Previ a mil por hora: IPOs e Tesouro IPCA estão no radar

Publicado em: 05/08/2021

A Previ, maior fundo de pensão do país, com cerca de R$ 244 bilhões em ativos sob gestão, tem tido uma postura bastante proativa nos mercados em 2021.

Frente às diversas oportunidades que tem identificado, tanto na renda fixa quanto na Bolsa, a Entidade Fechada de Previdência Complementar (EFPC), criada em 1904 para garantir o benefício da previdência aos funcionários do Banco do Brasil, tem ido às compras.

Só neste ano, o fundo já aproveitou para adquirir cerca de R$ 22 bilhões em títulos públicos indexados à inflação (Tesouro IPCA+) de longo prazo, com vencimentos em 2045, 2050 e 2055 principalmente. E com apetite por prazos ainda maiores, como 2060, de papéis que (ainda) não estão disponíveis.

Também na renda fixa, a Previ acompanha com atenção à tramitação de projeto de lei no Congresso que trata da criação de uma modalidade de debênture de infraestrutura que tem como objetivo atrair recursos de grandes fundos de pensão para financiar projetos de longo prazo no setor.

Já na renda variável, o fundo de pensão tem trabalhado para identificar as melhores oportunidades na Bolsa, principalmente tirando proveito do aquecido momento para ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) e secundárias (follow-on).

Caixa Seguridade, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e Petrobras Distribuidora estão entre algumas das ações adquiridas pela Previ em ofertas recentes.

“Temos participado bastante de IPOs, com entradas pontuais em empresas nas quais enxergamos possibilidades de alto crescimento, em setores que ajudam a diversificar a carteira”, afirmou Marcelo Wagner, diretor de investimentos da Previ, em entrevista ao InfoMoney.

Ao mesmo tempo que tem agregado setores complementares ao portfólio, contudo, a EFPC tem aproveitado os níveis elevados em que têm oscilado o Ibovespa para diminuir posições carregadas na carteira de renda variável há tempos.

Novidades na Bolsa

A Previ tem dois grandes planos de benefício sob administração. No maior deles, o Plano 1, com R$ 221 bilhões de patrimônio, sendo cerca da metade em renda variável, a valorização da carteira de investimentos foi de aproximadamente 11,8% no ano, até maio.

A rentabilidade ficou bem acima dos 5,3% correspondentes à meta atuarial do período, taxa de retorno que as entidades perseguem para manter a solvência no longo prazo.

O resultado também contribuiu para a evolução do superávit do plano, que era de R$ 14 bilhões no fim de 2020 e chegou aos R$ 25 bilhões em maio.

No caso do plano Previ Futuro, em fase de formação da reserva, com R$ 22,2 bilhões de patrimônio e cerca de 30% em renda variável, o ganho do portfólio ficou em 3,5%.

Segundo o diretor de investimentos, frente ao crescimento esperado para o patrimônio do Previ Futuro, que deve alcançar R$ 50 bilhões em 2026, será preciso aumentar a alocação em renda variável, de modo a manter o retorno esperado condizente com as necessidades dos participantes.

Desde meados de setembro de 2020, quando passou a olhar com mais atenção para as ofertas de ações, a entidade aportou cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos na estratégia. Rede D´Or, Petz, Quero-Quero e Grupo Mateus, além do follow-on da Rumo, estiveram entre as operações ocorridas no ano passado com participação da Previ.

Wagner afirma que continua atento às oportunidades, até por ainda enxergar perspectivas positivas para o desempenho das ações.

“Diria que estamos conservadoramente otimistas. Por um lado, ainda continuam algumas preocupações, como as questões fiscais, as reformas, o desemprego elevado. Por outro lado, acredito que estamos vendo uma luz no fim do túnel em relação à Covid-19 e devemos entrar em um período de normalização”, diz Marcelo Wagner, diretor de investimentos da Previ.

Em meio à forte retomada das grandes economias globais, a exposição às commodities tem gerado contribuição importante para os retornos, acrescenta o diretor. “Várias empresas em nossa carteira, entre elas a Vale, têm se beneficiado bastante da aceleração do crescimento global.” Petrobras, JBS e Suzano também estão entre as ações de commodities na carteira da Previ.

Vendas de ações

O dirigente diz que também tem reduzido, e até zerado em alguns casos, posições que o fundo de pensão carrega já há bastante tempo na carteira de renda variável, principalmente do Plano 1.

Desde 2018, foram cerca de R$ 35 bilhões em vendas, de um grupo formado por 29 ações. Entre as mais recentes, no fim de maio, a Previ se desfez, em leilão na B3, de cerca de um terço de suas posições na BRF, empresa da qual é acionista desde os anos 1990. Com o negócio, em que a Marfrig atuou na ponta compradora, a participação do Plano 1 no frigorífico foi reduzida de 9% para 6%, gerando um volume de R$ 650 milhões.

Wagner explica que o valor vem sendo revertido às compras de títulos públicos de longo prazo, reforçando o processo de redução da renda variável e aumento da alocação em renda fixa, no Plano 1.

Só em 2021, a Previ já comprou quase R$ 22 bilhões em títulos públicos indexados à inflação de mais longo prazo. O diretor afirma que o movimento aumenta a estabilidade e reduz o risco para o plano, já em uma fase bem mais madura de seu ciclo de vida que o Previ Futuro, com quase a totalidade (97%) de seus associados em fase de gozo do benefício.

Além do dinheiro obtido com as vendas na Bolsa, há outras fontes de recursos que sustentam as compras de títulos públicos, como os vencimentos de papéis na carteira e o pagamento de dividendos das investidas.

Tesouro IPCA+ 2060

Segundo o dirigente, a entidade deve pagar benefícios até 2096, considerando apenas os participantes do Plano 1, já fechado para novas entradas desde 1998. Desde então, os novos segurados têm como opção o Previ Futuro.

Por isso, quando compra títulos públicos indexados ao IPCA, o foco da Previ está voltado principalmente para os maiores vértices disponibilizados pelo Tesouro, como 2050 e 2055, de modo a buscar o melhor casamento possível entre os prazos de ativos e passivos.

Wagner confessa que, frente aos compromissos de longuíssimo prazo, se existissem no mercado títulos públicos de prazos até maiores do que os atuais, o fundo de pensão provavelmente seria um comprador em potencial.

Tanto que conversas têm sido mantidas junto ao corpo técnico do Tesouro Nacional, de forma a tentar viabilizar a criação de um novo título público de longo prazo indexado à inflação.

A ideia que tem sido discutida, ainda em estágio inicial, trata da criação de um papel Tesouro IPCA+ com vencimento em 2060, diz Wagner. “Já demonstramos ao Tesouro que temos interesse por títulos públicos indexados ao IPCA mais longos, uma vez que vamos pagar aposentadorias por mais 75 anos só no Plano 1.” Procurado, o Tesouro não respondeu sobre a proposta até o fechamento da matéria.

Nova debênture

Wagner afirma ainda que tem acompanhado com especial atenção, no universo de crédito privado, as discussões em curso no Congresso que tratam da criação de uma debênture incentivada de infraestrutura.

Pela proposta aprovada recentemente pela Câmara, em vez de ser direcionado para o investidor pessoa física, o benefício tributário da nova debênture passaria para a empresa emissora, que poderia descontar o valor do lucro tributável.

A expectativa é que, dessa forma, a empresa ofereça uma rentabilidade mais atraente em comparação com os prêmios dos títulos públicos e das debêntures voltadas para o investidor pessoa física, atraindo recursos de fundos de pensão para o financiamento à infraestrutura em áreas como energia, logística, saneamento e telecom.

“A nova debênture já está no nosso radar desde o momento em que se iniciaram as discussões a respeito dessa modalidade”, afirma Wagner. Ele acrescenta que, caso a criação seja aprovada, a tendência é que a Previ acompanhe ainda como mera espectadora as primeiras emissões, para avaliar se as taxas oferecidas pelas empresas vão, de fato, sair em níveis considerados convidativos.

Fonte: Infomoney

 

Previ tem orçamento de R$ 3 bi para IPOs em 2021 e mira negócios sustentáveis

Publicado em: 07/07/2021

Maior fundo de pensão do país, a Previ tem previsto no orçamento R$ 3 bilhões para investir em ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) em 2021. Desse valor, R$ 1 bilhão foi aplicado na primeira metade do ano. O diretor de investimentos da entidade, Marcelo Wagner, diz que a intenção é participar da safra de ofertas previstas para o segundo semestre.

A entidade montou no ano passado uma equipe de trabalho específica para avaliar e selecionar empresas candidatas a realizar ofertas públicas de ações. Desde então, a Previ investiu no lançamento dos papéis de Petz, Rede D’Or, Caixa Seguridades, Grupo Mateus, Quero-Quero entre outras. Essa equipe já avalia oportunidades para o segundo semestre.

“Estamos atentos às empresas que estão se candidatando ao IPO. Quando as empresas anunciam a intenção, já começamos a analisar se faz sentido [participar da oferta], para ganharmos tempo. É um trabalho conjunto com as áreas de planejamento, risco, participações”, afirma o diretor de investimentos da Previ, que evita dar pistas sobre as empresas que estão na mira para o segundo semestre.

Participar de IPOs ajuda a entidade a manter um portfólio diversificado em renda variável e capturar novas oportunidades na Bolsa. Wagner lembra que algumas empresas recuperaram-se mais rapidamente da pandemia, enquanto novas empresas chegam ao mercado com potencial de valorização. O objetivo, em geral, é capturar valor em longo prazo.

Um dos maiores investidores institucionais do país, com carteira de mais de R$ 100 bilhões em renda variável, a Previ inclui em suas escolhas de investimentos um filtro com critérios ambientais, sociais, de governança e integridade — práticas que a entidade chama de ASGI, acrescentando um critério ao acrônimo original, o ASG. Integridade está ligada a questões de ética das empresas, segundo o diretor, como histórico de corrupção.

Renda variável

Mesmo com os investimentos previstos nos IPOs, a renda variável seguirá perdendo peso na carteira de investimentos da Previ, sobretudo do Plano 1, maior e mais antigo dos funcionários do Banco do Brasil. Desde 2018, o Plano 1 da entidade vendeu ações de 28 empresa e reduziu em mais de R$ 35 bilhões sua exposição à renda variável. Os ativos deste plano estavam em R$ 222 bilhões em 30 de abril.

“Mais de 95% das pessoas do Plano 1 já estão aposentadas. É um plano maduro, em fase de pagamento de benefícios. Isso significa que precisamos vender ativos para pagar os benefícios. A Previ paga cerca de R$ 1 bilhão por mês em benefícios. Então, a venda de ações busca aumentar a segurança do plano sem comprometer a liquidez do pagamento de benefícios”, acrescenta.

O Plano 1 da Previ alcançou um superávit acumulado de R$ 21,65 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano. A rentabilidade até abril era de 7,29%, quase o dobro da meta atuarial no período (3,94%). O Previ Futuro, que tinha sido mais afetado pela volatilidade do mercado no primeiro trimestre, também teve desempenho positivo em abril, com a reversão do resultado negativo. A rentabilidade acumulada do plano é de 1,07%.

Exterior

A Previ também retoma o processo de diversificação do portfólio, suspenso durante o cenário de incerteza da pandemia em 2020. A entidade tem reservados investimentos de aproximadamente R$ 7 bilhões até o fim do ano para alocar em fundos imobiliários, multimercados e no exterior.

O diretor explica que a entidade selecionou 13 teses de dez gestores estrangeiros para alocação de recursos lá fora. A ideia é acessar fundos expostos a mercados como EUA e China, entre outros. Com a montagem da carteira, a Previ vai alocar tranches de R$ 1 bilhão, divididas em parcelas de R$ 250 milhões. Recentemente, a entidade aplicou na Europa.

“Em 2020, por incerteza de mercado, seguramos [a alocação no exterior]. Tinha uma questão conjuntural do câmbio, com o real muito depreciado, numa visão histórica. Agora, o real se apreciou um pouco e isso abre oportunidades. Estamos fazendo a ampliação do offshore e executando a montagem da carteira no exterior”, contou Wagner.

Um dos benefícios de investir no exterior é acessar ativos não disponíveis no Brasil. É o caso de empresas de nanotecnologia e química fina, por exemplo. Além disso, existe a própria redução do risco Brasil no portfólio. “O investidor global bem ao Brasil em busca de maiores riscos. A gente pode pegar a mesma avenida para o exterior olhando na redução do risco”, conclui.

Fonte: Estadão

IPO da Elo e venda da marca ainda estão em estudo, dizem Bradesco e BB

Publicado em: 08/04/2021

A eventual venda da marca Elo para a própria empresa, por cerca de R$ 400 milhões, e sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ainda estão em estudo e não há nada decidido, segundo o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3), acionistas da Elo.

Em comunicados distintos, os dois bancos sublinharam que as informações veiculadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, em 2 de abril, referem-se a conversas mantidas entre os sócios da Elo e que nenhuma decisão concreta foi tomada até o momento.

De seu lado, o Bradesco explicou que os eventuais recursos decorrentes da venda da marca para a Elo seriam pagos à holding Elopar, atual proprietária da marca. “Ainda que o Bradesco receba proporção desses recursos, o valor correspondente não seria relevante para o banco”, acrescentou.

Fonte: Money Times

 

BB Seguridade: Banco do Brasil passa de vantagem estratégica a pedra no sapato

Publicado em: 10/12/2020

Quando a BB Seguridade (BBSE3) realizou seu IPO, em abril de 2013, a capilaridade conferida pela rede de agências do Banco do Brasil (BBAS3) foi vista como estratégica para a distribuição de seus produtos. Contar com a retaguarda da instituição foi crucial para que a seguradora realizasse o maior IPO da história da Bolsa verde-amarela até então, movimentando R$ 11,47 bilhões.

Sete anos depois, contudo, o Banco do Brasil deixou de ser um supertrunfo para se tornar sua maior fragilidade, segundo analistas de mercado. Se pretende conquistar mais participação de mercado e diversificar sua clientela, a BB Seguridade precisa depender cada vez menos das agências do banco como pontos de venda.

Essa preocupação do mercado voltou a circular nesta semana com a publicação de um relatório do Banco Safa sobre uma reunião do novo presidente da seguradora, Marcio Ferreira, com analistas de mercado.

Digitalização

A principal aposta de Ferreira para reduzir a dependência do Banco do Brasil é a digitalização da BB Seguridade, recorrendo, para tanto, à experiência que acumulou na BrasilPrev, onde focou na melhoria da experiência dos clientes, por meio de ferramentas digitais.

“A BB Seguridade deverá endereçar as preocupações do mercado, relativas à sua forte dependência das agências do Banco do Brasil”, afirmam Luis Azevedo e Silvio Dória, que assinam o relatório do Safra. Mas o fato de a nova gestão estar atenta ao assunto não significa que o problema será resolvido rapidamente.

Primeiro, porque o acordo com o Banco do Brasil só termina em 2033, lembram os analistas do Safra. Segundo, porque a digitalização da BB Seguridade só trará resultados “relevantes” no longo prazo. Isto porque, segundo os analistas, a transformação digital da companhia ocorrerá em duas frentes: a otimização de ferramentas e plataformas, e a mudança da cultura corporativa.

Oportunidade

Enquanto isso, o Safra observa que há outras iniciativas que servem de exemplo da diversificação dos canais de distribuição. Entre eles, está a venda, pela BB Seguridade, de seguros rurais para cooperativas agrícolas de crédito.

Mesmo que a solução de questões estratégicas esteja apenas no início, o Safra reiterou sua recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ações, com preço-alvo de R$ 35, o que implica uma alta potencial de 22% sobre a cotação usada como referência pelos analistas.

Eles argumentam que o papel oferece uma combinação atraente de crescimento de lucros e dividendos, por um preço razoável.

Fonte: Money Times

IPO da bandeira Elo opõe os parceiros Banco do Brasil, Caixa e Bradesco

Publicado em: 04/12/2020

As conversas em torno de uma eventual abertura de capital da bandeira de cartões Elo estão interditadas diante da falta de convergência dos sócios em uma mesma direção, apurou o Broadcast. A Caixa Econômica Federal e o Bradesco são favoráveis, mas uma mudança prevista para ocorrer em breve na composição acionária do negócio coloca o Banco do Brasil na ponta contrária, dizem três fontes, na condição de anonimato.

Fundada em 2011 como uma rival para as gigantes norte-americanas Mastercard e Visa, a bandeira é controlada por uma holding – a Elopar – que tem o Bradesco, com 50,01% do capital, e o BB, com 49,99%, como sócios. A EloPar possui 56,96% da Elo, enquanto o Bradesco tem outros 6,14% e a Caixa detém uma fatia de 36,88%.

No entanto, essa distribuição vai mudar na virada do ano. É quando vence o acordo de acionistas selado entre os sócios, segundo quatro fontes ouvidas pelo Broadcast. No contrato, há uma cláusula que vincula o tamanho da participação de cada um ao volume de negócios gerado até aqui.

Neste rebalanceamento, a Caixa deve ganhar participação enquanto o Bradesco e o BB devem ver sua fatia se reduzir. Essa mudança seria um dos principais motivos que estaria atrasando as conversas para um IPO da Elo, com cada sócio pesando os seus interesses. O Bradesco já teria acatado, diz uma fonte próxima às conversas. No entanto, o BB não concorda, porque não quer perder dinheiro em um futuro IPO por ter tido sua fatia reduzida na sociedade. “Está em contrato. Faz parte do jogo. Não tem o que fazer”, diz a fonte.

A Caixa vem crescendo o volume de negócios em cartões desde 2019, quando acrescentou cerca de R$ 30 bilhões à base. Neste ano, também teve o impulso extra do pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia, quando abriu mais de 100 milhões de contas em seu ‘banco digital’ – que também quer levar à bolsa. Com a emissão de milhões de cartões de débito da Elo para que os beneficiários acessassem os recursos, somente no débito, o salto no volume financeiro foi de mais de R$ 65 bilhões no acumulado até setembro ante um ano, para R$ 181,5 bilhões. Como consequência, sua fatia na bandeira também deve aumentar.

A Elo soma hoje mais de 180 milhões de cartões emitidos por mais de 30 emissores, o que lhe dá uma fatia de 15% do mercado brasileiro, que tem Mastercard na liderança, seguida pela Visa. Em um ano, o crescimento é visível. Em novembro de 2019, a base de cartões da Elo era de 130 milhões, com mais de 20 emissores.

Além disso, a Caixa sempre defendeu o IPO da Elo e tem puxado o coro desde o início do ano, quando o Bradesco ainda não era favorável à ideia. O movimento casa com a agenda de desinvestimentos da atual gestão – e também do governo. Desde que assumiu a presidência da Caixa, Pedro Guimarães seguiu à risca a cartilha do ministro da Economia, Paulo Guedes, de desinflar os bancos públicos. Há ainda sua presença frequente ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro, cujos olhos apontam para 2022.

Do lado do Bradesco, o sinal enviado, relata uma fonte, é de que o banco é “absolutamente favorável” ao IPO da Elo. A instituição não tem um histórico de venda de ativos, mas tem demonstrado “boa vontade”, conforme fontes, em avaliar a listagem do negócio, considerando a revolução no setor de meios de pagamentos com um cenário mais desafiador para os grandes bancos no Brasil.

Vale lembrar que o recém-chegado Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, ameaça o cartão de débito no médio prazo. A modalidade tem peso relevante na base da bandeira Elo, embora esse dado não seja público. Nesse sentido, quanto antes for feita a oferta, melhor seria a precificação do ativo. “Os sócios poderiam aproveitar esse momento e evitar um receio maior com o Pix, eventualmente”, sugere um analista do setor, que prefere não ter seu nome revelado.

Na outra ponta, o Banco do Brasil acaba de trocar de presidência, e pesa a perda de dinheiro com o IPO da Elo por conta do rebalanceamento das participações acionárias, afirmam fontes. Egresso do HSBC, André Brandão substituiu o economista Rubem Novaes há menos de três meses. Desde então, tem tomado pé da situação. Fontes próximas ao banco dizem que o executivo é favorável ao mercado de capitais, dada sua carreira construída em banco de atacado. Justificam que Brandão, há menos de três meses no posto, quer antes entender melhor o racional do negócio.

Desde que chegou, Brandão transportou seu estilo discreto à agenda de desinvestimentos do banco. É uma postura oposta à do seu antecessor, o economista Rubem Novaes, totalmente favorável à venda de ativos e que defendia a privatização do BB com frequência. Brandão vê sentido na agenda liberal do seu chefe, Paulo Guedes, mas defende o momento certo para uma melhor assertividade no preço, além de uma análise dos ativos que são essenciais para o dia a dia do banco.

Os vários ‘elos’ do mundo de cartões – muitos deles em sociedade com o Bradesco – são um dos principais desafios da gestão de Brandão. “André [Brandão] está super tracionado nos desinvestimentos. Ele só não gosta de falar muito a respeito para fora”, relata uma fonte, na condição de anonimato.

Com a falta de entendimento entre os sócios, um eventual IPO da Elo, antes previsto para o início de 2021, em meados de fevereiro, pode atrasar, conta uma outra fonte próxima às conversas. Na mesa, também se discute onde listar o ativo. Ainda não se sabe o palco escolhido será a B3, no Brasil, ou os Estados Unidos. No radar, estariam tanto a Nasdaq, de ações de tecnologia, ou a Nyse, onde estão listadas as rivais Visa e Mastercard.

A ideia dos sócios da Elo é a de abrir seu capital e futuramente fazer novas ofertas subsequentes, chamadas de follow on no jargão do mercado. Com o ativo precificado na bolsa, é mais fácil, na visão daqueles favoráveis ao movimento, vendê-lo a um investidor estratégico. Essa ideia foi aventada no passado, tendo Visa e Mastercard como possíveis compradores, mas não prosperou.

Procurada, a Elo esclarece que esse é um tema dos seus acionistas e não comentará o assunto. Os sócios Bradesco, Caixa e BB não se pronunciaram a respeito.

Fonte: Broadcast Estadão

Previ, maior fundo de pensão do país, mira IPOs e aposta em negócios sustentáveis

Publicado em: 06/08/2020

Com um patrimônio de R$ 195,8 bilhões, a Previ, maior fundo de pensão do País, iniciou o segundo semestre retomando os planos de diversificar seu portfólio e mirando oportunidades na Bolsa, em especial a nova leva de ofertas iniciais de ações no horizonte pós-pandemia.

Um dos mais relevantes investidores institucionais brasileiros, a entidade vê com bons olhos a movimentação de seus pares globais na busca por um maior compromisso de empresas e governos com a sustentabilidade. Acionista de grupos como Vale e Petrobras, a Previ tem preferido a estratégia de estimular a adoção de melhores práticas nas empresas em que investe em lugar de excluir setores ou empresas de sua carteira.

“A forma mais efetiva de criar valor é incentivar que a companhia melhore, independentemente do estágio em que esteja (em termos de práticas ASG – ambientais, sociais e de governança). Na nossa visão deixar de investir numa empresa pode não ser a melhor forma”, disse o presidente da Previ, José Maurício Coelho, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

O entendimento da Previ é que pode influenciar a construção de negócios sustentáveis no longo prazo, seja via participação em conselhos ou pelo canal direto como acionista. “Se conseguir fazer a empresa emitir 10% menos carbono ajudo o mundo. Não sei se ajudaria tanto se vendesse minhas ações”, diz, destacando que não há “certo ou errado”, mas estratégias distintas.

O movimento de fundos estrangeiros trilionários limando empresas de seus portfólios alegando violação ambiental ou a direitos humanos vem crescendo. A prática já atingiu brasileiras como a empresa de alimentos JBS, retirada da carteira do norte-europeu Nordea, e Vale e Eletrobras, excluídas pelo fundo soberano da Noruega.

Signatária fundadora do programa global Princípios para o Investimento Responsável (PRI), a Previ entende que levar em conta critérios ASG é relevante para manter a governança fortalecida em períodos de incerteza e se tornou ainda mais essencial frente aos impactos da covid-19.

Em meio à crise, o fundo dos funcionários do Banco do Brasil fechou o primeiro semestre com déficit acumulado de R$ 10,7 bilhões em seu maior plano, o de benefício definido. A perda de 4,76% no período reflete o “cenário devastador na economia”, mas significou melhora ante o primeiro trimestre, quando amargou resultado negativo de R$ 23,6 bilhões.

A Previ conseguiu passar pelo auge da crise sem vender ativos abaixo do preço justo e recuperou R$ 12,9 bilhões no segundo trimestre, na esteira da volta da Bolsa aos níveis pré-pandemia. Agora mira de novo o mercado de ações, incluindo a nova leva de IPOs que se desenha.

A ideia é seguir com a política de desconcentração da carteira de ações, que hoje tem 87% de seu valor em 12 companhias. “Vamos avaliar oportunidades de operações de mercado no semestre, principalmente IPOs. A estratégia é privilegiar empresas bastante líquidas e participações pequenas, em torno de 5%, sem participar de blocos de controle”, diz.

O presidente da Previ admite retomar o programa de diversificação do portfólio, suspenso diante do cenário de incerteza. O plano prevê a alocação de R$ 4,8 bi em fundos imobiliários, multimercados e investimentos no exterior. Hoje 90% do portfólio está em renda fixa (46,07%) e variável (43,82%).

Na visão de Coelho o pior momento da crise passou, e o resultado de julho tende a ser o melhor do ano. A partir daí, porém, a recuperação dos mercados assumirá ritmo mais lento, ainda sofrendo com a volatilidade.

Fonte: Seu Dinheiro (com informações do Estadão)

Banco BV pede registro de IPO à CVM, diz Banco do Brasil

Publicado em: 13/02/2020

O banco BV, ex-banco Votorantim, anunciou nesta segunda-feira (10) que pediu à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) seu IPO (oferta inicial de units). A informação foi divulgada em fato relevante publicado pelo Banco do Brasil (BBAS3).

O protocolo de pedido de registro de companhia aberta foi registrado junto à CVM nesta segunda-feira. O controle da companhia é dividido entre o Votorantim (50,01%) e o BB (49,99%).

Segundo informações da Reuters da semana passada, a previsão é que o IPO seja efetivado em abril. A expectativa de arrecadação é de aproximadamente R$ 5 bilhões. Sendo R$ 1 bilhão em oferta primária, que irá para caixa do BV. Os outros R$ 4 bilhões serão oferta secundária, com Votorantim e Banco do Brasil embolsando R$2 bilhões cada.

No início deste ano, o CEO do Banco do Brasil, Rubem de Freitas Novaes, disse que o banco pode realizar uma venda parcial ou total de sua participação no Banco Votorantim. Além de estar estudando a criação de seu próprio banco digital para operar junto seu parceiro, o Banco Neon.

Quinto maior banco privado do país, o Banco Votorantim anunciou no fim do ano passado o reposicionamento da marca. A instituição financeira passou a se chamar Banco BV, e também adotou como slogan a assinatura “leve para a sua vida”. Na semana passada o BV anunciou que obteve um lucro líquido de R$ 327 milhões no quarto trimestre de 2019. No ano inteiro de 2019, o lucro líquido do BV cresceu 29% para R$ 1,37 bilhão.

Fonte: Eu Quero Investir

BB vai vender mesma proporção de fatia da família Moraes em IPO do BV

Publicado em: 06/02/2020

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, confirmou a intenção de se desfazer de fatia proporcional à da família Ermírio de Moraes na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do Banco Votorantim, atual BV, antecipado na terça-feira, 28, pela Coluna do Broadcast.

“Está programado um IPO para o Votorantim. É muito importante ter a oxigenação para o BV que a abertura para o mercado dá. O Votorantim está passando por um processo de modernização. Esperamos que seja um sucesso o IPO. Vamos vender apenas um pedaço, na mesma proporção dos outros sócios”, disse ele, a jornalistas, após evento do Credit Suisse, nesta tarde.

O BB vai vender, conforme antecipou ontem a Coluna do Broadcast, R$ 2 bilhões em ações do BV, assim como a família Ermírio de Moraes. Além desses R$ 4 bilhões, R$ 1 bilhão será ofertado como oferta primária, ou seja, que injetará recursos no caixa do banco para financiar a expansão de suas atividades, com foco no digital.

Assim, os sócios vão manter a mesma proporção na sociedade, a despeito da oferta inicial de ações. Atualmente, a família Ermírio de Moraes detém 50,01% do capital do banco com direito a voto, enquanto o BB tem os demais 49,99%.

Sobre a possibilidade de o banco engordar sua lista de desinvestimentos como uma alternativa à privatização do BB, que foi barrada pelo presidente Jair Bolsonaro, o presidente da instituição disse que os ativos que poderiam ser colocados à venda já foram endereçados e que, agora, faz mais sentido constituir parcerias. Esse foi, por exemplo, o modelo que o banco adotou para deslanchar sua área de mercado de capitais com uma joint venture com o UBS e ainda sua gestora de recursos.

Sobre as áreas de seguros e cartões, Novaes disse que esses segmentos têm sinergia com um banco de varejo e, portanto, um eventual desinvestimento tem menos sentido. Disse, porém, que o BB estuda alternativas para Cielo, da qual é sócio com o Bradesco.

“Estamos sempre estudando como fortalecer a Cielo. Estamos discutindo. A Cielo está em um momento difícil e nós estamos estudando como fortalecê-la”, afirmou o presidente do BB, sem dar mais detalhes.

Fonte: Seu Dinheiro

BB: alienação da participação na Neoenergia resultará em R$ 1,775 bilhão

Publicado em: 03/07/2019

O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou em comunicado nesta sexta-feira (28) que na última quinta-feira (27) foi fixado em R$ 15,65 o preço por ação da oferta pública secundária de ações da Neoenergia (NEOE3).

Com isso, o banco informa que a alienação da participação da BB Investimentos, controlada do Banco do Brasil, equivalente a 9,35% das ações da Neoenergia, registrado a R$ 1,795 bilhão no banco (segundo posição de 31 de março de 2019), resultará em R$ 1,775 bilhão.

“Estimamos que os impactos no resultado e no índice de Capital Principal serão residuais. A transação foi realizada com o objetivo de otimizar o valor dos investimentos estratégicos do conglomerado BB”, completa a nota.

A saída do Banco do Brasil do controle da Neoenergia, viabilizada pela oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), é um passo na evolução natural da companhia e não vai resultar em mudança da estratégia de crescimento da empresa, disse o diretor-presidente da companhia, Mario Ruiz-Tagle.

“A estratégia não vai mudar, a estratégia tem sido crescer organicamente em distribuição, continuar fazendo investimentos em energias renováveis e aproveitar todas as oportunidades que o Brasil apresenta para continuar apoiando o desenvolvimento da infraestrutura energética do Pais”, afirmou o executivo a jornalistas, após participar de cerimônia que marcou o início das negociações da ação da companhia na B3.

Ele salientou que o IPO foi a conclusão do processo de reestruturação da companhia, iniciado em 2017, quando foi feita a incorporação entre a holding Neoenergia e a Elektro, permitindo a “tomada do controle da Iberdrola”. A operação também já vislumbrava a abertura de capital da empresa, de maneira a permitir que o Banco do Brasil deixasse a empresa e que a Previ tivesse uma “janela de liquidez”. “O Banco do Brasil é um banco de investimento, um banco que não tem no core business continuar 22 anos num investimento”, acrescentou.

Ruiz-Tagle também salientou que a abertura de capital favorecerá a comunicação com o mercado, permitindo explicar melhor os movimentos executados. A Neoenergia foi criticada nos últimos anos por sua estratégia de participação em leilões de transmissão, com a aquisição de projetos com lances questionados pelo mercado, e também pela disputa pela distribuidora paulista Eletropaulo, que acabou perdendo para a Enel. O executivo considerou as críticas “injustas”. “Somos uma companhia disciplinada, formamos parte de um grande grupo que é a Ibedrola e temos disciplina de alocação de capital. Entendemos a crítica do mercado, porque não nos conhece, agora vamos ter abertura comunicacional mais fluida e ter mais espaço para explicar”, disse, salientando que quando os projetos forem entregues vão trazer crescimento com rentabilidade para o grupo.

Fonte: Money Times (com Jornal DCI)

Neoenergia deve fazer oferta pública secundária de ações em julho

Publicado em: 29/05/2019

A Neoenergia, segunda maior distribuidora de energia do Brasil, deve lançar uma oferta pública secundária de ações na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) “nos primeiros dias” de julho, segundo o presidente da empresa Iberdrola, Ignacio Galán. A espanhola Iberdrola é a controladora da Neoenergia, e atua nos segmentos de distribuição de gás natural e na geração e distribuição de energia elétrica. Por sua vez, a Neoenergia atua na distribuição de energia no Brasil, e entre as principais subsidiárias estão: Elektro, que opera em São Paulo e no Mato Grosso do Sul; Coelba, que opera na Bahia; Celpe, que opera em Pernambuco e Cosern, que opera Rio Grande do Norte.

Galán está em visita ao Brasil, para a inauguração de usina hidrelétrica de Baixo Iguaçu, em Capanema, no Paraná. No evento, o executivo explicou que o cronograma prevê que “ao longo de todo o mês de junho serão feitos todos os ‘road shows’ (apresentações) e serão fixados os preços e todas as condições”. A oferta pública secundária de ações na Bolsa de Valores de São Paulo foi aprovada no último dia 29 de abril. Os principais sócios da empresa são: Iberdrola com participação de 52,45% (deve manter controle); Banco do Brasil (BBAS3) com participação de 9,34% (deve vender toda a fatia); e o Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) com participação de 38,21% (deve desfazer-se de parcela mínima). Foi solicitada a admissão para negociação dos títulos no segmento Novo Mercado da B3. A Neoenergia já tinha tentado estrear na Bolsa em 2017. Entretanto, na época, a precificação ofertada pelos investidores não agradou aos acionistas brasileiros.

A Iberdrola planeja uma oferta pública de distribuição de R$ 1,25 bilhão em debêntures. Segundo o economista da Suno Research, Tiago Reis, “as debêntures são títulos de dívida que uma Sociedade Anônima (S/A) possui com um investidor”. Tal dívida que pode ser de médio ou longo prazo. Deste modo, o credor passa a ter direito de crédito com a companhia. A Neoenergia informou que serão emitidas e oferecidas, inicialmente, um total de 1,250 milhão de debêntures. Cada uma precificada a R$ 1 mil. No entanto, poderá haver disponibilidade de um lote adicional de de 250 mil debêntures. Desta forma, o total a ser arrecadado pode atingir R$ 1,5 bilhão. As debêntures deverão ser emitidas em suas séries: com vencimento em 10 anos (15 de junho de 2029); e com vencimento em 14 anos (15 de junho de 2033). Segundo a Neoenergia, trata-se da sexta emissão de debêntures para financiar as operações brasileiras.

Neoenergia inaugura usina hidrelétrica no Paraná

O grupo Neoenergia na última quinta-feira (23) a usina hidrelétrica do Baixo Iguaçu, em Capanema (PR). A usina fica a 567 quilômetros da capital paranaense, Curitiba. O total de investimentos na usina hidrelétrica soma R$ 2,4 bilhões. A capacidade de geração é de 350 megawatts (MW) de energia. Isto equivale a um potencial de abastecimento de 1 milhão de moradias. A Neoenergia participa do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu (CEBI), em conjunto com a Companhia Paranaense de Energia (Copel). Galan destacou no evento de inauguração a importância do Brasil para a companhia. Além disso, anunciou planos de investimentos de R$ 30 bilhões nos próximos anos.

“Nós temos um plano robusto de investimentos no Brasil. Estamos ampliando bastante a nossa rede de distribuição na Bahia”, afirmou Galan. De acordo com o presidente-executivo da Iberdrola, a Neoenergia tem expectativas de expandir a sua participação na geração de energias renováveis, por meio dos próximos leilões do setor. “A demanda por energia na região e no Sudeste cresce a uma média de 5% ao ano. Isso significa novos investimentos. São novas indústrias e o turismo demandando investimentos, como acontece na Bahia”, explicou. “Nós estamos aqui para reafirmar o nosso interesse com o desenvolvimento sustentável do país. Estamos a 22 anos gerando energia aqui, presentes em 18 estados”, disse Galán, presidente-executivo da Iberdrola, que controla a Neoenergia.

Fonte: Suno Research

Para viabilizar IPO da Neoenergia, BB aceita reduzir valor de avaliação

Publicado em: 22/05/2019

A operação para a oferta inicial de ações (IPO) da Neoenergia está sendo avaliada em R$ 18,4 bilhões, nas conversas que os bancos que assessoram a companhia estão realizando no mercado. Um dos principais acionistas, o Banco do Brasil (SA:BBAS3), desejava um valor maior, mas acabou convencido a reduzir sua pedida diante de um cenário de maior competição. As informações são da edição desta segunda-feira do Valor Econômico.

A nova tentativa de abrir o capital da empresa é próximo ao que havia sido tentado em 2017, que era de R$ 19 bilhões e o lançamento da oferta deve acontecer em duas semanas, de acordo com a publicação.

A oferta secundária terá como vendedores o BB, o fundo de pensão Previ e a Iberdrola (MC:IBE). Atualmente, o banco detém 9,34%, a Previ tem 38,21% e a Iberdrola 52,45%. Os acionistas querem levantar entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões.

Em seu balanço patrimonial, o BB estima o valor de mercado da Neoenergia em R$ 19,4 bilhões e aceitou negociar essa cifra.

A operação da companhia irá disputar a atenção dos investidores com a oferta subsequente de ações da CPFL (SA:CPFE3), que será precificada na primeira semana de junho. A CPFL representaria um risco menor, uma vez que tem planos de investimento de R$ 12 bilhões nos próximos cinco anos e um endividamento correspondente a 2,4 vezes a geração de caixa

Já a Neoenergia deve aportar nos próximos cinco anos somam R$ 25 bilhões e a alavancagem está próxima de 3 vezes

A operação tem como coordenadores Banco do Brasil, Bank of America, Citi, J.P. Morgan, Credit Suisse e HSBC.

Fonte: Investing

Banco do Brasil venderá ações que detém na Neoenergia em IPO

Publicado em: 25/04/2019

O Banco do Brasil informou que seu conselho de administração aprovou a venda de sua participação na empresa de energia elétrica Neoenergia por meio de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

A posição do banco estatal na empresa de energia elétrica, detida por meio de sua controlada BB Banco de Investimentos, equivale a 9,35% do capital da Neoenergia, atualmente controlada pelo grupo espanhol Iberdrola.

“A realização da mesma dependerá de condições favoráveis dos mercados de capitais nacional e internacional”, destacou o BB.

A venda da fatia do BB na companhia faz parte da nova diretriz do banco de promover uma série de desinvestimentos.

Em comunicado em paralelo, a Neonergia disse que o conselho de administração da companhia aprovou a submissão, para deliberação em assembleia no dia 29 de abril, do pedido de adesão da elétrica ao segmento especial de listagem do Novo Mercado e do pedido de registro de oferta pública de ações, “dentre outras matérias atinentes aos atos preparatórios para a potencial oferta”.

Neoenergia registra lucro de R$ 509,7 milhões no 1º trimestre

A elétrica Neoenergia teve lucro líquido 69,5% maior no primeiro trimestre, na comparação com igual período de 2018, totalizando R$ 509,7 milhões, conforme demonstração de resultados divulgada na noite de terça-feira (23).

O grupo Neoenergia atua no segmento de distribuição por meio das suas controladas Coelba, no Estado da Bahia, a Celpe, em Pernambuco e Paraíba, a Cosern, no Rio Grande do Norte, e Elektro, em São Paulo e Mato Grosso do Sul.

No primeiro trimestre, a Neoenergia, por meio das quatro distribuidoras do Grupo, alcançou o patamar de 13,9 milhões de consumidores ativos, registrando um crescimento de 1,7% no número de clientes.

Entre outros indicadores, a Neonergia fechou o trimestre com investimentos de R$ 1,13 bilhão (alta de 74,7%) e dívida bruta consolidada, incluindo empréstimos, debêntures e instrumentos financeiros, de R$ 19,8 bilhões, o que representa avanço de 4,74%, destaca a agência Reuters.

Ainda de acordo com o balanço, a empresa fechou o trimestre com alavancagem de 3,43 vezes, leve redução ante a de 3,49 vezes há um ano.

Fonte: G1

Caffarelli diz que foco do Banco do Brasil continua sendo IPO do Patagônia

Publicado em: 11/08/2017

O foco do Banco do Brasil para o argentino Patagônia continua sendo a venda de uma fatia da instituição em uma oferta de ações, de acordo com o presidente do BB, Paulo Caffarelli. Segundo ele, uma eventual operação não tem data para ocorrer e se dará em um momento oportuno.

Sobre eventuais propostas de investidores estratégicos no Patagônia, Caffarelli disse que o BB nunca trabalhou com a hipótese de venda da instituição, mas que o banco estava aberto para avaliar propostas. “Não deixamos de analisar propostas pelo Patagônia. Acreditamos no Patagônia, mas não deixaremos de analisar proposta”, disse ele, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira, 10, sem confirmar eventual desistência do banco Macro pelo argentino.

O presidente do BB voltou a reforçar que o banco não considera a venda de ativos, inclusive os que não são core business da instituição. Disse ainda que a instituição está focada em um trabalho orgânico em termos de capital e que o esforço está sendo efetivo. “Não estamos considerando venda de ativos para entregar índice de capital prometido para 2018”, afirmou Caffarelli.

Ele destacou ainda que os bancos brasileiros estão fazendo a lição de casa do ponto de vista de despesas para atuar com mais eficiência em um ambiente de queda dos juros. Afirmou também que o banco não tem planos de redução da rede de agências nem de funcionários.

Portal: Isto É Dinheiro

Plano de aposentadoria do BB já recebeu 7,7 mil adesões

Publicado em: 09/12/2016

O programa de incentivo à aposentadoria do Banco do Brasil recebeu, até a noite de quinta-feira, 1º, 7.760 adesões, segundo o presidente da estatal, Paulo Rogério Caffarelli. A expectativa do banco é de que o programa, que termina em 9 de dezembro, alcance de 9 mil a 10 mil adesões.

Segundo Caffarelli, o banco não considera fazer outro programa de aposentadoria além do atual. O executivo disse ainda, em reunião com analistas e investidores, que também não está no radar do BB um programa de demissão voluntária.

Ele disse ainda que as duas últimas nomeações para a vice-presidência do BB foram técnicas. Recentemente, entraram para a alta cúpula da instituição Carlos Hamilton, ex-Fazenda e ex-BC, e Tarcísio Hübner, que antes era diretor de distribuição do banco. “A lei das estatais é bastante criteriosa. O BB vem trabalhando com a manutenção de um quadro de pessoas ligadas à atividade financeira e conhecedores dos ramos que vão atuar”, concluiu Caffarelli.

Aporte do governo. Caffarrelli voltou a afirmar que a instituição não conta com aporte do governo federal e que não venderá ativos core (relacionados à atividade principal do banco), como a área de cartões e de administração de ativos de terceiros, para alcançar as regras de Basileia III. “Não vamos fazer IPO da área de cartões nem de administração de recursos de terceiros. O volume que vendemos da BB Seguridade hoje nos faz falta”, destacou ele, em reunião com analistas e investidores, nesta manhã.

A decisão de não vender ativos core está relacionada, segundo Caffarelli, ao fato de gerarem fluxo futuro para a instituição. Ressaltou ainda que o BB pode se desfazer de negócios que não são core. Não detalhou, porém, nenhum desinvestimento previsto.

De acordo com o presidente do BB, o nível de capital principal de 9,5%, exigido a partir de janeiro de 2019 em meio às regras de Basileia III, será alcançado apenas com a estrutura orgânica do banco. Acrescentou ainda que a instituição trabalha para alcançar o indicador antes mesmo do prazo exigido.

Caffarelli disse que a reestruturação que o banco anunciou na sua rede física e o programa de aposentadoria não visavam evitar um aporte do governo, mas também melhorar a estrutura de capital do banco. Segundo ele, outras ações, como a redução de despesas e de dividendos, estão sendo tomadas. Conforme o executivo, no caso do pay-out, o patamar de 40%, reduzido para 25%, será retomado num futuro, quando o banco se recuperar.

Mencionou também a carteira de crédito no exterior, de R$ 51,5 bilhões, que poderá ser reduzida neste contexto. “A nossa prioridade é capital. O volume de recursos que temos no exterior pode ajudar a melhorar nosso capital. Lá fora, teremos recursos para atender empresas brasileiras clientes”, afirmou Caffarelli, acrescentando que o BB tinha operações que não faziam muito sentido do ponto de vista de rentabilidade e, em alguns casos, junto a empresas que não eram nem clientes do banco.

O presidente do BB ressaltou ainda que o foco é resultado e não market share. Como resultado, acrescentou, a carteira de crédito do banco se reduziu e a instituição, assim como os pares privados, está sendo mais seletiva para emprestar.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,plano-de-aposentadoria-do-bb-ja-recebeu-7-7-mil-adesoes,10000092158

50% da carteira do BB no exterior deve migrar para o Brasil

Publicado em:

O Banco do Brasil espera que 50% da sua carteira de crédito no exterior, que soma R$ 51,5 bilhões, migre para o mercado brasileiro, segundo o presidente da instituição, Paulo Rogério Caffarelli. Essa migração deve ocorrer, de acordo com o executivo, conforme o vencimento das operações.

Caffarelli ressaltou que os não correntistas do BB não terão acesso às linhas do banco no exterior e que a instituição está focada no capital no Brasil. Sobre a venda de ativos fora do País, o executivo disse que não é prioridade do banco neste momento. Ele não comentou sobre a venda da participação do BB no argentino Patagônia.

Em relação à oferta de crédito no próximo ano, o presidente do BB afirmou que espera que seja melhor que em 2016. “A perspectiva da retomada de crédito se dá em função da retomada do crescimento econômico”, disse ele, sem dar mais detalhes, em conversa com jornalistas, após reunião com analistas e investidores.

Afirmou ainda que a queda da Selic se alterou positivamente, com a projeção de um patamar menor para os juros básicos ao final de 2017. Ponderou, contudo, que a crise do País é diferente das demais. Além de mais longa, também é “um pouco mais acentuada”.

Sobre a reestruturação que o BB anunciou na sua rede física, o presidente do banco disse que os ganhos são imediatos e que, somado ao programa de incentivo à aposentadoria, devem gerar reflexo positivo para a instituição no próximo ano.

Questionado sobre eventuais mudanças nas vice-presidências, Caffarelli afirmou que o quadro do banco está completo, mas admitiu que mudanças podem acontecer. Não citou, contudo, nomes.

Aporte do governo

O presidente do Banco do Brasil voltou a afirmar que a instituição não conta com aporte do governo federal e que não venderá ativos core para o banco, como a área de cartões e de administração de ativos de terceiros, para alcançar as regras de Basileia III. “Não vamos fazer IPO da área de cartões nem de administração de recursos de terceiros. O volume que vendemos da BB Seguridade hoje nos faz falta”, destacou ele.

A decisão de não vender ativos core está relacionada, segundo Caffarelli, ao fato de gerarem fluxo futuro para a instituição. Ressaltou ainda que o BB pode se desfazer de negócios que não são core. Não detalhou, porém, nenhum desinvestimento previsto.

De acordo com o presidente do BB, o nível de capital principal de 9,5%, exigido a partir de janeiro de 2019 em meio às regras de Basileia III, será alcançado apenas com a estrutura orgânica do banco. Acrescentou ainda que a instituição trabalha para alcançar o indicador antes mesmo do prazo exigido.

Caffarelli disse que a reestruturação que o banco anunciou na sua rede física e o programa de aposentadoria não visavam evitar um aporte do governo, mas também melhorar a estrutura de capital do banco. Segundo ele, outras ações, como a redução de despesas e de dividendos, estão sendo tomadas. Conforme o executivo, no caso do pay-out, o patamar de 40%, reduzido para 25%, será retomado num futuro, quando o banco se recuperar.

Mencionou também a carteira de crédito no exterior, de R$ 51,5 bilhões, que poderá ser reduzida neste contexto. “A nossa prioridade é capital. O volume de recursos que temos no exterior pode ajudar a melhorar nosso capital. Lá fora, teremos recursos para atender empresas brasileiras clientes”, afirmou Caffarelli, acrescentando que o BB tinha operações que não faziam muito sentido do ponto de vista de rentabilidade e, em alguns casos, junto a empresas que não eram nem clientes do banco.

O presidente do BB ressaltou ainda que o foco é resultado e não market share. Como resultado, acrescentou, a carteira de crédito do banco se reduziu e a instituição, assim como os pares privados, está sendo mais seletiva para emprestar.

Inadimplência

Caffarelli afirmou que a inadimplência ainda pode subir em 2017, mas o banco trabalha com a gestão do indicador para conter a expansão dos calotes. Explicou, contudo, que um eventual deslocamento para cima pode ocorrer, uma vez que o Brasil ainda está em processo de saída da crise.

“Há um volume elevado de empresas com pedido de recuperação judicial e que não voltam a operar. O momento é de desafio, mas o Banco do Brasil segue diligente”, destacou Caffarelli, lembrando que a gestão da inadimplência é uma prioridade de todos no BB.

O vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do BB, Walter Malieni, lembrou que o banco atua de maneira pró-ativa no que tange à gestão da inadimplência, com uma postura preventiva.

Em relação às provisões para devedores duvidosos, o vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores do banco, José Maurício Coelho, disse que o pico já ocorreu neste ano e que a tendência é de queda em 2017, como já visto nos dois últimos trimestres. Sobre a queda dos juros, ele afirmou que a expectativa do BB é de impacto neutro no balanço.

Programa de aposentadoria

O Banco do Brasil espera que o programa de incentivo à aposentadoria, que termina em 9 de dezembro, alcance de 9 mil a 10 mil adesões, de acordo com Caffarelli. Até a noite de quinta-feira, segundo ele, o banco já tinha registrado 7,760 mil adesões.

O programa mira, no total, 18 mil colaboradores com mais de 50 anos de idade e mais de 35 anos de INSS. “No ano passado, tivemos a adesão de 5 mil colaboradores. Agora, esperamos que a adesão fique entre 9 mil e 10 mil funcionários”, disse Caffarelli.

Se o BB tiver a adesão de 9 mil colaboradores, a redução de despesas, conforme lembrou o executivo, será de R$ 2,130 bilhões. Se chegar a 10 mil, o montante sobe para R$ 2,232 bilhões.

O Banco do Brasil não considera fazer outro programa de incentivo à aposentadoria além do atual, de acordo com o presidente da instituição. O executivo disse ainda, em reunião com analistas e investidores, que também não está no radar do BB um programa de demissão voluntária.

Ele disse ainda que as duas últimas nomeações para a vice-presidência do BB foram técnicas. Recentemente, entraram para a alta cúpula da instituição Carlos Hamilton, ex-Fazenda e ex-BC, e Tarcísio Hübner, que antes era diretor de distribuição do banco. “A lei das estatais é bastante criteriosa. O BB vem trabalhando com a manutenção de um quadro de pessoas ligadas à atividade financeira e conhecedores dos ramos que vão atuar”, concluiu Caffarelli.

Parceria com Bradesco

Segundo Caffarelli, o Banco do Brasil seguirá com a parceria que tem com o Bradesco na cadeia Elo, respeitando a individualidade de cada. “O Banco do Brasil e o Bradesco são competidores. Vamos dar sequência às várias empresas em que somos sócios, respeitando a individualidade de cada. O desempenho da Cielo mostra como foi importante a parceria com o Bradesco”, explicou o executivo.

Raul Moreira, vice-presidente de negócios de varejo do BB, ressaltou que o foco da parceria com o Bradesco é rentabilidade e eficiência. Destacou ainda que as empresas em que ambos são sócios também passam por um processo de digitalização. A Livelo, programa de fidelidade de BB e Bradesco, por exemplo, já nasceu digital, lembrou.

Moreira citou ainda o Digio, o banco CBSS, mais uma empresa criada em conjunto por BB e Bradesco por meio da Elo Participações (Elopar). A holding também é dona da Alelo, de benefícios, da Stelo, de pagamentos, e da Movera, de microcrédito. Os dois bancos também são acionistas da Cielo e da bandeira de cartões Elo, que tem ainda a Caixa Econômica como sócia.

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20161202/diz-que-carteira-exterior-deve-migrar-para-brasil/438370