Quatro maiores bancos reduziram participação em 2021, diz BC

Publicado em: 09/10/2022

Indicadores do Banco Central apontam para uma gradual redução da concentração bancária no Brasil, o que a autarquia atribui à entrada de novos participantes, embora as quatro maiores instituições financeiras do país ainda respondam por mais da metade da fatia de mercado.

Os dados fazem parte do Relatório de Economia Bancária, divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira (6). Segundo o relatório, os quatro maiores bancos do país são Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC3 e BBDC4) e Itaú (ITUB3 e ITUB4).

O volume de ativos dessas quatro instituições representou 56% do total do sistema financeiro nacional em 2021, abaixo dos 57,3% do ano anterior – em 2019 estava em 60%.

Também houve queda nos depósitos totais desses bancos. Reunidos, os quatro representaram 67,2% da fatia de mercado em 2019, 62,7% em 2020 e 60,1% em 2021.

O volume de operações de crédito também mostra uma tendência de recuo. A participação dos quatro maiores bancos nesse segmento foi de 60,6% em 2019 para 59,4% em 2020 e 59,3% em 2021.

“O fato de que a concentração nos mercados de crédito se reduziu significativamente reflete a política pública perseguida pelo Banco Central nos últimos anos, que incentiva uma maior digitalização dos meios de pagamento e modelos de negócio inovadores”, disse o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, citando a entrada de novos participantes no mercado, como fintechs.

De acordo com o relatório do BC, esse movimento ocorreu a despeito de, em 2021, terem sido avaliados 12 atos de concentração. Entre as operações mencionadas pela autoridade monetária, estão a compra de participação da XP (XPBR31) pelo Itaú e a aquisição, pelo BTG Pactual (BPAC11), de ações do Banco Pan (BPAN4) detidas pela Caixa.

Avaliando recortes mais específicos, Gomes ressaltou que houve um aumento da participação das cooperativas no período, de 4,3% para 6,1% das operações de crédito entre 2019 e 2021.

Também foi observado um aumento da fatia de empréstimos concedidos por bancos privados, de 52,4% para 56,5%. As operações feitas pelas instituições com controle de capital público recuaram de 47,6% para 43,5%.

No relatório, o BC mudou sua metodologia, deixando de avaliar a concentração a partir de dados dos cinco maiores bancos, grupo que também incluía o Santander. Gomes afirmou que a mudança segue padrões internacionais e não altera a conclusão do documento.

Fonte: Invest News

Bancos lucraram 49% a mais em 2021, diz Banco Central

Publicado em: 11/08/2022

Os bancos aumentaram a oferta de crédito de maior risco às pessoas físicas no segundo semestre de 2021. O destaque foram as modalidades de empréstimo não consignado e o rotativo do cartão de crédito. Já o crédito para compra de imóvel esfriou por causa da subida dos juros básicos. A taxa Selic atual é de 13,75%.

A capacidade de pagamento dos devedores, no entanto, apresentou relativa estabilidade.

As informações estão no Relatório de Estabilidade Financeira do segundo semestre de 2021, divulgado nesta terça-feira pelo Banco Central.

Segundo o documento, o lucro dos bancos no ano passado foi de R$ 132 bilhões de reais, 49% a mais que em 2020. E o PIX não atrapalhou o resultado, já que o uso cresceu e representa 10,6% do total dos pagamentos feitos no varejo.

O crédito bancário às micro, pequenas e médias cresceu acima do nível de antes da pandemia. Mesmo com as novas concessões do Pronampe e do Programa de Estímulo ao Crédito, o destaque foi para o aumento da carteira não vinculada a programas do governo.

Ainda de acordo com o documento, os testes de estresse de capital mostraram que não existem riscos relevantes para a estabilidade financeira do país.

Fonte: Agência Brasil

Bancos se preparam para novas medidas de segurança do PIX

Publicado em: 10/09/2021

A novas medidas de segurança do Pix, meio de pagamento digital, para frear ação de criminosos em fraudes, golpes e sequestro-relâmpago, ainda não entraram em vigor. Uma delas é o limite de R$ 1 mil nas transferências noturnas, entre 20h e 6h. Além do Pix, o limite também será aplicado em outras transferências, em compras pelo cartão de débito e em TEDs.

O anúncio das medidas foi feito pelo Banco Central no dia 27 de agosto. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), ainda não há uma data prevista para as regras entrarem em vigor, porque as instituições financeiras ainda estão se preparando para colocá-las em prática.

“Após o detalhamento das novas regras de segurança do Pix via normativo do Banco Central, as instituições financeiras irão se preparar tecnicamente para a implementação”, afirmou a Febraban em nota.

As mudanças também preveem um prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para a efetivação de pedido do usuário, feito por canal digital, para aumento de limites de transações com meios de pagamento (TED, DOC, transferências intrabancárias, Pix, boleto, e cartão de débito), impedindo o aumento imediato em situação de risco.

Segundo o Banco Central, os bancos vão oferecer aos clientes a opção de estabelecer limites transacionais diferentes no Pix para os períodos diurno e noturno, permitindo limites menores durante a noite.

Outra alteração, de acordo com o BC, é que será determinado que as instituições ofertem uma funcionalidade que permita aos usuários cadastrarem previamente contas que poderão receber Pix acima dos limites estabelecidos, permitindo manter seus limites baixos para as demais transações.

O BC também afirma que o Pix conta com vários elementos de segurança, como limites para transações que podem ser estabelecidos pelo próprio usuário e total rastreabilidade para auxiliar no combate a fraudes e a outros crimes.

Veja as novas medidas

– Limite de R$ 1 mil para operações entre pessoas físicas (incluindo MEIs) utilizando meios de pagamento em arranjos de transferência no período noturno (das 20 horas às 6 horas), incluindo transferências intrabancárias, Pix, cartões de débito e liquidação de TEDs;

– Prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para a efetivação de pedido do usuário, feito por canal digital, para aumento de limites de transações com meios de pagamento (TED, DOC, transferências intrabancárias, Pix, boleto, e cartão de débito), impedindo o aumento imediato em situação de risco;

– Os clientes passam a estabelecer limites transacionais diferentes no Pix para os períodos diurno e noturno, permitindo limites menores durante a noite;

– Determina que as instituições ofertem funcionalidade que permita aos usuários cadastrar previamente contas que poderão receber Pix acima dos limites estabelecidos, permitindo manter seus limites baixos para as demais transações;

– Estabelece prazo mínimo de 24h para que o cadastramento prévio de contas por canal digital produza efeitos, impedindo o cadastramento imediato em situação de risco;

– Permite que os participantes do Pix retenham uma transação por 30 minutos durante o dia ou por 60 minutos durante a noite para a análise de risco da operação, informando ao usuário quanto à retenção;

– Torna obrigatório o mecanismo, já existente e hoje facultativo, de marcação no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) de contas em relação às quais existam indícios de utilização em fraudes no Pix, inclusive no caso de transações realizadas entre contas mantidas no mesmo participante;

– Permite consultas ao DICT para alimentar os sistemas de prevenção à fraude das instituições, de forma a coibir crimes envolvendo a mesma conta em outros meios de pagamento e com outros serviços bancários;

– Exige que os participantes do Pix adotem controles adicionais em relação a transações envolvendo contas marcadas no DICT, inclusive para fins de eventual recusa a seu processamento, combatendo assim a utilização de contas de aluguel ou “laranjas”;

– Determina que os participantes de arranjos de pagamentos eletrônicos compartilhem com autoridades de segurança pública as informações sobre transações suspeitas de envolvimento com atividades criminosas;

– Exige das instituições reguladas controles adicionais sobre fraudes, com reporte para o Comitê de Auditoria e para o Conselho de Administração ou, na sua ausência, à Diretoria Executiva, bem como manter à disposição do Banco Central tais informações;

– Exige histórico comportamental e de crédito para que empresas possam antecipar recebíveis de cartões com pagamento no mesmo dia (D+0), para evitar ocorrência de fraudes.

Fonte: R7

 

BC divulga lista de bancos com maiores índices de reclamação; BB é sétimo

Publicado em: 21/10/2020

Na última quinta-feira (15) o Banco Central divulgou a lista dos bancos e instituições financeiras com maiores índices de reclamação pelos usuários durante o terceiro trimestre de 2020. O Banco PAN liderou o ranking com mais de 1,4 mil reclamações registradas entre julho e setembro.

Para formular a lista, o Banco Central leva em consideração as reclamações feitas contra as instituições que possuem mais de 4 milhões de clientes.

Além disso, o BC ainda divide o número de reclamações pelo de clientes. Com isso é possível equilibrar as queixas proporcionalmente ao tamanho do banco.

O banco PAN possui 5,733 milhões de clientes. Ao todo, no período referente ao terceiro trimestre deste ano, foram registradas 1.464 reclamações.

Por meio de nota, o PAN disse que “trabalha consistentemente em medidas para melhorar e modernizar produtos, processos e a qualidade do atendimento ao consumidor. O PAN reforça a sua posição de respeito aos clientes e está à disposição em todos os seus canais de atendimento”.

Na sequência, no segundo e terceiro lugar, ficaram, respectivamente, o BMG e o banco Inter.

No caso do BMG, que tem 5,597 milhões de clientes, foram consideradas procedentes 1.325 reclamações. Já o banco Inter teve 869 reclamações procedentes. A instituição tem 6,875 milhões de clientes.
Ranking de reclamações no terceiro trimestre

Para posicionar cada instituição na lista, o Banco Central leva em conta também o número de clientes que cada uma tem. Nesse sentido, mesmo apresentando um número menor de reclamações algumas instituições estão na frente de outras.

Para ter acesso às reclamações que mais foram efetuadas, basta acessar o ranking no site do Banco Central.

Instituição Financeira – Reclamações reguladas procedentes

1º PAN (conglomerado) 1.464

2º BMG (conglomerado) 1.325

3º INTER (conglomerado) 869

4º CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (conglomerado) 6.684

5º SANTANDER (conglomerado) 1.723

6º ITAU (conglomerado) 2.687

7º BB (conglomerado) 1.878

8º BANRISUL (conglomerado) 138

9º BRADESCO (conglomerado) 2.551

10º BANCO CSF S.A. 130

11º PEFISA S.A. – CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO 82

12º OMNI (conglomerado) 28

13º VOTORANTIM (conglomerado) 67

14º BANCOOB (conglomerado) 12

15º MIDWAY S.A. – CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO 22

16º BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 13

17º REALIZE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. 5

18º NUBANK (conglomerado) 2

19º SICREDI (conglomerado) 1

Fonte: Portal FDR

BC aprova parceria entre Banco do Brasil e UBS para banco de investimento

Publicado em: 28/08/2020

O Banco do Brasil (BBAS3) informou na noite desta segunda, 24 de agosto, que o Banco Central aprovou sem restrições a parceria estratégica entre o BB – Banco de Investimento (BB-BI), subsidiária integral do BB, e o UBS (Suíça) para atuação em atividades de banco de investimentos e de corretora de títulos e valores mobiliários no segmento institucional. O anúncio da criação da joint venture entre as duas companhias ocorreu ano passado mas faltava a aprovação do BC.

O Banco Central do Brasil também aprovou as participações diretas e indiretas do BB e do BB-BI no capital social das empresas UBS Brasil Serviços de Assessoria Financeira, UBS Brasil Banco de Investimento, UBS Brasil Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, UBS Brasil Holding Financeira e UBS Trading (Argentina), no percentual de até 49,99%.

“A concretização da parceria está condicionada ao atendimento de condições contratuais precedentes ao fechamento. Demais informações, inclusive sobre a estrutura da gestão da nova companhia, serão divulgadas oportunamente, quando da formalização da parceria”, acrescentou o BB.

Fonte: Finance News

BB é um dos bancos que mais acertaram as projeções em 2019, diz BC

Publicado em: 28/05/2020

O “Ranking Top 5 Anual”, promovido pelo Banco Central, premia as instituições que alcançaram o maior grau de precisão em suas projeções macroeconômicas ao longo de todo o ano. Nesse ranking, construído a partir das expectativas de mercado coletadas na pesquisa FOCUS, o Banco do Brasil se destacou entre mais de 140 instituições cadastradas.

Um grupo que inclui bancos, gestoras de recursos e consultorias de todo o país. As instituições participantes inserem periodicamente suas expectativas em relação ao IPCA, ao IGP-M, à taxa de câmbio e à taxa Selic.

As premiações são concedidas para as instituições que acertaram mais em três horizontes de projeção diferentes: curto-prazo, que considera projeções até 1 mês à frente; médio prazo, que considera projeções de 1 a 4 meses à frente; e longo prazo, que considera as projeções para os próximos 12 meses.

Este ano, o BB ficou em 1º lugar na categoria de médio prazo para as projeções feitas para a variação do IGP-M, em 2º lugar nas projeções para a taxa de câmbio de curto prazo e em 5º lugar nas projeções para a taxa de câmbio de médio prazo.

Vale lembrar que esse é o segundo ano consecutivo que o Banco do Brasil recebe essa premiação. No ano passado ele já havia o prêmio pelo primeiro lugar nos indicadores “IGP-M — Médio Prazo e Longo Prazo”, além de ter alcançado o segundo lugar na “Taxa de Câmbio — Médio prazo” para as projeções elaboradas em 2018.

Fonte: Portal Medium

BC quer estimular mais competitividade entre os bancos

Publicado em: 24/01/2020


O Banco Central (BC) quer estimular a competitividade bancária no país para reduzir os juros cobrados e ampliar o acesso da população aos serviços financeiros. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, disse hoje (9), que os avanços tecnológicos no setor, como o open banking e o sistema de pagamentos instantâneos, vão abrir o mercado e serão “um marco na indústria financeira brasileira”.

“Muitas coisas que estamos fazendo é para igualar as redes digitais com as redes físicas. Todos os entraves que fazem com que a plataforma digital não consiga competir é nessa área que estamos atuando”, disse Campos Neto ao apresentar os resultados de implementação da Agenda BC#. Lançada em maio de 2029, ela reúne as ações estratégicas do BC para os próximos anos.

A expectativa da instituição é que os grandes bancos também tenham êxito nesse novo ambiente de maior competição estrutural. “Nossa ideia é criar competição bancária. Olhar para frente, como será a intermediação financeira no futuro? É inerente o crescimento da tecnologia e precisamos destravar as barreiras da competição”, disse Campos Neto.

No open banking os dados bancários pertencem aos clientes e as instituições financeiras vão compartilhar essas informações, produtos e serviços por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de tecnologia. A consulta pública sobre esse novo sistema já foi iniciada e a expectativa é que o processo de implementação seja finalizado ainda este ano.

No caso do sistema de pagamentos instantâneos, também previsto para o fim deste ano, o objetivo é permitir as transações a qualquer momento e torná-las mais baratas.

Ainda no item competitividade, o BC lançou este ano o Lift Learning, programa de incentivo ao desenvolvimento de soluções de inovação bancárias, e criou a área de competição e estrutura dentro do banco, que trabalha em projetos de modernização da infraestrutura do mercado financeiro.

Também houve o redesenho do cheque especial, com juros menores, menos agressividade e mais racionalidade; a proposta de uso de boleto bancário para depósito e a consulta para regulação de caixas eletrônicos nesse novo cenário de bancos digitais.

Novo clico

Para Campos Neto, todas essas medidas de fomento à competitividade, e dos outros itens da Agenda BC#, fazem parte do ciclo de reinvenção do mercado com recursos privados. A ideia é incentivar os juros mais baixos a longo prazo para permitir o financiamento privado para grandes agentes e, consequentemente, que haja mais fomento público, com menos custo de crédito, aos pequenos e médios, garantindo mais inclusão e participação social no sistema financeiro.

Além da queda de juros, o cooperativismo, o incentivo ao microcrédito e a nova política de crédito rural fazem parte da agenda do BC. De acordo com o banco, 275 ações foram desenvolvidas na primeira fase da BC#, a maioria ainda em andamento. A segunda fase será anunciada em junho deste ano.

Educação financeira

Para Campos Neto, parte do problema de acesso ao crédito e da inadimplência alta no país é a falta de educação financeira da população. “Queremos incentivar a poupança e fazer com que as pessoas tenham mais entendimento sobre os produtos financeiros”, disse Campos Neto sobre o quarto pilar da Agenda BC#.

A instituição já tem estimulado a renegociação de dívidas pelos bancos e, em contrapartida, os devedores participam de cursos de educação financeira. E um dos projetos do BC é que a realização desses cursos resultem em uma certificação e em benefícios para o cidadão junto ao sistema bancário. De acordo com o banco, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está desenvolvendo essa plataforma eletrônica de educação financeira.

De acordo com o BC, dois mutirões de renegociação estão previstos para 2020, com a expectativa de atender ao menos 1 milhão de clientes em cada um.

Fonte: Agência Brasil

Bancos não podem deixar de atender presencialmente, argumenta BC

Publicado em: 05/09/2019


Os bancos não podem deixar de atender clientes presencialmente, mesmo quando estiver disponível o atendimento em outros canais. A determinação é do Banco Central (BC), que publicou hoje (2) no Diário Oficial da União a resolução nº 4.746.

Essa medida foi definida na reunião do Conselho Monetário Nacional, no último dia 29. De acordo com a resolução, é “vedado às instituições impedir o acesso, recusar, dificultar ou impor restrição ao atendimento presencial em suas dependências, inclusive em guichês de caixa, a clientes ou usuários de produtos e de serviços, mesmo quando disponível o atendimento em outros canais”.

Essa determinação não se aplica aos serviços de arrecadação ou de cobrança, quando não houver contrato ou convênio para a sua prestação celebrado entre a instituição financeira e o ente beneficiário; ou o contrato ou convênio celebrado não contemple o recebimento em guichê de caixa das dependências da instituição. A regra também exclui o recebimento de boletos de pagamento de emitidos fora do padrão, das especificações ou dos requisitos vigentes para o instrumento; recebimento de documentos mediante pagamento por meio de cheque; e as instituições que não possuam dependências ou às dependências de instituições sem guichês de caixa.

Também está fora da determinação os postos de atendimento instalados em órgão ou de entidade da Administração Pública ou de empresa privada com guichês de caixa, nos quais sejam prestados serviços do exclusivo interesse do respectivo órgão ou entidade.

A resolução determina ainda que “é vedada a imposição de restrições quanto à quantidade de documentos, de transações ou de operações por pessoa, bem como em relação a montante máximo ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quanto à faculdade de o cliente ou o usuário optar por pagamentos em espécie”.

Segundo a resolução, as cooperativas de crédito devem informar em suas dependências, “em local visível e em formato legível, se realizam atendimento a não associados e quais os serviços disponibilizados”.

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que a Resolução 4.746, do Banco Central, não altera a lista de produtos oferecidos ou serviços realizados presencialmente nas agências bancárias. “O texto estabelece novas regras para a forma como as instituições financeiras devem comunicar seus clientes sobre os casos em que o atendimento presencial não é realizado naquele posto de atendimento. Os bancos estão trabalhando para se adequar às novas regras no menor tempo possível”, disse, a Febraban.

Fonte: Agência Brasil

As regras do jogo: como o setor bancário falha na sustentabilidade

Publicado em: 10/03/2019


Restringir o crédito para propriedades em áreas desmatadas pode quebrar o estado de Mato Grosso. Esta era a visão, em 2008, do então governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, logo após o Conselho Monetário Nacional estabelecer as primeiras restrições para os bancos financiarem desmatadores. Decorridos dez anos, os temores de Maggi não se concretizaram: o Mato Grosso não foi à bancarrota. Mas os desmatadores tampouco tiveram seu crédito totalmente cortado. Repetidas normas do Banco Central e dos próprios bancos foram criadas com esse objetivo, mas diversas delas foram adiadas ou jamais foram cumpridas.

As primeiras restrições ao crédito agrícola apareceram há uma década, quando o Banco Central criou exigências às quais todos os bancos deveriam cumprir ao financiar empréstimos dentro da Amazônia, que na época somavam R$ 2,6 bilhões anuais. A aprovação da Resolução 3.545, no dia 29 de fevereiro de 2008, ocorreu num cenário de pressão externa para que o sistema financeiro fizesse sua parte no combate ao desmatamento. Naquele momento, o Ibama conduzia, junto à Polícia Federal, a sua maior ação contra o desmatamento até então, a operação Arco de Fogo.

Entre as primeiras exigências, constava a apresentação de documentos ligados à regularidade fundiária e à ambiental, como o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) e uma declaração de que não havia embargos dentro das fazendas. Parte do setor agropecuário criticou a norma e se mobilizou para derrubá-la, sem sucesso, enquanto a sociedade civil apontava que a exigência era insuficiente para coibir o desmatamento.

A norma era parte uma política que havia começado com um conjunto de ações, em dezembro de 2007. Na ocasião, o governo havia estabelecido medidas para prevenir e punir o desmatamento, como os embargos de fazendas onde tivessem acontecido infrações ambientais e a responsabilização de quem adquirisse produtos delas.

Norma cortou crédito, mas não foi totalmente aplicada

As normas regem todos os empréstimos a agricultores e pecuaristas feitos por bancos de mercado no Brasil, que também podem criar as suas próprias regras.

Um estudo liderado pela PUC-Rio e pela Climate Policy Iniciative mostra que a resolução do Banco Central inicialmente, teve bons efeitos, especialmente na pecuária.

“Estimamos que cerca de R$ 2,9 bilhões de crédito (US$1,4 bilhão) a menos foram emprestados entre 2008 e 2011 em consequência das restrições impostas pela resolução. A maior parte desse total, R$ 2,6 bilhões (US$ 1,3 bilhão), refere-se a pecuária”, dizia o texto publicado em 2013.

Mas ainda que a norma pudesse ter tido um efeito geral positivo, os bancos continuavam a emprestar dinheiro a desmatadores. O Ministério Público Federal já apontava que o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia não cumpriam a norma do Banco Central em sua totalidade. O Banco do Brasil teria feito ao menos 55 empréstimos irregulares para produtores, em um total de R$ 8 milhões. Já o Basa teria feito 37 empréstimos, somando R$ 18 milhões para fazendas com o mesmo tipo de prática insustentável.

Na ação, o MPF enfatizava a diferença entre o discurso e a prática dos bancos.

“As propagandas de serviços e linhas de crédito que abusam dos termos ‘responsabilidade socioambiental’ e ‘sustentabilidade’ não retratam essa realidade nas operações de concessão desses financiamentos a diversos empreendimentos situados na Amazônia”, concluía, implacável, uma das ações civis públicas da época, assinada por nove procuradores da região.

Os procuradores da República pediam, além da punição às instituições financeiras, mudanças na efetivação dessa política e do controle de crédito. Até hoje, oito anos depois, os processos contra os dois bancos seguem tramitando na Justiça Federal e aguardam decisões.

O Banco Central também encontrou problemas nos empréstimos feitos por bancos. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, foram encontradas 38 operações até hoje que infringiram as regras do Conselho Monetário Nacional (CMN) criadas há dez anos. O Banco Central, porém, não especifica quais foram os bancos, quais seriam as infrações e quais foram as punições sofridas por eles.

Regulação fundiária adiada

A maior mudança já feita na norma do Banco Central desde a sua criação foi a incorporação do Cadastro Ambiental Rural, o CAR. Criado junto ao Código Florestal, em 2012, o instrumento serve para formar uma base de dados das propriedades rurais no Brasil que ajuda no controle e no monitoramento do desmatamento.

O código previa que só os produtores com o cadastro poderiam contratar empréstimos a partir de maio de 2015. A medida daria uma possibilidade de monitoramento sem precedentes para os bancos e o próprio governo. Por quatro vezes, o governo adiou a obrigatoriedade do CAR. Em janeiro de 2019, a apresentação do CAR finalmente passou a ser obrigatória. O governo adiou a implantação do Programa de Regularização Ambiental, mas manteve os prazos para a obrigatoriedade do cadastro.

Principal organização do setor produtivo no campo, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifestou-se diversas vezes contra essa obrigatoriedade. A entidade argumenta que os menores produtores ainda não conseguiram aderir ao cadastro, e que os estados tampouco fizeram a sua parte nesse processo.

Para Roberta del Giudice, secretária executiva do Observatório do Código Florestal, a implantação do CAR deve trazer melhorias, mas não é suficiente para solucionar o problema. “A nova regra provoca um maior nivelamento na base dos produtores e das instituições financeiras. Quem precisa do crédito vai ter que se cadastrar, e isso acaba tendo um impacto positivo no conhecimento sobre esses imóveis,” diz Giudice.

Muita punição, pouco resultado

Enquanto as regulações do estado são pouco cumpridas, a principal estratégia dos bancos brasileiros é criar a sua própria regulação, e deixar o governo fora desse jogo. Isso acontece em um grupo formado na Febraban, entidade que reúne, segundo ela própria, “98% dos ativos totais e 97% do patrimônio líquido das instituições bancárias brasileiras”. Neste grupo, há uma equipe de 10 bancos que discutem atualizações e padronizações em suas normas socioambientais.

Quem comanda essa operação é o diretor de relações institucionais da Febraban, Mario Sérgio Vasconcelos. Ele enfatiza a necessidade de o Estado trabalhar na repressão a crimes ambientais, mas descarta a necessidade de novas leis e regulamentações.

“A gente pesquisou em onze países e a conclusão que a gente chega é a seguinte: a legislação brasileira é de longe a mais exigente e a mais crítica, a que mais penaliza. Mas isso não significa que o Brasil, no conjunto desses países, esteja mais bem situado do ponto de vista ambiental”, diz Vasconcelos.

Vasconcelos acredita que o próprio mercado seria capaz de fazer sua regulação sobre o assunto.

“No fundo, é assim: o produtor, o comprador, o supermercado e o consumidor tomam boa parte das suas decisões em bases econômicas. Quando você coloca isso dentro do business e diz o seguinte: ‘Essa coisa de não cumprir o compliance vai lhe custar mais caro, vai lhe custar o mercado’, com lei ou sem lei, o cara faz [a prevenção ao desmatamento]”, diz o diretor da entidade.

A Febraban mantém uma série de normas referentes à política socioambiental que todos os bancos filiados à entidade devem seguir desde 2014. Segundo Vasconcelos, a própria entidade faz a verificação se os bancos estão cumprindo, inclusive enviando clientes “falsos” para saber se instituições estão seguindo essas políticas. Os resultados e auditorias, porém, não são tornados públicos.

Parte do grupo da Febraban, o Banco do Brasil afirma que também estimula o combate ao desmatamento com o financiamento para a intensificação da produtividade para a pecuária. O banco argumenta que a linha de investimento ABC, voltados a sistemas de integração entre lavoura e floresta, corresponde a 41% dos desembolsos na região amazônica.

Maior financiador agrícola do país, o Banco do Brasil destinou R$ 103 bilhões para o financiamento da safra agrícola 2018/2019. Apesar de liderar o financiamento direto ao produtor rural brasileiro, o banco até hoje tem políticas tímidas no combate ao desmatamento.

Fonte: Portal Oeco

BB e Bradesco possuem piores ouvidorias entre os grandes bancos

Publicado em: 31/01/2019


O Bradesco e o Banco do Brasil possuem as piores ouvidorias entre as instituições financeiras de maior porte no País, indicou o “Ranking de Qualidade de Ouvidorias”, divulgado pelo Banco Central. Em uma escalada de zero a cinco, o índice do Bradesco foi de 2,90 no quarto trimestre de 2018, enquanto o do Banco do Brasil foi de 3,11. Quanto menor o índice, pior a ouvidoria.

O índice é formado a partir das reclamações registradas pelos cidadãos nos canais de atendimento do Banco Central. Na prática, são considerados aspectos como o prazo de resposta dos bancos às reclamações e a qualidade da resposta. Além disso, o indicador leva em conta a iniciativa dos bancos em aderir a plataformas públicas de resolução de conflitos com os clientes.

Entre as instituições com mais de quatro milhões de clientes, o Bradesco apresentou prazo médio de respostas de 9,42 dias úteis, sendo que houve 91 reclamações sobre a qualidade da resposta e uma reclamação sobre a própria ouvidoria. No caso do Banco do Brasil, foram 8,56 dias úteis para resposta e 35 reclamações contra a qualidade da resposta, além de quatro reclamações contra a ouvidoria.

A terceira pior ouvidoria, conforme o ranking, é da Omni, com índice de 3,14. Na lista com 11 instituições, o Banco do Nordeste aparece com a melhor classificação para ouvidorias, com índice de 5,00.

Instituições menores

Entre as instituições financeiras com menos de quatro milhões de clientes, a pior ouvidoria é a da Avista S.A Crédito, Financiamento e Investimento, com índice de 1,00. Na sequência aparecem Sofisa (1,55) e Banco do Estado de Sergipe (2,28). (Jornal de Brasília)

Fonte: Estadão Conteúdo

BB lidera ranking de reclamações no quarto trimestre, diz Banco Central

Publicado em: 17/01/2019


O Banco do Brasil liderou o ranking de reclamações de clientes no quarto trimestre entre os grandes bancos do país, divulgou o Banco Central nesta terça-feira (15), de acordo com a Reuters. O banco controlado pelo governo federal teve no período 1.585 queixas consideradas procedentes, resultando no índice 24,98, o maior dentre todas as 11 instituições com ao menos quatro milhões de clientes.

A reclamação mais frequente ao regulador por clientes do BB foi a oferta ou prestação de informação a respeito de produtos e serviços de forma inadequada, com 304 casos.

O Santander Brasil ficou em segundo no ranking, com índice 24,04, seguido pelo Bradesco, com 23,52. Banrisul, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco vieram a seguir da quarta à sexta posições, respectivamente.

Em volume de reclamações, porém, o Bradesco foi o primeiro, com um total 2.262 registros. Na medição que contempla também as reclamações não reguladas, como relatos de insatisfação com o atendimento prestado na agência, o Bradesco também liderou, com um total de 10.097 queixas.

Outro lado

Questionado, o Banco do Brasil disse que “adota constantemente ações de aprimoramento para que a melhora no atendimento e a adequação de nossos produtos e serviços repercutam na satisfação dos nossos clientes, e está trabalhando para retornar ao seu nível histórico nesse ranking, ficando fora das quatro primeiras posições.”

Consultado pelo G1, o Bradesco afirmou que “Reduzir os índices de reclamação é foco permanente do Banco, assim como oferecer um atendimento de qualidade a todos os clientes e usuários. O banco vem desenvolvendo nos últimos anos um extenso programa de análise da origem das manifestações de seus clientes e usuários. (…) É importante ressaltar que o Bradesco tem uma posição de respeito absoluto ao cliente e aos seus interesses.”

Em nota, o Santander afirmou que “trabalha continuamente (…) para garantir a satisfação dos consumidores e que está empenhado para prestar o melhor atendimento aos clientes.

A Caixa afirmou que “utiliza as demandas registradas pelos clientes para a melhoria constante de seus processos, serviços e produtos. Periodicamente, o feedback dos consumidores auxilia na implantação de ações de correção pelas áreas gestoras, com o objetivo de melhorar os canais presenciais e digitais de atendimento, priorizar a redução das reclamações e aumentar a confiança e a satisfação dos clientes”.

O Banrisul informou que “todas as demandas registradas no Banco Central, independentemente se classificadas como procedentes ou improcedentes, são tratadas individualmente. As normas internas e procedimentos são revisados continuamente com o objetivo de implantar as melhorias e adequações necessárias para aperfeiçoar o atendimento aos nossos clientes.”

Já o Itaú Unibanco disse que seguen “focados em alavancar a satisfação dos nossos clientes e utilizamos as manifestações encaminhadas para aprimorar nossos produtos e serviços, além de buscar aumentar a eficácia do atendimento dos nossos canais internos constantemente. Nossa posição neste ranking demonstra que estamos no caminho certo e continuaremos buscando novas oportunidades em 2019”.

Fonte: Portal G1

Previ alcança o top five no ranking do Banco Central

Publicado em: 16/01/2019


O mais recente ranking de projeções do Banco Central, divulgado no dia 11 de janeiro, mostra que a Previ está entre as cinco instituições que mais acertam suas previsões sobre o comportamento das principais variáveis macroeconômicas. Desta vez, a instituição alcançou a quarta colocação nas projeções da taxa Selic de curto e médio prazos.

O Sistema de Expectativas do Bacen é uma ferramenta que disponibiliza projeções de variáveis econômicas de mais de 130 instituições financeiras, bancos de investimentos e empresas de consultoria financeira.

As expectativas de mercado são subsídio importante para decisões de política econômica. A disponibilização desses dados ao público possibilita que os agentes econômicos tenham conhecimento sobre o que as instituições de mercado estão projetando, o que os torna ferramenta fundamental para o planejamento de ações de curto, médio e longo prazos.

A assertividade das projeções de variáveis macroeconômicas contribui para o atingimento dos objetivos do Planejamento Estratégico 2019-2023 referentes ao balanceamento da gestão de ativos e passivos visando ao equilíbrio do Plano 1 e maximização dos benefícios e equilíbrio do plano Previ Futuro.

Fonte: Previ

Ex-diretor do BB pode integrar equipe econômica de futuro governo

Publicado em: 29/11/2018


O economista Carlos Hamilton Araújo, ex-diretor do Banco Central, deve ser agregado ao grupo de transição do futuro governo e pode vir a ocupar novamente um cargo na área econômica, disse nessa terça-feira o futuro presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes.

Hamilton, que até julho ocupava a vice-presidência de serviços, infraestrutura e operações do Banco do Brasil, esteve nesta terça no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete de transição, segundo ele mesmo “para um café”. Ele negou que estivesse cotado para algum cargo e saiu acompanhado de Novaes.

Para o futuro presidente do BB, Hamilton seria “uma aquisicação importante para o grupo de transição”.

“Foi uma primeira conversa hoje, acho que ele vai se incorporar à equipe de transição”, disse Novaes. Perguntado se Hamilton poderia vir a ocupar um cargo no BB, o futuro presidente do banco disse que “pode até ser”. “Certamente a intenção nossa é trazê-lo para o grupo”, disse Novaes.

Fonte: Portal R7

BB, Bradesco e Santander lideram ranking de reclamações do Banco Central

Publicado em: 17/10/2018


Banco do Brasil, Bradesco e Santander são as instituições que aparecem na liderança do mais recente Ranking de Instituições por Índice de Reclamações, divulgado nesta segunda-feira, 15, pelo Banco Central. No topo do ranking, referente ao terceiro trimestre de 2018, está o Banco do Brasil, com índice de reclamações de 25,22. Nesta lista, são consideradas as instituições com mais de 4 milhões de clientes.

Pela metodologia do BC, este índice é calculado com base no número de reclamações consideradas procedentes, dividido pelo número total de clientes do banco e multiplicado por um fator fixo (1.000.000). No caso do Banco do Brasil, foram 1.590 reclamações consideradas procedentes no segundo trimestre, numa base total de 63,027 milhões de clientes.

Na segunda posição entre os bancos que foram alvos de reclamações aparece o Bradesco, com índice de 22,55 (2.151 reclamações procedentes e 95,352 milhões clientes). Na terceira posição do ranking está o Santander, com índice de 22,10, resultado de 933 reclamações procedentes numa base de 42,206 milhões de clientes.

Na sequência do ranking, ainda considerando os bancos e as financeiras com mais de 4 milhões de clientes, aparecem Caixa Econômica Federal (índice de 21,64), Itaú (18,18), Banrisul (15,81), Votorantim (12,93), Pernambucanas (7,19), Banco CSF (5,87), Midway (4,67%) e Banco do Nordeste (0,29).

Reclamações

Entre os assuntos que mais motivam reclamações por parte dos clientes, o campeão é o item ” oferta ou prestação de informação a respeito de produtos e serviços de forma inadequada”. Ao todo, de acordo com o BC, este assunto gerou 1.470 reclamações com indícios de descumprimento das regras em vigor.

Na sequência dos assuntos mais reclamados aparecem ” irregularidades relativas a integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços, exceto as relacionadas a cartão de crédito, cartão de débito, internet banking e ATM” e, em seguida, “irregularidades relativas a integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito”.

Instituições menores

Entre as instituições financeiras com menos de 4 milhões de clientes, a Facta Financeira está no topo do ranking de reclamações do terceiro trimestre, com índice de 325,72. Na sequência aparecem Intermedium (157,88) e PAN (128,76).

Fonte: O Estado de Minas

Bancos lucram mais em 2018, e só os privados retomam empréstimos, aponta BC

Publicado em: 04/10/2018


O lucro dos bancos vem crescendo, de acordo com o Banco Central (BC). Entre os motivos citados pelo BC estão a queda no número de calotes, o aumento dos ganhos com tarifas bancárias e de cartões, além da redução dos gastos com empregados e agências.

No primeiro semestre deste ano, os bancos totalizaram R$ 47,1 bilhões em lucro líquido e pagaram a seus acionistas R$ 26 bilhões em dividendos. O lucro médio por mês foi de R$ 7,85 bilhões em 2018, uma alta de 12% em relação ao do ano passado, quando o lucro médio havia sido de R$ 7 bilhões.

Os dados fazem parte do Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Banco Central. No ano passado, os bancos registraram lucro líquido de R$ 84,2 bilhões, 29,5% a mais que em 2016, e distribuíram R$ 47,4 bilhões em dividendos.

Só bancos privados retomam crédito

O relatório do BC também aponta que os bancos públicos comerciais vêm emprestando menos dinheiro há 32 meses. Desde novembro de 2015 até junho de 2018, a carteira de crédito dessas instituições vem encolhendo. Só nos últimos 12 meses, a queda foi de 6,14%.

O mesmo movimento é visto nos bancos públicos de desenvolvimento – caso do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). São 28 meses consecutivos de queda, desde março de 2016, com recuou de 13% só nos últimos 12 meses até junho.

Somente os bancos privados voltaram a registrar alta nos financiamentos acumulados a partir de janeiro deste ano. Em junho, o crescimento era de 3,75%.

Considerando todos os bancos, houve queda nos financiamentos por 34 meses seguidos, desde setembro de 2015. A queda chegou a 2,55% nos últimos 12 meses encerrados em junho.

Fonte: Uol

Fintechs temem perdas com nova regra do Banco Central

Publicado em: 04/07/2018


Desde o último domingo, os trabalhadores podem transferir seu salário automaticamente para uma conta não bancária, ou conta de pagamento, oferecida por instituições não financeiras, fintechs ou emissores de cartões. Mas o potencial do novo mercado não tira do radar das fintechs a preocupação com a forma como o Banco Central (BC) vem atuando na regulação do setor. O receio é que as alterações nas regras venham a limitar o ambiente de inovação no mundo das fintechs.

Em uma consulta pública encerrada há duas semanas, o BC propôs medidas para regular a chamada “interoperabilidade” – a capacidade de diferentes sistemas de se comunicarem entre si.

A mudança é parte do esforço do BC de reduzir o risco sistêmico em um momento em que cada vez mais pagamentos migram para o mundo on-line, particularmente para aplicativos que atuam como marketplaces, recebendo dinheiro de consumidores de um lado e, do outro, repassando a fornecedores.

A interoperabilidade é importante porque ajuda a aprofundar o processo de desintermediação financeira, estimulando, por exemplo, o desenvolvimento das carteiras digitais (e-wallets) por parte de competidores como Paypal, MercadoPago e PagSeguro e que permitem a transferência de recursos pessoa a pessoa sem passar pelos bancos.

NEGOCIAÇÃO Para facilitar seu controle sobre as transações no mundo digital, o BC propõe colocar as bandeiras de cartão como ‘xerifes’ do mercado. Pela proposta, as startups terão de se submeter às regras das bandeiras por meio de contratos de adesão, sem a possibilidade de livre negociação bilateral.

Para o BC, as medidas vão estimular a competição entre as startups e reduzir o risco sistêmico. Para as empresas de tecnologia, o efeito será menos inovação. Elas reclamam que os contratos padrão das bandeiras impõem limitações operacionais e por isso vão aumentar seus custos. Mais: uma empresa como o MercadoPago terá de revelar informações estratégicas para as bandeiras, em tese empresas com as quais concorre.

Um dos principais temores é a perda de flexibilidade para negociar o prazo de compensação em contratos de recebíveis – o que afetaria uma importante fonte de receita.

O impacto das mudanças é tão abrangente que, no domingo, o CEO do UOL, que controla a PagSeguro, escreveu um artigo na Folha de S. Paulo sobre o que vê como riscos da proposta de regulação.

“O mais grave é obrigar as fintechs a fazer a liquidação de qualquer transação dentro de câmara controlada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos)”, escreveu Rômulo Dias, que se tornou CEO do grupo em abril, depois de 18 anos no Bradesco, muitos dos quais como CEO da Cielo. “Hoje, os cinco maiores bancos representam ao redor de 90% do mercado financeiro. Essa liquidação em câmara da Febraban vai aumentar o custo da transação para as fintechs e seus clientes, além de impedir o recebimento pelo lojista no mesmo dia, inibindo a competição e expondo a carteira de clientes dos novos entrantes.”

AMEAÇA Para a Associação Brasileira de O2O (Online to Offline), as propostas de mudança são uma ameaça ao modelo de negócios das fintechs.

“Queremos paridade no diálogo”, diz Vitor Magnani, presidente da O2O, que está reunindo fintechs para debater com as grandes empresas do setor. “É importante abrir a competição. Mas a saída não é entrar debaixo das bandeiras.”

Em seu esforço para regular as fintechs de forma branda, o BC tem se mostrado sensível às demandas dos empreendedores. Mas para muitos, é nos detalhes que pode estar o perigo.

“O grande desafio agora vai ser acertar a mão nos detalhes da norma”, diz Giancarllo Melito, professor de direito da Fundação Getulio Vargas, que é a favor da interoperabilidade. “Mas toda vez que o BC apertou demais, deu mais prazo, ajustou. Quando foi instituída a liquidação centralizada, diziam que ia acabar com os marketplaces, mas o BC deu mais prazo para se adequarem e estão todos sobrevivendo.”

“A interoperabilidade pode ser muito boa ou pode destruir a competição, que foi o que aconteceu com a Betamax quando se adotou o padrão VHS. Todos querem usar os cartões de crédito como meio de pagamento, mas não querem seguir as regras deles. Como o dinheiro aparece na e-wallet? Você usa a infraestrutura da bandeira”, pondera o advogado Bruno Balduccini, um sócio do Pinheiro Neto que tem participado ativamente das discussões.

Fonte: O Estado de Minas

Banco Central reduz depósitos compulsórios de instituições financeiras

Publicado em: 28/03/2018


O Banco Central reduziu as alíquotas de recolhimento dos depósitos compulsórios à vista e de poupança exigidos das instituições financeiras. As medidas, que foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quarta-feira, 28, terão o impacto de liberar R$ 25,7 bilhões ao Sistema Financeiro Nacional.

A alíquota para os depósitos à vista foi reduzida de 40% para 25%. Já a alíquota dos depósitos da poupança foi reduzida de 24,5% para 20% e, no caso da poupança rural, de 21% para 20%. “Essas medidas dão continuidade ao processo de readequação dos níveis estruturais dos recolhimentos compulsórios e de simplificação de regras”, afirma nota do Banco Central.

Segundo a instituição, a medida traz a alíquota dos depósitos de poupança aos níveis históricos praticados nos anos anteriores à crise de 2008 e tem o potencial para “induzir a redução do custo do crédito, por meio da liberação de recursos atualmente recolhidos pelas instituições junto ao Banco Central”, completou.

Além da redução da alíquota dos depósitos à vista, houve também mudanças de regras para essa modalidade, como eliminação da prerrogativa de dedução dos depósitos de governo, captados por instituições financeiras públicas, da base de cálculo do compulsório, a eliminação da prerrogativa do uso do saldo de caixa para cumprimento da exigibilidade e o aumento, de R$ 70 milhões para R$ 200 milhões, da dedução dos valores sujeitos a recolhimento.

De acordo com o Banco Central, as alterações nas regras do recolhimento sobre recursos à vista propiciam a possibilidade de eliminar a assimetria de tratamento quanto aos depósitos de entes governamentais, otimizar a gestão do caixa com estímulos ao uso de instrumentos eletrônicos de pagamento e à interoperabilidade dos terminais ATM (caixas eletrônicos) e diminuir os custos para todo o sistema.

O diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso, disse que a redução das alíquotas de compulsórios cria condições para potenciais reduções nos spreads bancários. Damaso destacou que o impacto da medida é estimado em R$ 25,7 bilhões.

“Com isso, voltamos aos patamares das alíquotas pré-crise de 2008”, apontou. “A decisão foi tomada dentro de um cronograma que já temos há muito tempo na Agenda BC+. Estamos caminhando passo a passo nesse caminho”, completou.

Fonte: Exame

BC quer poder de veto a indicações em bancos públicos

Publicado em: 22/03/2018


O Banco Central estuda mudanças na legislação para ter poder de veto na nomeação de dirigentes de bancos públicos federais. Uma lei de 1964 exige autorização prévia do BC para a nomeação de dirigentes em bancos privados e bancos públicos estaduais, mas as regras não são aplicáveis aos bancos públicos federais.

Essa brecha tem facilitado nas últimas décadas o loteamento político nas instituições federais, permitindo que pessoas sem qualificação técnica assumam cargos de comando nos bancos controlados pela União – BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.

A proposta está sendo analisada pela área econômica e tem o apoio do Ministério da Fazenda. O BC está empenhado em convencer o governo da necessidade de modernizar a legislação.

Em janeiro, o afastamento dos vice-presidentes da Caixa Econômica Federal por suspeita de corrupção trouxe o assunto à tona. Na ocasião, embora não pudesse exigir a saída dos executivos, o Banco Central recomendou que eles fossem afastados Das 12 vice-presidências, apenas uma não era ocupada por indicação dos aliados. Quatro foram afastados pelo conselho de administração da Caixa, mas um voltou ao cargo depois.

O afastamento na época tinha sido recomendado também pelo Ministério Público Federal (MPF), mas o Palácio do Planalto resistia em aceitar o pedido para não contrariar interesses dos partidos aliados.

Só depois da recomendação do BC é que os dirigentes foram afastados. Os ex-vice-presidentes foram indicados por partidos políticos da base governista, como o PR, o PRB e o MDB. Foram citados em uma auditoria da Caixa que apontou riscos consideráveis ao banco por causa da interferência política deles Depois do escândalo, um novo estatuto foi aprovado e todos os vice-presidentes serão trocados.

Governança

Para o analista de bancos da Austin Rating, Luis Miguel Santacreu, a governança corporativa é valor universal, que não pode valer só para os bancos privados. Ele critica o uso que os governos fazem dos bancos públicos, com injeção de crédito na economia, como se fosse um “orçamento paralelo” à disposição, sem nenhum tipo de controle. “A gente sabe que a questão política é muito forte.”

Ele pondera, no entanto, que bancos controlados pela União têm a missão de atender determinados setores e pessoas que não são assistidos pelos bancos privados. “O problema não é cumprir um projeto de governo. A questão está na qualidade e na competência ”

Santacreu avalia que, com a mudança na Lei, o Banco Central vai poder colocar sua reputação também na indicação de nomes para cargos de direção em bancos públicos federais.

Crivo

Hoje, o BC tem poder de aceitar ou recusar indicados para cargos de direção e assentos nos conselhos de administração e fiscais de bancos privados e públicos controlados pelos Estados, mas a lei impede que esse controle seja feito em bancos oficiais federais. Após análise da documentação que avalia capacidade técnica e reputação idônea para o cargo, o BC tem até 60 dias para decidir se aceita ou recusa o nome.

Procurados, o Banco do Brasil informou que todas as indicações seguem regras de governança do banco que são baseadas nas melhores práticas do mercado. O Banco do Nordeste afirmou que todos os executivos cumpres as exigências da Lei das Estatais. Caixa e Banco da Amazônia preferiram não se manifestar sobre o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Jornal do Brasil

Paulo Kliass: O poder do financismo

Publicado em: 16/02/2018


O período entre as festas do final do ano e a folia do Carnaval é normalmente marcado pela divulgação de informações que deveriam deixar envergonhados todos os que se preocupam com um mínimo de decência e justiça em termos da organização de nossa sociedade. Em especial, me refiro à forma como são apropriadas e distribuídas as diferentes formas de renda e riqueza entre nossos cidadãos.

Durante os meses de janeiro e fevereiro as instituições financeiras apuram seus balanços patrimoniais e contabilizam os lucros realizados ao longo do ano anterior. Um dos aspectos que mais impressiona nessa maratona de publicação de seus resultados é a aparente naturalidade com que esses números são tratados por aqueles que são os responsáveis pelas editorias de economia dos grandes meios de comunicação e também por parte da maioria de nossos dirigentes políticos.

Nesses tempos de endeusamento da meritocracia e de loas incomensuráveis lançadas às virtudes dos empresários eficientes em suas áreas de atuação, tudo isso parece tão normal. Afinal, se ganharam mesmo tanto dinheiro assim só pode ser pelo simples fato de que são bons e competentes naquilo que fazem como operadores sua área de negócios. A realidade dos lucros bilionários dos bancos tornou-se uma espécie de tradição intocável em nossa sociedade, cada vez mais tão marcada pelo abismo verificado entre as duas centenas de milhões dos que quase nada possuem e o punhado de triliardários que adoram ostentar suas fortunas. Estes últimos parecem adorar a acirrada disputa da presença em listas de bilionários, tão cuidadosamente elaborada por revistas especializadas, como as mais conhecidas Forbes e Fortune.

Assim, em 2017 a duplinha dinâmica dos líderes do capital privado em nosso sistema financeiro mantiveram sua dianteira. Enquanto Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal eram orientados a atrasarem suas respectivas divulgações, os donos de Itaú e Bradesco exibem orgulhosos as suas façanhas. O primeiro é o banco do presidente do Banco Central e ofereceu um novo recorde, ao registrar um lucro líquido de R$ 25 bilhões. O segundo é o banco do candidato de Lula a presidente do Banco Central em 2015 e apresentou ligeira queda em seu lucro, obtendo apenas R$ 15 bi ao longo do ano passado.

Brasil: paraíso dos bancos

A terceira posição dentre os bancos privados operando por nossas terras ultimamente tem sido ocupada pelo conglomerado financeiro espanhol Santander. Em 2017 o lucro obtido pela filial tupiniquim foi de R$ 10 bi. Esse resultado representou um salto de 36% em relação ao ano anterior. Tal performance assegurou a lucratividade do grupo em sua escala de atividade global. Os rendimentos auferidos pelo banco apenas no Brasil representaram 26% do total dos ganhos do grupo espanhol em todo o mundo. Recordemos que se trata do sétimo maior banco do planeta.

A soma dos lucros dos três maiores bancos privados em nosso mercado financeiro no ano passado alcançou a cifra de R$ 50 bi. Sabe-se de todo o esforço realizado pelas áreas jurídicas e de planejamento tributário das instituições para escapar do pagamento de impostos. Assim, os ganhos reais foram muito maiores do que esses aqui contabilmente revelados e declarados. Isso sem contar a generosidade absurda oferecida pela legislação criada por FHC – e mantida desde então pelos sucessivos governos de Lula, Dilma e Temer – que isenta de tributação o recebimento privado de lucros e dividendos. Uma loucura!

O Brasil está mergulhado há mais de dois anos em uma profunda recessão econômica. O PIB encolheu mais de 8% desde 2015, como consequência direta do aprofundamento da estratégia do austericídio. O desemprego chegou a atingir 14 milhões de trabalhadores e a quebradeira das empresas foi generalizada ao longo desse período. Apesar de todo esse clima de catástrofe social e econômica, o único setor que não foi sequer atingido pela crise foi justamente a banca. As instituições financeiras continuaram faturando muito alto e apresentaram seguidamente resultados ostentando lucros vergonhosamente bilionários.

O poder do financismo ultrapassa os limites da área de atuação das instituições financeiras. O mito da força do mercado – tão amedrontador aos olhos dos analistas e especialistas forjados no interior do próprio sistema – impõe ao conjunto da sociedade os sacrifícios coletivos para que sejam drenados, de forma segura e contínua, a essa ínfima parcela os recursos extraídos de todos os demais setores.

A cumplicidade do Banco Central

As fontes desses ganhos inexplicáveis e inaceitáveis são multivariadas. A sinecura proporcionada pela permanência das nossas taxas oficiais de juros em níveis de campeã do mundo é uma delas, com toda a certeza. Os bancos têm rentabilidade muito elevada sem fazer absolutamente nada: basta emprestar ao governo com ganhos balizados pela Selic. A prática antiga e conhecida da sonegação tributária no interior do sistema das finanças reforça o poder das empresas e retira recursos do conjunto da sociedade. As tarifas cobradas pelos chamados “serviços” bancários no interior de nossas fronteiras também figuram dentre as mais elevadas do planeta. Além desses fatores, ganha participação especial os ganhos proporcionados pelos impressionantes níveis de “spread” praticados pelos bancos.

A farsa da colocação de dirigentes de bancos privados no comando do Banco Central cai como sopa no mel em tal quadro incestuoso. Ao brandir pela “independência” do BC para que este opere em termos supostamente “técnicos”, os defensores dos interesses do financismo buscam legitimar a prática daquilo que a sabedoria popular chama de “colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”. Afinal, nada mais “político” do que deixar a instituição responsável pela regulamentação e fiscalização do sistema financeiro nas mãos dos próprios banqueiros.

Ora, como encontrar outra resposta para a ausência de ação do BC no controle do crime de abuso econômico praticado há décadas pelos bancos? A prática articulada das empresas em regime de oligopólio é por demais conhecida para que se tente outra forma que não a intervenção pesada do órgão regulador na defesa dos interesses das partes mais frágeis na relação econômica determinada. Fiquemos apenas com o exemplo mais escandaloso do “spread” praticado nas operações realizadas com cartões de crédito.

Lucros dos bancos só crescem

O BC acaba de divulgar seu mais recente relatório com tais informações. Em dezembro de 2017, a média da taxa cobrada pelos bancos nessas operações era 335% ao ano. Recordemos apenas que naquele momento a Selic estava na faixa de 7% ao ano. Quem se dedicar a calcular o diferencial de ganho nessa operação chegará ao inacreditável percentual de 4.685%. É por isso que a posição de chefe de tesouraria de instituições financeiras no Brasil é tão cobiçado. Em nenhuma outra praça do mundo uma singela operação de crédito oferece tamanha rentabilidade sem praticamente nenhum risco envolvido.

Mas Paulo, poderão arguir alguns leitores, o fato é que a taxa Selic baixou no período mais recente e isso deve ter impactado os custos das operações. Pois peguemos os valores observados nos finais de ano anteriores:

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Como se pode perceber, os ganhos dos bancos nas operações só fizeram crescer nesse período mais recente, como vinha ocorrendo desde sempre. Esteja a Selic em alta ou em baixa, esteja a inflação mais ou menos controlada, os interesses dos bancos não são afetados. Muito pelo contrário! A complacência e a cumplicidade do BC só contribuem para essa verdadeira sensação de impotência do conjunto da sociedade frente ao poder exacerbado do sistema financeiro.

A proximidade do pleito de outubro e a oportunidade gerada pelo debate de alternativas eleitorais não podem deixar de lado a questão da dominância do financismo. É necessário uma ampla discussão nacional a essa respeito. É urgente que superemos nossa condição de uma sociedade que permite se deixar escrava dos desejos do parasitismo rentista por tanto tempo. Um modelo social e econômico menos desigual pressupõe maior capacidade de controle e regulação do Estado perante esse perigoso poder. Por outro lado, as empresas do mundo das finanças deveriam contribuir com maior capacidade de arrecadação tributária para um Brasil mais justo e desenvolvido.
*Paulo Kliass é doutor em Economia pela Universidade de Paris 10 e especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal

Fonte: Portal Vermelho

Bancários cobram mais garantias na reestruturação do BB

Publicado em: 18/01/2018


São Paulo – Na primeira rodada de negociação entre a Contraf-CUT e o Banco do Brasil, os Sindicatos cobraram do banco os números detalhados da reestruturação, como quantidade de vagas e cortes por local. A Comissão de Empresa já havia solicitado os números assim que o banco anunciou a reestruturação, no dia 5 de janeiro. O BB informou que o pedido está no comitê patrocinador da reestruturação e ainda não tem os números para repassar.

Os Sindicatos afirmam que ao não fornecer os números gerais, o banco trata uma grande restruturação como situações locais, o que não acontece. Parece que é simplesmente má vontade e dificuldade gratuita para ajudar na solução dos problemas, afirma a Comissão de Empresa dos Funcionários.

Na sexta-feira 12, os sindicatos apontaram os problemas surgidos em vários locais e as dificuldades para realocação dos funcionários. O BB foi cobrado para apresentar os critérios utilizados para o redimensionamento das agências, uma vez que muitos lugares com dificuldade de atendimento e más condições de trabalho permaneceram com o mesmo número de funcionários.

Segundo o BB, o banco ajustou a compatibilidade de oferta de atendimento com a capacidade de atendimento em cada local. Onde tem menor capacidade fez aumento – onde havia capacidade de atendimento acima, fez ajuste para menor.

O banco se comprometeu a receber para análise alguma situação que pode ter sido mal ajustada.

VCP para os caixas ou manutenção da gratificação – A Comissão de Empresa cobrou do banco resposta quanto ao pedido de manutenção da gratificação da comissão de caixa aos funcionários que perderam o cargo.

No caso dos funcionários com função gratificada ou comissionada, será garantido quatro meses de remuneração caso não seja realocado. Para os caixas, há um entendimento do BB de que como não é uma função, é apenas gratificação de caixa, esse benefício não é concedido automaticamente.

O banco afirmou que está analisando a solicitação dos sindicatos, para que seja mantida a remuneração dos caixas por pelo menos 4 meses, assim como na restruturação do final de 2016 e início de 2017.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a prorrogação da gratificação para caixas é de extrema importância e se justifica por ser o grupamento mais atingindo nesta reestruturação. “O corte de 1200 caixas é traumático e o banco precisa entender que se tratam de pessoas que buscaram ascensão profissional dentro da empresa e isso foi tirado numa canetada.”

Priorização dos caixas nas concorrências – Foi cobrado do banco que os caixas tenham priorização de fato nas concorrências para outros cargos. Além na priorização no TAO – Sistema de Recrutamento, foi solicitado que de fato haja orientação para normação dos caixas em outros cargos que tiveram vaga, de forma minimizar o grande corte nas funções.

O banco informou que não tem resposta quanto a priorização no sistema, mas que tem orientado os gestores a darem atenção aos pedidos de realocação de caixas em outras funções próximas, como as de assistente ou atendente de CABB.

Não haverá remoção compulsória para outro município – O Banco do Brasil garantiu que, embora prevista inicialmente, não haverá remoção compulsória de funcionários fora do mesmo município, no caso de não se ajustar o excesso de escriturários. Essa medida veio em resposta ao pedido para que não se tenha nenhuma remoção compulsória, mas o banco avalia que poderá ser necessária, ainda, alguma remoção no mesmo local.

Módulo avançado dos gerentes de relacionamento será mantido – Foi garantido que os gerentes de relacionamento que estiveram no módulo avançado da função e tiverem que mudar para cargo de gerente de relacionamento equivalente, será mantido o módulo avançado da função. Isso permitirá mais mobilidade nas nomeações sem causar prejuízo aos funcionários.

Indicação de quem está em excesso – O Banco do Brasil afirmou que não orientou nenhuma indicação de quem está em excesso nas unidades. O BB afirma que no primeiro momento a movimentação deverá ser espontânea e a recomendação é que não haja realocações compulsórias. Mas sindicatos por todo o país têm apurado o contrário. Os casos fora do padrão deverão ser denunciados aos sindicatos.

Fechamento do Cenop e abertura da Cabb em Recife – Foram apontadas diversas situações específicas que estão dificultando realocação dos funcionários do Cenop na nova CABB que será aberta.

Com relação a alguns cursos e trilha de encarreiramento, foi assumido o compromisso de verificar os problemas e encaminhar a solução prontamente para aqueles funcionários. As questões de concorrência ou saída para outras unidades e manutenção da concorrência para a CABB, o a Gepes Recife foi autorizada a liberar os impedimentos de sistema através de pedidos que serão analisados em cada caso.

Salários dos caixas – O banco não forneceu respostas concretas sobre a manutenção dos salários dos caixas e a garantia de realocação de todos os funcionários atingidos. Assim como na reestruturação ocorrida há um ano, o banco não reserva recursos para manter os salários das pessoas e simplesmente trata seus funcionários como números.

Se a empresa acha que a reestruturação constante é para ganhar produtividade, os representantes dos trabalhadores afirmam que as pessoas e famílias devem ser preservadas. E a manutenção dos salários na reestuturação é o primeiro passo para aliviar o sofrimento de quem perdeu o cargo ou função.

Nova rodada de negociação será agendada nos próximos dias, em data a definir entre a Contraf-CUT e o Banco do Brasil.

BC recebe 11 mil queixas contra bancos no trimestre; Santander lidera

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BRASÍLIA – O Banco Central (BC) computou 11.087 reclamações contra bancos e financeiras no quarto trimestre de 2017, em comparação com 10.812 reclamações no terceiro trimestre. Esse volume de reclamações considera apenas queixas tidas como procedentes, que infringem normas do BC ou do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Colocando na conta reclamações reguladas que não ferem normas e as reclamações não reguladas que ferem, por exemplo, normas fora da alçada do BC, o total de queixas sobe para 56.950, em comparação com 59.854 no trimestre anterior. Uma reclamação pode infringir mais de duas normas ao mesmo tempo.

Para fazer o ranking de reclamações, o BC divide as instituições entre aquelas com mais e menos de 4 milhões de clientes. Entre as instituições com mais de 4 milhões de clientes, o Santander seguiu na liderança, com índice de 42,87, resultado de 1,7 mil reclamações procedentes para um universo de 39,649 milhões de clientes.

Em segundo lugar aparece a Caixa Econômica, com índice de 33,24. O banco teve 2.913 queixas para 87,613 milhões de clientes. O Bradesco ficou na terceira colocação. Com 2.438 reclamações para 95.112 milhões de clientes, o índice ficou em 25,63. O Banco do Banrisul ocupa a quarta colocação com índice de 25,06. Foram 114 reclamações para 4,548 milhões de clientes. Encerrando o Top Five está o Banco do Brasil, com índice de 24,5, que capta 1.524 reclamações dentre 62,181 milhões de clientes.

Para construir o ranking, são considerados clientes aqueles com depósitos (contas correntes e poupanças) cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), com operações de crédito e outros tipos de depósitos não cobertos pelo FGC. Para chegar ao índice que define a posição no ranking de reclamações, o BC considera o número de reclamações procedentes, divide pelo número de clientes e multiplica por um milhão.

Entre bancos e financeiras com menos de quatro milhões de clientes, Facta Financeira lidera, com índice de 497,87, que capta 20 reclamações, para 40.171 clientes. Na sequência aparecem Sofisa, Realize Crédito, PAN e Citibank.

No ranking geral de reclamações, as queixas envolvendo integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços, exceto as relacionadas a cartão de crédito lideram, com 1.894 ocorrências. A Caixa respondeu por 793 delas.

A oferta ou prestação de informação a respeito de produtos e serviços de forma inadequada aparece em segundo lugar, com 1.580 queixas. Bradesco respondeu por 448 deles. As irregularidades relativas a integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito tiveram 1.155 reclamações. Caixa respondeu por 287 delas.

(Eduardo Campos | Valor)

Senacon instaura procedimento investigatório contra o Banco do Brasil

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A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor informou nesta sexta-feira (12) que instaurou procedimento para averiguar reclamações contra o Banco do Brasil. A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon Uberaba foi uma das primeiras do país a instaurar o mesmo procedimento contra o Banco, em dezembro do ano passado.

A medida foi tomada em decorrência de uma decisão do Comitê Executivo do BB que limitou o pagamento de boletos de cobrança ao valor máximo de 2 mil reais, quando a forma de pagamento for em dinheiro. No processo, o presidente da Fundação Procon Uberaba, Rodrigo Mateus Signorelli, alegou que a decisão do banco do Brasil contraria as normas do CDC e resoluções do Banco Central e cobrou explicações das agências de Uberaba. O presidente do Procon também notificou a Superintendência do BB e oficiou o caso ao Procon de MG e à Senacon.

Segundo o presidente, a atitude da Senacon comprova que a medida adotada pelo Banco do Brasil é ilegal e chamou atenção do Ministério da Justiça, a qual a Secretaria é subordinada. “A justificativa do Banco de que a decisão tenta conter fraudes financeiras não convence. Imagina uma pessoa que tem um boleto no valor de R$2.500,00, que só pode ser pago no BB e ele não é correntista do banco. A única alternativa para essa pessoa é se tornar cliente do Banco para conseguir fazer o pagamento no Caixa automático, por exemplo, e isso é fere as normas do CDC”, justifica Signorelli.

Sobre o processo instaurado pela Fundação Procon Uberaba, o presidente diz que as 7 agências do BB no município já responderam os questionamentos do órgão. As justificativas foram encaminhadas ao departamento jurídico e após análise da defesa deverá ser instaurado um procedimento administrativo. “Isso pode resultar na suspensão da decisão, pelo Banco, mediante assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta ou pagamento de multa, mediante decisão judicial”, esclareceu. Signorelli afirma que também existe a possibilidade de entrar com uma ação civil pública contra o Banco.

Fonte: JM Online

Após dois anos de baixa, procura por crédito deve aumentar em 2018

Publicado em: 28/12/2017


Depois de dois anos ladeira abaixo, o crédito no Brasil deve voltar a crescer em 2018. A expectativa ocorre em razão da queda no endividamento das famílias e, consequentemente, na trégua na inadimplência, o que contribui para aumentar o apetite dos bancos para emprestar. O cenário mais benigno da economia brasileira, com juros e inflação em patamares mais baixos, deve permitir, conforme executivos de bancos, que o crédito cresça entre 4,5% e 8% no próximo ano, isso tanto para pessoa física quanto para empresas. O movimento se dará a despeito de 2017 terminar sem solução do ponto de vista fiscal, com a votação da reforma da Previdência postergada para o próximo exercício, e da agenda das eleições.

“De fato, os bancos estão otimistas em relação aos empréstimos ao consumidor”, avalia o analista do Deutsche Bank, Tito Labarta. Ele atenta, no entanto, para o fato de que as eleições presidenciais devem trazer volatilidade, diante do potencial de candidatos extremos fazerem barulho e da ausência de um candidato amigável ao mercado.

Para Labarta, o saldo de empréstimos pode crescer ao redor dos 6% em 2017 e 8% em 2019. Mas, em geral, os analistas que acompanham o setor bancário estão mais céticos. Casas como Credit Suisse, BB Investimentos e Bradesco esperam que os empréstimos cresçam mais perto dos 4%, mesmo caso da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Isso porque, embora os bancos esperem compensar com volume a redução das margens por causa dos juros baixos, o temor de aumento futuro de inadimplência, lembra o executivo de uma grande instituição, faz com que o apetite, ainda que maior, continue seletivo.

Conforme as projeções divulgadas no fim da semana passada pelo Banco Central (BC), o saldo de crédito total deve crescer 3% no próximo ano, puxado pelas pessoas físicas. Enquanto os empréstimos para indivíduos devem se expandir em 7% no próximo ano. Para pessoas jurídicas, a autoridade monetária espera queda de 2%.

O início do ano servirá de termômetro no que tange à melhora na concessão de recursos. Pelos cálculos do BB Investimentos, a expansão acumulada em 12 meses deve voltar ao terreno positivo já no primeiro trimestre de 2018. “O crédito já está apresentando tração. O aumento da demanda é evidente no número de propostas diárias. Já sentimos aumento do crédito novo, e não só daquele para renegociação de dívida. Isso está ficando para trás”, avaliou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

No acumulado de 2017, o crédito caminha para mais um ano de retração, já que o financiamento novo ainda não é suficiente para suprir os vencimentos antigos. Até novembro, o saldo encolheu 1,3% ante igual intervalo de 2016, para R$ 3,064 trilhões, conforme dados divulgados pelo Banco Central.

Diante desse desempenho, o regulador revisou para baixo sua projeção, e espera que o saldo total de crédito não fique mais no zero a zero, mas que encolha 1%. Apesar disso, para este mês, os executivos demonstram mais otimismo.

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, afirmou que o mês marcará o maior desembolso do ano em termos de volume de crédito na instituição. O movimento, além da questão sazonal, reflete a retomada da economia brasileira. “A expectativa é de que a situação para os bancos seja melhor em 2018, com uma realidade melhor”, afirmou o executivo.

Fonte: Jornal do Comércio

Ex-presidente do BC: “Extremos não terão essa importância toda na eleição”

Publicado em: 21/12/2017


Formulador do Partido Novo, Gustavo Franco diz que todos os candidatos estão querendo se aglutinar no centro

Rio de Janeiro — Em vez de um Lexotan, Gustavo Franco oferece um contraponto a quem está preocupado que 2018 seja o ano de Lula ou Bolsonaro. “Eu e o mercado não estamos preocupados com a eleição por um motivo muito simples: todos os candidatos estão querendo se aglutinar no centro. O Bolsonaro quer ser liberal. O Lula sabe que só ganha se conquistar a classe média, e que, se ele ficar no discurso de ódio e vingança, não vai dar. Esses ‘extremos’ não são extremos coisa nenhuma. Podem até ser nos costumes, mas na economia, não.” Para o ex-presidente do Banco Central e um dos pais do Plano Real, os preços dos ativos no mercado financeiro – a curva de juros e a projeção de inflação para períodos depois da eleição – não mostram grandes rupturas nas expectativas. “As curvas indicam que tem chance de a coisa dar certo.”

Agora, Gustavo está arregaçando as mangas como presidente da Fundação Novo, coordenando o programa de governo que o Partido Novo e seu candidato, João Dionísio Amoedo, apresentarão no ano que vem. “Acho que o João vai surpreender. Todo mundo fala da importância das máquinas partidárias, mas se esquece que estamos no mundo das redes sociais.” Gustavo sente que há um espírito de ruptura no ar até nas noites de autógrafo de seu livro mais recente, A moeda e a lei, um calhamaço de 740 páginas que conta a história das moedas brasileiras entre 1933 e 2013. “Na fila do autógrafo, uma de cada duas pessoas tem menos de 20 anos, e dois terços delas perguntam sobre o bitcoin.” E o que ele responde? Veja na entrevista a seguir.

Temos dois candidatos dos extremos do espectro político à frente das pesquisas, e o centro parece pulverizado. Você está otimista de que o centro vai se aglutinar ao redor de um nome?
Estou confiante que os extremos não terão essa importância toda. O voto extremado é minoritário, ainda que convicto. Por isso aparece com destaque nas pesquisas distantes da eleição, quando em torno de três quartos das pessoas ainda não decidiram, e todas essas estão no centro. É claro que o centro não vai se aglutinar, pois mesmo os partidos individuais estão divididos. Como dizia Machado de Assis, “Basta ser partido para não ser inteiro”. É uma oportunidade maravilhosa para as ideias pró-mercado aparecerem com a sua própria face, e não como correntes secundárias de um ou mais partidos sem identidade ideológica.

O liberalismo econômico – a ideia de um Estado menor e mais eficiente – já é bem recebido pelo cidadão médio?
Convém não subestimar o cidadão médio e também a força das mensagens trazidas pelos escândalos de corrupção, sobretudo o “petrolão”. A ideia de que o “governo grande” existe apenas para alimentar seus apaniguados nunca foi tão popular e tão fácil de entender. O cidadão médio pode ter preguiça do debate ideológico conceitual, mas entende muito bem o que se passa nas páginas policiais, que é onde foi parar a ideia de “Estado redentor”. O que passou na Petrobras foi uma aula sobre os vícios do Estado intervencionista. Nenhuma explicação sobre o liberalismo poderia ser tão clara.

Você disse que considera o Banco do Brasil uma estatal pronta para ser vendida, mas que Itaú e Bradesco não deveriam ser os compradores, dado o nível de concentração bancária que já existe. No entanto, a experiência dos bancos internacionais no Brasil não sugere um histórico de sucesso. A venda do BB atrairia os maiores bancos do mundo?
Sim, o BB é uma empresa aberta, transparente e arrumada, com valor de mercado beirando R$ 90 bilhões, e que idealmente poderia ser privatizado como “corporation”, sem que se descaracterize ou mude de bandeira. Não é necessário, portanto, que haja um banco estrangeiro controlador. Pode ser um grupo, um consórcio, até mesmo nacional. Só não pode ter nesse grupo os outros bancos grandes brasileiros.

Quais seriam os benefícios de uma eventual privatização do BB?
Além do dinheiro para o Tesouro, que teria de ser usado para o cancelamento de dívida, esse novo BB privado perderia as amarras que hoje retiram a sua eficiência. Mais ainda: ele passaria a ter a capacidade real de atacar seus concorrentes. Os bancos públicos costumam ser o “café com leite” do mercado, os que fixam preços sempre altos para os serviços e para o crédito, em razão de sua ineficiência, o que apenas beneficia os privados. E com isso ninguém precisa se preocupar com o cliente. É fundamental que se crie uma tensão competitiva nesse mercado para que se beneficie o personagem sempre esquecido nessa indústria, que é o consumidor.

Você está no conselho do Nubank no Brasil. Dadas as características do mercado brasileiro, é possível que o impacto das fintechs na desintermediação financeira seja apenas marginal, e que elas não mudem o jogo?
Acho que a tecnologia e as fintechs vão mudar o jogo e para muito melhor. O dinheiro, afinal, é apenas uma tecnologia de pagamento, e suas expressões, formatos e possibilidades só fazem se ampliar. Existem inúmeras formas inovadoras de dar crédito, de tomar depósitos, de fornecer serviços bancários, de dinamizar circuitos de pagamentos e de melhorar um aspecto essencial do sistema: a experiência do usuário. As facilidades tecnológicas são contagiosas porque todos querem serviços financeiros melhores, mais baratos, mais disseminados e inclusivos. O sistema existente não apenas é concentrado no básico, como se integrou verticalmente em inúmeras direções. Os bancos são donos das maiores credenciadoras, como Rede, Cielo e GetNet, e com isso criam barreiras de entrada que nem sempre ficam muito claras para as autoridades.

Apesar do descrédito generalizado na política, a experiência do Partido Novo mostra um nível sem precedente de gente querendo entrar na política. Você acredita que o Congresso será renovado em larga escala no ano que vem?
De fato, há algo novo no ar e não é apenas o Partido Novo. Há uma gigantesca insatisfação com a política e, sobretudo, com os partidos, e daí a explosão na quantidade de organizações civis, grupos de debate e de militantes de si mesmos nas redes sociais. Todos ávidos pela renovação política, mas poucos deram o segundo passo, que é o de jogar o jogo partidário: organizar um partido político para atuar nas arenas onde a política realmente acontece.

Mas, afinal, a política vai mudar?
Essas entidades novas e a importância da internet — das redes sociais, sobretudo — vão mudar muita coisa na política, mas os atores serão os partidos. Não se pode antecipar o tamanho da renovação, mas eu tenho certeza de que vamos ter uma bancada diferente no Parlamento, mais sintonizada com os anseios da sociedade no tocante à integridade, à responsabilidade fiscal e aos valores de uma economia de mercado, isto é, a livre iniciativa, empreendedorismo e concorrência.

Como será o processo de construção do programa de governo do Partido Novo?
A gente quer colocar no ar uma plataforma eletrônica para interação, engajamento e mobilização de filiados e simpatizantes. E construir as opções programáticas como uma espécie de acervo vivo, permanentemente em discussão, e disponível junto com estudos, ideias e experiências de filiados e simpatizantes. Enxergamos a Fundação Novo como um veículo para esse processo. Há casos interessantes no exterior, motivados pelo desejo de se renovar as práticas políticas. Temos que inovar nesse terreno.

Depois da Previdência, cujo esgotamento ameaça a capacidade do Governo de respeitar o próprio teto constitucional dos gastos, quais devem ser as prioridades na extensa agenda de microrreformas do Brasil?
A primeira reforma é transformar a ideia de reforma em rotina. O governo deve promover dinamismo e inovação durante todas as horas do dia, e não episodicamente em “reformas” que supostamente “encerram” os problemas. No terreno de microrreformas, um bom sistema para se adotar é o de olhar muito objetivamente e de forma sistemática para os temas cobertos pelo relatório “Doing Business” do IFC. São as melhores práticas mundiais, e são essas que devemos buscar, e em todos aqueles temas. Os temas tributários e trabalhistas devem receber muita atenção, pois são as áreas onde nossos índices são os piores e, portanto, são maiores os ganhos em eficiência e produtividade decorrentes de mudanças.

Uma reforma tributária que desonerasse o cidadão permitiria que ele consumisse ou economizasse mais, gerando um ciclo virtuoso. Quão longe estamos disso?
Sim, nosso sistema está sobrecarregado de impostos indiretos criados em diferentes camadas, sobrepostas umas sobre as outras, com as piores consequências distributivas e elevando consideravelmente a complexidade do sistema. Somos o pior país do mundo quando se trata do tempo dedicado ao cumprimento das obrigações tributárias, incluídas as obrigações acessórias. Isso é simplesmente uma vergonha. Há muito o que fazer para simplificar e para aumentar a equidade, e a tarefa é ainda mais difícil quando iniciada num contexto de deficits e dúvidas sobre a sustentabilidade do Estado. Tudo pode ficar mais fácil se o objetivo declarado for o de reduzir o tamanho do Estado.

O bitcoin virou uma febre. O que você tem dito aos que perguntam sobre essa nova, digamos, classe de ativos?
Do ponto de vista de fundamento, isto é, do motivo para alguém querer transacionar em bitcoin, o único fundamento que eu consigo enxergar é a necessidade de anonimato. Agora, todo o almanaque de truques sujos dos corretores está aparecendo aí, porque é um mercado sem regulação, sem supervisão. Sem entrar no mérito do preço, se está correto ou não, a chance de malandragem é muito alta.

Fonte: Correio Braziliense

Regulação do BC deve precipitar consolidação de fintechs no Brasil

Publicado em: 01/11/2017


A iminente regulamentação do Banco Central para plataformas de serviços financeiros deve precipitar uma consolidação das fintechs, que se multiplicaram no Brasil nos últimos três anos.

Nas últimas semanas, o setor tem tido intensa movimentação, com as fintechs mais estabelecidas procurando se firmar, acertando aportes mais robustos de investidores ou fazendo parcerias com bancos e varejistas para ganhar escala e visilibidade, como forma se destacar num mercado que já conta mais de 300 dessas startups.

O Nubank, que se notabilizou por meio da plataforma digital de cartões de crédito sem anuidade, anunciou na véspera que passará a operar contas de pagamentos. Na semana passada, o aplicativo de finanças GuiaBolso captou 125 milhões de reais em rodada liderada pelo sueco Vostok, a maior de um fundo de capital de risco para América Latina neste ano. Dias antes, o marketplace Bom Pra Crédito fechou parceria com a CBSS, banco dos sócios Bradesco e Banco do Brasil.

Fontes do setor ouvidas pela Reuters citam pelo menos mais dois acordos de cifras similares aos do GuiaBolso que devem ser anunciados nas próximas semanas.

Segundo o chefe no Brasil da área de inovação da Accenture, Guilherme Horn, grandes investidores globais até agora vinham fazendo aportes mais pontuais em fintechs, enquanto aguardavam sinais do BC, fase vencida quando a autoridade monetária pôs a regulação em audiência pública no fim de agosto. A previsão é que as novas normas, em que o BC criará parâmetros mínimos operacionais, sejam editadas até o final do ano.

“Regulamentações costumam dar uma peneirada no mercado”, disse Horn. “Agora, quem ficar abaixo do padrão do BC vai ter que dar um jeito, ou se adapta ou é vendido. Quem está dentro vai crescer, porque vai atrair mais investidores e parceiros.”

O movimento sublinha o encurtamento dos ciclos de negócios no setor alta tecnologia em relação a setores mais tradicionais da economia, nos quais os processos de expansão e consolidação podem levar décadas.

Com um modelo de negócios relativamente barato – várias dessas startups foram criadas com um investimento inicial de poucas dezenas de milhares de reais -, usando modelos matemáticos para medir o risco de clientes potenciais e oferecer crédito e produtos financeiros. O apelo da agilidade e de juros e tarifas menores ou inexistentes rapidamente caiu nas graças do público.

O movimento também prosperou diante de uma postura mais amigável do BC, que preferiu monitorar a atividade do setor, em vez de proibir a operação de empresas não reguladas para oferecer serviços financeiros. Por fim, o modelo de parceria, na maior parte das vezes com bancos médios ou com cooperativas, exime essas startups de regras mais rígidas.

Como resultado, num espaço de três anos, o número de fintechs no Brasil foi multiplicado por seis.

MAIS CARO

Mas, de certa forma, sinais de que o mercado não conseguiria comportar tantas fintechs existem há algum tempo. Em parte porque conseguir se diferenciar num mercado que se multiplica tão rápido ficou mais desafiador, isto é, mais caro.

Como o marketing é quase todo feito pela Internet, o preço para aparecer em primeiro em páginas de busca como o Google tem subido sem parar.

Rodrigo Ubaldo, sócio-fundador da Allgoo, especializada em digitalizar instituições financeiras, calcula que o custo unitário de aquisição de clientes na Internet chega a 700 reais.

“Embora ainda seja menor do que o custo por cliente nos canais físicos, é um preço que está ficando alto demais”, disse Ubaldo.

No que parece ser um paradoxo, algumas dessas fintechs estão procurando fazer divulgação usando canais físicos, seja abordando pessoas diretamente nas ruas ou comprando espaço na mídia tradicional.

“O canal de divulgação exclusivo pela Internet está se exaurindo”, disse Rogério Cardozo, diretor executivo da Enova, dona da plataforma online de crédito Simplic. “Estamos pensando em ter stands em lugares públicos”, disse Marcelo Ciampolini, presidente-executivo da Lendico.

Outro fator que concorre para filtrar as fintechs sobreviventes é o fôlego financeiro. Em outras palavras, por quanto tempo a empresa pode operar no vermelho, investindo só no crescimento da base.

“Poderíamos atingir o break even (lucro) em dois meses se quiséssemos; era só desacelerar”, disse Cristina Junqueira, cofundadora e vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Nubank, em agosto à Reuters. “Mas isso não faz sentido hoje.” O Nubank tem um público estimado em 2,5 milhões de portadores de cartões.

Em outra frente, a capacidade de funding da instituição financeira sócia também pode limitar a capacidade de expansão. Só em crédito esse mercado já movimenta mais de 1 bilhão de reais por ano. E é isso que tem incentivado uma aproximação entre fintechs e aqueles antes vistos como rivais, os grandes bancos.

O CBSS, de Bradesco e BB, apostou nisso quando anunciou parceria com o Bom pra Crédito, semanas atrás. “Prevemos em 2018 ter 30 por cento do crédito digital”, disse à Reuters Carlos Giovanne, presidente do CBSS, no início do mês. Em outra frente, o Bradesco até o fim do ano deve deslanchar seu banco eletrônico, o Next.

Fonte: Terra

BB mantém liderança em ranking de ativos, segundo Banco Central

Publicado em: 13/04/2017


O Banco do Brasil (BB) se manteve como maior instituição financeira em ativos, de acordo com o Banco Central (BC). Em dezembro do ano passado, o BB reunia R$ 1,437 trilhão em ativos, à frente do Itaú Unibanco, com R$ 1,331 trilhão.

O critério do BC para apurar os ativos difere dos apresentados nos balanços das instituições financeiras porque considera apenas as atividades efetivamente bancárias, deixando de fora negócios como seguros, por exemplo.

Pelos dados divulgados nos balanços, que contemplam todas as atividades das instituições, o Itaú aparece na primeira colocação no ranking de ativos, com R$ 1,425 trilhão, à frente do BB, que encerrou o ano passado com R$ 1,401 trilhão.

Com o aumento da importância de outros serviços no resultado dos bancos, os dados dos balanços têm sido mais usados pelos analistas para avaliar o tamanho das instituições.

A mesma inversão de colocações acontece no terceiro e quarto lugares do ranking. Na lista do BC, a Caixa Econômica Federal aparece com R$ 1,256 trilhão em ativos, seguida pelo Bradesco, com R$ 1,081 bilhão. Já pelos números dos balanços, o Bradesco é o terceiro maior banco brasileiro desde o terceiro trimestre do ano passado, após a incorporação do HSBC Brasil.

A lista dos dez maiores bancos em ativos pela lista do BC conta ainda com BNDES (R$ 868 bilhões), Santander (R$ 705 bilhões), Safra (R$ 148 bilhões), BTG Pactual (R$ 132 bilhões), Votorantim (R$ 103 bilhões) e Citi (R$ 72 bilhões).

Fonte: Valor Econômico

Itaú, Bradesco, BB e Caixa tinham quase 80% do mercado de crédito ao fim de 2016

Publicado em: 05/04/2017


Os quatro maiores conglomerados bancários – Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – detinham, no fim de 2016, 78,99% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país e também 78,48% dos depósitos, segundo o relatório de estabilidade financeira divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.

Um ano antes, no fim de 2015, os quatro bancos detinham, juntos, cerca de 75% dos empréstimos e depósitos de todo o sistema financeiro. Com isso, subiu a concentração bancária no ano passado, de acordo com dados do BC.

Em 2007, eles tinham 54,6% de todas operações de crédito, indicador que mostra que a concentração bancária era muito menor no país.
Recentemente, o BC informou que, em fevereiro, a taxa média dos juros bancários atingiu 53,2% ao ano. Em alguns casos, como no do cheque especial e do cartão de crédito, a taxa passa de 300% ao ano.

Com isso, o chamado “spread bancário” (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) subiu em fevereiro para 42,5 pontos percentuais – patamar elevado para padrões internacionais.

concentracao-bancaria-2016Concorrência

Segundo o diretor de Fiscalização da autoridade monetária, Anthero Meirelles, o aumento da concorrência no sistema financeiro é muito bem-vindo. Questionado se a instituição adotaria alguma medida para estimular a entrada de novos concorrentes, ele afirmou que o grande estímulo para isso é o crescimento do mercado e a melhora do ambiente econômico.

“Eu acho que a queda do risco Brasil, endereçamento de questões estruturais, fiscais, recuperação da confiança, e uma política macroeconômica que gera confiança nos agentes, é o melhor caminho para estimular a eventual entrada de novos concorrentes”, afirmou ele.

Meirelles avaliou ainda que, com mais segurança jurídica e regulatória e “incertezas dissipadas”, haverá um estímulo não só para a entrada de novos concorrentes, mas também para que os atuais participantes do mercado de crédito “se animem mais para concorrer”.

De acordo com o diretor, a segmentação promovida pelo governo no sistema financeiro, com a classificação em cinco grupos, é muito importante para a concorrência.

“Não necessariamente para que novas entidades estrangeiras entrem no Brasil, mas isso reduz o custo de observância e o custo regulatório”, afirmou Anthero Meirelles.

Fonte: G1

Banco Mundial prevê alta de 0,5% para o PIB brasileiro em 2017

Publicado em: 12/01/2017


O Banco Mundial (Bird) previu nesta terça-feira (10) que a economia brasileira vai crescer 0,5% em 2017, mesma projeção feita por economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central nesta segunda-feira (9). Em novembro, o governo estimou que o PIB do país crescerá 1% este ano.

Para 2018, o Bird projeta crescimento de 1,8% para a economia brasileira, e avanço de 2,2% em 2019. A alta esperada de 0,5% para o Brasil em 2017 ajudará a puxar o crescimento de 1,2% da América Latina após dois anos de recessão, prevê o órgão.

Economia mundial

Para o PIB global, o órgão projeta um crescimento de 2,7% em 2017, graças à recuperação de grandes mercados emergentes como Brasil e Rússia, e devido ao maior estímulo fiscal esperado em economias avançadas como os Estados Unidos.

Este número deixa para trás os 2,3% de expansão global registrados em 2016, o menor desde a crise financeira de 2008, segundo a organização. “Após anos de um crescimento global desalentador, estamos encorajados por vermos projeções econômicas mais fortes no horizonte”, disse Jim Yong Kim, presidente do BM, em um comunicado de imprensa.
O boletim semestral “Perspectivas Econômicas Globais”, do BM, projetou um panorama de riscos complexo, com uma possível alta do crescimento caso se concretizem os planos de estímulo fiscal nos Estados Unidos no novo governo do presidente eleito Donald Trump e crescentes dúvidas geradas pela queda nos investimentos nos mercados emergentes.

Expansão nos EUA

Para os EUA, maior economia global, o BM prevê uma expansão de 2,2% em 2017, após a de 1,6% do ano passado. Trump prometeu notáveis cortes de impostos nos EUA e um multimilionário plano de investimentos em infraestrutura, assim como a aplicação de políticas comerciais protecionistas.

“Devido ao enorme papel que os Estados Unidos possuem na economia global, as mudanças em seu rumo político podem ter efeitos de contágio. Uma maior política fiscal expansiva pode gerar mais crescimento tanto dentro como fora do país a longo prazo, mas as mudanças em política comercial podem equilibrar estes benefícios”, afirmou Ayhan Kose, diretor do relatório.

O México deve crescer 1,8%, abaixo do esperado para este ano, como consequência da diminuição nos investimentos em meio à incerteza política nos EUA. A economia Argentina deve avançar 2,7%, diz o Bird.
Na Ásia, os dois grandes motores China e Índia mantêm sólidas tendências. A primeira, imersa em processo de reequilíbrio do modelo econômico, crescerá 6,5% neste ano, e a segunda continuará com taxas superiores a 7,5% nos próximos dois anos.

Por sua vez, a Rússia também deve retornar ao caminho positivo após dois anos de retração, com ganho de 1,5%, segundo o Banco Mundial.

* Com informações da Efe

BB oferece parcelamento da fatura do cartão para 2 milhões de clientes

Publicado em: 06/01/2017


Cerca de 2 milhões de clientes do Banco do Brasil poderão iniciar o ano se livrando do endividamento com crédito rotativo. O banco lançará uma campanha para educação financeira direcionada às pessoas que estão, por exemplo, pagando o valor mínimo nas faturas mensais do cartão de crédito.

A ideia é orientá-las para migrar para uma linha especial de parcelamento, que custa mais barato. Em breve o Banco também alertará os usuários que, por determinação do Banco Central, o tempo de permanência no rotativo será reduzido.

Além disso, o BB investirá em peças publicitárias falando sobre o uso responsável do crédito. Com o mote “Use o cartão de crédito a seu favor”, o BB está reforçando seus mecanismos para evitar endividamento dos clientes, buscando diminuir o comprometimento de renda. A campanha dará dicas sobre as vantagens do parcelamento da fatura e dos serviços oferecidos pelo banco para maior controle dos gastos com cartão de crédito.

Em linha com a estratégia de incentivar o crédito consciente, o Banco também criou uma central com mais de 100 especialistas em uso responsável do crédito, que entrou em operação em novembro. A equipe atua em conjunto com a rede de agências para reorientar os clientes que utilizam o rotativo com frequência a buscarem alternativas mais baratas e alinhadas com as suas necessidades.

Apenas em novembro, 4 milhões de clientes foram abordados para indicar opções com taxas mais baratas das que eles vinham utilizando. A estratégia permite que o crédito rotativo no BB – instituição que detém 22% do faturamento do mercado de cartões – some apenas 9% do total desta linha no sistema financeiro.

Fonte: Banco do Brasil

CAE vai debater em fevereiro plano de reestruturação e cortes do banco

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A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deve debater o plano de reestruturação e cortes do Banco do Brasil. Os senadores querem discutir com o presidente da instituição, Rogério Caffarelli, as propostas de mudanças, que incluem corte de vagas, incentivo à demissão e fechamento de superintendências regionais, diretorias e 402 agências físicas. O senador José Pimentel (PT-CE), que pediu a audiência pública, lembrou que a iniciativa repete a política da década de 1990, quando o banco estatal incentivou a saída de 15 mil funcionários, mas registrou prejuízo. O debate deve ser realizado após o fim do recesso parlamentar, em fevereiro de 2017.

Fonte: Agência Senado