Brasileiros terão 6 meses para sacar dinheiro esquecido nos bancos

Publicado em: 18/10/2024

Pessoas físicas e empresas que perderam o prazo para sacar os R$ 8,6 bilhões de recursos esquecidos nas instituições financeiras ainda terão 6 meses para reclamar os valores. O limite era até 4ª feira (16.out.2024). As informações para requerer o dinheiro estarão em edital que será publicado pelo Ministério da Fazenda.

O SVR (Sistema de Valores a Receber) é um serviço do BC (Banco Central), no qual é possível consultar se empresas, mesmo aquelas que foram encerradas, e pessoas físicas, inclusive falecidas, têm dinheiro esquecido em algum banco, consórcio ou outra instituição e, caso tenha, saber como solicitar o valor. De acordo com a Lei 2.313 de 1954, caso os recursos não sejam requeridos no prazo de 25 anos, poderão ser incorporados à União.

O governo declara que isso não representa um confisco. No caso dos valores informados atualmente no SVR do Banco Central, os recursos não sacados serão transferidos para a conta única do Tesouro Nacional. A ação tem o objetivo de atender à lei que compensa a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de 156 municípios, aprovada em setembro pelo Congresso Nacional.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o novo edital trará a relação dos valores recolhidos, a instituição onde estão esquecidos, a natureza do depósito, a agência e o número da conta.
Prazo de 30 dias

Será estabelecido, então, prazo de 30 dias, contado da data da publicação do edital, para que os respectivos titulares contestem o recolhimento dos recursos. O interessado precisa acionar as instituições financeiras para reaver o dinheiro esquecido.

As pessoas e as empresas ainda terão 6 meses para requerer judicialmente o reconhecimento do direito aos valores. O prazo também se inicia depois da publicação do edital pela Fazenda. Depois disso, os valores serão recolhidos pela União.

O Banco Central e o Ministério da Fazenda ainda não divulgaram balanço de quanto faltou ser resgatado dos R$ 8,6 bilhões que estavam disponíveis até 4ª feira (16.out). Desse total, R$ 6,62 bilhões referem-se a valores não retirados por pessoas físicas e R$ 1,97 bilhão por empresas.

Depois de ficar fora do ar por quase 1 ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Até agosto de 2024, o BC promoveu a devolução de R$ 8 bilhões, de um total de R$ 16,6 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

Fonte: Poder 360

Bancos digitais estão “engolindo” os tradicionais

Publicado em: 12/10/2024

No universo financeiro brasileiro, o papel dos bancos tradicionais, como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú, sempre foi destacado. Eles fazem parte da trajetória de muitas conquistas, como a compra da casa própria ou o financiamento de um carro. No entanto, com a ascensão dos bancos digitais, uma grande questão emerge: a era dos bancos físicos está chegando ao fim? Esta pergunta ganha relevância à medida que as fintechs, como Nubank e Inter, capturam cada vez mais a atenção dos consumidores.

Os bancos digitais oferecem facilidades que mudam o comportamento do consumidor, que naturalmente prefere conveniência e agilidade a filas intermináveis e processos burocráticos. Em 2023, o Banco do Brasil, por exemplo, perdeu quase 3 milhões de clientes para bancos digitais. Um dado que reforça uma tendência crescente: os brasileiros estão migrando em massa para as plataformas digitais financeiras.

O que os bancos digitais oferecem que os bancos físicos não conseguem?

E essa migração para os bancos digitais tem motivo. Hoje, 64% dos brasileiros preferem utilizar os serviços digitais em vez dos bancos tradicionais. O principal motivo é a experiência simplificada e sem taxas abusivas, algo que os bancos digitais oferecem. Apps como Nubank, Inter e C6 Bank conquistam aqueles que buscam descomplicar suas vidas financeiras, sem as restrições de horário e as idas frequentes às agências.

A aposta dos bancos digitais é na simplicidade e acessibilidade. Sem a necessidade de uma estrutura física gigantesca e cara, eles conseguem cortar esses custos e transferir esses benefícios diretamente para os clientes. Isso significa, muitas vezes, menos taxas ou até mesmo isenção total de tarifas. A experiência de usuário é outro diferencial crucial. Abrir uma conta pode ser feito em minutos, pelo celular, sem sair de casa. Cartões de crédito podem ser solicitados pelo aplicativo e usados antes mesmo de chegar o cartão físico.

Os bancos tradicionais vão fechar as portas?

Com a popularidade explosiva dos bancos digitais, uma questão pertinente surge: será que o futuro dos bancos tradicionais é o fechamento? Embora seja difícil prever com precisão, é inegável que os bancos físicos precisam se reinventar. Grandes instituições como Itaú e Bradesco já estão investindo no digital, com lançamentos como o Iti e o Next, respectivamente. Contudo, muitos clientes ainda veem essas iniciativas como extensões dos serviços físicos ao invés de uma inovação genuína.
O desafio dos bancos tradicionais para se manterem relevantes

Um dos principais desafios dos bancos físicos é adaptar seus negócios à nova era digital. Manter uma rede extensa de agências é caro e, num cenário onde agilidade é prioridade para os consumidores, esse modelo parece cada vez mais ultrapassado. Reclamações sobre burocracia e lentidão são frequentes. A resistência interna à mudança é outro obstáculo. Funcionários acostumados aos métodos antigos têm dificuldades em adotar novas tecnologias, atrasando a modernização necessária.

Por outro lado, os bancos digitais seguem crescendo e inovando. Exemplo disso é o Nubank que, em 2023, registrou um lucro surpreendente de 1 bilhão de dólares, demonstrando que a aposta no digital é lucrativa e sustentável. Com novos recursos a todo momento, eles seguem evoluindo suas ofertas e atraindo mais clientes.

Fonte: Terra

Bancos pagam R$ 9,2 milhões por executivo e propõem perda real para categoria

Publicado em: 25/08/2024

Após mais de dois meses de Campanha e nove rodadas de negociação, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) propôs, nesta quarta-feira 21, perda salarial de 0,57% para os trabalhadores. Considerando a projeção para data-base 1º de setembro, 3,96%, a proposta para o reajuste dos bancários 2024 foi de 85% do INPC, equivalente a 3,37%, o que significa perda salarial de 0,57%. O índice foi rejeitado na mesa de negociação.

Enquanto isso, para 2024, a previsão é que a remuneração média individual anual da Direção Estatutária dos 4 maiores bancos (Itaú, Santander, BB e Bradesco) chegue a R$ 9,2 milhões por diretor(a), aumento de 8% em relação a 2023. O valor é 115 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR). Considerando a remuneração média geral anual da categoria, o valor é 46 vezes superior.
Bancos lucraram R$ 54 bilhões no 1º semestre de 2024

Não há justificativa para esse desrespeito com os trabalhadores. O lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 169% acima da inflação, entre 2003 e 2023. Para 2024, há sinalização de melhora nos resultados. Juntos, os quatro maiores bancos, lucraram R$ 53,9 bilhões no primeiro semestre, alta de 13% em relação ao mesmo período de 2023.

Os setores menos lucrativos da economia tiveram aumento real este ano. Segundo levantamento do Dieese, no primeiro semestre de 2024 cerca de 86% das 8.680 negociações coletivas analisadas tiveram reajustes com ganhos acima do INPC com variação real média (acima do INPC) é, no momento, igual a 1,59%.

A categoria bancária reivindica a reposição total da inflação (INPC de 1º de setembro de 2023 a 31 de agosto de 2024) mais aumento real para salários, PLR, VA e VR e demais verbas.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Após lucro recorde dos bancos nos balanços do 2º tri, qual deles será o melhor pagador de dividendos?

Publicado em: 09/08/2024

A temporada de balanços do segundo trimestre de 2024 dos grandes bancos, conhecidos por pagar bons dividendos, encerrou com recordes históricos. Segundo levantamento divulgado por Einar Rivero, sócio fundador da Elos Ayta Consultoria, divulgados nesta sexta-feira (9), os lucros de Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander (SANB11) somados foram de R$ 26,8 bilhões. O desempenho superou o recorde anterior de R$ 26,1 bilhões, registrado no segundo trimestre de 2022. Em meio a esse verdadeiro recorde olímpico, o investidor deve se questionar quais empresas devem ficar no pódio das maiores pagadoras de proventos nos próximos trimestres.

Alguns investidores podem verificar o lucro de cada banco e estimar que o melhor pagador de dividendos será o aquele que mais lucrou. Mas isso pode não ser a melhor forma de chegar a essa conclusão. O investidor não deve se ater somente ao lucro: o rendimento em dividendos, conhecido como dividend yield, é um indicador mais preciso.

O DY mostra o rendimento em proventos em relação ao valor da ação do banco e pode indicar ganhos relevantes para quem tem esses papéis na carteira. As duas empresas que saem na frente nesse quesito são Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3).

Na visão de Milton Rabelo, analista da VG Research, os dois bancos apresentaram bons resultados no segundo trimestre de 2024. Como a chance de recessão nos EUA é baixa e não há impactos sobre os negócios das companhias, o analista diz que Itaú e BB devem continuar com essa boa dinâmica de lucros nos próximos trimestres. Já Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) devem continuar apresentando evoluções nos próximos trimestres, retornando gradualmente aos seus históricos de lucro e rentabilidade.

“Os quatros bancos tiveram resultados positivos, caracterizados por evolução na maior parte das linhas, porém o Itaú reportou o resultado mais forte entre eles, com lucro e rentabilidade muito elevados, além de evolução nas taxas de inadimplência e PDDs (Provisão para Devedores Duvidosos). Na conjuntura atual, Santander e, sobretudo, Bradesco parecem ter um potencial maior de evolução de resultados, já que os seus balanços ainda estão detratados”, diz o analista.

Melhor pagador de dividendos: Itaú ganha a medalha de ouro entre analistas

Para a Genial Investimentos, o Itaú também foi a empresa que mais saiu fortalecida da temporada de balanços. Os analistas comentam que a empresa está “na frente do pelotão e com uma performance olímpica”. Os analistas comentam que o trimestre mostrou um desempenho sólido da empresa gerida por Milton Maluhy Filho com melhoras contínuas em processos, tecnologia, modelos de crédito e na gestão de pessoas e cultura.

“Na perspectiva anual, enxergamos tendências construtivas, com receitas totais em expansão 7,7% na base anual, e destaques para margem com mercado, que cresce 31%, e seguros que avançam. Com base nessas expectativas, calculamos que a empresa deve pagar cerca de 7,5% do seu valor de mercado em dividendos do Itaú no acumulado de 2024″, dizem Eduardo Nishio, Wagner Biondo, Felipe Oller e Luis Degaspari.

O BTG calcula que o Itaú deve entregar um pagamento maior: 10,7% do valor de sua ação em dividendos nos próximos 12 meses, entre agosto de 2024 e agosto de 2025. Para o acumulado de 2024, a estimativa é de um dividend yield de 6,1%. Segundo o banco, esses proventos devem vir de um lucro líquido de R$ 40,3 bilhões que o Itaú deve apresentar no segundo semestre.

Já para todo o ano de 2025, a estimativa é de um provento de 6,8% do valor de sua ação. O dinheiro viria de um lucro líquido de R$ 44,5 bilhões. As estimativas de pagamentos de proventos mais altos do Itaú na janela dos próximos 12 meses, segundo o BTG, acontece em meio às expectativas de dividendos extraordinários que o banco deve pagar no balanço do quarto trimestre de 2024, que deve ser divulgado no começo de 2025.

Em entrevista coletiva nesta semana, o CEO do Itaú revelou uma data para o pagamento do dividendo extraordinário. “Vamos anunciar os dividendos extraordinários do Itaú no balanço do quarto trimestre de 2024. Não vamos falar aqui qual será o payout (porcentual do lucro a ser pago em dividendos), pois preferimos olhar as necessidades dos nossos clientes em relação à necessidade de capital. No entanto, vale reforçar que estamos confiantes de que anunciaremos esses dividendos, tudo está saindo conforme planejado”, disse Maluhy Filho.

O banco reportou um índice de capital nível 1 (Basileia III) de 14,6% no segundo trimestre de 2024, alta de 1 ponto porcentual na comparação com o mesmo período do ano passado e outra alta de 0,1 ponto porcentual na comparação com o primeiro trimestre de 2024

O índice de capital, ou Basiléia, é um indicador que reflete o porcentual do capital do banco empregado nos empréstimos realizados pela empresa. Essa medida serve para mitigar os riscos dos bancos e fortalecer a companhia. Analistas da Genial Investimentos apontam que o mínimo gerencial requerido do banco é de 12%. Ou seja, esses 2,6 pontos percentuais excedentes podem virar dividendos.

Em cima dessa expectativas, a VG Research calcula um dividend yield de 7,5% para o Itaú nos próximos 12 meses. A recomendação é de compra do papel. Para o investidor receber esse porcentual de proventos, o ideal seria a compra da ação até a faixa dos R$ 40,60. Passando desse valor, o analista comenta que o papel deixa de estar atrativo para o investidor.

O BTG também tem recomendação de compra para a ação do Itaú com preço-alvo de R$ 41,00 para os próximos 12 meses, potencial alta 21,8% na comparação com o fechamento quinta-feira (8), quando a ação encerrou o pregão a R$ 33,65. “O Itaú pode chegar a uma rentabilidade medida pelo Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 25% nos próximos dois anos depois que normalizar o acumulado de capital. É uma rentabilidade muito alta e, por isso, classificamos o banco como o nosso favorito”, dizem Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, que assinam o relatório.

Já a Genial recomenda compra com preço-alvo de R$ 40,60, uma alta de 15,6% na comparação com o fechamento de quinta-feira. A corretora também classifica o papel do banco como o seu predileto do setor. O banco deve pagar proventos extraordinários e as ações estão sendo negociadas a preços atrativos, como na métrica do Preço sobre o Lucro (P/L) estimado para 2024, que está em 8 vezes. Para 2025 a estimativa é de 7,2 vezes.

Banco do Brasil fica em segundo lugar entre pagadores de bons dividendos

Os analistas também elogiaram os resultados do Banco do Brasil, mas fizeram alertas sobre as tendências que os números do 2º trimestre indicam. A inadimplência acima de 90 dias cresceu 0,3 ponto porcentual, indo de 2,7% no segundo trimestre de 2023 para 3,0% no segundo trimestre de 2024. Ontem, os executivos do banco justificaram que essa alta do indicador de calotes foi puxada pelo setor do agronegócio. A inadimplência da carteira de crédito do segmento foi de 0,58% no segundo trimestre de 2023 para 1,32% no segundo trimestre de 2024.

Em meio a esse avanço da inadimplência, o banco revisou suas estimativas de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD). O dinheiro é utilizado para cobrir o calote de clientes que não estão inadimplentes. A companhia revisou estimativas de suas provisões da faixa dos R$ 27 bilhões aos R$ 30 bilhões para o intervalo de R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões. No segundo trimestre de 2024 do BB, o PDD da empresa ficou em R$ 7,8 bilhões, alta de 8,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, o PDD ficou em 16,3 bilhões, avanço de 25,5%.

A Genial Investimentos mostrou preocupação com a inadimplência e revisão do guidance. Os analistas têm dúvidas se o custo de crédito, que veio pior do que o esperado, está forçando o banco a ajustar suas projeções. Mesmo com a preocupação com a alta da inadimplência, e com receio de que os números mostrem um piora sequencial no resultado do Banco do Brasil, analistas da Genial Investimentos calculam que o banco deve pagar 10% do seu valor de mercado em proventos, o que justifica a recomendação de compra.

“Acreditamos que o Banco do Brasil permanece com um preço atraente, negociado abaixo de seu valor patrimonial e com um ROE superior ao seu custo de capital. As ações estão sendo cotadas a múltiplos descontados em relação aos seus pares, com um Preço sobre Lucro (P/L) de 4,0 vezes para 2024 e 3,7 vezes para 2025”, dizem Eduardo Nishio, Wagner Biondo, Luis Degaspari e Felipe Oller, que assinam o relatório.

A Genial tem recomendação de compra para a ação do Banco do Brasil com preço-alvo de R$ 34 para o fim de 2024, uma alta de 29,8% na comparação com o fechamento de quinta-feira (8), quando encerrou o pregão a R$ 26,19. A VG Research acredita que o Banco do Brasil deva entregar bons resultados no ano e cumprir suas estimativas de lucro, que vão de R$ 37 bilhões a R$ 40 bilhões no acumulado de 2024.

“O Banco do Brasil oferece um investimento muito convidativo por aliar robustos pagamentos de proventos, forte geração de lucro e preço muito bom para o investidor”, explica. O especialista tem recomendação de compra e calcula um dividend yield de 10,45% para os próximos 12 meses. O preço máximo para garantir esses dividendos é até a faixa dos R$ 30,60. Acima desse valor, o ideal é o investidor não comprar a ação.

Já o BTG argumenta que a companhia parece estar se enfraquecendo e que o balanço do segundo trimestre do BB pode indicar que a empresa chegou ao ponto máximo e que pode desacelerar. “Já faz algum tempo que não o consideramos o Banco do Brasil em nossa lista de principais escolhas. Sentimos que os investidores começarão a precificar os ganhos máximos e que o papel pode sofrer”, apontam Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, que assinam o relatório do BTG.

A equipe recomenda compra para o Banco do Brasil por considerar o papel barato em relação aos pares e pela rentabilidade acima dos 20%, o que, para o BTG, pode implicar em dividendos de até 12% entre 2024 e 2025. Os analistas recomendam compra para o Banco do Brasil com preço-alvo de R$ 36,00, uma alta de 37,45%.

Bradesco divide opiniões, mas não é bem visto comp pagador de proventos

O resultado do Bradesco no 2T24 agradou o mercado. A empresa teve um lucro líquido recorrente de R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre de 2024, alta de 4,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Na visão do CEO do banco, Marcelo Noronha, a companhia cresceu em linha com as projeções do mercado, sem colocar o investidor em risco.

Para a Genial Investimentos, os números do Bradesco foram positivos, pela melhora no ciclo de crédito, aumento na receita de juros com clientes e pela continuidade da execução do plano estratégico. A equipe da corretora diz que, embora o resultado não tenha atingido o pleno potencial do banco, o desempenho do segundo trimestre de 2024 sugere uma recuperação gradual e constante, apontando para melhores resultados nos próximos trimestres.

“No trimestre, o Bradesco avançou com a mudança no mix da carteira de crédito, focando na expansão de linhas e produtos com margens mais elevadas, ao mesmo tempo em que manteve a qualidade da carteira. Como resultado, a Margem Financeira com Clientes voltou a crescer na base trimestral, após seis trimestres de contração, marcando um ponto de inflexão nas receitas”, apontam Eduardo Nishio, Wagner Biondo, Luis Degaspari e Felipe Oller, que assinam o relatório.

Os analistas recomendam compra para o Bradesco com preço-alvo de R$ 17,00, uma potencial alta de 19,3% na comparação com o fechamento de quinta-feira (8), quando a ação encerrou o pregão a R$ 14,25. Como a companhia está em reestruturação, a Genial entende que o Bradesco é uma ação de ganho de capital e não para dividendos.

Milton Rabelo, analista da VG Research, compartilha da mesma visão. Ele diz que na perspectiva de médio e longo prazo o investimento nas ações do Bradesco não pode ser ignorado. “É interessante apontar que as ações do Bradesco estão historicamente descontadas e existe um grande potencial de evolução de resultados em função da reestruturação em curso no banco”, comenta Rabelo.

O analista estima que o banco pode ser interessante no ponto de vista de dividendos, mas não um grande destaque. Recomenda compra para a ação e calcula um dividend yield de 7,55% para o papel. E comenta que o investidor deve comprar o ativo até a faixa dos R$ 15,45.

Por outro lado, o BTG tem recomendação neutra para o Bradesco. Os analistas afirmam que o Bradesco tem um caminho difícil e muito longo pela frente e não gostam de tirar grandes conclusões com base em apenas um trimestre. A equipe do BTG estima que o Bradesco deve entregar um dividend yield de 8,4% para 2024 e outro de 8,6% para 2025.

“É fato, no entanto, que este trimestre apresenta um retrato muito melhor do P&L e do Balanço Patrimonial do Bradesco em comparação aos trimestres anteriores. Nossa classificação neutra permanece”, comentam O BTG tem recomendação neutra para o Bradesco (BBDC4) com preço-alvo de R$ 14,00, uma queda de 1,75% na comparação com o fechamento de quinta-feira (8), quando o papel encerrou o pregão a R$ 14,25.

Santander não tem recomendação de compra

Se o Bradesco divide opiniões, o Santander está no consenso da recomendação neutra. BTG, Genial Investimentos e a VG Research não indicam compra para a ação do banco. A companhia um lucro líquido recorrente de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre de 2024. No dia da divulgação do resultado, o CEO do Santander (SANB11), Mário Leão, comentou que não está satisfeito com o preço da ação do banco no mercado. Na visão de Leão, o preço do papel não reflete os resultados do banco.

O BTG concorda e diz que a correção de nas ações deste ano pareça um tanto exagerada, dados os sólidos resultados da companhia. A equipe vê um dado positivo do balanço: a rentabilidade do Santander está crescendo trimestre a trimestre. Por isso a instituição financeira deve melhorar seus números gradativamente.

No segundo trimestre de 2024 do Santander, o banco reportou uma rentabilidade, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE, na sigla em inglês), de 15,5%. O número apresenta um avanço de 4,3 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado. “Mesmo com esse números positivos, estamos mantendo nossa classificação neutra para Santander à espera de melhores resultados”, explica Eduardo Rosman e sua equipe.

O BTG projeta um dividend yield de 6,3% para o Santander em 2024 e outro de 7,4% para 2025. A recomendação do BTG é neutra com preço-alvo de R$ 30,00, uma alta de 6,08% na comparação com o fechamento de quinta-feira (8), quando a ação terminou o dia cotada a R$ 28,28.

A VG Research também tem recomendação neutra para o Santander. O analista diz que faz mais sentido ter uma recomendação neutra, já que o banco negocia com um prêmio que parece injustificável em relação a alguns dos seus principais concorrentes. O analistas estima que o banco deve pagar 6,25% do seu valor de mercado em dividendos nos próximos 12 meses.

O ideal, seria o investidor comprar a ação abaixo da faixa dos R$ 28,14 para conseguir esses dividendos. Justamente pelo fato do papel ter fechado o último pregão acima desse valor, o melhor para o investidor é não comprar a ação agora. A Genial Investimentos tem a mesma tese, a corretora comenta que o papel não está em um preço atrativo e tem recomendação de manter com preço-alvo de R$ 31,80, crescimento de 12,44% na comparação com o fechamento de quinta-feira (8).
Possível crise nos EUA não preocupa executivos dos bancos

A semana foi conturbada nos mercados acionários. A bolsa japonesa desabou 12% na segunda (5) após temor de recessão nos EUA com dados da economia mais fracos que o esperado e a primeira alta de juros em oito anos, determinada pelo Banco Central do Japão dias antes. As bolsas globais seguiram a tendência e caíram. No entanto, para os executivos dos grandes bancos, a reação do mercado foi exagerada, já que as chances de recessão nos EUA são baixas. Sendo assim, as companhias não veem impactos dessa turbulência nos resultados e dividendos. As empresas, inclusive, vão manter a mesma intensidade de concessão de crédito e dois deles vão aumentar o apetite ao risco.

Para Marcelo Noronha, CEO do Bradesco (BBDC4), a reação dos mercados a uma provável recessão econômica nos EUA como algo absolutamente ‘extremado’. “Havia dúvidas [em relação ao] corte de juros nos EUA, porque a atividade estava colossal. A economia americana está bobando. Eu acho a reação de hoje absolutamente extremada. A gente vai ver o mercado caindo em cadeia, mas vejo a reação como algo exagerado”, disse Noronha na segunda-feira.

Em meio a esse cenário, o banco sinalizou que vai manter o mesmo apetite ao risco, mesmo com a sua margem financeira total abaixo da projeção. A ideia do Bradesco é crescer, melhorar a rentabilidade e entregar valor para o seu acionista, mas tudo isso sem colocar grandes riscos em sua carteira. “Tenho convicção de que vamos entregar o lucro acima do guidance. Numa linha mais arriscada, posso crescer, mas posso ter o custo de provisão mais acima”, relata.

Já na visão do CEO do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy Filho, a chance de recessão nos EUA é baixa e, por isso, o banco não deve reduzir o apetite para concessão de empréstimos.

“A chance de recessão na economia americana é baixa. O que a gente vê são ambos os indicadores econômicos em territórios positivos. Por isso, esperamos um crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Naturalmente, no Japão houve um movimento muito específico. No entanto, os EUA possuem uma alavanca poderosa, que é a política monetária, [e por isso] esperamos três cortes de juros de 0,25 ponto porcentual pelo Fed iniciados em setembro”, diz Maluhy Filho.

Justamente por não ver esses riscos, o CEO do Itaú comentou que não vê nenhuma razão para mudar o apetite, e não antevê nenhum motivo para mudar a carteira de crédito. “Estamos monitorando a saúde dos clientes, claro que algumas famílias estão com o endividamento (alavancagem) muita alta, e por isso, vamos buscar um crescimento sustentável. No entanto, isso não significa que vamos mudar o apetite”, completa o CEO.

Banco do Brasil e Santander vão aumentar o apetite ao risco

O Banco do Brasil entende que o cenário macroeconômico lá fora pode ser desafiador, mas a companhia está retomando o apetite ao risco para a carteira de crédito da pessoa física. Os novos empréstimos serão feitos fora da linha do consignado, com foco em veículos e cartão de crédito. A empresa vai usar inteligência artificial para mapear o perfil de crédito de cada cliente.

Em meio a essa nova estratégia, o CFO do banco, Geovanne Tobias, disse que o segundo semestre tende a ser desafiador com momentos conturbados. No entanto, o banco está confiante em sua capacidade de manter seu bom pagamento de dividendos.

“O segundo semestre será difícil, já que estamos vivendo momentos turbulentos fora do Brasil. No entanto, não teremos nenhum desarranjo na toada dos nossos negócios e estamos confiantes na nossa capacidade de entregar as projeções (guidance) estabelecidas para 2024. Feito isso, manteremos o pagamento de dividendos conforme o prometido”, aponta Tobias.

O Santander segue praticamente a mesma linha do Banco do Brasil. A companhia gerida por Mario Leão quer elevar a oferta de crédito para pessoas físicas, seja via cartão de crédito ou com empréstimos. A medida, no entanto, será feita com cautela. “Na dúvida, oferecemos 10 dias sem juros e saque ilimitado gratuito. Isso está acontecendo gradativamente, não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona”, comentou Leão.

Ou seja, as empresas do setor não enxergam a possibilidade de uma recessão nos EUA e, por isso, os bancos mantêm suas estimativas de dividendos.

Fonte: E-Investidor/Estadão

Grandes bancos voltam a mostrar apetite a risco e aceleram no crédito

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Os principais bancos brasileiros — Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil — voltam a mostrar disposição para tomar mais risco à medida que concluem os ajustes feitos nos balanços para controlar o aumento da inadimplência no pós-pandemia. As linhas de cartão de crédito e empréstimo pessoal sem garantia — que estão no centro da crise do último ciclo de crédito — cresceram no segundo trimestre, e as instituições financeiras dizem que estão com mais apetite nessas modalidades.

No entanto, deve ser uma retomada mais cautelosa, com aprendizados deixados pelo período de expansão acelerada dos cartões no Brasil e em meio às incertezas sobre o cenário macroeconômico.

A reversão das provisões relacionadas à Americanas é outro fator que pode ajudar numa retomada mais forte do crédito. Isso deve aparecer nos balanços a partir do terceiro trimestre, com o término da reestruturação das dívidas da varejista. As medidas contemplam a conversão de parte dos créditos em ações e o pagamento do restante com deságio. Juntos, os quatro grandes bancos tinham exposição de R$ 12,7 bilhões à empresa. A instituições devem reverter parte do valor provisionado, com impacto positivo nos resultados, e manter outra parte, ajudando a manter o balanço protegido até mesmo pelas expectativas de crescimento da carteira.

Fonte: Valor Investe

Itaú, BB e mais 5 bancos enfrentam 4,4 milhões de processos; dinheiro parado chega a R$ 80 bi

Publicado em: 05/08/2024

Os bancos figuram em 7 das 20 posições de maiores atores envolvidos em processos judiciais e respondem por quase 4,4 milhões de ações, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O montante corresponde a 5% do total de ações pendentes no Judiciário. Juntos, os sete bancos que constam na lista – Caixa, Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco, Santander (SANB11), Itaú, Pan e BMG – têm R$ 80,2 bilhões provisionados para demandas cíveis, trabalhistas e fiscais, de acordo com seus balanços do primeiro trimestre de 2024.

Os bancos figuram em 7 das 20 posições de maiores atores envolvidos em processos judiciais e respondem por quase 4,4 milhões de ações, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O montante corresponde a 5% do total de ações pendentes no Judiciário. Juntos, os sete bancos que constam na lista – Caixa, Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco, Santander (SANB11), Itaú, Pan e BMG – têm R$ 80,2 bilhões provisionados para demandas cíveis, trabalhistas e fiscais, de acordo com seus balanços do primeiro trimestre de 2024.

Em nota, a Caixa afirmou o aumento se deve a uma “corrida na proposição de novas ações” em meio à expectativa de mudança na correção dos saldos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), tema julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho. De acordo com o banco, a correção do FGTS é o tema mais frequente das ações, com 1,7 milhões de processos em junho de 2024, ou 57,8% do total.

Veja abaixo o número de ações e os valores provisionados pelos bancos para demandas de natureza cível, trabalhista e fiscal:

Dados do grupo de pesquisa e extensão Acredito, da Universidade de São Paulo (USP), obtidos pelo Broadcast, mostram que o Bradesco (BBDC3; BBDC4) tem a maior taxa de litigiosidade (ações na Justiça), com quase 3 processos para cada 1 mil clientes. Já Original e Nubank (ROXO34) têm os menores índices, com cerca de 0,1 processos a cada 1 mil clientes.

Para os pesquisadores do grupo, o dado demonstra que há espaço para a construção de estratégias e boas práticas que diminuam o número de litígios. Os dados foram levantados pelos pesquisadores Lucas Lopes e Pedro Gregorini com base nos processos do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) de 2023.
Abuso dos bancos na oferta do crédito

Para especialistas, o alto nível de litigiosidade se relaciona, principalmente, com a oferta abusiva de crédito, a falta de resolução das demandas via serviço de atendimento ao consumidor (SAC) e a lacunas na legislação sobre a responsabilidade das instituições financeiras em casos de golpes. “Há uma sobrecarga do Judiciário, que é um serviço público, porque o banco descumpre suas práticas”, avalia Ione Amorim, economista e consultora do programa de Serviços Financeiros do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).

Amorim observa que, durante a pandemia, aumentou o número de pessoas que passaram a receber crédito não solicitado e foram vítimas de golpes. Ela também destaca a publicidade enganosa na renegociação de contratos no pós-pandemia, que teria induzido os consumidores a acreditar que os bancos fariam a suspensão das parcelas. “Muitos desses consumidores entraram na Justiça depois para questionar as cobranças”, afirma a economista.

Maria Paula Bertran, professora de direito econômico da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP, destaca a figura do correspondente bancário, também conhecido como “pastinha”, como central na oferta abusiva de crédito. Na avaliação da especialista em Direito Econômico, os litígios relacionados a empréstimos não solicitados estão entre os mais comuns no Judiciário.

Os correspondentes bancários são agentes que atuam em nomes de instituições financeiras para facilitar os serviços bancários em áreas com escassez de agências. “De alguma maneira, o crédito acaba sendo vendido no Brasil como se fosse Tupperware ou cosmético. De casa em casa, nas igrejas, na vizinhança, nas escolas, nos bairros”, afirma Beltran.

Ela aponta uma “falta de responsabilidade” dos bancos nos casos de irregularidades na atuação dos correspondentes. “Os bancos são os últimos beneficiários dos correspondentes bancários, que têm um grande estímulo para fazer transações não solicitadas. A formalização dessas transações lhes gera comissões, que geralmente giram em torno de 6% dos valores dos empréstimos.”

Bertran defende o estabelecimento de um limite de oferecimento de crédito por CPF. “É preciso mudar a concepção de que o crédito é sempre bem-vindo e reconhecer que a tomada de crédito é um ato jurídico com consequências que podem ser desastrosas”, avalia a professora. “A gente tem um juízo comum de que o banco não quer inadimplência. De que o banco, naturalmente, não vai emprestar para o mau tomador. Isso é uma meia-verdade, porque a inadimplência controlada é muito mais lucrativa que o pagamento pontual”, complementa a professora.

O papel do Banco Central

Amorim, do Idec, aponta mais duas situações novas que contribuem com o aumento do litígio. Uma delas é a Lei do Superendividamento, de 2021, que prevê a renegociação de dívidas no Judiciário. A outra fica com a popularização dos bancos digitais. “Acaba dificultando a comunicação direta com a instituição”, observa Amorim.

A especialista avalia que o Banco Central (BC) deveria ser mais atuante na fiscalização. “Temos uma carência de monitoramento e supervisão. A fintech atende aos critérios de abertura no mercado, mas também está sujeita ao Código de Defesa do Consumidor, ao Conselho Monetário Nacional (CNM). Mas quem fiscaliza?”, questiona.

De acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, o setor bancário recebeu mais de 8 milhões de reclamações registradas nas plataformas consumidor.gov.br e ProConsumidor desde 2015. Segundo o órgão, as reclamações abordam ofertas de crédito e cobranças de juros considerados abusivos, “que frequentemente não são resolvidas diretamente pelas instituições financeiras, levando os consumidores a buscar soluções na Justiça“.

“Neste contexto, a Senacon propõe atualizar as regras do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) para que as empresas possam atender melhor os consumidores, reduzindo o número de reclamações tanto administrativas quanto judiciais”, afirmou a secretaria em nota.

O que dizem os bancos

A reportagem procurou as sete instituições financeiras citadas. A Caixa disse que “possui forte política de redução da litigiosidade em seus processos” e que todas as ações envolvendo correção do FGTS devem ser extintas, “uma vez que o julgado [pelo STF] possui efeitos prospectivos, não retroagindo às remunerações já efetuadas”.

O Itaú (ITUB3; ITUB4) afirmou que o volume de ações judiciais contra o banco teve queda de cerca de 50% nos últimos 10 anos, “resultado de medidas como prevenção contra fraudes e golpes, melhorias na oferta e contratação de produtos, maior proximidade com os clientes e melhor tratamento das questões apresentadas por eles”.

O Banco do Brasil disse estar “fortemente empenhado em reduzir a quantidade de processos judiciais, tendo, no último ano, firmado dois convênios de cooperação com o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) nesse sentido”.

O banco Pan afirmou que “investe continuamente em soluções para o aperfeiçoamento de suas operações e apoia as ações dedicadas à redução do alto volume de processos que chega ao Poder Judiciário, como as iniciativas para o combate à litigância fraudulenta e as dedicadas à solução consensual de conflitos”.

O Bradesco preferiu não comentar e o Santander e BMG não responderam até a publicação desta reportagem – o espeço, porém, segue aberto a manifestações.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse em nota que as demandas judiciais “decorrem do elevado número de relações mantidas diariamente com grandes empresas” e ressaltou que o Judiciário também enfrenta “volume excessivo de processos infundados, muitas vezes praticados por meio de fraudes, a chamada litigância predatória, que não encontra respaldo legítimo no direito de ação”.

Fonte: Estadão

Pesquisa mostra dilema entre perda de mercado e manutenção da rentabilidade dos bancos

Publicado em: 18/07/2024

O avanço das plataformas de investimentos, assessorias e fintechs nos últimos anos têm imposto um desafio para os grandes bancos. Por muito tempo acostumados a “jogarem parados”, ganhando dinheiro sem fazer muito esforço para inovar a oferta de serviços, os incumbentes vêm perdendo terreno em diversas frentes que dominavam.

Por conta disso, os bancos vêm trabalhando para recuperar as parcelas de mercado que perderam. Mas um estudo conduzido pela boutique de assessoria financeira Seneca Evercore alerta que o caminho não será fácil, pois envolve quebrar paradigmas estabelecidos há anos.

O estudo analisou essa perda de competitividade por meio da retração que as grandes instituições financeiras tiveram na parte de crédito corporativo. Segundo ele, até 2018, os bancos comerciais no Brasil possuíam uma fatia de mercado acima de 70,6% do financiamento de empresas do País.

Mas o avanço do mercado de capitais, com o crescimento no número de players independentes, reduziu a participação dos incumbentes. Em seis anos, essa parcela caiu para 54,3%, até março deste ano. Essa perda de market share, porém, não fez com que os grandes bancos ajustassem seus spreads para ficarem mais competitivos.

A pesquisa aponta que as instituições financeiras brasileiras apresentam um ganho proporcionalmente maior derivado do spread financeiro sobre os ativos financeiros do que os bancos americanos – 4,4% contra 2,6%, respectivamente. Enquanto o spread no Brasil em março foi de 12,7%, nos Estados Unidos, ele estava em 3,2%.

A grande questão, segundo Daniel Wainstein, sócio da Seneca Evercore, é que os bancos não têm espaço para cortar o spread porque a estrutura de despesas dessas instituições é mais onerosa, exigindo a cobrança de spreads elevados para atingir o mesmo nível de rentabilidade dos bancos americanos.

“Os bancos são pesadíssimos no Brasil”, diz Wainstein. “Eles não conseguem diminuir os spreads porque não terão lucratividade mínima se fizerem isso.”

O estudo aponta que a estrutura de despesas dos bancos brasileiros é superior ao das instituições americanas, de 3,7%, contra 2,9%, respectivamente, quando se pega as despesas administrativas e divide pelos ativos financeiros.

No caso da rentabilidade, embora o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) dos bancos brasileiros seja superior, com uma mediana de 12%, enquanto nos americanos é de 9,5%, quando se leva em conta a taxa básica de juros de cada país, o ROE das instituições brasileiras é de 1,5%. Nos bancos americanos, a mediana é de 4,1%.

Segundo Wainstein, a estrutura de despesa dos bancos brasileiros já foi bem mais pesada, chegando a estar em 7% no início dos anos 2000. Ele diz que os bancos fizeram um bom trabalho nos últimos anos de redução de despesas, com fechamento de agências e reduzir pessoal.

O sócio da Seneca Evercore destaca ainda que os bancos lidam com um índice de inadimplência muito elevado. De acordo com o estudo, os bancos brasileiros provisionam 2,9% em relação a sua carteira de crédito, enquanto os bancos americanos provisionam apenas 0,6%.

“Os bancos brasileiros têm que cobrar juros muito altos para poder comportar o risco e para comportar uma estrutura administrativa pesada”, afirma Wainstein.

Fonte: Neofeed

Bancos reestruturam área de investimentos de olho em grandes fortunas e gestão de patrimônio

Publicado em: 01/07/2024

Após uma década marcada pelo avanço de plataformas independentes no mercado de investimentos, os grandes bancos estão reagindo. Principais agentes desse mercado, os grandes conglomerados querem concentrar as aplicações financeiras dos clientes, em uma agenda que serve para proteger seu espaço e também ampliar a rentabilidade das organizações de forma mais diversificada.

Nos últimos tempos, o mercado de wealth management tem registrado crescimento relevante, evidenciando a busca de investidores por atendimento personalizado de acordo com suas necessidades. A área de wealth dos bancos e plataformas de investimento é aquela que fica responsável pela gestão das aplicações financeiras e também do patrimônio dos clientes mais afluentes. É um público que tem R$ 5 milhões ou mais para investir, e que além de procurar investimentos rentáveis, utiliza os serviços dos bancos para o planejamento sucessório e patrimonial, ou seja, para uma assessoria financeira mais ampla.

Num cenário de fortes incertezas como a atual, marcado por inflação global, taxas de juros elevadas e conflitos geopolíticos, o cuidado com os investimentos – seja para quem tem grandes fortunas ou patrimônio um pouco mais modesto – o planejamento torna-se essencial. É de olho nesse mercado e nessa riqueza, que os grandes bancos estão focados e criando novas estratégias. A partir de hoje o Estadão/Broadcast publica uma série de entrevistas com executivos dessas áreas dos principais bancos do País.

Hoje Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander Brasil concentram 56% da indústria de investimentos no País, de acordo com levantamento do Bank of America (BofA). Desde 2014, o Itaú ganhou mercado e os três concorrentes tiveram relativa estabilidade, enquanto XP Investimentos e BTG Pactual cresceram ao consolidar casas independentes. No período, a indústria de investimentos no Brasil cresceu 11% ao ano, chegando a R$ 15 trilhões em 2023, segundo o BofA.

O avanço de XP e BTG ganhou frentes além dos investimentos pessoais, com essas instituições ofertando produtos e serviços tipicamente bancários, em uma tentativa de tirar dos bancos não apenas a gestão dos investimentos, mas toda a vida financeira dos clientes. Em reação, os bancos investiram na reestruturação de suas áreas de investimentos e reforçaram a assessoria, com profissionais contratados e espalhados pelo País.

Os quatro bancos buscam um mesmo objetivo: aumentar a fatia abocanhada da carteira dos clientes, em especial os de média e alta renda. A disputa é pelos depósitos, dado que boa parte dos recursos é aplicada em ativos como as letras de crédito. A concorrência também ocorre via assessoria, que dá dinheiro por si só e funciona como uma ferramenta poderosa de fidelização do cliente ao banco.

“Diferentemente de outras áreas ou operações de wealth management, a nossa não é criada para captar (clientes) ou recursos para o banco, ou para distribuir produto. Ela é criada para prover assessoria”, afirma o diretor de Wealth Management & Services do Itaú, Carlos Constantini.

A captação é uma vertente importante do esforço dos bancos. Nos últimos dez anos, a poupança caiu de 11% para 7% das aplicações dos clientes, segundo o BofA, o que reduziu uma importante fonte de recursos para o crédito. Apenas nos três últimos anos os instrumentos bancários reagiram, saindo de 19% dos recursos em 2020 para 26% no ano passado.

“Investimentos são matéria-prima importantíssima, não só como uma fonte de receita, mas também no funding para as operações de crédito”, diz o vice-presidente de Wealth do Santander, Carlos André. “À medida que tivermos sucesso na nossa estratégia de investimentos, teremos a capacidade de melhorar linhas de negócio correlatas.”

Composição

Para chegar a mais bolsos e com mais profundidade, os bancos têm explorado a capacidade de venda cruzada em casa. Com bancos de investimento fortes, esses conglomerados assessoram vendas e fusões e estruturam captações de empresas no mercado de capitais. A etapa seguinte é manter os recursos dos donos e sócios dessas companhias aplicados nas áreas de private dos bancos, em uma segunda peça do quebra-cabeça de um banco múltiplo.

“Nos últimos cinco anos, saímos de um nível de recomendação de clientes que têm relacionamento na pessoa jurídica com o banco de 5% para quase 50%”, diz o vice-presidente de Wealth do Bradesco, Guilherme Leal. “Entendemos que ainda tem muito espaço para crescer. Esse é um pilar de que cuidamos com muito carinho.”

Outra vantagem que os bancos enxergam em relação aos novos concorrentes é a presença regional. No Banco do Brasil, a rede de atendimento espalhada pelo País está conjugada à presença no agronegócio, setor que puxa a economia e gera novos bolsões de riqueza no País.

“A atividade de agronegócio exige alguns profissionais além da atividade de investimento convencional. Temos um time de agrônomos que apoiam essa atividade, profissionais distribuídos pelo Brasil para dar suporte técnico ao nosso time de private”, diz o diretor do Private Banking do BB, Guilherme Rossi.

Fonte: Estadão

Quase 80% dos bancos já usam IA, aponta estudo mundial

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No mundo, 78% dos bancos já estão implementando pelo menos um projeto que utilize a inteligência artificial (IA) para acelerar as operações e se relacionar com o cliente, conforme o IBM Institute for Business Value (IBV). O estudo, ao qual o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) teve acesso com exclusividade, foi divulgado no Febraban Tech, evento que começou nesta terça-feira, 25, em São Paulo e tem programação até esta quinta, 27.

Conforme o estudo, na América Latina os bancos têm quatro grandes objetivos com a implementação da tecnologia: aumentar o engajamento dos clientes (31%); incrementar operações de risco, compliance e segurança (25%); aumentar a produtividade em recursos humanos, marketing e compras (também com 25%); e o desenvolvimento na área de tecnologia da informação (19%).

No encontro, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, definiu a inteligência artificial como uma ferramenta que deve transformar a economia global. “Precisamos reconhecer que a IA não é apenas uma ferramenta, mas uma força que muda negócios, empregos e a maneira como nos relacionamos com o mundo”, afirmou.

Confira, a seguir, destaques dos bancos participantes do debate de ontem:

Itaú

Em debate com outros dirigentes de bancos, o presidente do Itaú, Milton Maluhy, lembrou que a inteligência artificial é um “meio, não um fim em si mesmo”, e ressaltou que todos os dados do maior banco privado da América Latina já estão em nuvem – para garantir o armazenamento e o processamento de uma quantidade gigantesca de dados, processo necessário para um sistema artificialmente inteligente. O banco é a terceira empresa que mais usa o GitHub da Microsoft, um serviço para desenvolvedores.

“No momento atual, conseguiremos capturar o benefício máximo da IA”, disse Maluhy. Para ele, é preciso criar valor para o cliente e simplificar processos, e isso pode ser feito com a ajuda da IA.

Bradesco

O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, defendeu investimentos em pessoas e contratações de profissionais cada vez mais qualificados em tempos de avanço da inteligência artificial. “Queremos ter 60 mil colaboradores usando a BIA com IA generativa neste ano”, afirmou. “Aceleramos contratações em tecnologia e investimos no futuro”, disse Noronha. “Acredito que a inteligência artificial vai mudar o mundo.”

Noronha disse que o banco já tem 50 iniciativas de inteligência artificial generativa, a tecnologia que permite interação com vídeos, áudios e textos. Mas, ao investir em IA, ressaltou a preocupação de que as ferramentas dessa tecnologia “não alucinem”, trazendo riscos para os clientes ou o sistema. “Os bancos estarão bem posicionados com a IA responsável, pois lidam com riscos.”

Santander

No mesmo debate, o presidente do Santander, Mario Leão, disse que o banco quer ter um copiloto de inteligência artificial na assessoria de investimentos dos agentes autônomos. “Esperamos ter até final do ano um copiloto de IA no atendimento do canal remoto”, disse o dirigente, ressaltando que, nessa tecnologia, o foco é no desenvolvimento de códigos.

O presidente do Santander também abordou a questão ambiental. Afirmou que a visão de risco climático precisa mudar de nível após a tragédia com as fortes chuvas no Rio Grande do Sul. No banco espanhol, há a crença de que o ESG, sigla em inglês para critérios sustentáveis, sociais e de governança, é um negócio, além do posicionamento institucional. “Temos de ajudar a neutralizar as cadeias de produção”, disse ele, durante o evento.

Banco do Brasil

O maior banco público brasileiro planeja utilizar a inteligência artificial generativa para dar recomendações financeiras a empresas de pequeno porte. A tecnologia será inserida na plataforma do Banco do Brasil destinada à gestão do caixa desses clientes, que tem cerca de 140 mil usuários, e que permite gerenciar inclusive contas de outras instituições. “Usando a IA generativa, vamos acelerando esse processo (de recomendação), automatizando e entendendo como o cliente funciona”, afirmou Luciana Barbosa, gerente executiva clientes MPE, ao Estadão/Broadcast.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: UOL

Cinco maiores bancos brasileiros lucram R$ 29,2 bi no 1ºtri 2024

Publicado em: 02/06/2024

Os cinco maiores bancos brasileiros lucraram R$ 29,186 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 15,2% em relação ao mesmo período do ano passado e de 8,9% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

O número mostra uma temporada em que as instituições mostraram ritmos novamente dissonantes no crescimento da carteira de crédito, antes de um período de incertezas quanto ao rumo das taxas de juros, e de possíveis impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a qualidade dos ativos.

Os maiores crescimentos de lucro entre 2023 e 2024 foram da Caixa Econômica Federal, com um salto de 49% no resultado, e do Santander Brasil, com avanço de 41,2%. O único banco que teve queda no lucro foi o Bradesco, mas o recuo, de 1,6%, foi menos intenso que o observado em trimestres anteriores.

O crescimento dos resultados reflete um arrefecimento mais amplo da inadimplência, em especial no segmento de pessoas físicas. Em alguns bancos, houve aumentos nos atrasos das carteiras de pessoas jurídicas e, no caso do Banco do Brasil, na de crédito rural. Entretanto, essa piora acabou diluída pelo arrefecimento dos atrasos das famílias.

“Nós esperamos uma certa estabilidade na inadimplência”, disse o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, em coletiva de imprensa na semana passada. O controle da qualidade dos ativos deve fazer com que o maior banco da América Latina retome um crescimento mais robusto da carteira de crédito que, no trimestre, subiu 5,6%, abaixo das projeções fornecidas pelo Itaú para o ano.

Neste quesito, houve uma separação dos bancos entre dois grupos. Junto com o Itaú, o Bradesco apresentou um avanço (+1,2%) abaixo do guidance para o ano. O Santander, que não divulga projeções, cresceu 8,1%, enquanto o BB teve alta de 10,2%, e a Caixa voltou a apresentar o maior crescimento, de 10,4%.

No BB, o crescimento foi novamente puxado pelo agro, mas o banco também tem avançado em pessoas físicas, com foco em operações garantidas. “Nós expandimos em 16% o consignado do INSS em relação ao primeiro trimestre de 2023”, afirmou o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores do banco, Geovanne Tobias, em coletiva de imprensa na semana passada.

Ambiente mais incerto

Os balanços do primeiro trimestre não refletem os possíveis efeitos de uma redução no ritmo de queda da Selic, que entrou no radar do mercado após a última reunião do Copom, e das enchentes no Rio Grande do Sul, Estado que representa 6% do PIB brasileiro, e que tem a quinta maior economia do País.

No primeiro caso, a redução da Selic é um ponto importante: a estratégia dos bancos de voltar a ganhar tração em crédito e, consequentemente, em margens, está bastante correlacionada à queda dos juros, que tende a aumentar a demanda por crédito. Além disso, juros mais baixos ampliam a renda disponível das famílias e sua capacidade de pagamento, além de aliviarem as despesas financeiras das empresas.

O caso das enchentes no Rio Grande do Sul é mais complexo. Na semana passada, o Bank of America (BofA) estimou em relatório que entre os cinco maiores, a Caixa tinha a maior exposição de crédito ao Sul do Brasil, com 20% da carteira total nos três Estados da região. O BB vinha em seguida, com 18%, e o Bradesco logo depois, com 15% do total.

O BB afirmou que 4% de sua carteira vem do Rio Grande do Sul, e disse não ter estimativa dos impactos. Ainda assim, considerou que devem ser pequenos. “Não é o Rio Grande do Sul que deve mexer no ponteiro do nosso índice de cobertura contra a inadimplência”, disse o vice de Controles Internos e Gestão de Riscos, Felipe Prince, em coletiva.

Na segunda, 13, o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central aprovaram medidas que amenizam os impactos da calamidade sobre os balanços dos bancos. Permitiram, por exemplo, que créditos renegociados no Estado durante a calamidade deixem de ser classificados como ativos problemáticos, o que evita despesas maiores com provisões.

Medida similar foi tomada no estouro da pandemia da covid-19, em 2020. Naquele momento, os bancos renegociaram prazos e ampliaram a concessão de crédito em linhas mais garantidas. A inadimplência surgiu apenas dois anos depois, momento em que a alta dos juros e da inflação acertou em cheio as famílias e empresas mais endividadas.

Fonte: Estadão

Bancos devem investir R$ 47,4 bilhões em tecnologia no Brasil

Publicado em: 25/04/2024

Em um movimento de mudança no setor de inovação e digitalização, os bancos brasileiros projetaram um investimento de R$ 47,4 bilhões em tecnologia para 2024.

O montante, divulgado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em sua Pesquisa de Tecnologia Bancária 2024, representa um aumento de 21% em relação aos R$ 39 bilhões investidos em 2023 e mais do que o dobro do valor aplicado em 2015 (R$ 19,1 bilhões).

A pesquisa, realizada pela Deloitte, aponta também que a segurança cibernética será a principal área de foco dos investimentos, com 100% dos bancos entrevistados destinando recursos para fortalecer sua infraestrutura e implementar ferramentas especializadas na detecção e resposta a ameaças.

“A indústria brasileira é protagonista do que há de mais inovador em tecnologia bancária e os investimentos feitos pelos bancos ao longo dos anos comprovam o empenho que as instituições têm em trazer anualmente novidades, experiência personalizada para os nossos clientes e 100% de segurança nas operações financeiras do dia a dia”, explica Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária.

A experiência do cliente também se destaca como prioridade, com 83% das instituições financeiras planejando investir em soluções que visam aprimorar a jornada do cliente, como chatbots, inteligência artificial e personalização de produtos e serviços.

A busca por inovações tecnológicas também ganha força, com 71% dos bancos sinalizando investimentos em áreas como cloud computing, inteligência artificial, blockchain e computação quântica. Além disso, a moeda digital do Banco Central, o Drex, surge como um tema de interesse para o setor, com 56% dos entrevistados prevendo iniciativas relacionadas à nova tecnologia.

“A pandemia acelerou o processo de digitalização da tecnologia bancária, juntamente com o nascimento do Pix, a implementação do Open Finance e, no momento, a chegada do Drex, resultando em uma maior oferta de produtos e serviços para nosso cliente. Tudo isto reflete nestas prioridades dos bancos para explorar novos formatos de atendimento e busca por excelência operacional”, reforça Mulinari.

Fonte: E-Investidor

Sete em cada dez bancos brasileiros adotam biometria facial

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Sete em cada dez bancos brasileiros (75%) utilizam atualmente a biometria facial na identificação de seus clientes. O dado está na primeira fase da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, realizada pela Deloitte Consultoria.

Ao todo, 24 bancos responderam os questionários elaborados e aplicados entre novembro de 2023 e março deste ano. As instituições que participaram da amostragem correspondem a 81% das que atuam no país. Além disso, 27 executivos do segmento concederam entrevistas à equipe da Deloitte.

Após concluir o levantamento, a organização destacou o reconhecimento facial como uma das tecnologias mais adotadas pelas instituições financeiras no país. O chatbot, que simula um bate-papo com os correntistas, geralmente com o objetivo de esclarecer dúvidas e orientá-los, existe quase na mesma proporção da biometria, 71%.

Em seguida, aparecem na lista a RPA (67%), tecnologia que automatiza processos repetitivos, facilitando aqueles que são feitos de modo massivo; a Inteligência Artificial (IA) Generativa (54%), capaz de criar conteúdos e códigos a partir de um repertório já existente e que é um recurso amplamente usado para melhorar a relação com os clientes no atendimento; e a Inteligência Cognitiva (25%), que imita o comportamento e o raciocínio humanos para solucionar questões. A pesquisa indica ainda que a IA já foi incorporada por mais da metade (54%) dos bancos.

Os representantes das instituições financeiras declararam que pretendem priorizar medidas de experiência do cliente (83%), inovações tecnológicas (71%), personalização de produtos e serviços (63%), segurança e privacidade de ponta (58%), responsabilidade social e sustentabilidade (54%), além de ofertas integradas de ecossistema (54%). De maneira unânime, os bancos entendem que a segurança cibernética é aspecto que merece atenção.

Em 2023, o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) fez pelo menos três alertas quanto ao uso de reconhecimento facial, em situações diferentes: no transporte público, por planos de saúde e em condomínios. O que questiona é o limite, muitas vezes ultrapassado pelas empresas, frente à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e à legislação que concerne aos direitos dos consumidores. No caso do transporte público, o Idec descobriu que a empresa que prestava o serviço usou dados biométricos dos passageiros para fazer publicidade, por exemplo.

Como driblar a biometria facial

Em entrevista concedida à Agência Brasil, o advogado do Programa de Telecomunicações e Direitos Digitais, do Idec, Lucas Marcon, explicou que, pelos termos da LGPD, os bancos precisam permitir que o cliente escolha qual medida de segurança prefere. Isso inclui, portanto, oferecer caminhos menos invasivos do que a biometria.

“Porque outra grande preocupação que existe com a biometria, embora seja um mecanismo de segurança, é com a segurança do armazenamento desses dados. Isso pode, depois, levar a um vazamento de dados? Eles podem ser compartilhados com outras empresas? O risco de vazamento, especialmente, é algo que traz bastante preocupação, porque, se o dado biométrico de uma pessoa for vazado, em todo lugar em que ela tiver cadastro biométrico estará vulnerável”, afirmou.

Para Marcon, o ideal é que os clientes solicitem, por escrito, uma opção distinta da biometria facial. “A pessoa não pode ser obrigada a fornecer um dado que não é essencial para a prestação daquele serviço. Por mais que os bancos entendam que é um mecanismo de segurança, há vulnerabilidades e a pessoa deveria poder escolher”.

Ele lembrou que, na prática, nem todos os bancos têm seguido o que determina a lei. “Alguns bancos permitem que se use meio diferente e outros são irredutíveis. Nessa situação, o que a gente tem orientado aos consumidores, como segundo passo -, mas que, infelizmente, às vezes, não resolve -, pensando nessa linha mais coletiva, é registrar uma reclamação pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). E por quê? Porque, embora a ANPD tenha limitações para resolver demandas do ponto de vista individual, consta em sua agenda regulatória que deverá, no final deste ano ou no começo do ano que vem, soltar regulamentações sobre o uso de biometria. Então, é interessante que o máximo de clientes faça reclamação, para que o órgão tenha uma base de dados grande e veja que esse é um problema que a sociedade está enfrentando, que o uso de biometria está indiscriminado”, defende o advogado do Idec.

Fonte: Agência Brasil

Quais bancos são mais transparentes na hora de pegar empréstimo

Publicado em: 04/04/2024

“Leia as letrinhas miúdas, todos os asteriscos, tire as dúvidas, pergunte sobre as taxas e tarifas adicionais, questione sobre penalidades em caso de inadimplência e faça simulações das parcelas”. Essas são as recomendações gerais para quem vai pegar empréstimo. Mas nem sempre uma experiência positiva depende somente da atenção ou do empenho do consumidor. As instituições financeiras também têm de fazer sua parte, sendo claras e objetivas com os clientes.

O Índice de Transparência da Novücard, empresa de cartões de crédito, aponta o Banco do Brasil (BB) como a instituição mais transparente com tomadores de créditos, atingindo uma nota de 3,57 em uma escala de um a quatro. A medalha de prata vai para o Nubank, com 3,28 pontos. O terceiro lugar é um empate entre o Itaú e o Will Bank (novato no ranking), ambos com escores de 3,06. Os dados se referem ao segundo semestre de 2023.

“Entendemos que esta posição no topo do ranking é resultado do uso intensivo de dados e profundo conhecimento das necessidades dos nossos clientes, o que gera um relacionamento próximo entregue por meio de soluções cada vez mais personalizadas com a melhor experiência de aquisição em qualquer canal, físico ou digital, para os diferentes perfis de clientes”, diz a vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Carla Nesi.

“O Nubank nasceu há mais de dez anos para combater a complexidade e devolver às pessoas o controle sobre suas vidas financeiras. Nossa abordagem é simples, transparente, totalmente digital e sem intermediários, o que cada vez mais faz toda a diferença para o cliente”, afirma João Reis, líder de produtos de empréstimo pessoal no Nubank.

Apesar da liderança em segmentos-chave do mercado de crédito brasileiro, como crédito consignado e financiamentos habitacionais, a Caixa é classificada como a instituição financeira com as piores práticas de transparência entre as avaliadas, com uma pontuação de 1,80 numa escala que vai até quatro. Em destaque negativo, o Banco Safra fica na segunda posição. A BV Financeira teve a terceira pontuação mais baixa do grupo. O Banco do Nordeste é outra importante instituição pública que figura entre as cinco menos transparentes.

Taxas escondidas, linguagem imprecisa e dificuldades no atendimento tanto antes quanto depois de pegar o empréstimo foram alguns dos pontos analisados para compor a lista que inclui 18 instituições financeiras, que juntas concedem crédito para 80 milhões de clientes. O estudo também avaliou as reclamações no Banco Central e no site Reclame Aqui.

“Muita gente não sabe quanto está pagando de juros, taxas e alíquotas envolvidas. Desta forma, diversas pessoas são pegas de surpresa ao verem dívidas pequenas se tornarem cifras astronômicas”, explica, em nota, Brad Liebmann, fundador da Novücard.

Não é raro que, ao se deparar com taxas ou parcelas que sobem de uma hora para outra, o consumidor se sinta enganado. O prejuízo é ainda maior para pessoas que já estão em situação de vulnerabilidade financeira. Muitas vezes, o processo termina com uma dívida maior que o esperado e difícil de quitar.

Por isso, a transparência é fundamental para que os clientes possam tomar decisões mais conscientes e evitar o endividamento. O Custo Efetivo Total (CET) ainda é um termo desconhecido para uma boa parcela da população, que não entende bem as condições daquilo que contrata.

O CET se constitui majoritariamente de taxas e juros, mas costuma incluir também tarifas, encargos e seguros. Como o nome sugere, este é o custo real do empréstimo ou financiamento e por isso é indispensável que esteja explícito no contrato, do modo mais compreensivo possível.

Segundo o Índice de Transparência da Novücard, o nível de transparência das instituições financeiras cresceu 6,8% em média entre o primeiro e o segundo semestre de 2023. E essa melhora poderá ser ainda mais acentuada a partir de 1º de julho de 2024, quando entra em vigor a Resolução Conjunta nº 8 do BC e do Conselho Monetário Nacional (CMN). O texto exige que bancos e fintechs promovam educação financeira em suas plataformas.

Na prática, várias instituições têm conteúdo e programas voltados à educação financeira. Mas agora a política poderá ser cobrada/vigiada pelo poder público. É importante ressaltar que o Índice de Transparência não avalia as melhores taxas e condições, mas a forma de comunicação entre os bancos e seus clientes, para evitar que eles saiam prejudicados por estarem mal informados.

O levantamento de transparência também mostrou que o Banrisul e Banco Inter se destacaram ao evoluir nos seis meses que separam uma edição da outra do índice. Ambos passaram a divulgar as taxas máximas de seus produtos e com isso melhoraram sua pontuação.

Fonte: Valor Investe

Bancos registram queda de 4% em contatos humanizados em 2023

Publicado em: 27/03/2024

Os bancos encerraram 2023 com queda histórica no volume de consultas dos clientes aos canais internos e externos, que envolvem atendimento pessoal. Essas demandas concentraram pedidos de informações, solicitações, reclamações e cancelamentos.

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), houve recuo de 4% em relação a 2022, passando de 171 milhões para 164 milhões. Em 4 anos, a queda foi de 23,7% (eram 215 milhões em 2020). Eis a íntegra do relatório (PDF – 4 MB).

O resultado reflete as mudanças nos hábitos e nas preferências dos consumidores, que estão mais digitais. Os correntistas têm recorrido mais frequentemente a plataformas de relacionamento que requerem menos atendimento humanizado para a solução das suas demandas.

De acordo com a federação, a queda do número de contatos também resulta da capacidade crescente das instituições financeiras em dar vazão adequada às demandas e oferecer produtos e serviços de maior qualidade, reduzindo a recorrência nos atendimentos.

“Os bancos atendem a grande maioria das demandas internamente, em seus canais primários, com baixa necessidade de atuação de canais externos. Em 2023, mais de 98% das solicitações recebidas foram atendidas e solucionadas no SAC [Serviço de Atendimento ao Cliente], disse o diretor da Febraban Amaury Oliva.

“De todos os atendimentos feitos pelas ouvidorias, menos de 3% recorreram ao Procon [Programa de Proteção e Defesa do Consumidor], o que demonstra a eficiência do canal e os esforços dos bancos em resolver as demandas dos consumidores”, declarou Oliva.

Nos canais telefônicos, que movimentam o maior número de demandas com atendimento pessoal entre todos os canais bancários e são a principal via de atendimento pessoal ao consumidor atualmente, o volume de atendimentos vem sofrendo redução ano após ano.

As CACs (Centrais de Atendimento ao Cliente), que chegaram a atender 163 milhões de demandas em 2020, fizeram, em 2023, 109 milhões de atendimentos pessoais –recuo de 33% no período. No SAC, o recuo foi de 9,3% em 4 anos.

“Esse movimento demonstra a tendência de digitalização no comportamento dos consumidores, que estão migrando para os canais digitais não apenas para transações bancárias, mas também para dúvidas, informações e reclamações”, afirmou Oliva.

Efetividade do trato das demandas

A busca das instituições por aumento de efetividade no tratamento de demandas trouxe ganhos significativos ao SAC e à ouvidoria –esta última responsável por recepcionar e mediar as demandas não solucionadas nos canais primários de atendimento das instituições financeiras.

Em 2023, as ouvidorias tiveram a sua participação ampliada no total de atendimentos prestados pelas instituições financeiras, respondendo por 0,27% das demandas recebidas (450 mil), volume 36% superior em relação a 2022.

O índice de resolutividade do canal alcançou resultado médio de 96,7% em 2023, com 75% das demandas resolvidas em até uma semana.

No SAC, 94 a cada 100 demandas foram resolvidas no mesmo dia. Em só 1% do volume total das demandas recebidas pelos bancos, o consumidor acionou instituições externas, como Procon, BC (Banco Central) e consumidor.gov.br.

Avanços no setor

Para aprimorar a jornada do consumidor com os bancos, em 2023, o setor deu suporte a iniciativas públicas de tratamento e prevenção ao superendividamento e à disseminação das melhores práticas bancárias no relacionamento com consumidores vulneráveis.

Lançou o Guia de Boas Práticas de Relacionamento com os Vulneráveis, disponível na página da Febraban, e implementou videochamadas em Libras no SAC.

A Febraban também apoiou o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal, que começou em julho de 2023. Na 1ª fase, as instituições financeiras solucionaram 10 milhões de registros de dívidas de até R$ 100 dos cadastros de inadimplentes.

Na 2ª fase, em outubro, a Febraban, com o apoio do BC, disponibilizou cursos e orientação financeira aos consumidores por meio da plataforma Meu Bolso em Dia. A iniciativa foi utilizada como ferramenta de orientação financeira oficial do Desenrola Brasil.

Até dezembro de 2023, o Desenrola renegociou R$ 29 bilhões em dívidas, beneficiando 10,7 milhões de brasileiros. Os bancos também repactuaram 2,1 milhões de contratos no mutirão de negociação e orientação financeira. Com isso, subiu para mais de 26,3 milhões o número de contratos repactuados pelo sistema bancário desde o início da pandemia, em março de 2020.

As instituições financeiras lançaram a 3ª edição da campanha “Pare e pense: Pode ser golpe!“, que teve divulgação para a promoção da conscientização dos consumidores sobre fraudes financeiras e com a parceria dos Procons. Também aderiram ao programa Celular Seguro, que permitiu ao consumidor se comunicar com seu banco de forma ágil, em caso de roubos e furtos, e se prevenir de prejuízos financeiros.

Em 2023 o setor também atuou no aprimoramento da oferta do crédito consignado, uma das principais modalidades utilizadas pelos consumidores, por meio do monitoramento mensal, auditorias externas e aplicação de medidas administrativas a correspondentes e agentes de crédito. A ação refletiu na redução de 63% no volume de registros de reclamações na plataforma consumidor.gov.br sobre o consignado, do 2º semestre de 2021 ao 2º semestre de 2023.

Fonte: Poder 360

Banco do Brasil pagará PLR no dia 1º de março

Publicado em: 22/02/2024

O Banco do Brasil vai pagar aos funcionários no dia 1º de março a parcela da Participação nos Lucros e/ou Resultados referente ao semestre, com base nos resultados obtidos em 2023.

Segundo a regra do acordo aditivo do BB, funcionárias e funcionários do banco recebem em até 10 dias úteis após a distribuição dos dividendos ou Juros sobre Capital Próprio (JCP) aos acionistas, sendo que os valores pagos em PLR aos trabalhadores são proporcionais ao aumento do lucro do banco, que bateu recorde de R$ 35,6 bilhões em 2023.

A PLR dos bancários do BB é composta pelo módulo Fenaban e pelo módulo BB. Pelo módulo Fenaban, o funcionário recebe 45% do salário paradigma definido no acordo, acrescido de parcela fixa. No módulo BB existe ainda a distribuição linear de 4% do lucro do banco entre os funcionários, além da parcela variável.

Os valores por cargo da PLR serão divulgados um dia antes do pagamento, ou seja, em 29 de fevereiro.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos fecharam 6,3 mil postos de trabalho em 2023

Publicado em:

Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado na sexta-feira (9), com base nos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o setor bancário fechou 6.315 postos de trabalho em 2023. No ano, os bancos admitiram 36.142 bancários, mas demitiram 42.457. Os dados mostram que, nos 12 meses de 2023, o saldo negativo de empregos bancários se repetiu em 11 deles. Apenas em outubro houve saldo positivo de 271 postos de trabalho. O setor segue em sentido contrário ao do mercado de trabalho formal em geral, que empregou mais 1.483.598 pessoas.

“É preocupante ver um setor tão importante, que obtém lucros exorbitantes ano após ano, não dar sua contribuição para a manutenção do emprego no país”, observou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale. “Isso traz prejuízo para a economia, que gira mais devagar, aos clientes, que têm menos bancários para atendê-los, e principalmente aos trabalhadores, que veem o número de contas e de clientes aumentar juntamente com a sobrecarga de trabalho e o consequente adoecimento”, completou.

Demissão geral

O documento ressalta que “o fechamento de postos de trabalho ocorreu de forma sistematizada em todas as áreas ocupacionais do setor, porém de forma mais predominante em ocupações diretamente associadas às atividades bancárias e financeiras (-4.601 vagas)”. Na área administrativa e afins foram fechadas 1.129 vagas; 408 da área de atendimento ao público; e 242 em tecnologia da informação.

As ocupações de nível gerencial estão entre as mais afetadas. Dentre as dez principais ocupações com maiores saldos negativos, cinco são do nível gerencial, com destaque para Gerente de Contas – Pessoa Física e Jurídica, que perdeu 2.954 postos de trabalho.

Distribuição geográfica

Na análise segmentada por regiões geográficas do país, vemos que, em 2023, houve abertura de vagas nas regiões Norte (+140 vagas) e Nordeste (+307vagas) e fechamento nas regiões Centro-Oeste (-100 vagas), Sul (-363 vagas) e Sudeste (-6.299 vagas).

O maior número de postos de trabalho eliminados ocorreu nos estados de São Paulo (-4.220 vagas), Rio de Janeiro (-1.156 vagas) e Minas Gerais (-855 vagas). Já os estados onde ocorreu maior abertura de vagas foram Rio Grande do Sul (+289 vagas), Bahia (+84 vagas) e Sergipe (+78 vagas).

Perfil da movimentação

O levantamento do Dieese também traz dados segmentados por sexo, faixa etária, raça/cor (nomenclatura utilizada nas bases de dados do Ministério do Trabalho, cujo registro parte de autodeclaração do trabalhador) e remuneração, que mostram que a categoria é composta por 48% de mulheres, porcentagem que vem sendo reduzida devido à menor contração. Do total de contratados em 2023, 54,3% são homens. Na área de tecnologia da informação este percentual é ainda mais desigual, sendo 75,7% dos admitidos do sexo masculino. Em seu estudo, o Dieese lembra que a menor presença de mulheres em ocupações desta área tem sido alvo de discussão nas negociações da Mesa de Igualdade de Oportunidade.

No que diz respeito a movimentação segundo faixa etária, há saldo positivo para as faixas etárias até 29 anos (+7.628 vagas) e negativa para faixas a partir de 30 anos (-13.943 vagas).

As informações sobre raça/cor revelam que, em 2023, o saldo para pessoas pretas e pardas foi positivo em 1.317 vagas, sendo 24% do saldo atribuído às mulheres. A ampliação de vagas para pessoas pretas e pardas é pauta histórica e recorrente nas negociações da categoria bancária.

Por fim, o salário mensal médio de um bancário admitido em dezembro de 2023 foi de R$ 6.174,35, enquanto o do desligado foi de R$ 7.845,89. Isto é, o salário médio do admitido correspondeu a 78,7% do desligado.

Fonte: Contraf-CUT

Lucro dos maiores bancos privados tem queda de quase 10% em 2023

Publicado em: 09/02/2024

O lucro líquido consolidado dos quatro maiores bancos privados brasileiros teve queda de 9,4% em 2023. O levantamento foi realizado por Einar Rivero, da Elos Ayta, com dados divulgados pelos e disponíveis na plataforma Com Dinheiro.

Ao todo, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e BTG Pactual tiveram lucro líquido de R$ 67,1 bilhões no ano passado, contra R$ 74,1 bilhões em 2022 — ano recorde nominal do levantamento.

Dos quatro, Itaú Unibanco e BTG Pactual tiveram alta anual, enquanto Bradesco e Santander reduziram os ganhos. Também é a primeira vez que o BTG tem um lucro maior que o do Santander.

Veja abaixo.

Itaú Unibanco: R$ 33,8 bilhões (+26,6%);
BTG Pactual: R$ 9,9 bilhões (+10,2%);
Bradesco: R$ 14,5 bilhões (-31,6%);
Santander: R$ 8,8 bilhões (-38,2%).

“É interessante notar que tanto o Itaú Unibanco quanto o BTG apresentam um crescimento constante desde 2000, enquanto o Santander e o Bradesco vêm experimentando uma queda contínua desde 2021”, afirma Einar Rivero.

Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco reportou lucro líquido recorrente de R$ 9,4 bilhões no quarto trimestre de 2023. A alta foi de 22,6% em relação ao mesmo período de 2022, em resultado marcado por crescimento de margem financeira e menor provisão para créditos de liquidação duvidosa.

No acumulado de 2023, o lucro líquido recorrente do banco alcançou R$ 35,6 bilhões, alta de 15,7% em relação a 2022.

O banco também divulgou projeções para 2024. O crescimento da carteira de crédito total deve ser de 6,5% a 9,5%. Em 2023, houve expansão de 3,1%.

A margem financeira com clientes crescerá entre 4,5% e 7,5% e margem financeira com mercado, entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões, após terminar o ano passado com expansão de 12,5% na margem financeira com clientes e com R$ 3,3 bilhões em margem financeira com o mercado.

As previsões ainda apontam aumento de 5% a 8% nas receitas de prestações de serviços e resultados de seguros neste ano, quando o custo do crédito deve ficar entre R$ 33,5 bilhões e R$ 36,5 bilhões.

BTG Pactual

O BTG Pactual teve aumento de 61% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 2,85 bilhões, apoiado por receitas recordes na maioria de suas áreas de negócios.

O BTG Pactual, o maior banco de investimentos da América Latina, citou no balanço “lucro líquido recorde”, apesar do que chamou de um ano desafiador, com um ambiente de altas taxas de juros e condições mais difíceis no mercado de crédito.

As receitas atingiram R$ 5,65 bilhões, um aumento de 55% em uma base anual, com o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) — um indicador de lucratividade — atingindo 23,4% no trimestre.

O BTG Pactual disse que 2023 também foi marcado por ganhos de participação de mercado, “especialmente em nossas franquias de clientes”.

Bradesco

O Bradesco reportou lucro líquido recorrente de R$ 2,88 bilhões no quarto trimestre, alta de 80,4% em relação ao mesmo período de 2022, mas queda de 37,7% frente ao terceiro trimestre do ano passado e abaixo das previsões de analistas.

O resultado foi marcado por uma despesa com provisão para inadimplência de R$ 10,52 bilhões, menor do que um ano antes (R$ 14,881 bilhões), mas acima dos R$ 9,19 bilhões do terceiro trimestre.

O retorno anualizado sobre patrimônio líquido ficou em 6,9% no último trimestre do ano passado, de 11,3% nos três meses anteriores e 3,9% no quarto trimestre de 2022 — quando o banco fez uma provisão extra em razão do pedido de recuperação judicial da Americanas, anunciada no começo de 2023.

A margem financeira foi de R$ 16,13 bilhões, de R$ 16,68 bilhões um ano antes, com a margem de clientes caindo 11,7%, a R$ 15,43 bilhões de reais.

Santander

O Santander Brasil reportou lucro líquido recorrente de R$ 2,2 bilhões nos últimos três meses de 2023, ante R$ 3,122 bilhões no mesmo período do ano anterior e R$ 2,729 bilhões no terceiro trimestre de 2023.

O último trimestre do ano passado foi marcado por margem financeira líquida (NII) de R$ 7,218 bilhões, mas despesa com provisão de R$ 6,105 bilhões.

A carteira de crédito expandida somou R$ 643 bilhões e a inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,1%.

Fonte: G1

Lucro dos quatro maiores bancos supera ‘peso Americanas’ e deve chegar a R$ 26 bi

Publicado em: 02/02/2024

O lucro dos quatro maiores bancos listados do País deve apresentar um crescimento anual de 30,1% nos números consolidados do quarto trimestre de 2023, para R$ 26 bilhões, de acordo com a média das estimativas das casas de análise consultadas pelo Broadcast. O expressivo resultado reflete a comparação com a temporada mais afetada pela crise da Americanas, mas também a gradual melhoria da qualidade do crédito. Os balanços dos grandes bancos começam a sair em 31 de janeiro.

A Americanas entrou em recuperação judicial no primeiro trimestre do ano passado, mas Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander Brasil contabilizaram provisões contra o possível calote da empresa já nos balanços do quarto trimestre de 2022. À exceção do Santander, os outros três têm provisões equivalentes a todo o crédito que precisam receber da rede de varejo, que fechou um acordo com credores no final do ano passado.

Sem o peso do fator Americanas, os resultados devem continuar a refletir a diferença de compasso entre Itaú e Banco do Brasil, de um lado, e Bradesco e Santander Brasil, de outro. Entretanto, todos os quatro bancos devem mostrar algum sinal de melhora, seja nos índices de inadimplência, seja na concessão de crédito.

Índice de inadimplência deve melhorar
“No último trimestre, vimos os primeiros sinais de uma inflexão nos índices de inadimplência, com uma relativa estabilidade no indicador acima de 90 dias e melhoria nos indicadores antecedentes – com base nos dados do Banco Central, esperamos que essa tendência continue, principalmente para o segmento de varejo”, afirmou o analista Yuri Fernandes, do JPMorgan, em relatório.

Na visão da XP Investimentos, Itaú e BB, que mostraram inadimplência mais controlada ao longo dos últimos dois anos, devem crescer mais, com índices de atraso praticamente estáveis. Bradesco e Santander devem manter o conservadorismo, com menor custo de crédito.

Olho no Bradesco
As atenções devem ser divididas entre os números dos balanços e anúncios para além deles. O principal deve vir da Cidade de Deus. “Embora o quarto trimestre do Bradesco deva ser um ‘não-evento’, este provavelmente é o resultado mais esperado da temporada, considerando a expectativa de anúncio de um novo plano estratégico por Noronha”, escreveu Daniel Vaz, analista do Safra.

Marcelo Noronha, que era o vice-presidente responsável pelo varejo do Bradesco, assumiu o banco em novembro passado, sucedendo a Octavio de Lazari Junior. O mercado acredita que ele revelará planos para a reformulação do banco, em especial no atendimento aos clientes de baixa renda.

O segmento é o “coração” do Bradesco, mas viu a rentabilidade despencar nos últimos anos com a alta da inadimplência e a competição com bancos digitais, que abocanharam boa parte dos clientes. “O banco pretende voltar a crescer no segmento de baixa renda, mas para isso, terá que diminuir muito o custo de servir, o custo de aquisição e melhorar a inadimplência”, afirmou Eduardo Nishio, da Genial.

Mercado espera mais dividendos do Itaú

No Itaú, a expectativa é pelo anúncio de um muito aguardado aumento nos dividendos, diante do excesso de capital que o banco tem mantido e de novas regras contábeis mais brandas que o esperado. Hoje, o maior banco da América Latina distribui aos acionistas 25% do resultado, e sinalizou que deve aumentar essa distribuição, via dividendos ou instrumentos como a recompra de ações.

Outro foco estará nas projeções dos bancos para 2024, os chamados “guidances”. Do grupo, Itaú, BB e Bradesco divulgam projeções formais para indicadores como carteira de crédito, despesas operacionais e margens. O Santander não as fornece, mas costuma dar sinalizações informais sobre o que esperar.

Mario Pierry, analista do Bank of America (BofA), acredita que BB, Itaú e Bradesco devem divulgar projeções similares para o aumento das margens em relação a 2023, entre 8% e 10%. A composição deve ser diferente: no Bradesco, a tesouraria deve ser mais positiva, enquanto Itaú e BB devem ganhar em margem com clientes graças a um crescimento mais forte das carteiras.

Nas provisões, a expectativa do BofA é que o Bradesco sinalize um crescimento ainda alto, dado que o índice de cobertura do balanço está abaixo da média histórica. No Itaú, há espaço para um custo de crédito menor, enquanto o BB, segundo Pierry, tende a elevar provisões este ano.

Fonte: Estadão

Como a Geração Z está moldando o futuro dos bancos

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Os bancos vêm enfrentando a (difícil) missão de estar à frente dos desejos das novas gerações. À frente, não pelo comando, mas pela agilidade. A velocidade da geração Z assusta e define o seu consumo.

Estes jovens, de 6 a 25 anos, não sabem o que é ser somente analógico, afinal, segundo dados da Nielsen, 99% dos pessoas pertencentes a este grupo possuem smartphone e 94% fazem uso do serviço de streaming.

Se a decisão de compra passa por esta forma de pertencimento, o seu gerenciamento financeiro não seria diferente.

São os que mais utilizam canais digitais para acompanhar seus investimentos, cerca de 40%, de acordo com o Raio X do Investidor Brasileiro, criado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em parceria com o Datafolha.

Para os Millenials, adultos de 26 a 40 anos, o percentual de uso fica em 32% e para a Geração X, de 41 e 60 anos, 22%.

Por isso, as instituições financeiras, das mais tradicionais às mais modernas, vêm criando iniciativas que favoreçam a tomada de decisão desta nova mandante no consumo, como aplicativos, blogs e ações em redes sociais.

“Sem dúvida alguma, para atender a esse público, precisamos ter uma experiência 100% digital, focada em atender as expectativas do cliente sem nenhum tipo de fricção que envolva meios tradicionais como ir a uma agência ou ter que falar com um atendente”, afirma Valter Bicudo, CX Senior Manager de um banco tradicional.

Mas engana-se quem acredita que esta geração não está preocupada, pelo contrário, a solidez das marcas e a aposta em iniciativas verdes estão entre as prioridades. Segundo dados da Oliver Wyman, 75% da geração Z está disposta a pagar mais por produtos e serviços sustentáveis.

“Como cliente, o banco que escolhi concentrar os meus investimentos já se adequou a essa nova realidade do mundo digital, somado a maturidade e variedade dos produtos que são oferecidos e a segurança contra fraudes e golpes (segurança essa que não vejo em outros bancos digitais)”, diz Victor Bizzarri, analista de tecnologia e operações.

Outras duas grandes características desta geração são o imediatismo e a agilidade.

Por isso, o que eles mais buscam são mensagens diretas, painéis dados e soluções integradas. Muitos bancos vêm investindo em aplicativos, sofisticando o uso de IA, sem comprometer a segurança de dados.

“Precisamos ter um app cada vez mais completo, com jornadas bem resolvidas e que transforme atividades simples – como pagar uma conta ou enviar um Pix – em tarefas fáceis e seguras”, garante Bicudo. Afirmação também validada pela pesquisa Anbima e Datafolha, que indica que 54% da geração Z tem o aplicativo bancário como principal canal.

Por que importa?

A geração Z já mudou a quantidade de produtos e serviços ofertados e, daqui pra frente, deve mudar ainda mais. A poupança ainda vem sendo procurada por 14% dos jovens pertencentes a este grupo, mas a tendência é que novas aplicações ganhem força, principalmente, com a ascensão dos jogos digitais e do marketing de influência.

Já existem jovens investindo em criptomoedas e produtos de recompensa digital e as instituições financeiras estão de olho nestas movimentações. Assim, você precisa criar estratégias que vão ao encontro da geração que virou consumidora.

Fonte: Start SE

Procuradoria vai investigar se grandes bancos cerceiam concorrentes menores

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O subprocurador-geral da República, Luiz Augusto Lima, determinou nesta quinta-feira (31) a abertura de um procedimento administrativo para apurar se os grandes bancos brasileiros têm atrapalhado a operação de concorrentes menores em meio a uma briga sobre o parcelamento sem juros no cartão de crédito.

O que aconteceu

A PGR (Procuradoria-Geral da República) decidiu investigar a Febraban – associação que reúne os grandes bancos – e seus membros por práticas anticoncorrenciais após receber uma queixa de competidores. A Abranet (Associação Brasileira de Internet), que representa empresas de pagamentos como PagSeguro, Stone, PicPay e Mercado Pago, reclamou que a Febraban está caluniando seus membros ao acusá-los de cometer ilegalidades no parcelamento de compras no cartão de crédito.

Os grandes bancos têm pressionado o governo e os reguladores do sistema financeiro a limitar o parcelamento de compras no cartão. A Febraban vem dizendo que o elevado número de parcelas sem juros faz crescer a inadimplência. Além disso, acusa as empresas de pagamento de oferecer um “parcelado pirata”: falar para o consumidor que a compra parcelada no cartão não tem juros mas cobrar os juros de uma maneira disfarçada.

A Abranet diz que a acusação vem da falta de habilidade dos grandes bancos em lidar com a concorrência crescente. Afirma que o serviço que a Febraban chama de “parcelado pirata” é uma “ferramenta tecnológica que permite ao vendedor calcular os valores a receber por suas vendas, de acordo com os diferentes meios de pagamento utilizados, os prazos de pagamento e os custos transacionais envolvidos”. Diz, ainda, que a acusação já foi rechaçada como falsa pelo Congresso Nacional, pelo governo federal, pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor).

A Febraban tem atacado injustamente produtos ofertados por nossos associados, entre eles o Parcelamento Sem Juros no cartão de crédito, por uma razão muito simples: os bancões não sabem como enfrentar a concorrência das novas empresas de tecnologia que passaram a disputar mercado com eles nos últimos anos.

Abranet, em nota

Ao aceitar investigar a reclamação, a PGR disse que considerou “a relevância e a gravidade do tema”. Para o subprocurador Lima, os fatos citados pela Abranet “configuram fatos que atentam contra a ordem econômica e direito do consumidor”.

Fonte: UOL

Brasileiros são os que mais trocam de banco, aponta pesquisa

Publicado em: 19/01/2024

Relatório Connected Financial Services Report, desenvolvido pela Salesforce, revela que as instituições financeiras têm encontrado dificuldades para fidelizar os seus clientes. De acordo com a pesquisa, 40% brasileiros trocaram de banco no último ano, 45% de seguradora e 44% de gestores de patrimônio. Globalmente, as taxas foram de respectivamente 25%, 35% e 34% – os brasileiros foram os que mais trocaram de banco entre todos os 12 países pesquisados e ficaram na segunda colocação na troca de seguradoras e gestoras de patrimônio, atrás apenas de Reino Unido e Alemanha, respectivamente.

Entre os brasileiros, o motivo mais citado para trocar de instituição financeira foi a experiência digital, fator listado por 70% no caso dos bancos, 54% nas seguradoras e 67% em gestores de patrimônio. A média global foi de, respectivamente, 51%, 30% e 45%.

Além da experiência digital, outros fatores foram decisivos para a mudança. A integração com outros serviços foi um exemplo, listado por 49% dos que trocaram de banco, 43% de seguradoras e 47% de gestores de patrimônio. Por sua vez, a qualidade do serviço prestado apareceu em patamares similares, com 48% para bancos, 50% para seguradoras e 53% para gestoras de patrimônio. O último fator decisivo na lista foi a distância física do prestador de serviços, citada por 19% dos brasileiros clientes de bancos, 22% para seguradoras e 25% para gestores de patrimônio.

Os clientes também ressaltaram a importância de ter aconselhamento e orientação de suas instituições, sobretudo em tempos incertos para a economia. Metade dos respondentes brasileiros alegou que não sente que o seu prestador de serviços financeiros os ajudou a se preparar totalmente para uma recessão econômica. A taxa, apesar de alta, foi a menor entre todos os países pesquisados.

A pesquisa consultou 6 mil clientes de instituições financeiras de 12 países, incluindo 500 brasileiros e foi realizada de 7 de março a 12 de abril de 2023.

Com o setor bancário se consolidando no Brasil, tanto em termos de profundidade quanto de variedade de serviços, o ISG realizou pela primeira vez no país o estudo denominado ISG Provider Lens Digital Banking Services 2023 – Brazil 2023, no qual avalia a transformação desse ecossistema, que resultou na redução de custos de transação e na facilitação da migração de clientes entre instituições, eliminando barreiras para novos entrantes.

Em 2020, ocorreu um marco importante para a inovação do Banco Central que foi a construção de uma infraestrutura aberta de pagamentos instantâneos, o Pix, novo sistema que acabou se tornando o principal meio de transações entre os brasileiros. Segundo o BC, somente no mês de junho de 2023, foram realizadas mais de 3,3 bilhões de operações, que totalizaram R$ 1,4 bilhões transacionados.

Outra inovação recente no setor bancário brasileiro é o Open Finance, um modelo de compartilhamento entre instituições de informações financeiras autorizadas pelo cliente com o objetivo de tornar o mercado financeiro mais aberto e acessível. Com ela, espera-se a melhora da experiência dos clientes no uso de produtos e serviços financeiros.

Para os próximos anos, é esperado o surgimento de avanços significativos no cenário dos pagamentos instantâneos. Dentre esses avanços, destaca-se o Pix Automático, destinado a facilitar pagamentos recorrentes, e o Pix Internacional, conectando os sistemas de pagamentos instantâneos de diferentes países. Diante desse panorama, os fornecedores de serviços permanecerão essenciais para orientar os bancos durante essa evolução.

Por fim, o relatório aponta que os Bancos Centrais do mundo todo estão estudando, explorando e testando sistemas para emissão de suas moedas digitais (Central Bank Digital Currency – CBDC em inglês), recentemente batizada de Drex, no Brasil. De acordo com o Bank for International Settlements (BIS), 60% dos Bancos Centrais estão atualmente experimentando essa inovação e a expectativa é que, até o fim de 2024, o Drex esteja liberado para o público, aponta o relatório.

Fonte: Monitor Mercantil

Cinco brasileiros estão entre os 100 bancos mais valiosos do mundo

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Cinco bancos brasileiros aparecem em uma lista dos 100 mais valiosos do mundo, elaborada pela consultoria GlobalData.

O banco brasileiro mais bem colocado ranking é o Itaú, em 31º lugar, com US$ 63,4 bilhões em valor de mercado. Ele é seguido por Bradesco, em 59º (US$ 35,5 bilhões); Banco do Brasil, em 61º (US$ 32,7 bilhões); BTG, em 64º (US$ 32,5 bilhões); e Santander, na 79ª colocação (US$ 24,8 bilhões).

De acordo com o levantamento da GlobalData, o valor de mercado dos 25 maiores bancos do mundo aumentou 11,1% no quarto trimestre de 2023, na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

Somados, os 25 maiores bancos do planeta têm uma capitalização de US$ 3,61 trilhões.

Veja o top 10 dos bancos mais valiosos do mundo, segundo a GlobalData:

J.P. Morgan (US$ 491,8 bilhões)
Bank of America (US$ 266,5 bilhões)
Industrial and Commercial Bank of China (US$ 238,1 bilhões)
Wells Fargo (US$ 178,7 bilhões)
Agricultural Bank of China (US$ 175,6 bilhões)
Bank of China (US$ 169,8 bilhões)
HDFC Bank (US$ 1560, bilhões)
HSBC (US$ 155,9 bilhões)
Morgan Stanley (US$ 153,1 bilhões)
China Construction Bank (US$ 152,1 bilhões)

Fonte: Metrópoles

Bancos reduzem milhares vagas de trabalho em 2023; resultado é a precarização

Publicado em: 19/12/2023

O emprego formal no setor bancário apresentou leve recuperação em outubro, com saldo de 257 postos de trabalho. Resultado de 3.681 admissões e 3.424 demissões. No entanto, apesar desse pequeno avanço, os números acumulados do ano revelam um cenário de descaso com os trabalhadores. São 5,3 mil vagas fechadas de janeiro a outubro, embora os lucros das instituições sigam batendo recordes. Foram R$ 25 bilhões em lucros apenas no terceiro trimestre.

Entre todas as atividades econômicas, somente o comércio e o teleatendimento fecharam mais vagas do que o setor bancário no período mencionado. Os dados revelam tendência mais ampla de redução nos postos de trabalho. Especialmente no acumulado de 12 meses, indo de novembro de 2022 a outubro de 2023, quando os bancos fecharam 5.712 vagas. Considerando apenas os “bancos múltiplos com carteira comercial”, que englobam os principais bancos privados e o Banco do Brasil, o saldo negativo atingiu 5.848 vagas.

“Os bancos tentam justificar a redução de postos de trabalho apresentando dados que mostram o aumento do uso de transações pela internet e nos caixas de autoatendimento. Mas, durante a pandemia, pudemos ver que, apesar de estes tipos de transações terem aumentado, muita gente tem necessidade ou prefere o atendimento presencial humanizado”, afirma o o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale.
Menos empregos, mais lucro para os bancos

No último mês, os fechamentos concentraram-se em cinco estados, com São Paulo liderando com 82% do saldo negativo (-196 vagas). Em contrapartida, o Rio Grande do Sul se destacou positivamente, registrando um aumento de 192 postos de trabalho. “Quando fazemos o recorte de gênero, vemos que, no mês de outubro, o aumento de vagas privilegiou os homens. Entre eles, houve aumento de 396 vagas. Entre as mulheres, houve redução de 140 vagas”, informa em nota a Contraf-CUT.

A análise por faixa etária revela um cenário misto, com um saldo positivo entre as faixas de até 29 anos (1.054 vagas a mais). Além disso, um movimento oposto para as faixas etárias mais elevadas, com o fechamento de 798 vagas.

Quanto à remuneração, os dados indicam redução significativa no salário médio dos bancários admitidos, chegando a R$ 5.564,98, correspondendo a apenas 73,38% do valor recebido pelo demitido, que era de R$ 7.583,32. Este cenário levanta preocupações sobre a estabilidade e a qualidade dos empregos oferecidos no setor bancário.

O resultado destes cortes, explica Previtale, é a precarização do trabalho. “O resultado é que, com a redução de postos de trabalho, somada ao fechamento de agências, os bancários que permanecem empregados ficam sobrecarregados e adoecem, porque têm que cumprir diversas tarefas do dia a dia e, ao mesmo tempo, atingir as metas de vendas de produtos bancários”.

Fonte: Rede Brasil Atual

Diretores de bancos ganham mais de R$ 1,5 milhão por mês

Publicado em: 07/12/2023

Quanto ganha um executivo no Brasil? Qual setor paga mais? Segundo o “Estudo de Remuneração” anual realizado pela consultoria Michael Page, diretores de bancos lideraram os ganhos em 2023. O cargo com o maior salário foi o de diretor executivo de Produtos em fintechs e instituições de pagamento: R$ 1,58 milhão por mês.

O segundo e terceiro lugares também pertencem ao setor de bancos, com um salário de R$ 1,5 milhão para o diretor executivo Comercial e R$ 1,3 milhão para CEO regional em criptomoedas. Os valores incluem a parte variável do salário, que são bônus além da remuneração básica. O salário fixo do diretor executivo de produtos, por exemplo, é de R$ 81 mil, mas pode passar R$ 1,5 milhão quando se consideram esses benefícios.

Os dados para este estudo foram coletados ao longo dos últimos meses por meio de entrevistas conduzidas por consultores da Michael Page, durante as quais os profissionais informavam seus salários. Além disso, foram consideradas as informações sobre a remuneração dos profissionais fornecidas pelas empresas.

A pesquisa abrangeu 15 setores econômicos: bancos e serviços financeiros, engenharia e manufatura, agronegócio, finanças, saúde e ciências, propriedade e construção, legal (advocacia), marketing e digital, recursos humanos, secretariado e administrativo, seguros, operações e supply chain, tecnologia da informação, varejo e vendas.

Logo abaixo do setor de bancos, que lidera em termos de salários mais altos, encontra-se a área de seguros, onde as remunerações atingem R$ 635 mil para diretor Comercial e R$ 611 mil para diretor de Produtos e diretor de Operações.

As faixas salariais apresentadas representam a média do mercado nacional, variando até R$ 2 mil para cima ou para baixo, considerando salário bruto mensal. Esses valores representam remuneração paga em grandes empresas, com receita acima de R$ 300 milhões por ano.

Os salários mencionados não incluem remuneração variável, stock options (opções de ações, em que o executivo recebe ações como parte do salário e se torna sócio da empresa) e demais benefícios. No contexto de salários em instituições financeiras e serviços, o montante citado representa a remuneração global, incorporando bônus vinculados ao desempenho.

Fonte: Terra

Maiores bancos fecharam mais de 2,5 mil agências nos últimas 3 anos

Publicado em: 19/10/2023

Ao longo da última década, as grandes filas nos balcões e caixas eletrônicos dos bancos para realizar os mais diversos serviços – de saques a pagamento de contas – foram substituídas pelo atendimento on-line. Atividades como abrir uma conta e pegar empréstimos até investir podem ser feitos através dos aplicativos das instituições financeiras.

A digitalização dos bancos e o avanço dos smartphones fizeram com que as agências bancárias físicas se tornaram obsoletas. Para cortar custos e focar na concorrência com os bancos digitais, as instituições financeiras estão fechando suas operações físicas.

De acordo com um levantamento feito pela Ável Investimentos, usando dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal fecharam juntos 2.563 agências bancárias físicas entre 2020 e 2022. Apenas no primeiro trimestre deste ano, outras 256 unidades fecharam as portas. O movimento, segundo uma pesquisa da Dieese, acabou levando 14 mil bancários ao desemprego.

Apesar de alguns perfis de clientes, como idosos e pessoas em vulnerabilidade, não estejam tão habituados a utilizar as ferramentas digitais, o Banco Central não estabelece um critério para definir o número mínimo de agências bancárias que as instituições financeiras tradicionais precisam manter.

Até o Banco do Brasil, que em 2022 abriu mais agências que fechou, conta com 93,1% das operações dos clientes feitas através dos canais digitais.

Já o Bradesco, que tem 98% das transações digitais, vem buscando transformar parte das agências em unidades de negócios. As mudanças vão desde o tamanho do espaço físico ocupado até unificação de unidades que ficam próximas.

O Santander vem investindo na transformação de algumas agências em estabelecimentos multiuso, diferente das agências convencionais. No novo modelo, que já está em 12 cidades do país, balcões, mesas e estofados foram substituídos por uma cafeteria e um espaço de coworking aberto ao público, o WorkCafé.

O Itaú, por sua vez, pretende adaptar e modernizar toda a rede de atendimento até 2025. De acordo com o jornal O Globo, o objetivo é transformar as agências tenham um novo formato, “numa configuração mais moderna e acolhedora”.

A Caixa é o único banco convencional que ainda mão tem planos de reconfigurar suas agências. O banco continua abrindo unidades de atendimento. Atualmente, a instituição financeira conta com 4,3 mil agências e postos de atendimento, 22,6 mil lotéricos e correspondentes CAIXA Aqui.

Fonte: BNews

BB, o “campeão” de lucro e ROE entre os bancões: o que esperar para a ação?

Publicado em: 18/08/2023


O que era impensável anos atrás, mas que acabou ocorrendo nas últimas temporadas, voltou a se repetir neste segundo trimestre de 2023 (2T23). O Banco do Brasil (BBAS3) reportou um lucro líquido ajustado de R$ 8,8 bilhões (com 21% de retorno sobre o patrimônio – ROE), o maior lucro entre os “bancões” nessa temporada, assim como o ROE.

Isso apesar do lado negativo, com despesas com provisões acima do esperado em casos corporativos específicos tendo impacto. O BB, mesmo não citando nomes, fez referência à Americanas (AMER3) em seu resultado e provisionou mais R$ 338,8 milhões relacionados ao caso.

O BB havia provisionado no início do ano 50% de sua exposição relacionada à Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro. O percentual correspondia a R$ 788 milhões. Neste segundo trimestre, o BB disse que elevou o risco de crédito do caso de risco “F” para risco “G”, que demanda a provisão de 70% da exposição.

O Banco do Brasil disse apenas que o aumento de risco foi com relação a uma “empresa do segmento ‘large corporate’ que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023”. O banco não detalha o que o fez mudar o nível de risco da Americanas.

Entre outros destaques, o Itaú BBA ressalta o crescimento da receita do BB de 6% no trimestre, que foi o maior entre os grandes bancos nesta temporada, com a margem financeira (NII) subindo 8% no trimestre em melhores volumes e spreads e serviços em alta de 2%.

“No geral, esperamos que as ações permaneçam positivas, negociando a 0,7 vezes o P/B (ou P/VPA – Preço sobre o Valor Patrimonial por Ação) e 3,4 vezes o preço em relação ao lucro (P/L ) em 2024”, avalia o BBA.

Os analistas ainda ressaltam que a formação de inadimplência no varejo caiu e contou com melhores métricas em cartões de crédito. A eficiência de custos também melhorou sequencialmente, enquanto uma linha de provisão para riscos legais menor também ajudou.

O trimestre do banco também foi diferente, pois a instituição revisou a orientação do ano de 2023 para o crescimento da carteira de empréstimos em 1 ponto porcentual (p.p.) a mais, para 9%-13% em base anual, enquanto a expansão da margem financeira aumentou em 5 pontos, para 22%-26% em um ano.

“Isso foi consumido por uma perspectiva mais alta para despesas de provisão e menores receitas de serviços, de modo que o ponto médio do lucro líquido do ano ficou inalterado entre R$ 33-37 bilhões”, destaca o BBA, que avalia que o dado efetivo tenda para o limite superior, o que implica em lucros líquidos no segundo semestre acima dos níveis do primeiro semestre.

“Também ganhamos confiança extra em nossas visões de consenso para 2024 acima sobre margem financeira (e, portanto, lucros)”, reforça. O BBA tem recomendação equivalente à compra para BBAS3, com preço-alvo de R$ 56.

A XP destaca que o banco reportou resultados consistentes por mais um trimestre em praticamente todas as linhas, incluindo a qualidade de crédito, com um índice de inadimplência (NPL) acima de 90 dias confortável e praticamente estável em 2,73% (versus 3,6% para o Sistema Financeiro Nacional, ou SFN).

Com os fortes resultados no primeiro semestre, o banco reviu em alta grande parte do seu guidance, principalmente para a expansão da sua carteira de crédito. “Acreditamos que o banco está no caminho certo para entregar um resultado final próximo ao topo do intervalo (R$ 33 bilhões a R$ 37 bilhões), o que daria um múltiplo de preço sobre o lucro implícito de aproximadamente 4,1 vezes para 23. “Ainda muito descontado, depois de subir 41% no acumulado do ano”, aponta a casa.

A Genial Investimentos avalia que o resultado foi marcado positivamente por: (i) bom crescimento da carteira de crédito; (ii) margem financeira bruta, impulsionada pela tesouraria e margem com clientes crescendo acima da carteira; (iii) redução do risco legal. Já no lado negativo, além da forte evolução da PDD, a receita de prestação de serviços ainda é fraca e houve aumento da perda em outros componentes do resultado.

Fonte: Infomoney

Projeto que libera abertura de bancos aos finais de semana volta a tramitar

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Representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) se reuniram na segunda-feira (15) com o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT/AL), para tratar sobre o PL 1043/2019, que obriga os bancos a abrir as agências aos sábados, das 9h às 14h, e aos domingos, das 9h às 13h. O deputado Paulão é o novo relator do projeto.

“Trouxemos nossas preocupações e posicionamentos ao deputado e mostramos porque defendemos o arquivamento deste projeto”, disse o secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jeferson Meira, o Jefão, que é o responsável da Confederação pelo acompanhamento das pautas de interesse dos trabalhadores em tramitação no Congresso Nacional. “Trata-se de um projeto pernicioso, que pode aumentar ainda mais a pressão por metas e o assédio sobre a categoria bancária, e, consequentemente, gerar ainda mais adoecimento de trabalhadores, que já sofre demais com as cobranças abusivas”, completou, ao lembrar que para a abertura em casos excepcionais, como feiras e eventos de negócios, ou situações emergenciais, são realizados acordos específicos para que bancários possam trabalhar em dias não úteis, sem que haja alteração na jornada de toda a categoria.

Jefão explicou ainda que a jornada da categoria é reduzida para que haja tempo de relaxamento para os trabalhadores, que desempenham suas tarefas em constante pressão, seja devido a cobrança abusiva de metas pelos gestores, seja porque manipulam grandes quantidades de recursos financeiros, o que gera sensação de insegurança e medo de assaltos. “A categoria é a que tem maior índice de afastamentos para tratamento de saúde, sendo os transtornos mentais o mal de maior incidência”, disse.

Segundo o autor da proposta, deputado David Soares (DEM/SP), o horário de funcionamento das agências, hoje, se sobrepõe à jornada de trabalho da maioria da população, sendo necessária a abertura das agências nos finais de semana.

O diretor de Administração e Finanças da Fenae, Marcos Saraiva, o Marcão, contesta a argumentação do autor do projeto e explica que a digitalização do setor bancário e o aumento das transações digitais é uma realidade que contempla a necessidade da população. E ressalta os prejuízos aos trabalhadores.

“Se o objetivo é melhorar o atendimento à população, deveria aumentar as contratações, colocar mais bancários nas agências. Na nossa opinião, a intenção da proposta é atender o interesse do mercado financeiro e aumentar ainda mais o lucro dos bancos em detrimento da saúde dos trabalhadores”, enfatizou Marcão.
Luta antiga

Desde 2019, quando o autor do projeto, apresentou a proposta, o movimento sindical bancário vem lutando contra sua aprovação, o que levou à retirada de pauta diversas vezes. “Queremos mais do que a retirada de pauta, queremos o arquivamento definitivo”, disse Jefão.

O dirigente da Contraf-CUT lembra, no entanto, que antes mesmo do PL 1043/2019, já houve diversas tentativas de aprovação de leis que autorizam a abertura dos bancos aos finais de semana.

Fonte: Contraf-CUT

Bancos lançam contas internacionais e oferecem cartões de débito e crédito especiais

Publicado em: 10/08/2023


Com o crescimento da utilização dos aplicativos bancários e das contas digitais, os maiores bancos brasileiros estão lançando ou incrementando o mercado de contas internacionais dos clientes, com acesso a cartões de débito ou crédito que podem ser usados para compras em diversos países. Confira abaixo as condições oferecidas:

Bradesco

O Bradesco, que já oferecia a possibilidade a um grupo de clientes, agora expandiu a iniciativa e estendeu a alternativa para todos. De acordo com o banco, a conta global do Bradesco já está disponível para todos os clientes, e pode ser aberta no próprio app do Bradesco, sem a necessidade de baixar aplicativos.

A My Account oferece, gratuitamente, um cartão de débito de bandeira Visa — válido em mais de 200 países e territórios — para saques em ATMs nas moedas locais e compras de produtos e serviços no exterior por meio da função débito em conta. O cliente poderá também comprar dólar baseado no câmbio comercial no app do Bradesco e transferir os recursos em tempo real de sua conta no banco para sua My Account a qualquer momento que desejar, 24 horas por dia, sete dias por semana.

Para solicitar a abertura da conta, basta acessar a opção My Account no menu inicial do aplicativo do Bradesco. A aprovação é feita em até dois dias. Para começar a usar, é necessário realizar uma remessa mínima de US$ 100. No momento da ativação da conta, o cliente ainda consegue personalizar seu cartão com o nome e a cor que desejar.

C6

O C6 Bank oferece a Conta Global para toda base de clientes pessoa física já tinha, permitindo acesso a uma conta com saldo em dólar e cartão de débito internacional no mesmo aplicativo da conta em real, sem taxa de manutenção. O banco oferece uma conta internacional com saldo em euro no varejo bancário brasileiro.

As duas contas estão integradas ao aplicativo do C6 Bank e são abertas em minutos por qualquer cliente pessoa física. As empresas também podem abrir uma Conta Global no C6 Bank. Por meio dela, é possível pagar despesas e fazer transferências em dólar ou euro para instituições financeiras e titularidades no exterior, além de fazer operações de câmbio 24 horas por dia.

A C6 Conta Global adota câmbio comercial (mais barato que o turismo), spread de 2% a 2,5% sobre as transferências em horário comercial e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,1% por transferência, enquanto nas transações com cartão de crédito comuns a cobrança do tributo é de 5,38%.

O cartão de débito internacional permite realizar compras em lojas físicas e virtuais de mais de 210 países e saques em moedas estrangeiras.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil oferece dois tipos de contas internacionais. A chamada Easy, em dólar americano, é oferecida pelo Banco do Brasil Américas nos Estados Unidos e destinada aos clientes pessoas físicas, correntistas do BB no Brasil, que não tenham sido clientes do BB Américas nos últimos 12 meses.

A conta Easy é isenta de tarifa de manutenção de conta e exige um depósito inicial de US$ 100. Aberta e movimentada de forma 100% digital, permite criar uma reserva em moeda forte no exterior, bem como o uso de cartão de débito para compras no exterior. As transferências são realizadas entre as duas instituições, não incidindo tarifa sobre o envio ou o recebimento de remessas. Sobre as remessas enviadas para Estados Unidos por mesmo titular incide IOF de 1,1%, (0,38% nos ingressos ou nas remessas entre titulares diferentes).

Já a conta Gold Global mais completa nos Estados Unidos, oferecida a não cidadãos americanos ou não residentes permanentes e que oferece opções para crédito ou investimento, por exemplo. A conta Gold Global é sujeita à cobrança de tarifas de manutenção de conta, mas há possibilidade de isenção conforme recursos mantidos na conta. É necessário um depósito inicial de US$ 3 mil. Não há incidência de tarifa sobre as remessas feitas para o exterior ou do BB Américas para o Banco do Brasil no Brasil.

Caixa Econômica Federal

A Caixa tem cartão de crédito com a funcionalidade de compras internacionais, disponíveis nas bandeiras Elo, Visa e Mastercard.

Os cartões oferecem:
Isenção de anuidade
Milhas
Assistência para casa, carro e até para pets, descontos em lojas e parceiros selecionados, concierge, acesso a salas vip e aeroportos

De acordo com o banco, não é necessário abrir uma nova conta para ter o seu cartão de crédito do banco.

Para quem já é cliente, basta acessar o app Caixa, disponível nas lojas de aplicativo, no internet banking, no WhatsApp pelo número 0800-104-0 104 ou numa agência.

Para a contratação de um novo cartão de crédito, é necessário ser aprovado em avaliação de crédito e comprovar uma renda mínima de R$ 780.

O banco não trabalha com conta internacional (moeda estrangeira).

Fonte: Extra

Ranking mostra bancos com maior número de reclamações no Brasil

Publicado em: 04/08/2023


O Banco Central (BC) divulgou nesta semana o ranking das instituições financeiras com maior número de reclamações. Os dados são do segundo trimestre de 2023 e contemplam ocorrências associadas a reclamações encerradas nesse período. O BC considerou nessas reclamações o indício de descumprimento, por parte da instituição, de lei ou regulamentação cuja competência de supervisão seja do BC.

No topo da lista está o BTG Pactual/Banco Pan, com 1.004 ocorrência, num universo de 23.036.225 clientes, dando à instituição um índice de 43,58. Em segundo lugar, o Bradesco, que registrou 3.229 reclamações no período, em um universo de 104.486.688, ficando com índice 30,9. Já o Ame Digital, por exemplo, ficou em último lugar (15º) no ranking, com 80 reclamações e 32.678.718 clientes, o índice foi de 2,44.

Para o ranking, o BC considerou o cálculo feito a partir do resultado do índice – que é igual ao número de reclamações dividido pelo número de clientes e multiplicado por 1.000.000.

Veja o ranking dos bancos com maior número de reclamações:

Banco – índice

BTG PACTUAL/BANCO PAN – 43,58
BRADESCO – 30,90
INTER – 29,38
C6 BANK – 24,1
PAGBANK-PAGSEGURO – 22,47
ITAÚ – 20,27
SANTANDER – 18,27
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – 12,5
NEON – 11,88
VOTORANTIM – 9,94
MERCADO CRÉDITO – 9,83
BB – 9,46
NUBANK – 7,82
ORIGINAL – 7,51
AME DIGITAL – 2,44

Fonte: O Tempo

Caixa, BB, BNB e Banco da Amazônia vão integrar serviços

Publicado em: 25/07/2023


A Caixa, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia criaram um grupo de trabalho para integrar os serviços. A intenção é que, ainda em 2023, seja possível que os clientes usem os caixas eletrônicos de qualquer unidade de atendimento das 4 instituições financeiras.

O governo federal é o controlador dos 4 bancos, apesar de o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia terem atuação regional. A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, disse que é a 1ª vez no Brasil que os 4 bancos federais estão dialogando para ter uma ação que beneficie a população.r360, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas.

A Caixa quer, por exemplo, que beneficiários do Bolsa Família possam sacar o benefício em qualquer uma das unidades das 4 instituições financeiras. O processo de integração terá duas fases, todas ainda neste ano: as agências bancárias; as lotéricas da Caixa.

Serrano declarou que os 4 bancos integrados terão uma rede de atendimento de 9.000 agências e 13.000 unidades lotéricas, ou 22.000 pontos de serviços bancários.

A presidente da Caixa disse que as 22.000 unidades de atendimento dos 4 bancos federais estarão à disposição dos 5.564 municípios e dos 21 milhões dos beneficiários do Bolsa Família. Segundo ela, no passado, essa política de compartilhamento era feita de forma individualizada da Caixa com outro banco, e que, agora, será integrada entre as 4 instituições bancárias federais.

“Todos os caixas eletrônicos estarão aptos a receber clientes da outra instituição financeira”, declarou Serrano. “Se unificarmos as agências e as lotéricas, nós estamos falando em torno de 22.000 unidades”, completou.

Serrano afirmou que a intenção é ganhar escala com atendimento à população, que vai ao encontro do pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os 4 bancos também pensarão em ações de sustentabilidade, segurança conjunta e estrutura da experiência digital. “É um marco histórico”, declarou a presidente da Caixa.

Questionada sobre o prazo de implementação do compartilhamento da rede, Serrano declarou que dependerá da tecnologia de cada banco. “Cada um tem um sistema diferente”, disse. “Eu acredito que este ano ainda esse compartilhamento de serviços e atendimento já esteja disponível”, acrescentou.

Ela negou que seja um “balcão único” de serviços financeiros dos 4 bancos e que, no 1º momento, só valerá para caixas eletrônicos.

O ACORDO

O acordo cria um grupo de trabalho multidisciplinar para discutir parcerias entre os bancos. A intenção é integrar serviços para facilitar o acesso aos produtos financeiros.

Assinaram o protocolo as presidentes do BB (Banco do Brasil), Tarciana Medeiros, da Caixa, Maria Rita Serrano, do BNB (Banco do Nordeste), Paulo Câmara (por videoconferência), do Basa (Banco da Amazônia), Luiz Lessa, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

A Caixa já tem compartilhamento de rede com o BNB. Além disso, disse que possui mais de 100 convênios de pagamento e recebimento com empresas privadas. Com o BB, a Caixa compartilha um data center (Cidade Digital), parceria que se iniciou em 2013.

O acordo busca soluções tecnológicas inovadoras, como melhorias relacionadas a sistemas de autenticações com biometria e logins compartilhados.

Fonte: Poder 360