Bancários se opõem à abertura de agências aos sábados

Publicado em: 28/08/2019

Propagandeada como necessária para a criação de empregos e a desburocratização dos serviços, a Medida Provisória (MP) 881, também chamada de MP da Liberdade Econômica, é mais uma “minirreforma trabalhista”, na avaliação de dirigentes sindicais bancários. Aprovada pelo Senado na semana passada, a MP autoriza, entre outros pontos, a abertura de agências bancárias aos sábados. E isso, afirmam representantes da categoria, fere direitos garantidos na convenção coletiva dos trabalhadores e a lei. A reportagem é da Rede Brasil Atual.

Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco, Ivone Silva, avalia que a MP é também contraditória. Em entrevista ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual, a presidenta destaca o artigo 224 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que permite jornadas de seis horas diárias aos trabalhadores bancários. Dessa forma, mesmo que a Lei 4.178/62, sobre o funcionamento dos bancos, tenha sido revogada pela MP 881, a CLT proíbe a abertura das agências aos sábados.

“Tem uma contradição, porque eles revogaram uma lei, mas a gente tem o artigo da CLT que ainda proíbe, e essa vai ser nossa grande discussão com os bancos, porque nós já dissemos que somos contrários à abertura das agências aos sábados”, ressalta Ivone.

Além de exploração, Ivone acrescenta que a medida piora as condições de trabalho. A presidenta pondera que as novas tecnologias deveriam servir para ajudar, mas, na verdade, elas estão sobrecarregando ainda mais o dia a dia dos trabalhadores, ao invés de otimizar a jornada. “Agora eles falam que o problema é que temos muita burocracia, que devemos tirá-la. E vem novamente um projeto que era para desregulamentar e tornar mais fácil o que eles falam de liberdade econômica. Colocam questões que já foram discutidas e retiradas da reforma trabalhista e piora as leis para os trabalhadores”, contesta.

Na votação da MP 881 no Senado, apesar das polêmicas, os parlamentares retiraram o ponto que previa o fim das restrições de trabalho aos domingos e feriados. No entanto, conservaram partes do texto enviado pelo governo Jair Bolsonaro, como o fim da necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco, a proibição do abuso regulatório, como a criação de regras para a reserva de mercado ou controle de preço. A MP aguarda agora sanção presidencial.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Brasil tem 45 milhões de desbancarizados, aponta pesquisa

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Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revela a existência no Brasil de 45 milhões de desbancarizados, ou seja, brasileiros que não movimentam a conta bancária há mais de seis meses ou que optaram por não ter conta em banco. Isso significa que de cada três brasileiros, um não possui conta bancária. De acordo com a sondagem, esse grupo movimenta anualmente no país mais de R$ 800 bilhões.

Na avaliação do presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a conclusão evidente do levantamento é que o Brasil sairia mais rápido da crise econômica se a bancarização crescesse. “É muito ruim para a economia brasileira. Ficou definido na pesquisa que os bancos que operam no país ainda não falam com uma parcela significativa da população e que muitas dessas pessoas que não têm conta em banco são empreendedores, entre os quais ambulantes e trabalhadores autônomos, que precisariam estar mais inseridos na economia formal.

Meirelles explicou que como essas pessoas não têm acesso ao crédito, precisam esperar até três anos para juntar dinheiro suficiente para comprar uma geladeira, um aparelho celular ou trocar de televisão, por exemplo. Se tivessem acesso ao crédito, poderiam parcelar essas compras de modo a ter hoje esse bem. Segundo ele, isso faz a economia girar. Com essa parcela gigantesca de desbancarizados, Meirelles estimou que a economia brasileira vai demorar ainda um tempo para reaquecer.

Mulheres

Realizada em maio deste ano com 2.150 brasileiros de 16 anos ou mais em 71 cidades do país, a pesquisa mostra que os desbancarizados representam 29% da população adulta do Brasil. Seis em cada dez desbancarizados são mulheres, isto é, a parcela feminina representa 59% do total, contra 41% de homens.

Fonte: Folha de Pernambuco

Avanço de fintechs pressiona bancos a melhorar eficiência

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O impacto da concorrência das fintechs, embora ainda tímido, começa a se tornar visível nos números dos grandes bancos. Do fechamento de agências ao lançamento de plataformas digitais, as maiores instituições financeiras do país deixaram claro, nos últimos dias, que sentem os efeitos dessa nova competição e estão reagindo a ela.

O sinal mais recente veio do Itaú Unibanco. O maior banco do país em ativos fechou 195 agências físicas apenas no segundo trimestre, um ritmo bem mais acelerado do que vinha adotando até então. De março para junho, a instituição reduziu de 99,7 mil para 98,4 mil seu quadro de funcionários, incluindo outros países da América Latina. Essa base vai encolher mais nas próximas semanas, a depender das adesões a um programa de desligamentos voluntários (PDV) anunciado anteontem, elegível para 6,9 mil pessoas. É a primeira iniciativa do tipo adotada pelo banco desde 2009, pouco depois da fusão entre Itaú e Unibanco.

O presidente do Itaú, Candido Bracher, disse que um “incremento na digitalização” tem diminuído o fluxo nas agências físicas – daí a decisão de reduzi-las. O banco tem agora 3,3 mil unidades. “O fechamento de agências tem se dado exclusivamente em razão das necessidades dos clientes”, afirmou.

O Itaú não está sozinho. O Banco do Brasil (BB) anunciou um plano de reorganização interna que resultará no encerramento de 242 agências das 4,7 mil existentes. Esse é o número líquido de um processo de combinará a conversão de agências em postos de atendimento (estrutura mais leve do ponto de vista regulatório), de postos de atendimento em agências e a abertura de unidades voltadas a micro e pequenas empresas. As mudanças levarão a um enxugamento de pouco mais de 2 mil funcionários no quadro do BB, composto por 96,6 mil pessoas.

Os números são pequenos diante da estrutura dessas instituições, mas indicam uma preocupação em aumentar a eficiência num momento em que as fintechs avançam com modelos de negócio bem mais enxutos e atraem investimentos milionários. Somente em julho, três operações relevantes foram fechadas envolvendo novatas do setor. A Creditas, plataforma de crédito com garantia, captou US$ 231 milhões, numa rodada liderada pelo Softbank. O grupo japonês também colocou R$ 1 bilhão numa oferta de R$ 1,25 bilhão em ações do Banco Inter fechada anteontem. O Nubank, por sua vez, levantou US$ 400 milhões numa transação na qual foi avaliado em US$ 10 bilhões.

Diferentemente dos pares, o Bradesco mexeu pouco na sua rede de agências: foram 36 fechamentos desde o início do ano, dos quais 13 entre abril e junho, ficando com pouco menos de 4,6 mil. Porém, o balanço do segundo trimestre deixou evidente o impacto da concorrência em credenciamento de cartões e investimentos, duas das áreas de negócios em que a atuação das fintechs tem sido mais intensa.

O banco aposta em seu gigantismo e na retomada da economia para mitigar o impacto da perda de receita nessas áreas, enquanto avança em sua estratégia de digitalização. “Tudo aqui se resume a ganhar escala, e nós estamos conseguindo ganhar escala”, afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., em teleconferência com analistas na semana passada. “Podemos voltar a crescer em receita de serviços em 2020 com a economia melhor.”

A rede física impõe aos bancos tradicionais um custo que seus competidores digitais não têm – por isso, o grande desafio das instituições financeiras é dosar a velocidade da transição para os novos canais e buscar um equilíbrio entre os mundos físico e digital. “O ritmo da digitalização depende de uma combinação de nossa capacidade [de oferecer novas tecnologias] e da demanda de clientes. Não é algo que está totalmente fora do nosso controle”, afirmou Bracher.

Dados do próprio Itaú ajudam a entender o dilema. As agências digitais são 2,5 vezes mais eficientes que as físicas. Porém, a maior parte dos clientes do banco ainda chega por meio das unidades de tijolo e cimento.

Se olhados apenas os clientes que abrem conta digital ou chegam espontaneamente às agências físicas, a conta se equipara em 70 mil por mês para cada um, segundo Bracher. Mas a maior parte dos novos clientes nas unidades físicas vêm por meio da oferta de serviços de folha de pagamentos para empresas, um filão importante para as instituições financeiras. Por causa desse efeito, o Itaú abriu 1 milhão de contas “físicas” e 205 mil digitais no segundo trimestre deste ano.

Por isso, o fechamento de agências do Itaú nos últimos meses se concentrou onde havia duas unidades próximas. “Não houve redução de cobertura geográfica. É muito importante manter”, disse Bracher. “As agências nos dão capacidade de atender um público diverso, enquanto os bancos puramente digitais costumam ter um público mais homogêneo.”

Para se adequar aos novos tempos, cada banco tem sua estratégia. O Itaú aposta na digitalização de dentro para fora, substituindo os sistemas legados. O banco também criou a plataforma de pagamentos instantâneos “iti”, entrando na competição pelas carteiras digitais. O Bradesco trabalha em duas frentes: abriu o banco digital Next para atrair um público mais jovem e, em paralelo, tenta modernizar a estrutura já existente.

O Santander, mais novo entre os privados, ainda tem um ritmo diferente: abriu 16 agências no segundo trimestre para se interiorizar e avançar no agronegócio. Mas, em outra frente, o presidente do banco, Sergio Rial, disse que quer estabelecê-lo como uma “grande incubadora” de negócios. Até o fim do ano, a instituição planeja lançar uma plataforma digital de crédito com garantia em bens como veículos e imóveis, uma empresa digital para renegociação de dívidas de pessoas físicas, e uma operação digital de seguros de veículos, parceria com a HDI.

Em entrevista a jornalistas na semana passada, Rial afirmou que a oferta de crédito no Brasil tem aumentado com o impulso de novos competidores, “o que é ótimo”. Porém, segundo ele, é importante que os modelos de crédito sejam testados para saber se são efetivamente rentáveis.

Mesmo com a pressão maior da concorrência, os resultados e a rentabilidade dos grandes bancos ainda são crescentes. Juntos, Itaú, Bradesco e Santander lucraram R$ 17,1 bilhões no segundo trimestre, alta anual de 17,85%. “Um modelo de negócios com vários produtos tem essa vantagem. Em alguns momentos, o crédito vai melhor. Em outros, são os serviços”, disse Bracher a analistas.

Fonte: Portal do Cooperativismo Financeiro

Bancos utilizam PDVs para justificar demissão em massa

Publicado em: 15/08/2019

No primeiro semestre de 2019, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os bancos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. De 2013 até agora, houve redução de 62,7 mil postos para a categoria, sendo que 43,4 mil postos foram fechados a partir de 2016.

Dados da Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que, neste período, raras vezes o saldo de postos de trabalho foi positivo.

“A categoria está encolhendo na mesma proporção do aumento dos investimentos em tecnologia feito pelos bancos, assim como da alta dos lucros”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Para a Contraf-CUT, os Planos de Demissões Voluntárias (PDVs) levam a uma drástica redução de postos de trabalho e são demissões em massa disfarçadas. Nos bancos públicos, são resultado de uma política dos governos Temer e Bolsonaro que, na verdade, quer enfraquecer essas instituições e prepará-las para a privatização.

No final de 2016, 9.409 funcionários aderiram ao plano de demissão voluntária do Banco do Brasil. No último trimestre daquele ano, o banco fechou 8.537 vagas e jogou o saldo do emprego bancário, em dezembro daquele ano, para quase 10 mil postos a menos, o pior resultado mensal já registrado para um mês desde o início da Pesquisa de Emprego Bancário, em 2010.

Na CAIXA, por conta dos Programas de Preparação para a Aposentadoria (PPA) e dos Programas de Desligamentos Voluntários (PDV), de 2015 a 2018, o banco fechou 14.369 postos de trabalho. Em março de 2017, o banco fechou 3.039 postos de trabalho. Em agosto do mesmo ano, foram fechadas 2.302 vagas.

Mas não são apenas os bancos públicos que se utilizam dos PDVs para fechar postos de trabalho. Em julho de 2017, o Bradesco lançou um PDV, que se encerrou em setembro daquele ano. O saldo foi o fechamento de 7.400 postos de trabalho no banco.

Novos PDVs

No final de julho de 2019, no mesmo dia em que anunciou um lucro líquido de R$ 13,9 bilhões no primeiro semestre de 2019, o Itaú lançou um PDV, com a meta de adesão de 6.900 bancários. Sem contar que, nos últimos 12 meses, o banco já fechou 983 postos de trabalho.

O banco, no seu relatório do segundo trimestre informou que, “no Brasil, a redução anual do quadro de colaboradores está relacionada ao encerramento de agências físicas”. Em doze meses, foram fechadas 199 agências físicas, sendo 195 no 2º trimestre de 2019 e abertas 36 agências digitais (apenas uma aberta no trimestre).

Já a CAIXA prepara mais um PDV. O banco chegou a lançar o plano, depois cancelou e, em seguida, apenas adiou seu lançamento. Quando o plano foi lançado, o objetivo era reduzir até 3,5 mil empregados que trabalham na matriz e em escritórios regionais do banco.

O Banco do Brasil também estuda um plano de demissões. Em reunião realizada com funcionários no dia 29 de julho, o banco anunciou que serão extintos 2,3 mil postos de trabalho (dotações), em comissão ou não. Para aderir, o bancário deve estar em uma unidade e praça considerada com excesso.

Os sindicatos e a Contraf-CUT não interferem na adesão aos planos de demissão, apenas instruindo os trabalhadores. Isso porque é preciso, antes de decidir, perceber o que é mais vantajoso e levar em conta a dificuldade de conseguir um novo emprego no momento de crise do país.

Sobrecarga

Outro ponto a se destacar é que, com a redução do pessoal, aumenta a sobrecarga de trabalho, a pressão pelo cumprimento de metas e, consequentemente, o adoecimento entre aqueles que continuam nos bancos.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT e Dieese

Quatro maiores bancos do país lucraram R$ 43 bi no primeiro semestre

Publicado em: 14/08/2019

Os principais motivos da alta dos lucros dos bancos no 1º trimestre do ano, segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) são o crescimento das carteiras de crédito e das receitas com essas operações (exceto no Banco do Brasil); a alta no resultado com seguros (Bradesco); a redução das despesas com captação no mercado (exceto BB); a redução das despesas com Provisão para Débitos Duvidosos – PDD (Santander e BB); o controle das despesas com pessoal; o crescimento das receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias; a redução com despesa de operações de empréstimos, cessões e repasses (BB); e a utilização de créditos tributários (BB).

Ativos trilionários

Os ativos somados destes quatro bancos somam R$ 5,4 trilhões, com alta média de 8,7% em relação a junho de 2018. A carteira de crédito total dos três bancos juntos atingiu R$ 2,3 trilhões, com alta de 4,7% no período. Somente a carteira do BB apresentou queda (-0,4%).

No segmento de Pessoa Física, os itens com as maiores altas são empréstimos consignados / crédito pessoal, cartão de crédito e veículos.

Para Pessoa Jurídica, o segmento de micro, pequenas e médias empresas, apresentou variações mais expressivas do que o de grandes empresas.

Com o crescimento das carteiras de crédito dos bancos, as despesas com devedores duvidosos (PDD) tendem a crescer, mas, elas apresentaram queda no Santander (-2,0%) e no BB (-11,6%). No Bradesco, essas despesas tiveram alta em maior proporção do que o crescimento da respectiva carteira (18,5%, enquanto a carteira cresceu 8,7%).

Nas costas dos clientes e dos bancários

Os bancos seguem ganhando com a prestação de serviços e a cobrança de tarifas. No 1º semestre de 2019, um total de R$ 55,8 bilhões saíram dos bolsos dos clientes e foram parar nas contas dos bancos. Em média 5,3% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Essa receita secundária cobre com folga as despesas de pessoal dessas instituições, incluindo-se, nessa conta, o pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR). A cobertura das despesas de pessoal mais PLR por essa receita secundária dos bancos variou entre 115% (no BB) e 198,3% (no Santander – cobrindo quase duas folhas de pagamento). No Itaú, a cobertura foi de 161,0%.

Com relação aos postos de trabalho nos bancos o saldo foi negativo no Itaú e no BB. Nos dois bancos foram fechados 983 e 1.507 postos, respectivamente, em doze meses. No caso do Itaú, o banco aponta que esse saldo negativo se deve ao fechamento de agências no período.

No Santander, foram abertos 904 novos postos de trabalho, enquanto no Bradesco, o saldo foi 1.515 novos postos abertos para atender a ampliação da área de negócios do banco.

Digitalização das agências

Quanto à rede de agências, Santander abriu 40 novas agências em doze meses. No Itaú, por sua vez, foram fechadas 199 agências físicas no mesmo período (195 apenas no segundo trimestre) e abertas 36 agências digitais, as quais já somam 196 unidades. Bradesco e Banco do Brasil fecharam, respectivamente, 119 e 48 unidades, em um ano. O BB já conta com 162 escritórios (agências) digitais, 9 deles foram abertos de junho de 2018 a junho de 2019.

As apostas e os investimentos dos bancos seguem no sentido da priorização pelo atendimento digital. Agências digitais, agências-café (com outros espaços e serviços no mesmo ambiente do atendimento bancário – o que traz grandes preocupações quanto a segurança desses ambientes; além da condição de trabalho/saúde desses bancários), aplicativos para smartphones, inteligência artificial, entre outros.

Fonte: Contraf-CUT, com informações do Dieese

Bancos fecharam mais de 2 mil postos de trabalho no país em 2019, revela pesquisa do Caged

Publicado em: 31/07/2019

A Pesquisa de Empego Bancário (PEB), realizada pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que, no primeiro semestre de 2019, os bancos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. Desde 2013, o saldo acumulado mostra uma redução de 62,7 mil postos na categoria.

Nos seis primeiros meses de 2019, os piores saldos no período foram registrados no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde houve redução de 732, 722 e 274 postos de trabalho respectivamente. No sentido oposto, São Paulo e Pará apresentaram os maiores saldos positivos, com a abertura de 553 e 166 postos respectivamente.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 1.658 postos no período, enquanto a Caixa fechou 489.

Faixa Etária

No semestre, a abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, com criação de 5.286 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a de 50 a 64 anos, com fechamento de 3.213 postos. Na faixa de 30 a 39 anos foram fechados 2.432 e entre 40 e 49 anos o saldo foi de 1.804 postos fechados.

“Os bancos têm lucros exorbitantes que crescem ano após ano. Mesmo assim, continuam aumentando a sobrecarga de trabalho com a demissão de funcionários e aumentando seus lucros, uma vez que demitem aqueles mais velhos, que têm salários mais altos, e recontratam mais jovens, com salários menores”, observou o secretário geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga.

A Contraf-CUT cobra dos bancos a redução do turnover na categoria, com a criação dos centros de realocação e requalificação dos funcionários que são atingidos pelas reestruturações das instituições e alterações no perfil de trabalho da categoria.

Desigualdade entre homens e mulheres

No semestre, os bancos admitiram 7.023 mulheres. A remuneração média delas foi de R$ 3.966,84, o que representa 75,1% da remuneração dos 8.199 homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração é ainda maior entre homens e mulheres que foram desligados dos bancos nos seis primeiros meses de 2019. As 8.438 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.848,43, o que corresponde a 72% da remuneração média dos 8.841 homens desligados dos bancos no período.

“Estes dados mostram que as mulheres são discriminadas pelos bancos desde o início da carreira. Mas, mais do que isso, comprova que elas não têm as mesmas oportunidades de ascensão profissional do que homens, ainda que elas tenham melhor formação. Os homens entram ganhando mais do que as mulheres e, quando saem, estão ganhando mais ainda”, observou a secretária de Mulheres da Contraf-CUT. Elaine Cutis.

“Isso mostra, também, o quanto é importante a conscientização sobre a diversidade nos bancos”, completou Elaine. A Campanha da Diversidade, realizada pela Contraf-CUT com os sindicatos e federações a ela filiados, em parceria com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), faz parte do Censo da Diversidade Bancária e é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2018.

Reflexos da Reforma Trabalhista nos dados do Caged

As demissões sem justa causa representaram 53,9% do total de desligamentos no setor, no 1º semestre de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 34,6%. Entre janeiro e junho foram, ainda, registrados 103 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram dos bancos por essa modalidade apresentaram remuneração média de R$ 11.175,81.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

PDV do Itaú contempla 6,9 mil funcionários, diz Candido Bracher

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O programa de demissão voluntária (PDV) anunciado na segunda-feira, 29, pelo Itaú Unibanco abrange 6,9 mil funcionários, de acordo com o presidente do banco, Candido Bracher. “É difícil projetar. O último PDV fizemos há dez anos. Não temos uma base estatística para saber a taxa de adesão. Só sabemos que o público que pode optar é de cerca de 6,9 mil funcionários”, disse ele, em teleconferência com a imprensa, para comentar os resultados do segundo trimestre, nesta manhã de terça-feira, 30.

Os funcionários do Itaú podem aderir ao PDV entre os dias 1 a 31 de agosto. Ao final de junho, o banco totalizava 98.446 colaboradores.Segundo Bracher, a razão que motivou o banco a capitanear um PDV no cenário atual é o avanço da plataforma digital.

Ele explicou que não se trata de uma redução de funcionários, mas uma oportunidade de otimização do quadro do banco.”O Itaú tem feito diversas iniciativas digitais que têm contribuído para uma menor necessidade de mão de obra. Isso criou oportunidade de redução do quadro”, disse o presidente do Itaú.

Apesar disso, o banco ainda abre mais contas nas agências físicas. Segundo Bracher, por mês o Itaú abre 70 mil contas. Nas agências o número é quase três vezes maior. “Abrimos bem mais que isso nas agências físicas uma vez que todas as contas de folha de pagamento das empresas são abertas nas agências”, afirmou ele, acrescentando que foram abertas 1 milhão de contas nas agências e 205 mil digitais no segundo trimestre.

Após fechar cerca de 200 agências no segundo trimestre, o Itaú Unibanco segue avaliando o encerramento de mais unidades físicas, mas não prevê um número maior no segundo semestre, de acordo com Bracher. O movimento, conforme ele, é uma resposta ao comportamento do cliente da instituição e não há uma meta estabelecida.

“Temos visto o incremento da digitalização. Já abrimos mais de 1 milhão de contas no aplicativo, que passa a ter novas funcionalidades como reconhecimento facial para o financiamento de veículos, serviço de câmbio. Vários produtos têm sido digitalizados, o que tem diminuído a busca da agência pelo cliente”, explicou Bracher.

Sem precisar um número de agências a ser fechado, o presidente do Itaú disse que o banco ainda tem uma “quantidade” de agências muito próximas como resultado das inúmeras fusões que a instituição fez. “Onde temos agências e uma pode comportar o fluxo de clientes da outra, vemos possibilidade de redução. Continuamos avaliando a redução de agências. Não temos projeção para o segundo semestre, mas não será maior”, garantiu Bracher.

Fonte: Jornal DCI

MP da Liberdade Econômica quer bancos abertos aos sábados

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O relatório da Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica autoriza a abertura de agências bancárias aos sábados. Atualmente, este tipo de funcionamento é estritamente proibido.

O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da medida, propõe a revogação de uma lei criada no ano de 1962, que veta o expediente interno e externo de “estabelecimentos de crédito”.

O novo texto foi aprovado em comissão especial no dia 11 de julho, mas a medida já enfrenta resistência de sindicatos de bancários, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

A possibilidade de abertura dos bancos aos sábados vem de uma emenda inserida por Goergen na MP. O parlamentar também defende liberar o trabalho aos domingos e feriados.

Fonte: Renova Mídia

Bancos brasileiros elevam tarifas acima da inflação, aponta pesquisa do IDEC

Publicado em: 24/07/2019

Os maiores bancos do Brasil aplicaram reajuste médio de 14% nas tarifas de serviços nos últimos dois anos, subindo quase o dobro da inflação no mesmo período (7,45%). Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que realizou o estudo com as cinco principais instituições financeiras do País (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander), há reajustes de até 89%, como é o caso do serviço de pagamento de conta no cartão de crédito do Banco do Brasil. Além desse, serviços básicos, como o serviço de saque, no caso do banco Itaú, registrou aumento de 22%.

De acordo com a economista do Idec Ione Amorim, não há motivos explícitos para alta de reajustes. Na realidade, com aumento da oferta bancária a partir do crescimento dos bancos digitais, conhecidos como fintechs, que oferecem taxas menores – em alguns casos, taxa zero -, os serviços dos bancos tradicionais deveriam sinalizar uma redução no preço, indica Ione. O que se viu, porém, foi o contrário.

Por exemplo, os serviços de DOC (transferência de até R$ 4.999,99 de um banco para outro) e TED (transferência a partir de R$ 5 mil de um banco para outro), que são operações caras nos bancos tradicionais – custam entre R$ 10,00 e R$ 20,00 – têm isenção tarifária na maioria dessas operações nos bancos digitais. “Se esses novatos estão dando os serviços com gratuidade, nos bancos tradicionais, esse serviço deveria ser tão caro? Haveria possibilidade de rever esses custos”, diz Ione. “Se não houvesse o crescimento das fintechs, que deu mais concorrência ao setor, o aumento poderia ser ainda maior”, acrescenta a economista do Idec.

O processo de redução da carga operacional no setor bancário brasileiro, que já cortou mais de 2 mil postos de trabalho entre janeiro e maio deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), também indica que as tarifas pagas pelo consumidor final deveriam ser menores.

Também há, segundo Ione, um investimento considerável, em tecnologia por parte das instituições financeiras tradicionais no País, o que deveria fazer reduzir as despesas bancárias de maneira geral.

Na pesquisa do Idec, entre os 20 principais serviços bancários mais utilizados pelos consumidores, também demonstra-se aumentos acima do esperado. Com exceção do Itaú, que reajustou apenas sete das 20 tarifas (35% do total) acima da inflação, todos os outros bancos tiveram mais da metade dos seus serviços reajustados acima da inflação. Nesse caso, foram encontrados reajustes entre 10% e 89%.

Os indicadores, segundo a economista do Idec, explicitam tarifas abusivas e que, de certa forma, influenciam no aumento da inadimplência no Brasil, onde já se encontram mais de 60 milhões de brasileiros, de acordo com dados da Serasa Experian.

Fonte: Jornal do Comércio

Bancos não estão preparados para nova crise, aponta Bloomberg

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As reformas adotadas pelos Estados Unidos após a crise financeira de 2008 deveriam assegurar que os bancos estivessem mais bem preparados para suportar as perdas com os chamados créditos podres. Estão preparados? Em um importante aspecto, nem tanto.

Quando os bancos concedem empréstimos, sabem que alguns deles nunca serão pagos. Para estarem preparados e refletirem melhor o verdadeiro valor dos empréstimos em seus livros, os bancos fazem provisões contra perdas esperadas. Idealmente, essas reservas são a primeira linha de defesa em uma crise, fornecendo um amortecedor antes que as perdas comecem a corroer o capital de um banco.

No entanto, na crise mais recente, o mecanismo não funcionou como deveria. Quando a economia estava em expansão e os níveis de perdas eram baixos, os bancos faziam provisões insuficientes, supondo que as coisas continuariam do mesmo jeito. Por isso, quando os índices de inadimplência dispararam, as instituições financeiras tiveram de correr para elevar as reservas de uma só vez. Esse provisionamento levou a perdas líquidas e corroeu o capital dos bancos precisamente no momento em que mais precisavam dele.

Agora, a economia está longe de uma longa expansão, e sinais de excesso aparecem novamente, desta vez, principalmente em empréstimos corporativos. Diante disso, os bancos estão mais bem preparados?

Embora tenham mais capital, o volume ainda não é suficiente para que enfrentem uma crise grave. E os bancos não parecem estar protegendo esse capital fazendo mais provisões para perdas com empréstimos. Em março, as reservas dos maiores bancos dos EUA (os que contam com mais de US$ 500 bilhões em ativos) respondiam por 1,2% do total de empréstimos. É mais ou menos onde estavam antes de serem atingidos pela última crise.

Os bancos não são inteiramente culpados. No passado, os reguladores castigaram as instituições pelo provisionamento excessivo, alegando que estavam manipulando as reservas para melhorar a aparência dos lucros. As atuais regras contábeis permitem que os bancos aumentem as provisões somente quando as perdas são prováveis ??- o que normalmente significa que os empréstimos já devem estar vencidos há mais de 90 dias. Por isso, caso quisessem estar melhor preparados, poderiam ter problemas.

A boa notícia é que, após anos de análise, as autoridades contábeis estão mudando as regras. A partir do próximo ano, exigirão que os bancos analisem o ciclo, fazendo provisões com base em quanto esperam perder durante a vida útil de suas carteiras de empréstimos. Se os bancos responderem aumentando as provisões, os lucros terão um impacto temporário. Mas todo o sistema será mais resistente quando a próxima crise chegar.

Infelizmente, as organizações que fazem lobby em nome dos bancos estão tentando suspender ou pelo menos atrasar a reforma. Projetos de lei apresentados tanto na Câmara dos Deputados dos EUA quanto no Senado bloqueariam a mudança e exigiriam mais estudos – embora pesquisas mostrem que a alteração funcionaria conforme o planejado e grande parte do mundo já tenha adotado reformas semelhantes.

Esperemos que os parlamentares usem melhor seu tempo e que a nova regra resulte em mais prudência.

Fonte: Infomoney

Maioria dos brasileiros tem, em média, relacionamentos com dois bancos

Publicado em: 17/07/2019

No Brasil, 77% de internautas têm conta em banco. E os chamados bancos digitais já são conhecidos por 78% deles. Esse foi um dos resultados coletados na pesquisa Banking & Fintech Insights, sobre finanças pessoais, realizada pelo Instituto QualiBest.

A pesquisa apurou uma série de dados para entender a relação da população internauta com o sistema bancário, o uso e conhecimento de bancos digitais e tradicionais, principais produtos e serviços consumidos e quais os motivos que ainda levam 23% dos entrevistados a fazer parte da população que não usa nenhum banco.

De acordo com o estudo, cada pessoa em média tem relacionamento com dois bancos. Caixa Econômica Federal é o mais popular entre os internautas bancarizados, mantendo relacionamento com 51% dos entrevistados. Bradesco, Banco do Brasil e Itaú têm relacionamento com 25% dos internautas, Santander com 18% e Nubank aparece com 8%. A facilidade de acesso, tanto presencial quanto virtual, são os principais fatores de escolha de um banco e 65% prefere o canal digital, como internet banking e app do banco, na hora de ser atendido pelos bancos.

Entretanto, 81% dos entrevistados ainda consideram importante a existência de agências físicas. Mesmo assim, apenas 30% dos entrevistados vão a uma agência bancária mais de uma vez ao mês. Esta insegurança com a ausência de agências físicas existe entre aqueles que só ouviram falar sobre os bancos digitais (50%) ou não conhecem bem a categoria. Entre aqueles que declaram conhecer os bancos digitais esse percentual cai para 24%.

“A insegurança com os bancos digitais diminui quando aumenta o conhecimento sobre eles. A ausência de tarifas, praticidade no gerenciamento de contas e a inovação de ser 100% digital são os principais fatores que motivam a abertura de contas em bancos digitais” aponta Daniela Malouf, Diretora-geral do Instituto QualiBest

O investimento preferido dos brasileiros continua sendo a caderneta de poupança, índice que chega a 91% entre entrevistados que investem. Ainda 8% investem no Tesouro Direto e 5% em renda fixa. A motivação para mais da metade dos entrevistados fazer algum investimento é ter uma reserva de emergência. Além disso, 28% investem para comprar um imóvel e 20% para realizar um curso. Um quinto não tem objetivo específico e apenas 14% pensam em destinar o montante para a aposentadoria.

A população de internautas que ainda não utiliza um serviço bancário, de acordo com a pesquisa do Instituto QualiBest, é de 23%. Entre este grupo, 55% estão na faixa dos 18 e 19 anos. Também foi possível identificar a forma como os não bancarizados se relacionam com o dinheiro: 72% usam em espécie em seu dia a dia, 25% têm cartão de crédito e ainda, 71% não se incomodam em não ter conta.

Falta de interesse, nome negativado ou alto custo das tarifas praticadas estão entre os principais motivos para a ausência de relacionamento com um banco. “Para atrair os desbancarizados os bancos vão precisar de tarifas mais baixas, sistema menos burocrático e limites de créditos melhores”. explica Daniela.

A pesquisa quantitativa, virtual, foi realizada com o painel de respondentes do QualiBest entre os dias 28 de novembro de 2018 a 22 de janeiro de 2019. Ao todo foram entrevistados 1.631 homens e mulheres acima de 18 anos em todo o país.

Fonte: Monitor Digital

Bancos brasileiros dão o maior retorno em dividendos desde 2014

Publicado em: 06/06/2019

Os grandes bancos brasileiros registraram o melhor retorno em dividendos (dividend yield, equivalente ao ganho em relação ao valor da ação) desde o segundo trimestre de 2014, aponta levantamento feito pela Economatica.

Além disso, os bancos brasileiros lideram a lista dos bancos com maior retorno no mundo considerando o valor de seus recibos de ações (American Depositary Receipts, ou ADRs) negociados em Nova York. O levantamento considerou todos os bancos da América Latina, Estados Unidos e demais bancos do mundo com ADRs e com ativo total superior a US$ 100 bilhões.

O Brasil é representado nessa lista por quatro bancos, os EUA por 19 instituições e os demais países por 26 casas. Para o levantamento, a Economatica considerou somente uma ação por instituição, a de maior volume financeiro negociada nos últimos 30 dias.

A mediana dos quatro bancos brasileiros no dia 24 de maio de 2019 é de 6,79% de retorno sobre o valor da ação, o mais alto desde 30 de junho de 2014, relativo ao segundo trimestre daquele ano.

Segundo Einar Rivero, autor do estudo, o gráfico demonstra que os bancos brasileiros na mediana sempre tiveram melhor desempenho que a mediana dos bancos dos USA ou dos bancos do mundo com ADR´s negociados em New York.

Nos últimos três trimestres, os bancos dos USA ultrapassam os bancos do mundo. A mediana do “dividend yield” dos bancos americanos no dia 24 de maio de 2019 é de 2,69%. O maior valor registrado no período analisado foi registrado no segundo trimestre de 2017, com 2,70%.

Já os bancos do mundo com ADR´s em NY registraram seu melhor momento no primeiro trimestre de 2017 com 3,96%.

Economatica

Itaú e BB lideram no mundo

A Economatica fez uma lista das 20 ações com melhor retorno em dividendos nos 12 meses fechados em 24 de maio de 2019.

O “dividend yield” de 8,14% sobre o ADR coloca a ação preferencial do Itau Unibanco (ITUB4) na liderança dos 49 bancos da amostra. O segundo melhor desempenho é o da ação ordinária do Banco do Brasil (BBAS3) com 6,95%. Na quarta posição está a unit (recibo de ações) do banco Santander Brasil (SANB11) com 5,34%, a sua controladora na Espanha está na oitava colocação com 4,38%.

O banco Bradesco tem desempenho mais modesto, com a sua ação preferencial (BBDC4) ocupando a 12ª posição, com 3,71% de “dividend yield”.

Entre as 20 ações de grandes bancos com melhor “dividend yield” da América Latina, EUA e bancos do mundo, há seis bancos dos EUA. Brasil e Inglaterra têm quatro representantes, Coréia do Sul e Espanha apresentam duas instituições e Austrália e Holanda têm um banco cada.

Para o levantamento a Economatica calculou o “dividend yield”, ou retorno em dividendos de duas maneiras. No Brasil, os dividendos e juros sobre capital próprio informados à B3 nos últimos 12 meses até 24 de maio de 2019 são somados e divididos pelo preço da ação no dia 24 de maio de 2018, sem ajuste por dividendos e juros sobre capital.

Nos demais países, os dividendos informados às bolsas dos EUA nos últimos 12 meses até 24 de maio de 2019 são divididos pelo preço da ação no dia 24 de maio de 2018, também sem ajuste por dividendos.

Economatica 1

Fonte: Exame

Lei dos 15 minutos continua sendo ignorada pelos bancos de BH

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No último dia 27 de dezembro, terminou o prazo de 90 dias para que os bancos se adequassem à nova legislação municipal que estabelece tempo limite de 15 minutos de espera para atendimento nas agências. Apesar da determinação legal, o desrespeito aos clientes das agências continua.

Quase dois meses após o prazo para adequação dos bancos, e cinco meses após a publicação da lei, a reportagem de O TEMPO visitou algumas agências na praça Sete, em uma das regiões mais movimentadas de Belo Horizonte, e constatou que, em alguns casos, a espera chegou a superar em até três vezes o tempo máximo estabelecido pela lei.

“É brincadeira achar que essa lei vai pegar”, desacreditou a vendedora Eliana Maria Belo. Ela ficou mais de 45 minutos esperando para poder descontar um cheque na agência do Banco do Brasil. “Não vi nenhuma mudança. A mesma enrolação de sempre”, reclamou. Apesar da fila relativamente pequena no banco, apenas dois funcionários faziam o atendimento nos caixas.
“Às vezes somos o segundo da fila, mas a pessoa que está na frente tem um problema grande para resolver e não tem outro funcionário para fazer o atendimento”, disse Eliana. “Quando tenho de sair de casa para ir ao banco, me programo para ficar pelo menos uma hora na agência”, contou a vendedora.

A nova legislação altera dois pontos de uma legislação anterior, de 1998, que já estabelecia o limite de espera em 15 minutos e que nunca foi levada a sério pelos bancos. Pelo novo texto, as agências são obrigadas a aumentar o número de funcionários, caso necessário, para cumprir a meta de tempo de atendimento.

Outra novidade é a que os bancos são obrigados a afixar um cartaz visível, informando sobre a lei, e com os telefones dos órgãos de defesa do consumidor, locais onde o cliente pode reclamar caso a lei seja descumprida. No Banco do Brasil, essa informação estava em uma folha de papel ofício escrita em computador pregada na parede de vidro entre a entrada da agência da área dos caixas. “Nem tinha reparado”, disse Eliane.

A copeira Dayane Gonçalves levou, segundo ela, meia hora para pagar uma fatura na agência do Santander. “Foi até rápido”, disse. “Estou acostumada a esperar até uma hora”. Dayane não sabia da existência da lei. “Tomara que os bancos cumpram, mas eu não acredito muito não”.

A diarista Sueli Souza foi atendida em menos de cinco minutos no Banco Bradesco – “uma raridade”, segundo ela. “Conheço a lei. Quer dizer, já ouvi falar, mas acho que os bancos não cumprem muito bem não”. Na agência, quatro funcionários faziam o atendimento de quem estava na fila do caixa – mesma quantidade de funcionários do Santander.

No Itaú, também na praça Sete, eram cinco caixas e praticamente não havia filas. “A gente nunca sabe o que vai encontrar. Às vezes, chegamos ao banco e não tem fila nenhuma, mas tem vez que ficamos quase uma hora esperando”, disse o office-boy Marcos Souza.

Fonte: Jornal O Tempo

Investimento e despesa dos bancos em tecnologia cresce 3% em 2018, diz Febraban

Publicado em: 08/05/2019

Os bancos brasileiros elevaram em 3% os investimentos e despesas em tecnologia no ano passado, num total de R$ 19,6 bilhões ante 2017, conforme a 27ª edição da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2019, feita em parceria com a Deloitte, anunciada nesta terça-feira, 7. Os gastos voltaram a crescer na contramão dos investimentos que diminuíram no ano passado.

“Isso não quer dizer que os bancos não estão investindo mais. Todo o gasto para melhorar a usabilidade, mão de obra, nuvem entram na linha de despesa. Ou seja, é uma mera classificação contábil, mas que nos dá uma tendência de mercado”, explicou Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da Febraban, em coletiva de imprensa.

Enquanto as despesas dos bancos passaram de R$ 13,2 bilhões em 2017 para R$ 13,9 bilhões em 2018, os investimentos se reduziram de R$ 5,8 bilhões para R$ 5,7 bilhões, nesta ordem. De acordo com Fosse, os bancos seguiram aumentando seus gastos em tecnologia a despeito de um ano impactado pela valorização do dólar e incertezas.

Os gastos e investimentos mais significativos foram destinados a softwares, que totalizaram R$ 10,1 bilhões. Na sequência, vieram hardware, com R$ 6,5 bilhões, e telecom, com R$ 3 bilhões.

Agências

O número de agências bancárias no Brasil entrou numa trajetória de estabilidade no ano passado, com a redução de 200 unidades frente a 2017, segundo a pesquisa. Os bancos contavam com uma rede de 21,6 mil pontos físicos no Brasil em 2018, considerando agências tradicionais, específicas para um determinado público e ainda as digitais.

“Entre os anos de 2016 e 2017, tivemos o impacto da venda de dois bancos, que se refletiu no número de agências no Brasil como resultado da consolidação que ocorreu no segmento”, disse Gustavo Fosse, referindo-se à venda do HSBC para o Bradesco e da operação de varejo do Citi para o Itaú Unibanco.

No geral, a tendência, conforme ele, é de manutenção do número de agências no Brasil, mas uma mudança “muito forte” na característica dos serviços que os clientes procuram nas redes dos bancos.

“O transacional comum diminuiu, mas a agência se manteve. Já o transacional mais complexo como, por exemplo, concessão de crédito e investimento aumentou ou caíram pouco”, explicou Fosse, acrescentando que as agências tendem a assumir o papel de um ambiente para a realização de operações mais estruturadas.

Para o diretor da Febraban, a agência bancária será o que o “cliente quiser”. “O que temos observado é que nos grandes centros as agências têm se tormado um grande ponto para tirar dúvida, operações mais estruturadas e consultoria financeira. Nos centros menores, ainda tem um lado mais operacional”, reforçou ele.

A tendência, segundo Fosse, é de que as agências sejam menos transacionais e mais consultivas, conforme o comportamento dos clientes. Alguns bancos, conforme ele, já oferecem até sala para fechar negócios que não tem nada a ver com transação bancária.

A pesquisa Febraban contou com a participação de 20 bancos, que somados representaram 91% dos ativos bancários do País.

Foto: O Estado de Minas

Bancos, em apenas três meses, fecham mais de 1,6 mil postos de trabalho

Publicado em: 02/05/2019

Somente no primeiro trimestre deste ano, os cinco maiores bancos, Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, fecharam nada menos do que 1.655 postos de trabalho, ou seja, são menos essa quantidade de vagas que passam a não mais existir na categoria bancária. Os mesmos dados da pesquisa mostram que desde 2013 foram 62,3 mil postos que deixaram de existir.

Das 8.454 demissões que houveram no primeiro trimestre de 2019 os banqueiros contrataram apenas 6.799, o que resultou no saldo de 1.655 postos, definitivamente, fechados.

Os banqueiros além de lucrarem com o fechamento de postos de trabalho prejudicando trabalhadores e toda a população em geral, lucram também com as substituições de trabalhadores mais antigos, que possuem um salário um pouco melhor, por trabalhadores novos com salários menores. Um exemplo dessa manobra pode ser visto nos dados comparativos de admitidos e desligados dos bancos múltiplos com carteira comercial (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil) sendo a renda mensal dos demitidos de R$ 6.776,00 e dos admitidos passando a ser o valor de R$ 4.521,00.

Fonte: Causa Operária

Projeto na Câmara determina abertura dos bancos aos sábados e domingos

Publicado em: 01/05/2019

O Projeto de Lei 1043/19 obriga os bancos a abrir as agências aos sábados, das 9 às 14 horas, e aos domingos, das 9 às 13 horas. O texto é de autoria do deputado David Soares (DEM-SP) e tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Soares alega que as agências ficam abertas por pouco tempo e no mesmo horário de trabalho das pessoas, que com isso não conseguem ir ao banco. Com o funcionamento nos finais de semana ele espera resolver esse problema.

O horário de atendimento nas agências bancárias é regulado pelo Banco Central. O horário mínimo de expediente para o público é de cinco horas diárias ininterruptas, com funcionamento obrigatório no período das 12 às 15 horas, horário de Brasília. Não há atendimento ao público aos sábados, domingos e feriados; na segunda e terça-feira de Carnaval; no dia de Corpus Christi, no dia 2 de novembro e no último dia útil do ano.

Proposta semelhante (PL 9075/17) foi apresentada à Câmara na legislatura passada, encerrada em janeiro, mas acabou arquivada.

O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Defesa do Consumidor; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Câmara dos Deputados

Bancos não conseguem dar vazão a imóveis retomados

Publicado em: 17/04/2019

Apesar de terem voltado a acelerar no crédito imobiliário, os bancos ainda têm de resolver uma herança deixada pela crise. As cinco maiores instituições financeiras do país – Banco do Brasil (BB), Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa – fecharam 2018 com nada menos que R$ 18,7 bilhões em bens retomados em garantia de empréstimos inadimplentes. Cerca de 90% do valor se refere a imóveis.

O estoque já vinha em escalada desde 2015, mas voltou a dar um salto no ano passado, quando cresceu 32,3%. Em dois anos, o aumento foi de 78%. Nas levas mais recentes, destaca-se a retomada de imóveis de valor mais baixo, muitos deles ligados ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), operado principalmente pela Caixa.

O tema é um elefante na sala para o setor. Os bens retomados consomem capital dos bancos, que precisam constituir provisões contra perdas com esses ativos – no fim de 2018, as reservas totalizavam R$ 5,8 bilhões. No entanto, com a economia ainda fraca, as instituições não conseguem encontrar compradores para se desfazer dos imóveis rapidamente, nem pretendem fazê-lo. Se inundarem o mercado com uma oferta muito grande, podem minar a recuperação das incorporadoras. As duas maiores do país – MRV e Cyrela – tinham estoque de R$ 13,1 bilhões no fim do ano passado.

Embora não seja um problema novo, os bancos ainda recorrem principalmente a leilões para vender esses bens individualmente, o que limita o alcance das ofertas. Mas aos poucos começam a surgir iniciativas para se desfazer desses ativos em bloco e para melhorar o valor recuperável.

O Bradesco fechou acordo com dois parceiros para lidar com os imóveis recebidos em garantia. Um deles é a Ulbrex Capital, que tem entre os sócios o empresário Claudio Bruni, fundador da BR Properties. A gestora criou fundos para empacotar imóveis retomados pelo banco de incorporadoras inadimplentes. A Ulbrex se encarrega da manutenção, paga IPTU e condomínio e, se necessário, organiza o relançamento dos empreendimentos no mercado.

Os fundos somam R$ 460 milhões e são compostos, em sua maioria, por imóveis residenciais com valor de R$ 200 mil a R$ 400 mil. Há unidades em municípios tão distantes quanto Manaus, Limeira (SP) e Mogi das Cruzes (SP). “Do que entrou, acima de 40% foram vendidos em pouco mais de um ano”, afirma Bruni. “O objetivo é andar rápido.”

O vice-presidente de varejo do Bradesco, Eurico Fabri, disse, numa entrevista concedida no fim do ano passado, que a instituição vinha conseguindo vender os imóveis a 95% do valor de mercado na parceria com a Ulbrex.

O outro parceiro do Bradesco é a Enforce, empresa de recuperação de créditos do BTG Pactual, conforme apurou o Valor. Para ela, o banco tem destinado imóveis retomados de pessoas físicas e considerados “problemáticos”. Entram aí unidades com documentação incompleta ou irregular, moradias invadidas ou ocupadas, entre outras questões.

No fim de 2018, a Enforce já havia assumido R$ 200 milhões em imóveis do Bradesco, e a expectativa era chegar a R$ 1 bilhão. Na parceria, os dois bancos dividem riscos, custos e lucros, e a empresa do BTG entra com a tecnologia de recuperação, segundo fonte a par do negócio. Procurados, Bradesco e Enforce não comentaram o assunto.

Maior banco de crédito habitacional do país, a Caixa também busca soluções para se desfazer de um estoque de 62,9 mil imóveis, dos quais 29,5 mil entraram no balanço ao longo de 2018. Um dos caminhos em estudo é oferecer a investidores institucionais lotes de imóveis com características em comum. Segundo uma fonte do setor, a Caixa planeja fazer um leilão de unidades consideradas complexas – não residenciais ou com algum tipo de problema – que tendem a ser mais atrativas para gestores.

No ano passado, a instituição fez uma tentativa fracassada de leiloar 6 mil imóveis no atacado. Mas o desconto de 30% oferecido pelo banco foi considerado pouco atrativo, e também desagradou os investidores o fato de que foram empacotados em conjunto ativos muito diferentes.

Hoje, o leilão de unidades para pessoas físicas ainda é o principal instrumento usado pela Caixa para se desfazer desses bens, mas o próprio banco reconhece que o canal é insuficiente para um estoque tão grande. “Os editais precisam ser públicos e geralmente são afixados nas agências” afirma o vice-presidente de habitação, Jair Mahl.

Boa parte dos imóveis assumidos pela Caixa veio do MCMV, destinado à população de baixa renda. Encontrar compradores individualmente não é tarefa simples.

O programa habitacional também é a origem de mais de 80% dos 1,9 mil imóveis que o Banco do Brasil tinha no fim do ano passado. “É um público muito sensível a preço”, afirma Gustavo Lellis, executivo da diretoria de suprimentos, infraestrutura e patrimônio.

Com dificuldades para se desfazer desses bens, o BB adotou uma nova política de preços nos leilões, voltados a pessoas físicas. A partir da segunda metade de 2018, os imóveis começaram a ser oferecidos com descontos de até 50%. Antes, a política era vendê-los num patamar próximo ao valor de mercado, mas a adesão era muito baixa. Com a mudança, a expectativa é que haja uma melhora, apesar de o mercado imobiliário ainda não mostrar uma reação tão forte.

O Santander optou pela criação de um canal próprio para vender seus imóveis. O site se assemelha ao de uma imobiliária, e oferece unidades com descontos de 20% a 70% em relação ao preço de mercado. Mais da metade das ofertas se refere a imóveis avaliados em até R$ 250 mil. “O resultado foi muito positivo tanto no compromisso que tínhamos quanto em relação a vendas”, diz Fábio Gusmão, superintendente de patrimônio do banco.

Outra estratégia que as instituições vêm adotando é agir antes de chegar ao ponto de tomar o bem em garantia. De acordo com uma fonte, o Itaú tem procurado se antecipar nas renegociações com clientes quando nota uma deterioração do crédito, tentando evitar que o imóvel vá para o balanço. O banco também começa a fazer vendas de imóveis em bloco a gestoras, enquanto continua promovendo leilões de unidades. Procurado, o Itaú não se manifestou.

Depois de anos em queda, o crédito imobiliário ensaia uma recuperação. Em 2018, a carteira dos cinco grandes bancos cresceu 2,64%, para R$ 645,6 bilhões. A melhora está concentrada nas operações com pessoas físicas. As instituições continuam restritivas no financiamento a incorporadoras.

Apesar da melhora, os bancos continuam retomando um grande volume de imóveis por causa de financiamentos que deixaram de ser pagos anos atrás. O processo de retomada das garantias é lento, o que significa que uma limpeza dessas carteiras também será demorada. “Uma melhora mais forte do mercado depende mais da recuperação da economia que do setor imobiliário”, diz Lellis, do BB.

Fonte: Valor Econômico

Rentabilidade de bancos é a maior em 7 anos e lucro bate recorde, revela BC

Publicado em: 11/04/2019

A rentabilidade dos bancos brasileiros terminou 2018 no maior patamar em sete anos, de acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (11) pelo Banco Central.

O chamado retorno sobre o patrimônio líquido do sistema bancário nacional alcançou 14,8% em dezembro do ano passado. Ao final de 2011 estava em 16,5%.

“Sistema brasileiro não é o mais rentável e nem o menos rentável [do mundo]. Está na média. Está bem próximo dos países emergentes”, afirmou o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Souza.

De acordo com o BC, o sistema bancário manteve a trajetória de aumento da rentabilidade no segundo semestre de 2018, alcançando níveis pré-crise.

“Nos últimos dois anos, os bancos públicos apresentaram um ritmo mais rápido na evolução dos resultados, atingindo níveis de rentabilidade mais próximos aos dos bancos privados”, informou o a instituição, no relatório de estabilidade financeira.

Segundo o BC, o aumento da rentabilidade aconteceu, em 2018, apesar da “redução dos resultados de tesouraria [com títulos públicos], e da estagnação das carteiras de crédito corporativas [empréstimos para empresas]”.

Acrescentou que essa alta da rentabilidade pode ser explicada, principalmente, pela redução das despesas de provisão (recursos que têm de ser apartados por conta de inadimplência) e dos custos de captação (queda da taxa Selic), e, também, pelos ganhos de eficiência operacional.

O Banco Central avaliou, entretanto, que há “perspectiva de estabilização das despesas de provisão e do custo de captação” e, por isso, “a trajetória de aumento da rentabilidade tende a perder força”.

Lucro do sistema financeiro

De acordo com o relatório do BC, o lucro líquido dos bancos somou R$ 98,5 bilhões no ano passado e, com isso, bateu recorde da série histórica, que começa em 1994.

“Em termos nominais, é o maior lucro com certeza”, afirmou o diretor de Fiscalização da instituição, Paulo Souza. Segundo ele, o patrimônio do sistema financeiro está na faixa de R$ 800 bilhões.

O diretor explicou que o aumento do lucro líquido dos bancos, no ano passado, está relacionado com o crescimento da carteira de crédito e, principalmente, “com melhora na redução das despesas de provisão, redução na margem com juros na carteira como um todo”.

“O principal fator é de uma redução de R$ 20 bilhões em despesas com provisão [recursos que têm de ser mantidos em caixa para fazer frente a eventuais perdas com inadimplência]”, concluiu.

No ano passado, o lucro dos maiores bancos do país cresceu. É o caso do Bradesco, do Itaú, do Santander, e do Banco do Brasil.

Juros bancários e lucro do sistema financeiro

O aumento da rentabilidade dos bancos brasileiros acontece em um cenário de juros bancários elevados. Apesar de a taxa básica de juros, a Selic, estar no menor patamar da história (6,5% ao ano), as instituições financeiras ainda cobram taxas elevadas.

Em algumas linhas de crédito, os juros são próximos de 300% ao ano. A redução dos juros bancários é considerada um dos desafios da nova equipe econômica.

Bancos

Dados do BC mostram que os quatro maiores conglomerados bancários do país detinham, no fim de 2017, 78% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país. Essas informações sobre concentração bancária ainda não foram atualizadas para o ano de 2018.

Em fevereiro, durante audiência pública no Senado Federal, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o sistema bancário brasileiro não é mais “concentrado” do que em outras economias desenvolvidas, e acrescentou que os bancos do país também são competitivos.

Para ele, inadimplência (35% do spread), os custos operacionais (25%) e os custos financeiros (25%) têm mais peso, no preço dos serviços oferecidos pelos bancos, do que o lucro dos bancos. O presidente do BC declarou que vai “trabalhar fortemente” para reduzir o “spread” e os juros bancários.

Sistema financeiro robusto

Segundo o relatório de estabilidade financeira, o sistema bancário dispõe de capital robusto, em nível e em qualidade, plenamente aderente às regras de Basileia III (nível de capital próprio para poder continuar emprestando recursos a clientes e financiando projetos) e com capacidade para suportar o crescimento da demanda por crédito.

“Os resultados dos testes de estresse de capital [simulações feitas pelo BC de piora do cenário econômico] seguem confirmando a resiliência do sistema bancário, que se mostra capaz de absorver as perdas estimadas em todos os cenários simulados”, acrescentou a instituição.

De acordo com o BC, pesquisa realizada com instituições financeiras demonstra que o mercado “permanece confiante na robustez e na capacidade de o sistema financeiro absorver choques, porém mantém elevada a preocupação com os riscos relacionados ao cenário internacional e à aprovação das medidas necessárias para o equilíbrio fiscal”.

Fonte: Portal G1

Bancos limitam bitcoin, e corretoras esperam decisão do Cade há quase um ano

Publicado em: 03/04/2019

Já se arrasta há quase um ano uma disputa entre bancos e empresas que movimentam criptomoedas, como o bitcoin. A decisão sobre o caso está com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que só deve se pronunciar em maio. Os bancos fecharam unilateralmente as contas correntes de diversas corretoras, impedindo o acesso delas ao sistema financeiro -o que afeta também os clientes.

A ABCB (Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain) fez uma reclamação ao órgão em junho do ano passado pedindo que os bancos sejam proibidos de fechar ou de não aceitar a abertura de contas de corretoras e empresas que movimentam criptomoedas.

“A previsão inicial era que o Cade se pronunciasse até 18 de março. Mas o órgão pediu mais tempo para analisar o caso devido ao grande volume de informações anexadas ao pedido. A nova previsão é até 18 de maio. Estamos confiantes de que o Cade aceitará nosso pedido e abrirá um processo para punir o cerceamento da concorrência”, disse Fernando Furlan, presidente da ABCB e que já ocupou a presidência do Cade.

Decisão dos bancos é abusiva, diz associação

Segundo Furlan, a decisão dos bancos de não aceitar contas de corretoras e outras empresas que movimentam criptomoedas é abusiva, uma vez que as empresas precisam ter acesso ao sistema financeiro tradicional. Tal decisão tem prejudicado a expansão desse segmento, que apresenta potencial de concorrer com as instituições financeiras em alguns segmentos, como nos serviços de meio de pagamentos.

“Somos concorrentes e também somos usuários do sistema bancário. Os bancos não podem agir unilateralmente. Eles alegam que não é possível garantir que não há lavagem de dinheiro [envolvendo criptomoedas]. Entretanto, não apresentaram nenhum caso concreto [de corretora que serviu como meio para essa prática]”, disse Furlan.

“Outro argumento é que o faturamento das empresas não é compatível com o volume movimentado. Isso é óbvio. As corretoras movimentam recursos de terceiros, seus clientes. E o fato de uma empresa ter movimentações que aparentemente fogem ao padrão não significa que há coisa errada”, afirmou.

Mapeamento do setor

A ABCB, em conjunto com a ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia), entidade que reúne principalmente as grandes corretoras de criptomoedas do país, está preparando uma espécie de mapeamento do setor no Brasil.
“A ideia é fazer um raio-x do mercado. Descobrir quantas empresas trabalham com criptomoedas, quais são, qual o faturamento médio”, disse Pedro Damasceno, diretor de operações da ABCB.

“Queremos usar esses dados para mostrar ao IBGE a relevância do setor para que o instituto crie um CNAE específico para as empresas que operam criptomoedas. Hoje essas empresas estão classificadas em CNAEs diversos, como prestadoras de serviços de tecnologia ou de serviços financeiros”, afirmou Damasceno.

A criação de CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) é de responsabilidade da Concla (Comissão Nacional de Classificação), órgão ligado ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Aproximação de associações

A criação de duas entidades de representação de empresas de criptomoedas, quase simultaneamente, chegou a ser vista pelo mercado como um sinal de racha dentro do setor. No entanto, Furlan negou que tenham ocorrido desavenças e disse que as duas entidades já estudam unir forças no futuro.

“Já criamos um comitê de aproximação com representantes da ABCB e da ABCripto. [Uma eventual fusão das duas entidades] é uma questão de tempo. Temos interesses convergentes.”

Frente Parlamentar

A ABCB está tentando acelerar o processo de regulamentação das criptomoedas no Brasil. Para isso, a entidade está apoiando a formação de uma frente parlamentar no Congresso com a finalidade de criar uma lei que trate do segmento. Entres os integrantes da frente estão os deputados Daniel Coelho (PPS-PE) e Mariana Carvalho (PSDB-RO) e o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL).

Uma das principais dificuldades para expansão do segmento de criptomoedas no Brasil é justamente a falta de uma regulamentação específica. Tanto o Banco Central (BC) como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) têm acompanhado as discussões de outros órgãos reguladores no exterior sobre o tema.

Ambos os órgãos regulatórios alertaram os investidores sobre a especulação envolvendo criptomoedas, mas ainda não definiram uma posição formal sobre as negociações de moedas digitais no país. A CVM deu permissão apenas para fundos realizarem investimento indireto em criptomoedas no exterior. A compra de bitcoins por fundos de investimento no Brasil segue proibida.

O único órgão governamental que sinalizou fiscalizar as negociações envolvendo criptomoedas no Brasil foi a Receita Federal. Porém, o objetivo do Fisco é cobrar Imposto de Renda sobre os eventuais ganhos de capital dos investidores e coibir eventual prática de lavagem de dinheiro. Anunciada há cerca de seis meses, a norma que trataria dessa fiscalização ainda não foi publicada pela Receita até o momento.

Estima-se que o número de investidores em criptomoedas no Brasil esteja na casa de 1 milhão de pessoas, número superior ao número de investidores de ações na Bolsa de Valores (cerca de 800 mil).

Fonte: UOL

Bancos não vão gerir regime de capitalização se for aprovado, diz Guedes

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que os bancos não serão responsáveis por gerir o regime de capitalização da Previdência, se ele for aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo ele, os fundos de pensão, ou instituições semelhantes, serão os gestores desses recursos.

“Falou-se muito em bancos. O princípio inicial é que não são os bancos que vão gerir esse sistema. Não foram os bancos no Chile, e não serão aqui. Serão os fundos de pensão. Lá fora, houve a desculpa de não deixar banco quebrar, garantir os pagamentos de depositantes menores, porque geria recurso público. E usaram dinheiro de imposto para salvar esses bancos”, disse.

Guedes afirmou que os bancos brasileiros não se esconderão atrás dessa desculpa. Ele afirmou que as indústrias de capitalização e financeira são separadas. “Quem joga em uma liga não joga em outra. Se houver um sistema de capitalização, ele não estará nos bancos”, afirmou.

Fonte: UOL

Bancos acumulam saldo negativo de contratações em 2019, aponta pesquisa do Caged

Publicado em: 27/03/2019

Após criar apenas seis postos de trabalho em janeiro, número risível para o setor mais lucrativo da economia, os bancos brasileiros engataram a marcha ré em fevereiro ao cortarem 415 empregos, acumulando assim saldo negativo de 409 vagas nos dois primeiros meses do ano. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), compilados pelo Ministério da Economia.

Em 2018, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander lucraram R$ 73,2 bilhões, aumento de 12,8% em relação a 2017. A Caixa, que completa o grupo dos cinco maiores bancos do país, ainda não divulgou seu resultado do ano passado.

“Os bancos, com seus lucros sempre crescentes, pouco importando a situação econômica enfrentada pelo país, insistem em não gerar empregos para reduzir nosso alarmante índice de desemprego. Contribuir para a geração de empregos é uma contrapartida fundamental dos bancos para com a sociedade. Além disso, aumentar o número de contratações atenuaria a imensa sobrecarga de trabalho a qual os bancários estão submetidos e, por consequência, proporcionaria um atendimento melhor à população. Os bancos podem e devem contratar mais”, avalia a diretora de Imprensa e Comunicação do Sindicato, Marta Soares.

Em dezembro de 2017, de acordo com as demonstrações contábeis das próprias instituições, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander tinham em média 820 clientes por empregado. Um ano depois, essa relação aumentou 3,3%, para 847 clientes por empregado.

Rotatividade

Além de cortar postos de trabalho, os bancos continuam utilizando como forma de cortar custos e maximizar lucros.a rotatividade, que consiste em demitir bancários que ganham mais e contratar funcionários com salários mais baixos. Em fevereiro, o salário médio dos desligados dos bancos equivalia a R$ 6.927, enquanto a remuneração média dos admitidos corresponde a R$ 4.185. Ou seja, novos funcionários foram contratados ganhando 40% menos do que os que deixaram o setor.

“O bancário cumpre metas, se qualifica e cresce na carreira. Ao invés de ter seu esforço e experiência valorizados, o banco o demite para cortar os salários mais altos. É esse tipo de meritocracia tão defendida pelo setor?”, questiona Marta.

Desigualdade de gênero

Os dados do Caged também revelam que a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda persiste no setor financeiro. Em fevereiro, as mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 3.602, enquanto os homens admitidos receberam em média R$ 4.662. As demitidas ganhavam em média R$ 5.411, bem menos do que os dispensados (R$ 8.526).

“Apesar de mais escolarizadas que os homens no setor, bancárias ganham salários menores e possuem maior dificuldade para subir na carreira. Infelizmente, o machismo ainda persiste no setor bancário”, diz a diretora do Sindicato.

Na Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2018, a categoria conquistou a realização de novo Censo da Diversidade, que deve iniciar este ano e será . O censo é uma ferramenta fundamental no combate às desigualdades de gênero e raça no setor bancário e na promoção de políticas de igualdade de oportunidades para mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e negros.

“O objetivo é que o censo não apenas trace um perfil da categoria, mas seja aplicado como um instrumento de transformação contra a violência e a discriminação que se perpetuam na sociedade e também muitas vezes são constatadas no setor bancário na forma de assédio sexual e moral”, explicou a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

A Fenaban também aceitou a proposta da criação do Agente da Diversidade, que será constitúido por um representante em cada local de trabalho responsável por promover os debates sobre diversidade.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Inovação tecnológica reduz custos de bancos, diz presidente do Banco Central

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A inovação tecnológica tem levado os bancos a digitalizar serviços, reduzindo os custos, e a simplificar o acesso ao mercado e à informação, disse hoje (27), em Brasília, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, na abertura LiftDay, evento realizado pela autarquia em parceria com a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac).

A promoção é resultado do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift), criado para incentivar inovações em tecnologia da informação ligadas ao Sistema Financeiro Nacional.

Campos Neto destacou que o processo de inovação tecnológica se intensificou nos últimos anos devido ao aumento da capacidade de processamento, armazenamento, organização e interpretação da informação e uso de dados.

“Como toda a evolução tem os riscos associados. Para o montante de informação que temos na rede, ainda se fala pouco em cibersecurity [segurança da informação] ”, disse.

Segundo Campos Neto, vários projetos do Lift tratam da questão da segurança da informação.

Propostas válidas

Na primeira chamada de projetos do Lift, ocorrida em maio de 2018, o BC recebeu 79 propostas válidas e 18 delas foram selecionadas.

Dessas, 12 concluíram projetos relacionados a plataforma descentralizada para registro de direitos creditórios, sistema de pagamentos instantâneos, uso de inteligência artificial para configurar o perfil adequado para tomada de crédito, plataforma para obtenção de crédito rural com consulta a diferentes ofertas no celular pelo produtor; plataforma de detecção de fraudes; sistema de auxílio a jovens a partir de 10 anos no desenvolvimento de habilidades de sustentabilidade financeira; plataforma de integração entre usuários e fintechs [empresas de inovação no mercado financeiro]; iniciativa para oferecer empréstimos pessoais garantidos por ativos financeiros ou valores mobiliários; plataforma para gestão centralizada dos processos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); autenticação de pagamentos e serviços financeiros utilizando reconhecimento facial e algoritmos de inteligência artificial; e sistema de transferência de valores.

A próxima edição do Lift terá inscrições abertas entre 2 de abril e 31 de maio, através do site

Fonte: Agência Brasil

Bancos oferecerão crediário no cartão de crédito como alternativa às compras parceladas

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Os bancos passarão a oferecer uma nova linha de parcelamento no cartão de crédito. A intenção é substituir o crediário sem juros praticado pelos lojistas, a prazos mais longos. As compras no débito e à vista no crédito continuarão disponíveis, mas o novo crediário – com juros – será oferecido como uma alternativa às compras parceladas nas lojas.

O consumidor que optar pela modalidade terá três opções de parcelamento no momento da compra e poderá escolher a mais vantajosa pelas próprias “maquininhas”.

Será possível simular as taxas e prazos do crédito por meio dos equipamentos, de acordo com a Abecs, entidade que representa os emissores de cartões e ajudou a idealizar a implantação da linha.

As prestações do crediário costumam variar de duas a 12 vezes, dependendo do varejista. Hoje, há um prazo de 30 dias para o lojista receber o pagamento das compras no crédito, parceladas ou não. Pela nova modalidade, o lojista receberá os recursos da compra de forma antecipada, em até 5 dias. O risco da operação ficará com o emissor do cartão.

Para o presidente da Abecs, Pedro Coutinho, uma das expectativas é que o consumidor consiga negociar um desconto com o varejista, já que ele vai receber antes o valor total da compra.

Condições

Segundo a Abecs, os juros e os limites do crediário no cartão serão definidos por cada instituição financeira, de acordo com o perfil de risco do consumidor. Quatro bancos já aderiram a modalidade: Bradesco, Itaú, Santander e Votorantim. Nubank não vai participar.

Cielo, Gerber e Rede são as três credenciadoras que já implementaram o produto. Na Cielo, a habilitação estará completa até maio.

Bancos

O Itaú informou que as parcelas poderão chegar a 24, mas não informou a taxa de juros. A linha já está disponível, mas vai depender da habilitação nas máquinas.

O Bradesco informou que os clientes já podem utilizar as novas linhas desde fevereiro, com taxas entre 0,99% até 3,99%, de acordo com o perfil do cliente. O prazo vai de 2 a 24 vezes. O banco estabeleceu um valor mínimo de R$ 20 para o crediário no cartão e de R$ 10 no valor da parcela.

O Santander afirmou que vai oferecer o crediário a partir de 1º de abril, com taxa inicial de juros de 1,99% e prazo de até 36 meses.

O Banco do Brasil informou que vai oferecer o crediário a partir de 4 abril, com prazo de até 24 meses. As taxas de juros ainda não foram informadas.

Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o serviço é uma alternativa a mais para os empresários.

“Cabe aos lojistas verificar se o serviço é vantajoso, de acordo com as necessidades específicas de cada um e dentro das várias opções de crédito que eles têm. Nossa única preocupação é de que o novo serviço resulte em aumento da concentração das operações de cartão de crédito, um mercado que já é muito concentrado”, declarou a entidade por nota.

Fonte: G1

BNDES libera R$ 320 milhões para grupo dos bancos Itaú, Bradesco e Santander

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Coluna Painel S.A., na edição desta quarta-feira (27) da Folha de S.Paulo, revela que sob a batuta do governo Jair Bolsonaro (PSL), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou cerca de R$ 320 milhões ao Quod, novo birô de crédito que reúne os cinco maiores bancos do país — Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil.

O recurso servirá para implantar uma plataforma tecnológica. É um financiamento à modernização de uma empresa que quer investir em inovação, diz o BNDES.

Segundo a reportagem, a empresa reunirá dados de bons e maus pagadores e se beneficiará da nova lei do cadastro positivo, que aguarda sanção presidencial, competindo com Boa Vista SCPC, Serasa e SPC Brasil.

Fonte: Revista Fórum

Secretário da Justiça do Paraná determina multas a bancos que lesam consumidores

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O Secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, determinou nesta terça-feira (26) que bancos e instituições financeiras sejam multados pelo Procon-PR em razão de reclamações apresentadas pelos consumidores. As multas aplicadas aos Bancos Bradesco, Itaú e Santander chegam ao valor de aproximadamente R$ 350 mil no período de janeiro a março de 2019.

A aplicação da sanção de multa aos fornecedores que desrespeitam a lei, diz Leprevost, demonstra o comprometimento do Procon com o consumidor. “Trabalhamos incansavelmente para resolver os problemas dos consumidores pelos canais preliminares de solução de conflitos e este é o nosso dever. E quando o fornecedor recusa o acordo ou a solução do problema, se sujeita a aplicação das sanções previstas na lei”, disse.

Os principais problemas que geraram a aplicação das multas são referentes a cobranças indevidas e prestação de serviços sem solicitação, além de cobranças abusivas. Ainda de acordo com Leprevost, “as empresas foram notificadas, sendo assegurada a ampla defesa e o contraditório, mas como os recursos apresentados pelos bancos nos processos administrativos não foram acatados, as multas aplicadas foram mantidas”.

“Os valores resultantes das multas são destinados ao Fundo Estadual de Defesa ao Consumidor (Fecon) e revertidos em benefícios para os consumidores, como a produção de material de orientação e conscientização”, explica a diretora do Procon-PR, Claudia Silvano.

ATENDIMENTOS

O Procon-PR oferece ao consumidor diversas formas de atendimento: a Simples Consulta, que tem como objetivo o esclarecimento de dúvidas na compra de produtos ou contratação de serviços; a CIP (Carta de Informações Preliminares), que demanda uma intervenção do órgão para solucionar de forma rápida as reclamações apresentadas pelos consumidores (no prazo médio de 10 dias); e o Processo Administrativo, que requer a realização de uma audiência de conciliação entre as partes e sujeita o fornecedor às sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor.

Para reclamações, o caminho mais fácil é acessar a plataforma online www.consumidor.gov.br, também disponível em aplicativo gratuito para Android e iOS.

Mais informações sobre os Direitos do Consumidor estão no site www.procon.pr.gov.br.

Fonte: Dease

Banco puxa Ibovespa ao vermelho, mas Petrobras e Vale aliviam perda

Publicado em: 15/02/2019

O Ibovespa teve uma sessão marcada por verdadeira instabilidade. Em dia de vencimento de opções sobre o índice, os investidores que apostam contra e a favor da bolsa cravaram uma queda de braço nos preços, o que fez o índice tentar uma aproximação dos 97 mil pontos e voltar aos 95 mil pontos em uma única sessão.

No fim do dia, o Ibovespa caiu 0,34%, aos 95.842 pontos. Ao longo do pregão, o índice chegou a cair 0,81%, aos 95.389 pontos. Na máxima, atingida pela manhã, o Ibovespa subiu 0,66%, aos 96.804 pontos. O giro totalizou importantes R$ 15,4 bilhões, em um movimento que ganhou tração justamente após as 15h, horário em que os preços do exercício de opções são definidos.

O vencimento de opções do índice fez com que corretoras grandes movimentassem grandes lotes de ações, acima do negociado nos últimos dias — e os bancos foram o pivô desse movimento. A disputa entre os que apostam a favor e contra a bolsa cresceu nesses papéis porque, por serem líquidos, eles ajudam os investidores a balizar o Ibovespa e colocá-lo no patamar mais adequado a cada posição montada na renda variável.

“Os vendidos [que apostam na queda] tentam ‘travar’ o índice e impedir maiores baixas, enquanto os comprados [que apostam na alta] querem trazer o preço mais para cima. É uma dinâmica que existe sempre na bolsa, mas costuma crescer em dias de vencimento para que o investidor possa conseguir exercer suas opções”, diz um operador.

No setor bancário, Bradesco ON encerrou em baixa de 0,84%, enquanto Bradesco PN caiu 1,55%. Já Itaú Unibanco PN recuou 2,28%, ao passo que Banco do Brasil ON cedeu 2,27%.

Já as empresas mais ligadas ao ambiente internacional ajudaram o Ibovespa a não aprofundar as baixas. No caso da Vale e da Petrobras, por exemplo, houve ganho de tração depois da abertura positiva das bolsas americanas, que deu fôlego à negociação de ativos de renda variável globalmente e garantiu fluxo aos emergentes.

A Vale ON subiu 2,69%. A Petrobras ON ganhou 2,37%, enquanto a PN da estatal avançou 1,28%. No caso da petroleira, o fato de a ON, preferida no geral pelos investidores estrangeiros, ter subido mais do que a PN, muito negociada por fundos locais, é um indício do efeito que o exterior teve hoje no mercado local.

Já em relação à Vale, os investidores também operam as ações de olho no nível de desconto do papel, sobretudo após as intensas perdas das duas últimas semanas. A ação tem tentado respeitar os fundamentos da companhia e encontrar um ponto de equilíbrio, depois de sucessivas quedas por causa do rompimento da barragem da empresa em Brumadinho (MG). Os investidores ponderam, de um lado, a capacidade produtiva da mineradora e, de outro, os efeitos da tragédia para as operações da empresa.

Outro pano de fundo dos negócios é a expectativa quanto à reforma da Previdência. Relatos nas mesas de operação mostram que os investidores seguem confiantes de que a reforma sairá, mas ainda há dúvidas de qual será a idade mínima para liberação das aposentadorias. De um lado, o mercado confia que o ministro da Economia, Paulo Guedes, lutará por um ajuste mais agressivo, enquanto o presidente Jair Bolsonaro sinaliza idades diferentes para homens e mulheres. A saída do presidente do hospital hoje reforça o debate e mantém o tema como prioridade das agendas.

Na cena corporativa, a BRF ON ficou entre os destaques negativos da sessão, em queda de 3,22%. A detecção de um tipo de bactéria salmonela levou a companhia a anunciar um recall de lotes de carne de frango in natura produzidos, entre outubro e novembro de 2018, no abatedouro de Dourados (MS).

A CCR ON, por sua vez, até tentou aliviar as perdas, mas também voltou para as maiores baixas do Ibovespa, ao ceder 3,10%. Os investidores repercutem a notícia de que a empresa superfaturou contratos de prestação de serviço com construtoras em 2012 em aproximadamente R$ 13 milhões, a valores de hoje, para abastecer esquema de caixa dois. A informação consta em depoimentos de ex-executivos da companhia ao Ministério Público Federal de São Paulo aos quais o Valor teve acesso.

Fonte: Valor Econômico

Bancos brasileiros são destaque entre grandes bancos do mundo

Publicado em: 13/02/2019

As ações dos bancos brasileiros foram destaque em janeiro. Um levantamento realizado pela Economatica, provedora de informações financeiras, apontou que entre as 20 ações de bancos com melhor desempenho no mês passado, oito são de brasileiros.

As ações ordinárias do Bradesco, BBDC3, registravam a maior valorização no período, de 26,26%, seguida pela ação preferencial (BBDC4) do banco com valorização de 24,31%. Com o desempenho dos papéis, o Bradesco fechou o mês sendo avaliado em US$ 78,3 bilhões, ou seja R$ 286,1 bilhões.

As ações preferenciais do Santander (SANB4) têm o terceiro melhor desempenho no ranking, com valorização de 24,24% em janeiro. As units ocupam a quinta colocação, com 22,74% e na sequência estão as ações ordinárias, com 21,45%.

O Banco do Brasil aparece na sétima colocação, com desempenho de 18,36% e os papéis do Itaú Unibanco ocupam a 10ª e 11ª posição.

Confira a tabela abaixo. A análise foi efetuada no mês de janeiro com os preços em dólares para ter uma mesma base comparativa.

TAbela

Fonte: Exame

De cada R$ 10 depositados no Brasil, R$ 8,50 ficam em cinco bancos

Publicado em: 06/02/2019

A concentração bancária no Brasil é tão grande que os cinco maiores bancos reuniam 85% de todos os depósitos em 2017, segundo os últimos dados disponíveis no BC (Banco Central). Isso quer dizer que, de cada R$ 10 depositados, R$ 8,50 estavam sob guarda de Caixa Econômica Federal, BB (Banco do Brasil), Itaú Unibanco, Santander e Bradesco.

O economista João Augusto Salles, especialista em bancos na consultoria Lopes Filho, afirmou que desde a fusão que criou o Itaú Unibanco, em 2008, o nível de concentração bancária aumentou no Brasil, com outras operações semelhantes. Em 2009, o BB comprou 49,9% do Banco Votorantim e a Caixa parte do Pan. Em 2015, o Bradesco arrematou o HSBC. No ano seguinte, o Itaú adquiriu a operação de varejo do Citibank no País.

“Esse fenômeno que aconteceu não é favorável para o consumidor, mas é para o acionista do banco. Depois de todo esse processo e com a queda da taxa básica de juros (Selic), vemos que os spreads não diminuem significativamente. Eles continuam altos. O custo de captação diminuiu, mas não foi repassado para o consumidor”, disse. O spread é a diferença entre os juros que os bancos pagam quando o cliente investe o dinheiro e os juros que cobram quando é feito um empréstimo.

Salles afirmou que os juros permanecem altos diante do processo de consolidação do setor. Segundo ele, as instituições financeiras cobram juros altos para manter o nível de rentabilidade elevado.

“Em paralelo ao processo de concentração, vemos outro fenômeno, chamado de verticalização. Alguns bancos, por exemplo, estão em todos os elos da cadeia de meios de pagamentos. São donos de credenciadoras, bandeiras e emitem os cartões. Isso eleva custos”, disse.

Em dezembro, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a instauração de um processo para apurar eventuais práticas prejudiciais à competição no mercado financeiro e de meios de pagamento.

A decisão foi tomada após a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovar um relatório com recomendações ao Cade e ao Banco Central para reduzir o spread bancário. Para o economista, o aumento da concorrência só virá com o avanço das fintechs.

Entretanto, ele declarou que isso não deve ocorrer no curto prazo. “O cenário para o consumidor em 2019 não é favorável, mas sim para os bancos”, afirmou.

O economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Rubens Sardenberg, afirmou que a concentração bancária no Brasil não significa menor competição. Segundo ele, dois componentes explicam o domínio de cinco bancos

O primeiro é que a indústria bancária exige um volume considerável de capital. “Depois da crise de 2008 houve uma tendência de concentração, com a mudança de regulação, que exigiu mais capital”, disse.

O segundo ponto é que duas das maiores instituições financeiras do País são públicas. “Quando os bancos públicos saem da conta, o nível de concentração é menor”, disse. O economista ainda afirmou que os juros levam em conta os custos de intermediação financeira. São despesas com inadimplência, depósitos compulsórios, custos regulatórios e outros.

Ele ainda afirmou que o debate sobre verticalização compete aos reguladores. “Isso não é um problema, desde que se assegurem as condições de concorrência. Tem havido um ingresso significativo de novas empresas nesse segmento. Essas questões devem ser debatidas pelos reguladores”, declarou.

Para Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, a concentração bancária é uma realidade global, mas tem peculiaridades no Brasil. Uma delas é a burocracia. “Para um investidor estrangeiro abrir um banco no Brasil, ele precisa de autorização do presidente da República. Isso deveria ser competência exclusiva do BC”, disse. Outro problema é a falta de segurança jurídica. Ele declarou que os empresários têm medo de investir no Brasil pela complexidade jurídica e tributária. “Isso encarece demais a operação. Com isso, temos menos bancos interessados em operar aqui”, disse.

Com a concentração elevada, Rocha declarou que é natural que haja a verticalização em outros segmentos dos quais os bancos participam. “Eles buscam receitas em todos os segmentos. O de meios de pagamento é um deles”, disse.

O economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do BC, afirmou que é papel do regulador do sistema financeiro (o BC) monitorar e coibir supostas práticas que desestimulem a concorrência no Brasil. Ele declarou que o BC;tem feito um bom trabalho, por meio da Agenda BC+, para tentar reduzir os juros e estimular a competição bancária.

“Existem barreiras de entrada no Brasil para que novos entrantes cheguem ao mercado. E há enormes custos envolvidos. Mas tanto o BC quanto o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] acompanham com cuidado e investigam qualquer indício de práticas anticoncorrenciais”, afirmou.

Fonte: O Sul

Artigo: Na velocidade da inovação, como serão os bancos em de dez anos?

Publicado em: 31/01/2019

Mário Dias*

A indústria financeira vem mudando a passos largos e todos os dias surgem mudanças. No passado, uma das métricas para um banco ser considerado importante era a quantidade de agências – esse fator era tão relevante que o gerente era uma das pessoas mais influentes na cidade. Hoje, em função dos diversos canais de relacionamento com os bancos, não é preciso mais ir às agências físicas e, consequentemente, nem sabemos quem é nosso gestor.

A dinâmica de relacionamento com os bancos muda drasticamente a uma velocidade incrível. Como então manter uma relação pessoal com os clientes? E a presencial? Um dos caminhos que os bancos estão implementando foi debatido em painéis no CIAB 2018. Grandes instituições estão transformando diversas agências em uma espécie de “Starbucks”, com wi-fi e espaço para coworking, além de manter também locais para consultoria, com atendimento presencial personalizado focado em alguns segmentos de clientes.

Claro, em uma análise fria, com a velocidade da tecnologia e de novos entrantes em serviços financeiros, isso seria inevitável, até por sobrevivência. No Brasil, os grandes bancos estão em sintonia com as iniciativas da indústria financeira. Cada um ao seu jeito, mas na mesma direção, atentos a empreendedores que repensam a forma como o mundo se relaciona com as pessoas e negócios, fomentando todo esse ecossistema de inovação.

Somadas a essas iniciativas, outros movimentos, como o open banking e blockchain, já são realidade no mundo e ganham muita força no Brasil. Penso que não são apenas novas tecnologias, inovações e processos disruptivos, mas conceitos de relacionamento bancário com novos modelos de negócios e novas fontes de receita para os bancos.

Agora, o Sandbox chega como uma nova onda oriunda da Europa, tornando o open banking não apenas a única iniciativa promissora para as fintechs. Guilherme Horn, figura proeminente no ambiente de fintechs, analisa o instituto do Sandbox no contexto de Singapura e do Reino Unido e atesta: “é um ambiente que vai permitir que startups, ou até mesmo instituições financeiras, possam oferecer seus produtos e serviços, por um período limitado, sem as restrições impostas pela regulamentação vigente.”

Os bancos estão se preparando para os centennials que já representam 32% da população brasileira e 35% da global, como revela o relatório da Kantar de outubro de 2018, Centennials aos 21, que também afirma: “Marcas que não conseguirem se conectar com os valores, crenças e expectativas dos centennials terão sérias dificuldades em crescer”. O estudo discute os comportamentos e as expectativas dessas pessoas e desafia marcas e profissionais de marketing a redefinir como se relacionam com esse grupo de clientes cada vez mais influente.

A provocação é: quem vem melhor se preparando para esse novo ecossistema da indústria financeira? Quem está mais próximo da velocidade dessas mudanças? Quem tem a melhor experiência para, no final da linha, levá-la para o cliente?

*É executivo de Negócios Especiais da Accesstage

Eleição de Bolsonaro aumenta otimismo de bancos com Brasil

Publicado em: 12/11/2018

A vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais do Brasil foi o gatilho para um enorme rali nos mercados financeiros. O entusiasmo também está tomando conta dos executivos de bancos, que vêem uma bonança à frente se o presidente eleito fizer o que é necessário para consertar a economia.

Apenas dois anos depois de reduzir drasticamente sua presença no Brasil, o HSBC Holdings está acelerando as discussões sobre a volta aos mercados locais com a criação de um banco corporativo e de investimentos completo, segundo uma pessoa familiarizada com os planos. O Citigroup está preparado para aumentar contratações diante da expectativa de mais negócios com os US$ 176 bilhões em investimentos em infraestrutura que espera para os próximos cinco anos. O Itaú Unibanco, o maior banco da América Latina em valor de mercado, disse que pode aumentar seu apetite ao risco devido à melhoria das perspectivas econômicas.

Bolsonaro, um capitão da reserva do Exército e legislador pouco conhecido, provocou um surto de otimismo depois de fazer uma campanha baseada em promessas de disciplina fiscal, eficiência do governo e repressão ao crime. Os banqueiros dizem que a promessa de promover uma reforma na Previdência mostra seu compromisso em fazer o que é necessário para o Brasil recuperar a credibilidade entre os investidores locais e internacionais.

“Foi um clamor por mudanças na liderança do país e temos grandes expectativas com as modificações que precisam ser feitas”, disse Marcelo Marangon, presidente do Citigroup no Brasil. “Todo banco internacional está analisando” oportunidades de crescimento.

Até agora, a volta ao crescimento dos bancos esteve mais perto de um gotejamento do que de uma inundação, mas há sinais de que, após anos de cortes, Wall Street está testando as águas para um retorno significativo.

É uma reviravolta com relação ao passado recente, quando a pior recessão na história do Brasil e um escândalo de corrupção nacional levou à fuga de muitos bancos e muitos investidores quando o país perdeu o grau de investimento, as ações despencaram e o real atingiu uma baixa recorde. O HSBC anunciou planos em 2015 para vender todo o seu negócio no Brasil para o rival local Bradesco por US$ 5,2 bilhões. No ano seguinte, o Deutsche Bank reduziu pela metade o número de funcionários locais e o Citigroup passou a vender seus negócios de varejo como parte dos esforços globais para cortar custos.

Muitos desses bancos com planos de crescimento no Brasil já haviam começado a ficar mais otimistas com o país anteriormente, mas o resultado da eleição deu a eles um novo impulso de confiança. Os executivos estão animados com a agenda pró-mercado do presidente eleito, que, segundo alguns deles, pode ajudar a estimular o crescimento e impulsionar os negócios. O time de Bolsonaro está avaliando proposta para conceder autonomia formal ao Banco Central, revisar as leis tributárias e reduzir regulamentações.

Obviamente, os objetivos de Bolsonaro são ambiciosos e não há garantias de sucesso. O novo presidente tem uma alta taxa de rejeição – quase metade dos brasileiros não o suporta – em parte por causa de seu histórico de comentários depreciativos sobre negros, comunidades indígenas, mulheres e gays. Mas ele trouxe conforto aos investidores dizendo que nomeará Paulo Guedes, mestre pela Universidade de Chicago, como um super-ministro encarregado da economia e também com afirmações tranquilizadoras sobre a necessidade de disciplina fiscal.

O presidente global do Citigroup, Michael Corbat, visitou o Brasil na semana anterior à eleição para se reunir com os clientes, em um aceno ao compromisso do banco com o país, de acordo com um porta-voz da empresa.

O banco tem investido em seu negócio de atacado para poder aproveitar qualquer aumento em financiamento de projetos, fusões e aquisições e ofertas no mercado de capitais, disse o presidente no Brasil, Marcelo Marangon. O Citigroup planeja aumentar o número de funcionários em seus negócios de infraestrutura, corretagem e middle-market, disse ele.

“Podemos precisar elevar os investimentos apenas para lidar com o fluxo de transações”, disse Marangon. “Estamos em uma posição única para continuar a crescer nosso core business no Brasil de forma a manter ou até mesmo aumentar a relevância do Brasil no Citi globalmente.”

Jamie Dimon, presidente global do JPMorgan Chase, viajará a São Paulo para uma reunião com clientes em 27 de novembro, como parte de uma viagem mais ampla a outros países da América Latina, incluindo Argentina e Chile, segundo uma pessoa familiarizada com sua agenda. Dimon fez uma visita semelhante no ano passado, mas desta vez terá a chance de se conectar com clientes com uma visão mais firme sobre as perspectivas do país, agora que as incertezas eleitorais já passaram.

O presidente do JPMorgan no Brasil, José Berenguer, disse no mês passado que estava otimista com o país, em parte porque a eleição de Bolsonaro pode significar mais concessões públicas e parcerias público-privadas.

Os executivos do HSBC, por sua vez, têm considerado uma maior presença no mercado de banco de investimento e corporativo no Brasil, uma vez que o acordo de não-competição com o Bradesco acaba após o final deste ano, segundo pessoas a par do assunto. A possibilidade de um retorno estava na mesa antes da eleição, mas uma perspectiva positiva após a vitória de Bolsonaro fornece outro motivo para expansão, disse uma das pessoas. O banco afirmou em 2015 que planeja manter uma “presença bancária modesta” no país e atualmente emprega cerca de 50 pessoas. Um porta-voz do HSBC preferiu não comentar.

Os bancos locais também estão considerando ajustes em suas estratégias. O Itaú pode começar a fazer empréstimos para empresas e indivíduos de maior risco de crédito, já que uma economia robusta aumentará as chances de ser pago de volta, de acordo com o presidente Candido Bracher.

“Estou muito impressionado com as primeiras coisas que estamos ouvindo” do novo governo, disse Bracher em teleconferência com investidores.

Ainda assim, Bolsonaro precisará afirmar constantemente seu compromisso de endireitar a economia, e, quando ele tomar posse, os investidores vão querer ver ações o mais rápido possível.

“Se formos capazes de ver as medidas sendo tomadas na direção certa sobre a reforma previdenciária, a tributária e a política, isso trará muita confiança”, disse Marangon. | Michelle F. Davis, Felipe Marques e Cristiane Lucchesi/Bloomberg.

Fonte: Fator Brasil