terão que decidir entre transferência e demissão”, explicou.

Ao final de setembro, após saber quantas pessoas aceitaram a aposentadoria, o BB se pronunciará novamente sobre o assunto.

Fonte: Portal Integração

Com medo de reforma, funcionários do BB fraudaram aposentadoria, diz AGU

Publicado em: 06/02/2019


O procurador federal Alessander Jannucci, da Advocacia-Geral da União, revelou nesta terça-feira, 5, que os 38 benefícios previdenciários concedidos de forma fraudulenta a investigados na Operação Barbour são de servidores do Banco do Brasil. A vereadora afastada Elian Santana (SD), de Santo André (SP), e outros alvos da Barbour são acusados por improbidade administrativa pela AGU, em ação protocolada na sexta-feira, dia 1º.

“Os 38 benefícios objeto desta ação de improbidade são de servidores do Banco do Brasil. Eles só praticavam fraude com relação a funcionários do Banco do Brasil? Não, o Banco do Brasil teve uma parceria mais célere e forneceu os documentos de uma maneira mais rápida, que permitiu aferir pontualmente o modus operandi da fraude e quais seriam esses benefícios”, afirmou.

Alessander Jannucci declarou que “são todos funcionários antigos do Banco do Brasil que estavam em vias de se aposentar”. “Já haviam tentado, em alguns casos, a aposentadoria por meio de um serviço gratuito que o próprio Banco do Brasil oferece, tiveram a aposentadoria negada e viram nessa possibilidade espúria, contrária aos interesses sociais, a possibilidade de virem a se aposentar e de certo modo não serem atingidos por uma eventual reforma da Previdência Social.”

Segundo o procurador, após o ajuizamento da ação de improbidade, uma nova etapa da apuração vai mirar “se os beneficiários tinham ciência desta fraude”. Na avaliação de Alessander Jannuci, isto “provavelmente” vai se confirmar, “porque alguns deles apresentaram comprovantes de residência falsos”.

Além de Elian, são alvo da ação a chefe de gabinete da parlamentar, Luciene Aparecida Ferreira Souza; Vitor Mendonça de Souza, servidor público que trabalhava na agência do INSS em Diadema (SP) e é acusado de integrar a quadrilha; e Adair Assah, intermediário acusado de auxiliar nos procedimentos perante a autarquia e nas tratativas junto aos interessados adquirir as aposentadorias.

Segundo o procurador, a investigação identificou beneficiários que não eram da região de Diadema. “Um deles era de Belém do Pará, por exemplo. Forneceu um comprovante de endereço falsificado”, relatou Alessander Jannuci.

“São pessoas esclarecidas, a maioria delas com curso superior, recebendo altos salários, maioria deles praticamente acima do teto de salário de contribuição da Previdência Social e que buscaram por interesse próprio a prática dessa fraude.”

A Operação

Durante a investigação, a Polícia Federal apontou que o esquema vendia, por valores que podiam chegar a R$ 15 mil, aposentadorias fraudulentas concedidas por meio da inserção de dados falsos nos sistemas da Previdência Social – em especial atestando períodos de trabalho em condições insalubres ou perigosas que, na realidade, nunca existiram. A PF afirma que a operação que funcionava com a ajuda do gabinete da vereadora Elian.

“Grupos de WhatsApp de funcionários do Banco do Brasil revelavam que em Diadema havia um intermediário que conseguia aposentar funcionários exatamente naquelas mesmas situações de uma maneira célere e sem problemas. Só que para isso eram cobrados valores de R$ 10 mil a R$ 15 mil”, narrou Alessander Jannuci.

“As investigações revelaram que funcionários do Banco do Brasil, por meio do aplicativo WhatsApp, comunicavam-se diariamente e acabavam fazendo a publicidade desse serviço espúrio. Muitos funcionários do Banco do Brasil que possuíam salários consideráveis, com receio de uma eventual Reforma Previdenciária, de terem seus rendimentos diminuídos ou majorado o tempo necessário para a aposentadoria, buscavam este tipo de serviço. Muitos deles sequer viram pessoalmente o intermediário.”

De acordo com o procurador federal, os funcionários encaminhavam dados e documentos pelos Correios e faziam o pagamento ao intermediário por meio de depósito em conta bancária. Alessander Jannuci afirmou que o intermediário e o servidor do INSS,então, realizavam a fraude

“Eram utilizados documentos falsos, de tempo de atividade especial, com funções que sequer existiam no quadro de funções e cargos do Banco do Brasil. Esse servidor do INSS, ciente da fraude, utilizando dos documentos falsos, computava períodos especiais que de fato não existiam”, declarou.

Na ação de improbidade, a AGU pede para que os integrantes da quadrilha sejam condenados a pagar R$ 2,8 milhões – R$ 942 mil pelo prejuízo direto causado ao INSS e R$ 1,88 milhão em multa civil por dano causado.

O valor está ligados a 38 benefícios previdenciários fraudados. Segundo a AGU, “o número de aposentadorias concedidas por meio de fraudes pode ser ainda maior, visto que o INSS continua auditando os benefícios aprovados pelo servidor envolvido no esquema”.

A Advocacia-Geral também solicita que o bloqueio de bens que já havia sido efetuado sobre o patrimônio de quatro dos acusados (Elian, Vitor, Adair e Luciene) no âmbito de ação cautelar proposta junto com a deflagração da operação seja mantido e ampliado para atingir o patrimônio de outros dois envolvidos no esquema, cujos nomes permanecem sob sigilo.

A AGU pede para que Elian, Luciene e Vitor sejam mantidos afastados dos cargos e funções públicas que exercem “em vista da necessidade de continuidade da apuração das fraudes perpetradas e diante das dificuldades” que os acusados poderiam causar à investigação, “notadamente ocultação de documentos e tentativas de persuasão a terceiros’.

A ação pediu ainda autorização da Justiça para leiloar veículos dos acusados antes que os bens percam valor de mercado, bem como para quebrar o sigilo bancário de pessoas ligadas aos envolvidos, suspeitas de também participarem do esquema criminoso.

Defesas

“O Banco do Brasil colabora com as investigações e iniciou apuração interna para verificar a conduta dos funcionários envolvidos”, disse a instituição por meio de nota.

O advogado Carlos Callado, que defende a vereadora Elian Santana, afirmou que a defesa ainda não foi notificada. “Estamos esperando sermos notificados para apresentar a defesa. Tão logo haja a citação, vamos entrar nos autos e tomar inteira ciência. A vereadora Elian Santana não tinha participação nestas supostas fraudes que ocorreram ao INSS. Se foi usado o gabinete ou a linha telefônica, ela desconhecia.”

A reportagem fez contato com a defesa da chefe de gabinete Luciene Aparecida Ferreira Souza. O espaço está aberto para manifestação. A reportagem também está tentando contato com as defesas dos outros citados. O espaço está aberto para manifestação.

Fonte: Exame

Paulo Ricci entrega pedido de aposentadoria no BB; interino assume

Publicado em: 05/12/2018


O diretor-presidente da gestora de recursos do Banco do Brasil, a BB DTVM, Paulo Roberto Lopes Ricci, entregou seu pedido de aposentadoria hoje, conforme antecipou na semana passada a Coluna do Broadcast. Com 34 anos de casa, o executivo estava apto a se aposentar a partir de dezembro e teria aproveitado a mudança de comando do banco, que acontecerá em 2019, para deixar a instituição.

Em seu lugar, assume Carlos André, que está na diretoria da BB DTVM desde a gestão de Carlos Takahashi, o Cacá, e também é vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Neste período, a asset absorveu a área de gestão de fundos da Nossa Caixa, ampliou a plataforma de arquitetura aberta para o Private Banking e se aliou a players internacionais para lançar fundos de investimentos offshore para fundações.

Ricci é o segundo executivo da gestão atual do BB que recorreu à aposentadoria. Antes dele, o presidente da BB Seguridade, que concentra as operações de seguros do banco, Antônio Maurício Maurano, também decidiu entregar o crachá. Esse movimento é visto como natural no BB uma vez que executivos aptos a se aposentar veem na troca de comando do banco uma janela de oportunidade para dar tal passo. Procurado, o BB não comentou.

Fonte: Estadão

Plano de Incentivo à Aposentadoria do BB teve 9,4 mil adesões

Publicado em: 20/12/2016


O Banco do Brasil informou hoje (12), em comunicado ao mercado, que 9.409 empregados aderiram ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai). A adesão ao plano estava aberta até a última sexta-feira (9). O público potencial que poderia aderir ao programa era de 18 mil pessoas.

Com essa adesão, o banco terá despesas com pagamento de incentivos em 2016 de R$ 1,4 bilhão. Entretanto, em 2017 a estimativa é de redução de despesas com pessoal no valor de R$ 2,3 bilhões.

No dia 21 de novembro, o banco anunciou medidas de reestruturação, como fechamento de agências, ampliação do atendimento digital, redução de jornada de trabalho e o Peai.

Por meio do plano, o banco concedeu incentivo de desligamento correspondente ao valor de 12 salários, além de indenização pelo tempo de serviço, que varia de um a três salários, a depender do tempo de banco (entre 15 e 30 anos completos). Para aderir era preciso já estar aposentado pela Previdência Social ou ter 50 anos de idade e, no mínimo, 15 anos de trabalho no banco.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/bb-estima-despesa-de-r-14-bi-com-plano-de-aposentadoria/

Qual o futuro do BB?

Publicado em: 09/12/2016


A preocupação da AGEBB é muito grande, já que o banco digital nasce privatizado (o Bradesco possui 50,01% de participação) e o plano de enxugamento de agências e funcionários remete à velha máxima que estão preparando o BB para a privatização 

Nos momentos de dificuldades, angústias e sofrimentos, é natural que busquemos ajuda, consolo, conforto, conselhos e não raramente cobramos essas soluções. E, mais ainda, jogamos a responsabilidade pelos acontecimentos em pessoas e entidades das quais muitas vezes nem fazemos parte do seu rol de amizade ou quadro associativo. Com a AGEBB não é diferente. Enquanto as coisas caminham aparentemente tranquilas, poucos demostram interesse no dia a dia da entidade. Não sabem que desenvolvemos um trabalho contínuo e diário de obtenção de informações sobre toda a rotina dos gerentes e muitas vezes dos funcionários de uma maneira geral.

Temos as nossas certezas, convicções, porém, tomamos o cuidado de não nos apresentarmos como arautos do caos ou pessimistas de plantão. Assim tem sido a nossa postura nesse episódio do plano de reestruturação do BB, que compreende o Plano Especial de Aposentadoria Incentivada (Peai) e o fechamento e transformação em postos de atendimento de mais de 700 agências em todo o país.

Acompanhamos o plano desde o seu lançamento, conversamos e achamos que não tem nada de excepcional. É mais uma iniciativa do banco para reduzir o quadro de funcionários a qualquer custo. Temos, inclusive, informações que vários funcionários têm recebido correspondências informando que “agora já fazem parte dos elegíveis”, mesmo não cumprindo as exigências do plano original. É uma demonstração clara que o BB quer realmente diminuir o quadro de funcionários de qualquer maneira. Na outra ponta, quando dá a opção para a redução de jornada de trabalho de 8 para 6 horas está, na verdade, tornando mínimos os riscos de passivos trabalhistas, em razão da necessidade de pagamento das sétimas e oitavas horas como extras, quando o funcionário se aposentar, bem como, nos futuros casos de descomissionamentos.

A preocupação da AGEBB é muito grande com o futuro da empresa, já que o banco digital nasce privatizado (o Bradesco possui 50,01% de participação) e todos os ajustes propostos – enxugamento de agências e funcionários – remete à velha máxima que estão preparando o BB para a privatização.

Diante de tantas incertezas, pressão por resultados etc. é FUNDAMENTAL que tenhamos uma associação forte, independente, com coragem e capacidade de cobrar dos dirigentes do banco, Congresso Nacional e conselho de acionistas posições claras e que os funcionários tenham mais participação nas decisões corporativas. Essa associação é a AGEBB, mas depende de cada gerente unir-se a esse projeto, pois apenas com um número mais expressivo de sócios teremos uma representativa, respeitada e ouvida entidade em todos os segmentos.

Levi Gomes de Oliveira

Vice-presidente e diretor Jurídico da AGEBB

Plano de aposentadoria do BB já recebeu 7,7 mil adesões

Publicado em:


O programa de incentivo à aposentadoria do Banco do Brasil recebeu, até a noite de quinta-feira, 1º, 7.760 adesões, segundo o presidente da estatal, Paulo Rogério Caffarelli. A expectativa do banco é de que o programa, que termina em 9 de dezembro, alcance de 9 mil a 10 mil adesões.

Segundo Caffarelli, o banco não considera fazer outro programa de aposentadoria além do atual. O executivo disse ainda, em reunião com analistas e investidores, que também não está no radar do BB um programa de demissão voluntária.

Ele disse ainda que as duas últimas nomeações para a vice-presidência do BB foram técnicas. Recentemente, entraram para a alta cúpula da instituição Carlos Hamilton, ex-Fazenda e ex-BC, e Tarcísio Hübner, que antes era diretor de distribuição do banco. “A lei das estatais é bastante criteriosa. O BB vem trabalhando com a manutenção de um quadro de pessoas ligadas à atividade financeira e conhecedores dos ramos que vão atuar”, concluiu Caffarelli.

Aporte do governo. Caffarrelli voltou a afirmar que a instituição não conta com aporte do governo federal e que não venderá ativos core (relacionados à atividade principal do banco), como a área de cartões e de administração de ativos de terceiros, para alcançar as regras de Basileia III. “Não vamos fazer IPO da área de cartões nem de administração de recursos de terceiros. O volume que vendemos da BB Seguridade hoje nos faz falta”, destacou ele, em reunião com analistas e investidores, nesta manhã.

A decisão de não vender ativos core está relacionada, segundo Caffarelli, ao fato de gerarem fluxo futuro para a instituição. Ressaltou ainda que o BB pode se desfazer de negócios que não são core. Não detalhou, porém, nenhum desinvestimento previsto.

De acordo com o presidente do BB, o nível de capital principal de 9,5%, exigido a partir de janeiro de 2019 em meio às regras de Basileia III, será alcançado apenas com a estrutura orgânica do banco. Acrescentou ainda que a instituição trabalha para alcançar o indicador antes mesmo do prazo exigido.

Caffarelli disse que a reestruturação que o banco anunciou na sua rede física e o programa de aposentadoria não visavam evitar um aporte do governo, mas também melhorar a estrutura de capital do banco. Segundo ele, outras ações, como a redução de despesas e de dividendos, estão sendo tomadas. Conforme o executivo, no caso do pay-out, o patamar de 40%, reduzido para 25%, será retomado num futuro, quando o banco se recuperar.

Mencionou também a carteira de crédito no exterior, de R$ 51,5 bilhões, que poderá ser reduzida neste contexto. “A nossa prioridade é capital. O volume de recursos que temos no exterior pode ajudar a melhorar nosso capital. Lá fora, teremos recursos para atender empresas brasileiras clientes”, afirmou Caffarelli, acrescentando que o BB tinha operações que não faziam muito sentido do ponto de vista de rentabilidade e, em alguns casos, junto a empresas que não eram nem clientes do banco.

O presidente do BB ressaltou ainda que o foco é resultado e não market share. Como resultado, acrescentou, a carteira de crédito do banco se reduziu e a instituição, assim como os pares privados, está sendo mais seletiva para emprestar.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,plano-de-aposentadoria-do-bb-ja-recebeu-7-7-mil-adesoes,10000092158

Regime digital do BB: aplicativos e smartphones são prioridades

Publicado em: 02/12/2016


Entusiasta de corridas matinais, Paulo Caffarelli chegou ao trecho da pista em que, passada a parte acidentada, é hora de acelerar. O advogado paranaense com mestrado em economia assumiu, em maio, a presidência do Banco do Brasil, empresa em que começou a trabalhar aos 14 anos. E agora, depois de fechar duas diretorias, o banco vai aposentar de 9 mil a 18 mil funcionários, extinguir três unidades (que são menores que as diretorias) e encerrar as atividades de 402 agências, em especial nos estados de São Paulo e Santa Catarina.

A meta é poupar um total de R$ 2,8 bilhões, sendo R$ 750 milhões reduzindo custos operacionais e R$ 2 bilhões com pessoal. “Em nossa avaliação mais conservadora, que é de dispensar 5 mil servidores, a economia será de R$ 1 bilhão”, disse Caffarelli na segunda-feira 21, ao comentar a medida anunciada na noite da véspera. Paralelamente aos cortes, o BB vai aumentar sua aposta nas transações digitais, seguindo a linha dos concorrentes privados. Os números do terceiro trimestre indicam que duas em cada três transações realizadas pelos cerca de 60 milhões de clientes e correntistas do banco são digitais.

“Realizamos mais de um bilhão de transações digitais todos os meses, e a meta é reforçar esse número”, disse Caffarelli. No fim de setembro, o app do banco estava instalado em 9,4 milhões de smartphones, e a meta é chegar a 15 milhões até o fim de 2017. Para isso, a rede de agências 100% digitais deve saltar de 245 para 500. Essas iniciativas aprofundam um movimento que começou no início de novembro, quando o banco anunciou a extinção de duas das 27 diretorias. Foram extintas a Diretoria de Crédito Imobiliário (Dimob), criada no início do primeiro mandato de Dilma Rousseff, e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref).

A Dimob surgiu para implantar a estratégia imposta por Dilma de inserir o BB no crédito imobiliário, em especial o Minha Casa Minha Vida, e perderá o status de diretoria. O BB tem um estoque de R$ 53 bilhões em financiamentos imobiliários, ou 8,6% do mercado, o que lhe garante a segunda posição. Ele perde só para a Caixa Econômica Federal, líder isolada com 51,7%. E a Diref será integrada à recém-criada Diretoria de Governança, que vai concentrar e tornar mais formais as relações do banco com controladas e coligadas, com governos e associações da sociedade civil.

Essa reestruturação estratégica reforça a opção pelos canais digitais e reduz a ênfase na distribuição tradicional de produtos, o que representa uma pá de cal para projetos de expansão física, como o Banco Postal. Após comprar a concessão há cinco anos por R$ 2,8 bilhões, o banco estatal optou por não renovar a parceria com os Correios, que deve vencer no início de dezembro. Caffarelli afirma que o BB pode manter-se provisoriamente na operação do Banco Postal, por seis ou doze meses após o término do contrato de concessão, mas que o banco “está avaliando” se fará um novo lance.

Quem conhece o assunto avalia que as possibilidades são remotas. “O BB foi menos agressivo que seu antecessor, o Bradesco, na exploração do Banco Postal”, diz Maria Inês Fulginiti, presidente da Associação dos Empregados dos Correios (ADCAP). O mercado gostou da notícia. Na segunda-feira 21, primeiro pregão após o anúncio, as ações ordinárias do Banco do Brasil fecharam com alta de 7,8%, e mantiveram-se no mesmo patamar de preços nos pregões seguintes.

“A decisão é positiva para os resultados do banco”, avalia Tito Labarta, analista de instituições financeiras do Deutsche Bank em Nova York, que prevê que as decisões podem elevar a rentabilidade patrimonial do BB, estimada em 12,1% para 2017. Com retornos anuais oscilando entre 13% e 15%, o BB vem rendendo menos que os 16% a 18% de seus concorrentes privados de varejo. Porém, pelas contas de Labarta, após a implantação das medidas, a cada 5% de redução nas despesas, o lucro líquido do banco poderá crescer em até 10%. Ou seja, há bons motivos para Caffarelli acelerar.

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O que muda no BB

Os principais pontos do processo de reestruturação

O que vai encolher:

• Funcionários: serão dispensados até 18 mil, de um total de 115 mil

• Agências: 402 serão fechadas, de um total de 4.972

• Diretorias: duas serão extintas, de um total de 27

O que vai crescer:

• Agências digitais: saltarão de 245 para 500

• Usuários de celular: avançarão de 9,4 milhões para 15 milhões

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/financas/20161125/regime-digital/435872

Sem ajuste, BB teria que pedir aporte ao governo, diz Caffarelli

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Paulo Rogério Caffarelli, presidente do Banco do Brasil, diz que, sem o corte de gastos na instituição, ele teria de pedir socorro ao governo federal em julho de 2017 para atender as exigências de capital de Basileia 3.

O banco anunciou no dia 20 de novembro a extinção de 9.300 cargos, o fechamento de 402 agências e a transformação de 379 delas em postos avançados.

“Não posso achar que chegarei a ter o custo de Bradesco e Itaú porque temos capilaridade muito maior, mas tentaremos reduzir ao máximo esse valor.”

O executivo afirma que não fará IPO (abertura de capital) da área de cartão de crédito, nem da distribuidora de títulos imobiliários. E que as pedaladas do governo de Dilma Rousseff ficaram no passado.

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Folha – Qual o resultado da reestruturação?
Paulo Rogério Caffarelli – O número de adesões ao plano de incentivo à aposentadoria até o momento é de 6.700. Abrimos [na segunda-feira, 21] para um público-alvo de 18 mil, e o prazo vai até 9 de dezembro. Em 2015, foram 5.000 que aderiram, e nossa expectativa é que o número agora seja maior. No ano passado, o governo autorizou sete salários de incentivo. Neste ano, são 12 salários.

Chegará a dez mil?
A expectativa é mais ou menos essa: 9.000 a 10 mil.

Estudam outras medidas de corte de funcionários?
Não, não estamos estudando plano de demissão voluntária. Nossa expectativa é de resolver isso com esse processo de antecipação [de aposentadoria]. Tem o “turnover” [rotatividade] também, de 2.000 pessoas em média [aposentadorias, falecimentos e demissões]. Há um número muito grande ainda que deve aderir. [O ajuste] está sendo feito em razão da transformação digital e da necessidade de redução de despesas pelas exigências de capital. Em setembro deste ano, o celular já passou a internet. Daremos prioridade à realocação das pessoas [de agências fechadas], de preferência na mesma cidade e no mesmo cargo. Ninguém vai ficar sem vaga. O cliente não vai perceber diferença.

Qual vai ser a melhora nos números? Havia expectativa de um ROE [retorno sobre o patrimônio] mais baixo…
Se saírem 9.000, a economia será de R$ 2,130 bilhões. No caso de dez mil, R$ 2,232 bilhões. Já 15 mil, R$ 2,742 bilhões. Isso se somará aos R$ 750 milhões dos ajustes da rede física [agências]. Temos um custo de folha de pagamento de R$ 3 bilhões a mais que nossos concorrentes. Apesar de as despesas administrativas estarem em linha com as do mercado, ao comparar a folha de pagamentos com as de Bradesco e Itaú, nosso custo se mostra bem superior. Não posso achar que chegarei ao custo deles porque temos capilaridade muito maior, mas tentaremos reduzir ao máximo.

O que mais será feito?
Precisamos atingir um índice de capital principal de 9,5% por causa de Basileia 3 em janeiro de 2019. Mas prudencialmente temos de chegar em julho de 2017. Se nada fosse feito no BB, teríamos de bater na porta do governo e pedir um aporte de capital em julho do ano que vem. Sabedores de que o governo hoje concentra todas as suas energias na solução da questão fiscal, não será o BB que vai trazer mais essa dificuldade, considerando outros Estados e empresas que provavelmente ele terá de capitalizar.

Não estamos contando com capitalização ou com a venda de algum ativo que possa reforçar essa estrutura de capital. Pensamos em vender ativos? Os que fazem parte do “core business” [negócio principal do banco], não iremos vender. Vai ter IPO de cartão de crédito? Não. Vai ter IPO de distribuidora de títulos imobiliários? Não. Porque o mercado sempre tenta plantar esse tipo de situação até para induzir a se fazer isso.

O senhor, então, descarta aporte da União?
Vamos aumentar a rentabilidade, cortar substancialmente despesas. Se surgir oportunidade de vender algo que não seja “core business”, podemos vender e reforçar [a estrutura de capital]. O Banco do Brasil tem participação na Neoenergia [distribuidora de energia] e na Kepler Weber [fabricante de equipamentos para armazenagem de grãos]. Podemos vender, são dois exemplos de outros que posso dar.

O sr. falou em aumentar a rentabilidade. Já subiram os spreads [diferença entre juros que banco paga na captação e quanto cobra de clientes]…
Quando falo em rentabilidade não me refiro a aumento de spreads. Estou aumentando o volume de negócios. Hoje, o crédito responde por 60% do resultado. Preciso ter um volume maior de participação do crédito para trazer receita -48% da nossa carteira ainda está com volume de taxas mais baixas. São taxas da época do “Bom pra Todos” [programa lançado em 2012]. Na renovação, a tendência é de os spreads serem maiores.

A gestão anterior subiu o limite de crédito e focou em setores como agrícola, exportação. O incentivo continua?
No crédito agrícola, não vamos chamar de incentivo. O governo paga uma diferença desse processo. É até um dos motivos daquela discussão das pedaladas.

O governo Dilma Rousseff usou os bancos públicos para reduzir os juros no mercado. Valeu a pena?
O cenário econômico daquele momento era diferente de hoje. Não vou julgar o que aconteceu no passado. A retomada do crescimento pode passar pela volta do crédito. Agora, certamente será diferente. A retomada acontecerá concomitantemente à da demanda, que não ocorrerá de uma hora para outra.

Em relação a empresas como Odebrecht e Oi, qual o volume dessa exposição?
Não comentamos especificamente clientes por causa do sigilo. Com as grandes empresas, o volume de exposição é dividido entre os grandes bancos. Não é o Banco do Brasil que está amargando um volume de inadimplência, e sim o sistema financeiro. A Oi é um belíssimo negócio, ninguém tem a capilaridade dela. Não dá para pensar em pedir um desconto monstruoso [na dívida], como alguns têm a intenção. Não vamos autorizar isso.

Com relação às pedaladas, o que o senhor comentaria?
Esse tema já foi exaurido. Já se julgou, já se condenou. Isso ficou para trás. Estou aqui para olhar para a frente. Não comento o passado.

Mas o Banco do Brasil estava no centro do problema. A prática cessou?
Temos um contrato de prestação de serviços com a União. E somos remunerados por isso. Recebemos a equalização disso dentro do prazo pactuado no contrato.

O senhor participava daquele governo…
Eu cuidava da parte administrativa do Ministério da Fazenda.

A inadimplência vem piorando? Qual a expectativa?
A inadimplência atingiu um pico e agora se estabilizou, com um outro repique. A nossa expectativa é que a partir do segundo trimestre de 2017 ela comece a cair.

Por isso que as provisões estão mais baixas?
Elas baixaram porque o mercado deu uma melhorada e não há casos pontuais.

O senhor comentou que o que o BB puder fazer para ajudar o governo irá fazer…
Além de suprir a demanda do mercado interno de crédito e nas exportações, poderemos ter um papel mais forte ainda na estruturação de operações de infraestrutura. Como provedor de funding? Não. Mas como estruturador ou como fiador.

O banco está auxiliando o Rio de Janeiro na emissão de títulos. Há conversas com outros Estados?
No momento, o desenho está sendo feito com base em royalties do petróleo. Pode ser que, no futuro, possamos trabalhar com outros Estados.

O Banco do Brasil irá comprar parte desses títulos?
O banco é um estruturador. Pode ter discricionalidade de comprar ou não. Estamos fazendo isso com outros bancos de investimento também, estrangeiros inclusive.

RAIO-X

Nome: Paulo Rogério Caffarelli

Cargo: Presidente do Banco do Brasil

Idade: 50 anos

Formação: Graduado em direito com MBA pela FGV e mestrado pela UNB

Trajetória: Funcionário de carreira do BB, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no governo Dilma Rousseff e diretor-executivo da siderúrgica CSN.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/11/1836202-sem-ajuste-bb-teria-que-pedir-aporte-ao-governo-em-2017-diz-presidente.shtml

Diretora superintendente do Economus esclarece dúvidas do PEAI

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Assista aqui a entrevista com a diretora superintendente do Economus, Lucia Helena Moya Cuevas, sobre o Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai). Ela esclarece as principais dúvidas sobre os planos de previdência e saúde da entidade para ajudar os participantes a tomar a melhor decisão.

Fonte: http://www.economus.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1029&sid=9

São Paulo será o estado mais afetado por fechamentos no BB

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O Banco do Brasil anunciou esta semana que 402 agências serão fechadas em todo o país. O encerramento de atividades faz parte de um plano de reestruturação, que tem ainda medidas como a transformação de 379 agências em postos de atendimento e um plano de aposentadoria incentivada, que deve reduzir 9,3 mil vagas ocupadas e gerar uma economia de R$ 2,7 bilhões.

Com quase metade das agências incluídas no plano, São Paulo é o estado que terá mais estabelecimentos fechados: são 200 no total, sendo 94 deles localizados apenas na capital paulista.

Rio de Janeiro aparece logo depois, com 40 agências que terão os serviços transferidos a outras unidades, em seguida estão Minas Gerais (17) e Espírito Santo (2). A Região Sudeste que terá o maior número de agências fechadas, 259.

Além de São Paulo, as capitais mais afetadas pela nova reestruturação anunciada são Rio de Janeiro, com 29 agências, Belo Horizonte, com 11, e Salvador, com oito locais encerrados. Também com oito agências no plano, Campinas é a cidade, que não é capital, que terá mais unidades fechadas.

A Região Sul é a segunda do país, com 35 agências encerradas em Santa Catarina, 13 no Rio Grande do Sul e 11 no Paraná, totalizando 59 locais.

Na Região Centro-Oeste, o Distrito Federal é a unidade da Federação com mais fechamentos, com 18 agências fechadas.

O Nordeste terá 42 agências na reestruturação, e 10 delas estão localizadas na Bahia. Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte terão, cada um, cinco agências afetadas.

No Norte, que tem um total de 13 encerramentos, o Amazonas fechará três de suas unidades, enquanto os demais estados da região incluíram duas agências cada um. A única exceção é Rondônia, o único estado do país que não está incluído no remanejamento de agências.

O encerramento das agências será feito ao longo do ano de 2017 e os clientes das unidades serão informados da mudança por SMS, aplicativo do Banco do Brasil para celular, terminais de autoatendimento e correspondências. É possível ainda acessar o hotsite do banco para verificar a situação.

A mudança de agência será automática e os clientes não precisam fazer nenhum procedimento. Mesmo que haja alteração no número da conta, os cartões e senhas para transações na nova agência serão mantidos.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/sp-sera-estado-mais-afetado-por-fechamentos-no-banco-do-brasil/

BB diz que não obrigará funcionários a reduzir jornada

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O Banco do Brasil assegurou hoje (22) que não obrigará funcionários a reduzir a jornada de trabalho ganhando menos.

A garantia foi dada a representantes de sindicatos que passaram o dia reunidos com a direção da instituição financeira para discutir o plano de reestruturação do banco que prevê um plano incentivado de aposentadorias para 18 mil empregados e o fechamento de 402 agências em todo o país.

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Banco do Brasil garantiu que, no remanejamento decorrente da reestruturação, o funcionário poderá optar em permanecer na jornada de oito horas, sem ser obrigado a migrar para a jornada de seis horas.

Os funcionários das áreas afetadas pelo fechamento das agências terão prioridade no sistema interno de recrutamento, concorrência e seleção do banco para serem realocados.

Em relação ao plano de aposentadoria incentivada, a Contraf-CUT informou que o banco concordou em cumprir os regulamentos do plano de previdência complementar de cada funcionário.

O tempo que o funcionário trabalhou no banco depois de conquistar o direito à aposentadoria será incorporado às indenizações.

Na reunião, os representantes dos trabalhadores cobraram garantias de que os funcionários que tiverem cargos e funções cortadas sejam mantidos na mesma localidade sem cortes de salário.

A reivindicação também vale para os empregados que ficarem de excedentes em cada agência.

A Contraf-CUT pediu ao Banco do Brasil que a opção para a redução de jornada de seis horas esteja disponível para outros cargos de analista e de assessores, como engenheiros, arquitetos, funcionários da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e subsidiárias como BB Previdência, BB Seguridade, Fundação Banco do Brasil e Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi).

Os sindicalistas pediram ainda ao banco mais transparência e informações detalhadas da quantidade de cargos e pessoas envolvidas em cada unidade afetada pela reestruturação.

Segundo a Contraf-CUT, durante a reestruturação na área de logística do banco há menos de um ano, engenheiros foram obrigados a mudar de cidade e poderiam perder os cargos e terem de mudar de local novamente.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/bb-diz-que-nao-obrigara-funcionarios-a-reduzir-jornada/

Com reestruturação, BB pode economizar até R$ 3 bi em folha

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O presidente do Banco do Brasil (BB), Paulo Caffarelli, afirmou nesta segunda-feira que a reestruturação anunciada ontem à noite pela instituição tem como objetivo prepará-la “para uma nova arena, uma nova realidade”. O banco tem como meta chegar a janeiro de 2019 com 9,5% de capital principal sob Basileia 3, frente aos 9,07% atuais.

As mudanças preveem o fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento, além do encerramento de 31 superintendências regionais. Após os ajustes, o número total de postos e agências cairá de 6.998 para 6.851 unidades. O enxugamento da estrutura administrativa significa cortar cerca de 9 mil vagas.

O BB também lançou um plano de aposentadoria antecipada com foco em um universo de 18 mil funcionários que já são beneficiários do INSS ou já cumprem os requisitos para aposentadorias do sistema público ou da Previ – o fundo de pensão dos empregados do BB. Caso haja a adesão integral, o custo chegará a R$ 2,7 bilhões.

O BB propôs pagar 12 salários a quem entrar no plano, podendo chegar a 15 salários dependendo do tempo de casa. Em programa semelhante no ano passado, o incentivo girava em torno de sete salários, lembrou Caffarelli. O período de adesão vai até 9 de dezembro.

“Temos a expectativa de que tenha uma adesão maior do que no ano passado”, disse o executivo, ressaltando se tratar de um convite. “Não estamos demitindo ninguém.”

Caffarelli lembrou que o BB tem um custo de cerca de R$ 3 bilhões em folha de pagamento, superior ao dos concorrentes.

Segundo ele, a economia a ser obtida no plano de aposentadoria depende do número de adesões. Se 5 mil funcionários entrarem no plano, a economia será de R$ 1,183 bilhões. Com 9 mil adesões, vai a R$ 2,130 bilhões. Se os 18 mil funcionários vislumbrados entrarem no programa, o banco economizará R$ 3,048 bilhões.

O executivo afirmou que ainda não tem estimativa de quanto pode economizar com a redução da jornada de trabalho para seis horas por dia para quem quiser adotar esse modelo.

“Ouso dizer que podemos acomodar tudo isso da melhor forma”, disse.

O vice-presidente de finanças e relações com investidores do BB, José Maurício Pereira Coelho, afirmou que o plano de aposentadorias antecipadas não deve ter impacto na Previ. Isso porque, segundo ele, a fundação já trabalha com a possibilidade de o funcionário se aposentar a partir de 50 anos de idade.

Eficiência 

“Quando se compara o resultado ajustado do Banco do Brasil com o dos nossos pares no primeiro semestre, temos um resultado aquém da média dos grandes bancos”, disse Caffarelli, em entrevista a jornalistas.

Segundo o executivo, o desafio é buscar a eficiência operacional por meio de uma série de medidas, incluindo corte de despesas. “Estamos trabalhando nesse sentido sem contar com nenhum tipo de aporte por meio do Tesouro”, afirmou.

Caffarelli disse que é um trabalho estrutural, voltado para dentro do banco. “Se quisermos continuar crescendo, temos que fazer uma adequação de capital.”

Embora o objetivo seja alcançar os 9,5% de capital principal em janeiro de 2019, Caffarelli disse que, em termos prudenciais, é preciso alcançar esse patamar já em julho do ano que vem.

O trabalho para a melhora da rentabilidade também passa pelos canais digitais que, segundo o presidente do banco, são uma forma eficiente de se relacionar com os clientes. Com a ajuda dos meios eletrônicos, afirmou o executivo, o BB tem conseguido um incremento dos negócios e um aumento de até 40% na rentabilidade individual dos clientes que os utilizam.

Fonte: http://www.valor.com.br/financas/4781969/com-aposentadoria-antecipada-bb-pode-economizar-ate-r-3-bi-em-folha